Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Instituto de Química “Estudos Geoquímicos com Evidências Paleoambientais, Maturação e Biodegradação dos Óleos de Diferentes Origens da Bacia Potiguar, Brasil. Síntese de Biomarcadores de Esteróis” Tese apresentada à Universidade Estadual de Campinas, como parte das exigências do Curso de Pós-graduação do Instituto de Química, para obtenção do Título de Doutor em Ciências. Tese de Doutorado Alexsandro Araujo da Silva Orientadora: Profa. Dra. Luzia Koike Campinas, 27 de fevereiro de 2008 i ii BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Luzia Koike (Orientador) Dr. Luiz Antônio Freitas Trindade (CENPES-Petrobrás – RJ) Prof. Dr. Chang Hung Kiang (IG/UNESP – Rio Claro) Prof. Dr. Paulo José Samenho Moran (IQ-UNICAMP) Prof. Dr. Fábio Cesar Gozzo (IQ-UNICAMP) Este exemplar corresponde à redação final da Tese de Doutorado defendida pelo aluno ALEXSANDRO ARAUJO DA SILVA, aprovada pela Comissão Julgadora em 27 de fevereiro de 2008. Profa. Dra. Luzia Koike (Presidente da Banca) iii Dedico este trabalho à meus pais, Clóves C. da Silva e Arilza A. da Silva (in memoriam), à meus irmãos Anderson e Cleidiane, à minha namorada, Georgiana pelo carinho, pela paciência, pelo incentivo e apoio durante o período de doutorado, e a DEUS.por permitir a conquista deste título. v Mensagem a Vida ....“ Eu já passei por quase tudo nessa vida Em matéria de guarida espero ainda a minha vez Confesso que sou de origem pobre Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez E deixa a VIDA ME LEVAR... VIDA LEVA EU... Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu Só posso levantar as mão pro céu Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu Se não tenho tudo que preciso Com o que tenho, vivo De mansinho, lá vou eu Se a coisa não sai do jeito que eu quero Também não me desespero O negócio é deixar rolar E aos trancos e barrancos, lá vou eu E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu E deixa a VIDA ME LEVAR... VIDA LEVA EU...” Intérprete: Zeca Pagodinho vii Agradecimentos Agradecimentos A Deus, pela vida e pelas oportunidades de evolução. A prof. Dra. Luzia Koike, não só pela orientação para realização deste trabalho, mas especialmente pelo profissionalismo, pela conduta e, sobretudo, pela grande amizade durante estes anos. Aos meus pais, por todo amor e incentivo que dedicaram a mim e por me ajudarem a seguir meu caminho. Aos meus irmãos Anderson e Cleidiane, por serem pessoas tão especiais em minha vida. A minha namorada, companheira e Amor da minha vida Georgiana Feitosa da Cruz, pelo carinho e amor incondicional e pelo incentivo e apoio prestados, principalmente nos momentos mais difíceis. A uma grande amiga que estará no meu coração para o resto de minha vida... Maria Angélica. Pelo apoio técnico, pelas brincadeiras, pelas conversas e conselhos e, principalmente pela presença incondicional na minha vida durante estes longos anos. Ao Dr. Eugênio Vaz dos Santos Neto, do setor de Geoquímica do Cenpes/Petrobrás, pelo apoio e valiosa colaboração para a realização deste projeto e principalmente pelas amostras cedidas. Ao Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas, pela realização do curso de Doutorado. Ao curso de Pós-Graduação em Química, pela oportunidade de desenvolvimento desta tese e por todo o conhecimento adquirido durante o curso. ix Agradecimentos Ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), pela concessão de bolsa de estudo. As funcionárias Sônia Fanelli e Sônia Crisóstono, pelos espectros de RMN. Aos funcionários Cidão e Maria Zelinda, pela amizade e por toda a ajuda prestada. A todos os funcionários do Instituto de Química que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Ao pessoal da secretaria do curso de Pós-graduação, em especial a Sra. Isabel por toda a atenção prestada. Aos amigos do grupo de pesquisa em geoquímica (antigos e novos) Maria Angélica, João Borin, Sidney Gonçalo, José Luis, Simone Cuebas, Carla, Tamy Koreeda, Pietro, Rafael, pela amizade e, principalmente, pela agradável convivência durante estes anos. Aos amigos e colegas dos laboratórios adjacentes e vizinhos: Sérgio Antônio, Adair Rangel, Sra. Vera Lúcia, Luiz Antônio, Adriana Flach, Simone, Aloízio Virgulino, Juliano, Joselito, Araceli, entre outros, pelo bom relacionamento, pela amizade e pela ajuda prestada. Aos meus amigos de moradia Sérgio Antônio e Adair Rangel, pela grande amizade e agradável convivência ao longo destes anos. Aos amigos extra acadêmicos Fábio Bitoca, Ralph, Alexandre, Giuliano, pela amizade, pelas baladas e principalmente pelo bom relacionamento durante estes anos. Aos membros da banca: Dr. Luiz Antônio F. Trindade (Cenpes/Petrobrás), Prof. Dr. Chang Hung Kiang (IG/UNESP), Prof. Dr. Paulo José Samenho Moran, Prof. Dr. Fábio Cesar Gozzo, por fazerem parte da banca de defesa. x Agradecimentos Ao prof. Dr. Carlos Alberto Riehl e sua equipe (Vanessa, Priscila, Sidnei e Adriana) do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo equipamento (Varian 1200L-CG/EM-EM) cedido para realização de algumas análises, pelo apoio prestado e pela amizade incondicional. Finalmente a todos que, direto ou indiretamente, colaboraram para realização deste trabalho. xi Curriculum Vitae Alexsandro Araujo da Silva Filização: Clóves Carvalho da Silva e Arilza Araujo Nacionalidade: Brasileira Endereço Eletrônico: [email protected]; [email protected] 1. FORMAÇÃO ACADÊMICA / TITULAÇÃO NÍVEL SUPERIOR 2001 - 2008 Doutorado em Ciências - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), SP. Área de Concentração: Química Orgânica Título da Tese: “Estudos Geoquímicos com Evidências Paleoambientais, Maturação e Biodegradação dos óleos de Diferentes Origens da Bacia Potiguar, Brasil. Síntese de Biomarcadores de Esteróis.” 1999 - 2001 Mestrado em Agroquímica - Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Área de Concentração: Química de Produtos Naturais Título da Dissertação: Identificação de Acetatos Monoinsaturados Candidatos a Feromônio Sexual de Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera Pyralidae) 1994 - 1999 Bacharel e Licenciado em Química - Universidade Federal de Viçosa, MG. NÍVEL MÉDIO 1990 – 1993 Curso Técnico/profissionalizante: Técnico em Química Escola Técnica Federal de Campos – Campos – RJ, Brasil. 2. ATUAÇÃO PROFISSIONAL Empresa: Varian Ind. Com. LTDA Função: Suporte Técnico em CSB Cargo: Especialista em Aplicações Período: Atual Empresa: Escola SENAI “Mário Amato” – SBC, SP, Brasil Cargo: Técnico de Ensino Função: Professor Período: agosto a novembro/2005 Desenvolvimento de projeto CNPq/CTPETRO: “Caracterização de Processos Biogeoquímicos em Acumulações de Petróleo - Fase II” Bolsista: Modalidade DTI-7G Período: maio/2005 a agosto/2005 Programa de Estágio a Docência (IQ/Unicamp) – PED Disciplina: Química Orgânica Experimental Período: 10 semestre/2004; 20 semestre/2003 e 20 semestre/2002 Empresa: Prefeitura Municipal de Viçosa – Viçosa – MG Cargo: Professor Disciplinas: Química Ano: 1999 e 2000 Física Ano: 2000 Universidade Federal de Viçosa – UFV Função: Monitor Ano: 1999 Disciplina: Química Orgânica Prática Desenvolvimento de projeto de Iniciação Científica: Identificação, Síntese e Avaliação de Feromônio Sexual em Elasmopalpus lignosellus. Análise por GC/MS e GC/FID/EAD. xiii Curriculum Vitae Período: Março/1997 a Fevereiro/1999. Financiadora: FAPEMIG. ESTÁGIOS Laboratório de Pesquisa em Produtos Naturais (LPPN) – DEQ/UFV, MG. Período: Agosto/1996 a Fevereiro/1997 Março/1996 a Julho/1996 - Setembro/1995 a dezembro/1995. Empresa: Usina Santa Cruz S.A. Período: Maio a Outubro de 1993. Cargo: Estagiário / Formação obrigatória para o curso Técnico em Química 3. PRODUÇÃO BIBLIOGRÀFICA 3.1. Trabalhos Resumidos em Eventos 1. DA SILVA, A. A.; LIMA, S. G.; BORIN, J. E.; KOIKE, L.; REIS, F. A. M.; SANTOS NETO, E. V.; LOPES, J. A. D. Can 3-alkyl- and carboxyalkyl-steranes biomarkers be effetctive indicators of depositional environments? In. 10th ALAGO Congress on Organic Geochemistry. 2006, 4th-10th November, Salvador, Brazil. 2. DA SILVA, A. A.; KOIKE, L.; REIS, F. A. M.; SANTOS NETO, E. V.; LIMA, S. G.; LOPES, J. A. D. Identification of the acidic and neutral components of oils from Estreito of Guamaré, Potiguar Basin , Brazil. In. 22nd International Meeting on Organic Geochemistry. 2005, 12th-16th September, Sevilla, Spain. 3. KOREEDA, T.; DA SILVA, A. A.; KOIKE, L. Síntese do Intermediário Precursor de um Marcador Biológico Esterano Aromatizado no anel C. In. XII Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp, Unicamp, Campinas. 2004BORIN, J. E.; LIMA, S. G.; DA SILVA, A. A.; KOIKE, L.; SANTOS NETO, E. V.; CERQUEIRA, J. R. Aspectos Moleculares de Componentes de Óleos do Campo de Marlin, Bacia de Campos. In. XXVI Congresso Latinoamericano de Química e 27a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Salvador – XXVI CLAQ/27a RASBQ. 2004, v. 27, p. TC-043.DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; LIMA, E. R.; NECCHI, R. L.; VIANA, P. A.; VILELA, E. F. Identification of Female Sex Pheromone from Elasmopalpus lignosellus (Lepdoptera: Pyralidae). In. 17th Annual Meeting of the International Society of Chemical Ecology and 2nd Brazilian Meeting Chemical Ecology, Poços de Caldas - 20 EBEQ. 2000, v. 17, p. PO34. 6. DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; ATTYGALLE, A. B.; LIMA, E. R. Determination of Gas Chromatographic and Mass Spectrometric Properties of a Large Collection of Pheromone-Like Alcohols. In. 17th Annual Meeting of the International Society of Chemical Ecology and 2nd Brazilian Meeting Chemical Ecology, Poços de Caldas - 20 EBEQ. 2000, v. 17, p. PO33. 7. DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; ATTIGALLE, A. B.; LIMA, E. R. Determination of Gas Chromatographic and Mass Spectrometric properties of a Large Collection of Pheromone-Like Acetates. In. 17th Annual Meeting of the International Society of Chemical Ecology and 2nd Brazilian Meeting Chemical Ecology, Poços de Caldas - 20 EBEQ. 2000, v. 17, p. OR39. 8. LIMA, E. R.; DA SILVA, A. A.; NECCHI, R. L.; JHAM, G. N. Seleção de Acetatos Candidatos a Feromônio Sexual em Pseudaletia sequax (Lepidóptera: Noctuidae), por meio de Eletroantenografia. In. 10. Encontro Brasileiro de Ecologia Química, Curitiba. 1999, v. 01, p. 64-64. xiv Curriculum Vitae 9. DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; LIMA, E. R.; VIANA, P. A.; NECCHI, R. L.; VILLELA, E. F. Identificação de Feromônio Sexual em Elasmopalpus lignosellus (Lepidóptera: Pyralidae) por GC/MS e GC/FID/EAD. In. 10. Encontro Brasileiro de Ecologia Química, Curitiba. 1999, v. 01, p. 46-46. 10. GARCIA, C. F.; DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N. Desenvolvimento de Metodologia Gradiente em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para a Quantificação de Azadirachtina da Azadirachta indica. In. 21º Encontro Anual da Sociedade Brasileira de Química, Poços de Caldas. 1998, v. 21, p. PN025. 11. DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; LIMA, E. R.; VIANA, P. A. Identificação de Feromônio Sexual em Elamopalpus Lignosellus. In. 21a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Poços de Caldas. 1998, v. 21, p. PN081. 12. DA SILVA, A. A.; JAM, G. N.; LIMA, E. R.; NECCHI, R. L.; VIANA, P. A. Identificação de Feromônio Sexual em Elasmopalpus lignosellus por Cromatografia Gasosa / Espectrometria de Massas e Eletroantenografia. In. VIII Simpósio de Iniciação Científica da UFV, Viçosa. 1998, v. VIII, p. 108-108. 13. GARCIA, C. F.; DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N. Quantificação de Azadirachtina da Azadirachta Indica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). In. VII Simpósio de Iniciação Cientifica na UFV, Viçosa. 1997, v. VII, p. 23-23. 14. DA SILVA, A. A.; JHAM, G. N.; LIMA, E. R.; VIANA, P. A. Identificação de Feromônio Sexual em Elamopalpus Lignosellus. In. VII Simpósio de Iniciação Cientifica na UFV, Viçosa. 1997. v. VII, p. 24-24. 3.2 Artigos Completos Publicados em Periódicos. 1. JHAM, G. N.; DA SILVA, A. A.; LIMA, E. R.; VIANA, P. Identification of acetates in Elasmopalpus lignosellus pheromone glands using a newly created mass spectral database and Kòvats retention indices. Química Nova. 2007, 20(4), 916-919. 2. JHAM, G. N.; DA SILVA, A. A.; LIMA, E. R.; VIANA, P. Identification (GC and GCMS) of unsaturated acetates in Elasmopalpus lignosellus and their biological activity (GC-EAD and EAG). Journal of Separation Science. 2005, 28, 281-285. 3. JHAM, G. N.; FERNANDES, S. A.; GARCIA, C. F.; DA SILVA, A. A. Comparison of GC and HPLC methods for quantification of organic acids in coffee. Phytochemical Analysis. 2002, 13, 99-104. 4. Co-Orientação de Alunos de Iniciação Científica Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Química – PIBIC/CNPq Projeto: “Estudos dos Componentes Ácidos de duas amostras de óleos, uma da Bacia de Campos e outra da Bacia Potiguar. Preparação de um Intermediário Sintético” Aluno: Pietro Kecorius dos Santos Escobar Período: Agosto/2005 a fevereiro/2006 Projeto: “Síntese do Intermediário Precursor de um Marcador Biológico Esterano Aromatizado no Anel C”. Aluna: Tamy Koreeda Período: Agosto/2003 a julho/2004 xv Resumo RESUMO “ESTUDOS GEOQUÍMICOS COM EVIDÊNCIAS PALEOAMBIENTAIS, MATURAÇÃO E BIODEGRADAÇÃO DOS ÓLEOS DE DIFERENTES ORIGENS DA BACIA POTIGUAR, BRASIL. SÍNTESE DE BIOMARCADORES DE ESTERÓIS”. DOUTORANDO: ALEXSANDRO ARAUJO DA SILVA ORIENTADORA: PROFA. DRA. LUZIA KOIKE Palavras chaves: Biomarcadores neutros e ácidos; ácidos alquil-esteranóicos; óleos brasileiros; 2-metil- e 4-metil-esteranos. Neste trabalho, serão apresentados os resultados geoquímicos orgânicos de um estudo com amostras de óleos, sendo duas lacustres de água doce (LAD) e duas mistas (M), ambas de campos próximo da costa terrestre, e dois óleos marinho-evaporiticos (ME) de campos localizados à aproximadamente 55 km da costa litorânea, todos ao longo do trend estrutural do Estreito-Guamaré, Bacia Potiguar, RN (Mello et al.79; Santos Neto et al.75) de duas formações: Pendência e Alagamar. Os principais objetivos deste estudo são: caracterizar as amostras de acordo com os componentes biomarcadores neutros e ácidos presentes; e sintetizar componentes padrões derivados do ergosterol e estigmasterol. O protocolo analítico utilizado foi publicado anteriormente por Lopes et al.185 and Koike et al.188. Como resultado, o presente trabalho relata a identificação de onze alquilesteranos [quatro com configuração 5β(H)] e dezesseis carboxialquilesteranos [oito com configuração 5β(H)], distribuídos nas amostras coletadas ao longo do Estreito-Guamare e que evidenciam que estes compostos não são somente de origem salina como salientado na literatura (Peters et al.1) mas também estão presentes em ambientes Lacustres de Água Doce, sendo estes resultados importante na área paleoambiental. Nove alquilesteranos e dez carboxialquilesteranos também foram detectados, além da identificação de 2-metil- e 4-metil-estigmastanos nas amostras ME. Os resultados mostram uma elevada concentração destes compostos nos óleos ME e a presença embora em baixa concentração em óleos LAD, sendo que pela primeira vez foram identificados neste tipo de óleo e em óleos brasileiros. Foram sintetizados três biomarcadores para análise de identificação e que podem também serem utilizados na fortificação de amostras e quantificação de esteranos e alquilesteranos. xvii Abstract Abstract “PALEOENVIRONMENT, MATURATION AND BIODEGRADATION STUDIES OF OILS COLLETED FROM DIFFERENTS SOURCES IN THE POTIGUAR BASIN, BRAZIL. BIOMARKERS SYNTHESIS FROM STEROLS”. STUDENT: ALEXSANDRO ARAUJO DA SILVA ADVISOR: PROF. DRA. LUZIA KOIKE Keywords: acidic and neutral biomarkers; alkyl-steranoic acids, from brazilian oils; 2-methyland 4-methyl-steranes In this work, will be presented the results of the organic geochemistry study oils of the samples with oils, and two lacustrine freshwater (LAD) and two mixed (M), both of fields near the terrestian cost, and two marine evaporitic oils (ME) of fields located approximately 55 km from the litoral coast. All samples collected from over Estreito-Guamaré, Potiguar Basin, RN (Mello et al.79; Santos Neto et al.75) this field have two formation Pendência and Alagamar. The main subject of the this work is the biomakers organic geochemistry characterization from hydrocarbons and acids components in the samples using the analytical protocol from our group (Koike et al.188 and Lopes et al.185) and to synthetise standards biomaker from commercial stigmasterol and ergosterol. As the results in this thesis show the identifications of the eleven alkylsteranes [four with 5β(H) configuration] and sixteen carboxyalkylsteranes [eigh with 5β(H) configuration], distribuited in the all samples collected over Estreito-Guamaré, Potiguar basin. These results revealed the important scientific information, also in the Lacustrine Fresh Water oils detected the alkylsteranes biomarkers components. In the literature (Peters et al1) until this moment it has been published that these biomarkers indicate saline enviromental and this result is one important paleoambiental information. Nine alkylsteranes and ten carboxyalkylsteranes were also detected, in addition to the identification of 2-methyl- and 4-methyl-stigmastanes in ME samples. The results show a high concentration of these compounds in the ME oils and presence but in low concentration in LAD oils, which were identified for the first time in this type of oil and oil Brazilians. Were synthesized three biomarkers for analysis of identification and can also be used in the fortification of samples and quantification of steranes and alkyl-steranes. xix Índice ÍNDICE Página LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E NOTAS.............xxvii LISTA DE TABELAS..........................................................xxix LISTA DE FIGURAS.........................................................xxxi LISTA DE ESQUEMAS......................................................xivii LISTA DE CROMATOGRAMAS E ESPECTROS DE MASSAS...xlix LISTA DE ESPECTROS DE RMN (1H e 13 C).............................l 1 INTRODUÇÃO ................................................................ 1 2 OBJETIVOS .................................................................... 3 3 CONSIDERAÇÕES GERAIS.............................................. 5 3.1 PRODUÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA (MO) ......................................................5 3.2 DEPOSIÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA .....................................6 3.3 BIOMARCADORES .................................................................................8 3.4 BIOMARCADORES E SUAS APLICAÇÕES: ..................................................... 10 3.4.1 Idade e Paleoambiente Deposicional da Rocha Geradora ...............11 3.4.2 Grau de Evolução Térmica ...........................................................................12 3.4.3 Biodegradação ..................................................................................................14 3.5 BIOMARCADORES ÁCIDOS ......................................................................... 17 3.6 ORIGEM DE PETRÓLEOS ÁCIDOS ................................................................. 19 3.7 MÉTODO DE ANÁLISE DE COMPOSTOS EM GEOQUÍMICA ORGÂNICA (GO). 21 3.8 SISTEMA CGAR ACOPLADO AO EM-EM TRIPLO QUADRUPOLO ...................... 23 3.8.1 Fonte Iônica .......................................................................................................24 3.8.2 Analisadores de Massas ................................................................................25 3.8.3 Câmara de Colisão ..........................................................................................26 3.9 UTILIZAÇÃO DA CGAR/EM-EM EM GEOQUÍMICA ORGÂNICA ......................... 27 3.10 BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS ............................................ 33 3.11 ASPECTOS GEOLÓGICOS DA BACIA POTIGUAR ............................................. 35 3.11.1 Óleos Gerados pela Formação Alagamar ...............................................38 3.11.2 Óleos Gerados pela Formação Pendência ..............................................40 CAPÍTULO 1 CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DA FRAÇÃO NEUTRA POR CGAR/EM E CGAR/EM-EM DE ÓLEOS DE DIFERENTES ORIGENS DA BACIA POTIGUAR ........................... 42 4 ANÁLISE DAS FRAÇÕES DO PETRÓLEO ......................... 45 xxi Índice ANÁLISE DA FRAÇÃO NEUTRA SATURADA (FNS) ..........................................47 4.1 4.1.1 Hidrocarbonetos Lineares.............................................................................47 4.1.2 Hidrocarbonetos Isoprenóides Acíclicos..................................................51 4.1.3 Cicloexanos Mono e Dissubstituídos.........................................................55 4.1.4 Carotanos............................................................................................................64 4.1.5 Terpanos .............................................................................................................65 4.1.5.1 Sesquiterpanos .............................................................................................66 4.1.5.2 Terpanos Tricíclicos e Tetracíclicos.......................................................72 4.1.5.3 Terpanos Pentacíclicos...............................................................................80 4.1.5.3.1 Norhopanos e Homohopanos..........................................................85 4.1.6 Esteranos e Diasteranos ...............................................................................96 4.1.7 Parâmetros Geoquímicos Determinados nas Frações Neutras ....103 4.2 ANÁLISE DA FRAÇÃO NEUTRA INSATURADA (FNI).......................................107 4.2.1 Análise dos constituintes aromáticos.....................................................107 4.2.1.1 Análise de esteranos mono e triaromáticos e alquil-esteranos monoaromáticos. .......................................................................................................111 5 ANÁLISE DE ESTERANOS POR CGAR/EM-EM............... 120 5.1 ANÁLISE DE 4-DESMETIL-ESTERANOS (C30); 2-, 3- E 4-METIL–ESTERANOS (C30) E DINOSTERANOS (C30) POR CGAR/EM-EM. ..............................................128 5.1.1 4-Desmetil-Esteranos (C30) .......................................................................128 5.1.2 2-metil-, 3-metil-, 4-metil-esterano e Dinosterano. .......................133 5.2 ANÁLISE DA SÉRIE HOMÓLOGA (C29 – C35) DA CLASSE 3-ALQUIL-ESTERANOS POR CGAR/EM-EM (MRM). ..............................................................................149 5.2.1 Confirmação estrutural de componentes da classe 3-alquilesteranos por coinjeção de padrões da série 3β (alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β (H)-colestano; 3β (alquil)-5α(H)e 3α(alquil)-5β(H)estigmastano. .................................................................................................................154 5.3 FORTIFICAÇÃO DOS ÓLEOS COM 5β(H)-COLANO (C24) PARA QUANTIFICAÇÃO DE ESTERANOS. ..................................................................................................163 5.4 CONCLUSÃO PARCIAL: FRAÇÃO NEUTRA ....................................................170 CAPÍTULO 2 IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES ÁCIDOS POR CGAR/EM E CGAR/EM-EM .................................................... 173 6 ANÁLISE DOS COMPONENTES ÁCIDOS ....................... 175 6.1 ANÁLISES DOS ÉSTERES METÍLICOS (EM) E HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS LINEARES (HAC). ...................................................................................176 6.2 ESTUDO DE ÉSTERES DERIVADOS DE ÁCIDOS CICLOEXANÓICOS MONO- E DISSUBSTITUÍDOS E ÉSTERES LINEARES RAMIFICADOS. ..........................................190 6.3 ANÁLISE DE ÉSTERES E HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS TERPANÓICOS TRICÍCLICOS. ................................................................................196 6.4 ANÁLISE DE ÉSTERES E HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS TERPANÓICOS PENTACÍCLICOS. ............................................................................225 xxii Índice HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS ESTERANÓICOS E ALQUIL COINJEÇÃO DE PADRÕES DA SÉRIE 5α(H)- E 5β (H)- COLESTANO E ESTIGMASTANO; 3β (ALQUIL)-5α(H)E 3α(ALQUIL)-5β (H)COLESTANO E ESTIGMASTANO. ..................................................................................................236 6.5.1 Coinjeção de padrões com amostra LAD-1 – Fração HAc.............239 6.5.2 Coinjeção de padrões com amostra ME-1 – Fração HAc ...............240 6.5.3 Coinjeção de padrões com amostra M-2 – Fração HAc. ................241 6.5.4 Análise da série homóloga (C31 – C36) da classe ácidos esteran-3il-alcanóicos por CGAR/EM-EM (MRM) da Fração HAc dos óleos LAD e ME. ..............................................................................................................................249 VERIFICAÇÃO DA POSSÍVEL PRESENÇA DE ÁCIDOS DERIVADOS DE 2-, 3-, E 46.6 METIL-ESTERÂNICOS E DINOSTEROL. ....................................................................251 6.7 ANÁLISE DOS HIDROCARBONETOS DERIVADOS DOS CONSTITUINTES ÁCIDOS AROMÁTICOS......................................................................................................253 6.8 CONCLUSÃO PARCIAL DA FRAÇÃO ÁCIDA ..................................................257 6.5 ESTERANÓICOS. CAPÍTULO 3 SÍNTESE DE BIOMARCADORES DERIVADOS DO ERGOSTEROL E ESTIGMASTEROL......................................... 261 7 SINTESE DE PADRÕES ................................................ 263 7.1 SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,24R)-4-METIL-ESTIGMASTA-1,3,5(10)-TRIENO [211], 265 7.1.1 Obtenção e caracterização do intermediário 211b. .........................266 7.1.2 Obtenção e caracterização do intermediário 211c...........................269 7.1.3 Obtenção e caracterização dos compostos 211d e 211.................271 7.2 SÍNTESE DE ALQUIL-ESTERANOS DERIVADOS DO ESTIGMASTEROL [211A]. .275 7.2.1 Síntese do Intermediário Estigmasta-4,22-dien-3-ona [251] .....276 7.2.2 Síntese de 2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135]. ............................279 7.2.2.1 Obtenção e caracterização do intermediário [252]. ....................279 7.2.2.2 Obtenção e caracterização do intermediário [253] ....................283 7.2.2.3 Obtenção e caracterização do composto [135]. ...........................286 7.2.3 Síntese de 4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139]. ............................290 7.2.3.1 Obtenção e caracterização do intermediário [254]......................290 7.2.3.2 Obtenção e caracterização do intermediário [255]. ....................292 7.2.3.3 Obtenção e carcterização do composto [139]...............................295 7.3 SÍNTESE DE ALQUIL-ESTERANOS DERIVADOS DO ERGOSTEROL [256A],,,. ...300 7.3.1 Síntese do intermediário (20R,24S)-ergosta-8,11,13(14)-trien-3ona [257]..........................................................................................................................301 7.3.1.1 Obtenção e caracterização do composto [256b] ..........................302 7.3.1.2 Rota 1: Obtenção e caracterização do composto [256c]...........305 7.3.1.3 Rota1: Obtenção e caracterização do intermediário [256d1] ..306 7.3.1.4 Rota 2: Obtenção e caracterização do composto [256e] ..........308 7.3.1.5 Rota 2: Obtenção e caracterização do composto [256f] ...........309 7.4 CONCLUSÃO PARCIAL: SINTESE DE BIOMARCADORES .................................312 xxiii Índice 8 PARTE EXPERIMENTAL ............................................... 