1 2 1.0 – VOLUMETRIA A volumetria é um método analítico no qual o teor de uma dada substância é determinado, comparando-se um volume de uma solução de concentração conhecida, com um dado volume de solução da referida substância. No processo analítico, porções da solução de concentração conhecida são gradativamente adicionadas a um volume conhecido da solução problema, até que ocorra a reação total entre as duas. O processo é conhecido como titulação. Assim, titular uma solução é determinar sua concentração através de adições sucessivas de porções de uma solução conhecida. Os métodos volumétricos são, de um modo geral, menos exatos que os gravimétricos, contudo além de apresentarem adequadas exatidões, mostram grande rapidez nas operações analíticas, são largamente utilizados na química analítica. Conforme foi acima referido, as análises volumétricas baseiam-se em medidas de volumes. Os dispositivos utilizados em tais medições são classificados em “quantitativos” e “não quantitativos”. Como exemplo dos primeiros temos as buretas, balões volumétricas, pipetas volumétricas, enquanto nos “não quantitativos” temos as provetas ou cilindros graduados. Estas últimas são utilizadas quando não é necessária uma medida muito precisa, como por exemplo, a adição de um volume de ácido suficiente para conferir uma determinada acidez ao meio. INTRODUÇÃO À VOLUMETRIA E GRAVIMETRIA Prof. MSc. Edemir Feliciano Garcia Agronomia - Cassilândia 1.1 - Soluções Padrão Nas determinações analíticas volumétricas são utilizadas soluções com concentrações bem conhecidas. Essas soluções são chamadas de “soluções padrão”. Operacionalmente, uma substância a ser dosada é solubilizada e da solução resultante é tomada uma alíquota de volume conhecido. Essa alíquota é titulada com uma solução padrão, até que ocorra a reação total entre a substância que está sendo analisada e o componente da solução padrão utilizada. Determina-se assim o volume da solução padrão adicionado. Observa-se que é crucial uma perfeita determinação da concentração das soluções padrão, as quais dever ser preparadas dentro do maior rigor possível. As substâncias utilizadas nas preparações de soluções padrão são conhecidas como padrões primários e padrões secundários. Uma substância para ser classificada como padrão primário deve: a - Ser quimicamente pura, isto é, deve ter um alto grau de pureza b - Apresentar uma composição que corresponda exatamente a uma fórmula química c - ser quimicamente estável, não sendo atacada por constituintes da atmosfera. Em caso contrário, a substância é classificada como padrão secundário. Para se preparar uma solução padrão, a partir de um padrão primário, basta pesar cuidadosamente a quantidade da substância necessária e diluir para o volume adequado. Executadas estas operações podemos confiar plenamente no título, isto é na concentração da solução padrão preparada. Se 3 a substância for um padrão secundário devemos proceder de modo semelhante, mas é preciso, antecipadamente, conferir a concentração do padrão preparado, através da titulação do mesmo, isto é, comparando um volume conhecido do mesmo, com um volume adequado de um padrão primário. Uma vez padronizado, um padrão secundário é tão digno de confiança quanto um primário. Exemplos: 1) Sabendo-se que o Na2CO3 é um padrão primário, como se prepara 500mL de uma solução a 0,2 mol/L daquele sal ? Dados: Na = 23; C = 12; O = 16. Através das massas atômicas dadas calculamos a massa de um mol do sal: Para o Na: 23 x 2 = 46; para o C: 12 x 1 = 12; para o O: 16 x 3 = 48 A massa molecular será então: 46 + 12 + 48 = 106g. Para 1000mL da solução deveríamos tomar 0,2mol da mesma, daí: 1000 - 0,2 500 x x = 0,1mol Teremos então: 1mol - 106g 0,1mol x x = 10,6g. Tomamos uma massa do sal maior que 10,6g, digamos 12g e secamos em estufa. Deixamos esfriar em dessecador e então tomamos a massa necessária, isto é, 10,6g. Dissolvemos a mesma em água, transferimos para um balão volumétrico de 500mL e em seguida completamos para a marca. A solução final será, sem dúvida, a 0,2mol/L. 2) Dispondo-se no laboratório de solução de ácido clorídrico com as seguintes características Pureza 37%; Densidade = 1,18g/mL, como podemos preparar 250mL de solução deste ácido a 0,1mol/L ? Dados: H = 1; Cl = 35,5. A massa molecular do HCl será igual a 36,5g (35,5 + 1). Para prepararmos 250mL da solução pedida deveremos tomar 0,025mol do ácido. Teremos então, que a massa do ácido necessária para preparamos a solução pedida será: 1mol ----------- 36,5g 0,025 ----------x x = 0,913g teremos: Como a solução de ácido disponível não é totalmente pura 100g ---------- 37g x ---------- 0,913g x = 2,468g, que será a massa da solução a 37% necessária para a preparação do ácido a 0,1mol/L. 4 da Uma vez que é inviável