O que há de novo
Arrasador de
Estacas é utilizado
pela primeira vez
em São Paulo
Tecnologia utilizada visa reduzir o tempo e
aprimorar a qualidade na execução das obras.
O trabalho de arrasamento de estacas, da forma tradicional, é realizado
com marteletes elétricos e pneumáticos, resultando em uma produtividade baixa, com a possibilidade de afetar a integridade da estaca ao longo
de seu comprimento, se não forem
tomadas as devidas precauções.
Por isso, ao utilizar a técnica de esmagamento, por não haver percussão contínua, confere-se uma condição menos
agressiva à integridade da estaca. O
equipamento Arrasador de Estacas,
segundo o engenheiro e mestre em
habitação pelo Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), da Tecnum, Marcelo José, que apresenta a técnica de esmagamento, vem sendo aplicado pela
primeira vez na cidade de São Paulo em
uma obra imobiliária pela empresa Tecnum perto da Avenida Paulista, região
central do município.
Etapas da
utilização do
Arrasador de
Estacas
1. Descobrir as estacas, escavando o solo de seu
entorno.
2. Indicar visualmente as
cotas de arrasamento,
conforme projeto de
fundações.
3. Acoplar o equipamento
arrasador à unidade de
força (máquina escavadeira, por exemplo).
4. Executar o arrasamento
no sentido descendente
(de cima para baixo), removendo os detritos que
se soltarem.
5. Desvencilhar a armadura existente dos detritos
restantes.
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Particularidades do equipamento
O equipamento Arrasador de Estacas, de acordo com Marcelo José, foi desenvolvido com a finalidade de demolir
trechos de estacas de concreto que ficam acima da cota
de arrasamento em muitas obras, por conveniência de execução destas fundações, antes de realizar o movimento de
remoção de terra. “O processo de arrasamento é dado por
esmagamento, através da compressão lateral. A utilização
do arrasador consegue reduzir significativamente a emissão de ruídos durante a atividade, melhorando também a
produtividade”, diz.
O equipamento pode ser utilizado para arrasamento de
estacas de concreto maciças de diâmetros inferiores a 1,10
metros, trabalhando com alturas de arrasamento de até
quatro metros. O engenheiro explica que as estacas vazadas podem apresentar problemas de fissuramento ao longo do comprimento, comprometendo a integridade destes
elementos. “É preciso ter espaço entre as estacas e acessibilidade em profundidade para que o equipamento possa ser
posicionado e trabalhar”, diz.
O equipamento é silencioso, ao contrário dos marteletes
empregados para esta finalidade, além de ser rápido na
execução, sendo capaz de fazer em 15 minutos cerca de
três metros de estaca, enquanto um operário com martelete pode levar alguns dias.
De acordo com o engenheiro Marcelo José, o arrasador mecânico utiliza-se da pressão hidráulica da concha de uma
escavadeira comum, através de um artifício hidráulico: desabilita-se uma função hidráulica de escavadeira, derivando
fluido hidráulico para acionar os pequenos links (macacos
hidráulicos).
Foto 1 – Canteiro preparado para iniciar arrasamento
Foto 2 – Arrasador acoplado para iniciar trabalho com a máquina
escavadeira
Foto 3 – Estaca de 60 cm de diâmetro esmagada em vários pontos
Semelhantemente a um colar, os links são conectados um a
um entre si por pinos metálicos que criam uma articulação,
como uma corrente de bicicleta. A alimentação hidráulica,
derivada de uma unidade de força, como por exemplo, uma
escavadeira, é feita em série, ou seja, os links são acionados
um a um. Quando o conjunto dos links está totalmente
acionado, ocorre o esmagamento.
O esmagamento atinge alturas de aproximadamente 20
cm (“fatias”). Nas regiões da estaca onde houver aço, o esmagamento é parcial; onde não há, é possível remover “fatias” completas. “Para arrasar estacas maiores, é necessário
acrescentar mais links ao equipamento”, afirma.
O ajuste ao corpo da estaca é justo (tolerância de seis centímetros). Já as estacas de maior diâmetro (acima de 90
cm) apresentam aumento de seção devido à pressão que
a coluna de concreto depositada durante a execução da
estaca confere ao solo. Nestes casos, diz o engenheiro, o
arrasador é pouco adaptável e demanda um trabalho de
preparação para o arrasamento, para remoção das imperfeições (martelete elétrico).
Foto 4 – Estaca de 1 m de diâmetro sendo arrasada; à direita, aumento de diâmetro visível em outra estaca de mesmo diâmetro
Foto 5 – Arrasamento em estacas de 60 cm de diâmetro, com geometria mais regular
FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS • 75
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