313 8.1 INSTRUMENTAÇÃO E CONDIÇÕES ANALÍTICAS ............................................313 8.1.1 Solventes e reagentes .................................................................................313 8.1.2 Espectroscopia no infravermelho ............................................................313 8.1.3 Cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas (CGAR/EM).................................................................313 8.1.4 Cromatografia em coluna (CC) e camada delgada (CCD).............314 8.1.5 Espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) ............315 AMOSTRAGEM E TRATAMENTO ANALÍTICO DOS ÓLEOS ...............315 8.2 8.2.1 Obtenção da Fração Neutra.......................................................................316 8.2.2 Obtenção da Fração Ácida..........................................................................318 8.3 MÉTODOS DE ANÁLISE ............................................................................ 319 8.3.1 Cromatografia e Espectrometria de Massas .......................................319 SÍNTESE DE BIOMARCADORES .................................................................. 321 8.4 8.4.1 Descrição dos compostos sintetizados neste trabalho. ..................324 8.4.1.1 Síntese do composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)trieno [211.] ................................................................................................................324 8.4.1.1.1 Reação de Epoxidação do Estigmasterol – Composto [211b1]. ..............................................................................................................324 8.4.1.1.2 Reação de Mesilação do Composto [211b1] – Composto [211b] ..............................................................................................................324 8.4.1.1.3 Reação de Eliminação dos Grupos Epoxi e Mesila do composto [211b] – Composto [211c] ...............................................................325 8.4.1.1.4 Reação de Aromatização do composto [211c] - Composto [211d] ..............................................................................................................326 8.4.1.1.5 Hidrogenação Catalítica do Composto [211d] para formar o Composto [211] .........................................................................................................326 8.4.1.2 Síntese do composto (20R,24R)-2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135] ......................................................................................................................327 8.4.1.2.1 Obtenção da Estigmasta-4,22-dien-3-ona [251]. Reação de Oppenauer ..............................................................................................................327 8.4.1.2.2 Síntese do composto [252]- Reação de Metilação no Carbono C-2. ..............................................................................................................328 8.4.1.2.3 Síntese do composto [253] - Hidrogenação Regiosseletiva do composto [252] com Li/NH3. ..........................................................................329 8.4.1.2.4 Síntese do composto [135a ] – Redução de Cetona por Wolff-Kishiner..............................................................................................................329 8.4.1.2.5 Hidrogenação Catalítica do Composto [135a] para formar o Composto [135] .........................................................................................................330 8.4.1.3 Síntese do composto (20R,24R)-4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139] ......................................................................................................................331 8.4.1.3.1 Síntese do composto [254] – Alquilação Regiosseletiva do composto [251]com Tiofenol/Formaldeído ......................................................331 xxiv Índice 8.4.1.3.2 Síntese dos compostos [255] e [255a] – Reação de Eliminação do Grupo Tiofenil com Li/NH3 líquida..........................................331 8.4.1.3.3 Síntese do composto [139a] – Reação de Oxidação de Álcool ..............................................................................................................332 8.4.1.3.4 Hidrogenação Catalítica do Composto [139a] para formar o Composto [139] .........................................................................................................334 8.4.1.4 Síntese de Alquil-Esteranos Aromáticos Derivados do Ergosterol [256a] ......................................................................................................................334 8.4.1.4.1 Preparação do catalizador de Ni-Raney W6. ..........................334 8.4.1.4.2 Hidrogenação Regiosseletiva do Ergosterol [256a].............335 8.4.1.4.3 Reação de Acetilação da Mistura de compostos [256b] e [256b1] ..............................................................................................................335 8.4.1.4.4 Reação de Bromação Alílica e Aromatização dos compostos [256c] e [256c1].........................................................................................................336 8.5 CONCLUSÃO FINAL ...................................................................... 337 APÊNDICE ........................................................................ 333 xxv Lista de Abreviaturas, Símbolos e Notas LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E NOTAS DEPT..........................“distortionless enhancement by polarization transfer” (experimento de RMN empregado para distinguir os sinais de CH, CH2 e CH3) CCP.................................Cromatografia em coluna preparativa CG.................................Cromatografia gasosa CGAR/EM.......................Cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas CGAR/EM-EM.................. Cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas em série. eV.................…………....elétrons volt m/z.....................................razão entre a massa do fragmento e sua respectiva IV......................................infravermelho VIP varredura de íons precursores MRS..................................monitoramento de reação simples VIT....................................varredura de íons totais VIPRE................................varredura de íons precursores MRM..................................monitoramento de reações múltiplas MIS.....................................monitoramento de íons selecionados RMN...................................Ressonância Magnética Nuclear xxvii Lista de Tabelas LISTA DE TABELAS página TABELA 1: PRINCIPAIS BIOMARCADORES UTILIZADOS COMO INDICADORES DE CONTRIBUIÇÃO BIOLÓGICA E AMBIENTE DEPOSICIONAL. ...................................................15 TABELA 2: PROCESSOS REALIZADOS DURANTE A ANÁLISE DE UMA AMOSTRA COMPLEXA ATRAVÉS DA CGAR/EM (A) E CGAR/EM-EM (B)........................................................23 TABELA 3: DADOS GEOQUÍMICOS DE AMOSTRAS DE ÓLEOS E SEDIMENTOS DAS BACIAS 76,79,80,81,82 ...........................41 BRASILEIRAS DE DIFERENTES AMBIENTES DEPOSICIONAIS TABELA 4: ISOPRENÓIDES DETECTADOS MONITORANDO O ÍON-FRAGMENTO EM M/Z 183. .54 TABELA 5: CICLOEXANOS MONOSSUBSTITUÍDOS DETECTADOS EM AMOSTRAS DE ÓLEOS MONITORANDO O ÍON-FRAGMENTO EM M/Z 83..................................................................56 TABELA 6: CICLOEXANOS DISSUBSTITUÍDOS DETECTADOS EM AMOSTRAS DE ÓLEOS MONITORANDO O ÍON-FRAGMENTO EM M/Z 97..................................................................57 TABELA 7: SESQUITERPANOS BICÍCLICOS DETECTADOS NA FNS DOS ÓLEOS........................69 TABELA 8: PARÂMETROS GEOQUÍMICOS OBTIDOS ATRAVÉS DAS ANÁLISES DOS ÓLEOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DE ORIGEM E MATURIDADE DAS AMOSTRAS DO ESTREITO DE GUAMARÉ, BACIA POTIGUAR (RN, BRASIL). ..................................................................104 TABELA 9: ESTERANOS MONO- (M/Z 253) E TRIAROMÁTICOS (M/Z 231) DETECTADOS NO ÓLEO.....................................................................................................................................115 TABELA 10: METIL-ESTERANOS MONO- (M/Z 267) E TRIAROMÁTICOS (M/Z 245) DETECTADOS NO ÓLEO........................................................................................................116 TABELA 11: DISTRIBUIÇÃO DE 4-DESMETIL-ESTERANOS (24-N-PROPIL- E 24ISOPROPILCOLESTANO) DETECTADOS EM AMOSTRAS ME PELO MONITORAMENTO DA +. TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR–ÍON PRODUTO [M (414) → 217 DALTONS]................133 TABELA 12: DIASTEREOISÔMEROS DAS SÉRIES 3-ALQUIL-COLESTANOS E 3-ALQUILESTIGMASTANOS IDENTIFICADOS NA FRAÇÃO NEUTRA DE ÓLEOS ATRAVÉS DA COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS EM CG/EM (MIS). .................................................................162 TABELA 13: QUANTIFICAÇÃO DE ESTERANOS NOS ÓLEOS LACUSTRES DE ÁGUA DOCE PELO MÉTODO DA FORTIFICAÇÃO COM PADRÃO INTERNO 5β(H)-COLANO..............................168 TABELA 14: QUANTIFICAÇÃO DE ESTERANOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS PELO MÉTODO DA FORTIFICAÇÃO COM PADRÃO INTERNO 5β(H)-COLANO..............................169 TABELA 15: ÍNDICE DE RETENÇÃO DOS ÉSTERES METÍLICOS DERIVADOS DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS LINEARES PRESENTES NOS ÓLEOS EM ESTUDO. ......................................184 TABELA 16: RAZÃO 22R/22S COMPARATIVA PARA OS DIASTEREOISÔMEROS 17α(H),21β (H) E 17β(H),21α(H) DE ÁCIDOS HOPANÓICOS DERIVADOS DA FRAÇÃO EM........................................................................................................................................236 TABELA 17: ÁCIDOS ESTIGMASTÂNICOS , ALQUIL-COLESTÂNICOS E ALQUILESTIGMASTÂNICOS IDENTIFICADOS NA FRAÇÃO DE HIDROCARBONETO DERIVADOS (HAC) DOS ÓLEOS, POR MEIO DE COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS......................238 TABELA 18: ÁCIDOS ESTERANÓICOS E ALQUIL-ESTERANÓICOS DETECTADOS COMO HIDROCARBONETOS DERIVADOS DA FRAÇÃO ÁCIDA. ......................................................248 xxix Lista de Tabelas TABELA 19:ÁCIDOS ESTERÂNICOS MONOAROMÁTICOS DETECTADOS NA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2............................................................................................................................254 TABELA 20: MASSAS E RENDIMENTOS OBTIDOS DA FRAÇÃO NEUTRA (FN).........................317 TABELA 21: MASSAS E RENDIMENTOS OBTIDOS DA FRAÇÃO ÁCIDA (FAC). ........................319 xxx Lista de Figuras LISTA DE FIGURAS página FIGURA 1: ESTRUTURAS DOS BIOMARCADORES PROPOSTOS PARA SÍNTESE. ...........................4 FIGURA 2. EQUAÇÃO SIMPLIFICADA DA FOTOSSÍNTESE, COM A FORMAÇÃO DE UMA MOLÉCULA DE AÇÚCAR (GLICOSE), DE ACORDO COM SCHLESINGER, 1997. ...................5 FIGURA 3. CICLO DO CARBONO (ADAPTADO DE TISSOT & WELTE, 1978)7. .........................6 FIGURA 4: EVOLUÇÃO DOS BIOLIPÍDIOS PARA GEOLIPÍDIOS DENTRO DO CICLO DIAGENÉTICO (SEGUNDO TISSOT & WELTE, 19787). ...............................................................................8 FIGURA 5: TRANSFORMAÇÃO DE ESTERÓIS (PROVENIENTES DE ANIMAIS E/OU VEGETAIS) PARA BIOMARCADORES ESTERANOS, DURANTE DIAGÊNESE. .............................................10 FIGURA 7: TRANSFORMAÇÃO DE BACTERIOHOPANOTETROL, PROVENIENTES DE ANIMAIS E/OU VEGETAIS PARA BIOMARCADORES HOPANOS, DURANTE A DIAGÊNESE. ..................13 FIGURA 8: REPRESENTAÇÃO DE UM SISTEMA CGAR/EM-EM (TRIPLO QUADRUPOLAR).....24 FIGURA 9: REPRESENTAÇÃO DE ALGUNS ESTERANOS IDENTIFICADOS POR CG/EM-EM. ....29 FIGURA 10: MAPA GEOGRÁFICO, MOSTRANDO AS PRINCIPAIS BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS, DESTACANDO A BACIA DE CAMPOS E A BACIA POTIGUAR (PETROBRÁS, 2005). ..................................................................................................................................34 FIGURA 11: CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DE POTIGUAR76............................................37 FIGURA 12: MAPA TECTÔNICO ESQUEMÁTICO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS VÁRIOS TIPOS DE ÓLEOS DA BACIA DE POTIGUAR (MODIFICADO DE SANTOS NETO E HAYES,199976). ..................................................................................................................38 FIGURA 13: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS REPRESENTATIVO DO ÓLEO LAD-1. ............49 FIGURA 14: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS REPRESENTATIVO DO ÓLEO LAD-2. ............49 FIGURA 15: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS REPRESENTATIVO DO ÓLEO M-1..................49 FIGURA 16: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS (“TIC”) REPRESENTATIVO DO ÓLEO M-2. .50 FIGURA 17: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS (“TIC”) REPRESENTATIVO DO ÓLEO ME-2. ................................................................................................................................................50 FIGURA 18: CROMATOGRAMA DE ÍONS TOTAIS (“TIC”) REPRESENTATIVO DO ÓLEO ME-1. ................................................................................................................................................50 FIGURA 19: ESPECTRO DE MASSAS DO ALCANO C17 REPRESENTATIVO DOS HIDROCARBONETOS LINEARES. ............................................................................................51 FIGURA 20: ESTRUTURA REPRESENTATIVA DO ISOPRENO (C5)...............................................52 FIGURA 21: PROCEDÊNCIA SUGERIDA PARA A OBTENÇÃO DO PRISTANO E FITANO7,12,18....53 FIGURA 22: CROMATOGRAMA DE ÍONS RECONSTRUÍDOS (“RIC”) EM M/Z 183 REPRESENTATIVO DOS ÓLEOS TIPO LAD E M. (EQUIPAMENTO: HP5890II/HP 5970MSD – COLUNA HP5-MS 30M X 0,25MM X 0,25µM). .................................................53 FIGURA 23: ESPECTRO DE MASSAS DO FITANO (C20) REPRESENTATIVO DOS HIDROCARBONETOS ISOPRENÓIDES REGULARES. ...............................................................54 FIGURA 24: REPRESENTAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO PRINCIPAL DOS CICLOEXANOS MONO- E DISSUBSTITUÍDO...................................................................................................................56 FIGURA 25: PERFIL CROMATOGRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CICLOEXANOS MONOSSUBSTITUÍDOS DETECTADOS NA AMOSTRA M1. “RIC” EM M/Z 83. xxxi Lista de Figuras * EQUIPAMENTO: VARIAN CP3800 / 1200L “MSMS” - COLUNA CAPILAR CP-SIL8 CB LOW BLEED (30M X 0,25MM X 0,25µM)....................................................................58 FIGURA 26: PERFIL CROMATOGRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CICLOEXANOS * DISSUBSTITUÍDOS DETECTADOS NA AMOSTRA M1. “RIC” EM M/Z 97. EQUIPAMENTO: VARIAN CP3800 / 1200L “MSMS” - COLUNA CAPILAR CP-SIL8 CB LOW BLEED (30M X 0,25MM X 0,25µM). ..............................................................................................58 FIGURA 27: ESTRUTURAS DE CICLOEXANO MONOSSUBSTITUÍDO (A) E CICLOEXANOS DISSUBSTITUÍDOS (B) E (C) MAIS ESTÁVEIS TERMODINAMICAMENTE. ..........................59 FIGURA 28: ESPECTRO DE MASSAS DO NONIL-CICLOEXANO (C15), REPRESENTATIVO DA CLASSE DOS CICLOEXANOS MONOSSUBSTITUÍDOS. ...........................................................59 FIGURA 29: ESPECTRO DE MASSAS DO METIL-UNDECIL-CICLOEXANO (C18), REPRESENTATIVO DA CLASSE DOS CICLOEXANOS DISSUBSTITUÍDOS...............................60 FIGURA 30: “RIC” REPRESENTATIVO DOS CICLOEXANOS MONOSSUBSTITUÍDOS (M/Z 83) E CICLOEXANOS DISSUBSTITUÍDOS (M/Z 97), DETECTADOS NAS AMOSTRAS LACUSTRES (LAD) E MISTAS (M). *EQUIPAMENTO: VARIAN CP3800 / 1200L “MSMS” COLUNA CAPILAR CP-SIL8 CB LOW BLEED (30M X 0,25MM X 0,25µM). ....................61 FIGURA 31: PERFIL CROMATOGRÁFICO DO MONITORAMENTO EM M/Z 83 E M/Z 97 DOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICO (ME), MOSTRANDO NÍVEIS DE CONCENTRAÇÃO NÃO DETECTDOS DE CICLOEXANOS MONOSSUBSTITUÍDOS E CICLOEXANOS DISSUBSTITUÍDOS, * RESPECTIVAMENTE. EQUIPAMENTO: VARIAN CP3800 / 1200L “MSMS” - COLUNA CAPILAR CP-SIL8 CB LOW BLEED (30M X 0,25MM X 0,25µM). ...................................62 FIGURA 32: EFEITO DOS VÁRIOS NÍVEIS DE BIODEGRADAÇÃO SOBRE ÓLEOS MATUROS TÍPICOS. A FIGURA PODE SER USADA PARA CLASSIFICAR O GRAU DE BIODEGRADAÇÃO SOBRE A “ESCALA” DE 1 A 10.............................................................................................63 FIGURA 33: MIS EM M/Z 125 DO ÓLEO ME2 REPRESENTATIVO PARA DETECÇÃO DE βCAROTANO. ............................................................................................................................65 FIGURA 34: SESQUITERPANOS BICÍCLICOS IDENTIFICADOS PELA TÉCNICA MIS, MONITORANDO-SE OS ÍONS EM M/Z 123, 109, 137, 179 E 193, REPRESENTADO * PELO ÓLEO M-2. (EQUIPAMENTO: HP5890II/HP 5970-MSD – COLUNA HP5-MS 30M X 0,25MM X 0,25µM) .................................................................................................68 FIGURA 35: ESTRUTURAS PROPOSTAS PARA OS SESQUITERPANOS BICÍCLICOS DETECTADOS NAS AMOSTRAS DE ÓLEOS EM ESTUDO................................................................................69 FIGURA 36: ESPECTRO DE MASSAS REPRESENTATIVO DOS SESQUITERPANOS BICÍCLICOS (C15). DRIMANO REARRANJADO (PICO 28) E DRIMANO (PICO 30)..............................70 FIGURA 37: PROPOSTA DE FRAGMENTAÇÃO PARA OS COMPOSTOS BICÍCLICOS DO TIPO DRIMANO................................................................................................................................71 FIGURA 38: REPRESENTAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO DO 8β (H)-DRIMANO COM AS RESPECTIVAS CONTRIBUIÇÕES .............................................................................................71 FIGURA 39: FORMAÇÃO DO TRICICLOHEXAPRENOL A PARTIR DA CICLIZAÇÃO ANAERÓBIA AO HEXAPRENOL..........................................................................................................................73 FIGURA 40: PROPOSTA DE FRAGMENTAÇÃO PARA OS COMPOSTOS TERPANOS TRICÍCLICOS.74 FIGURA 41: FRAÇÃO F1P1 DO ÓLEO LACUSTRE DE ÁGUA DOCE. (A): MIS; (B) CRI EM M/Z 191; (C) CRI EM M/Z 217........................................................................................76 xxxii Lista de Figuras FIGURA 42: FRAÇÃO F1P1 DO ÓLEO LACUSTRE DE ÁGUA DOCE RECRISTALIZADO COM ADUTO DE URÉIA. (A): MIS; (B) CRI EM M/Z 191; (C) CRI EM M/Z 217. ...........76 FIGURA 43: ESTRUTURAS DE DITERPANOS TRICÍCLICOS TIPO KAURANO...............................80 FIGURA 44: ESTRUTURA REPRESENTATIVA DOS TERPANOS PENTACÍCLICOS – HOPANO. .....81 FIGURA 45: ESTRUTURA REPRESENTATIVA DO BACTERIOHOPANOTETROL . ...........................81 FIGURA 46: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 191 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS TERPANOS NOS ÓLEOS LACUSTRES DE ÁGUA DOCE. .................................................77 FIGURA 47: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 191 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS TERPANOS NOS ÓLEOS MISTOS. ..................................................................................77 FIGURA 48: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 191 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS TERPANOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICO. .....................................................78 FIGURA 49: ESTRUTURA REPRESENTATIVA DO GAMACERANO. ................................................82 FIGURA 50: PROCESSO REPRESENTATIVO DA TRANSFORMAÇÃO DE TM EM TS DURANTE O PROCESSO DE MATURAÇÃO...................................................................................................84 FIGURA 51: ESPECTRO DE MASSAS REPRESENTATIVO DA SÉRIE DOS HOPANOS PENTACÍCLICOS. HOPANO C30 – PICO 52. ........................................................................84 FIGURA 52: ESPECTRO DE MASSAS REPRESENTATIVO DO TERPANO PENTACÍCLICO NÃO HOPANÓICO GAMACERANO (C30) – PICO 56....................................................................85 FIGURA 53: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DOS COMPOSTOS TERPANOS PENTACÍCLICOS 25-, 28- E 30-NORHOPANOS............................................................................................85 FIGURA 54: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 177 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS NORHOPANOS NOS ÓLEOS LACUSTRES DE ÁGUA DOCE............................................87 FIGURA 55: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 177 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS COMPOSTOS NORHOPANOS NOS ÓLEO MISTO M2. ...................................................87 FIGURA 56: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 177 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS NORHOPANOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS..............................................88 FIGURA 57: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS DOS NORHOPANOS PENTACÍCLICOS DA SÉRIE 28,30-BISNORHOPANO (PICO 49A); C25-NORHOPANO (PICO 49B); E 30NORHOPANO (PICO 50)........................................................................................................91 FIGURA 58: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DO COMPOSTOS TERPANOS PENTACÍCLICOS DA SÉRIE HOMOHOPANOS...........................................................................................................92 FIGURA 59: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS DOS HOMOHOPANOS C31 [17α(H),21β(H); 22S E 22R] - PICO 55 (A,B), RESPECTIVAMENTE. ......................94 FIGURA 60: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS DOS HOMOHOPANOS C32 [17α(H),21β(H); 22S E 22R] - PICO 58 (A,B), RESPECTIVAMENTE.......................95 FIGURA 61: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 217 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ESTERANOS NOS ÓLEOS LACUSTRES DE ÁGUA DOCE. ..............................................98 FIGURA 62: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 217 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ESTERANOS NOS ÓLEOS MISTOS. ...............................................................................98 FIGURA 63: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 217 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ESTERANOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS. ................................................99 FIGURA 64: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS DOS ESTERANOS NORMAIS C27 [5α(H),14α(H),17α(H); 22S E 22R] – PICOS 74 E 78, RESPECTIVAMENTE. .....101 xxxiii Lista de Figuras FIGURA 65: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 259 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS DIASTERANOS NOS ÓLEOS MARINHO-EVAPORÍTICOS.............................................102 FIGURA 66: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS DOS DIASTERANOS C27 [13β (H),17α(H); 22S E 22R] – PICOS 67 E 68, RESPECTIVAMENTE....................103 FIGURA 67: COMPOSTOS AROMÁTICOS TÍPICOS ENCONTRADOS EM ÓLEOS E SEDIMENTOS. ..............................................................................................................................................109 FIGURA 68: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 253 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ESTERANOS AROMÁTICOS NO ANEL C NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS.....111 FIGURA 69: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 231 MOSTRANDO A PRESENÇA ESTERANOS TRIAROMÁTICOS DESMETILADOS NOS ÓLEOS MARINHOS DOS EVAPORÍTICOS. ...................................................................................................................112 FIGURA 70: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 245 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ESTERANOS TRIAROMÁTICOS METILADOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS. ..............................................................................................................................................112 FIGURA 71: CONVERSÃO DE ESTERANOS MONOAROMÁTICOS (MA) PARA TRIAROMÁTICOS (TA) DURANTE O PROCESSO DE EVOLUÇÃO TÉRMICA. ....................................................113 FIGURA 72: CROMATOGRAMA DE ÍONS SELETIVOS EM M/Z 267 MOSTRANDO A PRESENÇA DOS ALQUIL-ESTERANOS MONOAROMÁTICOS NOS ÓLEOS MARINHOS EVAPORÍTICOS.114 FIGURA 73: AMOSTRA ME2 COINJETADA COM PADRÃO SINTÉTICO (20R,24R)-4-METILESTIGMASTA-1,3,5(10)-TRIENO [211]. (A) MONITORAMENTO DE ÍON SELECIONADO COM M/Z 253; (B) MONITORAMENTO DE ÍON SELECIONADO COM M/Z 211. .............117 FIGURA 74: ANÁLISE EM CG/EM DO EXTRATO DE AFLORAMENTO DA BACIA DO PARANÁ..118 FIGURA 75: ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO (20R,24R)-4-METIL-ESTIGMASTA1,3,5(10)-TRIENO [211]................................................................................................119 FIGURA 76: PROPOSTA DE FRAGMENTAÇÃO PARA FORMAÇÃO DO ÍON-FRAGMENTO EM 211 DALTONS A PARTIR DO COMPOSTO (20R,24R)-4-METIL-ESTIGMASTA-1,3,5(10)TRIENO [211].....................................................................................................................119 FIGURA 77: ESTRUTURAS PROPOSTAS PARA C21- E C22– ESTERANOS ................................121 FIGURA 78: ESTRUTURAS PROPOSTAS PARA C26-, C27-, C28- E C29- ESTERANOS ...........121 FIGURA 79: ANÁLISE EM CG/EM-EM* [TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO] [288 → 217 (A) E 302 → 217 (B)] REPRESENTATIVO PARA IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE C21 E C22 – ESTERANOS. (A1) E (B1): AMPLIAÇÃO DO CROMATOGRAMA DE MASSAS NA REGIÃO DE INTERESSE....................................................................................122 FIGURA 80: ANÁLISE EM CG/EM-EM* [TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO] [358 → 217 (A); 372 → 217 (B); 386 → 217 (C); E 400 → 217 (D)]; REPRESENTATIVO PARA IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE C26 - C29 – ESTERANOS NA AMOSTRA ME1. (A1) A (D1): AMPLIAÇÃO DO CROMATOGRAMA DE MASSAS NA REGIÃO DE INTERESSE......................................................................................................................123 FIGURA 81: ANÁLISE EM CG/EM-EM* [TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO] [358 → 217 (A); 372 → 217 (B); 386 → 217 (C); E 400 → 217 (D)]; REPRESENTATIVO PARA IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE C26 - C29 – ESTERANOS NA AMOSTRA ME2. (A1) A (D1): AMPLIAÇÃO DO CROMATOGRAMA DE MASSAS NA REGIÃO DE INTERESSE......................................................................................................................124 xxxiv Lista de Figuras FIGURA 82: ANÁLISE EM CG/EM-EM* [TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO] [372 → 217 (A) E (A1); 386 → 217 (B) E (B1); E 400 → 217 (C) E (C1)]; REPRESENTATIVO PARA IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE C26 - C29 – ESTERANOS NA AMOSTRA TIPO LAD............................................................................................................125 FIGURA 83: ANÁLISE EM CG/EM-EM* [TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO] [372 → 217 (A); 386 → 217 (B); E 400 → 217 (C)]; REPRESENTATIVO PARA IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE C26 - C29 – ESTERANOS NA AMOSTRA M2. ........................126 FIGURA 84: ESTRUTURA REPRESENTATIVA PARA A CLASSE DE COMPOSTOS 24-N-PROPIL- E 24-ISOPROPILCOLESTANOS [4-DES-ESTERANOS (C30)]...............................................129 FIGURA 85: ESTRUTURAS DOS PRECURSORES DOS COMPOSTOS 24-PROPIL-COLESTANOS. ..............................................................................................................................................129 FIGURA 86: MECANISMO DE FRAGMENTAÇÃO PROPOSTO PARA DERIVADOS DO ESTERANO. ..............................................................................................................................................130 FIGURA 87: C30 – DESMETIL-ESTERANOS (↓) FORAM DETECTADOS PELA COMPARAÇÃO DO RESULTADO OBTIDO DA ANÁLISE DE MONITORAMENTO DOS ÍONS SELECIONADOS EM M/Z 217 + 231 + 414 POR CG-EM E CONFIRMADO SUA PRESENÇA PELA TRANSIÇÃO ÍON +. PRECURSOR– ÍON PRODUTO [M (414) → 217 DALTONS] POR CGAR/EM-EM. ...131 FIGURA 88: DISTRIBUIÇÃO DE 4-DESMETIL-ESTERANOS (C30) [24-N-PROPIL- E 24ISOPROPILCOLESTANOS] NA FRAÇÃO SATURADA DAS AMOSTRAS TIPO ME, OBTIDO PELO +. MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO [M (414) → 217 DALTONS] (MRM/CG/EM-EM).......................................................................................132 FIGURA 89: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DA CLASSE 4-METIL-ESTERANOS [C28 – C30] E DINOSTERANOS................................................................................................................134 FIGURA 90: MECANISMO DE FRAGMENTAÇÃO PROPOSTO PARA 4-METIL-ESTERANOS. .......135 FIGURA 91: ESQUEMA DIAGENÉTICO PROPOSTO POR WOLF E COLABORADORES, 1986 (A E 58, 59 , PARA A FORMAÇÃO DE 4-METIL-ESTERANOS E 4-METIL-DIASTERANOS A PARTIR B) DE 4-METIL-ESTERAN-3-OL...............................................................................................136 FIGURA 92: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DO DINOSTEROL E DINOSTANOL..................137 FIGURA 93: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS DA CLASSE 2-METIL E 3-METIL-ESTERANOS [C28 – C30]. .......................................................................................................................138 FIGURA 94: DISTRIBUIÇÃO DE METIL-ESTERANOS (C30) [2-; 3-; E 4-METIL-ESTERANOS] NA FRAÇÃO SATURADA DO ÓLEO ME-1, OBTIDO PELO MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO +. ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO [M (414) → 231 DALTONS; M+. (414) → 95 +. DALTONS; E M (414) → 98] (MRM/CG/EM-EM)..................................................140 FIGURA 95: DISTRIBUIÇÃO DE METIL-ESTERANOS (C30) [2-; 3-; E 4-METIL-ESTERANOS; E DINOSTERANOS] NA FRAÇÃO SATURADA DO ÓLEO ME-2, OBTIDO PELO +. MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO [M (414) → 231 +. (414) → 95 DALTONS; E M+. (414) → 98] (MRM/CG/EM-EM). DALTONS; M ..............................................................................................................................................141 FIGURA 96: DISTRIBUIÇÃO DE METIL-ESTERANOS (C30) [2-; 3-; E 4-METIL-ESTERANOS] NA FRAÇÃO SATURADA DO ÓLEO LAD-1, OBTIDO PELO MONITORAMENTO DA TRANSIÇÃO +. ÍON PRECURSOR – ÍON PRODUTO [M (414) → 231 DALTONS] (MRM/CG/EMEM)......................................................................................................................................142 xxxv Lista de Figuras FIGURA 97: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) DOS PADRÕES SINTÉTICOS: (A) SOBREPOSIÇÃO DOS CROMATOGRAMAS DOS COMPONENTES (20R,24R)-2α-METIL-ESTIGMASTANO [135] E (20R,24R)-3β -METIL+. ESTIGMASTANO [136] NA TRANSIÇÃO [M (414) → 231 DALTONS; (B) A (D) (20R,24R)-2α-METIL-ESTIGMASTANO [135] (20R,24R)-4α-METILE +. ESTIGMASTANO [139] PARA AS TRANSIÇÕES [M (414) → 231 DALTONS; M+. (414) → 95 DALTONS; E M+. (414) → 98 DALTONS]...............................................143 FIGURA 98: (A) ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) DE METIL-ESTERANOS (C30) E +. (414) → 231 DALTONS]. (B) COINJEÇÃO DA DINOSTERANOS DO ÓLEO ME [M AMOSTRA ME COM PADRÃO (20R,24R)-2α-METIL-ESTIGMASTANO [135]...............144 FIGURA 99: (A) ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) DE METIL-ESTERANOS (C30) E +. (414) → 231 DALTONS]. (C) COINJEÇÃO DA DINOSTERANOS DO ÓLEO ME [M AMOSTRA ME COM PADRÃO (20R,24R)-3β-METIL-ESTIGMASTANO [136]. ..............145 FIGURA 100: (A) ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) DE METIL-ESTERANOS (C30) E +. DINOSTERANOS DO ÓLEO ME [M (414) → 231 DALTONS]. (D) COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO (20R,24R)-4α-METIL-ESTIGMASTANO [139]...............146 FIGURA 101: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) DO ÓLEO ME1 DOS ANÁLOGOS C28 – C29-METIL-ESTERANOS. (A) TRANSIÇÃO [M+. (386) → 231 DALTONS]. (B) TRANSIÇÃO [M+. (400) → 231 DALTONS]...............................147 FIGURA 102: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRM) +. +. MONITORANDO AS TRANSIÇÕES [M (386) → 231 DALTONS; E M (400) → 231 DALTONS] DOS ANÁLOGOS C28 – C29-METIL-ESTERANOS. (C) E (D) ÓLEO ME2; (E) E (F) ÓLEO LAD1; (G) E (H) ÓLEO LAD2; (I) E (J) ÓLEO M2..............................148 FIGURA 103: REPRESENTAÇÃO ESTRUTURAL DA CLASSE 3-ALQUIL-ESTERANOS. ...............149 FIGURA 104: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE 3-ALQUILCOLESTANOS DOS ÓLEOS ME-1 E ME-2 ANALISADOS POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (400) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (414) → 259 +. (428) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M (442) → 287 DALTONS]. ................................................................................................150 FIGURA 105: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE 3-ALQUILCOLESTANOS DOS ÓLEOS LAD-1 E LAD-2 ANALISADOS POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (400) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (414) → 259 +. DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M (428) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. (442) → 287 DALTONS]. ................................................................................................151 FIGURA 106: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE 3-ALQUIL-24-METILCOLESTANO DOS ÓLEOS ME-1 E ME-2 ANALISADOS POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (414) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (428) → 259 +. DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M (442) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. (456) → 287 DALTONS]. ................................................................................................151 FIGURA 107: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE 3-ALQUIL-24-METILCOLESTANOS DOS ÓLEOS LAD-1 E LAD-2 ANALISADOS POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (414) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (428) → 259 +. DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M (442) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. (456) → 287 DALTONS]. ................................................................................................152 xxxvi Lista de Figuras FIGURA 108: PERFIL 3-ALQUIL-24-ETILME-1 E ME-2 ANALISADOS POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (428) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (442) → 259 +. DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M (456) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. (470) → 287 DALTONS]. ................................................................................................152 FIGURA 109: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE 3-ALQUIL-24-ETILCOLESTANOS DO ÓLEO LAD-1 ANALISADO POR CG/EM-EM (MRM). (A) TRANSIÇÃO [M+. (428) → 245 DALTONS]; (B) TRANSIÇÃO [M+. (442) → 259 DALTONS]; (C) TRANSIÇÃO [M+. (456) → 273 DALTONS]; (D) TRANSIÇÃO [M+. (470) → 287 DALTONS]. ...........................................................................................................................153 FIGURA 110: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-METIL-COLESTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (A) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) DO ÓLEO ME. (A1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (A2) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3α(METIL)-5β(H)COLESTANO [144]. (A3) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β (METIL)-5α(H)-COLESTANO [149]....156 FIGURA 111: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-ETIL-COLESTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) DO ÓLEO ME. (B1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (B2) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3α(ETIL)-5β(H)COLESTANO [166]. (B3) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β (ETIL)-5α(H)-COLESTANO [170]......157 FIGURA 112: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-PROPIL-COLESTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (C) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) DO ÓLEO ME. (C1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (C2) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3α(PROPIL)-5β(H)COLESTANO [176]. (C3) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β (PROPIL)-5α(H)-COLESTANO [179]. 158 FIGURA 113: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-METIL-ESTIGMASTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (A1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) DO ÓLEO ME AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (A4) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3α(METIL)-5β (H)-ESTIGMASTANO [161]. (A5) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 231) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β(METIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [164]. ......................................................159 FIGURA 114: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-ETIL-ESTIGMASTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) DO ÓLEO ME AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (B4) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3α(ETIL)-5β (H)-ESTIGMASTANO [173]. (B5) CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE COLESTANOS DOS ÓLEOS xxxvii Lista de Figuras CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 245) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β(ETIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [175]. .........................................................160 FIGURA 115: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE 3-PROPIL-ESTIGMASTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (C1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) DO ÓLEO ME AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (C4) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) REFERENTE À COINJEÇÃO DA COM PADRÃO 3α(ETIL)-5β (H)-ESTIGMASTANO [181]. (C5) AMOSTRA ME CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 259) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 3β(ETIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [182]. .........................................................161 FIGURA 116: ESTRUTURA DO 5β(H)-COLANO. ......................................................................164 FIGURA 117: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ESTIGMASTANOS POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (A) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 217) DO ÓLEO ME AMPLIADO NA REGIÃO DE INTERESSE. (A1) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 217) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 5β (H)-ESTIGMASTANO [88]. (A2) CROMATOGRAMA DE MIS (M/Z 217) REFERENTE À COINJEÇÃO DA AMOSTRA ME COM PADRÃO 5α(H)ESTIGMASTANO [90]..........................................................................................................165 FIGURA 118: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CG/EM (MIS) EM M/Z 217. (A) FRAÇÃO NEUTRA (F1P1) DO ÓLEO LAD. (B) FRAÇÃO NEUTRA (F1P1) DO ÓLEO LAD FORTIFICADA COM PADRÃO SINTÉTICO 5β(H)-COLANO..................................................166 FIGURA 119: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CG/EM (MIS) EM M/Z 217. (A) FRAÇÃO NEUTRA (F1P1) DO ÓLEO ME. (B) FRAÇÃO NEUTRA (F1P1) DO ÓLEO ME FORTIFICADA COM PADRÃO SINTÉTICO 5β(H)-COLANO..................................................167 FIGURA 120: REARRANJO DE MCLAFFERTY MOSTRANDO A FORMAÇÃO DO ÍON-FRAGMENTO COM RELAÇÃO M/Z 74 PARA OS ÉSTERES LINEARES........................................................176 FIGURA 121: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON EXTRAÍDO EM M/Z 74 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS LAD-1 E LAD-2. ................................................................................................................................179 FIGURA 122: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON EXTRAÍDO EM M/Z 74 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS ME -1 E ME 2...........................................................................................................................................180 FIGURA 123: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON EXTRAÍDO EM M/Z 74 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M-1 E M-2. .181 FIGURA 124: ESPECTRO DE MASSAS REPRESENTATIVO DOS ÉSTERES METÍLICOS DERIVADOS DOS ÁCIDOS HEXADECANÓICO (C16) E OCTADECANÓICO (C18) PRESENTES NAS FRAÇÕES EM. ......................................................................................................................183 FIGURA 125: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON RECONSTRUÍDO EM M/Z 71 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO LAD1...........................................................................................................................................186 FIGURA 126: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON RECONSTRUÍDO EM M/Z 71 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO HAC DOS ÓLEOS ME1...........................................................................................................................................187 xxxviii Lista de Figuras FIGURA 127: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON RECONSTRUÍDO EM M/Z 71 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO HAC DOS ÓLEOS ME2...........................................................................................................................................188 FIGURA 128: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍON RECONSTRUÍDO EM M/Z 71 OBTIDO DA ANÁLISE POR CG/EM (VARREDURA DE ÍONS TOTAIS) DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2. ..............................................................................................................................................189 FIGURA 129: (A) PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 74 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS; (A1) AMPLIAÇÃO DA REGIÃO CIRCULADA NO PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS RECONSTRUÍDOS EM M/Z 74; M/Z 55; M/Z 83; M/Z 97; E M/Z 296 (M+.).......................................................................191 FIGURA 130: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS PARA OS COMPONENTES [183] E [184]. .................................................................................................................................192 FIGURA 131: ESPECTROS DE MASSAS DA BIBLIOTECA NIST PARA OS COMPONENTES 4-METIL-CICLOEXANO-CARBOXILATO [185]; PADRÕES DE METILA ÁCIDO CICLOEXANOBUTANÓICO [185A] E CICLOEPTIL-CARBOXILATO DE METILA [186].......193 FIGURA 132: PERFIL CROMATOGRÁFICO AMPLIADO OBTIDO DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA AMOSTRA LAD1 – FRAÇÃO EM............................................................194 FIGURA 133: COMPARAÇÃO DO ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO 183A COM ESPECTROS DA BIBLIOTECA NIST, INDICANDO COMO MAIOR PROBABILIDADE (70.25%) SER O COMPONENTE ÁCIDO 3,5,7,11-METIL-HEXADECANÓICO. .............195 FIGURA 134: ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS PARA O ÁCIDO ABIÉTICO E ÁCIDO PIMÁRICO. ..............................................................................................................................................196 FIGURA 135: PROPOSTA SUGERIDA PARA A FORMAÇÃO DOS ÁCIDOS TERPÂNICOS DE CADEIA LATERAL ESTENDIDA A PARTIR DO TRICICLOHEXAPRENOL. ..............................................197 FIGURA 136: ESTRUTURAS DE ÁCIDOS TERPÂNICOS TRICÍCLICOS MONITORADOS NA FRAÇÃO EM DAS AMOSTRAS EM ESTUDO. .......................................................................................198 FIGURA 137: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS LAD1 E LAD2...................................................................................................................................199 FIGURA 138: ESPECTROS DE MASSAS DE COMPONENTES TERPANOS TRICÍCLICOS ÁCIDOS E NEUTROS PROVENIENTES DO SOFTWARE DA BIBLIOTECA NIST05..................................200 FIGURA 139: [A] ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [187] E A RESPECTIVA PROPOSTA ESTRUTURAL. [B] ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [188] E A RESPECTIVA PROPOSTA ESTRUTURAL. .....................................................................................................201 FIGURA 140: [B1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO LAD2; [B2] PERFIL CROMATOGRÁFICO DA VARREDURA DE ÍONS PRODUTOS (VIP) NA FAIXA DE MASSAS DO COMPOSTO [187]; [B3] PERFIL CROMATOGRÁFICO DO MONITORAMENTO DE REAÇÃO SIMPLES (MRS) DA TRANSIÇÃO [M+. (320) → 191] PARA O COMPOSTO [187]; [B4] PERFIL CROMATOGRÁFICO DA VARREDURA DE ÍONS PRODUTOS (VIP) NA FAIXA DE MASSAS DO COMPOSTO [188]; [B5] PERFIL CROMATOGRÁFICO DO MONITORAMENTO DE REAÇÃO SIMPLES (MRS) DA TRANSIÇÃO [M+. (334) → 191] PARA O COMPOSTO [188]; [B6] PERFIL DO ESPECTRO DE MASSAS PROVENIENTES DA VIP E VIPRE PARA OS COMPOSTOS [187] E [188].......202 xxxix Lista de Figuras FIGURA 141: ESTRUTURAS DOS ÉSTERES METÍLICOS DOS ÁCIDOS TERPÂNICOS TRICÍCLICOS [187] E [188] DETECTADOS NA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS ESTUDADOS NESTE TRABALHO. ................................................203 FIGURA 142: PROPOSTAS DE FRAGMENTAÇÃO DOS COMPOSTOS ÁCIDOS TERPANÓICOS +. – 15]; TRICÍCLICOS [187] E [188] PARA FORMAÇÃO DOS ÍONS-FRAGMENTOS [M M/Z 191; E M/Z 123. .......................................................................................................204 FIGURA 143: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS ME1 E ME2. ..............................................................................................................................................205 FIGURA 144: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M2...............206 FIGURA 145: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO DA VARREDURA DE ÍONS TOTAIS ÍONS OBTIDO PELA ANÁLISE POR CGAR/EM DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1. [A1]/[[A2] AMPLIAÇÃO DO CROMATOGRAMA DE VIT; [B] PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 163; [C] PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 177; [D] PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191.........................................207 FIGURA 146: ESPECTROS DE MASSAS DOS COMPONENTES DETECTADOS NA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1. [COMPONENTES 189 A 196].........................................................................208 FIGURA 147: COMPARAÇÃO DO ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [189] COM ESPECTROS DA BIBLIOTECA NIST, INDICANDO COMO MAIOR PROBABILIDADE (90.67%) SER O COMPONENTE DERIVADO DO ÁCIDO DEHIDROABIÉTICO..................209 FIGURA 148: COMPARAÇÃO DO ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [196] COM ESPECTROS DA BIBLIOTECA NIST, INDICANDO COMO MAIOR PROBABILIDADE (95.65%) SER O COMPONENTE DERIVADO DO ÁCIDO 7-OXO-DEHIDRO-ABIÉTICO....210 FIGURA 149: ESTRUTURAS PROPOSTAS PARA OS COMPONENTES ÁCIDOS TRICÍCLICOS [189] E [196] DETECTADOS NA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1.........................................210 FIGURA 150: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1; [A1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA +. TRANSIÇÃO [M (314) → 74] PARA O COMPOSTO [189]; [A2] PERFIL +. CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (314) → 299; (M – CH3)] PARA O +. COMPOSTO [189]; [A3] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (314) → 239] PARA O COMPOSTO [189]; [A4] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M/Z 299 (M – CH3) → 239] PARA O COMPOSTO [189]................212 FIGURA 151: PROPOSTA DE FRAGMENTAÇÃO DO COMPONENTE [189] PARA FORMAÇÃO DOS +. +. ÍONS-FRAGMENTOS EM 299 DALTONS [M – CH3] E 239 DALTONS [M – C3H7O2; OU M/Z 299 – C2H4O2]...................................................................................................213 FIGURA 152: ESTRUTURAS DE ÁCIDOS TERPÂNICOS TRICÍCLICOS ESTERIFICADOS, PROPOSTOS PARA O COMPONENTE [190] DETECTADO NA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1..214 FIGURA 153: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1; [A1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (VIP) DA +. TRANSIÇÃO [M (298) → 70 - 310] PARA O COMPOSTO [190]; [A2] PERFIL +. CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (298) → 283; (M – CH3)] PARA O +. COMPOSTO [190]; [A3] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (298) → 163] PARA O COMPOSTO [190]; [A4] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) ESTERIFICADOS PROPOSTAS PARA OS COMPONENTES xl Lista de Figuras [M+. (298) → 267] PARA O COMPOSTO [190]. [A5] PERFIL DO +. ESPECTRO DE MASSAS OBTIDO POR GCAR/EM-EM (VIP) [M (298) → 70 - 310]. ..............................................................................................................................................215 FIGURA 154: PROPOSTA DE FRAGMENTAÇÃO DO COMPONENTE [190] PARA FORMAÇÃO DOS +. +. . ÍONS-FRAGMENTOS EM 283 DALTONS [M – CH3]; 267 DALTONS [M – OCH3 ], +. E 163 DALTONS [M – 135]..........................................................................................216 FIGURA 155: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1; [A1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (VIP) +. DA TRANSIÇÃO [M (312) → 70 - 320] PARA O COMPOSTO [191]; [A2] PERFIL +. CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (312) → 297; (M – CH3)] PARA O +. COMPOSTO [191]; [A3] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M (312) → 163] PARA O COMPOSTO [191]; [A4] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) +. (312) → 177] PARA O COMPOSTO [191]. [A5] PERFIL DA TRANSIÇÃO [M +. (312) → 281] PARA O COMPOSTO CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M [191]. [A6] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M+. (312) → 283] PARA O COMPOSTO [191]. [A7] PERFIL DO ESPECTRO DE MASSAS OBTIDO POR GCAR/EM-EM (VIP) [M+. (312) → 70 - 320]. ......................................................217 FIGURA 156: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1; [A1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (VIP) DA +. TRANSIÇÃO [M (326) → 70 - 330]; [A2] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA +. (326) → 311; (M – CH3)]; [A3] PERFIL CROMATOGRÁFICO TRANSIÇÃO [M (MRS) DA TRANSIÇÃO [M+. (326) → 163]; [A4] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) +. DA TRANSIÇÃO [M (326) → 177]. [A5] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA +. TRANSIÇÃO [M (326) → 191]. [A6] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA +. (326) → 295]. [A7] PERFIL CROMATOGRÁFICO (MRS) DA TRANSIÇÃO [M +. TRANSIÇÃO [M (326) → 297]. [A8] – [A11] PERFIL DO ESPECTRO DE MASSAS +. OBTIDO POR GCAR/EM-EM (VIP) [M (326) → 70 - 330] PARA OS COMPONENTES [192], [193], [194], [195] RESPECTIVAMENTE..............................218 FIGURA 157: ESTRUTURAS DE ÁCIDOS TERPÂNICOS TRICÍCLICOS ESTERIFICADOS, PROPOSTO PARA OS COMPONENTES [190], [191] E [193] DETECTADO NA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1.................................................................................................................219 FIGURA 158: ESPECTROS DE MASSAS DE COMPONENTES AROMÁTICOS TERPANOS TRICÍCLICOS ÁCIDOS PROVENIENTES DO SOFTWARE DA BIBLIOTECA NIST05. .............221 FIGURA 159: [A] PERFIL CROMATOGRÁFICO (EXPANDIDO) DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DO ÓLEO M1; [A1] PERFIL CROMATOGRÁFICO (VIP) DA +. TRANSIÇÃO [M (328) → 253].....................................................................................222 FIGURA 160: [A]-[C] PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS EM M/Z 191 OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO HAC DOS ÓLEOS LAD-1, M-2 E ME-1. .......................................................................................................223 FIGURA 161: [A]-[B] ESPECTROS DE MASSAS DOS COMPONENTES [188A] E [197].....224 FIGURA 162: ESTRUTURAS REPRESENTATIVA PARA OS ÁCIDOS TERPANÓICOS PENTACÍCLICOS DO TIPO HOPANO......................................................................................226 DA TRANSIÇÃO xli Lista de Figuras FIGURA 163: PERFIL (M/Z 191) OBTIDO A PARTIR FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS: [A] LAD1; [B] LAD-2. ..................................................................................................................227 