pesar o ácido transformemos, com auxilio densidade, esta massa em volume. Teremos então D = m ou V V = m 2 , 468 g = D 1,18 g / mL = 2,09mL. Medimos então este volume da solução de HCl disponível, transferimos para um balão volumétrico de 250mL e completamos para a marca. Como o HCl não é um padrão primário devemos padronizar esta solução, com um padrão primário, para então conhecermos a verdadeira concentração desta solução de HCl preparada. Digamos que para a padronização de 10mL desta solução de HCl tenham sido gastos 2,25mL da solução de Na2CO3 acima preparada. A reação entre o HCl e o Na2CO3 será: 2HCl + Na2CO3 ← 2NaCl + H2O → Observamos da equação acima que HCl reage com Na2CO3 na proporção de 2:1. Em 2,25mL da solução a 0,2mol/L de Na2CO3 existirão 0,45milimol do sal, o que iria reagir com 0,90milimol do ácido. A concentração do ácido será então c = 0,9mi lim ol = 0,09mi lim ol / L ou 0,09mol/L 10mL Esta será a concentração real do ácido e não aquela de 0,1mol/L. 0,09 O fator de correção será então: f = = 0,9 0,1 1.2 - Ponto de Equivalência ou Ponto Final da Titulação Conforme anteriormente comentado, os métodos volumétricos se baseiam na comparação química entre um volume conhecido da solução problema com um volume medido de uma solução padrão. Quando se atinge o volume adequado da solução padrão, isto é, o volume necessário para a reação total com a substância problema, (no problema do item anterior este volume seria 2,25mL da solução de Na2CO3) dizemos que foi alcançado o ponto de equivalência, ou ponto final de titulação. Sabemos que o mesmo foi alcançado, através de alguma mudança física ou química do meio. Esse assunto será motivo de futuras discussões. 1.3 - Reações Utilizadas em Determinações Volumétricas Para ser adequada a uma análise volumétrica uma reação deve obedecer a algumas condições, como: a - Ser bastante rápida. A grande vantagem dos métodos volumétricos é a rapidez dos mesmos. Uma reação lenta inviabiliza o método, além de dificultar a observação do ponto final da titulação. b - A reação deve ser a mais completa possível, isto é, tendendo para um equilíbrio que esteja bastante deslocado no sentido dos produtos. c - A reação deve ser tal que possa ser representada perfeitamente por uma única equação química, não ocorrendo reações paralelas. Se tais reações paralelas ocorrerem torna-se impossível efetuar-se os cálculos necessários para as dosagens das substâncias. d - A reação deve permitir uma perfeita determinação do ponto de equivalência. 6 5 1.4 - Cálculos Volumétricos Os cálculos baseiam-se sempre nas equações representativas das reações, observando-se os números de mol envolvidos. Por exemplo, para padronizar 31,76 mL de uma solução de Ba(OH)2 foram necessários 46,25 mL de uma solução a 0,1280 mol/L de HCl. Qual a concentração da solução de Ba(OH)2 ? A reação envolvida será: Ba(OH)2 + 2.HCl → BaCl2 + 2.H2O Podemos observar que 1 mmol de Ba(OH)2 reage com 2 mmol de HCl. O número de milimol contidos num volume V (em mL) será dado pelo produto entre o volume e a concentração, em mmol/mL, isto é:n° mmoles = V.M (onde V = volume da solução em L ou em mL; M = número de moles/L, ou de mmoles/mL, respectivamente). Assim o número de mmoles de HCl envolvidos serão: 46,25 x 0,1280 = 5,92. Podemos estabelecer então a seguinte relação: 1mmoldeBa(OH ) 2 2mmol.de.HCl = x 5,92mmol.de.HCl ∴ x = 2,96 mmoles da base A concentração em mol/L, ou em mmol/mL é dada pela relação número.de.mmol A concentração da solução de hidróxido de bário será então: mL C = 2,96 mmol = 0,09 mol / L . 0,804 g 0,264 g ∴ x = 32,84% em Fe2+ = 100 x Para expressar este resultado sob a forma de Fe2O3, procedemos como no caso da determinação do fator gravimétrico (ver análise gravimétrica). Estabelecemos a relação entre Fe2+ e Fe2O3, observando que no óxido temos 2 átomos de ferro. Assim, 2Fe2+ ≡ Fe2O3 O fator corresponderá à razão entre 160 um mol de Fe2O3 (160g) para dois mol de Fe, (2x56 = 112g), isto é, = 112 1,4286. Multiplicando-se a percentagem de Fe2+ por este fator, teremos a percentagem de Fe2O3, que será então: X = 1,4286 x 32,84 = 46,9% de Fe2O3. 2.5 - Equipamentos Utilizados em Volumetria. a - buretas b - pipetas e - erlenmeyer d - bequer f - piseta g - vidro de relógio c - Provetas e - bastão f - balões Esquema de uma Titulação 31,78 mL Exemplo 2. 