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10 de Junho de 2011
Foto de Ana Correia
ANO XVII - N.º 230 • MENSÁRIO INFORMATIVO • SAI À 2.ª SEXTA-FEIRA • 10 DE JUNHO DE 2011
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OS
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VOLUNTÁRIOS
DE GRÂNDOLA
Em Grândola
BIBLIOTECAS VÃO FUNCIONAR EM REDE
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10 de Junho de 2011
NOTA AOS ASSINANTES
Agradecemos que verifiquem a DATA DE PAGAMENTO
DAS RESPECTIVAS ASSINATURAS.
De ora avante canceleremos todas as assinaturas
em atraso, uma vez que colocar o Ecos na rua, tem
implicitamente os seus custos!
Pelo facto pedimos a compreensão de todos.
A DIRECÇÃO DO ECOS DE GRÂNDOLA
Os portugueses ao serem chamados mais uma vez a cumprir o seu
dever, decidiram mudar de orientação política do país. Agora é a vez
do PSD, cumprir a difícil tarefa que tem pela frente!...
O resultado eleitoral foi marcado por uma abstenção sem precedentes. O que nos leva a crer que mesmo perante o momento difícil
que o país atravessa, grande parte dos cidadãos, está não só descontente, mas principalmente descrente na classe política...Sintomas
mais que evidentes que algo vai mal na nossa democracia!
O que nos espera, já nós calculamos...agora como irá terminar é
que nós não sabemos. Teremos dois anos para fazer o que não foi
feito em 37 anos...Num país inquinado nos seus princípios, que se
habituou a viver do malabarismo político, do desbaratar da coisa pública sem qualquer pudor, vai ser muito difícil encontrar o rumo certo. A democracia terá que arranjar rapidamente mecanismos próprios para não estar exposta a todos estes fracassos. Ao longo destas décadas o país foi sucumbindo a guerras institucionais, à falta de
estratégia, a idiossincrasias paupérrimas, a atropelos, a interferências
entre Justiça e política, à má racionalização dos recursos que nos
chegaram, tal como a construção dos estádios de futebol, que há
quem já defenda a sua destruição, à falta de diálogo e de negociação
entre as várias correntes políticas, a um parlamento que nunca entendeu as mensagens, entre tantas outras que seria fastidioso enumerar!
Alternaram-se os governos, mas a tentação pelos lugares deixados foi
tal que as “vagas” serviram para colocar a clientela, em detrimento
da competência. O chapéu-de-chuva dos partidos é sempre pequeno
para acalmar as suas hostes! Os recursos não serviram para o país
crescer e ser competitivo.
E... se a crise é internacional, como se explica que sejamos os únicos que não crescemos na zona euro?
A propósito do memorando que temos que respeitar, ouvi alguns
políticos dizerem que “era um bom acordo”, espero que o tivessem
lido e compreendido as entrelinhas antes de o terem assinado, para
depois não virem dizer que não era bem assim... já não há paciência
para tanta negligência.
Esperemos que o futuro Primeiro-Ministro não seja permeável ao
clientelismo que tanto criticou, e que os seus ministros sejam eleitos
pela competência e rigor que Portugal necessita. Ao PS esperemos
que encontre rapidamente um novo líder, pois apesar de estar na
oposição terá que ser chamado a aprovar leis de um acordo, que
também assinou.
Rigor, transparência, competência e seriedade é o que se exige à
classe política para ultrapassarmos um dos momentos mais negros
da nossa História. 
L.C.F.C.S.
SAI À 2.ª SEXTA-FEIRA DE CADA MÊS
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Augusto; Alexandre Dale; Padre Manuel do Rosário; M.V.R; Germesindo Silva; A. J. da Costa Neves; A.J.P; J.F.C; José Miguel Abreu; CPS/PSD de Grândola; C.P.C. do PS de Grândola; Comissão
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Crise II
Em Outubro do ano passado escrevi sobre este tema nas páginas deste
Jornal e interrogava-me pela forma como se geria um País com crescimentos
económicos muito próximos do zero e que gastava na altura cerca de 6% a
mais do que produzia. E a resposta era: endividando-se. Ora os meus leitores,
mesmo não sendo economistas na sua maioria, compreendem que quando nos
vamos endividando sistematicamente nas nossas casas e às tantas já pedimos
empréstimos para pagar outros empréstimos chegará a altura em que o banco
que nos empresta o dinheiro duvidará da nossa capacidade para saldar a nossa
dívida. E mais: se apesar de todo o dinheiro emprestado continuarmos sem
aumentar a produtividade ganhando consequentemente mais, as dúvidas ainda
serão maiores.
Foi mais ou menos isto que se passou com o nosso País e a teimosia ou
arrogância de quem nos governa em não pedir auxílio externo quando devia
ainda agravou mais a situação e marcou de forma muito negativa o nome de
Portugal no exterior. Mas ao contrário do meu leitor que se não pagar o que
deve ao banco verá todos os seus bens confiscados e no limite irá parar à prisão, aos nossos governantes que nos
conduziram a todos a esta dita Crise não acontecerá nada: continuarão a apregoar as virtudes deste ou daquele
sistema político, farão mais uns discursos inflamados contra a oposição, comprarão mais uns fatinhos Armani e
irão repousar-se numas merecidas feriazitas no Pine Cliffs ! Enquanto isso o meu leitor dará voltas à cabeça e ao
seu orçamento familiar para conseguir pagar as prestações ao banco, a água e a electricidade, com IVA no máximo, e as contas no supermercado. E se tiver a sorte de ter filhos a estudar no sistema público de ensino superior
(o tal que é marca do Estado Social) lá terá que se esmifrar para conseguir arranjar 300 euritos por trimestre
para pagar as propinas dos crianços. E com alguma sorte pode ser que lhe sobre algum dinheiro para ir dar uns
mergulhitos a Melides. Sim, porque tempo para férias é coisa que não falta neste País!
E agora num tom mais sério: chega a roçar o insulto ao povo português ver o nosso Primeiro Ministro e o seu
alter ego Silva Pereira a desculparem-se constantemente com a oposição pelo estado em que puseram as contas
públicas, isto apesar de alguns economistas sérios (estou a lembrar-me de Medina Carreira) há muito alertarem
para que um dia esta crise iria chegar. Mas não: segundo o nosso PM a crise é internacional e a culpa é dos malandros da oposição que não o deixaram cortar mais nas reformas e deixaram entrar o FMI, entrada contra a qual
ele lutou desesperadamente chegando a dizer que se recusava a governar com tal gentinha.
É preciso lata! Muita lata! 
O Amigo de Alex
A revesitação
I – Da “entourage”que cerca a Praça de D. Jorge de Lencastre destacamos
hoje o lado sul, onde em tempos existiu a Igreja da Misericórdia e o primeiro
hospital da mesma instituição, edifícios que demolidos deram lugar anos mais
tarde ao Cine- Teatro Grandolense e à Música Velha e anos após sob os auspícios da CMG, os edifícios foram reconstruídos, remodelados e acoplados
dando lugar a amplos e funcionais espaços adaptados às múltiplas valências
que as artes musicais e do espectáculo contém.
Na Música Velha (SMFOG) a sombra tutelar de Zeca Afonso continua a
pairar como símbolo eterno da construção da resistência aos regimes opressivos
i
e di
ditatoriais.
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No 25 d
de Ab
Abrilil fui lá ver, relembrar e comparar, e não pude deixar de registar com agrado a
acoplagem bem sucedida entre aquelas duas entidades da cultura popular, o cinema e o teatro, e a música.
A idade relembra, é a sua obrigação, ou / e acicata a memória, e foi inevitável o confronto fraterno com o
passado.
Clara Ferreira Alves escrevia há dias na “Pluma Caprichosa”sobre “a mentalidade de criado”nas sociedades
Salazaristas de senhores e servos, nas relações assentes sobre a escravidão e a ignorância, rumo à subserviência
integrada.
Na Grândola desse tempo essa questão de escravos / ignorantes já nem se punha existindo sim uma resistência
politica umas vezes surda, ou às claras e a consequente repressão. Naquele tempo de menino e moço, Grândola
era toda ela um Campus Universitário, com faculdades por todo o lado, de electricistas, mecânicos, torneiros
mecânicos, pedreiros, mestres de obras, ferreiros, latoeiros, padeiros, comerciantes de pequeno comercio,
armazenistas, operários corticeiros nas fábricas e nos campos, e as suas subespecialidades: tiradores, empilhadores,
caldeireiros, raspadores, escolhedores, rabaneadores, quadradores, enfardadores, etc. etc. todos eles e muitos
outros aqui não citados, mestres nas suas profissões, frequentando a Universidade da Vida, ensinando com o saber
da prática e da inteligência. Operários de dia, outros músicos à noite. Por isso os “vi”a todos ao malho ou na forja,
no acordeão ou na requinta, no banjo ou no clarinete. E “eles” sorriam, contentes que estavam. E eu de lágrima
ao canto do olho sorria com eles, ao “ver” aqueles amigos de outrora que o tempo há muito levara!
Eis renovadas aquelas magnas salas dos estudos
Na Grândola eterna da saudade
A música e o teatro de grandes e miúdos
Na antecâmara real da Universidade
II – Vinte de Maio de 2011. O meu amigo Helder Costa é agraciado com a medalha de honra da Sociedade
Portuguesa de Autores “SPA”pelos seus méritos como homem das letras, do teatro e como dramaturgo e
encenador. No lamechas em que me estou tornando, continuo a sentir como próprios os triunfos dos amigos.
A 16 de Junho pf, pelas 16 horas o Helder estará em Grândola no Auditório Granadeiro apresentando a peça
“As peúgas de Einstein”. Se puder lá estarei, como já o fiz em Lousada onde no fim do espectáculo, emocionado
só consegui balbuciar duas palavras: Helder obrigado! Perante uma assistência jovem na maioria.
Gostaria que a juventude de Grândola apreciasse esta peça. “As peúgas de Einstein”não têm aquele odor tão
depreciativo.
“As peúgas de Einstein” cheiram a ....
III – Houve eleições e o Bartoon (Luís Afonso)questionava-se perante o FMI (federação da malandragem
internacional)o verdadeiro e efectivo governo de Portugal, se nos deveríamos dar ao trabalho de contar os votos.
Ou como dizia Eça de Queirós há cem anos:”Qual é a posição dos deputados; na aparência sentados, por
dentro de cócoras”. 
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Festa da Penha 2011
Falta apenas a Cantata a Nossa Senhora da Conceição. Padroeira de Portugal,
para podermos encerrar as Festas da Penha 2011. De qualquer modo é possível
desde já fazer um balanço das festividades que, cada ano, vão atraindo mais
grandolenses e visitantes aos diferentes momentos do Programa Religioso e
Cultural que a Comissão de Festas, com critério, procura ir elaborando e enriquecendo.
Uma nota característica que qualquer observador atento concluirá é que
há uma aposta, sobretudo, nas pessoas e nos grupos locais, oriundos de quase
todas as freguesias e aldeias do concelho de Grândola, sinal das suas grandes
potencialidades e sinergias.
Uma outra nota é o aumento impressionante do número de participantes
nas procissões, quer na das velas, de dia 21, quer na das rosas, no dia 28 e o
ambiente de silêncio, de respeito e de oração que é possível encontrar. O
próprio pregador deste ano, o conhecido Franciscano, Pe. Vitor Melícias, o
manifestou nas belas e entusiasmadas palavras com que nos brindou.
Há ainda um elemento a reter destas Festas: a visita da Imagem de Nª Srª
da Penha aos diversos locais da freguesia de Grândola e às Instituições que a
desejam receber: este ano a Santa Casa da Misericórdia e a Creche e Jardim
de Infância. Há, contudo, uma reciprocidade que importa salientar: nas duas
procissões foi possível ver, não apenas a presença de grupos e estandartes
da Paróquia, mas também elementos de grupos e associações locais, com os
respectivos estandartes e trajes. Este parece ser um filão de tradição e identidade que, no futuro,
poderá vir ainda a ser mais explorado.
O tempo, nem sempre favorável, levou a algumas alterações que, no entanto, não retiraram nenhum brilho ao Programa, pois, o povo continuou, em massa, a marcar presença e a confirmar que
estas Festas são festas do povo, de todo o povo, mesmo daquele que não sendo sempre claro nas
suas expressões de fé e de militância cristã, não deixa de reconhecer as raízes profundas que as
festas encerram e que, por isso, devem ser mantidas e aprofundadas. Esperemos que no próximo
ano, um maior envolvimento das forças vivas da Sociedade, em ligação com o Município e a Junta
de Freguesia, possa dar às ruas, às montras e aos diferentes locais por onde a procissão passará
uma nota de festas que permita, não só aos locais, mas também aos turistas e visitantes perceberem que Grândola está em Festa e que festeja efusivamente a sua padroeira, Nª Srª da Penha.
A inauguração de algumas das artérias em obras até há pouco foi um gesto de simpatia e consideração por parte do Município que não pode deixar de ser referido.
Como nota final é de salientar o envolvimento de grande parte das forças vivas da Comunidade: cumpre-se assim o tal ditado que, segundo o qual, a união faz a força e, em terra de fraternidade, quando as pessoas e as instituições se unem todos temos a ganhar. Parabéns à Paróquia e a
todos os que estiveram envolvidos de forma mais ou menos visível nestas Festas. 
Observador atento
ALIMENTAÇÃO & COMPANHIA
A Desidratação na 3ª Idade
Figueira - nome cientifico “Ficus carica”
Trata-se de uma árvore muito comum e bem adaptada à nossa região. Podemos vê-la tanto nas zonas mais
marítimas do Carvalhal, ou Melides como no interior,
na serra de Grândola. Em Portugal, as zonas de produção mais importantes são o Algarve, Moura e Torres
Novas. São árvores de porte médio com folhagem caduca e a sua plantação é feita com estacas enraizadas,
na altura do inverno ou então com plantas envasadas
na restante altura do ano.
As variedades mais cultivadas são Pingo de Mel, Bêbera Branca, Lampa Preta e Olho de Perdiz. Os figos
amadurecem a partir de Junho (São João) até Setembro. Podem ser consumidos em fresco ou secos, em compota e doçaria em que o Algarve é
sem dúvida, a região-rainha.
Curiosidades….
A Figueira é a primeira planta a ser descrita na Bíblia, onde Adão se cobre com as suas folhas
para tapar a nudez. 
Manuel Baião
Sabia que o envelhecimento faz com que os receptores pela transmissão da sede percam sensibilidade, adiando a sensação de sede e conduzindo consequentemente à Desidratação?
Muitas vezes, os sinais da desidratação são confundidos com os de outras doenças, o que faz com
que seja diagnosticada já num estado avançado. Alguns dos sinais mais importantes são:
– boca e lábios secos
– urina pouco abundante, com coloração e cheiro intensos
– dores de cabeça
– dificuldade de concentração e fadiga
– dores musculares e articulares
– febre
– prisão de ventre
– problemas neuromusculares (sonolência brusca, quedas, irritação, agitação)
– tensão arterial baixa
– prega cutânea persistente ( a pele não volta ao lugar depois de puxada)
Assim, o idoso deve:
– ingerir diariamente 1,5 a 3L de água
– ter sempre à mão uma garrafa de água para ir bebendo ao longo do dia, sem “esquecimentos”
– aumentar a ingestão de alimentos ricos em água, tais como sopa, fruta, legumes, leite, sumos e chás
– observar se a sua urina é clara e sem cheiro
– evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e de bebidas açucaradas, pois não são eficazes na hidratação
É extremamente importante que a pessoa idosa aprenda a beber água mesmo sem sentir Sede
para evitar situações de Desidratação! 
Vanessa Flor da Rosa – Dietista
10 de Junho de 2011
Premissas para um novo mundo
“Está a emergir nas nossas vidas uma nova civilização, e há cegos por toda a parte a tentar suprimi-la. Essa
nova civilização traz consigo novos estilos familiares, formas diferentes de trabalhar, de amar e de viver, uma
nova economia, novos conflitos políticos e, para alem de tudo isto, uma consciência modificada, igualmente.
in “Criando uma nova civilização”, Alvin e Heidi Toffler, Livros do Brasil, 1995
Há por aí, desde há muito, um pensamento peregrino, dado que transversal a grupos muito diversos, jovens e idosos, partidos de esquerda e de direita, donas de casa e engenheiros, doutos e ignorantes, e que consta do seguinte: quem não vota perde o direito à crítica política. Ou, noutra versão
mais ao jeito popular: não votaste e agora queres o quê?
Em primeiro lugar, este pensamento é perigoso, porque de índole fascista: os mesmos que advogam
o dever do voto, dado que este foi uma das conquistas primordiais da democracia, são os mesmos
que assim limitam a capacidade e a possibilidade de intervenção cívica, social e política, ao gesto de
marcar uma cruz num papelinho, e agora é convosco ó senhores políticos, vão lá então governar. Mais:
consideram o não voto como uma atitude desprovida de significado político.Todavia, acham que é honesto, consciente e legítimo fundamentar a votação numa lógica de escolha “do melhor dos piores”,
quando nenhum dos candidatos colhe consenso, e com esse exercício de estupidez se congratulam.
Pois deixem que vos diga: vocês que votam, na hora em que vos doem os impostos novos e o desemprego e a corrupção e toda a vilanagem que, com o vosso voto, o tal, a arma do povo, legitimaram,
podem pretender silenciar a minha voz, mas nunca o farão ao meu pensamento. De tal modo que a
minha indignação será igual à vossa. Eu que não votei.
E dado que penso, que nisso me afirmo como homem livre e do mundo todo, parece-me que de
vez em quando ganharíamos em olhar para o mundo inteiro, precisamente, em vez de nos limitarmos
ao nosso pequeno cantão (concelho, povoação, rua), porque o infinitamente pequeno espelha o infinitamente grande, e compreender um é compreender o outro.
Assim, quando votas, estás a dizer: há um conjunto de regras neste jogo da organização das sociedades
com as quais concordo e que desta forma aceito.
Eu, quando não voto, estou a dizer: o mundo está a mudar, as velhas organizações estão a rebentar
pelas costuras e eu nego-me a fazer parte desta farsa.
Ou, dizendo de outro modo: votar é legitimar um sistema que tem dado provas de ser um modelo
esgotado (e, por favor, parem de confundir sistema com regime). Mesmo que me digam: mas qual a
solução, assim sendo? Bom, se a tivesse, o mundo era meu (tal como seria o amante de todas as mulheres do mundo se inventasse a roupa que não precisa de ser passada a ferro e casas que se limpem
a si próprias). Mas pensem: no tempo das monarquias vigentes, alguém deve ter dito exactamente o
mesmo. E depois apareceram as repúblicas, as democracias. Nada é impossível. Mas o mundo só muda
pelo saber, e saber exige cuidado e tempo.