FIGURA 164: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS (M/Z 191) OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS: [C] ME-1; [D] ME-2. ..........................................................................................................................227 FIGURA 165: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS (M/Z 191) OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS: [E] M-1; [F] M-2. .............................................................................................................................228 FIGURA 166: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS (M/Z 235; M/Z 249; M/Z 263; E M/Z 277) OBTIDOS A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO EM REPRESENTATIVO PARA OS ÓLEOS LAD; ME; E M. ..................................229 FIGURA 167: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS PARA OS COMPONENTES ÉSTERES METÍLICOS DERIVADOS DE ÁCIDOS HOPANÓICOS (C30 – C33) DETECTADOS NA FRAÇÃO EM DOS ÓLEOS EM ESTUDO...............................................................................................230 FIGURA 168: ESPECTROS DE MASSAS COMPARATIVO DOS DIASTEREOISÔMEROS ÉSTERES METÍLICOS DERIVADOS DE ÁCIDOS HOPANÓICOS (C30H50O2) DETECTADOS NA FRAÇÃO EM DO ÓLEO TIPO LAD......................................................................................................232 FIGURA 169: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS (M/Z 191) OBTIDO A PARTIR DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2, REPRESENTATIVO PARA OS DEMAIS ÓLEOS EM ESTUDO. ..................................................233 FIGURA 170: ESPECTROS DE MASSAS REPRESENTATIVOS PARA OS COMPONENTES HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS HOPANÓICOS (C30 – C33) DETECTADOS NA FRAÇÃO HAC DOS ÓLEOS EM ESTUDO. .............................................................................233 FIGURA 171: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3IL-METANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRS). (A) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO +. (414) → 231 DALTONS]; (A1) ÓLEO LAD-1 OBTIDO DA TRANSIÇÃO [M COINJEÇÃO 3α(METIL)-5β(H),14α(H),17α(H)DO PADRÃO SINTÉTICO +. ESTIGMASTANO [232]. TRANSIÇÃO [M (414) → 231 DALTONS]; (A2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(METIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [237]. TRANSIÇÃO [M+. (414) → 231 DALTONS]. ..................................................................239 FIGURA 172: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3IL-PROPANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM-EM (MRS). (B) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO +. ÓLEO ME-1 OBTIDO DA TRANSIÇÃO [M (442) → 259 DALTONS]; (B1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3α(PROPIL)-5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [234]. TRANSIÇÃO [M+. (442) → 259 DALTONS]; (B2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(PROPIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [239]. TRANSIÇÃO [M+. (414) → 231 DALTONS]. ................................................................................................240 FIGURA 173: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTANÓICO CROMATOGRÁFICO DE ÍONS EXTRAÍDOS DA ANÁLISE POR VARREDURA DE ÍONS TOTAIS DA POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (A) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2 OBTIDO DO MONITORAMENTO EM 217 DALTONS; (A1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO xlii Lista de Figuras 5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [231]. MIS> M/Z 217; (A2) COINJEÇÃO 5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [236]. MIS> M/Z 217......................................................................................................................................241 FIGURA 174: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-COLESTAN-3-IL METANÓICO; 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3-IL METANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM A FRAÇÃO HAC DA AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2 OBTIDO DO MONITORAMENTO EM 231 DALTONS; (B1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)METIL-5β(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [223]. MIS> M/Z 231; (B2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(METIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [227]. MIS> M/Z 231. (B3) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)METIL5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [232]. MIS> M/Z 231. (B4) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(METIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [237]. MIS> M/Z 231..................................................................................................................242 FIGURA 175: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-COLESTAN-3-IL ETANÓICO; 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3-IL ETANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM A FRAÇÃO HAC DA AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2 OBTIDO DO MONITORAMENTO EM 245 DALTONS; (B1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)ETIL-5β(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [224]. MIS> M/Z 245; (B2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(ETIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [228]. MIS> M/Z 245. (B3) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)ETIL5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [233]. MIS> M/Z 245. (B4) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(ETIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [238]. MIS> M/Z 245..................................................................................................................243 FIGURA 176: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-COLESTAN-3-IL PROPANÓICO; 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3-IL PROPANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM A FRAÇÃO HAC DA AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2 OBTIDO DO MONITORAMENTO EM 259 DALTONS; (B1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)PROPIL-5β(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [225]. MIS> M/Z 259; (B2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(PROPIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [229]. MIS> M/Z 259. (B3) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)PROPIL5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [234]. MIS> M/Z 259. (B4) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(PROPIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [239]. MIS> M/Z 259..................................................................................................................244 FIGURA 177: CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ÁCIDO 5β(H)- E 5α(H)-COLESTAN-3-IL BUTANÓICO; 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3-IL BUTANÓICO POR COINJEÇÃO DE PADRÕES SINTÉTICOS COM A FRAÇÃO HAC DA AMOSTRA DE ÓLEO E ANÁLISE POR CG/EM (MIS). (B) PERFIL CROMATOGRÁFICO DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2 OBTIDO DO MONITORAMENTO EM 273 DALTONS; (B1) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)BUTIL-5β(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [226]. MIS> M/Z 273; (B2) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3β(BUTIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-COLESTANO [230]. MIS> M/Z 273. (B3) COINJEÇÃO DO PADRÃO SINTÉTICO 3(α)BUTILDO PADRÃO SINTÉTICO xliii Lista de Figuras 5β(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [235]. MIS> M/Z 273. (B4) COINJEÇÃO 3β(BUTIL)-5α(H),14α(H),17α(H)-ESTIGMASTANO [240]. MIS> M/Z 273..................................................................................................................245 FIGURA 178: ESPECTROS DE MASSAS DOS COMPONENTES 3α(ALQUIL)-5β(H)- E 3β(ALQUIL)-5α(H)-COLESTANOS DERIVADOS DE ÁCIDOS 5β(H)-COLESTAN-3-IL ALCANÓICO E 5α(H)-COLESTAN-3-IL ALCANÓICO IDENTIFICADOS NA FRAÇÃO HAC DAS AMOSTRAS EM ESTUDO. ......................................................................................................246 FIGURA 179: ESPECTROS DE MASSAS DOS COMPONENTES 5β(H)- E 5α(H)ESTIGMASTANOS; E 3α(ALQUIL)-5β(H)- E 3β(ALQUIL)-5α(H)-ESTIGMASTANOS DERIVADOS DE ÁCIDOS 5β(H)- E 5α(H)-ESTIGMASTANÓICOS; E ÁCIDOS 5β(H)ESTIGMASTAN-3-IL ALCANÓICO E 5α(H)-ESTIGMASTAN-3-IL ALCANÓICO IDENTIFICADOS NA FRAÇÃO HAC DAS AMOSTRAS EM ESTUDO.......................................247 FIGURA 180: PERFIL CROMATOGRÁFICO DE DISTRIBUIÇÃO DA CLASSE ÁCIDOS 24-ETILESTERAN-3-IL-ALCANÓICOS DA FRAÇÃO HAC DOS ÓLEOS LAD-1 E ME1 ANALISADOS POR CGAR/EM-EM...........................................................................................................250 FIGURA 181: PERFIL CROMATOGRÁFICO DA ANÁLISE POR CGAR/EMEM (MRM) DE ÁCIDOS ESTERAN-3-IL METANÓICOS E ÁCIDOS SIMILARES AO DINOSTERANO..............252 FIGURA 182: PERFIL CROMATOGRÁFICO DOS COMPONENTES HIDROCARBONETOS DO PADRÃO SINTÉTICO DERIVADOS DE ÁCIDOS ESTERANÓICOS MONOAROMÁTICOS OBTIDOS DA ANÁLISE POR CGAR/EM (MIS) DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO M-2. (A) MONITORAMENTO DO ÍONFRAGMENTO EM 253 DALTONS; (B) MONITORAMENTO DO ÍON-FRAGMENTO EM 267 DALTONS; (C) MONITORAMENTO DO ÍON-FRAGMENTO EM 281 DALTONS; (D) MONITORAMENTO DO ÍON-FRAGMENTO EM 295 DALTONS..............................................254 FIGURA 183: PERFIL CROMATOGRÁFICO DOS COMPONENTES HIDROCARBONETOS DERIVADOS DE ÁCIDOS ESTERANÓICOS MONOAROMÁTICOS OBTIDOS DA ANÁLISE POR CGAR/EM (MIS) DA FRAÇÃO HAC DO ÓLEO ME. MONITORAMENTO DOS ÍONSFRAGMENTOS EM 267+268+392+394 DALTONS. ......................................................255 FIGURA 184: ESPECTRO DE MASSAS REFERENTE AO COMPONENTE 250 E O COMPARATIVO COM O ESPECTRO DE MASSAS REFERENTE AO PADRÃO SINTÉTICO DA BIBLIOTECA NIST COM 44% DE SIMILARIDADE.............................................................................................256 FIGURA 185: ESTRUTURA DOS BIOMARCADORES PROPOSTOS PARA SÍNTESE. ....................264 FIGURA 186: SUBSTRATOS COMERCIAIS UTILIZADOS NA SÍNTESE DE BIOMARCADORES. ..265 FIGURA 187: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA OS COMPOSTOS [211A] E [211B1]................................................................268 FIGURA 188: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO [211B]........................................................................................269 FIGURA 189: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO [211C]........................................................................................271 FIGURA 190: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO [211D]. ......................................................................................273 FIGURA 191: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO 20R,24R-ESTIGMASTA-1,3,5(10)-TRIENO [211]..............274 FIGURA 192: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO 20R,22E,24R-ESTIGMASTA-4,22-DIEN-3-ONA [251]......278 xliv Lista de Figuras α,β-INSATURADO. PROCESSO C2......................................................280 FIGURA 194: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO 20R,22E,24R-2α(METIL)-ESTIGMASTA-4,22-DIEN-3-ONA [252] E 20R,22E,24R-2,2-DIMETIL-ESTIGMASTA-4,22-DIEN-3-ONA [252A]. ...282 FIGURA 195: REPRESENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DE DIÂNION DURANTE HIDROGENAÇÃO DE COMPOSTOS CETÔNICOS α,β-INSATURADO POR METAIS DISSOLVIDOS EM AMÔNIA. CONFIGURAÇÃO ESTEREOQUÍMICA DE CETONAS CÍCLICAS α,β-INSATURADA. ..............283 FIGURA 196: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO 20R,22E,24R-2α(METIL)-ESTIGMASTA-22-EN-3-ONA [253] ..............................................................................................................................................286 FIGURA 197: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO 20R,22E,24R-2α(METIL)-ESTIGMAST-22-ENO [135A]....288 FIGURA 198: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O BIOMARCADOR 20R,24R-2α(METIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [135]. ...289 FIGURA 199: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24S-4-TIOFENILMETIL-ESTIGMAST4,22-DIEN-3-ONA [254].................................................................................................292 FIGURA 200: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA OS COMPOSTOS INTERMEDIÁRIOS 20R,22E,24S-4α-METIL-5α(H)ESTIGMAST-22-EN-3-OL [255] E 20R,22E,24S-4α-METIL-5α(H)-ESTIGMAST-22EN-3-ONA [255A]. ............................................................................................................295 FIGURA 201: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24S-4α-METIL-5α(H)-ESTIGMAST22-ENO [139A]. ................................................................................................................298 FIGURA 202: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O BIOMARCADOR 20R,24R-4α-METIL-5α(H)-ESTIGMASTANO [139]......299 FIGURA 203: REPRESENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DO COMPONENTE ISOMERIZADO DURANTE O PROCESSO DE HIDROGENAÇÃO SELETIVA DO ERGOSTEROL [256A] PROPORCIONANDO UMA MISTURA DE 2 COMPOSTOS DIASTEREOISÔMEROS [256B1] E [256B2]..............303 FIGURA 204: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA O SUBSTRATO ERGOSTEROL [256A] E OS DERIVADOS HIDROGENADOS (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-7,22-DIEN-3β-OL [256B] E (20R,24S)-5α(H)ERGOSTA-7-EN-3β-OL [256B1].......................................................................................304 FIGURA 205: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA OS COMPOSTOS ACETILADOS: ACETATO DE (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA7,22-DIEN-3β-ILA [256C]; ACETATO DE (20R,24S)-5α(H)-ERGOSTA-7-EN-3β-ILA [256C1]; E ACETATO DE (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-8(14),22-DIEN-3β-ILA [256C2]. .............................................................................................................................306 FIGURA 206: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA OS COMPOSTOS CETÔNICOS: (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-7,22-DIEN-3ONA [256E]; E (20R,24S)-5α(H)-ERGOSTA-7-EN-3-ONA [256E1]. .....................309 FIGURA 207: ATRIBUIÇÃO DOS DESLOCAMENTOS QUÍMICOS DOS CARBONOS POR RMN DE 13 C PARA OS COMPOSTOS COM GRUPO CETAL: (20R,24R)-3-DIETÓXI-5α(H)FIGURA 193: ENOLIZAÇÃO DO GRUPO CETÔNICO INTERMEDIÁRIO PARA ALQUILAÇÃO NO CARBONO xlv Lista de Figuras ERGOSTA-7,22-DIENO [256F]; E (20R,24S)-3-DIETÓXI-5α(H)-ERGOST-7-ENO [256F1]...............................................................................................................................310 FIGURA 208: EXEMPLIFICAÇÃO GENÉRICA PARA OBTENÇÃO DE 2- E 4-METIL-ESTERANOS. ..............................................................................................................................................322 FIGURA 209: EXEMPLIFICAÇÃO GENÉRICA PARA OBTENÇÃO DE ESTERANOS AROMÁTICOS NO ANEL A.................................................................................................................................323 FIGURA 210: EXEMPLIFICAÇÃO GENÉRICA PARA OBTENÇÃO DE ALQUIL-ESTERANOS AROMÁTICOS NO ANEL C....................................................................................................323 xlvi Lista de Esquemas LISTA DE ESQUEMAS página ESQUEMA 1: ROTA SINTÉTICA PARA OBTER O COMPOSTO (20R,24R)-4-METILESTIGMASTA-1,3,5(10)-TRIENO [211].........................................................................266 ESQUEMA 2: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24R-5α,6α-EPOXIESTIGMAST-22-EN-3β-OL [211B1].................................................................................267 ESQUEMA 3: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24R-5α,6α-EPOXI-3βMETILSULFONIL-ESTIGMAST-22-ENO [211B].................................................................268 ESQUEMA 4: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24R-ESTIGMASTA2,4,6,22-TETRAENO [211C]...........................................................................................270 ESQUEMA 5: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO 20R,22E,24R-ESTIGMASTA1,3,5(10),22-TETRAENO [211D]..................................................................................272 ESQUEMA 6: SÍNTESE DO COMPOSTO 20R,24R-ESTIGMASTA-1,3,5(10)-TRIENO [211]. ..............................................................................................................................................273 ESQUEMA 7: ROTA SINTÉTICA PROPOSTA PARA OBTER OS COMPOSTOS (20R,24R)2α(METIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [135] E (20R,24R)-4α(METIL)-5α(H)ESTIGMASTANO [139]. ......................................................................................................276 ESQUEMA 8: SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,22E,24R)-ESTIGMASTA-4,22-DIEN-3-ONA [251]...................................................................................................................................277 ESQUEMA 9: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO (20R,22E,24S)-2α(METIL)ESTIGMASTA-4,22-DIEN-3-ONA [252]. .........................................................................279 ESQUEMA 10: SÍNTESE DO COMPOSTO INTERMEDIÁRIO (20R,22E,24R)-2α(METIL)5α(H)-ESTIGMASTA-22-EN-3-ONA [253]. ...................................................................283 ESQUEMA 11: SÍNTESE DO BIOMARCADOR (20R,24R)-2α(METIL)-5α(H)-ESTIGMASTANO [135]. .................................................................................................................................286 ESQUEMA 12: SÍNTESE DO INTERMEDIÁRIO (20R,22E,24R)-4-TIOFENILMETILESTIGMAST-4,22-DIEN-3-ONA [254]. ...........................................................................290 ESQUEMA 13: PROPOSTA GERAL PARA FORMAÇÃO DO CARBOCÁTION TIOFENILMETILÊNICO. ..............................................................................................................................................291 ESQUEMA 14: SÍNTESE DO INTERMEDIÁRIO (20R,22E,24R)- 4α-METIL-5α(H)ESTIGMAST-22-EN-3-OL [255].......................................................................................293 ESQUEMA 15: SÍNTESE DO INTERMEDIÁRIO (20R,24R)- 4α-METIL-5α(H)ESTIGMASTANO [139]. ......................................................................................................296 ESQUEMA 16: ROTA SINTÉTICA PROPOSTA PARA OBTER O COMPOSTO (20R,24S)-3βMETIL-5α(H)-ERGOSTA-8,11,13(14)-TRIENO [258]. ...............................................301 ESQUEMA 17: SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-7,22-DIEN-3-OL [256B]. ...............................................................................................................................302 ESQUEMA 18: SÍNTESE DO COMPOSTO ACETATO (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-7,22DIEN-3-ILA [256C]. ..........................................................................................................305 ESQUEMA 19: SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-8,11,13,22TETRAEN-3β-OL [256D1]..................................................................................................307 xlvii Lista de Esquemas ESQUEMA 20: SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,24R)-5α(H)-ERGOSTA-7,22-DIEN-3-ONA [256E]. ...............................................................................................................................308 ESQUEMA 21: SÍNTESE DO COMPOSTO (20R,24R)-3-DIETÓXI-5α(H)-ERGOSTA-7,22DIENO [256F].....................................................................................................................310 xlviii Lista de Cromatogramas e Espectros de Massas LISTA DE CROMATOGRAMAS E ESPECTROS DE MASSAS página CROMAT+EM 1: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [211B1]. ......342 CROMAT+EM 2: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [211C].........344 CROMAT+EM 3: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [211D].........346 CROMAT+EM 4: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [211]. ..........347 CROMAT+EM 5: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [251]. ..........349 CROMAT+EM 6: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [252]. ..........350 CROMAT+EM 7: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [252A].........352 CROMAT+EM 8: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [253]. ..........353 CROMAT+EM 9: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [135A].........355 CROMAT+EM 10: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [135].........356 CROMAT+EM 11: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [255].........359 CROMAT+EM 12: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [255A]. .....360 CROMAT+EM 13: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [139A]. .....362 CROMAT+EM 14: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DO COMPOSTO [139].........363 CROMAT+EM 15: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DOS COMPOSTOS [256B] E [256B1]. .............................................................................................................................365 CROMAT+EM 16: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DOS COMPOSTOS [256C] E [256C1]. .............................................................................................................................367 CROMAT+EM 17: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DOS COMPOSTOS [256D1], [256B] E [256B1]. ...........................................................................................................369 CROMAT+EM 18: CROMATOGRAMA E ESPECTRO DE MASSAS DOS COMPOSTOS [256E] E [256E1]. .............................................................................................................................370 xlix Lista de Espectros de RMN LISTA DE ESPECTROS DE RMN (1H e 13C) Página ESPECTRO RMN 1: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO SUBSTRATO ESTIGMASTEROL [211A]. ..............................................................................................................................................341 ESPECTRO RMN 2: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO SUBSTRATO ESTIGMASTEROL [211A]. ..............................................................................................................................................341 ESPECTRO RMN 3: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [211B1]. ..........................342 ESPECTRO RMN 4: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211B1]. .........................343 ESPECTRO RMN 5: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [211B]. ............................343 ESPECTRO RMN 6: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211B]............................344 ESPECTRO RMN 7: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211C]............................345 ESPECTRO RMN 8: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211C]............................345 ESPECTRO RMN 9: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [211D]. ............................346 ESPECTRO RMN 10: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211D]. ........................347 ESPECTRO RMN 11: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [211].............................348 ESPECTRO RMN 12: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [211]. ..........................348 ESPECTRO RMN 13: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [251].............................349 ESPECTRO RMN 14: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [251]. ..........................350 ESPECTRO RMN 15: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [252].............................351 ESPECTRO RMN 16: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [252]. ..........................351 ESPECTRO RMN 17: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [252A]...........................352 ESPECTRO RMN 18: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [252A]. ........................353 ESPECTRO RMN 19: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [253].............................354 ESPECTRO RMN 20: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [253]. ..........................354 ESPECTRO RMN 21: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [135A]...........................355 ESPECTRO RMN 22: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [135A]. ........................356 ESPECTRO RMN 23: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [135].............................357 ESPECTRO RMN 24: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [135]. ..........................357 ESPECTRO RMN 25: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [254].............................358 ESPECTRO RMN 26: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [254]. ..........................358 ESPECTRO RMN 27: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [255].............................359 ESPECTRO RMN 28: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [255]. ..........................360 ESPECTRO RMN 29: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [255A]...........................361 ESPECTRO RMN 30: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [255A]. ........................361 ESPECTRO RMN 31: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [139A]...........................362 ESPECTRO RMN 32: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [139A]. ........................363 ESPECTRO RMN 33: ESPECTRO DE RMN DE 1H DO COMPOSTO [139].............................364 ESPECTRO RMN 34: ESPECTRO DE RMN DE 13C DO COMPOSTO [139]. ..........................364 ESPECTRO RMN 35: ESPECTRO DE RMN DE 1H DOS COMPOSTOS [256B] E [256B1]...366 l Lista de Espectros de RMN ESPECTRO RMN 36: ESPECTRO DE RMN DE 13C DOS COMPOSTOS [256B] E [256B1]. 