0,804 g de uma amostra contendo ferro foram solubilizados em ácido e o ferro foi reduzido à Fe2+. A titulação da solução resultante consumiu 47,2 mL de uma solução 0,02 mol/L de KMnO4. Qual o teor de ferro, expresso como Fe2O3, contido na amostra? Dados: Fe = 56, O = 16, A equação da reação envolvida no processo será: 5.Fe2+ + MnO4- + H+ → 5.Fe3+ + Mn2+ + 4.H2O A equação nos “diz” que 5 mmoles de Fe2+ reagem com 1 mmol de permanganato. Os dados mostram que são envolvidos 47,2 x 0,02 = 0,944 mmol de permanganato. Daí ser possível a seguinte relação: 1mmol.de.MnO4− 5mmol.de.Fe 2+ = x 0,944mmol.de.MnO4− ∴ x = 4,72 mmol de Ferro. Utilizando-se as massa atômicas dadas podemos calcular a massa de ferro correspondente à 4,72 mmoles, como se segue 1mmol.de.Fe 56 g ∴ x = 264,32 mg = 0,264 g = 4,72 x Relacionando-se esta massa com a massa da amostra teremos: Dos equipamentos acima referidos, as buretas, pipetas volumétricas e os balões volumétricos são aparelhos quantitativos, isto é, permitem medidas de volumes muito precisas. As provetas, também chamadas de cilíndros graduados fornecem medidas menos precisas que as anteriores. Além das pisetas, usadas para promover lavagens de precipitados e de resíduos sólidos nos papeis de filtro, temos também as garrafas lavadeiras, usadas com as mesmas finalidades, porém podendo utilizar nestas, água quente. 7 1.5 - TIPOS DE VOLUMETRIA Conforme o tipo de reação química envolvida no processo de titulação, os métodos volumétricos podem ser classificados em: Volumetria de neutralização; volumetria de precipitação; volumetria de oxi-redução ou oxidimetria; volumetria de complexação, ou complexometria. 1.5.1 – Volumetria de Neutralização A volumetria de neutralização, também conhecida com volumetria ácido-base, consiste na titulação (dosagem) de um ácido por meio de uma base de concentração conhecida, ou vice-versa. A reação envolvida é uma reação de neutralização, isto é, uma reação entre um ácido e uma base formando sal e água. Por exemplo, na titulação do HCl (ácido clorídrico) com solução de NaOH (hidróxido de sódio) a reação será: HCl + NaOH → NaCl + H2O (56) Como podemos deduzir da equação (56) acima, durante a titulação de um ácido por uma base, ou vice-versa, haverá uma contínua variação do pH. Por exemplo, consideremos a titulação de 100mL de solução a 0,1mol/L de HCl, com uma solução a 0,1mol/L de NaOH. Antes de se iniciar a titulação, isto é, quando só tiver presente o HCl, o pH do meio será: pH = - log[H+] = - log 10-1 = 1. Após a adição de 10mL da base teremos: Vfinal = (100 + 10)mL = 110ml. O número de mmol iniciais de ácido serão 100 x 0,1 = 10 mmol. Quando se adiciona 10mL da base serão adicionados 10 x 0,1 = 1 mmol da mesma. Como a reação se dá mol a mol, (equação 33), sobrarão 9 mmol de 9 ácido sem neutralizar, assim a concentração do ácido será = 8,18 x10 − 2 . A 110 outra substância presente será o NaCl formado na reação (Quantos mmol do sal serão formados?). Este sal sendo derivado de um ácido forte e de uma base forte, não interferirá no pH, o qual será dado por pH = - log 8,18 x 10-2 = 1,09. Calculemos agora o pH do sistema, após terem sido adicionados 20ml da solução da base. (Estes 20ml de base são considerados desde o início, isto é, 10ml a mais após a primeira adição). O número de mmol de base adicionados serão 20 x 0,1 = 2 mml. Como o número inicial de mmol de ácido era 10, de acordo com a equação (56) sobrarão 8mmol de ácido (justifique este valor) O volume final agora será 120ml (100mL iniciais de ácido + 20mL de base adicionados) e a concentração do ácido será então igual a 8 = 6,67 x10 − 2 . Em conseqüência podemos calcular o valor do pH, que será: 120 pH = - log 6,67 x 10-2 = 1,18. Prosseguindo com raciocínio semelhante podemos construir a tabela I, da qual observamos que enquanto existe ácido sem titular o pH do 8 sistema será menor que 7, enquanto que havendo base titulante em excesso o pH será maior que 7. Quando da adição de 100mL de solução de NaOH observamos que não se tem nem excesso de ácido nem de base, que a única espécie presente será o NaCl (veja equação 56). Sendo este sal derivado de um ácido forte (HCl) e de uma base forte (NaOH) a solução resultante terá um pH igual a 7. Dizemos que neste ponto atingimos a equivalência entre o volume de ácido e o volume de base. Por esta razão chamamos este ponto de PONTO DE EQUIVALÊNCIA . Tab. I Cálculos de valores de pH durante a titulação de 100mL de HCl a 0,1mol/L com solução a 0,1mol/L de NaOH vol. de no de mmol de no de mmol de [H+] OH-] pH NaOH HCl que sobram NaOH que adicionados sobram 0 10 0 10/100 1 10 9 0 9/110 1,09 20 8 0 8/120 1,18 50 5 0 5/150 1,48 90 1 0 1/190 2,28 99 0,1 0 0,1/199 3,30 99,9 0,01 0 0,01/199,9 4,30 100 0 0 7,00 100,1 0 0,01 0,01/200,1 9,70 01 0 0,1 0,1/201 10,7 110 0 1 1/210 11,7 Evidentemente se estivermos titulando um ácido fraco, digamos CH3COOH (ácido acético) com uma base forte, por exemplo NaOH, o sal obtido no ponto de equivalência, onde não haveria nem ácido, nem base, terá uma reação básica, isto é, no ponto de equivalência o pH será maior que 7. Por outro lado se a titulação for entre um ácido forte, por exemplo HCl e uma base fraca, tal como NH3H2O (amônia hidratada), no ponto de equivalência o pH será menor que 7. A determinação do ponto de equivalência é de máxima importância na volumetria e para tal, podemos lançar mão de diferentes métodos. Nos restringiremos ao uso de indicadores ácido-base conforme será a seguir discutido. 