O BANCÁRIO
Edição Diária 5139 | Salvador, 07 e 08.06.2012
Filiado à
Presidente Euclides Fagundes Neves
SISTEMA FINANCEIRO Os banqueiros, a cada dia que passa, dão provas de não estão nem aí para bancários e clientes
Segurança em último lugar
A lei foi sancionada no ano
passado, mas só passou a valer este mês. Agora, os bancos
terão de instalar os biombos
nos caixas de atendimen-
to personalizado em todas
as agências. A medida tem o
objetivo de individualizar o
atendimento, prezando pela
segurança do cliente.
O problema é que os banqueiros estão resistentes em
cumprir a legislação, dando
prova de que não estão nem aí
para bancários e clientes.
O Sindicato dos Bancários
está de olho e acredita ser necessário mais investimento em
equipamentos e vigilância por
parte das empresas. Página 2
João Ubaldo
Último dia
de forró
no Raul
Página 4
Forró dos
Bancários
Atrações:
Estakazero
Trio Nordestino
A Volante do Sgt. Bezerra
Local: AABB
16 de junho (sábado), 20h
Avenida Orlando Gomes - Piatã
A fiscalização já começou e agora os bancos terão de instalar os biombos nos caixas
www.b an car i os b ah i a.org .b r
SISTEMA FINANCEIRO Está na lei, mas os bancos enrolam para cumprir a legislação
Banqueiros contra a
instalação de biombos
Os bancos provam mais uma
vez que não têm compromisso
com a segurança da população.
A grande maioria das agências
bancárias de Salvador continua
a desrespeitar a lei que determina a instalação de biombos nos
caixas de atendimento.
Apesar de a norma ser de julho do ano passado, o prazo para
a adaptação foi estendido até o
início de junho por conta de um
pedido da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Mas,
agora não tem mais jeito. A fiscalização já começou e, inclusi-
ve, 49 unidades foram autuadas.
A Sucom continua com a vigilância nos próximos dias. O
objetivo da lei municipal é coibir o crime de saidinha bancária, cada vez mais frequente em
Salvador. A norma impede ou,
pelo menos, dificulta que outras
pessoas vejam a movimentação
feita pelo cliente nos caixas.
Os correntistas aprovam a
iniciativa, mas lembram que é
preciso muito mais. “Os bancos
deveriam pensar em ações mais
eficazes para nos preservar”, diz
o aposentado Milton Oliveira, 77
anos. Opinião semelhante tem o
aposentado Abelardo Souza, 66
anos. Para ele, os biombos deveriam ter até portas.
O Sindicato da Bahia está com
a população. Para a entidade, os
bancos têm de investir em segurança, como ampliar o número de
vigilantes, instalar câmeras internas e externas e criar estratégias
eficientes para evitar as ocorrências. Dinheiro para isso as empresas têm de sobra. Basta de irresponsabilidade com os bancários e
os clientes, principais vítimas das
quadrilhas especializadas.
A nova classe média brasileira está fugindo dos crediários e dos parcelamentos
Resistência
dos privados
em aumentar
o crédito
Como era de se esperar, os
bancos privados não querem
abrir mão de nada e resistem
em aumentar o crédito ao consumidor. Para se ter ideia, em
abril a oferta da carteira nos
bancos públicos foi de 1,9%.
Nas empresas privadas, a alta
foi de apenas 0,7%.
De acordo com o Banco
Central, as instituições financeiras estatais seguem ganhando participação, movimento
que vem sendo registrado desde a primeira crise econômica
mundial, em 2008. Os dados
revelam que o avanço se deu
em todos os segmentos: habitação, consumo e empresas.
No crédito para pessoa física
destinado ao consumo, que exclui as operações habitacionais,
a carteira dos bancos públicos
cresceu 1,6% em abril. Nos privados, a alta foi de apenas 0,5%.
A menor diferença entre os
dois tipos de instituição foi
no crédito imobiliário, que
avançou 2,5% nos públicos e
2% nos privados. Os dados do
BC deixam claro que os bancos privados não aceitam reduzir a margem de lucro para
ajudar no desenvolvimento
do país. Ao contrário, as empresas exploram, pagam baixos salários e impõem uma
série de dificuldades para beneficiar o correntista.
Classe C quer fazer compras à vista
O cenário socioeconômico no
Brasil está tão bom que a nova
classe média está fugindo dos crediários com parcelas longas. Produtos como celulares, computado-
res e tablets agora são pagos à vista.
Antes, apenas pessoas de alta renda fazia compras sem parcelas.
Uma pesquisa feita com consumidores das classes A/B e C reve-
O BANCÁRIO
Fundado em 30 de outubro de 1939.
Edição diária desde 1º de dezembro de 1989
2
O Bancário
Fundado em 4 de fevereiro de 1933
la que entre as famílias com renda
mensal de R$ 3 mil, 53% pretendem comprar os itens à vista. Famílias com rendimento superior a
R$ 5 mil, o percentual é de 42,4%.