366 ESPECTRO RMN 37: ESPECTRO DE RMN DE 1H DOS COMPOSTOS [256C] E [256C1]...368 ESPECTRO RMN 38: ESPECTRO DE RMN DE 13C DOS COMPOSTOS [256C], [256C1] E [256C2]. .............................................................................................................................368 ESPECTRO RMN 39: ESPECTRO DE RMN DE 1H DOS COMPOSTOS [256E] E [256E1]. ..371 ESPECTRO RMN 40: ESPECTRO DE RMN DE 13C DOS COMPOSTOS [256E] E [256E1]..371 ESPECTRO RMN 41: ESPECTRO DE RMN DE 1H DOS COMPOSTOS [256F] E [256F1]. ..372 ESPECTRO RMN 42: ESPECTRO DE RMN DE 13C DOS COMPOSTOS [256F] E [256F1]. .372 li Introdução 1 INTRODUÇÃO O processo de formação geralmente aceito para o querogênio seria como resultado do que se chama fase de despolimerização e condensação da matéria orgânica (MO) 1,2,3,4 . Assim macromoléculas naturais existentes ocorrem como substâncias tais como, polissacarídeos e proteínas que são enzimaticamente transformadas em oligossacarídeos e monômeros e a maior parte são desmineralizadas4. Entretanto, uma pequena porção destes condensa em outras substâncias tais como lipídios de baixo peso molecular de maneira aleatória. Durante o processo diagenético os “geopolimeros“ se formam continuamente, e sofrem transformações químicas tornando-os mais e mais insolúveis e resistentes1,2,3,4. A composição do querogênio depende da natureza da contribuição da MO e pode gerar diferentes tipos de óleos sob condições de estresse térmico. A teoria atual sobre a MO seria que ela é seletivamente preservada durante o processo de sedimentação no processo de diagênese (hidrólise, oxidação, etc) porque que são substâncias importantes para o próprio querogênio, portanto formam uma mistura de material quantitativamente modificada e o querogênio de grande importância é preservado1,4. Assim toda MO estocada serve como fonte de carbono e energia [amido, glicogênio, frutanas e laminaranas (polímeros de açúcares), poli-βhidroxialcanoato, triglicerídeos, celulose, xilanos, pectinas, lipossacarídeos de bactérias, ligninas, taninos, hidrocarbonetos provenientes de paredes celulares, etc...]. Como conseqüência da preservação seletiva das biomacromoléculas pode 1 Peters, K. E.; Walters, C. C.; Moldowan, J. M. The Biomarker Guide. Biomarkers and Isotopes in the Environment and Human History. 2005, V1, 2nd, Cambridge University Press. 2 Frynsinger, G. S.; Gaines, R. B. Journal of Separation Science. 2001, 24, 87-96. 3 Gill, R. Modern Analytical Geochemistry: An Introduction to Quantitative Chemical Analysis Techniques for Earth, Environmental and Materials Scientists. 1997, 1-317. Ed. Longman. 4 Hengel, M. H. and Macko, S. A. Organic Geochemistry Principles and Aplications. 1993, V.11, Ed. Plenum Press in New York and London. 1 Introdução formar óleos, gases e carvão1,3,4. E nestes, preservam moléculas resistentes à transformação chamados biomarcadores, importantes componentes que possibilitam principalmente o estudo de óleos do ponto de vista molecular. Nas últimas duas décadas, o estudo sobre os biomarcadores naturais tem fornecido dados importantes sobre paleoambiente, biodegradação, maturação e correlação entre óleos e gerador1,4. O estudo dos biomarcadores tem sido possível graças ao desenvolvimento da cromatografia gasosa e detectores cada vez mais sensíveis. A cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria de massas simples (CGAR/EM) e em série (CGAR/EM2), proporciona sensibilidade e seletividade necessária para detecção dos biomarcadores, em matrizes altamente complexa, que se encontram em baixas concentrações, ou até mesmo em níveis de traços1,2,3,4. A utilização destas técnicas é essencial para contornar problemas de coeluição e obter informações mais confiáveis sobre a identidade e quantidade dos biomarcadores, uma vez que os atuais meios de análise permitem a resolução e distinção entre componentes pertencentes a determinadas classes de compostos utilizando-se métodos de análise como Monitoramento de íons selecionados (MIS), ou entre compostos diastereoisômeros em uma matriz de óleo, utilizando o método de Monitoramento de reações simples (MRS) ou múltiplas (MRM). Além disso, a coinjeção de amostras com padrões é essencial para identificação e quantificação dos biomarcadores presentes, entretanto muitos dos padrões ainda não são comercializados, conseqüentemente torna-se necessário a síntese de compostos com estruturas definidas pertencentes a diferentes classes de biomarcadores com o objetivo de auxiliar na determinação dos parâmetros geoquímicos e ajudar na elucidação quanto à origem de determinados biomarcadores, tais como os alquilesteranos que ainda se encontra indefinida. 2 Objetivo O trabalho geoquímico orgânico em hidrocarbonetos e ácidos componentes do petróleo pode revelar importantes dados sobre origem, maturação e biodegradação. Desta forma a análise destes marcadores utilizando técnicas avançadas de equipamentos altamente sensíveis, revela importantes parâmetros geoquímicos que contribuem significativamente na prospecção e exploração do petróleo. E este trabalho é uma contribuição realizada em diferentes óleos coletados ao longo do trend estrutural do Estreito-Guamaré, situado na Bacia Potiguar. 2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo o estudo de óleos provenientes do EstreitoGuamaré, situado no estado do Rio Grande do Norte, pertencente à Bacia de Potiguar. A detecção e identificação dos compostos foram feitas utilizando-se as fragmentações das massas e por meio de co-injeções de padrões sintéticos. Para tanto, os objetivos deste trabalho são: 1- Estudar os componentes neutros e ácidos dos diferentes óleos coletados nos poços da Bacia Potiguar, localizado no estado do Rio Grande do Norte; obter os parâmetros geoquímicos destes óleos; com relação a fonte, maturação e biodegradação; 2- Sintetizar um esterano monoaromático no anel A (C29): (20R, 24R)-4metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]; 3- Sintetizar 4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139]; e 2α(metil)-5α(H)estigmastano [135]. 3 Objetivo 4- Sintetizar um diastereoisômero no carbono C5 [5α(H)] e alquilado no carbono C3, da classe dos esteranos monoaromáticos no anel C [258]. Os padrões acima propostos não são comercializados e nunca foram coinjetados em amostras de óleos brasileiros. A Figura 1 mostra o esqueleto estrutural dos padrões e a numeração correspondente aos respectivos nomes apresentados na Tabela 22 (Apêndice, pág. 366). H H H H 5 4 211 H H 139 H CH 3 R1 R2 H3C H 2 5 H H H 13 5 R3 H 258 R 1 o u R 2 = C H 3 ; R 3 = H [ m /z 2 5 3 ] R 1 = H, R 2 = R 3 = C H 3 [m /z 2 6 7 ] R 1 = C H 3 , R 2 = H , R 3 = C H 3 [ m /z 2 6 7 ] Figura 1: Estruturas dos biomarcadores propostos para síntese. 4 Considerações Gerais 3 CONSIDERAÇÕES GERAIS 3.1 PRODUÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA (MO) Na intrudução foi mencionado em linhas gerais a formação do querogênio. Esta formação, é um processo acompanhado por remoção de água e compactação dos sedimentos. Os pré-requisitos para existência de rochas geradoras de óleos, são a produção, acumulação e preservação da MO5. Quando submetido a temperaturas adequadas (em torno de 60 oC) o querogênio sofre craqueamento térmico sendo a maior parte convertido em hidrocarbonetos líquidos, água e gases. A altas temperaturas e pressão podem formar somente gases que podem ser devidamente acumulados5. Estima-se que a produção de MO via fotossíntese, processo no qual a energia solar é utilizada na produção de glicose e oxigênio, começou há 2 bilhões de anos atrás e os primeiros organismos responsáveis por esta produção foram bactérias e cianobactérias. A glicose é utilizada pelos organismos autotróficos para síntese de seus principais constituintes como a celulose6. hν 6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2 + 6H2O glicose -27 h = 6,625 x 10 erg.s ν = freqüencia polissacarídeos Figura 2. Equação simplificada da fotossíntese, com a formação de uma molécula de açúcar (glicose), de acordo com Schlesinger, 19976. 5 Tissot, B. P. and Welte, D. H. Petroleum Formation and Occurrence. 1978, 2nd Ed. SpringerVerlag. 6 Schlesinger, W. H. “Biogeochemistry and analysis of global change”. 1997, 2nd Ed., Academic Press, New York. Duke University, Durham, North Caroline, USA. 5 Considerações Gerais 3.2 DEPOSIÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA Para que o petróleo seja formado a MO deve ser preservada. A produção e preservação da MO na natureza pode ser resumida em um ciclo mostrado na Figura 3 e 4. O Ciclo A apresenta a produção de MO através da fotossíntese. Após a deposição de animais, plantas e bactérias a MO é transformada em sedimentos, sofrendo alterações causadas pela ação química ou bacteriana e dependendo das condições de sedimentação a mesma pode ser totalmente oxidada gerando novamente CO2, como ocorre em 99,9% dos casos (ciclo A), ou então pode ser preservada em sedimentos na forma de carvão ou querogênio (Ciclo B). Uma vez presente em sedimentos, a preservação da MO (ciclo B) estará restrita a eventos tectônicos. Em casos de erosão ou elevação da crosta terrestre, a mesma estará exposta ao ar atmosférico ou água meteórica, será oxidada e conseqüentemente convertida a CO2. Uma parte desta MO que completa o segundo ciclo será convertida em petróleo5. M atéria orgânica fixada em sedim entos fósseis, carvão e querogênio CO 2 C iclo B Ciclo A Fotossíntese: Plantas e bactérias M atéria orgânica em solos e sedim entos, profundam ente alterada Ó leo e gás Anim ais Plantas, anim ais e bactérias M atéria orgânica em sedim entos m etam órficos, principalm ente com o m eta-antracito e grafite Figura 3. Ciclo do Carbono (adaptado de Tissot & Welte, 1978)5. 6 Considerações Gerais Admitindo um ambiente apropriado, após a incorporação da MO ao sedimento, o aumento de carga sedimentar e temperatura, começa então, a se delinear o processo que passa pelos seguintes estágios evolutivos7 [Figura 4]. a) na faixa de temperatura mais baixa, até 65 oC, a atividade bacteriana anaeróbica é um dos principais agentes da transformação dos sedimentos recém-depositados, neste processo, ligações heteroatômicas e grupos funcionais são eliminados; dióxido de carbono, água e alguns componentes pesados, como N, S e O, são liberados, sendo o produto gerado gás metano (CH4) biogênico ou bioquímico. Em termos de exploração de petróleo, as rochas geradoras são consideradas imaturas nesse estágio; b) o aumento da temperatura até 120 oC, proporciona maturidade gradativa nas rochas geradoras, determinante na quebra das moléculas de querogênio resultando na geração de hidrocarbonetos. Inicialmente forma-se o petróleo e, em seguida, a quantidade de gases úmidos vem sendo aumentada. c) com a continuidade do soterramento da MO, a grandes profundidades, avançando a temperatura de até 210 oC, propicia a quebra das moléculas de hidrocarbonetos líquefeitos, aumentando assim a quantidade de gases leves. Após esta fase, a continuidade do aumento da temperatura leva à degradação do hidrocarboneto gerado, deixando como remanescente, grafite, CO2 e metano. 7 Thomas, J. D.; Triggia, A. A.; et. al. Fundamentos de Engenharia do Petróleo. 2001, Ed. Interciência, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 7 Considerações Gerais DIAGÊNESE O rganismos Vivos Sedimentos R ecentes Biolipídios Lignina Carboidratos Proteínas Lipídios Degradação por M icroorganismos Polimerização C ondensação Ácidos F úlvicos Ácidos Ú midos M oléculas Inalteradas Alterações Pequenas M antendo o Esqueleto Fósseis G eoquímicos CATAGÊNESE 50 0 C Q uerogênio Principal Zona de G eração de Ó leo G eolipídios D egradação T érmica Hidrocarbonetos Baixo a M édio P.M HC Petróleo C raqueamento METAGÊNESE 200 0 C C raqueamento Z ona de G eração de G ás Alto P.M . Metano + H idrocarbonetos leves R esíduo Carbonoso P.M . = Peso M olecular HC = H idrocarboneto s Figura 4: Evolução dos biolipídios para geolipídios dentro do ciclo diagenético (segundo Tissot & Welte5). 3.3 BIOMARCADORES Após as etapas de produção, deposição e preservação da MO, geração e migração, o petróleo se deposita em reservatórios e pode ser extraído para ser comercialmente utilizado5, 8, 9. 8 Rodrigues, D.C.; Koike, L.; Reis, F. A. M.; Alves, H. P.; Chang, H. K.; Trindade, L. A.; Marsaioli, A. J. Organic Geochemistry. 2000, 31, 1209-1222. 9 Rodrigues, D. C. Tese de Doutorado: Biomarcadores Ácidos da Bacia Sergipe-Alagoas e Estudos Sintéticos de Esteranos Monoaromáticos. 1999, 1-391. Instituto de Química, Unicamp, Campinas, SP, Brasil. 8 Considerações Gerais A Geoquímica Orgânica na exploração do petróleo estuda e identifica a estrutura molecular dos Biomarcadores ou Fósseis Geoquímicos, que tem origem direta aos constituintes de organismos vegetais e animais através da MO depositada. Como exemplo, pode-se citar o colestano presente em diferentes tipos de óleo, resultante de transformações físico-químicas e biológicas do colesterol presente em maior quantidade em algas e/ou animais, cujas modificações estruturais são mostradas na Figura 5 . Com o aumento da maturação, a ligação dupla no carbono C5 é reduzida principalmente para formar o isômero termodinâmico mais estável 5α(H), enquanto que os centros quirais dos carbonos C14, C17 e C20 são isomerizados, resultando no equilíbrio da razão 5α(H),14α(H),17α(H), 20S : 5α(H),14α(H),17α(H), 20R : 5α(H),14β(H), 17β(H), 20R : 5α(H),14β(H),17β(H), 20S de aproximadamente 1:1:3:31,10. A distribuição geográfica do petróleo no mundo e o entendimento dos fenômenos controladores das acumulações petrolíferas, bem como sua gênese, são fatores que levam ao conhecimento da qualidade (comercial) do petróleo e têm sido de grande importância nas decisões exploratórias. 10 Peters, K. E.; Moldowan, J. M. The Biomarker Guide: Interpreting molecular fossil in petroleum and ancient sediments. 1993. Prentice Hall, Englewood Clifts, New Jersey. 9 Considerações Gerais R R 20 20 17 H 10 5 H 13 9 14 9 8 H HO H 17 H Diagênese 10 5 1- desidratação 2- redução H Esterol H H 8 13 14 H 5α α(H),14α α(H),17α α(H) (20R) R R R 20 20 H 14 14 5α(Η),14β β(Η),17β(Η) (20S) H 17 17 H 20 H H 5α(Η),14β β(Η),17β(Η) (20R) 17 14 H 5α(Η),14α α(Η),17α(Η) (20S) R = H, Colestano; R = CH3, Ergostano e R = C2H5, Estigmastano Figura 5: Transformação de esteróis (provenientes de animais e/ou vegetais) para biomarcadores esteranos, durante diagênese. 3.4 BIOMARCADORES E SUAS APLICAÇÕES: Embora exista uma grande variedade de aplicações e interpretações dos biomarcadores1, 11, 12, 13, 14, 15, vamos discorrer nesta etapa, aplicações utilizadas na Geoquímica Orgânica de petróleo. 11 Holba, A. G.; Dzou, L. I.; Wood, G. D.; Ellis, L.; Adam, P.; Schaeffer, P.; Albrecht, P. Greene, T.; Hughes, W. B. Organic Geochemistry. 2003, 34(3), 441-469. 12 Cmiel, S.; Fabianska, M. J. International Journal of Coal Geology. 2004, 57, 77-97. 13 Brocks , J. J.; Buick, R.; Summons, R. E. Logan, G. A. Geochimica et Cosmochimica Acta. 2003a, 67(22), 4321-4335. 14 Brocks, J. J.; Love, G. D.; Snape, C. E.; Logan, G. A.; Summons R. E.; Buick, R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 2003b, 67(8), 1521-1530. 15 Philp, R. P. Fossil Fuel Biomarkers. 1985. Elsevier, New York. 10 Considerações Gerais Os biomarcadores mais estudados encontrados em rocha, sedimentos e óleos, são os: hidrocarbonetos lineares e isoprenóides, os terpanos bicíclicos, tricíclicos, tetracíclicos, pentacíclicos, os hopanos e os esteranos. Esses desempenham um papel fundamental na geoquímica de exploração do petróleo, fornecendo importantes parâmetros tais como: Idade e paleoambiente deposicional da rocha geradora; Grau de evolução térmica; Biodegradação; 3.4.1 Idade e Paleoambiente Deposicional da Rocha Geradora A reprodução de espécies distintas de plantas e microorganismos ocorre sob diferentes condições climáticas e aquáticas (salinidade, composição química e quantidade de oxigênio). Além disso, diferentes espécies possuem composição química distinta no meio celular5,10,15. O fato dos biomarcadores manterem uma relação direta (com pequenas modificações estruturais) com os organismos dos quais foram originados, faz com que estes possam ser utilizados como indicadores do ambiente deposicional. A presença, ausência ou a variação quantitativa de biomarcadores podem refletir não só a origem (continental ou marinha) da MO em sedimentos e óleos, como também suas condições ambientais de sedimentação (salinidade, profundidade etc.). A evolução dos organismos também indica que os diferentes grupos de organismos (algas, vegetais superiores e bactérias) ocuparam determinados ambientes ao longo do tempo geológico. Conseqüentemente, muitos biomarcadores são característicos de determinado tempo geológico, portanto podem ser utilizados como ferramenta geocronológica. 11 Considerações Gerais Por exemplo, a presença do composto 18α(H)-oleanano [Tabela 1] em petróleo indica contribuição de MO de origem terrestre, pois seu precursor deriva de vegetais superiores da família das Angiospermas. O fato das Angiospermas terem surgido no registro geológico no final do Cretáceo demonstra que o 18α(H)oleanano, além de diagnosticar contribuição de vegetais superiores, pode ser usado como indicador de idade de deposição5,8,15,16. Na literatura existem vários exemplos de biomarcadores geológicos e suas correlações entre o ambiente deposicional da MO e diversos micoorganismos1,5,15,17. 3.4.2 Grau de Evolução Térmica Com o processo de acumulação e conseqüente aumento de temperatura e pressão, os precursores biológicos, sofrem alterações estruturais, bem como transformação diferenciada em suas estruturas, como apresentado no exemplo para os esteróis da Figura 6. O monitoramento destas alterações estruturais (isomerização, rearranjo, quebra de ligação e aromatização dos compostos) e das degradações térmicas (compostos menos estáveis são transformados em outros compostos termodinamicamente mais estáveis) permite estabelecer o grau de maturação térmica de óleos e de matéria orgânica em sedimentos5, 14, 18, por exemplo: 1. Semelhante aos esteranos, a configuração biológica dos terpanos, como hopanos, nas posições C-17 e C-21 [Figura 6] é 17β(H), 21β(H) e que 16 Waggoner, B. Molecular Paleontology. 2001. Encyclopedia of Life Sciences, Nature Publishing Group. 17 Chen, J.; Deng, C.; et al. Organic Geochemistry. 2003, 34, 911-930. 18 Killops, S. D.; Killops, V. J. An Introduction to Organic Geochemistry. 1993, John Wiley & Sons, Inc. First Edition, New York, USA, 1-265. 12 Considerações Gerais transforma-se em estruturas termicamente mais estáveis com configuração 17β(H),21α(H), e 17α(H),21β(H)1,8,18. Da mesma forma, a configuração 22R converte-se para 22S. Portanto os isômeros 17β(H),21α(H) e 17α(H),21β(H) que são denominados geológicos e 17β(H), 21β(H) denominado biológico, podem ser utilizados para calcular a razão geológico/biológico como um dos parâmetros de maturidade. 2. Óleos termicamente evoluídos não costumam apresentar predominância de alcanos com número de carbonos, em sua cadeia, ímpar/par ou par/ímpar. Isto ocorre porque com o aumento da maturidade, a degradação térmica do querogênio fornece alcanos lineares sem nenhuma predominância ímpar/par ou par/ímpar. H 17 21 H OH Diagênese 22 H H OH OH 21 22 H H 17β(Η),21α(Η) (22R) 22 (CH2)nCH3 Hopano no sedimento configuração biológica 17β(Η),21β(Η) (22R) H (CH2)nCH3 21 HH OH Bacteriohopanotetrol (17β(H),21β(H) (22R) 17 17 H 17 21 22 (CH2)nCH3 (CH2)nCH3 H H 17α(Η),21β(Η) (22R) n=0 17α(H),21β(H) = αβ - hopano 17β(H),21α(H) = βα - hopano (moretano) 17 21 22 17α(Η),21β(Η) (22S) n=1a5 17α(H),21β(H) = αβ - homopanos 17β(H),21α(H) = βα - homomoretanos Figura 6: Transformação de bacteriohopanotetrol, provenientes de animais e/ou vegetais para biomarcadores hopanos, durante a diagênese. 13 Considerações Gerais 3.4.3 Biodegradação A biodegradação de óleos é efetuada principalmente por microrganismos anaeróbios e aeróbios quando presentes, e são introduzidos na rocha reservatório pela circulação de águas subterrâneas3,18. A utilização dos hidrocarbonetos pelas bactérias constitui um processo em que esses hidrocarbonetos são paulatinamente oxidados por reações padronizadas, catalisadas por enzimas. Tais reações de oxidação têm sido extensivamente estudadas e, embora até hoje pouco se conheça sobre as etapas iniciais de ataque microbiológico aos hidrocarbonetos, sabe-se muito sobre a seqüência preferencial deste ataque e das reações básicas dessas transformações químicas. Essa seqüência segue a seguinte ordem de preferência: a. os hidrocarbonetos alifáticos são mais susceptíveis ao ataque microbiológico que os aromáticos; b. as cadeias cíclicas são menos passíveis de alterações que as ramificadas, e essas menos que as lineares; c. considerando as parafinas normais, as cadeias mais curtas são mais susceptíveis a alterações que as mais longas; os compostos insaturados são mais propícios a alterações que os compostos saturados. Essas alterações no petróleo produzem mudanças em sua composição química, causando aumento na densidade do óleo, talvez não só em função do desaparecimento progressivo da fração mais leve, mas também pelo aumento da concentração de asfaltenos ou heterocomponentes existentes, durante a atividade microbiológica18. Para que a biodegradação se processe, os microorganismos necessitam de condições ambientais de crescimento. Por sua vez, a velocidade e a extensão com 14 Considerações Gerais que os componentes do petróleo são degradados dependem da existência de, pelo menos, quatro fatores principais 19: umidade; oxigênio; contato óleo-água; presença de nutrientes; e temperatura. A análise de amostras previamente escolhidas e os parâmetros indicadores de biodegradação permite determinar os locais de maiores chances para a existência deste fenômeno. Esta informação colabora em conduzir a prospecção para regiões da bacia menos afetada pela biodegradação20. Na Tabela 1, apresentam-se alguns exemplos de biomarcadores utilizados como indicadores de contribuição biológica e/ou ambiente deposicional que pode ser modificada com o avanço da geoquímica, e equipamentos mais precisos de análise. Tabela 1: Principais Biomarcadores utilizados como indicadores de contribuição biológica e ambiente deposicional. Biomarcador Hopano C30 hopanos estendidos C31 - C35 2α(metil)-hopanos extendidos C32 - C36 3β(metil)-hopanos extendidos C32 - C36 Interpretação ambiental e/ou biológica Referências Diversas linhagens de bactérias, poucas Brocks et al., espécies eucarióticas (por exemplo, algumas 2003b14; Peters & criptogamas, musgos, liquens, fungos Moldowan, 20051. filamentosos e protistas) Bactérias. Sua biossíntese parece estar restrita a Peters & Moldowan, linhagens que não são estritamente anaeróbias. 20051; Diagnóstico para Cianobactérias e Summons et Proclorofíceas. al.,199921. Diagnóstico para algumas proteobactérias microaerofílica (certas bactérias metilotróficas, Summons & Jahnke, metanotróficas, acido acético). 199222. 19 Rodrigues, R. and Brüning, I. M. R. A. Boletim Técnico da Petrobrás. 1984, 27(1), 3-17, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 20 Corrêa, O. L. S. Petróleo: Noções sobre exploração, perfuração, produção e microbiologia. 2003. Ed. Interciência, Rio de Janeiro - Brasil. 21 Summons, R. E.; Jahnke, L. L.; Hope, J. M.; Longan, G. A. Nature. 1999, 400, 554-557. 15 Considerações Gerais 28,30-dinorhopano, Freqüentemente proeminente em sedimentos de Cmiel & Fabianska, 25,28,30-trisnorhopano ambientes marinhos anóxicos. 200423. 24-norcolestano (C26) Possíveis diatomácias, alta concentração C26/C27 Head et al., 200324; indica óleos do cretáceo ou mais recente. Brocks et al., 2003b14; Holba et al., 1998a25,b26. Colestanos Em fontes aquáticas quase que exclusivamente Volkman, 200327; derivados de diversos Eucariontes. Brocks et al., 2003b14 Ergostano e Estigmastano Provenientes exclusivamente de Eucariontes, mas usualmente não distingue fonte. 24-n-propilcolestano Algas pelagophyte, um biomarcador para condições marinhas com poucas exceções. 24-isopropilcolestano Esponjas, possivelmente aquelas relacionadas a estromatoporoides. Volkman, 200327; Brocks et al., 2003b14 Brocks et al., 2003b14; McCaffrey et al., 1994b28 2 e 3 -alquilesteranos Encontrados em betumes de todas as idades, possivelmente produtos de alterações Summons & Capon, heterotróficas de esteróides sedimentar. 199129, 198830 4-metilcolestanos e 4,4-dimetilcolestanos Diversas fontes eucariontes, alta concentração indica fonte Dinoflagelados. Volkman, 200327 4-metilergostano, 4metilestigmastano Diversas fontes eucariontes, alta concentração é indicativo de Dinoflagelados. Volkman, 200327 Dinosteranos No mesozóico e cenozóico específico para Volkman, 200327 22 Summons, R. E.; Jahnke, L. L. In: Biological Markers in Sediments and Petroleum (Moldowan, J. M.; Albrecht, P.; Philp, R. P., eds). 1992, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 182-200. 23 Cmiel, S.; Fabianska, M. J. International Journal of Coal Geology. 2004, 57,77-97. 24 Head, I. M.; Jones, D. M.; Larter, S. R. Nature. 2003, 426, 344-352. 25 Holba, A. G.; Dzou, L. I. P; Masterson, W. D.; Hughes, W. B.; Huizinga, B. J.; Singletary, M.S.; Moldowan, J. M.; Mello, M. R.; Tegelaar, E. Organic Geochemistry. 1998a, 29(5-7), 12691283. 26 Holba, A. G.; Tegelaar, E.; Huizinga, B. J.; Moldowan, J. M.; Singletary, M. S.; McCaffrey, M. A.; Dzou, L. I. P. Geology. 1998b, 26(9), 783-786. 27 Volkman, J. K. Applied Microbiology and Biotechnology. 2003, 60, 495-506. 28 McCaffrey, M. A.; Moldowan, J. M.; Lipton, P. A.; Summons, R. E.; Peters, K. E.; Jeganathan, A.; Watt, D. S. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1994, 58, 529-532. 29 Summons, R. E.; Capon, R. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1991, 55, 2391-2395. 30 Summons, R. E.; Capon, R. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1988, 52, 2733-2736. 16 Considerações Gerais dinoflagelados, no paleozóico e neoproterozóico Peters & Moldowan, provavelmente derivado de protodinoflagelados 20051 Gamacerano Protozoários e Bactérias. Indicador de Volkman, 200327; condições hipersalina. Também usado como Brocks et al., indicador de estratificação de coluna d´água. 200313,14; Damsté et al.,199531 Plantas superiores (angiospermas). Cretáceo 18α(H)-oleanano Peters & Moldowan, 20051 Diasteranos Algas e plantas superiores (rochas ricas em Peters & Moldowan, argilas) 20051 C27-C29 Algas (C27) e plantas superiores (C29). Cmiel & Fabianska, 200423 P/F Fotótrofos, arqueobactérias. Condições redox. Cmiel & Fabianska, 200423 n-C15, n-C17, n-C19 Plâncton-derivado de matéria orgânica em Cmiel & Fabianska, Querogênio. Ambientes Lacustres ou Marinhos. 200423; Fabianska et al., 200332 n-C24 - n-C33 ímpar/par Plantas superiores vasculares. Cmiel & Fabianska, 200423; Fabianska et al., 200332 3.5 BIOMARCADORES ÁCIDOS Os ácidos carboxílicos são os maiores constituintes dos lipídios em organismos vivos, como tal eles também são fósseis químicos difundidos e são encontrados em sedimentos e petróleo. Estes ácidos graxos são biomarcadores, que não são rotineiramente analisados para exploração de óleos. Entretanto, este grupo de compostos tem mostrado o potencial de prover valiosa informação complementar no estudo geoquímico orgânico de sedimentos antigos e óleos33. 31 Sinninghe Damsté, J. S.; Kenig, F.; Koopmans, M. P.; Koster, J. Schouten, S.; Hayes, J. M.; Leeuw, J. W. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1995, 59, 1895-1900. 32 Fabianska, M. J.; Bzowska, G.; Matuszewska, A.; Racka, M.; Skret, U. Chemie der Erder Geochemistry. 2003, 63, 63-91. 33 Jaffé, R. and Gallardo, M. T. Organic Geochemistry. 