Motivado por estas reflexões, que me acompanham de forma coerente e continuada desde há
coisa de trinta anos, lembrei-me há dias de reler um autor que abre luz sobre estas inquietações de
uma forma lúcida e ainda nova. Refiro-me a Alvin Toffler, que, conjuntamente com a sua esposa, desde
1970, data de publicação da sua obra seminal “O choque do futuro”, estuda as grandes transformações que se verificam actualmente nas sociedades humanas. Dado que Toffler perspectiva não só o
presente mas também as consequências deste no futuro, apelidaram-no de “futurista”, o que, nada
tendo a ver com o programa estético de Marinetti, por outro lado facilmente se cola, pelo ambíguo
termo, ao charlatanismo de videntes e quejandos, retirando-lhe alguma pertinência e valor.
Não sendo eu discípulo de Toffler (nem de ninguém, já agora), e reconhecendo falhas graves no seu
pensamento, não posso deixar no entanto de o expor aqui, num resumo que não dá o mais que um
pálido vislumbre do seu alcance e implicações, mas que pelo menos vos poderá dar as linhas gerais
da sua visão do mundo, tal como ele se mostrará a quem lhe retira os véus.
Diz então Toffler que o mundo avança por vagas de mudança, e que até agora nos confrontámos com
três dessas vagas: a primeira, a agrária, implicou a passagem do nomadismo ao sedentarismo, dominou
durante milhares de anos, e ainda subsiste; a segunda, a industrial, ainda viva também, teve todavia um
reinado de apenas 300 anos; e, enfim, a terceira vaga, que o autor apelida “do conhecimento”, e que outros dirão “da informação”, o que não é bem a mesma coisa, que me desculpe a impertinência o senhor
Walter Benjamin. Ora, coexistindo estas três vagas na singularidade temporal que é o dia de hoje, se
bem que com forças e expressões desiguais, o mais normal é que se sucedam os conflitos entre elas.
Voltando ao nosso tema de entrada, o que acontece, quando votas, é que estás a legitimar as organizações da primeira, mas principalmente da segunda vaga: os teus políticos, aqueles que eleges, sejam
eles quais forem, neste momento, são tão só os representantes de um mundo que já era ou que está a
deixar de ser, e os seus actos, as suas palavras, a sua argumentação, a sua lógica e os seus processos,
mais não são que actos de desespero, relativamente a um controlo do poder que cada vez mais teima
em escapar-lhe entre os dedos. Só não percebo como é que legitimas isso e dormes descansado.
Onde falha Toffler, então? Em primeiro lugar, na sua visão “americana”, que é o território privilegiado do seu estudo: o mundo é maior que os EUA. Em segundo lugar, no optimismo: the future’s so
bright I gotta wear shades, pois é, mas minimizar a capacidade de adaptação das corporações equivale
a uma cegueira que nos poderá sair cara: o capital vai unir-se ao divino (afinal, o “fim da história” é
isso que preconiza, dado que a modernidade não anulou os insondáveis mecanismos da fé), a política
será apenas mais um mercado, os produtos científicos serão argumentos de gestão de um real fundamentado no número e no anonimato (mas isso sou eu que penso assim, mais ninguém, e espero
estar enganado). Em terceiro e último lugar, na tentação “populista” de alguma futurologia tout court:
basta pesquisarmos na www e encontramos imagens fantásticas dos nossos antecessores, em 1850,
acerca de como seria o mundo no ano 2000. Quer dizer: entendo a tentação de Toffler, mas ganharia
em imaginar o que pode ser exacta e somente enquanto tal.
Sim, já sei que votaste. Agora, já podes ter todas as opiniões que quiseres. Só a palavra “não” te
escapa. Sabes que mais? Azarito. Mas não posso deixar-te na dúvida: não votar, seria como parar para
pensar. Talvez um dia percebas: por exemplo, que Portugal podia reganhar o mundo pela primazia e o
arrojo das suas opções. Claro que, uma vez mais, a outra Europa é que o fará. E nós a ver: uns jovens
em Espanha, uns povos árabes quaisquer.
Livro do mês:
Talvez achem estranho, dado o autor que estive a apresentar, mas destaco, desta feita, o livro “Portugal
– o medo de existir”, de José Gil (Relógio D’Água, 2005), que aborda de algum modo algumas das questões
acima expressas, mas apontando faróis ao “caso português”. E o pensamento de José Gil é tão certeiro e de
boa intuição que só lamento não ter feito uma obra mais pormenorizada, em alguns casos que refere, ou
seja, as 142 páginas do livro queria-as eu 400, e algumas de quatrocentas com não mais que cem, que me
desculpe o senhor Eduardo Lourenço, até mesmo o senhor Fernando Pessoa.
http://en.wikipedia.org/wiki/Alvin_Toffler 
Alexandre Dale
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Let me In
(Deixa-me Entrar),
de Matt Reeves
Abby é uma misteriosa miúda de 12 anos que se muda para a casa
ao lado da de Owen. Owen, além de socialmente excluído, é fortemente perseguido na escola e, na sua solidão, cria uma profunda ligação com a nova vizinha que ela acha
diferente de toda a gente que já conheceu. À medida que uma série de sinistros assassinatos ocorrem
na cidade, Owen tem que encarar o facto de que esta aparentemente inocente miúda é, na realidade,
uma selvagem vampira.
Hollywood continua a sua saga de fazer remakes de bons filmes estrangeiros.
Let me In, de Matt Reeves (Cloverfield) é uma cópia quase perfeita do excelente filme sueco Let the
Right One In, com o habitual toque final e muitos mais efeitos CGI que, a meu ver, são perfeitamente desnecessários. O filme, no seu todo, é bom, tem boas interpretações - Chloe Moretz (Kick-Ass), Kodi SmitMcPhee (The Road), Richard Jenkins (da série Six Feet Under e nomeado ao Oscar por The Visitor), Elias
Koteas (Crash,Thin Red Line) - , tem uma boa história mas, se tivesse de escolher, preferia o filme original.
Hævnen, de Susanne Bier
Em Hævnen (titulo português é Num Mundo Melhor), Anton é um médico que divide o seu tempo
entre a sua casa, numa cidade dinamarquesa, onde vive separado da mulher e dos filhos devido a um
erro que cometeu, e o seu trabalho num campo de refugiados em África. Um dos seus filhos, Elias, é
vitima de bulling na escola e segue o exemplo do Pai, de não responder com mais violência. No meio da
sua solidão, Elias torna-se amigo de um novo colega, Christian, recentemente chegado à cidade, órfão
de Mãe, vitima de cancro, e revoltado contra o Pai que acusa de não ter feito tudo para a salvar. Um dia,
Christian ajuda Elias que estava novamente a ser agredido por um colega e esse acto vai desenrolar uma
espiral de violência que os vai afectar a ambos e às suas famílias.
Cada filme de Susanne Bier é uma panóplia de emoções, quer pelos temas polémicos que aborda,
quer pela forma como consegue entrar no intimo das personagens e levar isso ao espectador.
Hævnen (que significa “vingança”) venceu o Golden Globe e o Oscar para melhor filme estrangeiro. 
João Bizarro
momentos
t s
A decisão é um momento de liberdade. É fulcral, é acção na determinação de um rumo e o curso da vida altera-se de modo imperceptível ou perceptivelmente. E para quem tenha de decidir
sobre mudanças drásticas os momentos que antecedem a decisão são momentos de grande pressão, de dúvida ou mesmo de angústia porque se sabe que altera. Sobretudo, acciona novos destinos.
O 25 de Abril de 1974 é exemplo de uma decisão que mudou o curso do País e consequentemente a vida de milhões de pessoas, muito para além das suas limitações geográficas.
Em Angola, à uma hora da madrugada de 25 de Abril de 1974 (recordo a diferença horária de
então), preparavam-se dois bancários para deixarem o Banco, quando a rádio deu notícias de
que movimentações de tropas não identificadas se verificavam na Metrópole com contornos não
definidos. Um dos bancários parou a sua azáfama, atento às notícias e disse que algo de estranho
se passava em Portugal. A partir desse momento, começou a ter gradual conhecimento da revolução, coisa estranha, sobretudo para quem não estava minimamente politizado. Progressivamente
durante o dia as notícias foram sendo mais esclarecedoras e a tomada do poder pelas tropas
ficou melhor esclarecido no dia seguinte. Digerida e aceite a revolução as suas ondas de choque
começaram a agitar Angola. Primeiro suavemente e depois violentamente.
Até ao início do ano de 1975, todas as conjecturas foram possíveis como a discussão da fundação de partidos ou de movimentos políticos, considerando a independência de Angola com todos
os seus filhos, isto é, incluindo os brancos. O ambiente geral era de boatos, de afrontamento da
autoridade colonial por parte dos movimentos da libertação e de provocações entre eles. Os
combates entre movimentos começaram a ser generalizados primeiro no Norte e depois progressivamente a todo o território angolano. Era o esboroar do poder o desfazer de uma sociedade. Um
ambiente difícil para decisões. Milhares de pessoas decidiam novos rumos, num clima de medo, desordem e de perigo. São muitas as histórias individuais que ilustram a vivência daqueles momentos.
Um casal a residir no norte de Angola para salvaguarda dos seus filhos, porque a luta entre os
movimentos de libertação já era frequente, tomou a decisão de levar as suas crianças para junto
dos avós que viviam no Sul, aonde ainda não se registavam combates. Regressam ao Norte para
cuidarem do que haviam de cuidar e desaparecem sem nunca mais se conhecer o seu paradeiro.
A viúva, no Sul, preparou a sua fuga para Portugal com cuidado, até tinha um pequeno saco com
diamantes que era a sua salvaguarda na Europa. Na noite anterior ao dia aprazado para viajar foi
acordada com a informação de que o seu único filho estava em conflito com um dos movimentos,
ali numa terra a uns quinze quilómetros de casa. Levanta-se, mete-se no carro e vai socorrer o
filho. Salva o filho, mas nunca mais regressou a casa, conseguiu apenas o objectivo de chegar a
Portugal, sem nada, com o filho e com a mente cheia de diamantes. Mas a maioria das pessoas não
tinham Norte, corriam de este para oeste e de sul para norte procurava como fugir, e o que comer,
confusas. A decisão que as afectava tinha sido tomada a seis mil quilómetros de distância, eram
marionetes, embora a globalização económica e politica fosse embrionária nos anos setenta do
século XX. Havia sim o bater de asas de uma borboleta que sempre globalizou e afectou o Mundo.
No século XXI o bater de asas da borboleta é muito forte. Caiem algumas financeiras na
América e caiem muitos mais pelo Mundo fora. Estremece a América, treme a Europa e esvaemse Estados mais fracamente estruturados. È preciso tomar rumo, tomar uma decisão. Portugal
tomou-a. Chamou o fundo monetário internacional, isto é, pediu dinheiro emprestado e tem de
cumprir regras acordadas. Nada mais do que isso. Não vejo a sociedade desorganizada, não vejo
medo, não vejo violência generalizada, não vejo desordem, vejo sim um País entre os vinte e cinco
mais desenvolvidos do Mundo, vejo apreensão e muitas dificuldades, sobretudo, para quem não
tem emprego e vejo também muitos sofistas, que falam, falam… até parece um catarse. O Estado
tomou uma decisão. E o Povo, como sempre, luta e age para a sua salvaguarda.
Se decido tenho problemas, se não decido problemas tenho, então entre decidir e não decidir
prefiro decidir; dizia algo semelhante John Kennedy, quando da crise com a instalação dos mísseis
em Cuba. Na crise só resta agir. Depois da decisão a acção é fundamental. Portugal só poderá
sair reforçado depois destes momentos difíceis, pois o contrario é soçobrar. Não há alternativa.
Trabalho e contenção financeira é o futuro. 
José Monteiro
6
10 de Junho de 2011
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
Deliberação N.º 118
Carlos Vicente Morais Beato, Presidente da Câmara Municipal de Grândola, torna público, nos termos e para os efeitos do disposto na alínea d) do n.º 4 do artigo 148.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, que a Câmara
Municipal reunida em 10 de Março de 2011, deliberou, por unanimidade, aprovar e remeter para aprovação da Assembleia Municipal de Grândola, a proposta de alteração por adaptação do Plano de Urbanização de Tróia que foi
ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2000, de 9 de Maio. ------------Mais torna público que a Assembleia Municipal de Grândola, na sua 2ª sessão ordinária realizada no dia 30 de Abril de 2011, deliberou, por unanimidade, aprovar, nos termos do artigo 97º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de
Setembro, a proposta de alteração por adaptação do Plano de Urbanização de Tróia. ---------------------------Nos termos do disposto na alínea d) do n.º 4 do artigo 148.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, manda publicar em anexo a planta de zonamento, a planta de condicionantes e o regulamento actualizados. -------------Grândola, Paços do Concelho, aos 20 dias do mês de Maio de 2011. ---------------------O Presidente da Câmara
Carlos Beato
REGULAMENTO DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DE TRÓIA
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º Objecto
O presente Regulamento estabelece o regime de uso do solo na área territorial abrangida
pelo Plano de Urbanização de Tróia, adiante designado por PU de Tróia.
Artigo 2.º
Âmbito territorial
A área de intervenção do PU de Tróia encontra-se delimitada na planta de zonamento e
é definida genericamente pelos seguintes limites:
a) A norte e a nascente pelo rio Sado;
b) A poente pelo Atlântico;
c) A sul (a poente da estrada) pelo caminho existente adjacente à antiga lixeira e (a
nascente da estrada) pelo caminho a norte da ETAR.
Artigo 3.º
Principais objectivos
O PU de Tróia visa a prossecução prioritária dos seguintes objectivos:
a) Salvaguarda dos recursos naturais e valorização do património natural e cultural;
b) Qualificação e diversificação da oferta turística;
c) Funcionalidade do conjunto, conferindo uma identidade à imagem da península de
Tróia.
Artigo 4.º
Composição
1 - O PU de Tróia compreende elementos fundamentais, elementos complementares e
elementos anexos.
2 - Os elementos fundamentais do PU de Tróia consagram o regime de uso do solo para
a área territorial abrangida, compreendendo:
a) O Regulamento, traduzido graficamente nas plantas referidas nas alíneas b) e c) do
presente número;
b) A planta de zonamento, à escala de 1:5000 (desenho n.º 1);
c) A planta de condicionantes, à escala de 1:5000 (desenho n.º 2).
3 - Constituem elementos complementares do Plano:
a) O relatório;
b) A planta de enquadramento, à escala de 1:100 000 (desenho n.º 3);
c) A planta de síntese de aptidão paisagística, à escala de 1:5000 (desenho n.º 6);
d) A estrutura da rede viária, circulação de transportes públicos e estacionamento, à
escala de 1:15 000 (desenho n.º 7);
e) A planta da rede principal de abastecimento de água e dos sistemas principais de
esgotos residuais e pluviais, à escala de 1:10 000 (desenho n.º 8);
f) A planta da rede principal de distribuição de energia eléctrica, à escala de 1:10 000
(desenho n.º 9).
4 - Constituem elementos anexos ao Plano:
a) O extracto da planta de ordenamento do PDM, à escala de 1:25 000 (desenho n.º 4);
b) A planta da situação existente, à escala de 1:10 000 (desenho n.º 5).
Artigo 5.º
Vinculação
1 - O PU de Tróia vincula as entidades públicas e ainda, directa e imediatamente, os
particulares.
2 - Nos termos do disposto do número anterior, a concretização e a execução do PU de
Tróia determinam o dever de coordenação entre as diversas intervenções da administração
directa e indirecta do Estado, bem como entre estas e as intervenções da Câmara Municipal
de Grândola.
Artigo 6.º
Definições
1 - Área urbanizável – área afecta à instalação de infra-estruturas ou de equipamentos
destinados a servir ocupações que, independentemente do uso do solo preconizado para a
operação urbanística, envolvem, em parte ou na totalidade de um ou mais prédios, imediata
ou subsequentemente, um processo de edificação. Consideram-se áreas urbanizáveis as zonas delimitadas na planta de zonamento com a designação de «área mista», «hotel», «aparthotel», «aldeamento turístico», «moradias turísticas», «área de reserva de equipamentos de
utilização pública», «área de comércio e serviços», «área desportiva», bem como as zonas
correspondentes à «rede viária» e «infra-estruturas portuárias».
2 - Área bruta de construção — superfície total do edifício, medida pelo perímetro exterior
das paredes exteriores, nela se incluindo varandas privativas, locais acessórios e espaços de
circulação, com exclusão de áreas em cave destinadas exclusivamente a estacionamento.
3 - Área preferencial — área cuja ocupação se considera preferencial numa perspectiva
de protecção e valorização ambiental, em função da concreta ponderação da natureza da
utilização proposta. Dependendo o efectivo desenvolvimento dos projectos dos processos
de avaliação de impacte ambiental a enquadrar em futuros planos de pormenor, a sua identificação tem carácter meramente indicativo.
4 - Área potencial de ocupação turística — área afecta a projecto de natureza turística a
sujeitar a avaliação de impacte ambiental.
5 - Densidade populacional — quociente entre a população prevista e a área urbanizável,
expressa em habitantes/hectare.
6 - Índice de construção bruto — quociente entre o total da área de pavimentos e o total
da área urbanizável.
7 - Cércea — dimensão vertical da construção contada a partir do ponto de cota média
do terreno no alinhamento da fachada até à linha superior do beirado ou platibanda ou
guarda do terraço.
8 - Número de pisos — número total de pavimentos sobrepostos, incluindo as caves com
uma frente livre e os aproveitamentos das coberturas em condições legais de utilização.
9 - Camas turísticas — lugares (por pessoa) em estabelecimentos hoteleiros e em meios
complementares de alojamento turísticos previstos no Decreto-Lei n.º 167/97, de 4 de Julho.
10 - Reabilitação — processo de transformação do espaço urbano, compreendendo a
execução de obras de conservação, recuperação e readaptação de edifícios e de espaços
urbanos, com o objectivo de melhorar as respectivas condições de uso e habitabilidade, conservando, porém, o seu carácter fundamental.
11 - Renovação — reconstrução de uma área degradada, implicando a demolição dos edifícios existentes.
5 - As áreas verdes de reserva natural devem ser vedadas de modo a impedir a circulação de pessoas e veículos.
6 - Podem ser admitidas construções ligeiras, para apoio das praias, em locais previamente determinados.
CAPÍTULO II
OCUPAÇÃO, USO E TRANSFORMAÇÃO DO SOLO
SECÇÃO I
Disposições genéricas
Artigo 7.º
Servidões administrativas e restrições de utilidade pública
1 - Na área de intervenção de Tróia são consideradas as seguintes servidões administrativas e restrições de utilidade pública:
a) Reserva Ecológica Nacional;
b) Reserva Natural do Estuário do Sado;
c) Domínio público hídrico;
d) Área de jurisdição da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra;
e) Servidão das ruínas de Tróia;
f) Servidão das instalações da Marinha;
g) Servidões rodoviárias;
h) Servidão da rede de armazenagem e distribuição de água;
i) Servidão da rede de drenagem de águas residuais e ETAR;
j) Servidão da rede de distribuição de energia eléctrica.