1.5..1.1: Indicadores Ácido-Base, ou Indicadores de Neutralização Indicadores ácido-base, também chamados de indicadores de neutralização, são substâncias que podem mudar de cor conforme o pH do meio. Por exemplo o indicador conhecido como alaranjado de metila apresenta coloração vermelha em valores de pH ≤ 3,1 e coloração amarela em pH ≥ 4,4. Para pH entre 3,1 e 4,4 a cor não seria bem definida. Outro indicador de extenso uso é a fenolftaleina. Este indicador apresenta coloração vermelha para valores de pH ≥ 10 e se apresenta como incolor em pH ≤ 8. 9 1.5.2 – Titulometria de Precipitação O princípio deste método volumétrico é a formação de compostos pouco solúveis. Algumas condições devem ser alcançadas para a validade de resultados: • • • • A reação deve ser de estequiometria conhecida. Deve haver total reação entre o agente precipitante e o íon. Tornar-se completa em um tempo relativamente curto. Oferecer modos para eficiente sinalização do ponto final. Infelizmente estas condições somente são alcançadas em poucas reações, devido a falta de um modo adequado de localizar o ponto de equivalência, por outro lado, em algumas reações este ponto pode ser identificado pela simples visualização do momento em que deixa de ocorrer precipitação. No entanto, em determinações onde resultados mais precisos são desejados, o uso de indicadores é altamente recomendado, estes podem ser agrupados como: específicos e de absorção; As possibilidades de aplicações da volumetria de precipitação são grandemente ampliadas quando são utilizados métodos físicos de medição, como a potenciometria, condutimetria, amperometria ou ainda o fotométrico. Indicadores específicos: Indicadores de absorção: 10 a) Formação de um precipitado colorido. b) Formação de um composto solúvel colorido c) Utilização de indicadores de adsorção. d) Método turbidimétrico. Os métodos utilizados na Argentimetria são: i) Método de Mohr: é um método argentimétrico aplicável à determinação de cloreto (Cl-) e brometo (Br-). A solução neutra é titulada com AgNO3, em presença de K2CrO4 , que atua como indicador. Existem fatores importantes a serem considerados no método de Mohr, são elas a concentração do indicador e o pH da solução. Se o pH da solução for inferior a 6,5, a concentração do íon cromato é de tal ordem que o produto de solubilidade do cromato de prata, já não é mais atingido e, consequentemente, o indicador deixa de funcionar, uma vez que este sal é muito solúvel em solução ácida. Por outro lado, o pH da solução não deve ser superior a 10,5, porque então precipita hidróxido de prata que posteriormente se decompõem em Ag2O (ppt preto). ii) Método de Volhard: é um método argentimétrico indireto; a solução nítrica contendo o íon prata é titulada com tiocianato de amônio ou potássio, em presença de íon Fe III, que é adicionado na forma de solução saturada de sulfato de amônio e ferro III. A forma mais simples de aplicação deste método é a determinação de Ag+ por meio da titulação com tiocianato. O método é aplicado a determinação de Cl-, Br- e I- em meio ácido. A solução nítrica contendo os halogenetos é tratada com nitrato de prata em excesso e o excesso de prata é titulado com uma solução de tiocianato. Um fator limitante desta técnica é a lenta velocidade em que costumam ser realizadas as reações de precipitação, de modo a assegurar o equilíbrio de solubilidade, ter em mente que tentar apressar a adição de reagente pode gerar a formação de complexos solúveis, portanto o efeito oposto ao desejado. Entretanto muitas vezes, é possível acelerar convenientemente a velocidade de precipitação pela adição, criteriosa, de etanol e acetona. A vantagem com relação ao método de Mohr, reside no fato de que a titulação tem lugar em meio ácido, o que assegura um campo de aplicação mais amplo. Deve-se enfatizar que, os mais importantes condicionantes são o produto de solubilidade e a concentração sob a qual se efetua a titulação, sendo como terceiro condicionante o grau de eficiência da reação, que definirá a visibilidade do ponto final da titulação. Na determinação de cloreto, pelo método de Mohr, o ponto final é detectado através da formação de um precipitado vermelho entre o indicador K2CrO4 e AgNO3. As reações envolvidas são as seguintes: Diferentemente de outros métodos, que comumente têm aplicação restrita, se destaca a argentimetria, o único que apresenta uso algo amplo, e está baseada na titulação de uma solução padrão de nitrato de prata, para a formação de sais de prata (haletos, cianeto, tiocianato) pouco solúveis. Os processos de precipitação mais importantes na análise titrimétrica utilizam o nitrato de prata como reagente (processo argentimétrico). Os mesmos princípios serão aplicáveis a outras reações de precipitação, já que as determinações do ponto final, nas reações, são principalmente: Exemplos: 1 – Determinação de Cloreto de Sódio em Soro fisiológico Ag+ + ClAg+ + CrO42- AgCl(s) AgCrO4(s) Para que o ponto final seja visualizado é preciso adicionar-se um excesso e titulante, tornando necessária realização de um branco (Vb) que deve ser descontado do resultado da titulação da amostra (Va). A porcentagem de cloreto pode ser assim determinada: VAg+ = Va - Vb neqCl- = neqAg+ ⇒ ⇒ volume gasto na titulação do ClnCl- = nAg+ m Cl-/PM Cl- = MAg+ . V Ag+ 11 % = (m Cl- . 100)/Vsoro O método de Volhard é um procedimento indireto para determinação de íons que precipitam com a prata. O excesso de prata é determinado por meio de titulação, com uma solução padrão de tiocianato de potássio ou de amônio usando-se íons ferro(III) como indicador. 12 9. Calcular a porcentagem de NaCl e Cl no soro e comparar com os dados da embalagem. 10.Utilizando o mesmo procedimento determinar o teor de cloreto em amostras de água. 11.Calcular o erro relativo, média e desvio padrão entre as medidas. questionário 1. Quais os requisitos para que uma reação possa ser empregada em volumetria de precipitação 2. Como a diluição das soluções e a solubilidade do precipitado afeta a curva de titulação? 3. Em que se baseiam os métodos de Mohr, Volhard e Fajans? Explique cada um. MÉTODO DE VOLHARD 4. Escreva as reações envolvidas no procedimento para determinação de haletos que precipitam com a prata usando o método de Volhard. 1. Pesar cerca de 2,43 g de KSCN seco por 1- 2 h a 150 oC, em estufa e 5. Por que se utiliza uma titulação em branco na titulação pelo método de Mohr? 6. Defina: precipitação, solubilidade, produto de solubilidade, indicadores de adsorção. 7. Por que na titulação pelo método de Volhard utiliza-se ácido nítrico. 8. Uma solução contendo 0,205 g de NaCl e KCl gastou cerca de 30 mL de uma solução de AgNO3 0,10 mol L-1 para completa precipitação do íon cloreto. Calcule o teor de cada sal na mistura. resfriado e mantido em dessecador. 2. Dissolver em água e completar o volume em balão de 250 mL com água destilada. 3. Medir, em pipeta ou em bureta, 15 mL de uma solução de soro fisiológico (0,9%). 4. Transferir para um erlenmeyer de 125 mL, adicionar 25 mL de nitrato de prática prata 0,1 mol L-1 e 1,0 mL de indicador (solução saturada de sulfato férrico MÉTODO DE MOHR amoniacal ~ 40%, ) acidificar o meio com 5,0 mL de HNO3 6,0 mol L-1. 1. Secar AgN03 por 2 h a 150 oC, resfriar e manter em dessecador. 2. Solução padrão de AgN03 a 0,1 mol/L: Pesar 4,25 g de AgN03 em balança analítica, dissolver com água e diluir a 250 mL. Cuidado, esta solução provoca manchas escuras na pele e roupas. 3. Solução do indicador K2CrO4 a 5%: Pesar 2,5 g de K2CrO4, dissolver com água e diluir a 50 mL 4. Medir, em pipeta ou em bureta, 15 mL de uma solução de soro fisiológico (0,9%). 5. Adicionar 25 mL de água e 1 mL de indicador. 6. Titilar com solução padrão de AgN03 a 0,1 mol/L até mudança de cor de amarelo para marrom avermelhado. 7. Repetir a análise de soro mais duas vezes. 8. Titulação do branco: repetir os itens 4 a 7 substituindo soro por água destilada. 5. Titular com solução de tiocianato de potássio 0,1 mol L-1 padrão até que apareça uma coloração marrom-avermelhada. Obs. A primeira mudança perceptível de cor para o avermelhado ocorre cerca de 1% antes do ponto de equivalência, por que os íons prata ainda estão presentes na superfície do precipitado, por adsorção. Após o aparecimento da primeira mudança de cor, continua-se a titulação forte até o aparecimento de uma coloração marrom-avermelhado, que persiste mesmo sob forte agitação. 6. Anotar o volume gasto do titulante e repitir o procedimento pelo menos mais duas vezes 7. Calcular a porcentagem de NaCl e Cl no soro fisiológico e comparar com os dados da embalagem. 13 8. Calcular o erro relativo, média e desvio padrão entre as medidas. 