1993, 20(7), 973-984. 17 Considerações Gerais Os ácidos carboxílicos têm, nos últimos anos, sidos aplicados sucessivamente como indicadores de maturação34,35, biodegradação36,37, e migração de óleos38,39. Com relação ao uso de ácidos carboxílicos no estudo da biodegradação de óleos cru, foram relatados ácidos lineares insaturados e ácidos acíclicos isoprenóicos com características de distribuições de isômeros termicamente imaturos e, assim, atribuiu-se a presença deles à lipídios de membrana celular das bactérias37. Similarmente, também foram relatados a presença de alguns ácidos terpenóicos não identificados e sugeriu-se que eles foram formados durante a biodegradação37. Estes autores também relataram que a razão de ácidos terpanóicos tricíclicos para os pentacíclicos (hopanóicos) é um indicador sensível do grau de biodegradação de óleos, devido a maior resistência dos ácidos tricíclicos relativo aos ácidos hopanóicos, uma vez que a razão aumenta com a biodegradação. Também foi sugerido que a acidez total pode ser um indicador da biodegradação33. A aplicação de ácidos carboxílicos como indicadores da migração de óleos foi investigada e sugerido que estes ácidos foram gerados antes do período máximo de geração de óleo sendo incorporado no mesmo durante sua migração38, 39. A geração de ácidos carboxílicos tem sido investigada por vários autores40, 41, 42 . Estes estudos sugerem que a quantidade de ácidos pode aumentar durante o 34 Mackenzie, A. S.; Patience, R. L.; Yon, D. A.; Maxwell, J. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1982, 46, 783-792. 35 Jaffé, R. and Gardinali, P. R. Organic Geochemistry. 1990, 16(1-3), 211-218. 36 Mackenzie, A. S.; Wolf, G. A.; Maxwell, J. R. In Advances in Organic Geochemistry. 1981 (Edited by Bjoroy M. et al.), pp. 637-649, Wiley, Chichester. 37 Behar, F. and Albrecht, P. Organic Geochemistry. 1984, 6, 597-674. 38 Jaffé, R.; Albrecht, P. and Oudin, J. L. Organic Geochemistry. 1988a, 13, 483-488. 39 Jaffé, R.; Albrecht, P. and Oudin, J. L. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1988b, 52, 25992607. 40 Kawamura, K. and Kaplan, I. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1987, 51, 3201-3207. 41 Kawamura, K.; Tannenbaum, E.; Huizinga, B. J.; Kaplan, I. R. Organic Geochemistry. 1986, 10, 1059-1065. 18 Considerações Gerais caminho de migração dos óleos, por incorporação, devido ao aumento da porosidade e permeabilidade das rochas geradoras. Este efeito pode então, também contribuir em um enriquecimento na incorporação de ácidos menos polares, mais solúveis e de cadeia longa durante o processo de migração35. Entre os ácidos carboxílicos, particularmente os ácidos hopanóicos (pentacíclicos), têm sido nos últimos 15 anos relatados como os principais biomarcadores de migração de óleos, pois a distribuição dos diastereoisômeros [17β(H),21β(H), 22R; 17α(H),21β(H), 22R ou 22S; 17β(H),21α(H), 22R ou 22S] destes ácidos é um importante parâmetro na contribuição da história da migração ao longo dos anos. Aparentemente, uma proporção significante de ácidos hopanóicos são incorporados no óleo durante o caminho de migração, presumivelmente via perda dos ácidos presentes em sedimentos de baixa maturidade33,35,38,39. 3.6 ORIGEM DE PETRÓLEOS ÁCIDOS No panorama mundial, a presença de petróleos ácidos não constitui um fato novo. São famosas as ocorrências de petróleos ácidos na Venezuela e Rússia, objetos de extensos estudos de composição, constituindo, portanto, exemplos razoavelmente bem caracterizados de óleos ácidos19. No Brasil, no entanto, o aparecimento de petróleos ácidos é relativamente recente e está relacionado com a produção de Cherne e Pampo, na Bacia de Campos19. Esse surgimento mantém uma estreita relação com a evolução das descobertas e produção de óleo no país. Inicialmente, quando das primeiras 42 Surdam, R. C.; Boese, S. W.; Crossey, L. J. American Association of Peroleum. Geologists Memoir. 1984, 37, 127-150. 19 Considerações Gerais ocorrências nas áreas emersas, dois fatores contribuíram para inexistência de óleos ácidos: 1) a produção de óleos altamente parafínicos na Bacia do Recôncavo e nas Bacias de Sergipe-Alagoas e do Espírito Santo. Com as novas descobertas na Bacia de Campos e nas partes emersas das Bacias de Potiguar e do Espírito Santo, começaram a avolumar-se os casos de óleos com elevada acidez19. Estudos realizados admite-se que particularmente os ácidos de mais baixo peso molecular, possam ser formados durante a exploração, produção, armazenamento e processamento. Entretanto, estes estudos também mostram que a grande maioria já se encontrava originalmente presente nos óleos e que se concentram nas faixas de maior peso molecular, de ponto de ebulição superior a 300 0C 19. Face a essas evidências, duas possibilidades surgiram como causadoras de presença desses ácidos: 1. oxidação dos hidrocarbonetos por meio da biodegradação pelos microorganismos catalizados por enzimas; 2. a formação dos ácidos juntamente com o petróleo, originando-se os ácidos graxos, carbohidratos, mono-, di- e triglicerídeos. Embora ambos os processos sejam viáveis, a constante relação, nos petróleos brasileiros, da presença da acidez com a ocorrência de óleos pesados e biodegradados sugere que a primeira possibilidade seja a predominante19. 20 Considerações Gerais 3.7 MÉTODO DE ANÁLISE DE COMPOSTOS EM GEOQUÍMICA ORGÂNICA (GO). A cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a um detector seletivo de massas (CGAR/EM) é o principal método de análise utilizado na GO. O desenvolvimento da CGAR/EM deriva da maneira de se utilizar a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas simples (CGAR/EM) ou em série (CGAR/EM-EM), ou seja, utilizar os espectrômetros de massas não somente como instrumentos de detecção seletiva de compostos orgânicos, mas também como instrumentos de separação de componentes individuais presentes em misturas43. Em uma visão simplista, a CGAR/EM pode ser descrita como uma técnica de separação dos componentes, através de uma coluna capilar e, em seguida, formação de íons a partir da ionização de um ou mais compostos de interesse, ou todos os componentes presentes em uma mistura complexa (Tabela 2A). A CGAR/EM-EM segue o mesmo princípio com a vantagem de, após separar o(s) componente(s) de interesse dos demais através de sua varredura no primeiro analisador de massas do sistema EM-EM, é posteriormente induzido a fragmentação por um processo de colisão com as moléculas de um gás inerte, em geral argônio, devido a aplicação de um potencial energético. E finalmente seus fragmentos, resultantes desse processo de dissociação, são analisados através do analisador de massas subseqüente44, 45, 46, 43 Cooks, R. L.; Glish, G. L. Chemical & Engineering News. 1981, 59, 40-52. De Grande, S. M. B. Tese de Doutorado. 1992. Instituto de Química, UFRJ, Rio de Janeiro, Brazil, 1-209. 45 De Grande, S. M. B.; Aquino Neto, F. R. Química Nova. 1990, 13(3), 191-199. 46 McLafferty, F. W. Accounts of Chemical Research. 1980, 13(2), 33-39. 44 21 Considerações Gerais 47, 48 . Essa operação é descrita como sendo a aquisição de um espectro de massas de um íon especificamente selecionado (Tabela 2B). A utilização da CGAR/EM-EM em aplicações analíticas se tornou extremamente importante uma vez que o acoplamento da EM à cromatografia permite analisar uma maior variedade de compostos. Além disso, a extrema seletividade do sistema EM-EM, possibilita a detecção de traços de um composto de interesse presente em uma matriz altamente complexa48, 49. Como exemplo, se o íon selecionado for o íon molecular, podemos considerar uma analogia entre a CG/EM e a EM/EM, onde o íon selecionado no primeiro analisador de massas, chamado de íon precursor, é análogo ao componente que elui através da coluna cromatográfica. Os íons que resultam da fragmentação do íon precursor na CGAR/EM-EM, correspondem aos íons formados pelo processo de ionização/fragmentação na fonte iônica do composto eluído da coluna cromatográfica. Deve-se ressaltar que todos os compostos que fornecerem o mesmo íon precursor, ao se ionizarem, são analisados simultaneamente. 47 McLafferty, F. W. Science. 1981, 214, 280-287. McLafferty, F. W. Tandem Mass Spectrometry. 1983, John Wiley, New York, 506p. 49 Bush, K. L.; Glish, G. L.; McLuckey, S. A. Mass Spectrometry/Mass Spectrometry; Techniques and Applications of Tandem Mass Spectrometry. 1988. Weinheim, VCH Publishers, 333p. 48 22 Considerações Gerais Tabela 2: Processos realizados durante a análise de uma amostra complexa através da CGAR/EM (A) e CGAR/EM-EM (B). Componentes CGAR/EM (Separados Ionização Separação (Analisador 1) na coluna) (Fonte do EM) A ABC+ “SCAN” ABC + ou DEF DEF GHI+ Íons Selecionados GHI Componentes CGAR/EM-EM (Separados Ionização Separação Fragmentação por Separação na coluna) (Fonte do (Analisador 1) Dissociação (Analisador EM) Induzida 2) B (Câmara de Colisão) D+ ABC+ E+ ABC + + DEF F+ DE+ DEF DEF + + GHI DE GHI EF+ 3.8 Sistema CGAR acoplado ao EM-EM Triplo Quadrupolo O instrumento EM-EM triplo quadrupolo, consiste em um acoplamento em série de uma fonte de ionização, um analisador de massas quadrupolo (Q1); uma câmara de colisão (q2); um segundo analisador de massas (Q3), e um multiplicador de elétrons [Figura 7]. 23 Considerações Gerais Figura 7: Representação de um sistema CGAR/EM-EM (Triplo Quadrupolar; Varian 1200). Os primeiros estudos de técnicas de fragmentação de íons selecionados, através da utilização de um sistema de dois analisadores de massas quadrupolares acoplados em série, foram realizados por Yost & Enke50. A seguir, serão descritas as partes que compõem este sistema: 3.8.1 Fonte Iônica Os compostos eluídos da coluna cromatográfica são submetidos a um processo de ionização por impacto de elétrons ou por ionização química. Os íons formados são transmitidos para o conjunto de analisadores de massas através da aplicação de potenciais adequados nas lentes situadas à saída da fonte iônica. 50 Yost, R. A.; Enke, C. G. Journal American Chemical Society. 1978, 100(7), 2274-2275. 24 Considerações Gerais 3.8.2 Analisadores de Massas O sistema de analisadores de massas é composto de três quadrupolos acoplados em série e quatro e/ou oito lentes. Esse conjunto mais o multiplicador de elétrons são montados em um trilho. Os íons formados na fonte iônica entram no conjunto de analisadores de massas, são separados pela razão massa/carga, e finalmente detectados através do multiplicador de elétrons [Figura 7]. Cada um dos analisadores de massas é um arranjo quadrangular de quatro barras hiperbólicas (chamadas Quadrupolo) em um alinhamento preciso. As barras opostas são conectadas eletronicamente. Voltagens AC e DC, de mesma amplitude e sinal, são aplicadas aos pares de barras opostas. Contudo, as voltagens aplicadas aos diferentes pares de barras são iguais em amplitude, porém de sinal oposto. A voltagem AC aplicada às barras dos analisadores de massas é de freqüência constante, na faixa de rádio freqüência, e de amplitude variável. Devido a essa voltagem AC estar fixa na freqüência de rádio, ela é chamada voltagem RF. A razão das voltagens RF/DC determina a capacidade do analisador de massas separar íons de diferentes razões massa/carga. As voltagens aplicadas às barras dão origem a um campo eletrostático que possibilita oscilações estáveis para determinados íons, com uma razão massa/carga específica, e oscilações instáveis para os demais íons. Q1 e Q3 podem atuar como analisadores de massas, filtros de íons ou como dispositivos de transmissão de íons. Quando as voltagens RF e DC são aplicadas, Q1 e Q3 são analisadores de massas e/ou filtro de íons. Quando somente a voltagem RF é aplicada a uma das barras quadrupolares, então Q1 ou Q3 atuam como dispositivos de transmissão de íons. 25 Considerações Gerais 3.8.3 Câmara de Colisão O conjunto de barras do quadrupolo da câmara de colisão é um arranjo quadrangular de barras cilíndricas, onde q2 sempre atua como um dispositivo de transmissão de íons. As barras são carregadas somente com uma voltagem RF, o que dá origem a um campo eletrostático no qual íons com uma ampla variação de razão massa/carga sofrem oscilações estáveis. A câmara de colisão possui de 90 a 100% de transmissão, portanto apenas uma pequena fração desses íons sofrerá um processo de dispersão51. A câmara de colisão não é linear [Figura 7]. A curva descrita pelo conjunto de barras tem muito pouco efeito sobre a transmissão dos íons. Contudo, as partículas neutras não são capazes de descrever essa curvatura e são bombeadas para fora do sistema. Portanto, como conseqüência, tem-se a diminuição drástica do ruído proveniente de partículas neutras. A câmara de colisão é usualmente pressurizada com um gás inerte, tal como nitrogênio, hélio, argônio ou xenônio. Gases reativos também podem ser utilizados. Dados da literatura demonstram que o gás argônio fornece uma eficiência de fragmentação de três a quatro vezes maior do que o hidrogênio48, 51. É o local onde ocorre o processo de dissociação induzida por colisão (DIC), no qual um íon colide com um átomo neutro ou molécula e então, devido à essa colisão, dissocia-se em íons-fragmentos de menor massa. O mecanismo de dissociação envolve a conversão de parte da energia cinética de translação do íon em energia interna, de maneira que o íon atinja um estado excitado. Caso essa energia seja suficiente, o íon se fragmenta49. Segundo Busch et al.49 e McLafferty48, pode-se aumentar a eficiência total da DIC, utilizando os seguintes artifícios: 51 Yost, R. A.; Enke, C. G. Analytical Chemistry. 1979, 51, 1251A-1264A. 26 Considerações Gerais 1. aumentando o peso molecular do gás de colisão; 2. aumentando a pressão na câmara de colisão; e 3. aumentando a energia de colisão. 3.9 Utilização da CGAR/EM-EM em Geoquímica Orgânica A espectrometria de massas em série (EM/EM, EM2 ou EMn) acoplada a CGAR, teve uma rápida aceitação em geoquímica orgânica devido principalmente à sua alta resolução cromatográfica de alta sensibilidade e seletividade do detector em análise de misturas complexas, tais como por exemplo, petróleo e extratos orgânicos de rochas. Um dos primeiros relatos sobre a utilização da EM-EM na geoquímica, foi na análise da distribuição de esteranos e terpanos em sedimentos utilizando a técnica de monitoramento seletivo de íon metaestável (MSIM) , através de um espectrômetro de massas de setores52. Essa mesma técnica foi posteriormente utilizada em um sistema de acoplamento CGAR/EM-EM, onde vários relatos da literatura referentes à utilização desta técnica em análises de amostras de extratos orgânicos e petróleo, mostram o grande avanço nos últimos 30 anos, na resolução e elucidação de componentes diastereoisoméricos que coeluem com outras classes de compostos, podendo assim serem observados com mais clareza53. Também foi utilizada na identificação de componentes ao nível de traços e outros componentes de baixas concentrações (cerca de 10-9pg), como por exemplo C30-esteranos [Figura 8], os quais foram propostos como indicadores de matéria orgânica de origem marinha54, 55, bem como para se identificar os terpanos tricíclicos de cadeia 52 Gallegos, E. J. Analytical. Chemistry. 1976, 48(9), 1348-1351. Warburton, G. A.; Zumberge, J. E. Analytical Chemistry. 1983, 55, 123-126. 54 Moldowan, J. M. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1984, 48, 2767-2768. 53 27 Considerações Gerais estendida em petróleos56. Summons e Capon29 identificaram 3β-etil-esteranos como indicadores da idade geológica de sedimentos antigos e petróleo, utilizando a técnica de monitoramento de reações múltiplas (MRM), assim como Summons e colaboradores57 diferenciaram e identificaram dinosteranos de origem de dinoflagelados marinhos e derivados de 4-metil-esterol que também foram encontrados em microalgas do gênero prymnesiophyte58, 59 e certas bactérias do gênero capsulatus60, presentes em sedimentos e petróleo. Também foi utilizado na identificação de biomarcadores da série 24-n-propil-colestanos (C30-esteranos) [Figura 8] em sedimentos e óleos de origem marinha61, além da identificação de novas classes de compostos 3β-alquil-esteranos em petróleo, com cadeia lateral no C3 do anel A contendo de 1 a 5 carbonos62. A utilização do sistema CGAR/EM-EM triplo quadrupolo através de técnicas de monitoramento de íons, tais como: monitoramento de reações múltiplas; varredura de íon precursor ou íon produto; varredura de perda de fragmento neutro; tornou-se possível à diferenciação de isômeros, de alcanos ramificados63, 64 presentes em sedimentos antigos e recentes, bem como no estudo da distribuição de 55 Moldowan, J. M.; Seifert, W. K.; Gallegos, E. J. American Association of Petroleum Geologist. 1985, 69, 1255-1268. 56 Moldowan, J. M.; Seifert, W. K.; Gallegos, E. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1983, 47, 1531-1534. 57 Summons, R. E.; Volkman, J. K.; Boreham, C. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1987, 51, 3075-3082. 58 Wolf, G. A.; Lamb, N. A.; Maxwell, J. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1986a, 50, 335342. 59 Wolf, G. A.; Lamb, N. A.; Maxwell, J. R. Organic Geochemistry. 1986b, 10, 965-974. 60 Peters, K.E.; Moldowan, J. M.; “The Biomarker Guide – Interpreting molecular Fossil in Petroleum and Ancient Sediments”, Prentice Hall, Englewood Clifts, New Jersey, 1993. 61 Moldowan, J. M.; Fago, F. J.; Lee, C. Y.; Jacobson, S. R.; Watt, D. S.; Slougui, N-E.; Jeganathan, A.; Young, D. C. Science. 1990, 247, 309-312. 62 Dahl, J.; Moldowan, J. M.; McCaffrey, M. A.; Lipton, P. A. Nature. 1992, 355(9), 154-157. 63 Summons, R. E.; Powell, T. G.; Boreham, C. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1988, 52, 1747-1763. 64 Summons, R. E. Organic Geochemistry. 1987, 11(4), 281-289. 28 Considerações Gerais metil-esteranos em sedimentos e óleos para estabelecer origem marinha/não marinha desses materiais57 . Na identificação de hidrocarbonetos alquil-aromáticos em extratos orgânicos de sedimentos65. Na análise de organossulfurados em destilados de petróleo66. McCaffrey e colaboradores28 utilizaram as transições ocorridas no sistema CGAR/EM-EM através da técnica de monitoramento de íons precursor-produto, para identificar C30-esteranos, assim como, Holba e colaboradores25,26,67 diferenciaram e identificaram 21-, 24- e 27-norcolestanos [Figura 8], além de poliprenóides tetracíclicos mostrando que é possível diferenciar compostos com problemas de interferência e coeluição em amostras de grande complexidade em componentes isoméricos. 26 21 22 20 20 21-no rcolestano C 26 23 23 17 21 R H 23 26 25 27-no rcolestano C 26 22 20 24 27 24-no rcolestano C 26 21 1 21 25 22 22 20 24 17 1 23 24 H 14 14 5 5 H H R1 H H 3β-alquil-esterano 24-n-propil-colestano (20S ou 20R) C30-esteranos R = -H; -CH 3; -CH 2CH 3 R 1 = -CH 3; -(CH 2)nCH 3 Figura 8: Representação de alguns esteranos identificados por CG/EM-EM. 65 Chou, M. M.; Wood, K. V. Organic Geochemistry. 1986, 9(6), 351-356. Hunt, D. F.; Shabanowitz, J. Analytical Chemistry. 1982, 54, 574-578. 67 Holba, A. G.; Tegelaar, E.; Ellis, L.; Singletary, M. S.; Albrecht, P. Geology. 2000, 28, 3, 251254. 66 29 Considerações Gerais A utilização da técnica de monitoramento seletivo de reação, juntamente com a técnica de ionização química possibilitou a identificação de esteranos monoaromáticos no anel C através das transições íon precursor→íon produto68. Desta forma, é possível observar que a CGAR/EM-EM, tem sido extensivamente utilizada, ao longo dos anos, na análise de misturas complexas de biomarcadores em sedimentos e petróleo, buscando sempre elucidar a presença de compostos que são difíceis de serem identificados pelas técnicas tradicionais e que fornecem importantes informações quanto aos parâmetros geoquímicos em óleos. Isto se deve a sua versatilidade quanto as técnicas que podem ser utilizadas para resolver e elucidar amostras com multicomponentes. Podendo utilizar-se 3 técnicas principais de análises: varredura de íon precursor; varredura de íon produto; e varredura de perda de fragmento neutro49,69,70,71. A exemplo da espectrometria de massas convencional, na CG/EM-EM também são utilizadas técnicas de monitoramento utilizando qualquer um dos três tipos de varredura mencionados anteriormente, como por exemplo, a técnica de monitoramento seletivo de reação (MSR) que permite fazer um monitoramento seletivo de reação específica ou um conjunto discreto de reações, tal como a fragmentação de um íon ou a perda de um fragmento neutro. As 3 técnicas principais de análises são realizadas como descritas a seguir: 1- Na técnica de varredura de íon precursor, emprega-se dois estágios de análise. No primeiro estágio, os íons formados na fonte iônica são introduzidos em Q1, o qual é varrido para transmitir seqüencialmente os íons precursores para q2. O processo de fragmentação em q2 ocorre pela 68 Nali, M.; Corana, F.; Riva, A.; Albrecht, P.; Wehrung, P. Rapid Communication Mass Spectrometric. 1990, 4(10), 404-405. 69 Johnson, J. V. and Yost, R. A. Analytical Chemistry. 1985, 57(7), 758A-768A. 70 Cooks, R. G. and Glish, G. L. Chem. Eng. News. 1981, 59, 40-52. 71 Slayback, J. R. B. and Story, M. S. Industrial Research & Development. 1981, 129-134. 30 Considerações Gerais DIC e os íons formados são transmitidos para Q3, que analisa o(s) íon(s) previamente selecionados. O espectro de massas resultante mostra todos os íons precursores que ao se fragmentarem produziram um íon produto específico. Esse tipo de experimento pode ser utilizado em estudos estruturais, bem como na investigação de série homólogas de compostos presentes em misturas complexas, cujos compostos se decompõem a um fragmento comum48,49,71. 2- Na técnica de varredura de íon produto, realiza-se dois estágios de análise. Primeiramente, íons formados na fonte iônica são analisados em Q1, sendo chamados de íons precursores. Em seguida, os íons precursores especificamente selecionados entram na câmara de colisão (q2) a qual sofrem um processo de fragmentação através da DIC. Os íons fragmentos formados, ditos íons produtos, entram em Q3 para o segundo estágio de análise, onde sofrerá uma varredura total sendo obtido o espectro de massas dos íons produtos proveniente de um único íon precursor. Nesta técnica pode-se utilizar a MSR para monitorar a relação íon precursor-íon produto selecionando-se em Q1 o íon precursor específico e em Q3 o íon produto escolhido. Esse tipo de experimento pode ser utilizado para identificar compostos específicos em misturas complexas48,49,71, tais como amostras geológicas. 3- Na técnica de varredura de perda de fragmento neutro, os dois analisadores de massas, Q1 e Q3, são varridos em sincronia, de tal modo que eles possuam a mesma velocidade e amplitude de faixa de massas. Entre Q3 e Q1 há uma diferença de unidade de massa correspondente à massa do fragmento neutro gerado durante o processo de fragmentação 31 Considerações Gerais por DIC. Os íons formados na fonte iônica são separados pela razão m/z em Q1 e são transmitidos seqüencialmente para q2. Os íons produtos formados pela DIC são subseqüentemente analisados em Q3. Para que um íon seja detectado, entre o tempo de saída de Q1 e entrada em Q3, ele deve perder um fragmento neutro cuja massa seja igual à diferença de massa varrida por Q1 e Q3. Assim, o espectro de massas obtido apresenta todos os íons precursores, que ao se fragmentarem, perdem um fragmento neutro de massa previamente selecionada48,49,71. Antes de se utilizar qualquer uma das técnicas mencionadas acima, torna-se necessário escolher a melhor energia de colisão em q2, adequada para a dissociação dos íons-fragmentos que saem de Q1, de modo que, a intensidade do íon molecular não seja menor que 1/3 da original. O conjunto das técnicas citadas podem ser utilizadas isoladamente, bem como, associadas para se obter informações quanto a estrutura molecular de um determinado composto. O Quadro 1 apresenta um exemplo de aplicação destas técnicas. 32 Considerações Gerais Quadro 1: Representação esquemática dos experimentos realizados no sistema EM-EM (segundo Slayback & Story71). Ionização IE / IQ Analisador de massas Q1 Câmara de Colisão (decomposição) q2 Somente a AB+, BC+ massa ABC+ ABC Analisador de massas Q3 Experimento de varredura íons produtos ABC+, DEF+ Experimento de varredura íons precursores ABC+, DEC+ Varredura de todas as massas Somente a AB+, DE+, + massa C+ C , etc B (perda do fragmento neutro) Experimento de varredura de perda de fragmento neutro ABC+, DBF+ Varredura de todas as massas AC+, DF+, + + AB , etc Varredura de todas as massas Varredura de m-B IE = Ionização eletrônica IQ = Ionização química 3.10 BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS O Brasil possui 6.430.000 km2 de bacias sedimentares, dos quais 4.880.000 km2 em terra e 1.550.000 km2 em plataforma continental. Para a formação de petróleo é necessário que as bacias tenham sido formadas em condições muito específicas. No caso das bacias da plataforma continental, espessas camadas de sedimentos marinhos soterraram intervalos ricos em matéria orgânica a grandes profundidades e propiciaram condições para a geração de quantidades apreciáveis de petróleo72. Há cerca de 100 milhões de anos, a separação do continente sul-americano e africano, começou a definir os limites atuais da costa brasileira. Como resultado desse afastamento, surgiu uma grande bacia, denominada Bacia Atlântica. No 72 Guardado, L. R.; Gamboa, L. A. P.; Lucchesi, C. F. American Association of Petroleum Geologists Memoir. 1989, 48, 3-80. 33 Considerações Gerais início da separação, formaram-se, localmente, junto ao limite dos novos continentes, bacias sedimentares, como as de Pelotas, Campos, Santos e Espírito Santo, entre outras (no lado oriental do Brasil) [Figura 9] 73. Figura 9: Mapa Geográfico, mostrando as principais bacias sedimentares brasileiras, destacando a Bacia de Campos e a Bacia Potiguar (Petrobrás, 2005). 73 Milani, E. J.; Brandão, J. A. S. L.; Zalán, P. V.; Gamboa, L. A. P. Brasilian Journal of Geophysics. 2000, 18(3), 351-396. 34 Considerações Gerais 3.11 ASPECTOS GEOLÓGICOS DA BACIA POTIGUAR A Bacia Potiguar constitui o segmento de ligação entre a Margem Equatorial e a Margem Leste do Brasil, e ocupa área de 26.500 km2 na porção “offshore” e 21.500 km2 na porção “onshore”, cobrindo uma área total de 48.000Km2, se limitando a oeste pelo Alto de Fortaleza, ao sul ao longo do embasamento se estendendo a offshore, e ao norte e leste para o oceano com profundidade acima de 2000m74. Levantamentos geofísicos indicam que ela se estende até áreas com lâmina de água superior a 3.000m. É uma Bacia do tipo “rift” formada pela separação das plataformas da América do Sul e África. Estruturalmente é constituída por um “graben” eocretáceo que foi soterrado por sedimentos do Cretáceo e Terciário73,74, 75. A evolução tectônica e estratigráfica da Bacia Potiguar pode ser dividida em três estágios; “rift”, transacional e “drift” ou oceânica [Figura 10]. O estágio “rift” (Neocomiano-Barreniano) é caracterizado por uma sucessão de sedimentos lacustres finos e sistemas turbidíticos76. O tectonismo foi intenso durante esse estágio como indicado pelo intenso falhamento da bacia. O final deste estágio é marcado por uma discordância regional produzida pelo tectonismo Pré-Aptiano. O estágio transicional (Aptiano) é representado por seqüência de carbonatos, folhelhos e calcários argilosos interdigitados com arenitos deltáicos depositados em um ambiente lagunar restrito com influência marinha intermitente76. O estágio de formação oceânico (Albiano-superior) levou à deposição de duas seqüências 74 Trindade, L. A. F. Tese de Doutorado. 