2 - As áreas sujeitas a servidões administrativas e restrições de utilidade pública são descritas no relatório e identificadas na planta de condicionantes e no anexo II deste Regulamento,
que dele faz parte integrante.
3 - Nas áreas sujeitas às servidões administrativas e restrições de utilidade pública referidas no n.º 1, as ocupações e os usos que vierem a merecer parecer favorável das entidades
competentes, nos termos da legislação aplicável, ficam sujeitos ao cumprimento das regras
constantes do presente Regulamento.
Artigo 12.º
Áreas verdes de protecção
1 - As áreas verdes de protecção são áreas que contêm elementos ou conjuntos de
relevante interesse natural ou cultural e que por esse facto exigem cuidados especiais de
protecção e consequentes restrições ao livre uso do território.
2 - Nestas áreas apenas se admite a instalação de rede de vias pedonais, de vias para
ciclistas e para cavalos e de equipamentos de estada em materiais naturais.
3 - Sem prejuízo de acções pontuais conducentes à recuperação do relevo e ou à revitalização do coberto vegetal autóctone, nas áreas verdes de protecção é interdita qualquer
acção ou actividade que implique a destruição do relevo, do solo ou a degradação do estado
actual da vegetação.
Artigo 8.º
Tipos de uso
São permitidos, nos termos do presente Regulamento, os seguintes tipos de uso:
a) Áreas verdes, que se subdividem em áreas verdes de reserva natural, áreas verdes de
enquadramento, áreas verdes de protecção e áreas verdes de recreio e lazer;
b) Áreas urbanas, que se subdividem em áreas residenciais e uma área mista;
c) Áreas turísticas, que integram hotéis e aparthotéis e aldeamentos turísticos e moradias
turísticas;
d) Áreas de equipamentos, que se subdividem em área desportiva e área de reserva para
equipamentos de utilização colectiva;
e) Áreas de comércio e serviços.
Artigo 9.º
Unidades operativas de planeamento e gestão
1 - As unidades operativas de planeamento e gestão (UNOP) são sujeitas a plano de pormenor, ficando o licenciamento de construções nestas áreas condicionado à sua entrada em vigor.
2 - As UNOP consideradas no PU de Tróia são as seguintes:
a) UNOP 1 — Núcleo urbano,
b) UNOP 2 — Núcleo urbano-turístico;
c) UNOP 3 — Núcleo do golfe-hotel;
d) UNOP 4 — Parque científico e cultural;
e) UNOP 5 — Núcleo turístico central;
f) UNOP 6 — Loteamento SOLTRÓIA;
g) UNOP 7 — Núcleo turístico Sol-Norte;
h) UNOP 8 — Núcleo turístico Sol-Sul;
i) UNOP 9 — Núcleo do golfe.
SECÇÃO II
Áreas verdes
Artigo 10.º
Áreas verdes
1 - As áreas verdes correspondem às áreas com características ecológicas e culturais específicas de salvaguarda de valores paisagísticos indispensáveis ao enquadramento equilibrado
das actividades humanas.
2 - Nas áreas verdes apenas se admite a construção de infra-estruturas e equipamentos de
apoio à sua utilização.
3 - Nas áreas verdes com riscos de erosão são proibidas as acções que agravem a erosão
do solo.
4 - É proibida a introdução de espécies infestantes que possam vir a propagar-se de modo
a adulterar a vegetação natural, bem como a introdução de novos povoamentos de eucaliptos.
5 - Na rega das áreas verdes deve ser utilizada uma rede própria autónoma, promovendose, sempre que possível, a rega efectuada por reutilização das águas residuais.
Artigo 11.º
Áreas verdes de reserva natural
1 - As áreas verdes de reserva natural correspondem às áreas mais sensíveis do ponto de
vista natural e patrimonial.
2 - Nas áreas verdes de reserva natural não são permitidas quaisquer intervenções que
conduzam a alterações do relevo ou destruição do coberto vegetal.
3 - Poderão ser autorizadas acções pontuais conducentes à recuperação do relevo e ou à
revitalização do coberto vegetal autóctone, mediante projecto de pormenor tecnicamente fundamentado e parecer favorável das entidades competentes.
4 - Nestas áreas não é permitido o atravessamento de pessoas, a não ser nos locais devidamente assinalados:
a) Os atravessamentos nas dunas costeiras devem ser sobrelevados e de construção ligeira;
b) Os atravessamentos ou percursos nas áreas junto à Caldeira devem ser bem definidos
e o seu uso credenciado pelas entidades responsáveis pela exploração dos empreendimentos
turísticos localizados na respectiva UNOP.
Artigo 13.º
Áreas verdes de enquadramento
1 - As áreas verdes de enquadramento são áreas de separação/ligação de unidades de
espaços com características diferentes, estabelecendo as grandes linhas de circulação e os
pontos de estada e respectivos equipamentos.
2 - Sem prejuízo de acções pontuais conducentes à recuperação do relevo e ou à revitalização do coberto vegetal autóctone, nas áreas verdes de enquadramento não é permitida
a realização de quaisquer movimentos de terras, o corte ou a destruição do revestimento
vegetal natural, com excepção do estritamente necessário à instalação de infra-estruturas
de circulação e à instalação de equipamentos de apoio.
Artigo 14.º Áreas verdes de recreio e lazer
1 - As áreas verdes de recreio e lazer são áreas vocacionadas para o recreio da população e para fruição pelos turistas, contendo áreas de convívio, áreas afectas a equipamentos
diversos e permitindo uma circulação livre.
2 - Nestas áreas apenas é permitida a construção de equipamentos e infra-estruturas de
apoio aos fins de recreio e lazer.
3 - As espécies vegetais a utilizar nestes espaços devem ser predominantemente as
características da área.
SECÇÃO III
Áreas urbanas
Artigo 15.º
Áreas residenciais
1 - As áreas residenciais correspondem às áreas que foram sujeitas a operação de loteamento.
2 - As áreas residenciais consideradas no PU de Tróia são as seguintes:
a) Lotes do loteamento do núcleo N IV, designado «Vilas do Mar»;
b) Um lote do loteamento Praia-Golfe, designado por «lote Praia-Golfe»;
c) Loteamento SOLTRÓIA.
3 - Estas áreas são dominantemente ocupadas por moradias, unifamiliares ou multifamiliares, e por edifícios em banda.
4 - O uso e a transformação destas áreas regem-se pelo disposto nos regulamentos
anexos aos respectivos alvarás de loteamento.
Artigo 16.º Áreas mistas
1 - A área mista corresponde a uma zona sujeita a operações de renovação e reabilitação e que integra habitação multifamiliar, apartamentos turísticos, aparthotéis, hotéis, equipamentos de utilização turística, equipamentos de utilização pública, comércio e serviços.
2 - Qualquer transformação do parque edificado obedece aos parâmetros urbanísticos
definidos no «Quadro regulamentar», que constitui o anexo I do presente Regulamento e
que dele faz parte integrante.
SECÇÃO IV
Áreas turísticas
Artigo 17.º
Áreas turísticas
1 - São áreas turísticas aquelas que se destinam a uma afectação exclusiva a empreendimentos turísticos.
2 - As áreas turísticas consideradas no PU de Tróia compreendem os seguintes tipos de
empreendimentos turísticos:
a) Hotéis;
b) Aparthotéis;
c) Aldeamentos turísticos;
d) Moradias turísticas.
3 - No quadro de objectivos prosseguidos pelo PU de Tróia permite-se a convolação de
hotéis em aparthotéis, e vice-versa, bem como de aldeamentos turísticos em moradias turísticas, e vice-versa.
4 - Em função das unidades operativas de planeamento e gestão em que se insiram, a
transformação e o uso do solo relativos às tipologias turísticas listadas no n.º 2 obedece ao
disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I).
5 - Os equipamentos dos empreendimentos turísticos poderão localizar-se nas áreas
verdes de recreio e lazer.
SECÇÃO V
Áreas de equipamentos
Artigo 18.º
Área desportiva
A área desportiva delimitada na planta de zonamento destina-se exclusivamente à localização de equipamentos e actividades desportivas cobertas e ao ar livre, podendo integrar
áreas de estacionamento e áreas verdes.
10 de Junho de 2011
Artigo 19.º
Área de reserva de equipamentos de utilização colectiva
1 - A área de reserva de equipamentos de utilização colectiva tem como objectivo adequar
a rede de equipamentos de utilização colectiva à futura realidade urbana, decorrente, nomeadamente, nos termos da lei geral aplicável, da possibilidade de conversão de camas nos
aparthotéis, aldeamentos turísticos, moradias turísticas e apartamentos turísticos.
2 - Enquanto não forem instalados os equipamentos de utilização colectiva necessários
para satisfazer a população residencial, esta área será ocupada por espaços de recreio e
lazer de utilização pública, que poderão integrar áreas verdes e actividades desportivas ao
ar livre.
3 - A concretização dos equipamentos de utilização colectiva deverá reflectir uma perspectiva integrada sobre as necessidades globais da área de intervenção do PU de Tróia,
cabendo à Câmara Municipal de Grândola avaliar a oportunidade e a conveniência da futura
instalação dos equipamentos.
Artigo 20.º
Identificação e concretização dos equipamentos de utilização colectiva
1 - Para além do disposto no artigo anterior, outros equipamentos de utilização colectiva
deverão localizar-se na área mista da UNOP 1 — núcleo urbano.
2 - A dimensão e a situação concretas daqueles equipamentos serão definidas no âmbito
do plano de pormenor da UNOP 1.
SECÇÃO VI
Áreas de comércio e serviços
Artigo 21.º
Áreas de comércio e serviços
1 - São áreas de comércio e serviços as áreas destinadas predominantemente a actividades comerciais e de serviços, podendo integrar, complementarmente, áreas de recepção dos
empreendimentos turísticos.
2 - A instalação destas áreas tem como principal objectivo o acolhimento turístico e a satisfação das necessidades de aquisição de bens e serviços das populações fixas e flutuantes.
3 - As áreas de comércio e serviços estão condicionadas aos parâmetros urbanísticos
indicados no «Quadro regulamentar» (anexo I).
SECÇÃO VII
Rede viária
Artigo 22.º
Classificação e função
1 - A rede viária deve ser ordenada e hierarquizada, de acordo com as funções e características das rodovias, em:
a) Rede secundária ou de distribuição, que inclui as vias distribuidoras, que asseguram a
distribuição e a colecta de tráfego da rede local para a rede primária;
b) Rede local, que inclui as demais vias, as quais constituem vias de acesso local, que
asseguram predominantemente funções de acesso local às actividades e funções urbanas
e turísticas.
2 - Na planta de zonamento são assinaladas as vias distribuidoras existentes e previstas,
bem como os nós viários de ligação entre vias da rede secundária e entre vias da rede secundária e da rede local.
Artigo 23.º
Características
1 - Os perfis, características e condições de utilização das vias deverão ser definidos nos
planos de pormenor, tendo em atenção as seguintes características básicas e genéricas:
Artigo 24.º
Outras vias
1 - Na área de intervenção do PU de Tróia deverá privilegiar-se a existência de vias pedonais, de vias para ciclistas e de outros percursos de uso misto (para peões, ciclistas e ou
cavalos).
2 - As suas características e condições de utilização serão definidas no âmbito dos planos
de pormenor a elaborar para cada UNOP.
SECÇÃO VIII
Estacionamento
Artigo 25.º
Parques de estacionamento
1 - Os parques de estacionamento assinalados na planta de zonamento são públicos e
justificam-se pelas características dos usos nas seguintes UNOP:
a) UNOP 1;
b) UNOP 4;
c) UNOP 7.
2 - A delimitação e dimensionamento dos parques de estacionamento são realizados no
âmbito dos planos de pormenor.
Arborização nos passeios
Artigo 26.º
Critérios gerais de dimensionamento de estacionamento
1 - Para efeitos do cálculo da área de estacionamento necessária a veículos ligeiros, deve
considerar-se:
a) Uma área bruta mínima de 20 m2 por cada lugar de estacionamento descoberto à
superfície;
b) Uma área bruta mínima de 25 m2 por cada lugar de estacionamento coberto à superfície;
c) Uma área bruta mínima de 25 m2 por cada lugar de estacionamento coberto subterrâneo, descontada a área ocupada pelos elementos resistentes.
2 - Para efeitos de cálculo da área de estacionamento necessária a veículos pesados,
deve considerar-se:
a) Uma área bruta mínima de 75 m2 por cada lugar de estacionamento descoberto à
superfície;
b) Uma área bruta mínima de 130 m2 por cada lugar de estacionamento coberto.
3 - Outros critérios a observar, designadamente quanto a dimensões mínimas para os
diversos tipos de estacionamento, que não estejam contemplados na presente secção serão
estabelecidos nos planos de pormenor.
Artigo 27.º
Edifícios para habitação
1 - Nos edifícios para habitação colectiva é obrigatória a existência de uma área de estacionamento no interior do lote ou em cave necessária a 1,5 lugares/fogo, excepto quando
os fogos tiverem uma área bruta superior a 150 m2 e ou tipologia superior ou igual a T4,
caso em que a área de estacionamento no interior do lote ou em cave é a correspondente a
2 lugares/fogo.
2 - Nas moradias unifamiliares é obrigatória a existência de dois lugares de estacionamento no interior do lote, excepto quando a área bruta edificada for superior a 200 m2, caso em
que são necessários três lugares de estacionamento no interior do lote.
Artigo 28.º
Edifícios e áreas destinadas a comércio e serviços
Nos edifícios ou áreas destinadas a comércio e a serviços são obrigatórias as seguintes
áreas de estacionamento:
a) Quando a superfície bruta para estes usos for inferior ou igual a 750 m2 é obrigatório
prever 1,5 lugares de estacionamento para veículos ligeiros por cada 50 m2 de área bruta
de construção;
b) Quando a superfície bruta para estes usos for superior a 750 m2, é obrigatório prever 2,5 lugares de estacionamento para veículos ligeiros por cada 50 m2 de área bruta de
construção.
Artigo 29.º
Salas de uso público
1 - Para as salas ou conjuntos de salas de uso público, designadamente destinadas a espectáculos, congressos, conferências ou outras reuniões públicas, com capacidade superior
a 250 lugares, as áreas mínimas obrigatórias de estacionamento são equivalentes a 2 lugares
por cada 25 lugares sentados.
2 - Para salas ou conjuntos de salas de uso público com capacidade total inferior a 250
lugares, as áreas mínimas obrigatórias de estacionamento são equivalentes a 1,5 lugares de
estacionamento por cada 20 lugares sentados.
3 - Para recintos de diversão nocturna com superfície útil superior a 100 m2, nomeadamente discotecas e bares, as áreas mínimas de estacionamento são de 5 lugares por 100 m2
de área bruta de construção.
Artigo 30.º Estabelecimentos hoteleiros e meios complementares de alojamento
1 - Nos edifícios destinados a estabelecimentos hoteleiros (hotéis e aparthotéis), bem
como nos edifícios destinados a meios complementares de alojamento turístico (aldeamentos
turísticos, apartamentos turísticos, moradias turísticas), as áreas a reservar para estacionamento no interior da parcela correspondem a um lugar de estacionamento por cada três camas ou um lugar por apartamento.
2 - Para além da área necessária ao estacionamento de veículos ligeiros, deve ainda ser
prevista uma área para o estacionamento de veículos pesados, a determinar, caso a caso, em
função da categoria, da dimensão e da localização do empreendimento.
Artigo 31.º Equipamentos de utilização colectiva
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Para a instalação de equipamentos de utilização colectiva, designadamente de natureza
escolar, desportiva, de saúde e de segurança, proceder-se-á, caso a caso, à definição e fundamentação, nos respectivos planos ou projectos, das condições de acessibilidade e da capacidade de estacionamento, não podendo ser inferior a um lugar por 100 m2 de área bruta
de construção.
SECÇÃO IX
Infra-estruturas portuárias
Artigo 32.º
Cais de atracagem para passageiros
Deverá ser mantida a localização histórica do cais de atracagem para a travessia de passageiros, conforme consta da planta de zonamento.
c) Plantação e re-naturalização das áreas envolventes da UNOP 9 e dos espaços entre
áreas de jogo, com recurso ao predomínio de consociação de pinheiro-bravo e pinheiromanso;
d) Fomento da regeneração natural da vegetação autóctone, através da plantação de
espécies herbáceas e arbustivas adequadas, devendo as sementes ou propágulos serem
recolhidos no local ou envolvente;
e) Utilização de espécies vegetais no projecto de campo de golfe e áreas envolventes,
adaptadas às condições locais, que permitam promover uma imagem global coerente da
UNOP 9, integrando-a na paisagem envolvente.
4 - Na UNOP 9, a concretização futura de quaisquer projectos depende do correspondente processo de avaliação de impacte ambiental.
Artigo 33.º
Cais de atracagem para veículos
1 - O cais de atracagem para veículos insere-se em área preferencial, devidamente assinalada na planta de zonamento.
2 - A concretização futura de qualquer projecto depende, no quadro do zonamento definido
e dentro dos limites da respectiva UNOP, do correspondente processo de avaliação de impacte
ambiental, a enquadrar em plano de pormenor.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS E PROCEDIMENTAIS
Artigo 46.º
Avaliação de impacte ambiental
1 - Os projectos sujeitos a processo de avaliação de impacte ambiental (AIA) são os
seguintes:
a) Projectos de natureza turística localizados na UNOP 4 — Parque científico e cultural,
devendo ser, no âmbito da AIA, enquadrada toda a unidade operativa de planeamento e
gestão;
b) Projectos de natureza turística localizados na UNOP 9 — Núcleo do golfe, devendo
ser, no âmbito da AIA, enquadrada toda a unidade operativa de planeamento e gestão;
c) Cais de atracagem para veículos;
d) Núcleo de recreio náutico;
e) ETAR (remodelação e ampliação das infra-estruturas existentes);
f) Quaisquer outros projectos que, nos termos da legislação em vigor, pela sua natureza,
localização ou dimensão, se considerem susceptíveis de provocar incidências significativas
no ambiente.
2 - As AIA deverão ter em consideração as disposições expressas no presente Regulamento, na planta de zonamento e na planta de condicionantes do PU de Tróia, bem como
a legislação aplicável.
Artigo 47.º
Planos de Pormenor
1 - Os planos de pormenor serão elaborados tendo como quadro de referência o conjunto
de regras e condicionamentos urbanísticos definidos no Regulamento, na planta de zonamento e na planta de condicionantes do PU de Tróia.
2 - A realização dos planos de pormenor implicará um estudo conjunto prévio que determinará as soluções globais preconizadas para:
a) Iluminação pública das áreas urbanizáveis e, fora destas, ainda das áreas de estadia
e caminhos públicos;
b) Soluções de mobiliário urbano principal (paragem de transportes públicos, recolhas
de lixo, etc.);
c) Painéis informativos, sinalização e outros sistemas de orientação dentro da área de
intervenção;
d) Soluções de vedação das áreas de acesso condicionado e interdito;
e) Regras de construção para as passagens sobrelevadas;
f) Soluções para o estacionamento colectivo, sombreamento e minimização do impacte
visual resultante de grandes áreas de estacionamento;
g) Regras gerais cromáticas para a edificação.