O levantamento é da Acrefi
(Associação das Instituições de
Crédito, Financiamento e Investimento), em parceria com o
Data Popular.
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Euclides Fagundes Neves. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.
Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] Jornalista
responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Repórteres: Maiana Brito - Reg. MTE 2.829 DRT-BA, Renata Andrade e Rose Lima. Estagiários em jornalismo: Ana Beatriz Leal e Alexandre Veloso. Projeto gráfico:
Danilo Lima. Diagramação: Tiago Lima. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
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SISTEMA FINANCEIRO Diretores visitaram agência do Bradesco após o crime, para verificar a situação dos bancários
Bancos ignoram danos após assaltos
Os funcionários do Bradesco,
localizado na Fazenda Grande
do Retiro, têm de trabalhar em
clima de pura tensão, com medo
e pressão psicológica. Tudo em
decorrência do assalto ocorrido na agência em 30 de maio. O
terror foi tanto que, dois empregados ainda não puderam retornar às atividades por conta
das agressões sofridas.
Informados sobre a situação,
o diretor do Sindicato, Luiz Carlos Assis, o médico Carlos Valadares e o diretor da Federação
Bahia e Sergipe, Fernando Dantas, visitaram a unidade para
prestar orientação aos bancários.
De acordo com os dirigentes, o
clima é de total apreensão.
O Sindicato também já fez
o requerimento da emissão do
CAT (Comunicado de Acidente
de Trabalho) para todos os fun-
cionários da agência. A intenção
é notificar o ocorrido e prevenir
sobre um possível surgimento de
síndrome do pânico. Os diretores
monitoram a situação de perto.
Descaso Os descasos da di-
reção dos bancos com o trabalhador vítima de assalto são
inúmeros. É rotina o bancário
ter de voltar à atividade sem
nenhum acompanhamento psi-
cológico, mesmo quando sofre
agressões e ameaças de morte.
A empresa foge da responsabilidade e não leva em conta que
os danos psíquicos podem aparecer meses depois. Na Bahia,
neste ano, foram 83 ataques às
agências. Muitos, com bancários
servindo de escudo para a quadrilha, levado como refém ou
ainda sequestrado antes de chegar ao local de trabalho.
Bancário é
indenizado por
danos morais
Um bancário do Bradesco receberá indenização de
R$ 50 mil por danos morais.
O empregado foi demitido
sem justa causa, então ajuizou reclamação trabalhista
sob o argumento de fazer o
transporte de valores entre a
agência e outra unidade do
Banco do Brasil, a três quadras de distância.
O Bradesco só liberava
carro com escolta policial
quando os valores eram muito altos. Com este tipo de atitude, o banco prova que não
tem a mínima preocupação
com a preservação da vida
dos funcionários. A decisão
foi tomada após o bancário
recorrer ao TST (Tribunal
Superior do Trabalho) contra a determinação do Tribunal Regional da 15ª Região
(Campinas-SP) que indeferiu
o pedido na ocasião.
O entendimento é de que,
conforme a Lei nº 7.102/83,
neste caso, o trabalhador tem
direito à indenização, já que o
transporte de valores é indicado ao pessoal devidamente
treinado, em virtude dos riscos
da atividade. Portanto, a decisão foi mais do que acertada.
Fotos João Ubaldo
Na Caixa Cidadela, os bancários e os
clientes estão sofrendo com o calor
intenso desde sexta-feira passada.
O pior é que o banco não faz nada
para resolver o problema no sistema
de refrigeração do ar. Diretores do
Sindicato e da Federação dos Bancários
foram à unidade verificar a situação
Agência da Caixa sem ar condicionado
Calor, suor e transtorno. É
desta forma que, desde a última sexta-feira, os mais de 20
bancários da agência da Caixa
Cidadela, no Itaigara, têm de
enfrentar a rotina de trabalho,
pois a unidade está sem aparelho de ar condicionado.
O banco resolveu colocar
ventiladores para amenizar a si-
tuação, o que, obviamente, não
adiantou. O local não tem janelas, por isso dá para imaginar
o caos. O Sindicato dos Bancários da Bahia entrou em contato
com o superintendente regional
da Caixa, Aristóteles Menezes,
que se comprometeu em agilizar a resolução do caso.
O SBBA, contudo, não acei-
ta o absurdo, que já se tornou
corriqueiro nas agências da
Bahia. Apesar dos altos lucros, o investimento em infraestrutura, muitas vezes, é
dispensado. Diante disso, nesta sexta-feira, os diretores do
Sindicato realizam paralisação na unidade, já que as condições são insustentáveis.
O Bancário
Salvador, 07 e 08.06.2012 • www.bancariosbahia.org.br
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CULTURA Nesta sexta, noite de encerramento, tem Carlos Villela e Bando Virado no Mói de Coentro, a partir das 19h
Forró do Raul agita o Espaço Cultural
O Forró do Raul se despede
nesta sexta com chave de ouro.
Carlos Villela e Bando Virado no
Mói de Coentro animam a festa,
a partir das 19h, no Espaço Cultural. Quem abre a noite é o cantor Laio Rodrigues. Os ingressos
custam R$ 14,00 (inteira).