2 – Concentração de NaCl no sal de cozinha 14 Nota: O método não deve ser utilizado para a determinação de cloretos de cátions que hidrolisam originando soluções ácidos, tais como cloreto de alumínio, ferro, zinco, etc. Além disso não devem estar presentes cátions como Cu2+, Ni3+, Co2+, Ba2+ e Pb2+. OBJETIVO: Padronizar de uma solução de AgNO3 para determinar o teor de NaCl no sal de cozinha. METODOLOGIA: 01) Padronização de uma solução 0,1 mol/L de nitrato de prata – Método de Mohr a) Para melhor perceber o ponto final da titulação, realizar uma prova em branco, utilizando um erlenmeyer de 250 mL contendo cerca de 100 mL de água deionizada. b) Adicionar 0,4 mL da solução sensibilizada de K2CrO4 5% e aproximadamente 0,2 g de CaCO3 livre de cloretos. c) Titular com a solução de nitrato de prata a padronizar e anotar o volume gasto (este volume não será empregado em nenhum cálculo). d) Transferir uma alíquota de 10 mL da solução de NaCl 0,1 mol/L para um erlenmeyer de 250 mL com uma pipeta volumétrica. e) Juntar a solução no erlenmeyer aproximadamente 100 mL de água. f) Adicionar a esta solução 0,4 mL de solução sensibilizada de cromato de potássio 5%. g) Titular com solução de nitrato de prata a padronizar, sob constante agitação até que uma gota modifique a cor para avermelhada. Esta titulação deve ser feita em solução neutra (pH de 6,5 a 10,5), se a solução for ácida neutraliza-se com CaCO3 e se for básica com HNO3, utilizar o papel tornassol como indicador. h) Anotar o volume gasto e repetir a operação com nova alíquota de solução de NaCl. i) Calcular o fator de correção da solução de AgNO3. As reações são: AgNO3 + NaCl ® AgCl¯ + NaNO3 AgNO3 + K2CrO4 ® Ag2CrO4¯ + 2KNO3 02) Determinar a o grau de pureza do cloreto de sódio comercial – Método de Mohr a) Pipetar com pipeta volumétrica 10 mL de uma solução de sal de cozinha, 10g/L, e transferir para um erlenmeyer de 250 mL. b) Adicionar aproximadamente 100 mL de água e 0,4 mL de solução sensibilizada de K2CrO4 5%. c) Verificar e ajustar o pH e em seguida titular com solução fatorada de AgNO3, até que uma gota mude a cor para vermelho. d) Anotar o volume gasto e realizar outra titulação com nova alíquota de solução de sal de cozinha. e) Anotar o volume gasto e calcular o teor de NaCl na solução do sal de cozinha. Objetivos: determinar a concentração molar do ácido acético em vinagre comercial. Material: • • • • • • • • • Bureta 5mL Erlenmeyer 250mL Pipeta volumétrica Béquer Suporte universal Agarradores de metal Solução de NaOH 0,1M Vinagre incolor Fenolftaleína Procedimento: Colocar a solução de NaOH na bureta até completar o volume total(marca 0mL). Pipetar 25mL de vinagre e colocar no erlenmeyer, completando com água até a marca de 250mL, após adicionar 3 gotas de fenolftaleína. Abrir a torneira da bureta, fazendo com que o NaOH goteje levemente. Quando houver mudança de coloração persistente no liquidi contido no Erlenmeyer, fechar a torneira e anotar o volume de NaOH gasto. Questões: Qual tipo de análise volumétrica foi realizada no laboratório? Qual a função do indicador (fenolftaleina) numa titulação? Calcular a concentração molar do ácido acético no vinagre através da equação M.V=M1.V1. Equacionar a reação ocorrida na titulação. Qual o tipo de reação ocorrida na titulação? 15 16 Titulação – Exercícios Resolvidos 1. Barrilha, que é carbonato de sódio impuro, é um insumo básico da indústria química. Uma amostra de barrilha de 10 g foi totalmente dissolvida em 800 mL de ácido clorídrico 0,2 mol/L. O excesso de ácido clorídrico foi neutralizado por 250 mL de NaOH 0,1 mol/L. Qual é o teor de carbonato de sódio, em porcentagem de massa, na amostra da barrilha? 3. O rótulo de um produto de limpeza diz que a concentração de amônia (NH3) é de 9,5 g/L. Com o intuito de verificar se a concentração de amônia corresponde à indicada no rótulo, 5 mL desse produto foram titulados com ácido clorídrico (HCl) de concentração 0,1 mol/L. Para consumir toda a amônia dessa amostra, foram gastos 25 mL do ácido. Qual a concentração, em g/L, da solução, calculada com os dados da titulação? 2. 1,24g de ferro impuro foi dissolvido em 20 mL de HCl 3 molar, produzindo cloreto ferroso e hidrogênio. Após essa reação, o excesso de HCl foi neutralizado por 10 mL de NaOH 2 molar. Qual é a porcentagem de pureza do ferro analisado? 17 4. 18 25g de hidróxido de sódio (NaOH) impuro são dissolvidos em água suficiente para 500 mL de solução. Uma alíquota de 50 mL dessa solução gasta, na titulação, 25 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 1 molar. Qual é a porcentagem de pureza do hidróxido de sódio? 5. O metal X reage com ácido clorídrico de acordo com a equação balanceada: X + 3HCl --> X+3 + 3Cl- + 3/2H2. Considerando que 500 mL de uma solução 3M de ácido clorídrico reagem completamente com 26,0g desse metal, calcule a massa atômica de X. 19 20 6. Uma amostra impura de hidróxido de potássio (KOH), com massa igual a 16,8g foi dissolvida em água até obter-se 300 mL de solução. Uma amostra de 250 mL desta solução foi neutralizada totalmente por 50 mL de H2SO4 2 molar. Admitindo que as impurezas não reagem com ácido, determine a molaridade da solução de KOH e o teor de pureza do hidróxido de potássio. 8. 7. 