3 - Os planos de pormenor devem fundamentar as suas propostas, estipulando designadamente sobre:
a) A localização de equipamentos;
b) A localização da sinalética;
c) A localização do mobiliário urbano geral;
d) A iluminação pública específica;
e) O mobiliário urbano específico;
f) A localização e protecção dos estacionamentos públicos;
g) A localização e desenho dos elementos urbanos complementares das infra-estruturas;
h) As vedações de áreas de acesso que o plano de pormenor condicione;
i) Regras específicas cromáticas para a edificação.
Artigo 34.º
Núcleo de recreio náutico
1 - O núcleo de recreio náutico insere-se em área preferencial, devidamente assinalada na
planta de zonamento.
2 - A concretização futura de qualquer projecto depende, no quadro do zonamento definido
e dentro dos limites da respectiva UNOP, do correspondente processo de avaliação de impacte
ambiental, a enquadrar em plano de pormenor.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS DAS UNOP
Artigo 35.º
Âmbito e objectivo
Às UNOP, devidamente delimitadas na planta de zonamento, correspondem os objectivos
e critérios de intervenção urbanística definidos no presente capítulo, em função das características específicas de ocupação do solo actuais e da necessidade de adopção de soluções
específicas de planeamento e gestão urbanísticos para a sua transformação ou manutenção.
Artigo 36.º
Parâmetros urbanísticos
Os parâmetros urbanísticos aplicáveis em cada UNOP são os estabelecidos no «Quadro
regulamentar» (anexo I).
Artigo 37.º
UNOP 1 — Núcleo urbano
1 - A UNOP 1 destina-se a uma ocupação com características fortemente urbanas, determinando uma consolidação da malha através da edificação de novas construções e das
necessárias operações de reabilitação e renovação.
2 - A UNOP 1 inclui, de acordo com as definições constantes do capítulo II, as seguintes
áreas:
a) Mista;
b) Desportiva;
c) Reserva de equipamentos de utilização colectiva.
3 - O uso do solo da UNOP 1 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a área mista, áreas verdes, área desportiva e área de reserva de equipamentos de utilização colectiva.
4 - Todas as reconstruções ou ampliações de construções existentes bem como o licenciamento de novas construções ficam condicionados à prévia entrada em vigor de plano de
pormenor.
Artigo 38.º
UNOP 2 — Núcleo urbano-turístico
1 - Sem prejuízo das áreas residenciais já existentes, a UNOP 2 destina-se a empreendimentos turísticos, nomeadamente moradias e aldeamentos turísticos, implicando a renovação
da área não residencial.
2 - O uso do solo da UNOP 2 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - As reconstruções ou ampliações de construções existentes bem como o licenciamento
de novas construções ficam condicionados à prévia entrada em vigor de plano de pormenor.
Artigo 39.º
UNOP 3 — Núcleo do golfe-hotel
1 - Para além do campo de golfe existente, a UNOP 3 destina-se à localização de um
estabelecimento hoteleiro.
2 - O uso do solo da UNOP 3 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - A urbanização da UNOP 3 fica condicionada à prévia entrada em vigor de plano de
pormenor, que deverá especificamente assegurar:
a) A plena articulação entre a área do hotel, delimitada na planta de zonamento, e o campo
de golfe existente;
b) A gestão correcta e sustentável do campo de golfe, designadamente no que respeita à
rega e à drenagem, bem como ao uso de fertilizantes e de pesticidas.
c) A compatibilização entre o equipamento a instalar e os objectivos de recuperação das
áreas verdes.
Artigo 40.º
UNOP 4— Parque científico e cultural
1 - O parque científico e cultural que constitui a UNOP 4 destina-se à fruição turística da
zona das ruínas de Tróia e da zona da Caldeira e sua envolvente.
2 - É permitida a instalação de actividades e equipamentos que valorizem a UNOP 4 e que
assegurem a preservação da sensibilidade do seu conjunto, designadamente:
a) Actividades de pesquisa, pedagógicas e lúdicas associadas às ruínas;
b) Centro de pesquisa arqueológica;
c) Centro de monitorização da evolução do sistema natural;
d) Locais de observação da Natureza;
e) Outras actividades pedagógicas e lúdicas ligadas às ruínas e à zona da Caldeira;
f) Equipamentos de apoio às actividades referidas nas alíneas anteriores.
3 - O uso do solo da UNOP 4 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
4 - Na UNOP 4, a concretização futura de quaisquer projectos fica condicionada à prévia
entrada em vigor de plano de pormenor e, no âmbito deste, depende ainda do correspondente
processo de avaliação de impacte ambiental.
5 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a instalação de empreendimentos turísticos na UNOP 4 deve confinar-se à área potencial de ocupação turística, delimitada na planta
de zonamento, na qual se permite a instalação de pequenos aldeamentos nucleados, em áreas
indicadas como áreas preferenciais, que assegurem a integração na paisagem e a preservação
do coberto vegetal existente.
6 - O plano de pormenor da UNOP 4 deve consagrar, em especial:
a) A interdição da abertura de vias para veículos, prevendo expressamente os percursos
pedonais, velocipédicos, hípicos e de emergência, bem como aqueles que permitirão o transporte de acesso à área das ruínas;
b) A exigência de parecer favorável do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)
para o licenciamento de quaisquer obras de demolição, construção ou reconstrução.
Artigo 41.º
UNOP 5 — Núcleo turístico central
1 - A UNOP 5 destina-se a uma ocupação exclusivamente turística, integrando ainda uma
extensa área verde.
2 - O uso do solo da UNOP 5 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - A construção de novos edifícios fica condicionada à prévia entrada em vigor de plano
de pormenor.
Artigo 42.º
UNOP 6 — Loteamento SOLTRÓIA
Até à entrada em vigor do plano de pormenor, o uso do solo rege-se pelo disposto no regulamento anexo ao alvará de loteamento — alvará n.º 6/90.
Artigo 43.º UNOP 7 — Núcleo turístico Sol-Norte
1 - A UNOP 7 destina-se a uma ocupação exclusivamente turística, integrando:
a) Empreendimentos turísticos;
b) Área de comércio e serviços;
c) Diversos tipos de áreas verdes.
2 - O uso do solo da UNOP 7 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - A urbanização da UNOP 7 fica condicionada à prévia entrada em vigor de plano de
pormenor.
Artigo 44.º
UNOP 8 — Núcleo turístico Sol-Sul
1 - A UNOP 8 destina-se a uma ocupação exclusivamente turística enquadrada numa área
orientada para o desenvolvimento dos produtos turísticos ligados à natureza e ao ambiente.
2 - O uso do solo da UNOP 8 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - A urbanização da UNOP 8 fica condicionada à prévia entrada em vigor de plano de
pormenor.
Artigo 45.º
UNOP 9 — Núcleo do golfe
1 - A UNOP 9 destina-se predominantemente à prática do golfe e a uma utilização direccionada para a fruição ambiental, com zonas de reserva zoológica para aves aquáticas e refúgios
da vida selvagem, devendo compatibilizar o desenvolvimento das actividades e equipamentos
com o equilíbrio do ecossistema estuarino.
2 - O uso do solo da UNOP 9 rege-se pelo disposto no «Quadro regulamentar» (anexo I),
bem como pelas disposições do capítulo II referentes a áreas verdes.
3 - Os projectos de arquitectura paisagista a implementar na UNOP 9 devem prever:
a) Eliminação e retirada do Eucaliptal, incluindo toiças e materiais não desejáveis, assim
como de espécies invasoras como é o caso da acácia;
b) Modelação do terreno ajustada às condições locais, evitando, quando possível, grandes
escavações ou aterros;
Artigo 48.º
Limiares de ocupação
1 - Para cada uma das UNOP definidas pelo PU de Tróia os limiares máximos de camas
a considerar para a elaboração dos futuros planos de pormenor constam do «Quadro regulamentar», que constitui o anexo I ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante.
2 - Exceptuam-se ao número anterior as seguintes situações:
a) Situação da UNOP 4 — Parque científico e natural, cujo número máximo de camas
turísticas poderá ser definitivamente ajustado em função dos resultados do EIA a elaborar.
b) Situações das UNOP 1 — Núcleo urbano e UNOP 2 — Núcleo urbano-turistico. Na sequência do número máximo de camas turísticas definitivamente determinado para a UNOP
4, decorrente dos resultados do EIA a elaborar, é permitido que, dentro do limite definido
pelo somatório da capacidade máxima de camas turísticas atribuídas às UNOP 1, 2 e 4, se
opere a transferência de camas turísticas entre estas três UNOP.
Artigo 49.º
Taxas, cedências e compensações
1 - Sempre que possível, a concretização do PU de Tróia, dos planos de pormenor e dos
projectos com incidência na área de intervenção será prosseguida através de negociação
concertada com os promotores, nomeadamente na gestão das infra-estruturas dos espaços
verdes e do transporte público.
2 - Os planos de pormenor deverão conter obrigatoriamente o cálculo das cedências
necessárias para infra-estruturas, equipamentos de utilização colectiva e espaços verdes de
utilização colectiva, bem como os critérios de cálculo das taxas a aplicar na realização de
infra-estruturas e equipamentos.
3 - Os planos de pormenor devem conter igualmente, quando for caso disso, as compensações para a gestão do solo legalmente devidas.
4 - As iniciativas que resultem da associação entre promotores, visando a promoção
eficaz e célere do PU de Tróia e ou dos planos de pormenor, poderão estar sujeitas a regime
especial a definir pela Câmara Municipal de Grândola.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 50.º
Contra-ordenações e coimas
1 - Constitui contra-ordenação punível com coima a realização de obras, bem como
quaisquer alterações à utilização das edificações ou do solo, em violação do disposto no
presente Regulamento.
2 - Os montantes das coimas a que se refere o número anterior são fixados nos termos
da legislação em vigor.
Artigo 51.º
Entrada em vigor
O PU de Tróia entra em vigor à data da sua publicação no Diário da República.
8
10 de Junho de 2011
OS EXPOSTOS NO CONCELHO DE GRÂNDOLA (7)
DA IDADE MÉDIA AOS FINAIS DO SÉCULO XVI (continuação)
Para concluir a análise da
situação dos expostos no concelho de Grândola durante o
século XVI, irei, no presente
artigo, abordar alguns aspectos
relativos à sua criação, e efectuar um breve cálculo final dos
quantitativos envolvidos.
A criação dos expostos até aos
sete anos
Embora não fosse sujeito a
du
ras penalizações, o abandoGERMESINDO SILVA
no de crianças era considerado
um acto indigno, o que levava a
que fosse cometido às ocultas e com discrição. Perpetrado pelo
pai, pela mãe ou outras pessoas, recaía, na maioria das vezes, sobre
recém-nascidos ou crianças com poucos dias. Como vimos, várias
razões podiam contribuir para isso, sendo a gravidez indesejada, a
miséria e a doença (da mãe ou dos pais), provavelmente as mais
comuns. Admito também, que o isolamento da maior parte das
famílias (nos montes), e o vestuário feminino da época, facilitassem
o sigilo da gravidez e dos abandonos.
Através dos documentos que compulsei, fui levado a deduzir
que, no século XVI, a maioria das crianças foi abandonada junto
de casas de habitação e de igrejas. Quem expunha uma criança e
não desejava que esta morresse, sabia que ela tinha mais hipóteses de sobrevivência se fosse rapidamente encontrada. Partindo
deste pressuposto, acredito que a maior parte dos abandonos no
espaço grandolense foi perpetrado por pessoas do concelho e
dos concelhos limítrofes (Alcácer do Sal e Santiago de Cacém). É
que a proximidade geográfica, além de facilitar o transporte e de
reduzir o tempo em que as crianças ficavam sem assistência, tinha
a vantagem de possibilitar informações mais rápidas sobre o que
lhes sucedia. Pois os pais (ou quem as abandonava), poderiam ter
interesse em saber a que amas eram entregues, acompanhar eventualmente a criação, ter notícia da morte e, caso sobrevivessem,
apresentar-se para reavê-las.
Quem pagava a criação
Como referi nos artigos anteriores, uma das maiores dificuldades das autoridades, nacionais e locais, era a do recrutamento
de amas de leite. Numa altura em que a taxa de natalidade era
elevada, provavelmente a maior parte das mulheres (em idade de
procriar), tinha filhos para cuidar. Além disso, a miséria da maioria das famílias e a exiguidade das habitações não facilitavam a
aceitação de crianças alheias. A prova evidente da dificuldade no
recrutamento de amas está na lista dos privilégios que lhes eram
concedidos, a elas e até aos maridos e aos filhos. Pela leitura dos
documentos, deduz-se que a maioria das amas pertencia ao estrato social mais desfavorecido, sendo em geral esposas e viúvas de
trabalhadores. É de todo possível que algumas tenham aceitado a
função por não terem filhos, terem filhos menores, ou os terem
perdido recentemente. As motivações foram, provavelmente, as
mais diversas. No entanto, é quase certo que a decisiva motivação
da maior parte se ficou a dever ao pagamento que recebiam. Em
Grândola, esse subsídio foi de 500 reais mensais, pelo menos entre
1576 e 1586, e de 550 reais em 1598. Era uma verba insignificante?
Para se ter uma ideia do seu valor, há que dizer que, em 1576, um
alqueire de trigo custava 210 reais, em 1578, entre 150 e 160 reais,
e em 1586, custava 120. Em 1579, um arrátel de carne de porco
(cerca de 459 gramas) custava 13 reais, e o leite era vendido, em
1577, a dez reais a canada (cerca de 1,413 litros) e em 1595, a 12
reais. Assim, devido à oscilação dos preços, o subsídio valia mais
nuns meses do que noutros. No entanto, embora fosse pequeno,
tendo em conta as exigências da função, ele foi seguramente importante para o sustento de muitas amas e suas famílias.
A título de curiosidade, refira-se que, a necessidade do município arranjar verbas para a criação dos expostos vinha a par com
a obrigação do pagamento dos prémios pelos lobos abatidos no
concelho. Assim, para lhes fazer face, tornou-se habitual, no século
XVI, a realização de uma finta anual simultânea, para satisfação de
ambos os encargos. No que se refere a quantitativos anuais, não é
fácil avaliá-los, por que a única fonte de que tenho conhecimento
- os livros de vereações - só registam informações esporádicas
e parcelares. Por exemplo em 28 de Julho de 1584, os oficiais da
câmara decidiram “fintar em esta villa e seu termo quatro myll e setesentos e sincoenta reais pera paguamento dos lobos que se mataraõ
em esta vyla neste ano presente que he a metade do povo e asi mais
quatro myll reais pera ofysyo da finta que o corregedor da comarca
mandou por coReyçaõ que se fisese e asy mais vynte myll reais pera
a crjaçaõ dos tres engeitados que soma por tudo vynte e oyto myll e
setesentos E syncoenta reais E mais huns myll E duzentos E sincoenta
reais pera as cuStas E quebras que somou todo trynta myll reais”.
A criação a partir dos sete anos
Deduz-se, pelos termos da citada carta de D. Manuel (de 1532)
2 DE JULHO, INAUGURAÇÃO POLIDESPORTIVO DESCOBERTO – No próximo dia 2 de Julho, será
inaugurado o novo Polidesportivo Descoberto de Azinheira dos Barros. Com um programa a iniciar pelas 10h00, com um Torneio de Futsal Quadrangular, o dia continua com diversas actividades,
estando reservado o final da tarde para a inauguração oficial pelo Presidente da Câmara Municipal
de Grândola. Este novo equipamento é aguardado pela população há mais de 30 anos, e a sua
inauguração é um momento alto e de grande festa para Azinheira dos Barros. Neste mesmo dia é
inaugurado o Jardim Eduardo Carvalho, onde se encontra o monumento de homenagem ao Trabalho Rural. No centro deste Jardim está uma peça onde constam versos de vários poetas populares naturais de Azinheira dos Barros, e
imagens esculpidas de elementos da ruralidade.
FESTIVAL POUCA ROUPA, LOUSAL – Nos dias 3,4 e 5 de Junho a Tapada do Lousal foi palco da 1ª edição do Festival de Música “Pouca
Roupa”. Este Festival, em homenagem a um saudoso Lousalense, reuniu centenas de pessoas em torno de diferentes géneros musicais
e de diferentes actividades. Desde a actuação do grupo “Fábrica de Brinquedos”, “Bang Bang Roses”, até aos Dj’s Bor, Alex Effex ou
Poster Emotions, o sucesso desta edição leva a que o grupo de jovens do Lousal a cargo desta organização queira seguramente repetir
o Festival no próximo ano.
FESTIVIDADES DE VERÃO – Como habitual e no cumprimento da tradição, Azinheira dos Barros e Lousal, terão as suas Festas Populares nas seguintes datas:
Festas de São João, Lousal, 24,25 e 26 de Junho de 2011. O Programa sairá brevemente.
Festas Nossa Senhora da Conceição, Azinheira dos Barros, 13,14 e 15 de Agosto de 2011. O Programa sairá brevemente.
ENVOLVENTES DAS IGREJAS DA FREGUESIA EM OBRA – Depois de concluída a última fase da recuperação da Igreja de Nossa Senhora do Viso, que consistiu na construção de um pequeno muro de suporte em torno do novo pavimento e colocação de perfil de calçada
antiga, aproximam-se do fim as obras da Igreja de Azinheira dos Barros. Nesta Igreja, decorrem agora as obras de colocação do pavimento do átrio da Igreja, conclusão da escadaria traseira e pavimentação da envolvente do lado onde será construído o novo Lar de Idosos.
Entretanto decorrem a bom ritmo as obras na envolvente da Igreja do Lousal, que consiste na criação de calçada em torno de toda
a Igreja, trazendo-a até à Avenida Frederic Velge, e calcetando o espaço entre a Igreja e a Casa Mortuária. Este é um investimento que
honra as 3 Igrejas como um factor de união identitária da Freguesia, valorizando o nosso património histórico e religioso.
ILUMINAÇÃO PÚBLICA ATÉ DEPÓSITO ÁGUA – Resultado de uma parceria entre a Junta de Freguesia e as Águas do Alentejo, está em
fase de conclusão a ligação eléctrica de Azinheira dos Barros ao depósito, permitindo iluminar o depósito, onde já foram colocadas as letras que ficarão iluminadas. Numa fase imediatamente posterior, o caminho será iluminado, uma vez que esta foi uma área recentemente
conquistada para o tecido urbano da aldeia.
BAIRRO DIRECÇÃO, AVANÇA REQUALIFICAÇÃO PRIMEIRA RUA –Ao longo dos últimos meses foi possível reestruturar a rede de
águas e esgotos de uma das ruas do Bairro da Direcção, que continua a ser a questão mais exigente nesta aldeia mineira. Finalizada esta
fase, é agora possível avançar com a pavimentação desta rua, sendo a primeira deste Bairro a ser pavimentada. As obras avançarão logo
que o tempo o estabilize e o permita. 