1992, Stanford University, Departament of Geology, 305pg. 75 Santos Neto, E. V.; Hayes, J. M. American Association of Petroleum Geologist Bulletin. 1999, 83, 3, 496-518. 76 Bertani, R. T.; Costa, I. G.; Matos, R. M. D. Origem e Evolução de Bacias Sedimentares. 1990, Eds. Raja Gabaglia, G. P. and Milani, E. J., PP. 291-310, Petrobrás, RJ, Brasil. 35 Considerações Gerais sedimentares sob condições marinhas francas. Na primeira, camadas transgressivas e carbonáticas cobrem os arenitos fluviais em sistema de camada inclinada durante o Albiano – Turoniano. A segunda, do Campaniano ao Holoceno depositam-se uma seqüência progradacional representada pelas faces proximais siliciclásticas de camadas carbonáticas e de águas rasas, nas porções destes, pelos pelitos e turbiditos76. Desde o Albiano são encontrados “canyons”, escavando as sucessões sedimentares do estágio oceânico. A porção terrestre da Bacia de Potiguar inclui um gráben confinado, não aflorante, que abriga sedimentos lacustres da fase rifte de idade neocominiana, com espessura total de 6.000m. Recobre a seção rifte um pacote de rochas de idade aptiana a campaniana73. O pacote “rift” na Bacia Potiguar é representado pela Formação Pendência, composta por folhelhos lacustres com turbiditos arenosos, arenitos flúvio-deltáicos e conglomerados, abrangendo o intervalo temporal Berriasiano ao Eoaptiano. Este pacote limita-se ao gráben central, sem afloramentos. O topo do pacote “rift” é marcado por uma discordância regional, e a unidade encontra-se basculada para SE73. A Formação Alagamar, de idade neoaptiana, recobre o pacote “rift”. Ela representa o estágio transicional continental para marinho da evolução da bacia constituído por folhelhos negros, margas e calcilutitos. Esta seção é recoberta por arenitos fluviais finos a grossos e argilitos de idade albo-cenomaniana (Formação Açu). Acima dessa seção, ocorrem os carbonatos de alta energia da Formação Jandaíra, de idade turoniana-campaniana. Um recorrente magmatismo produziu, no Eoceno-Oligoceno, os depósitos da Formação Macau73. 36 Considerações Gerais Figura 10: Carta estratigráfica da Bacia Potiguar75, 77. Os óleos acumulados na Bacia Potiguar apresentam características diversas herdadas da matéria orgânica preservada nos sedimentos depositados em ambientes. Os geradores destes óleos foram identificados como pelitos de duas formações distintas: Alagamar e Pendência74,78. Na formação Pendência, estão os sedimentos depositados em ambiente deposicional lacustre; enquanto que na Formação Alagamar tem-se os sedimentos depositados em ambiente marinho restrito74,78. Os óleos gerados na Formação Alagamar apresentam uma grande variação na sua evolução térmica e, dependendo da localização na bacia, podem estar relacionados desde um estágio pré-maturo de evolução térmica, até a fase principal de geração. Nesta formação, os óleos têm origem marinho evaporítico [ME] e mistos [M] (resultantes da mistura de óleos marinho evaporítico com óleos gerados 77 Araripe, P. T.; Feijó, F. J. Boletim de Geociências da Petrobrás. 1994, 8(1), 127-141. Santos Neto, E. V.; Mello, M. R.; Rodrigues, R. Anais do XXXVI Congresso Brasileiro de Geologia. 1990, 974-985. 78 37 Considerações Gerais a partir de folhelhos lacustres de água doce); enquanto que os óleos gerados pela Formação Pendência apresentam-se muito evoluídos termicamente, onde, se inclui os óleos de característica lacustre de água doce [LAD]78. A Figura 11 mostra a distribuição dos vários tipos de óleos identificados e caracterizados da Bacia Potiguar, ilustrando a localização dos três tipos de óleos (ME, M e LAD) estudados neste trabalho. Figura 11: Mapa tectônico esquemático e distribuição geográfica dos vários tipos de óleos da Bacia Potiguar (modificado de Santos Neto e Hayes75). 3.11.1 Óleos Gerados pela Formação Alagamar Estes óleos podem ser agrupados em duas classes distintas: óleos marinhos evaporíticos e óleos mistos. Os óleos marinho evaporítico e mistos migraram lateralmente, transportado através da seqüência transicional e falhas de camadas, sem conformidade e fraturas formadas por intrusão de diques em reservatórios marinhos siliciclásticos “postrift”74. 38 Considerações Gerais Óleos Marinho Evaporíticos São aqueles que foram gerados pelos folhelhos e margas das Camadas Ponta do Tubarão e Membro Galinhos. Os óleos pertencentes a esse grupo apresentam como características geoquímicas, porcentagem de hidrocarbonetos saturados em torno de 55%, teor de enxofre consideravelmente elevado para os óleos brasileiros (>0,5%) e valores de δ 13 C maior que –26,6 %o; predominância dos alcanos normais de baixo peso molecular (<nC19); maior abundância de fitano relativamente ao pristano; ligeira predominância par/ímpar na distribuição dos nalcanos; baixa razão hopano/esterano (0,4-0,2); presença de C30-esteranos (2-, 3- e 4-metil esteranos) e dinosteranos; alta abundância relativa de β-carotano e gamacerano; razão Ts/Tm menor que 1; Razão C35/C34-hopano maior ou igual a 1; alta abundância de C27 esteranos relativamente ao homólogo C29 78, 79, 80 Óleos Mistos Os óleos mistos (M) são resultantes da mistura dos óleos marinho evaporíticos (ME) com óleos gerados a partir de folhelhos lacustres de água doce do Membro Upanema da Formação Pendência. Apresentam predominância de características geoquímicas ora relacionadas a ambiente lacustre de água doce, ora a ambiente marinho evaporítico75,78. Os óleos M e ME apresentam variáveis graus de evolução térmica, ou seja, foram originados a partir de rochas geradoras com diferentes graus de maturação. Aqueles de maior evolução térmica ocorrem ao longo de uma faixa balizada pela linha de charneira de Areia Branca, ao Norte da cidade de Mossoró, estendendo-se até a plataforma continental. 79 Mello, M. R.; Telnaes, N.;Gaglianone, P. C.; Chicarelli, M. I.; Brassell, S. C.; Maxwell, J. R. Organic Geochemistry. 1988a, 13(1-3), 31-45. 80 Mello, M. R.; Gaglianone, P. C.; Brassell, S. C.; Maxwell, J. R. Marine and Petroleum Geology. 1988b, 5, 205-223. 39 Considerações Gerais É comum os óleos marinho evaporíticos e os mistos apresentarem biodegradação. Em alguns, a biodegradação é incipiente, notando-se apenas um decréscimo relativo aos alcanos normais de baixo peso molecular. Já em outros, a biodegradação agiu severamente, eliminado quase que todos os alcanos normais e desmetilando os hopanos. 3.11.2 Óleos Gerados pela Formação Pendência Os óleos gerados por esta formação estão concentrados principalmente na porção sudoeste da parte emersa da Bacia Potiguar, limitada pelo alinhamento estrutural de orientação aproximada leste-oeste, que passa ao sul da cidade de Mossoró e norte dos Campos de Serraria e Janduí78, sendo caracterizados como óleos lacustres de água doce (LAD)74. Os óleos que caracterizam este ambiente ocorrem também nas Bacias do Ceará, Sergipe-Alagoas e Bahia Sul, na margem equatorial e nordeste do Brasil. Os óleos lacustres de água doce foram acumulados na fase “rift” do “graben” onshore, provavelmente devido a ausência de um caminho de migração adequado74. Óleos Lacustres de Água Doce As principais características geoquímicas desse tipo de óleos são78,79,80,81: elevada abundância relativa de hidrocarbonetos saturados (> 60%); baixo teor de enxofre (< 0,1%) e valores isotópicos de carbono δ 13C menor que –28,0%o; alta abundância relativa de n-alcanos de alto peso molecular (>n-C23) com predominância de componentes com carbono ímpar/par; maior predominância de pristano relativamente ao fitano; dentre os terpanos, observa-se a ausência ou baixa 81 Mello, M. R.; Maxwell, J. R. Lacustrine Basin Exploration: American Association of Petroleum Geologist. 1990, 77-97. 40 Considerações Gerais razão bisnohopano/hopano; elevada razão entre os isômeros dos hopanos C34/C35; razão Ts/Tm maior que 1; baixa proporção relativa do gamacerano em relação ao hopano; baixa abundância relativa de terpanos tricíclicos, variando de C19-C36; baixa concentração de esteranos, com predomínio dos isômeros C29 sobre os homólogos C27 e C28; e ausência dos C30-esteranos (2-, 3- e 4-metil esteranos), dinosteranos, β-carotano; e 28,30-bisnohopanos. A Tabela 3, apresenta os resultados de alguns parâmetros geoquímicos relatados na literatura75,79,80,81 dos óleos de diferentes ambientes deposicionais das bacias brasileiras, incluindo os que foram estudados neste trabalho. Tabela 3: Dados geoquímicos de amostras de óleos e sedimentos das bacias brasileiras de diferentes ambientes deposicionais75,78,79,80,81. Ambiente de Deposição Lacustre de Água Doce n-alcano (pico máximo) C23 Ímpar/par (n-alcanos) ≥1 Pristano/fitano >1,3 i-C25 + i-C30 (ppm) <370 n.d. β-carotano (ppm) C21 + C22-esteranos (ppm) tr. C27-esterano (ppm) 10-50 C27/C29-esteranos 1,5-4,0 Índice de diasteranos 20-40 C30-esteranos (EM-EM) n.d. Índice de 4-metil-esteranos 10-50 Hopano/esterano 5-15 Índice de terpanos tricíclicos 30-100 C34/C35 hopanos >1 Índice de bisnorhopano 0 0 Índice de 18α(H)-oleanano Ts/Tm >1 C30-hopano 200-500 Índice de gamacerano 20-40 n.d. = não determinado; tr. = traços Lacustre Salino C19 ≥1 >1,1 70-700 10-200 10-30 50-160 1,5-2,5 10-50 n.d. 30-150 5-15 100-200 >1 3-15 0 <1 200-1600 20-70 Marinho Evaporítico C18 ≤1 <1,0 300-1500 100-400 10-60 500-4000 1,0-2,2 6-20 Baixa 30-80 0,4-2,0 10-60 <1 10-40 0 ≤1 300-2000 70-120 Marinho Carbonático C20-C22 ≤1 <1,0 100-500 20-60 10-60 50-300 1,1-2,5 20-30 Alta 30-80 0,9-3,0 60-200 ≤1 10-30 0 <1 80-300 10-20 Marinho deltáico C20-C22 ≤1 <1,0 150-300 5-10 30-50 50-350 1,3-1,8 30-60 Alta <10 0,5-3,0 60-180 <1,0 0 20-40 >1,0 100-250 0-5,0 41 Resultados e Discussões – Capítulo 1 RESULTADOS E DISCUSSÕES CAPÍTULO 1 Caracterização Geoquímica da Fração Neutra por CGAR/EM e CGAR/EMCGAR/EM-EM de Óleos de Diferentes Origens da Bacia Potiguar; Identificação de Biomarcadores por Coinjeção de Padrões Sintéticos. Quantificação Quantificação de Esteranos e seus Derivados 43 Resultados e Discussões – Capítulo 1 4 ANÁLISE DAS FRAÇÕES DO PETRÓLEO As análises realizadas em geoquímica orgânica utilizam principalmente a cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR) e a cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas (CGAR/EM), pois as amostras em geral são derivadas de misturas complexas provenientes da matéria orgânica presente em acumulação de sedimentos. Este estudo tem sido feito através da análise dos fósseis geoquímicos ou biomarcadores, para obter informações a respeito da fonte e da maturação, estabelecer correlações entre óleos e obter dados a respeito da migração e biodegradação. Os biomarcadores estão relacionados diretamente com precursores naturais contidos na matéria orgânica, biossintetizados pelos organismos vivos presentes em diversos ambientes deposicionais, os quais sofrem pequenas modificações estruturais durante os processos de diagênese e catagênese. No decorrer das análises são necessárias várias injeções, tanto pela técnica de varredura de íons totais, quanto pela técnica de monitoramento de íons seletivos, sendo necessárias normalmente várias injeções por amostra. A detecção das classes de biomarcadores é feita monitorando-se alguns íons característicos, como mostra o Quadro 2. A análise dos dados obtidos em CGAR/EM é realizada, com auxílio de microcomputador, durante todo o período, para a detecção das várias classes de compostos e, sempre, é necessário re-injetar as amostras variando os métodos de modo que seja possível visualizar determinados componentes das classes de biomarcadores. Além disso, em alguns casos, torna-se necessário repetir o tratamento da amostra com o intuito de observar a presença de determinados constituintes por estarem presentes em baixíssimas concentrações. 45 Resultados e Discussões – Capítulo 1 A obtenção das frações analíticas do petróleo está descrita na seção 8.2 deste trabalho. O Índice de Retenção (IR) dos componentes detectados na fração neutra foi obtido utilizando-se a equação de Van Den Doll e Kratz: IR = (Ts - TCn-1) x 100 + 100 x Cn-1 (TCn - TCn-1) Ts = tempo de retenção da substância analisada. TCn = tempo de retenção do alcano que elui após da substância analisada. TCn-1 = tempo de retenção do alcano que elui antes da substância analisada. Cn-1 = número de átomos de carbono do alcano que elui antes da substância analisada. Quadro 2: Principais íons característicos das classes dos biomarcadores em EM. Classe de Biomarcadores Alcanos lineares Relação m/z característica (íons-fragmentos mais estáveis) 71, 85, 99 Isoprenóides 113, 183, 253 Cicloexanos monossubstituídos 83 Cicloexanos dissubstituídos 97 β-Carotano 125, 133 Sesquiterpanos bicíclicos 109, 123, 137, 163, 179 Terpanos tricíclicos e tetracíclicos 123, 163, 191 Terpanos pentacíclicos (hopanos) 177, 191 Hopanos desmetilados 177, 191 Esteranos regulares 217, 218 Diasteranos (esteranos rearranjados) 232, 259 3-Alquil-esteranos 231, 245, 259, 273, 287 Esteranos monoaromáticos 211 (anel A), 253 (anel C) Esteranos triaromáticos 231, 245 3-Alquil-esteranos monoaromáticos no anel C 267, 281, 295, 46 Resultados e Discussões – Capítulo 1 4.1 ANÁLISE DA FRAÇÃO NEUTRA SATURADA (FNs) 4.1.1 Hidrocarbonetos Lineares O perfil cromatográfico da varredura de íons totais de um óleo constitui sua impressão digital, sendo uma das primeiras indicações da biodegradação do óleo, uma vez que, os compostos lineares são os mais abundantes em óleos não biodegradados e os primeiros a serem consumidos pelo ataque bacteriano. Desta forma, quando o perfil da amostra revela diminuição da concentração destes compostos, o petróleo foi biodegradado. Seus precursores biológicos podem ser encontrados em uma grande variedade de plantas e outros organismos, juntamente com outros compostos insaturados ou oxigenados de cadeia não ramificada, que podem ser reduzidos durante a deposição e diagênese da matéria orgânica sedimentar. São os compostos de mais fácil detecção e sua distribuição no petróleo fornece importantes subsídios quanto a sua origem e estado de evolução térmica da matéria precursora1,10. Como exemplo, é relatado que a predominância da relação de n-alcanos impar/par entre C25-C35, é indicativo de plantas terrestres superiores5 e/ou ácidos graxos de ocorrência em plantas vasculares na deposição da matéria orgânica12. Por outro lado, a maior abundância relativa de hidrocarbonetos lineares de cadeia curta (C16C24), com pouca ou nenhuma predominância de compostos com número ímpar de carbonos, sugere a contribuição de bactérias e algas marinhas, sendo indicativo de ambiente marinho5,12 A análise de varredura de íons totais por CGAR/EM da amostra do tipo lacustre de água doce (LAD-1 e LAD-2) forneceu, um cromatograma de íons com perfil característico de óleo com nível de biodegradação muito baixo [Figura 12 e Figura 13] e observa-se a distribuição de vários picos intensos atribuídos à série homóloga de hidrocarbonetos lineares. Por outro lado, a análise de varredura de 47 Resultados e Discussões – Capítulo 1 íons totais das amostras do tipo Misto (M-1 e M-2) [Figura 14 e Figura 15], mostra um perfil diferente onde, M-2 é um óleo levemente biodegradado, devido à diminuição da concentração dos hidrocarbonetos entre C13 e C18, quando comparado com o perfil cromatográfico do óleo M-1, que mostra um perfil cromatográfico com maior concentração de hidrocarbonetos lineares nesta região. Nos óleos do tipo Marinho Evaporítico (ME-2 e ME-1) [Figura 16 e Figura 17], que estão altamente biodegradados, fica claro a baixa quantidade a nível não detectado, pela técnica utilizada, da série homóloga de hidrocarbonetos lineares entre C15 – C31 quando comparamos o perfil cromatográfico dos 3 tipos de óleos estudados. Nestes óleos (ME), observa-se o aumento da concentração dos terpanos e esteranos na região entre 35 a 70 minutos devido à diminuição da concentração dos hidrocarbonetos lineares. A Figura 18 mostra o espectro de massas do alcano C17, representativo dos hidrocarbonetos lineares, mostrando perda típica de CH2. 48 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Aumento da Biodegradação Figura 12: Cromatograma de íons totais representativo do óleo LAD-1. Figura 13: Cromatograma de íons totais representativo do óleo LAD-2. Figura 14: Cromatograma de íons totais representativo do óleo M-1. * Equipamento: HP5890II/HP 5970-MSD – Coluna HP5-MS 30m x 0,25mm x 0,25µm. 49 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Aumento da Biodegradação Figura 15: Cromatograma de íons totais (“TIC”) representativo do óleo M-2. Figura 16: Cromatograma de íons totais (“TIC”) representativo do óleo ME-2. Figura 17: Cromatograma de íons totais (“TIC”) representativo do óleo ME-1. * Equipamento: HP5890II/HP 5970-MSD – Coluna HP5-MS 30m x 0,25mm x 0,25µm. 50 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 18: Espectro de massas do alcano C17 representativo dos hidrocarbonetos lineares. Mello et al.79,80, relataram que em óleos de origem lacustre (água doce ou salina) ocorrem predominância de n-alcanos ímpares sobre pares, enquanto que em óleos marinhos (evaporíticos, carbonáticos e deltáicos) ocorre leve predominância de alcanos pares sobre ímpares. Este último tem sido atribuído à redução dos precursores, devido às condições anóxicas de deposição5 e também indiretamente pode está relacionado com a salinidade da coluna de água original79. Por outro lado, a concentração dos alcanos podem ser afetados pela fonte (inclusão de matéria orgânica), biodegradação (remoção preferencial dos alcanos) e maturidade (diminuição da preferência dos ímpares sobre os pares, devido ao craqueamento dos componentes mais pesados)1,10, a distribuição desses compostos devem ser usados com cautela para determinação da origem da matéria orgânica precursora. 4.1.2 Hidrocarbonetos Isoprenóides Acíclicos Os isoprenóides acíclicos, de alto peso molecular encontrados no petróleo, tem como maior constituinte a série de hidrocarbonetos isoprenóides regulares ligados cabeça-cauda a partir de grupos de isoprenos [Figura 19]. Além destes, 51 Resultados e Discussões – Capítulo 1 vários isoprenóides irregulares também são encontrados, como por exemplo, os que são ligados cabeça-cabeça ou cauda-cauda. cauda cabeça Isoprenos (C5) Figura 19: Estrutura representativa do isopreno (C5) Dentre os isoprenóides regulares, os mais predominantes são o Pristano (C19) e o Fitano (C20). A relação Pristano/Fitano é um dos parâmetros utilizados para caracterizar ambiente deposicional (origem) e maturação de óleos e sedimentos. Pristano pode ser proveniente da oxidação do fitol (proveniente da clorofila) ou de tocoferóis, enquanto que o fitano origina-se da redução do fitol ou de lipídios de organismos metanogênicos e halófilos5,18,32,60 [Figura 20]. A abundância destes compostos está relacionada ao ambiente deposicional do óleo, isto é, se a relação for maior que um, o ambiente deposicional é oxidante, caso esta relação seja menor que um, o petróleo formou-se em ambiente redutor. Após estudo preliminar do perfil cromatográfico dos óleos, foi possível identificar a presença da série de hidrocarbonetos isoprenóides somente nas amostras LAD (1 e 2) e M2 detectados pela varredura de íons totais [compostos P, F e Is; Figura 12, Figura 13 e Figura 15; pág. 47] e confirmados no cromatograma de íons extraídos em m/z 183 [Figura 21] e em m/z 113. Observa-se que a quantidade de hidrocarbonetos da série isoprenóides aparentemente é pequena restringindo-se à presença de seis compostos, sendo Pristano e Fitano os predominantes, além do isoprenóide Is1 [Figura 21] 52 Resultados e Discussões – Capítulo 1 identificado como 2,6,10-trimetildodecano (C15) [Tabela 4]. A Figura 22 mostra o espectro de massas do fitano representativo dos hidrocarbonetos isoprenóides. Clorofila R = C15 C5 OH FITOL 1. Redução 2. eliminação do OH 3. redução 1. oxidação 2. descarboxilação redutora 3. redução R R Fitano (C20) Pristano (C19) 1. eliminação do OH 2. redução 1. oxidação 2. descarboxilação redutora lipídeos de organismos metanogênicos e halófilos 3. redução C15 HO O α−Tocoferol Figura 20: Procedência sugerida para a obtenção do Pristano e Fitano5,10,18. Figura 21: Cromatograma de íons extraídos em m/z 183 representativo dos óleos tipo LAD e M. (Equipamento: HP5890II/HP 5970-MSD – Coluna HP5-MS 30m x 0,25mm x 0,25µm). 53 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 22: Espectro de massas do Fitano (C20) representativo dos hidrocarbonetos isoprenóides regulares. Tabela 4: Isoprenóides detectados monitorando o íon-fragmento em m/z 183. Pico Is1 Is2 Is3 P4 P5 Is6 Composto 2,6,10-trimetildodecano Não identificado 2,6,10-trimetilpentadecano Pristano Fitano 2,6,10,15-tetrametilheptadecano Fórmula C15H32 -------C18H38 C19H40 C20H42 C21H44 MM 212 -------254 268 282 296 Óleos (Índice de retenção) LAD1 LAD2 M2 1561 1563 1563 --------------- -------1849 1849 1848 1905 1908 1905 2009 2009 2010 2198 2193 2193 Outro parâmetro geoquímico utilizado para determinar a maturação dos óleos é avaliar a razão pristano/n-C17 e fitano/n-C18, onde ambos decrescem com a maturidade térmica do petróleo e ao mesmo tempo podem ser afetados por processos secundários, tais como, biodegradação por bactérias. Assim, avaliou-se a razão pristano/fitano, a razão pristano/n-C17 e a razão fitano/n-C18 para os seis óleos estudados. Uma limitação quanto à utilização da razão Pristano/Fitano como parâmetro de origem, é o fato destes compostos não terem como único precursor a clorofila, uma vez que os organismos metanogênicos e halofílicos também são fontes 54 Resultados e Discussões – Capítulo 1 precursoras de fitano e os compostos α-tocoferol e os derivados82, 83 precursores de pristano. Outro fato importante relatado é o aumento da maturidade com o aumento na razão Pristano/Fitano e o decréscimo na razão Fitano/C1884. 4.1.3 Cicloexanos Mono e Dissubstituídos Os compostos cicloexanos mono e dissubstituídos não são tão suscetíveis a biodegradação quanto os alcanos ramificados (por exemplo, isoprenóides). Consequentemente esses compostos aumentam em concentração durante as primeiras alterações microbianas com a remoção preferencial de alcanos60 e isoalcanos. Segundo relatos da literatura1,60, os compostos da classe cicloexanos mono ou dissubstituídos, são consumidos geralmente após os alcanos lineares e ramificados. Além disso, neste nível de biodegradação, os alquilcicloexanos aumentam em abundância quando comparado com o óleo original, e a distribuição destes compostos favorece progressivamente o último de baixo peso molecular1,60. Estes compostos foram detectados em óleos brasileiros provenientes do Campo de Albacora (Bacia de Campos)85 e também em óleos da Bacia SergipeAlagoas86. Alguns trabalhos sugerem que estes compostos são provenientes de bactérias, ou da ciclização de ácidos carboxílicos13,32. Foi detectada e sugerida uma série homóloga de cicloexano monossubstituído [Tabela 5] através do pico base m/z 83 [Figura 23] e outra série homóloga de cicloexano dissubstituído [Tabela 6], através do pico base m/z 97 82 Li, M.; Larter, S. R. Organic Geochemistry. 1995, 23, 1085-1093. Li, M.; Larter, S. R.; Taylor, P.; Jones, D. M.; Bowler, B.; Bjoroy, M . Organic Geochemistry. 1995, 23(2), 159-167. 84 Ten Haven, H. L.; De Leeuw, J. W.; Rullkotter, J.; Sinninghe Damsté, J. S. Nature. 1987, 330, 641-643. 85 Nascimento, L. R.; Rebouças, L. M. C.; Koike, L; Reis, F. A. M; Soldan, A. L.; Cerqueira, J. R.; Marsaioli, A. J. Organic Geochemistry. 1999, 30, 1175-1191. 86 Alves, P. B. Tese de Doutorado. 1997, Instituto de Química, Unicamp, Campinas, SP, Brasil. 83 55 Resultados e Discussões – Capítulo 1 [Figura 23] em óleos lacustres [LAD (1 e 2)] e mistos [M (1 e 2)]. Os íons moleculares e os íons-fragmentos com relação m/z 83 e m/z 97 mostram que estes compostos são derivados de cicloexanos. Entretanto, fragmentos em m/z 97 podem ser provenientes de alquil-cicloeptano monossubstituído que se rearranja para formar o cicloexano dissubstituído mais estável termodinamicamente. m /z 97 m /z 83 R R C H3 C iclo exan o m o no ssub stitu íd o C icloexano d issu b stituído Figura 23: Representação da fragmentação principal dos cicloexanos mono- e dissubstituído. Tabela 5: Cicloexanos monossubstituídos detectados em amostras de óleos monitorando o íonfragmento em m/z 83. Pico Composto Fórmula MM Óleos / (Índice de Retenção) LAD-1 LAD-2 M-1 M-2 Octil-cicloexano C14H28 196 1 Nonil-cicloexano C15H30 210 1543 1547 1543 1546 2 Decil-cicloexano C16H32 224 1618 1616 1615 1617 3 Undecil-cicloexano C17H34 238 1722 1720 1728 1725 4 Dodecil-cicloexano C18H36 252 1848 1849 1846 1847 5 Tridecil-cicloexano C19H38 266 1976 1979 1973 1973 6 Tetradecil-cicloexano C20H40 280 2015 2010 2014 2015 7 Pentadecil-cicloexano C21H42 294 2167 2167 2166 2165 8 Hexadecil-cicloexano C H 308 2213 2214 2218 2217 9 22 44 Heptadecil-cicloexano C23H46 322 2335 2336 2335 2333 10 Octadecil-cicloexano C24H48 336 2447 2445 2446 2448 11 Nonadecil-cicloexano C25H50 350 2585 2587 2587 2586 12 Estes compostos são encontrados como ácidos graxos na parede bacteriana de aliciclobacilos, presentes em óleos e sedimentos, sendo os principais 56 Resultados e Discussões – Capítulo 1 constituintes da membrana celular destas bactérias, já estudados e identificados em águas de formação e óleos brasileiros87. Tabela 6: Cicloexanos dissubstituídos detectados em amostras de óleos monitorando o íonfragmento em m/z 97. Óleos / (Índice de Retenção) Pico Composto Fórmula MM LAD1 LAD2 M1 M2 Metil-octil-cicloexano C15H30 210 -------- -------- 1507 ------13 Metil-nonil-cicloexano C16H32 224 -------- -------- 1617 14 Metil-decil-cicloexano C17H34 238 1736 1731 1736 1731 15 Metil-undecil-cicloexano C18H36 252 1818 1818 1812 1815 16 Metil-dodecil-cicloexano C19H38 266 1917 1923 1925 1921 17 Metil-tridecil-cicloexano C20H40 280 2039 2041 2049 2045 18 Metil-tetradecil-cicloexano C21H42 294 2127 2129 2124 2122 19 Metil-pentadecil-cicloexano C22H44 308 2219 2212 2216 2215 20 Metil-hexadecil-cicloexano C23H46 322 2359 2363 2369 2367 21 Metil-heptadecil-cicloexano C24H48 336 -------- 2411 2400 2407 22 Metil-octadecil-cicloexano C25H50 350 -------- 2533 2535 2529 23 Metil-nonadecil-cicloexano C26H52 364 -------- 2636 2631 2633 24 ---- indica ausência A série de cicloexanos monossubstituídos (m/z 83) detectada nos óleos lacustres e mistos estudados apresenta um perfil cromatográfico como uma curva unimodal (Picos 1 a 12) no cromatotograma de íons extraídos (representado pelo óleo M1) [Figura 24], onde se observa um máximo em C17 (Pico 4). Para a série cicloexanos dissubstituídos (m/z 97), observa-se uma curva unimodal (Picos 13 a 24) [Figura 25] (representado pelo óleo M1), com máximo em C17 (Pico 15). 