0,195g de um metal bivalente foi dissolvido em 10 mL de ácido sulfúrico 0,50 molar. O excesso de ácido foi neutralizado por 16 mL de hidróxido de potássio 0,25 molar. Calcule a massa atômica do metal. Para realizar a titulação de 20 mL de hidróxido de sódio (NaOH) de molaridade desconhecida, foram utilizados 50 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 0,2 molar. Qual a molaridade do hidróxido de sódio? 21 22 9. Por lei, o vinagre (solução aquosa de ácido acético) pode conter, no máximo, 4% em massa de ácido acético (M = 0,67 mol/L). Suponha que você queira verificar se o vinagre utilizado em sua casa atende as especificações legais. Para isso, você verifica que 40 mL de vinagre são completamente neutralizados por 15 mL de uma solução aquosa de hidróxido de sódio 2,0 molar. A que conclusão você chega? 11. Um estudante verifica que 20 mL de hidróxido de potássio (KOH) 0,3 molar são necessários para neutralizar uma amostra de 30 mL de ácido clorídrico (HCl). Determine a molaridade do HCl. 12. Que massa de carbonato de cálcio (CaCO3) é necessária para neutralizar 20 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) de concentração 490 g/L? 10. Qual o volume de Mg(OH)2 0,4 molar necessário para neutralizar 80 mL de ácido clorídrico (HCl) 1,5 molar? 23 24 13. Qual a massa de ácido fórmico (HCOOH), que, dissolvida em 500 mL de água, resulta em uma solução que é completamente neutralizada por 500 mL de uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) 1 molar? 15. 0,3g de cloreto de cálcio (CaCl2) impuro é dissolvido em água e a solução é titulada, gastando 25 mL de oxalato de sódio (Na2C2O4) 0,1 molar. Qual é a porcentagem de pureza do cloreto de cálcio? 14. 1,4 g de Iodo foi dissolvido em álcool; a seguir, juntou-se água até o volume de 250 mL. Dessa solução, retiraram-se 25 mL, que foi titulados com 5 mL de tiossulfato de sódio 0,2 molar. Qual é a porcentagem de pureza do iodo analisado? Dado: I2 + 2Na2S2O3 2NaI + Na2S4O6 16. Para determinar a porcentagem de prata em uma liga, um analista dissolve uma amostra de 0,8g da liga em ácido nítrico (HNO3). Isso causa a dissolução da prata como íons Ag+. A solução é diluída com água e titulada com uma solução 0,15 molar de tiocianato de potássio (KSCN). É formado, então, um precipitado: Ag+ + SCN- AgSCN. E o analista descobre que são necessários 42 mL de solução de KSCN para a titulação. Qual é a porcentagem em massa de prata na liga? 25 26 17. 10 g de hidróxido de sódio impuro são dissolvidos em água suficiente para 500 mL de solução. Uma alíquota de 50 mL dessa solução gasta, na titulação, 15 mL de ácido sulfúrico 0,5 molar. Qual a porcentagem de pureza do hidróxido de sódio inicial? 19. O eletrólito empregado em baterias de automóvel é uma solução aquosa de ácido sulfúrico. Uma amostra de 7,50 mL da solução de uma bateria requer 40,0 mL de hidróxido de sódio 0,75 M para sua neutralização completa. Calcule a concentração molar do ácido na solução da bateria. 18. Para sua completa neutralização, uma amostra de vinagre de 5,0 mL consumiu 25 mL de uma solução que contém 0,20 mol/L de hidróxido de sódio. Supondo que o único componente ácido do vinagre seja o ácido acético (H3CCOOH), calcule a massa, em gramas, do ácido contida em 1 L de vinagre. 2.0 - ANÁLISE GRAVIMÉTRICA A análise gravimétrica ou gravimetria, é um método analítico quantitativo cujo processo envolve a separação e pesagem de um elemento ou um composto do elemento na forma mais pura possível. O elemento ou composto é separado de uma quantidade conhecida da amostra ou substância analisada. A gravimetria engloba uma variedade de técnicas, onde a maioria envolve a transformação do elemento ou radical a ser determinado num composto puro e estável e de estequiometria definida, cuja massa é utilizada para determinar a quantidade do analito original. ● O peso do elemento ou radical pode ser calculado a partir da fórmula química do composto e das massas atômicas dos elementos que constituem o composto pesado. A análise gravimétrica está baseada na medida indireta da massa de um ou mais constituintes de uma amostra. Por medida indireta deve-se entender converter determinada espécie química em uma forma separável do meio em que esta se encontra, para então ser recolhida e, através de cálculos estequiométricos, determinada a quantidade real de determinado elemento ou composto químico, constituinte da amostra inicial. ● A separação do constituinte pode ser efetuada por meios diversos: precipitação química, eletrodeposição, volatilização ou extração. 