O Executivo da Junta
que, numa primeira fase, as autoridades consideravam a criação
concluída quando os expostos atingiam a idade de seis anos. Posteriormente, este limite foi ampliado para os sete anos e, a partir daí, se as amas ou as famílias de acolhimento os quisessem
manter, deixavam de receber o subsídio. Se não quisessem, eram
entregues a lavradores ou mesteirais, para servirem de criados e
aprenderem uma profissão que fizesse deles seres úteis à sociedade. Embora continuassem a assumir a tutoria e estabelecessem,
em nome dos expostos, contratos formais com os patrões, as
autoridades deixavam de efectuar pagamentos por conta da sua
criação ou educação.
Nos documentos que compulsei, relativos ao século XVI, apenas encontrei um texto de 31 de Agosto de 1596, de um acordo
anual estabelecido entre a câmara de Grândola e o sapateiro Manuel Gonçalves (da vila), para este criar em sua casa a exposta
Joana. Em troca dos trabalhos por ela prestados, o amo ficaria com
a obrigação de lhe dar de comer, vestir e calçar.
Nota final
Se bem que as informações relativas ao século XVI, em matéria de expostos, sejam escassas, é possível, a partir delas, deduzir
algumas conclusões que não andarão longe da realidade. Embora
apenas tenha encontrado registos de baptismos a partir de 1573,
numa estimativa global, admito que, durante este século, foram
baptizadas na igreja matriz de Grândola cerca de 4500 crianças, ou
seja, uma média de 45 crianças por ano. Admitindo, também, que
o número total de crianças abandonadas no espaço do concelho
tenha rondado as quatro dezenas, sou levado a concluir que a
taxa de exposição em relação aos nascimentos não andou longe
de 1%. Não obstante a falta de dados nacionais que permitam
estabelecer um paralelismo entre os vários concelhos, sou levado
a pensar que, durante este século, o território grandolense não
foi dos mais afectados por este grave problema social. Para isso
deve ter contribuído, também, a inexistência de prostituição que,
como vimos, era uma das causas mais importantes da exposição
de crianças. Em matéria de sobrevivência e tendo em consideração a taxa de mortalidade infantil prevalecente na época, penso
que, das cerca de 40 crianças expostas, apenas uma dezena, ou
menos, tenha atingido os sete anos de idade. Embora humanamente dolorosa, esta realidade era benéfica para as finanças municipais e para os contribuintes em geral. Apesar disso, admito que o
município de Grândola tenha despendido, na segunda metade do
século XVI, uma média de 10 a 15 mil reais por ano com a criação
de enjeitados. 
CARVALHAL
MARCHAS POPULARES DO CARVALHAL 2011 – É com muito agrado e satisfação que se dirigimos a vossas excelências
para vos informar que este ano 2011 as Marchas Populares do
Carvalhal voltam a sair à rua. No total vão sair à rua quatro
Marchas dos seguintes Bairros e/ou Instituições:
Marcha da Escola;
Marcha das Lagoas;
Marcha do Comercio;
Marcha do Bairro do Pinhal.
As Marchas vão sair à rua no dia 11 de Junho para Desfile
e Actuação, e dia 25 de Junho para Actuação no Recinto de
Mercados e Feiras da Freguesia.
CAMPO DE FÉRIAS CARVALHAL 2011 – A Freguesia de
Carvalhal vai promover no Carvalhal de 27 de Junho a 02 de
Setembro, o XII Campo de Férias, destinado a crianças com
idades dos 6 aos 12 anos. A realização deste evento tem por
objectivos ocupar os tempos livres (Férias de Verão), contribuir para o desenvolvimento social cultural e desportivo dos
participantes.
FEIRA DA LADRA – A Freguesia de Carvalhal, realiza no dia
19 de Junho a 2ª Feira da Ladra do ano de 2011, no Jardim da
Av. 18 de Dezembro. A próxima Feira da Ladra realiza-se no
dia 17 de Julho.
CENTRO SOCIAL DO CARVALHAL – No dia 12 de Maio o
Centro Social do Carvalhal, realizou uma festa convívio e baile
para os seus utentes e sócios. A abrilhantar esta festa esteve
o Acordeonista e Vocalista João do Carmo. No dia 15 de Maio
o Centro Social do Carvalhal, participou na Feira Sénior de
Grândola.
J.F.C
10 de Junho de 2011
Animação de Verão – Integrados na Animação de Verão de
2011, da responsabilidade da Junta de Freguesia vão realizar-se
em Melides dois espectáculos de Fado. Dia 16 de Julho no Anfiteatro do Parque Infantil, terá lugar a Tradicional Noite de Fado
e Poesia. No dia 29 de Julho realiza-se a Noite de Fado Vadio,
com início às 21h30.
Juventude Desportiva Melidense – A uma Jornada de terminar o Campeonato da 2ª divisão da Associação de Futebol de
Setúbal a equipa da Juventude Desportiva Melidense, ocupava o
6º Lugar da Classificação. O Melidense realizou uma excelente
época desportiva, com destaque também para a sua presença
na taça da Associação, tendo chegado às meias-finais. No último jogo do Campeonato defrontou a equipa do Monte da
Caparica.
Festa de Encerramento das Instalações da Escola Velha
de Melides – No dia 28 de Junho de 2011, realizou-se na Antiga
Escola do 1º Ciclo de Melides, uma festa de encerramento das
suas instalações, em virtude de estarem praticamente concluídas as obras do novo Centro escolar. A iniciativa esteve a cargo
da Associação Lufada de D’Ideias, e foi idealizada pelas actuais
professoras, educadoras e destinou-se a reunir em ambiente
de confraternização alunos e professores que frequentaram a
Escola. Na festa actuou a acordeonista Catarina Narciso.
À CONVERSA COM PEDRO ÁGUAS
Foto Ana Correia
MELIDES
Ida ao teatro a Lisboa promovida pela Junta de Freguesia – Como vem sendo habitual, a Junta de Freguesia de Melides, organizou no passado dia 21 de Maio de 2011, uma visita a
Lisboa, ao Teatro Villaret, para assistir à Peça de Teatro “ Vamos
Contar Mentiras”. A deslocação, contou com o apoio da Câmara Municipal de Grândola, que cedeu o autocarro.
Porque nem só de pão vive o homem, desta vez
fomos ao encontro de Pedro Águas, escritor e poeta
grandolense que lançou dia 20 de Abril, na Biblioteca
Municipal de Grândola o livro de contos de ficção científica OÁSIS.
Nautimodelismo na Fonte dos Olhos – Decorreu nos dias
28 e 29 de Maio de 2011, na Fonte dos Olhos em Melides,
uma demonstração livre desta actividade, sem qualquer espírito
competitivo. Tendo possibilitado aos presentes verem diversas
réplicas de embarcações e outras representações, de cais e faróis, por exemplo. A Junta de Freguesia apoiou esta iniciativa.
“A POESIA E A FICÇÃO PODEM SER, AO MAIS
ALTO NÍVEL, COISAS INDISTINTAS”
Praia De Melides - Apoio de Praia – Se visitar a Praia de
Melides, durante a próxima época balnear, a partir de 15 de
Junho, terá à sua disposição o Apoio aos Banhistas, com serviço de toldos e sem ter de recorrer às improvisadas “casas de
banho”. Na zona do estacionamento e acesso à Praia, junto aos
restaurantes, já está a ser efectuados melhoramentos e esperase que o INAG (Instituto das Águas), responsável pelas actuais
obras, as consiga terminar em devido tempo, uma vez que as
obras a cargo da Câmara Municipal de Grândola naquele espaço, desde à algum tempo se encontram concluídas.
VALINHO DA ESTRADA - Grupo de Dança Típica da Queimada – O Grupo de Dança Típica da Queimada, vai levar a
efeito nos próximos dias 2 e 3 de Julho de 2011, a Festa do
20º Aniversário. Dia 2 de Julho, Sábado realiza-se o tradicional
Festival de Folclore, com a presença de ranchos vindos de diversas regiões de Portugal, às 21h 30, o baile será abrilhantado
pelo acordeonista Luís Godinho. Dia 3 de Julho, Domingo o
destaque vai, para a actuação do acordeonista Algarvio, Ricardo
Alves. Durante os festejos os visitantes terão ao seu dispor, os
habituais comes e bebes e haverá serviço de quermesse, para
além de outras surpresas.
Bailes Populares de Verão no Valinho da Estrada – No
recinto de Festas do Grupo de Dança Típica da Queimada, vão
realizar-se no decorrer do Verão diversos bailes populares: Dia
26 de Junho, Nélio Marques, dia 10 de Julho, Lionel Alexandre,
dia 24 de Julho, João do Carmo. Dia 5 de Agosto, Nélio Marques,
7 de Agosto, Ricardo Alves, 15 de Agosto, Luís Godinho, 21 de
Agosto, João do Carmo. Dia 4 de Setembro, Gina Reis e 11 de
Setembro, Fernando Pereira.
A Junta de Freguesia de Melides na Rádio Clube de
Grândola – Desde há alguns anos, a Freguesia de Melides tem
um programa de Divulgação na Rádio Clube de Grândola. Ao
Sábado entre as 12 e as 13 horas um espaço de notícias de
Melides e música portuguesa, com destaque para a presença
dos artistas da Região, o programa é denominado: Programa A
Terra e o Mar.
AP
9
ECOS DE GRÂNDOLA: - Como é que a escrita literária entrou na sua vida?
PEDRO ÁGUAS: - Filho de um poeta popular que deixou vasta obra e escrevia letras para algumas personalidades importantes do fado, de uma mãe que escrevia (e escreve) versos e
desabafos poéticos de variável grandeza, com um irmão que
praticava a escrita de forma displicente (acabando por morrer
sem deixar obra significativa), foi menos a influência familiar
do que uma poderosa insatisfação perante o que essa influência me oferecia, que me fez tomar exercício de escritas mais
ousadas. O facto de o meu irmão ser possuidor de uma vasta
biblioteca de ficção científica, influenciou-me definitivamente a
escrever nesse género literário.
E.G.: - De que forma é que a sua passagem pela Coimbra
universitária influenciou a sua escrita?
P.A.: - Praticava já uma escrita visceral quando dei comigo
a estudar num curso científico em Coimbra. Mas não posso
esquecer-me do movimento cultural mais importante de que
participei nessa época: o movimento de cumplicidades poéticas Absinto, que ficou conhecido de norte a sul na imprensa da
altura por “Grupo Absinto”, colocou-me numa irreversibilidade poética de que não pude jamais fugir. Foram também dessa
altura as influências surrealistas mais ortodoxas, que cultivávamos com um posicionamento algo extemporâneo.
E.G.: - Poesia e ficção. Coisas distintas, ou duas faces
da mesma moeda?
P.A.: - A poesia e a ficção podem ser, ao mais alto nível, coisas
indistintas. Mas na minha prática, salvo raras excepções, há uma
diferenciação clara entre os registos de poesia, ensaio e ficção.
Para mim, a poesia é uma necessidade fisiológica, como comer,
respirar, etc.; A ficção ocorre-me como superlativo passatempo e paixão de contar histórias; o ensaio encaro-o como uma
responsabilidade intelectual. Tudo isto se vem tornando cada
vez mais miscível, mas por enquanto é assim.
E.G.: - O que procura quando escreve?
P.A.: - Leitores.
E.G.: - Falemos agora, do Pedro alfarrabista que vende
livros velhos na feira da ladra mensal. Compensa economicamente, ou é só por gosto?
P.A.: - Comecei a actividade de alfarrabista na Praça das Cebolas, em Coimbra, e já nessa altura o meu objectivo não era
lucrativo. Com o negócio dos livros consegui obter livros muito
importantes para a minha biblioteca pessoal, alguns que já só
circulavam no meio alfarrabista. Mas não deixava de ser agradável conseguir por cinquenta escudos a primeira edição de um
livro que estava no mercado em enésima edição, com o mesmo
texto e com um preço de quatro contos. A venda de uns livros
servia-me para obter outros e ainda pagava o almoço. A minha
presença na feira da ladra de Grândola deveu-se simplesmente
à necessidade de esvaziar o stock que me ficou dos tempos de
Coimbra. Esse objectivo foi conseguido e não conto voltar a
praticar alfarrabismo nos próximos tempos.
E.G.: - Os seus cadernos de poesia, vendidos directamente mesa a mesa nos cafés da vila, fazem parte do pas-sado, ou são um projecto para continuar?
P.A.: - Vender livros brochados e folhetos de poesia na rua
é, antes de mais, um acto de intervenção cultural directa. Mas
nem sempre há paciência...
E.G.: - Desde quando escreve ficção científica?
P.A.: - Desde a segunda metade dos anos 80 que são dados a
público contos de ficção científica de minha autoria, na imprensa e em outras publicações de especialidade literária. Comecei
nas páginas do Diário de Notícias, e são dessa altura alguns
dos contos que constituem o livro lançado no dia 20 de Abril.
E.G.: - O que procura neste tipo de escrita? Tem algum
feed-back dos seus leitores?
P.A.: - Para responder a esta pergunta, gostaria de fazer
auto-citação de uma frase que foi posta a circular no ECOS
DE GRÂNDOLA em Agosto de 1989: “Sempre fui um amante
leviano. Se escrevo ficção científica é para me manter no meio
de dois grandes amores: a ciência e a poesia. É na ficção científica que se pode estabelecer uma fronteira aberta entre o real
e o imaginário – esses dois mundos que são, afinal, a pátria dos
humanos” Os leitores procuravam os meus contos por haver
neles uma expressividade típica da ficção científica clássica.Teimava eu nessa altura a não encetar negociações com uma nova
vaga, nem sempre bem conseguida, que esteve na moda nos
princípios dos anos noventa, neste género literário. Posteriormente, eu próprio mudei um pouco o registo da minha escrita,
abrindo e abrindo-me a novas possibilidades.
E.G.: - Que projectos para o futuro?
P.A.: - Publicar mais livros. Posso deixar entrever a publicação de um “Livro de Memórias” para o próximo ano: 25 anos
de actividade literária,Tempo de Palavras – Ilusão e Mito. 
Lucília Saramago
10
10 de Junho de 2011
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
EDITAL N.º 130
PUBLICIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador da Câmara Municipal de Grândola, no uso da
competência que lhe foi conferida pelo despacho nº 4/2011, de 10 de Janeiro, no âmbito das
competências respeitantes ao art.º 91º - alínea v) do nº 1 do artº 68º, da Lei nº 169/99, de 18 de
Setembro na redacção que lhe foi dada pela Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro, torna público que em
reunião ordinária, não pública, de 19 de Maio de 2011 foram tomadas as seguintes deliberações
com eficácia externa:
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de Protocolo de Cooperação entre a Direcção
Geral de Reinserção Social e o Município de Grândola: Deliberado, por unanimidade, aprovar
o Protocolo de Cooperação entre a Direcção Geral de Reinserção Social e o Município de
Grândola, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de subsídio ao Grande Prémio
de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores: Deliberado, por unanimidade,
atribuir um subsídio, no montante de €1.500,00 (mil e quinhentos euros), à Associação Portuguesa
de Escritores, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de Reestruturação do Programa “ Bora Lá
Bulir ”: Deliberado, por unanimidade, aprovar a reestruturação do Programa “Bora Lá Bulir”,
excluindo a alínea h) do Ponto nº 4 e o nº 3 do Ponto nº 13, bem como a alteração da alínea a) do
Ponto nº 8, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta relativa ao pedido da SAPEC de revogação da
decisão da reunião da Assembleia Geral da Fundação Frédéric Velge, de 23 de Dezembro de
2010, sobre o Projecto de “Descida à Mina”: Deliberado, por unanimidade, aprovar uma posição
muito firme de empenhamento com este projecto e da sua defesa intransigente e ainda transmitir
na próxima Assembleia Geral da Fundação Frederic Velge que a Câmara não estará disponível
para revogar a deliberação de 23 de Dezembro de 2010 da Assembleia Geral da Fundação Frederic
Velge, salvo se a SAPEC estiver disponível para mandatar a Câmara Municipal de Grândola,
no sentido de poder encontrar outro parceiro, criando assim condições para dar continuidade à
candidatura já aprovada, de acordo com a Proposta dos Serviços.
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de anulação do Procedimento de concurso
público de concepção para a elaboração do Projecto de Ampliação e Requalificação da
Biblioteca Municipal e criação do Arquivo Municipal de Grândola: Deliberado, por maioria,
com duas abstenções por parte dos Vereadores da CDU, aprovar a anulação do Procedimento de
concurso público de concepção para a elaboração do Projecto de Ampliação e Requalificação da
Biblioteca Municipal e criação do Arquivo Municipal de Grândola, de acordo com a Proposta dos
Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de exercício do direito de preferência sobre
o prédio ou venda do lote a Francoiçe Marie Aurelie Dumas, Lote 15 do Loteamento C1 do
Carvalhal: Deliberado, por maioria, com dois votos contra por parte dos Vereadores da CDU, não
exercer o direito de preferência sobre o prédio e vender à Requerente, Françoise Marie Aurelie
Dumas, o Lote 15 do Loteamento C1 do Carvalhal, a um preço de €130,00/m2 (cento e trinta
euros/m2), de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de exercício do direito de preferência sobre
o prédio ou venda do lote a Francoiçe Marie Aurelie Dumas, Lote 16 do Loteamento C1 do
Carvalhal: Deliberado, por maioria, com dois votos contra por parte dos Vereadores da CDU, não
exercer o direito de preferência sobre o prédio e vender à Requerente, Françoise Marie Aurelie
Dumas, o Lote 16 do Loteamento C1 do Carvalhal, a um preço de €130,00/m2 (cento e trinta
euros/m2), de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação do Projecto de licenciamento destinado a Lar de Idosos em
Azinheira dos Barros, requerido por Fundação Padre Américo: Deliberado, por unanimidade,
aprovar o Projecto de licenciamento destinado a Lar de Idosos em Azinheira dos Barros, requerido
por Fundação Padre Américo, de acordo com a proposta dos serviços;
Apreciação e eventual aprovação do pedido de isenção de taxas de licenciamento, requerido
pela Fundação Padre Américo, referente ao Projecto do Lar de Idosos em Azinheira dos
Barros e remissão à Assembleia Municipal: Deliberado, por unanimidade, aprovar a isenção de
taxas de licenciamento, requerido pela Fundação Padre Américo, referente ao Projecto do Lar de
Idosos em Azinheira dos Barros e remissão à Assembleia Municipal, de acordo com a Proposta
dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de revogação da deliberação de 24 de Março
de 2011, referente à Proposta de consultoria jurídica para avaliação da possibilidade de
execução de operações urbanísticas na UOPG do PP2 – Plano Pormenor Área Poente de
Grândola: Deliberado, por maioria, com duas abstenções por parte dos Vereadores da CDU,
aprovar a revogação da deliberação de 24 de Março de 2011, referente à Proposta de consultoria
jurídica para avaliação da possibilidade de execução de operações urbanísticas na UOPG do PP2
– Plano Pormenor Área Poente de Grândola, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de alteração de loteamento titulado pelo Alvará
nº 10/2007 e Proposta de compra da área que constitui os caminhos pedonais adjacentes aos
lotes 33 e 35 do alvará de loteamento nº 10/2007 – Lagoa Formosa – Carvalhal, requeridos
respectivamente: Herdade da Comporta – Actividades Agro silvícolas e Turísticas SA e
Luís Torres de Castro e Almeida: Deliberado, por maioria, com dois votos contra por parte dos
Vereadores da CDU, aprovar a alteração de loteamento titulado pelo Alvará nº 10/2007 e Proposta
de compra da área que constitui os caminhos pedonais adjacentes aos lotes 33 e 35 do alvará de
loteamento nº 10/2007 – Lagoa Formosa – Carvalhal, requeridos respectivamente: Herdade da
Comporta – Actividades Agro Silvícolas e Turísticas SA e Luís Torres de Castro e Almeida, de
acordo com a Proposta dos Serviços;
Para constar se lavrou este e outros de igual teor os quais vão ser afixados nos locais públicos do
costume.