O forrozeiro Carlos Villela
esteve na sede do Sindicato da
Bahia para conferir os últimos
detalhes. Durante a visita, o cantor falou sobra a importância de
tocar em um evento promovido pela entidade. “Começa pelo
nome Raul Seixas. O artista carregava influência de Luiz Gonzaga. E o fato de tocar no Sindicato, um lugar de muita luta,
transformações e, além de tudo,
que defende o forró tradicional é
uma satisfação imensa”, afirma.
O rei do baião, inclusive, é o
grande homenageado deste São
João, ano em que completaria
A semifinal
do futsal é
neste sábado
Os jogadores que disputam
o Campeonato de Futsal dos
Bancários esperam ansiosos
pelo apito do árbitro, neste sábado, quando acontece a semifinal do torneio, no Ginásio dos
Bancários, Ladeira dos Aflitos.
O primeiro jogo começa às
10h. O time Ressaca, segundo colocado, entra em campo
para disputar uma vaga na
final com o Pressão Vip, terceiro colocado.
A segunda partida, às
11h15, é entre o Linha 8, primeiro colocado, e o Boca,
quatro colocado. Diante do
desempenho apresentado pelas equipes em todo o campeonato, o embate dentro das
quatro linhas promete.
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O Bancário
100 anos. Carlos Villela acaba
de encerrar o primeiro projeto da carreira, intitulado Viva
Gonzagão. Trio Nordestino,
Zelito Miranda e Pedro Sampaio foram alguns dos nomes
que subiram ao palco.
Villela, que já teve canções
gravadas por grandes artistas, a
exemplo de Fagner, Flávio José e
Elba Ramalho, preparou um repertório recheado de músicas
boas. Além de tocar o atual CD
Forró sem Fronteiras, com 13 faixas autorais, o público do Forró do
Raul vai dançar ao som de letras
tradicionais do ritmo nordestino.
O Bando Virado no Mói de
Coentro, que se apresentou na
primeira noite deste ano, retorna aos palcos. O grupo faz o
verdadeiro pé-de-serra. A banda está em estúdio para gravar
o novo trabalho Forró de Pife.
O vocalista Corisco chama o
público para forrozear. “Podem
ir para dançar o legítimo forró,
como os cangaceiros dançavam
na época de Lampião”.
Carlos Villela se
apresenta nesta
sexta-feira, no
Espaço Cultural
Raul Seixas,
junto com o
Bando Virado de
Mói de Coentro
JUSTIÇA SOCIAL A luta pela garantia das cotas raciais e sociais nas universidades federais
acaba de conquistar uma importante vitória no Legislativo. O projeto, que estava há quatro
anos engavetado, foi finalmente aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
NEGROS E ÍNDIOS O projeto que estabelece cotas raciais e sociais nas universidades federais, já aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, e que deve receber
aprovação final no Congresso Nacional, garante 50% das vagas nas instituições de ensino para
estudantes pobres, oriundos de escolas públicas, negros, pardos e índios. A elite fica enfurecida
com a medida, que na realidade representa o resgate de uma grande dívida social do país.
COTA DOS POBRES Outro detalhe do projeto de cotas raciais e sociais nas universidades federais: do
total de 50% de vagas destinadas, metade tem de ser reservada a alunos oriundos de famílias que recebem até 1,5 salário mínimo por integrante. O objetivo é priorizar os estudantes de baixa renda do país.
RESERVA LEGAL A elite brasileira fica indócil com a acertada medida do governo Lula, mantida
pela presidenta Dilma Rousseff, de pagar a dívida social para com a nação brasileira. Em abril passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu que o sistema de cotas raciais em universidades é
constitucional. O julgamento tratou de uma ação proposta pelo DEM contra o sistema de cotas da
UnB (Universidade de Brasília), que reserva 20% das vagas para autodeclarados negros e pardos.
QUALIDADE DE VIDA Às vésperas do Rio+20, que começa dia 22, no Rio de Janeiro, o Pnuma
(Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) divulgou as recomendações do Panorama
Ambiental Global, conhecido internacionalmente como GEO5, na sigla em inglês. Entre os desafios
que o Brasil tem de superar para melhorar as condições ambientais e a qualidade de vida da população, destaque para o combate ao desmatamento, investimento em políticas de incentivo ao transporte público, melhoria da qualidade do ar e o acesso da população a água potável e saneamento.
PARAÍSO AMEAÇADO O relatório das Nações Unidas sobre meio ambiente mostra que a re-
gião da América Latina e Caribe, que inclui o Brasil, se mantém como uma das mais ricas em
recursos naturais e biodiversidade do mundo. Concentra 23% das florestas e 31% dos recursos
hídricos do planeta. No entanto, toda essa riqueza está ameaçada pelo avanço de atividades
humanas, como a pecuária, o cultivo de soja e a extração de recursos naturais.
www.bancariosbahia.org.br • Salvador, 07 e 08.06.2012
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