27 28 Na gravimetria por precipitação química, o constituinte a determinar é isolado mediante adição de um reagente capaz de ocasionar a formação de uma substância pouco solúvel*. Precipitação: em linhas gerais segue a seguinte ordem: precipitação > filtração > lavagem > aquecimento > pesagem *Inicialmente, o item em análise encontra-se em uma forma solúvel em determinado meio. Propriedades dos Precipitados Para obter bons resultados, você deve ser capaz de obter um precipitado “puro” e que possa ser recuperado com alta eficiência. Reagentes Orgânicos Tendem a ser mais seletivos 8-hidroxiquinolina – reage com mais de 20 cátions metálicos diferentes Características de um bom precipitado: - Ter baixa solubilidade - Ser fácil de recuperar por filtração - Não ser reativo com o ar, a água... - Ser algo onde o nosso analito seja apenas uma pequena porção do precipitado. Vários íons podem ser determinados por gravimetria: esses são precipitados com um reagente e pesados após secagem. Tabela I - Alguns elementos determinados por gravimetria O pH pode ser utilizado para controlar a seletividade. Ex: em meio alcalino, específico para Mg Dimetilglioxima – DMGF orma complexos apenas com Pd – amarelo, complexo fraco Ni – vermelho claro, complexo muito estável Uma vez que o Pd não é muito comum, DMG é considerado específico para Ni. * Nem sempre o constituinte pode ser pesado na mesma forma química de precipitação. É que, muitas vezes, uma forma de precipitação não se constitui em uma adequada forma de pesagem, seja por não possuir uma composição bem definida, seja por não suportar o processo de dessecação por aquecimento que quase sempre deve anteceder a pesagem. - A filtração pode ser efetuada com simples aparatos de vidro (funil de vidro) ou porcelana (funil de Büchner), com papéis de filtro apropriados e membranas.- O aquecimento pode ser realizado, conforme o caso, em bancada através de um simples aparato ou em muflas, onde temperaturas de 1400°C podem ser alcançadas. 29 30 CÁLCULOS EM ANÁLISE GRAVIMÉTRICA % Fe+3=0,173x100 Os cálculos realizados em gravimetria são relativamente simples, devendo-se ter cuidado especial com a correspondência de unidades, de modo geral: L > kg mL > g 0,485 % Fe+3 = 35,67 % Exemplo 1: Determinação de ferro em solo 0,485g de uma amostra de solo contendo ferro (II) e (III), foi oxidada e o ferro (III) precipitado como óxido de ferro hidratado (Fe2O3. xH2O). O precipitado depois de filtrado, lavado e calcinado pesou 0,248g, com o ferro na forma de óxido (Fe2O3). Qual o conteúdo de ferro(III) na amostra? Exemplo 2:Determinação de cálcio em águas naturais O íon cálcio é precipitado na forma do sal orgânico oxalato de cálcio (pouco solúvel) com ácido oxálico H2C2O4. O precipitado CaC2O4 é coletado em papel de filtro (este será convertido em CO2(gás) e H2O(vapor) pela ação oxidante do O2 atmosférico, sendo estes então eliminados), seco e aquecido até o rubro (calcinação). O processo converte o precipitado quantitativamente para óxido de cálcio (cal). O precipitado depois de calcinado é resfriado em dessecador e pesado. Usa-se um cadinho previamente aquecido, resfriado e pesado para a ignição do precipitado. O cálcio em 200mL de amostra de água natural foi determinado pela precipitação do cátion como CaC2O4. O precipitado foi filtrado, lavado e calcinado em cadinho com massa de 26,600g. A massa do cadinho, mais o precipitado calcinado (CaO PM=56,08g/mol) foi de 26,713g. Calcule a massa de cálcio (PM=40.08g/mol) por 100mL de amostra de água. Passo 1: Cálculo da massa de Fe+3 Passo 1: Cálculo da massa de Cão Dados do problema: m amostra = 0,485g m Fe2O3 = 0,248g MA Fe = 55,847g MM Fe2O3= 159,690g Reações: Amostra contendo D Fe+2 e Fe+3 + H+ -----→ Fe+3 + NH4OH -------→ Fe2O3. xH2O ------------→ Fe2O3 (HNO3) * (agente precipitante) (precipitado já calcinado) *digestão = oxidação Fe+2 a Fe+3 (massa cadinho + massa precipitado) - massa do cadinho = massa de CaO 26,713 26,600 = 0,113g mCaO = 0,113g Os cálculos em gravimetria são associados à estequiometria de reação. Ex.: 2NaI + Pb(NO3)2 ⇒ PbI2 + 2NaNO3 Se a massa de alguns reagentes ou produtos são conhecidas, as demais serão calculadas pela estequiometria de reação. Cálculo da massa de Fe+3 2 Fe+3 ------------------------------ Fe2O3 2 mols de Fe+3 ---------------1 mol Fe2O3 2 x MA Fe+3 ----------------- 1x MM Fe2O3 m Fe+3 -------------------- m Fe2O3 mFe+3 = 2x55,847x0,248 159,690 mFe+3 = 0,173 g Passo 2: Cálculo da % de Fe+3 na amostra. m amostra ------------ 100% m Fe+3 ------------- % Fe+3 0,485 g -------------- 100% 0,173 g -------------- % Fe+3 Passo 2: Cálculo da massa de Ca presente no material calcinado: CaO ----------------------------- Ca+2 1mol de CaO ------------------------------ 1mol Ca+2 1 x MM CaO ------------------------------- 1x MA Ca+2 mCaO-------------------------------- mCa mCa = mCaO x MACa+2 MMCaO mCa = 40,08x0,113 >> mCa = 0,081 g (massa do Ca em 200 mL de amostra) 56,08 Passo 3: Cálculo da massa de Ca em 100 mL de amostra mCa g --------------- 200 mL x g --------------- 100 mL x g = mCa x100mL >>> x g = 0,081x100 >>> x g = 0,041 g (massa de Ca em 100 mL 200mL 200 de amostra)