Paços do Concelho de Grândola, 25 de Maio de 2011.
O Vereador do Pelouro da Administração,
PSD – Concelhia de Grândola
(…) Pois o interesse
pelas pessoas, de que falávamos na anterior edição
do “Ecos”, é justamente o que menos vemos discutido hoje em dia, em detrimento do “olhar apenas para
o próprio umbigo”. E é pena… é lamentável! E isto
acontece porquê? Muito frontalmente e sem receios
o digo, que o actual PS reserva, apesar das constantes
denúncias, os “tais” lugarezinhos para os seus amigos
na máquina do Estado e noutras.
Tão ou mais grave, é o constante povoamento e
ocupação pelos amigos do PS, dos lugares em direcções gerais, empresas públicas, institutos, etc. que em
vez de defenderem o interesse público – leia-se de
“TODOS OS PORTUGUESES”, apenas defendem os
seus próprios interesses e de quem os colocou lá.
Passando para o aparelho de Estado, e mais propriamente para a autêntica vergonha em que se tornaram
as Finanças Públicas, mais concretamente nos últimos
3 a 4 anos, o desastre é total: défices absolutamente
escondidos dos Portugueses, verbas que saem sem
destino conhecido, derrapagens, projectos megalómanos, etc. que só nos vêm demonstrar que estas pessoas
não foram sérias na Governação do País e na gestão
financeira do mesmo.
Estamos quase na bancarrota – isto é um facto – e tal
facto deve-se ao Governo Socialista ter sempre ocultado
o verdadeiro estado da situação do País aos Portugueses.
Por isso é que tanto insistimos na necessidade de pessoas
“transparentes” e com espírito de iniciativa, o que passa
(passou) claramente por uma mudança de Governo.
Uma mudança que permita ás pessoas e ás empresas
terem as suas próprias e livres iniciativas, não estando
sempre à espera do tachinho oferecido pelo Sr. Ministro “tal” ou pelo autarca “fulano tal”. Mas mais uma vez:
isso são contas de outro rosário… 
(Continua na próxima edição)
Isidro Gonçalves
Comissão Politica do PSD de Grândola
[email protected]
Reordenamento da Rede Escolar
As orientações para o reordenamento da rede escolar publicadas o ano passado, em especial as que
prevêem o encerramento das escolas primárias, estão
outra vez na ordem do dia.
Aliás no passado mês de Abril foi aprovada uma moção da Assembleia Municipal que retoma exactamente
este assunto, sendo de saudar a convergência de ideias
dos partidos políticos representados na casa da democracia de Grândola em torno desta matéria, no sentido de recomendar às Juntas de Freguesia envolvidas e
também ao executivo municipal que façam tudo o que
estiver ao seu alcance para evitar o encerramento de
escolas primárias no concelho de Grândola.
O PS local compreende as principais motivações
que levaram à implementação desta medida, mas considera que devemos, em primeira instância, depositar
confiança em quem nos representa localmente para
não deixar acontecer aquilo que já poderia ter acontecido no ano lectivo anterior.
Devemos pugnar pela defesa das escolas primárias
mais isoladas e de dimensão mais reduzida do nosso
Concelho, enquanto factores potenciadores de oportunidades para todos, de equilíbrio do território e de
combate à desertificação. 
A Presidente da Comissão Política Concelhia
Carla Silva
CARTÓRIO NOTARIAL DE GRÂNDOLA
NOTÁRIA PAULA SÁ
CARTÓRIO NOTARIAL DE GRÂNDOLA
NOTÁRIA PAULA SÁ
– CERTIFICO, para efeitos de publicação que por escritura do dia dezassete de Maio de dois mil e onze, lavrada a
folhas 122 do Livro 14-A, deste Cartório, JOSÉ FRANCISCO LOPES DIOGO e mulher ERCÍLIA MARIA
CORREIA DIOGO casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos
naturais da freguesia de Azinheira dos Barros e S. Mamede do Sadão, concelho de Grândola residentes na Rua Prof. Dr. Egas Moniz, nº 7 – 2º frente,
freguesia Aldeia de Paio Pires, concelho do Seixal, contribuintes 135749301
e 135749310, declararam que são donos, com exclusão de outrem, do seguinte: --------------------Prédio urbano sito em Aldeia Nova de S. Lourenço,
freguesia e concelho de Grândola, composto por prédio urbano destinado a
habitação, com a área coberta de quarenta metros quadrados e com a área descoberta de cento e vinte e oito metros quadrados, a confrontar do norte e sul
com Rua, do nascente com Joaquim Luís e do poente com Joaquim Pereira,
inscrito na respectiva matriz predial, em nome de Felicidade Carregueira sob
o artigo 2805, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola.
– Que este prédio adveio à posse dos justificantes, por compra verbal a João
Ramos, viúvo, já falecido, residente que foi em Canal Caveira, na referida
freguesia de Grândola, em data que não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta e quatro, que por sua vez havia sido adquirido por sucessão
hereditária de Felicidade Carregueira. ---------------------------------------------– Que, desde essa data, têm eles, justificantes, possuído o dito prédio em nome
próprio e sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início,
posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, à vista e com
conhecimento de toda a gente e traduzida na habitação da casa, na sua conservação, bem como em todos os demais actos materiais de fruição, sendo, por
isso, uma posse pacífica, porque exercida sem violência, continua e pública. – Como esta posse assim exercida durante mais de vinte anos, o foi sempre
de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, acabaram
por adquirir o prédio por usucapião, que invocaram para justificar o direito
de propriedade para fins de registo predial, dada que este modo de aquisição
não pode ser comprovado extrajudicialmente de outra forma. ----------------– Que desta forma, justificam a aquisição do aludido imóvel por usucapião.
– ESTÁ CONFORME O ORIGINAL. --------------------------------------------Grândola, 17 de Maio de 2011. ---------------------------------------------------A Notária,
Registo nº 2/455/2011 Factura nº 455/2011
– CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura do dia onze de Maio de dois mil e onze, lavrada a folhas
92 do Livro 14 – A, deste Cartório, BERTO JOSÉ e mulher FRANCISCA MARIA DIAS casados no regime da comunhão geral,
naturais respectivamente da freguesia de Santiago do Escoural, concelho de
Montemor-o-Novo e da freguesia de Albernoa, concelho de Beja, residentes
em Vale Gamito, CCI 2009, Isaías, freguesia e concelho de Grândola, contribuintes 155329464 e 207444439, declaram que são donos, com exclusão de
outrem, do seguinte: -----------Prédio urbano sito em Vale Gamito, freguesia e concelho de Grândola, composto por prédio urbano destinado a arrecadações e arrumos, com a área coberta de vinte e quatro metros e setenta e
sete decímetros quadrados, e com a área descoberta de dois mil quatrocentos
e oitenta e oito metros e vinte e três decímetros quadrados, a confrontar do
norte com caminho público, do sul Lina Maria Trindade Nunes, do nascente
com Abel José Gonçalves e do poente com Walter Vilhena, inscrito na respectiva matriz predial, em nome dos justificantes, sob o artigo 10328, não
descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola. ------------------– Que este prédio adveio à posse dos justificantes, por compra verbal a Francisco Inácio Carolino, solteiro maior, já falecido, residente que foi em Vale
Gamito, na referida freguesia de Grândola, em data que não podem precisar do ano de mil novecentos e setenta e oito, transmissão esta meramente
verbal, inexistindo portanto qualquer título formal que a possa comprovar.
– Que, desde essa data, têm eles, justificantes, possuído o dito prédio em
nome próprio e sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu
início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e traduzida na utilização do mesmo
para arrecadações e arrumos, na sua conservação, bem como em todos os
demais actos materiais de fruição e no pagamento dos respectivos impostos,
sendo, por isso, uma posse pacífica, porque exercida sem violência, contínua
e pública. -----------------------------------------------------------------------– Como esta posse assim exercida, durante mais de vinte anos, o foi sempre
de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, acabaram
por adquirir o prédio por usucapião, que invocam para justificar o direito
de propriedade para fins de registo predial, dado que este modo de aquisição não pode ser comprovado extrajudicialmente de outra forma, que desta
forma, justificam a aquisição do aludido imóvel por usucapião. --------------– ESTÁ CONFORME O ORIGINAL.
Grândola, 11 de Maio de 2011. ---------------------------------------------------A Notária,
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
– Certifico narrativamente que, por escritura trinta e um de Maio do ano de dois
mil e onze, lavrada de folhas quarenta e três seguintes, do livro de notas para
escrituras diversas número cento e quarenta e seis-A, deste Cartório a) CECÍLIA
MARIA CHAINHO PARREIRA, natural da freguesia de Melides, do concelho
de Grândola, divorciada, residente habitualmente em Courela de Santa Marinha,
Melides, Grândola, contribuinte fiscal número 208626220 b) MANUEL
CHAINHO PARREIRA, segundo declarou, natural da freguesia de Melides do
concelho de Grândola, divorciado, residente habitualmente em Pinhal de Cima,
São Francisco da Serra, Grândola, contribuinte fiscal número 200640321. c)
HÉLDER FERNANDO CHAINHO PARREIRA, segundo declarou, natural
da freguesia de Melides, do concelho de Grândola, solteiro, maior, residente
habitualmente em Courela de Santa Marinha, Melides, Grândola, contribuinte
fiscal número 224444476, justificam ser donos e legítimos possuidores, em
comum e partes iguais, com exclusão de outrem, de um prédio rústico composto
de parcela de terreno, com a área de sessenta e seis mil setecentos e setenta e sete
vírgula cinquenta metros quadrados, situado em Courela do Telheiro, na freguesia
de Melides, do concelho de Grândola, que confronta do Norte com Outeiro dos
Castelinhos, do Sul com Herdade do Patinho, do Nascente com Cerca da Fonte, e
do Poente com Herdeiros de Isabel Parreira, que se encontra inscrito sob parte do
artigo I da Secção Q, da matriz rústica da freguesia de Melides, constando como
titular do referido artigo matricial José Chainho (cabeça-de-casal da herança de),
bisavô dos ora justificantes. --------------------------------------------------------------– Que, no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na Conservatória
do Registo Predial de Grândola sob o número quinhentos e sessenta e nove, de
vinte e um de Setembro de mil novecentos e oitenta e oito, da citada freguesia
de Melides, com registo de direito de propriedade a favor de: Cecília Maria
Chainho Parreira Ramos, casada com Carlos Filipe dos Santos Ramos Parreira
sob o regime da comunhão de bens adquiridos, ao presente divorciados;
Hélder Fernando Chainho Parreira, solteiro, maior; José Maria Parreira, viúvo;
Manuel Chainho Parreira, divorciado; Sidónio José Chainho, casado com Maria
Isabel Marcelino Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos, em
comum e sem determinação de parte ou direito, sob a inscrição requisitada pela
Apresentação novecentos e quarenta e seis de um de Fevereiro de dois mil e onze.
– ESTÁ CONFORME. -----------------------------------------------------------------Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos trinta e um
de Maio do ano de dois mil e onze.
Registo nº 2/430/2011 Factura nº 430/2011
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
– Certifico narrativamente que, por escritura de trinta e um de Maio do ano de
dois mil e onze, lavrada de folhas quarenta e seguintes do livro de notas para
escrituras diversas número cento e quarenta e seis-A, deste Cartório, SIDÓNIO
JOSÉ CHAINHO, natural da freguesia de Melides, do concelho de Grândola,
que declarou ser casado com Maria Isabel Marcelino Chainho sob o regime da
comunhão de bens adquiridos, residente habitualmente em Estrada de Vale
Figueira, Caixa Postal número mil duzentos e quinze, Melides, Grândola,
contribuinte fiscal número 115851739, justifica ser dono e legítimo possuidor,
com exclusão de outrem, de um prédio rústico composto de parcela de terreno,
com a área de sessenta e seis mil setecentos e setenta e sete vírgula cinquenta
metros quadrados, situado em Courela de Telheiro, na freguesia de Melides, do
concelho de Grândola, que confronta do Norte com Outeiro dos Castelinhos, do
Sul com Herdade do Patinho e caminho, do Nascente com Cerca da Fonte, e do
Poente com Herdeiros de Isabel Parreira, que se encontra inscrito sob parte do
artigo 1 da Secção Q, da matriz rústica da freguesia de Melides, constando como
titular do referido artigo matricial José Chainho (cabeça-de-casal da herança de),
avô do ora justificante. ---------------------------------------------------------------------– Que no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na Conservatória
do Registo Predial de Grândola sob o número quinhentos e sessenta e nove, de
vinte e um de Setembro de mil novecentos e oitenta e oito, da citada freguesia de
Melides, com registo de direito de propriedade a favor de Cecília Maria Chainho
Parreira Ramos, casada com Carlos Filipe dos Santos Ramos Parreira sob o regime
da comunhão de bens adquiridos, ao presente divorciados; Hélder Fernando
Chainho Parreira, solteira, maior; José Maria Parreira, viúvo; Manuel Chainho
Parreira, divorciado; Sidónio José Chainho casado com Maria Isabel Marcelino
Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos, em comum e sem
determinação de parte ou direito, sob a inscrição requisitada pela Apresentação
novecentos e quarenta e seis, de um de Fevereiro de dois mil e onze.
– ESTÁ CONFORME. -------------------------------------------------------------------Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos trinta e um
de Maio do ano de dois mil e onze.
O Notário
O Notário,
Aníbal Cordeiro
(Lic. João Farinha Alves)
Conta nº 349
(Lic. João Farinha Alves)
Conta 347
10 de Junho de 2011
A espuma dos dias
“Os caminhos fotográficos estão sempre livres,
à espera de serem percorridos de preferência com
toda a nossa paixão.”
Joel Santos
(Livro de Fotografia)
Nessa intenção partimos nós à descoberta do Jardim
Geológico da Mina do Lousal, esta é uma viagem de
350 milhões de anos.
Lousal integrado na extensa faixa piritosa ibérica, que
se estende por cerca de 250 Km, do Vale do Sado até
ao Vale do Guadalquivir, foi habitado desde o período
Neolítico.
O aparecimento da actual povoação deve-se à exploração Mineira que teve início na 2ª metade do século XIX
e teve o apogeu da actividade entre a década de 40 e 60.
Tendo encerrado no ano de 1988.
São testemunho de todo este historial a Aldeia e a Mi-na, e as suas Gentes, num projecto que constitui uma
homenagem à cultura alentejana e à memória do que
foram séculos de exploração Mineira.
A criação de um Parque Mineiro emoldurado por uma
componente lúdica e cultural pode ser visitado: o Museu da Mina; o Centro de Ciência viva; Museu interactivo (descida à Mina); o parque Geológico, assim como o
Centro de Artesanato o Restaurante e a Albergaria.
Neste contexto e em colaboração com Associação
A.A.P.F.E.A.I.C. no dia 18 de Junho vai realizar-se um
“Work-shop de Fotografia” com orientação de Manuel
Ribeiro. Consulte o programa no Facebook, ou contacte
919127027.
O Lousal constitui um dos nossos melhores cartões
de visita, englobado nos vários projectos de desenvolvimento turístico da região e do Concelho, que vai desde
o interior ao litoral. 
Cecília E. Cordeiro
Divagando
Estávamos no mês de Maio
Ouvia-se cantar o gaio.
O sol sorria, sorria
Emoldurando a pradaria
Matizada pelas flores
Que nos brindavam de odores
As aves, com seus gorjeios
Voavam em devaneios
Fugindo aos seus labores
Aninhando com seus amores.
Uma estranha nostalgia
Como se pura magia
Vi-me ainda criança
Correndo com confiança
As flores ia abraçando
Como se estivesse dançando.
Senti-me adolescente
Abraçando docemente
O meu primeiro amor
Desfeito em fumo sem cor.
Eu era mulher cansada
Incompreendida e quebrada
Filhas e netos enlaçava
Com sofreguidão os beijava.
No horizonte, declinava
O sol que iluminava.
E… uma aura soprou
E uma lágrima deslizou.
O Outono bem apressado
Em mim tinha já chegado
M.V.R.
11
A pedagogia da crise
Desde há muito tempo que o professor Ribeiro Telles vem “apregoando” ao vento, a importância
tâ
das hortas urbanas, embora, argumentando, as suas vantagens. Desde logo, pela componente
p
da sustentabilidade ambiental, visto que a produção de plantas nas cidades contribui
p que o ambiente seja melhor. Depois, a qualidade dos produtos produzidos pelos próprios
para
consumidores,
c
dá uma garantia, nem sempre obtida nas grandes superfícies. Em terceiro lugar,
uma
u concepção bem mais naturalista e rural, como de resto, continua a ser a nossa sociedade.
Finalmente,
F
o aspecto terapêutico do trabalho físico e relax psicológico que os operadores
das
d hortas beneficiam. Todos estes argumentos, mercê de uma euforia a que o novo-riquismo
n foi indiferente, sempre maltrataram os bons conselhos de sabedoria e científicos do velho
não
académico.
a
Numa confissão de desespero, o credenciado professor catedrático lamentava
numa
n
conferência: “Em Lisboa, as pessoas estão convencidas que a paisagem urbana tem de ser
constituída
c
por prédios, e que o resto simboliza um atraso”.
ANTÓNIO G. CHAÍNHO
Em países desenvolvidos, sempre houve esta prática, cujo fenómeno surgiu nos países do
norte
n
da Europa, durante a segunda metade do século XIX. Na Alemanha, um dos países
pioneiros, existem hortas urbanas desde 1864, ano em quee se criou a pr
pprimeira
imeira associaçã
associação,
ç o,, em Leip
Leipzig.
pzig.
g Na Dinamarca,, o ppaís
aís
europeu com a maior percentagem de hortas urbanas, esta
tradição remonta ao século XVIII, existindo actualmente
409 associações de agricultores e jardineiros urbanos. Ar-reigados a alguma saloiice bem portuguesa, só agora, com
o surgimento da crise económica e financeira, nos lembrámos que as hortas podem concorrer para diminuir os
nossos deficits familiares. Conheço, pessoalmente, grandes
projectos em Valência e em Bilbau, que aproveitam os espaços das traseiras das grandes avenidas, para os utilizarem
na produção de verduras dos moradores. Estou a lembrar-me dos quintais existentes nas traseiras das avenidas novas, em Li
Lisboa
b e em zonas hi
históricas
ói
da cidade
d
id d que bbem poderiam
d i
ser aproveitadas para esse efeito. Hoje, quase todas as grandes cidades, em Portugal, já começam a realizar essa prática bem
generosa para a qualidade de vida dos urbanos. Grândola, com uma tradição antiquíssima, sempre teve as suas hortinhas. Há
uma ligação muito forte ao campo das nossas gentes. A nossa vila sempre foi um notável exemplo. 
Por terras de Sua Majestade
Na altura em que escrevo a crónica para o ECOS de Junho, estou a residir temporariamente
em
e Nottingham, em Inglaterra, em casa da minha filha que é actualmente Professora na Universidade
d
de Nottingham, Universidade onde me doutorei nos anos setenta e onde a mesma filha se
doutorou
d
há cerca de cinco anos.
Nottingham, que é uma cidade de média dimensão, com uma população que se aproxima
actualmente
a
de um milhão de habitantes, situa-se no coração de Inglaterra, tendo ficado ligada
à lenda de Robin Hood, ou Robin dos Bosques como costumamos designar o herói, o qual,
em
e plena Idade Média, roubava aos ricos para dar aos pobres, um pouco ao contrário do que
se
s passa hoje, em que, de certa maneira, “se rouba aos pobres para dar aos ricos”, se estes
forem
f
accionistas da banca, a qual não pode de modo algum, declarar insolvência, mesmo se
insolvente
i
tiver ficado por má gestão!
Ainda hoje Nottingham ostenta os seus símbolos desse passado, tendo sabido manter o mito
de
d Robin Hood sempre vivo, por razões de tradição, turismo e negócios, podendo-se visitar o
castelo
– hoje um palácio onde o mesmo se erguia, na Idade Média – bem como a velha praça
c
designada
por Old Market Square, onde se situava e situa o coração da velha urbe.
d
Trata-se de uma região pujante do ponto de vista económico, científico e cultural, em que
não
n são visíveis quaisquer sinais da famigerada crise internacional, pelo contrário, onde os indícios são de crescimento nos negócios
c e de estabilidade no emprego.
Embora se note uma tremenda evolução sócio-económica desde a longínqua época em que aqui vivi, durante três anos, há
coisas
que nunca mudam nesta sociedade anglo-saxónica, metodicamente organizada, eficiente, tolerante e democrática, mas, ao
c
mesmo
m
tempo, muito ciosa da sua terra, para aquém do canal da Mancha.
A primeira página dos jornais continuam a dar preferência a notícias que interessam essencialmente à sua gente, sendo pouco
usual
u
ver manchetes de primeira página sobre factos de interesse mundial ou europeu, pese embora a Inglaterra integrar a União
Europeia,
mas não a União Monetária europeia.
E
Por exemplo, no conceituado diário The Guardian de17 de Maio, a notícia da reunião dos Ministros das Finanças da Eurozona, que
concordou
com o empréstimo de 78 mil milhões de euros a Portugal, foi relegada para a página 24. Já a primeira página do mesmo
c
jornal
do dia seguinte, - e de quase todos os outros - dava um enorme relevo à visita de Estado da rainha Isabel II à República da Irlanj
da,
d nos dias 18 e 19 de Maio, visita realmente histórica no contexto da relação entre os dois povos. A visita começou por ser objecto
de
d excepcionais medidas de segurança, até porque foi anunciada uma suspeita de bomba em Londres, na véspera do seu início, que
colocou
c
a cidade em alvoroço, com um notável aparato das forças de segurança, que aliás se notou, embora discretamente, noutras
cidades,
c
nomeadamente aqui em Nottingham.
Para quem se lembre do que foi a difícil relação política entre a Irlanda e o Reino Unido, tratou-se de um acto de grande simbolismo,
pois foi a primeira visita real da coroa inglesa à República da Irlanda desde que esta se tornou independente em 1922 – e
b
a
apenas
na parte sul da Ilha – já que a Irlanda do Norte continua sob a soberania inglesa, apesar da luta invariavelmente presente,
e por vezes violenta, entre os católicos, defensores da República e os protestantes, fiéis a Sua Majestade.
Numa altura em que a Irlanda se sente deprimida e porventura humilhada com a inevitável submissão à troika que também
n “ajudou”, a visita real, considerada “uma triste e lamentável realidade da história”, pelo Guardian, corria o risco adicional de
nos
s considerada paternalista, o que explica uma certa frieza do povo irlandês, bem como algumas manifestações hostis e até a
ser
detecção
de uma bomba artesanal prontamente desmontada pelas incontáveis forças de segurança.
d
A mensagem que se passou foi a de que visita se traduziu, não num pedido de desculpas do antigo colonizador, mas uma hom
menagem
explícita aos irlandeses que tombaram na sua rebelião a favor da independência e representou não só uma expressão
i
inequívoca
da vontade de esquecer o passado, como um acto de abertura a uma maior cooperação política futura entre os dois
p
povos.
Todavia, acrescente-se, a mera existência da soberania inglesa na parte norte da ilha, não deixa de representar para os
republicanos
uma espinha atravessada na garganta que não parece despertar muito entusiasmo numa reconciliação total entre
r
os
o dois povos. 
12
10 de Junho de 2011
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
AVISO N.º 150
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador do Pelouro do Urbanismo, Faz
Saber: -----------------------------------------------------------------------------------------------Em cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 78.º do D.L. n.º 555/99,
de 16 de Dezembro, na redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 26/2010, de 30
de Março, foi emitido o Aditamento N.º 1 ao Alvará de Loteamento n.º 1/2007, em
nome de Joaquim Ângelo e Cachadinha, S.A., com sede na Rua General Humberto
Delgado, nº 29, em Grândola contribuinte fiscal n.º 500128642, que titula a aprovação
da Operação de Loteamento e respectivas Obras de Urbanização, que incidem sobre o
prédio sito em “Cerca Grande – Cerrado do Arraial”, da freguesia de Grândola, inscrito
na matriz predial sob o artigo 349.º da Secção KK da respectiva freguesia e descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola, sob o N.º 4526/20070410, da referida
freguesia de Grândola. ----------------------------------------------------------------------------A alteração ao loteamento foi requerida pela Sr.ª Daniela Sofia Amaro Rodrigues
Parreira e aprovada por despacho do Sr. Vereador do Pelouro do Urbanismo, exarado
em 2011/03/22, proferido no uso da competência Subdelegada pelo Sr. Presidente da
Câmara através dos Despachos nºs 12/09 de 06/11 e 17/09 de 19/11 e 2/11 de 03/11,
incide sobre o Lote 10, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 9637 e descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o N.º 4536/20070410, respeita o Plano
de Urbanização de Grândola e consta na alteração do lote n.º 10, no que diz respeito à
alteração do polígono de implantação da área da implantação, que passa de 177,20m2
para 170,27m2 incluindo anexos com 25m2, a área bruta de construção que passa de
177,20m2 para 315,54m2 incluindo anexos com 25m2, o número de pisos passa 1 ou 2
pisos para 1 ou 2 pisos acima da cota de soleira e 1 piso abaixo da cota de soleira com
o uso de estacionamento e arrumos com a área de 145,27m2, conforme Planta Síntese
do Loteamento com Alteração do Lote 10 que constitui o Anexo I. ------------------------Mantendo-se tudo o resto. ------------------------------------------------------------------------Grândola, Paços do Concelho aos 06 dias do mês de Junho do ano dois mil e onze. ----O Vereador do Urbanismo
Aníbal Cordeiro
Estórias Reinventadas
Há que ter esperança!...
H
Ela já não era muito nova e andava numa azáfama muito
ggrande. E naquele momento como estava só ela a atender
o
os clientes na pastelaria, tão depressa quanto podia, tanto
aatendia ao balcão, lá dentro, como cá fora às mesas.
Acontece que no momento exacto em que tirava a contta de um cliente na máquina registadora e falando para
cconsigo própria teve o seguinte desabafo: - É muito triste
tte
ter que trabalhar ao domingo e dando conta, no mesmo
in
instante se resignou, que pior seria se não tivesse emprego.
Um cliente que se vinha aproximando do balcão e sem
querer
quuer
erer esc
escutar
utar
t o seu d
desabafo
esab
aba
baffo que mais lhe pareceu um lamento, procurando encorajála disse: - Esqueça que é Domingo! …
- Não é fácil quando o domingo é o dia em que se pode estar com os filhos, respondeu
ela.
Mas o cliente já de saída ainda insistiu: - Não desanime que melhores dias hão-de vir!...
Ao que ela, embora pouco animada, aquiesceu com um encolher de ombros. 
Reflexões 104
Ética, política e responsabilidade
A crise política que procedeu à crise económica actual,
sse
sem
e precedentes desde o 25 de Abril, propõe que façamos
aalgumas reflexões sobre as questões que a envolve. Temos
ppor adquirido que todas as actividades são dignas de ser
eexercidas, mas diz a tradição cultural que nenhuma é mais
nnobre do que a política, porque quem a concretiza assume
rre
responsabilidades, perante o povo, que apenas são compatíveis com altas qualidades morais, éticas e sapienciais dos
ttí
hhomens públicos.
Sendo assim, quem se propõe exercer a actividade pollít
lítica é suposto ser imbuído de um espírito de serviço à
ccausa pública e só aquele o orientará. Com efeito, sendo
legítima a ambição da conquista do poder, tal perde sentido
lle
sse quem a tem se orientar para outros valores, que não foram expressos anteriormente nas suas intenções públicas.
rra
É verdade que nem todos aqueles que se propõem exercer a acção política pensam da
mesma maneira, o que facilita as escolhas pelo soberano (o povo), na hora de fazer a sua
opção perante um leque de ofertas. É por isso que defendo a urgência da clarificação das
ideologias, mesmo em tempo de crise. Para tanto, o eleitor, para decidir em consciência,
tem que conhecer os princípios políticos que dão forma ao pensamento daqueles que se
propõem governar a polis; o eleitor deverá ser informado, sem ambiguidades nem subterfúgios, pelos líderes políticos, dos valores que defendem, sejam os valores pessoais, como os
da organização política a que pertencem. Ora, um político não pode executar os valores do
partido a que pertence, se os seus são diferentes; se tal ocorre, ressalta dessa incongruência
um estado de puro oportunismo.
A prudência, a coragem, a rectidão, a verdade e o saber são valores que devem constituir a
matriz genética dos aspirantes à governação. Porquê? Porque, quando tomarem decisões, em
nome do povo a que pertencem, não deverão ignorar que tais decisões influenciarão, positiva
ou negativamente, a vida das pessoas, das instituições e do País. Porquanto, mais do que qualquer outra actividade (que implique apenas o particular), a praxis política é de uma exigência
superior, uma vez que implica o geral, ou seja, TODOS. E é aqui que, a par dos princípios
acima indicados, entra a ética da responsabilidade, valor que os políticos não podem ignorar
nem subestimar, sob pena de deixarem de ser respeitados. A ética da responsabilidade coage o político a não ocultar as causas e as consequências dos actos e decisões que pratica.
Sabemos que, por vezes, é necessário tomar medidas que não estavam previstas, e que são
inevitáveis. Então, o político deve ser transparente e esclarecer a razão que conduz àquelas
medidas; enfim, deve dizer a verdade. O povo compreende e aceita os políticos credíveis.
Mais uma vez se assinala a importância do conhecimento das ideologias em confronto:
por exemplo, o político deve ser claro quanto ao seu pensamento sobre os sectores público e privado, e quanto ao Estado Social. Não deve ficar pelo talvez, sim… sim… também
nós… isto não tem sentido. Ou seja, tem o sentido do engano.
Por outro lado, o político, cada político, não pode pensar que tem o monopólio da verdade, porque ele, quanto muito, tem a sua própria verdade, que pode não ser a verdade
do OUTRO. É difícil entender isto? Por exemplo, na peleja eleitoral da Primavera, uns
defenderam a estatização de vastos sectores de actividade empresarial, enquanto outros
defenderam o contrário, ou seja, a privatização de quase tudo o que é sector empresarial
do Estado, outros, ainda, pretendiam privatizar algumas empresas; e nada foi dito, claramente, do que não deve ser estatizado, nem do que não deve ser privatizado. Foi pena. Seria boa
orientação para nós. Então, poderemos questionar, a luz da ética política, em que critérios se
fundamentaram para propor a estatização ou privatização de determinadas empresas ou
sectores da actividade económica? Eis o que os políticos, dos vários quadrantes ideológicos,
não fizeram: elencar os critérios que dão corpo às suas propostas. Ao invés, preferiram
criar uma nebulosa que pairasse sobre o espírito do soberano, como que a dizer: depois
adaptamo-nos à situação que as vicissitudes impuserem. Ora, aqui está o que não deve ser
feito. Mas esta é uma prática que está muito penetrada nas mentes de muitos políticos,
ressalvando as boas excepções.
Os políticos deverão agir nos termos da ÉTICA DA RESPONSABILIDADE. Esta é a
posição que está em harmonia com os ditames da democracia. Mas o que é que vemos?
Que esta prática não é considerada por muitos, a todos os níveis da responsabilidade política, que vai da mais pequena célula administrativa até ao topo da hierarquia política. Que
fazer? Para já, vamos reflectindo. A reflexão e a palavra também são armas que podemos e
devemos alimentar e utilizar. 
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE GRÂNDOLA
Campanha de Angariação de Fundos para Aquisição de Viaturas
AMICICLO
Com o decorrer das competições ao longo do presente ano, verifica-se um apurar de forma dos nossos atletas, que continuam a brilhar
nas provas em que participam.
No Campeonato do Mundo de Triatlo Cross de Grupos de Idade, o Rui Dolores ficou
em 2º lugar no escalão (25-29 anos), e a Sofia Brites em 7ª no escalão também no mesmo
escalão.
No Triatlo longo de Lisboa o Rafael Gomes obteve novamente lugar de relevo alcançando o 5º lugar absoluto, e 2º no escalão 24-29 anos. 
António Figueiredo
Devido ao envelhecimento do parque de viaturas e ao consequente aumento das despesas de manutenção, decidiu a Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Grândola, lançar uma
campanha de angariação de fundos destinada à aquisição de uma ambulância de socorro e de uma viatura
de combate a incêndios florestais. Espera a Direcção desta Associação a colaboração de todos os Grandolenses, de modo
a concretizar este objectivo no mais curto espaço de tempo. A Direcção irá publicitar neste jornal o montante recebido nesta
campanha. Poderá fazer o seu donativo na secretaria da Associação ou através de depósito bancário.
Para a Ambulância na Caixa Geral de Depósitos
NIB 0035 0357 0001 6164 430 26
Para a Viatura de combate a incêndios florestai s na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
NIB 0045 6323 4020 5731 244 54
Gratos pela Vossa generosidade,
A Direcção
Montante recebido até 20 de Maio de 2011
Viatura de Combate a Incêndios Florestais:
Transporte do mês anterior ..............................................................................................................................................
Total a transportar: ........................................................................................................................................................
92.471,25€
92.471,25€
Ambulância de Socorro:
Transporte do mês anterior ..............................................................................................................................................
Total a transportar: ........................................................................................................................................................
24.489,75€
24.489,75€
Fotos de Ana Correia
Foto de Ana Correia
Foto de Ana Correia
10 de Junho de 2011
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10 de Junho de 2011
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
EDITAL N.º 110
EDITAL N.º 113
PUBLICIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador da Câmara Municipal de Grândola, no uso da
competência que lhe foi conferida pelo despacho nº 4/2011, de 10 de Janeiro, no âmbito das competências
respeitantes ao art.º 91º - alínea v) do nº 1 do artº 68º, da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro na redacção
que lhe foi dada pela Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro, torna público que em reunião ordinária, pública, de
05 de Maio de 2011 foram tomadas as seguintes deliberações com eficácia externa:
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de apoio financeiro à construção do Monumento à
Portugalidade no âmbito da subscrição pública nacional: Deliberado, por unanimidade, aprovar o
apoio financeiro à construção do Monumento à Portugalidade no âmbito da subscrição pública nacional,
de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de actualização anual dos preços de venda das
Habitações Municipais do Largo Zeca Afonso e Horta do Côxo aos respectivos arrendatários:
Deliberado, por unanimidade, aprovar a actualização anual dos preços de venda das Habitações
Municipais do Largo Zeca Afonso e Horta do Côxo aos respectivos arrendatários, de acordo com a
Proposta dos Serviços;
Paulo Alexandre Mateus do Carmo, Vereador da Câmara Municipal de Grândola:
Faz saber , que por ter terminado o período legal de exumação (3 anos), as sepulturas
do Cemitério Municipal de Grândola a seguir mencionadas, serão consideradas livres a
partir do próximo mês de Julho, se não forem reclamados nos termos regulamentares,
pelos titulares de interesse directo e legítimo, os restos mortais dos corpos que nas
mesmas foram sepultados.
TALHÃO G
N.º
DO COVAL
NOME
DO FALECIDO
N.º
DO COVAL
NOME
DO FALECIDO
1 Ermelinda Maria Pereira
28 Isabel Maria Pereira
2 Mercinda Maria Augusto
29 Maria da Ascensão
3 Maria Leonor Costa Pereira Lourenço
30 Máxima Augusta Catalão dos Reis
Apreciação e eventual aprovação de actualização das rendas apoiadas e preço técnico dos fogos do
Bairro da Esperança e Azinheira dos Barros: Deliberado, por unanimidade, aprovar a actualização
das rendas apoiadas e preço técnico dos fogos do Bairro da Esperança e Azinheira dos Barros, de acordo
com a Proposta dos Serviços;
4 Maria Rosa Ramos
31 Maria Rosa Santinhos
5 Joaquina Luísa Ferreira de Matos
32 Manuel Maria Francisco
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de rectificação da informação relativa à alteração
do Loteamento C4 – Carvalhal: Deliberado, por unanimidade, aprovar a rectificação da informação
relativa à alteração do Loteamento C4 – Carvalhal, de acordo com a Proposta dos Serviços;
6 Emílio José Espada Furtado
33 Elisa da Encarnação Pereira
7 Mariana Quitéria Vaz
34 Ercília Maria Lucas
8 Maria Teresa Figueira Pinho Grosso
35 Irene Lucrécia Pereira Chaínho
9 Irene da Conceição Dâmaso
36 Francisco Gamito
10 Rosinda Maria Gomes
37 Custódia de Jesus Ferreira
11 Custódia Candeias Santos Daniel
38 Mário Severino Marques Jorge
12 António José Felício Costa
39 Hermínio do Rosário Joaquim
13 Luísa Maria Pereira
40 Humberto José de Oliveira Parreira
14 Maria Custódia
41 Constantino António
15 Francisco Pereira
42 Maria Emília Fernandes Nunes
Moura
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de actualização anual das rendas apoiadas e preço
técnico dos fogos do Largo Zeca Afonso e Horta do Côxo: Deliberado, por unanimidade, aprovar
a actualização anual das rendas apoiadas e preço técnico dos fogos do Largo Zeca Afonso e Horta do
Côxo, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de rectificação da informação relativa à alteração
do Loteamento C5 – Carvalhal: Deliberado, por unanimidade, aprovar a rectificação da informação
relativa à alteração do Loteamento C5 – Carvalhal, de acordo com a Proposta dos Serviços.
Para constar se lavrou este e outros de igual teor os quais vão ser afixados nos locais públicos do
costume.
Paços do Concelho de Grândola, 10 de Maio de 2011.
O Vereador do Pelouro da Administr
Administração,
Aníbal Cordeiro
CARTÓRIO NOTARIAL DE GRÂNDOLA NOTÁRIA PAULA SÁ
– CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura do dia onze de Novembro de dois mil e dez, lavrada a folhas 34 do Livro 12-A,
deste Cartório, Cecília Dias Gomes, divorciada, natural da freguesia de Rossas, concelho de Vieira do Minho, residente na Rua das Amendoeiras, nº 2, rés-do-chão direito, freguesia de Setúbal (S. Sebastião), concelho de Setúbal, contribuinte 198048041, declara que é dona e
legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: ------------------RÚSTICO, com a área de quarenta mil metros quadrados,
composto por cultura arvense, pinhal, eucaliptal e montado de sobro, sito em Foros da Arneira, na freguesia e concelho de Grândola, a confrontar do Norte
com caminho público, Sul com estrada municipal, Nascente com Isabel Maria Guerreiro e Poente com herdeiros de António Martins, inscrito na respectiva
matriz sob parte do artigo 21 da secção CC, em nome de Manuel Guerreiro Casanova – Cabeça de Casal da Herança de: --Que o referido prédio encontra-se
descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número quatro mil e vinte e três da referida freguesia de Grândola, onde se encontra inscrito,
em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Cecília Dias Gomes Pereira casada com Reinaldo dos Anjos Pereira no regime da comunhão
de adquiridos, ao presente divorciados, Isabel Maria Guerreiro, viúva, Susana Guerreiro da Silva Baluga casada com António Guerreiro Baluga no regime da
comunhão de adquiridos e de Florinda Rosa Guerreiro da Silva, solteira, maior, pela apresentação onze de vinte e seis de Maio de dois mil e quatro. ---------– Que o indicado prédio rústico ora a justificar veio à posse de Maria Bárbara Guerreiro Candeias casada com Manuel António Candeias no regime da comunhão
de adquiridos, residentes na Rua das Amendoeiras, nº 2, rés-do-chão direito em Setúbal, por partilha e divisão efectuadas de forma verbal no ano de mil novecentos e cinquenta e cinco por óbito de Manuel Guerreiro Casanova, entre Maria Bárbara e as filhas do falecido Manuel Guerreiro Casanova. --------------------– Que na data dessa partilha e divisão, efectuada entre a mãe e os filhos, o prédio no início identificado foi adjudicado verbalmente a Maria Bárbara Guerreiro
Candeias, que desde esse momento o demarcou e dele tomou posse efectiva e material, usufruindo do mesmo, limpando-o, pagando os respectivos impostos,
gozando todas as utilidades por ele proporcionadas, comportando-se como se de verdadeira dona se tratasse, fazendo-o de boa fé, de uma forma pacífica,
pública, contínua, sem oposição, embargo ou estorvo de quem quer que seja. -------------------------------------------------------------------------------------------------– Que, em mil novecentos e oitenta e oito, a referida Maria Bárbara Guerreiro Candeias vendeu verbalmente o prédio ora a justificar, à justificante, Cecília
Dias Gomes, então solteira, maior. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------– Que em quinze de Abril de mil novecentos e oitenta e nove, a ora justificante casou com Reinaldo dos Anjos Pereira no regime da comunhão de adquiridos,
de quem se encontra actualmente divorciada. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------– Que desde essa data, tem ela, justificante, possuído o dito prédio em nome próprio e sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse
que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e traduzida na plantação e corte de árvores, bem como os
demais actos materiais de conservação e fruição, e no pagamento dos respectivos impostos, sendo, por isso, uma posse pacífica, porque exercida sem violência,
contínua e pública, que dura há mais de vinte anos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------– Que atendendo às enunciadas características de tal posse, facultou-lhe a aquisição por usucapião do referido prédio, direito este que, pela sua própria natureza
é insusceptível de ser comprovado pelos meios normais. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------– Que, desta forma, justifica a aquisição do aludido imóvel por usucapião. -----------------------------------------------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME O ORIGINAL. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Grândola, onze de Novembro de 2010.
A Notária/ Colaboradora autorizada,
Registo nº 2/1158/2010 Factura nº 1158/2010
16 Custódia Maria
43 Manuel Espada
17 Joaquim Rodrigues Barbosa
44 Balbina Chaínha
18 Dilar de Jesus Lourenço
45 António Pereira Felício
19 Florêncio Pereira
46 Mariana Antónia
20 José Rodrigues Pereira
47 Vitorina Gamito
21 Policarpo Pereira
48 Policarpo Gonçalves Padílha
22 Erlinda Rosa Espada
49 Luísa Pereira
23 Manuel Esteves Gonçalves
Neto da Conceição
50 Almerinda dos Ramos
24 José Lopes Cabedal Figueira
51 Maria Antónia Pereira Paixão
25 Domingos Pereira do Vale
52 Eduardo Joaquim
26 Horácio Humberto Jerónimo
53 José Faustino
27 Vitória Deolinda Nunes Joaquim
e ossada de Miguel Alexandre
Joaquim Parreira
54 Julieta Maria Penedo
Para constar se lavrou este e outros de igual teor, os quais vão ser afixados nos locais
públicos do costume.
Paços do Concelho de Grândola, aos 18 de Maio de 2011.
O Vereador do Pelouro,
Paulo Alexandre Mateus do Carmo
10 de Junho de 2011
UMA ÚNICA FAMÍLIA HUMANA
Gostaria neste artigo de abordar os aspectos positivos da Globalização. Sei que a questão
não é pacífica, mas recuso-me a entrar em discussões de escola, que considero mera retórica
e sem consequências benéficas para a Sociedade. Demarco-me, contudo e desde já, de todos
os “profetas” e “iluminados” que nela (Globalização) apenas vislumbram aspectos negativos,
embora também os haja, naturalmente.
Uma das maiores vantagens parece-me ser a mundividência que a Globalização confirmou e
alargou em termos planetários, ao dar-nos a possibilidade de perceber que somos uma única
família humana, e que o bem ou o mal que nos acontece a nós ou aos outros se pode ampliar,
expandir, e atingir-nos a todos, quer sejamos culpados ou vítimas.
Esta constatação poderia e deveria ter consequências nas decisões que se tomam, e ajudarnos a perceber que os egoísmos e individualismos, nacionais ou pessoais, estão na base das assimetrias, desigualdades e injustiças, que se vão cavando entre povos, nações e, dentro do mesmo
país, entre cidadãos. Disso nos dá testemunho a existência de “vários mundos” num mesmo
mundo: um primeiro, onde vivem alguns; um segundo, habitado, por muitos; um terceiro, “casa”
de uma grande multidão; e um quarto, onde tantos e cada vez mais vão entrando e vivendo.
Há uns anos o Papa João Paulo II afirmou que era necessário globalizar a caridade: subscrevo
esta frase, com todas as consequências que ela envolve. No entanto, quando falo em caridade,
pretendo dizer que ela é uma virtude maior e exige, como irmã, a justiça, pois, não há caridade
sem justiça, mas a caridade supera-a e plenifica-a.
Perante as cruas realidades que tantas vezes nos entram em casa pela mão da comunicação
social, não deveríamos cruzar os braços e pensar que isso é para os outros. É errado pensar assim. E se é verdade que nem todos podemos fazer o mesmo, a todos nos é pedido que façamos
algo. Se o desconhecimento nos ilibava, o conhecimento deveria comprometer-nos na procura
de soluções e na sua implementação.
Considero ser de particular importância que as novas gerações sejam mais sensíveis a estas
questões, uma vez que, como nenhuma outra geração, eles estão dotados dos elementos de análise da realidade e gradualmente virão a transformar-se nos condutores do futuro da Humanidade.
Nesta visão planetária é de destacar a importância da comunicação social, da internet, das
redes sociais. Com efeito, a informação multiplicou-se e deixou de ser exclusivo de alguns, até
pelo facto de terem surgido novos meios de comunicação em contextos onde não era natural
existirem. E embora nem sempre a informação mais abundante se traduza em empenho real e
vontade de mudar aquilo que não está bem ou poderia estar melhor, todos temos possibilidade
de nos tornarmos mais actores e menos espectadores passivos da história dos homens, que todos os dias vai sendo construída e alterada. Basta recordarmos o que recentemente aconteceu
em alguns países do Norte de África.
Olhando para a realidade do nosso país não resisto em afirmar que a crise nos desafia a
empenharmo-nos na procura de caminhos de solução, que permitam a todos os portugueses
satisfazerem as suas legítimas aspirações, mas também a darem proporcionalmente o seu contributo. Afinal, Portugal somos todos nós! 
15
Princípios Básicos
Todos os dias ouvimos falar de crise, e acho que temos
m que nos habituar porque iremos viver em crise perm
manente
durante alguns anos se o país não descambar
para
p pior. Mas a crise quando é grande e de grande passa
n
num
instante para enorme acarreta a perda de alguns
princípios
p
e regras primárias que deixam de ser respeit
tadas
por quem as conhece e também por aqueles que
a desconhecem porque ninguém teve a capacidade para
as
l
lhes
as ensinar. Há poucos dias entrou-nos uma imagem
t
televisiva
pela casa dentro onde se viam duas raparigas
a agredirem selvaticamente outra rapariga. Para completar
t aquele espectáculo degradante encontravam-se uma
q
quantidade
de outros jovens divertindo-se a assistir e a
filmar o acontecimento. Fazendo uma pequena análise
g
generalizada
do que vi acho que grande parte daquela
gente
t não
ã está
tá preparada
d para viver
i
em sociedade. Não existem regras de convivência, o
diálogo entre grande parte dos jovens é dominado predominantemente por futilidades,
muitos deles educação, no bom sentido da palavra, nunca a receberam ou não a assimilaram, os hábitos de trabalho, de solidariedade e de entreajuda são inexistentes, etc. O que
interessa é ter acesso, seja de que maneira for, ao consumismo e à vida fácil. A cereja no
topo do bolo é colocada quando alguns pais ainda dão razão às asneiras feitas pelos seus
filhos, tentam desculpá-los em vez de os repreender veemente e lhes transmitem uma
sensação de impunidade o que lhes dá ainda mais força para continuarem a prevaricar. Os
cidadãos normais é que suportam obrigatoriamente os actos praticados por esse tipo de
indivíduos, que muitas vezes nem chegam a ser punidos, ou quando o são, são tardiamente, e muitos dos lesados conhecendo o nosso sistema judicial tentam esquecer o que se
passou e seguir em frente.
Acho que a maior crise que existe na sociedade é uma crise de valores que se foram
perdendo à medida que o tempo foi avançando.
Se não retomarmos com acutilância a reforma do sistema educativo, se a envolvência
familiar não se tornar mais activa e se não se encontrar forma de combater o absentismo
e a prática de actos ilícitos através de uma punição rápida e exemplar continuaremos a
viver em crise permanente.
A crise de valores é muito mais grave do que a crise económica. Se a primeira fosse
combatida energicamente a segunda seria obrigatoriamente arrastada para melhor. 
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
A PÁTRIA
Á
PORTUGUESA NÃO
Ã É DE TODOS
Uns murmuram a sua atroz ignorância, outros a sua mela
lancólica indiferença. Outros, “muitos” não acreditam em
nnada, nem em ninguém.
Foi o sentimento geral nesta última campanha eleitorral. A impotência associada à resignação. O pior que pode
aacontecer a uma sociedade, abjurando das virtudes do civvismo. Não é só o rotativismo de poder, disputado entre
aapenas dois partidos, que causa esta indolência moral, é a
ppéssima qualidade intelectual dos políticos. É a clara evid
dência de que dividem o “bolo” entre eles, substituindo--se nas administrações, nos bancos, nas grandes empresas,
aaumentando os vencimentos a seu bel-prazer, auferindo
bbónus e mordomias escandalosas. Vem nos jornais. Nada
d
do que possa dizer, ou escrever é resultado de qualquer
rancor: são factos!
Um dos aspectos que caracteriza a situação actual é a tentativa de manipulação da opinião pública que se verifica quase diariamente utilizando os media. Este comentário vem a
propósito da polémica entre PS e PSD sobre a redução da taxa social única, (contribuição
para a segurança social) mas apenas da parcela paga pelos patrões.
Os trabalhadores descontam dos seus salários 11% e os patrões contribuem com o
valor de 23,75% do valor dos salários que pagam. É esta soma (11%+23,75%=34,75%) que
se chama de Taxa Social Única. É a “contribuição” paga pelos patrões – 23,75% que tanto
o PS, como o PSD pretendem reduzir significativamente em nome do falso argumento de
que isso é necessário para aumentar a competitividade; (as despesas com pessoal representam menos de 30% na estrutura de custos das empresas por isso uma redução da taxa
social corresponderia a uma pequena redução dos custos que seria anulada rapidamente,
por exemplo, por uma valorização do euro): opinião de vários Economistas. Isto para dizer que uma redução significativa da receita, devido à diminuição das contribuições pelas
empresas, poria em perigo a sustentabilidade financeira da Segurança Social e consequentemente o pagamento actual e futuro das pensões a mais de 1.800.000 reformados, assim
como o subsídio de desemprego e outras prestações sociais, se não for imediatamente
compensada por um aumento de receitas do mesmo montante e com outra origem.
O Eng. Sócrates não disse a verdade sobre a redução das contribuições que
os patrões pagam para a Segurança Social. O PSD pretende aumentar o IVA
sobre as classes de baixos rendimentos em 1624 milhões € para os patrões
pagarem menos Segurança Social.
Assim não deixaria de ser imoral, os portugueses de mais baixos rendimentos teriam de
pagar mais 1624 milhões de IVA para os patrões pagarem menos 1624 milhões de € para a
Segurança Social. A proposta do PSD, se fosse implementada, determinaria um agravamento
das desigualdades em Portugal, que já são das mais elevadas de toda a União Europeia. 
16
10 de Junho de 2011
Realidade
É p’ra vós, mulheres, não da minha idade
Com filhos, e netos já meio criados
C
Que alerto p’ra injusta crueldade
Q
Com que amanhã irão ser confrontados.
C
É p’ra vós, homens, não da minha idade
Que se encontram há muito desempregados
Q
Que eu junto a minha solidariedade
Q
Porque vocês, não são só os culpados.
P
C
Culpados,
somos todos os portugueses
Que acreditámos nas facilidades
Q
Com que fizemos vida de burgueses.
C
A realidade de hoje, é bem diferente!...
P
Pois não escolhendo sexos, nem idades
V
Vai nos por a pedir, infelizmente
Ponte de Sôr, Maio de 2010
A. Augusto
Fotos de Ana Correia
Como zelosas formiguinhas
formiguinhas, há muito que as BiblioBiblio
tecas do nosso concelho vão desenvolvendo as suas
actividades de dinamização do livro e da leitura. Agora,
rentabilizando as suas capacidades, juntaram-se em
rede. Surge então a Rede de Bibliotecas de Grândola.
Desde a criação da Biblioteca Municipal em 1989 que se
veio a consolidar em Grândola um trabalho de aprofundamento do papel e da importância do livro no desenvolvimento da criança e do adolescente. Passo a passo, a Biblioteca Municipal foi aprofundando a sua articulação com as
escolas do concelho, levando ao aparecimento de dinâmicas
conjuntas que tiveram sempre diversas formas de se revelar. Para além da Hora do Conto, pode-se falar de exposições, actividades de expressão plástica, oficinas…, enfim
um número infindo de actividades, onde se incluem ainda
o encontros com escritores
os
i
ou recitais,
i i que privilegiando
i il i d
o contacto com a cultura, tiveram sempre como finalidade
última, o incentivo à leitura. Desta forma complementava-se
o trabalho das escolas, contribuindo de forma muito clara
para reforçar os conhecimentos curriculares.
Esta teia de cumplicidades veio agora a cimentar-se com
o surgir da Rede de Bibliotecas de Grândola (RBG). Esta
r
rede,
como bem refere o texto de apresentação na págin da autarquia, pretende “optimizar actividades e recursos
na
a
através
de uma parceria efectiva que se concretiza na part
tilha
de experiências”. Assim incentiva-se a dinamização do
e
empréstimo
interbibliotecas. A ferramenta essencial deste
p
processo,
para além da uniformização de procedimentos
t
técnicos,
passa pela criação de um portal.
Nada mais nada menos que uma plataforma tecnológica,
o portal facilitará o acesso aos recursos disponíveis nas bib
bliotecas
do concelho, através do catálogo concelhio. Será a
p
partir
de agora possível, a um qualquer utilizador do Portal,
saber se dada obra que deseja ler se encontra nalguma das
bibliotecas do concelho. Poderá mesmo fazer a sua requisição
ç on-line e ir buscá-la, na data que lhe é indicada, à biblioteca
t
onde se encontra.
A apresentação do Portal foi feita na Biblioteca Municipal
no
n passado dia 25 de Maio. Contando com a presença dos
principais
p
responsáveis das Escolas da comunidade local e da
autarquia,
a
contou ainda com a presença do Dr. Fernando do
Carmo,
C
da Rede de Bibliotecas Escolares. Feita a assinatura do
protocolo,
p
a professora Esperança Calado, coordenadora das
Bibliotecas
B
do Agrupamento Vertical de Escolas de Grândola,
faria
f
a apresentação do Portal da Rede de Bibliotecas. Fazendo
d eco das diversas potencialidades deste recurso, referiu ainda
d que o endereço do mesmo será www.rbgrandola.com.pt.
A segunda parte da sessão passaria pela declamação de
u belo poema pelos meninos da Sala Verde do jardim de
um
Infância de Grândola, bem como pelas leituras de alunos
dos vários níveis de ensino e do Clube de leitura da EBI
D. Jorge de Lencastre. No fim ficou a convicção de ter surgido mais um instrumento importante para facilitar o acesso
à leitura na nossa comunidade. 
Pedro Ferreira
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