87 Rodrigues, D. C.; Vasconcellos, S. P.; Alves, P. B.; Nascimento, L. R.; Abreu Filho, B. A.; Oliveira, V. M.; Manfio, G. P.; Santos Neto, E. V.; Marsaioli, A. J. Org. Geochem. 2005, 36(10), 1443-1453. 57 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 24: Perfil cromatográfico representativo dos cicloexanos monossubstituídos detectados na * amostra M1. “RIC” em m/z 83. Equipamento: Varian CP3800 / 1200L “MSMS” - Coluna capilar CP-Sil8 CB low Bleed (30m x 0,25mm x 0,25µm). Figura 25: Perfil cromatográfico representativo dos cicloexanos dissubstituídos detectados na * amostra M1. “RIC” em m/z 97. Equipamento: Varian CP3800 / 1200L “MSMS” - Coluna capilar CP-Sil8 CB low Bleed (30m x 0,25mm x 0,25µm). Nestas séries, são comuns em óleos e sedimentos os isômeros cis-3-metil e trans-2-metil-alquil-cicloexano, mais estáveis termodinamicamente e que são geralmente os mais abundantes63, 88 [Figura 26]. 88 Hoffman, C.F.; Foster, C. B.; Powell, T. G.; Summons, R. E. Geochimica et Chosmochimica Acta. 1987, 51, 2681-2697. 58 Resultados e Discussões – Capítulo 1 (B) H (A) 1 a a = axial H e = equatorial CH3 3 e H e (CH ) -CH 2 n 3 H a e H 1 e (CH2)n-CH3 a H n = 7 a 18 a H a = axial e = equatorial Cis-3-metil-1-alquil-cicloexano n = 7 a 18 Alquil-cicloexano H a e (C) CH3 e (CH ) -CH 2 n 3 a a = axial H n = 7 a 18 e = equatorial 1 Trans-2-metil-1-alquil-cicloexano Estruturas de cicloexano monossubstituído (A) e cicloexanos dissubstituídos (B) e Figura 26: (C) mais estáveis termodinamicamente. As Figura 27 e Figura 28, mostram os espectros de massas representativos dos cicloexano monossubstituído (C15) e dissubstituído (C18), respectivamente. Figura 27: Espectro de massas do Nonil-cicloexano (C15), representativo da classe dos cicloexanos monossubstituídos. 59 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 28: Espectro de massas do Metil-undecil-cicloexano (C18), representativo da classe dos cicloexanos dissubstituídos. A seguir, podemos observar que os óleos lacustres e mistos [Figura 29] estudados neste trabalho apresentaram o mesmo perfil cromatográfico quanto à distribuição dos cicloexanos mono e dissubstituídos, com pequenas diferenças quanto a concentração destes compostos nos óleos. 60 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 29: “RIC” representativo dos cicloexanos monossubstituídos (m/z 83) e cicloexanos * dissubstituídos (m/z 97), detectados nas amostras lacustres (LAD) e mistas (M). Equipamento: Varian CP3800 / 1200L “MSMS” - Coluna capilar CP-Sil8 CB low Bleed (30m x 0,25mm x 0,25µm). Um fato interessante observado é que as amostras do tipo ME, moderadamente biodegradadas, após análise cuidadosa, não apresentaram níveis de concentração detectável para estes compostos [Figura 30], considerando os equipamentos analíticos utilizados, o que nos faz entender que os mesmos não podem ser provenientes das bactérias de biodegradação ou, foram consumidos durante o processo de biodegradação do óleo. 61 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Lima et al.89, analisaram 3 óleos do tipo lacustre salino com nível de biodegradação diferentes e detectaram a presença de compostos cicloexanos monoe dissubstituídos em maior concentração no óleo menos biodegradado, enquanto que no óleo mais biodegradado, estes compostos se mostraram praticamente ausentes. Figura 30: Perfil cromatográfico do monitoramento em m/z 83 e m/z 97 dos óleos marinhos evaporítico (ME), mostrando níveis de concentração não detectdos de cicloexanos * monossubstituídos e cicloexanos dissubstituídos, respectivamente. Equipamento: Varian CP3800 / 1200L “MSMS” - Coluna capilar CP-Sil8 CB low Bleed (30m x 0,25mm x 0,25µm). Na escala de biodegradação [Figura 31] do consumo dos hidrocarbonetos pelas bactérias, estas séries são consumidas junto com as parafinas90, onde o óleo se encontra com um nível de biodegradação entre 4 e 5. Isto sugere em princípio uma 89 Lima, S. G. Tese de Doutorado. 2005, Instituto de Química, Unicamp, Campinas, SP, Brasil. Connan, J. Advances in Petroleum Geochemistry. 1984, V.1 (J. Brooks and D. H. Welte, eds.), Academic Press, London, pp. 299-335. 90 62 Resultados e Discussões – Capítulo 1 relação diagenética similar entre estes compostos e os alcanos (ou provavelmente de seus precursores, os ácidos graxos)13,32, 91. 1 = Homólogos dos n-alcanos de baixo peso molecular consumidos 2 = Degradação das n-parafinas 3 = Somente traços das parafinas lineares 4 = Ausência das parafinas, isoprenóides acíclicos intactos 5 = Isoprenóides acíclicos ausentes 6 = Esteranos parcialmente degradados 7 = Esteranos degradados e diasteranos intactos 8 = Hopanos parcialmente degradados 9 = Hopanos ausentes, diasteranos degradados 10 = Esteranos C26 – C29 aromático atacado Figura 31: Efeito dos vários níveis de biodegradação sobre óleos maturos típicos. A figura pode ser usada para classificar o grau de biodegradação sobre a “escala” de 1 a 10 (Peters et al.60. 91 Del Rio, J.C.; Garcia-Molla, J. Gonzalez-Vila, F. J.; Martín, F. Organic Geochemistry. 1994, 21(8-9), 897-909. 63 Resultados e Discussões – Capítulo 1 4.1.4 Carotanos Foi detectada através da técnica de monitoramento de íons seletivos (MIS) a presença de β-carotano (Pico C) [Figura 32] nas amostras em estudo. Observou-se este composto em baixa abundância relativa nas amostras do tipo LAD (1 e 2) e na amostra M2; ausência na amostra M1 e abundância relativamente alta nas amostras do tipo ME. Este resultado está condizente com relatos da literatura1,60, uma vez que, a presença deste biomarcador indica ambiente anóxico e condições salinas no meio deposicional da matéria orgânica92, sendo indicador de alta salinidade e conseqüentemente encontrados em maior concentração nesses ambientes. Apesar deste composto ser característico de ambientes lacustres, também tem sido encontrado em óleos marinhos e rochas geradoras “offshore” do Brasil em alta abundância, o que pode estar associado a ambientes altamente anóxicos79,80. 92 Hall, P. B. and Douglas, A. G. (1983) . In Advances in Organic Geochemistry. 1981 (Bjoray, M. et. al.; eds) J. Wiley and Sons, N. Y, 576-587. 64 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 32: MIS em m/z 125 dos óleos estudados neste trabalho representativo para detecção de β-carotano. 4.1.5 Terpanos Os terpanos constituem uma classe de biomarcadores de grande importância em Geoquímica Orgânica. Estes compostos são extensivamente empregados como parâmetros de origem da matéria orgânica, maturidade e biodegradação. 65 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Muitos terpanos em petróleo são originados de membranas lipídicas bacteriana (procarióticos)93. Os terpanos provenientes de bactérias incluem diversas séries homólogas, incluindo compostos acíclicos, bicíclicos (sesquiterpanos), tricíclicos (diterpanos), tetracíclicos e pentacíclicos (triterpanos). 4.1.5.1 Sesquiterpanos Poucas classes de terpanos bicíclicos foram comprovadamente identificadas em óleos e suas origens são questionadas, por isso eles não são rotineiramente analisados em amostras de óleos, no entanto, quando estão presentes são indicativos de fonte de matéria orgânica microbiana94. De acordo com a literatura95, a presença dos epímeros 8β(H) e 8α(H)-drimanos é usada para avaliar o nível de maturação do sedimento. Com o aumento da maturação a configuração biológica 8α(H) isomeriza para a configuração geológica 8β(H) [Figura 33], termodinamicamente mais estável. A presença de sesquiterpanos bicíclicos em amostras de óleo é detectada pelo monitoramento do íon-fragmento principal em m/z 123. A análise realizada em todas as amostras utilizando a técnica MIS através dos íons-fragmentos em m/z 123, 109, 137, 179 e 193 [Figura 33], apresentou um perfil cromatográfico com uma série de onze componentes nas amostras LAD-2 e M-2; dez componentes na LAD-1; nove componentes na ME-1; três componentes na ME-2; e dois componentes na M-1, como sendo das classes nordrimano, drimano, e homodrimano [Figura 34] [Tabela 7]. Isto foi feito com o intuito de confirmar a estrutura dos compostos previamente detectados1,60. Foi observado também maior 93 Ourisson, G.; Albrecht, P.; Rohmer, M. Trends and Biochemical Sciences. 1982, 7, 236-239. González-Sierra, M.; Laborde, M. LA.; Rúveda, E. A. Synthetic Communications. 1987, 17, 4, 431-441. 95 Noble, R. A. Organic. Geochemistry. 1986, 10, 4-6, 825-829. 94 66 Resultados e Discussões – Capítulo 1 concentração destes compostos nas amostras do tipo LAD e a presença destes sesquiterpanos nas amostras tipo M é uma evidência de que podem ser provenientes da maior contribuição dos óleos lacustres de água doce. Os sesquiterpenoides são os maiores constituintes de resinas e óleos essenciais de plantas superiores. Entretanto, também tem sido relatados sua identificação em biotas marinhas, como por exemplo algas marrons96. A presença destes compostos em amostras geológicas ainda não é muito clara, pois segundo os relatos da literatura os mesmos podem ser provenientes de várias fontes, desde a degradação dos terpanos superiores (tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos) durante o processo de evolução térmica ou biodegradação microbiológica, ou provenientes diretamente de fontes terrestres e marinhas, como por exemplo organismos eucarióticos ou algas97. Com base nos relatos apresentados, podemos sugerir que a presença dos componentes sesquiterpanos bicíclicos nas amostras LAD e ME provém de plantas terreste e algas respectivamente. 96 Elias, V. O.; De Barros, A. M. A.; De Barros, A. B.;Simoneit, B. R. T.; Cardoso, J. N. Organic Geochemistry. 1997, 26 (11-12), 721-730. 97 Sonibare, O. O.; Ekweozor, C. M. Journal of Applied Sciences. 2004, 4 (3), 508-512. 67 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 33: Sesquiterpanos bicíclicos identificados pela técnica MIS, monitorando-se os íons em * m/z 123, 109, 137, 179 e 193, representado pelo óleo M-2. (Equipamento: HP5890II/HP 5970-MSD – Coluna HP5-MS 30m x 0,25mm x 0,25µm) 68 Resultados e Discussões – Capítulo 1 m /z 109 m/z 109 m/z 179 25 27 E udesm ano 26 m /z 123 Nordrim anos m /z 123 m /z 123 28 m/z 109 31 29 m /z 123 30 8 β (H )-D rim ano Drim anos R earranjados m/z 137 m/z 137 m /z 123 m /z 193 m/z 137 m /z 165 m/z 123 m /z 109 m /z 179 33 34 m /z 109 m /z 137 35 8β β (H )-H om odrim ano 32 H om odrim anos R earranjado Figura 34: Estruturas propostas para os sesquiterpanos bicíclicos detectados nas amostras de óleos em estudo. Tabela 7: Sesquiterpanos bicíclicos detectados na FNs dos óleos. Pico 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 LAD1 1343 1349 1401 1423 1452 1468 1481 Nd 1539 1550 1561 Óleos / Índice de Retenção LAD2 M1 M2 ME1 1342 Nd 1347 Nd 1347 Nd 1352 Nd 1403 Nd 1402 1405 1422 1423 1426 1422 1449 1450 1452 1449 1467 Nd 1469 1467 1479 Nd 1481 1479 1521 Nd 1520 1521 1537 Nd 1540 1537 1549 Nd 1551 1549 1560 Nd 1563 1560 ME2 Nd Nd Nd Nd Nd Nd Nd Nd 1537 1549 1560 Fórmula C14H26 C14H26 C15H28 C15H28 C15H28 C15H28 C15H28 C16H28 C16H28 C16H28 C16H28 MM 194 194 208 208 208 208 208 222 222 222 222 Nd = Não detectado 69 Resultados e Discussões – Capítulo 1 A Figura 35, mostra o espectro de massas do drimano rearranjado (Pico 28) e do drimano (Pico 30), respectivamente, representativos para a classe dos sequisterpanos bicíclicos. Como podemos observar, ambos os espectros apresentam os mesmos íons-fragmentos, porém com intensidades relativas diferentes, podendose destacar os dois principais, em m/z 109 e m/z 123, utilizados na detecção desta classe de compostos. Figura 35: Espectro de massas representativo dos sesquiterpanos bicíclicos (C15). Drimano rearranjado (Pico 28) e Drimano (Pico 30). A Figura 36 mostra o mecanismo de fragmentação proposto para a formação do íon-fragmento com relação m/z 123 a partir 8β(H)-drimano. 70 Resultados e Discussões – Capítulo 1 + H H H H H H clivagem α m/z 123 Figura 36: Proposta de fragmentação para os compostos bicíclicos do tipo drimano. A Figura 37 mostra a representação dos íons-fragmentos mais estáveis proveniente do processo de fragmentação do 8β(H)-drimano, com suas respectivas contribuições. m/ z 193 H 1 2 m/ z 137 75% 8 m/ z 208 25% m/ z 123 8β β (H)-drimano 82% 18% m/ z 109 74% 26% Figura 37: Representação da fragmentação do 8β(H)-drimano com as respectivas contribuições percentuais dos íon-fragmentos mais estáveis. 71 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Nas amostras tipo LAD e M foram analisados outras classes dos sesquiterpanos, como por exemplo, os compostos bicadinanos (m/z 191, 217 e 369) e cadinanos, por serem provenientes de plantas superiores encontrados em óleos e extratos de sedimentos1,60 de origem lacustre de água doce, entretanto esses compostos não foram detectados nas amostras analisadas. 4.1.5.2 Terpanos Tricíclicos e Tetracíclicos Os primeiros terpanos tricíclicos, sendo os mais comuns do tipo Queilantano, foram detectados em amostras geológicas98, 99 e se extendem de C19 a C5456, 100 devido a sua cadeia lateral isoprenóide. Estes compostos também conhecidos como biomarcadores de petróleo, têm sido utilizados na correlação óleo-óleo, óleo-rocha geradora como indicadores de maturação e biodegradação60, 101. Os terpanos tricíclicos menores que C30 parecem originar do isoprenóide regular C30, tal como triciclohexaprenol102 [Figura 38], formado anaerobicamente a partir de um constituinte celular, o hexaprenol [Figura 38] e podem ser constituintes de membranas de procariontes103, entretanto, altas concentrações destes compostos correlacionados com rochas ricas em tasmanites, sugerem que eles possam ser provenientes de algas primitivas60, 104. 98 Anders, D. E. and Robinson, W. E. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1971, 35, 661-678. Gallegos, E. J. Analytical Chemistry. 1971, 43(10), 1151-1160. 100 De Grande, S. M. B.; Aquino Neto, F. R.; Mello, M. R. Organic Geochemistry. 1993, 20, 1039-1047. 101 Seifert, W. K. and Moldowan, J. M. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1981, 45, 783-94. 102 Aquino Neto, F. R.; Trendel J. M.; Restle, A.; Connan, J.; Albrecht, P. A. 1983. In: Advances in Organic Geochemistry. 1981 (M. Bjoroy, C. Albrecht, C. Cornford, et al., eds.), John Wiley & Sons, New York, 659-676. 103 Hammer, C. F. Tetrahedron. 1964, 20, 929-941. 104 Azevedo, D. A.; Aquino Neto, F. R.; Simoneit, B. R. T. Pinto, A. C. Organic Geochemistry. 1992, 18(1), 9-16. 99 72 Resultados e Discussões – Capítulo 1 A presença de algumas estruturas dos homólogos inferiores dos terpanos tricíclicos foi comprovada em amostras geológicas através de comparações com padrões sintéticos autênticos105. Entretanto, os terpanos tricíclicos de mais alta massa molar, coeluem com os terpanos pentacíclicos (C27 – C35), sendo de difícil identificação por CG-EM simples, mas utilizando a CGAR acoplada a EM/EM é possível detectar tais compostos e assim observar a presença proeminente da série estendida em óleos e sedimentos45, 84. OH Hexaprenol ciclização anaeróbia 14 22 27 OH Triciclohexaprenol Figura 38: Formação do triciclohexaprenol a partir da ciclização anaeróbia ao hexaprenol. Os compostos tricíclicos fornecem como pico base durante o processo de fragmentação em espectrometria de massas por ionização eletrônica o íon m/z 191, característico da quebra das ligações C9 – C11 e C8 – C14 representado pela Figura 39 que mostra o mecanismo genérico de fragmentação para a série dos terpanos tricíclicos. 105 Aquino Neto, F. R.; Restle, A.; Connan, J.; Albrecht, P.; Ourisson, G. Tetrahedron Letters. 1982, 23, 2027-2030. 73 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Baseado sobre estudos estruturais relatados106, os terpanos tetracíclicos C24 – C27 parecem ser provenientes de hopanos (17,21-secohopanos) degradados e ocorrem em extratos orgânicos. Apresentam maior resistência ao processo de biodegradação e maturação quando comparado aos hopanos. + H 11 9 8 14 R R R R R R m/z 191 Figura 39: Proposta de fragmentação para os compostos terpanos tricíclicos. Aquino Neto et al.102 relataram uma série de terpanos tetracíclicos em sedimentos e óleos marinhos carbonáticos, com predominância de C24, porém apresentando evidências de homólogos acima de C35. Terpanos tetracíclicos também foram identificados, algumas vezes, como o principal componente em sedimentos lacustres da Bacia do Espírito Santo. Alta abundância relativa desses compostos foi detectada em carvão carbonífero em ambientes lacustres e óleos derivados de fontes terrestres91. 106 Trendel, J. M.; Restle, A.; Connan, J.; Albrecht, P. Journal of the Chemical Society, Chemical Communications. 1982, 304-306. 74 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Lopes et al.107,108, identificaram vários compostos tetracíclicos do tipo beierano, fitocladano e kaurano em óleos provenientes de poços da Fazenda Belém (Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil). A classe de compostos terpanos tricíclicos e tetracíclicos foram analisadas utilizando-se o íon fragmento em m/z 191 na técnica de aquisição por monitoramento de íons selecionados (MIS) que corresponde ao pico base nesta classe de compostos, e outros íons característicos da fragmentação. Nas amostras lacustres e mistas notaram-se a princípio baixas concentrações de terpanos tricíclicos e traços de um composto tetracíclico. Isto se deve a características de óleos lacustres de água doce, que possuem grandes concentrações de hidrocarbonetos lineares. Para tanto, foi feito uma clatratação com solução saturada de uréia em metanol nas amostras lacustres e mistas. Deste modo, após recristalização da uréia, uma quantidade de hidrocarbonetos lineares ficou retida nos cristais sendo então separados por extração com solvente e filtração109 aumentando assim a possibilidade de se detectar os terpanos e principalmente esteranos no CGAR-EM, como mostra os cromatogramas da Figura 40 e Figura 41, que representam respectivamente a fração neutra do óleo LAD antes e após o processo de clatratação com uréia. 107 Lopes, J. A. D.; Santos Neto, E.V.; Mello, M. R.; Koike, L.; Marsaioli, A. J.; Reis, F. A. M. Chemical Geology. 1999, 158, 1-20. 108 Lopes, J. A. D. Tese de Doutorado. 1995, Instituto de Química, Unicamp, Campinas, SP, Brasil. 109 McLaughlin, R. L. Industry Chemistry et Petroleum Hidrocarbon-I. 1954. 75 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 40: Fração F1P1 do óleo lacustre de Figura 41: Fração F1P1 do óleo lacustre de água doce. (A): MIS; (B) CIE em m/z 191; (C) água doce recristalizado com Aduto de Uréia. CIE em m/z 217 (A): MIS; (B) CIE em m/z 191; (C) CIE em m/z 217. MSI = Monitoramento de íons selecionados. CIE = Cromatograma de íons extraídos. O monitoramento do principal íon com relação m/z 191 obtido das amostras LAD (1 e 2) [Figura 42 (A e B)]; M (1 e 2) [Figura 43 (A e B)]; e ME (1 e 2) [Figura 44 (A e B)] revelou a presença de terpanos tricíclicos que variam de C20 a C29 e um composto tetracíclico (Des-A) (C24) (Pico 43, Figura 44 [B]) em baixa abundância. Esta classe de compostos apresentou-se qualitativamente distintas entre os três tipos de óleos estudados neste trabalho, porém apresentam similaridade quantitativa entre os dois óleos LAD e também entre os dois óleos ME. Entretanto, observa-se que no óleo M-2 houve maior contribuição do óleo LAD durante o processo de migração ou devido a mistura no reservatório, o que resultou na quantidade expressiva de componentes terpanos tricíclicos quando comparados ao óleo ME, enquanto que no óleo M-1 estes compostos encontram-se praticamente ausentes. 76 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 42: Cromatograma de íons selecionados em m/z 191 mostrando a presença dos terpanos nos óleos Lacustres de Água Doce. Figura 43: Cromatograma de íons selecionados em m/z 191 mostrando a presença dos terpanos nos óleos Mistos. 77 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 44: Cromatograma de íons selecionados em m/z 191 mostrando a presença dos terpanos nos óleos Marinhos Evaporítico. As amostras de ambiente LAD analisadas apresentaram média abundância relativa dos terpanos tricíclicos (razão C23-terpano tricíclico / 17α(H),21β(H)hopano com valores de 0,28 e 0,34, respectivamente) com uma variação de C20 a C29 [Figura 42, Tabela 22 (pág. 366.)] enquanto que, para as amostras de ambiente ME apresentaram baixa abundância relativa destes compostos (com valores de 0,15 e 0,07, respectivamente) [Figura 44, Tabela 22 (pág. 366.)]. Comparando estes resultados com os apresentados por Mello et al79,80,81 e De Grande100, que sugerem que, esta relação em ambientes LAD e ME sejam menores que 0,05, podemos 78 Resultados e Discussões – Capítulo 1 sugerir que as amostras do tipo LAD aqui estudadas sofreram um processo significativo de biodegradação dos compostos hopanos elevando a abundância relativa dos componentes tricíclicos. Da mesma forma, podemos sugerir que a baixa abundância relativa dos componentes tricíclicos nas amostras aqui estudadas, se deve a baixa ou alta condição de salinidade no ambiente deposicional LAD e ME, respectivamente, uma vez que relatos sobre amostras provenientes de condições moderadas de salinidade apresentaram alta abundância relativa dos componentes terpanos tricíclicos (C20 a C29)79,80,81 e (C19 a C54)100. Outro fator importante que podemos observar quando visualizamos o nível de biodegradação dos óleos e comparamos cada tipo estudado neste trabalho, é um aumento um pouco significativo da relação tricíclicos / pentacíclicos (T / P) com o aumento da biodegradação. Nota-se que o óleo LAD-2 apresenta uma intensidade um pouco maior dos compostos tricíclicos do que o LAD-1 [Figura 42 (pág. 75)], bem como o ME-2 quando comparado ao ME-1 [Figura 44 (pág. 76)], uma vez que os óleos LAD-2 e ME-2 são os mais biodegradados quando comparados entre os de mesma origem. Embora nos óleos provenientes da Fazenda Belém (Bacia Potiguar, Brasil) tenha sido detectado a presença de compostos da série kauranos e similares107,108, nos óleos aqui estudados que são provenientes da mesma Bacia, mas de poços provenientes do Estreito-Guamaré, estes compostos não foram detectados. Deste modo, podemos sugerir que tais óleos possam ser provenientes de fontes geradoras distintas ou que, durante o processo migratório dos óleos proveniente da Fazenda Belém, que são de origem marinha, possam ter sido misturados com óleos lacustres de água doce. Uma vez que, segundo relatos da literatura110 a presença de compostos tetracíclicos do tipo kaurano evidencia origem continental. Isto porque os compostos de origem natural com estruturas semelhantes ao kaurano, ou seja, 110 Schulze, T. and Michaelis, W. Organic Geochemistry. 1990, 16, 1051-1058. 79 Resultados e Discussões – Capítulo 1 beyerano e 16α(H)-fillocladano [Figura 45] são amplamente encontrados em plantas superiores da classe conífera (por exemplo, Podocarpaceae e Araucariaceae). 16 16 Beyerano 16α α- ou 16β β-Kaurano 16α α- ou 16β β-Fillocladano Figura 45: Estruturas de diterpanos tricíclicos tipo Kaurano. 4.1.5.3 Terpanos Pentacíclicos Compostos triterpenóides pentacíclicos, incluindo os da classe hopanóides, ocorrem em seres procarióticos e plantas superiores, mas parecem estar ausentes em algas eucarióticas. Os hopanóides são os principais precursores de hopanos que por sua vez, são os biomarcadores mais importantes encontrados em sedimentos e óleos, e em virtude disto são bastante estudados. A presença destes em óleos e sedimentos tem sido relacionadas a atividade bacteriana e a contribuição de algas1, 60 . Hopanos são triterpanos pentacíclicos que comumente contém 27 – 35 átomos de carbonos em uma estrutura de hidrocarbonetos cíclicos composto de 4 anéis de 6 carbonos e 1 anel de 5 carbonos [Figura 46], sendo a configuração 17α(H),21β(H), 22S (geológico) e 22R (biológico), principal configuração estrutural dos hopanos encontrada em petróleo, enquanto que a configuração 17β(H),21α(H), 22S está relacionada as estruturas dos moretanos. Estes compostos têm sua principal origem proveniente de precursores presentes em membranas 80 Resultados e Discussões – Capítulo 1 bacterianas111, 112 conhecidos como hopanóides. A presença dos hopanos em amostras geológicas tem sido atribuída a bactérias aeróbias (metanotróficas, heterotróficas e cianobactérias) e tem como principal precursor como fonte de hopanos o bacteriohopanotetrol [Figura 47], originado da ciclização de precursores do esqualeno60, além da importante contribuição das cianobactérias113, 114. H E 17 m/ z 191 C A 21 D H OH H H m/ z 123 21 H m/ z 369 (M 412 daltons) [17α α(Η),21β β( Η ) ] Hopano (C30) OH 22 17 B OH H 22 H OH H H Bacteriohopanotetrol (17β β(H), 21β β(H), 22R) Figura 46: Estrutura representativa dos Figura 47: Estrutura terpanos pentacíclicos – Hopano. Bacteriohopanotetrol . representativa do As amostras aqui estudadas, LAD (1 e 2) [Figura 42 (A e B); pág. 75], M (1 e 2) [Figura 43 (A e B); pág. 75] e ME (1 e 2) [Figura 44 (A e B); pág. 76], revelaram a presença da série dos terpanos pentacíclicos, tendo como principais constituintes o 17α(H),21β(H)-30-Norhopano e 17α(H),21β(H)-Hopano (Picos 50 e 52, respectivamente) como mostrado no cromatograma de íons [Figura 42 - Figura 44; pág. 75-76]. A série 17β(H),21α(H)-Moretano (Picos 51, 53 e 57) [Figura 42 - Figura 44; pág. 75-76] também estão presentes, porém em baixas concentrações. 111 Ourisson, G.; Albrecht, P; Rohmer, M. Pure & Applied Chemistry. 1979, 51, 709-729. Ourisson, G.; Albrecht, P.; Rohmer, M. Scientific American. 1984, 251, 34-41. 113 Simoneit, B. R. T.; Lein, A. Y. Geochimica et Cosmochimica Acta. 2004, 68(10), 2275-2294. 114 Simons, D-J. H.; Kenig, F. Organic Geochemistry. 2003, 34, 1177-1198. 112 81 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Os dados obtidos na identificação de terpanos pentacíclicos permitem determinar um parâmetro importante que é o índice de gamacerano correspondente a razão entre o Gamacerano (Pico 56), representado na Figura 42 (pág. 75), e o 17α(Η),21β(Η)-Hopano (C30) (Pico 52), representado na Figura 42 (pág. 75), obtidos na análise por monitoramento de íons selecionados a partir da relação m/z 191 e que fornece informações sobre o ambiente deposicional dos óleos. O gamacerano [Figura 48] é um terpano pentacíclico não hopanóico, que apresenta uma menor abundância em sedimentos do que os hopanos, entretanto ele aparece em grande quantidade em extratos orgânicos e óleos associados a ambientes salinos115. Algumas evidências sugerem que o gamacerano seja proveniente de certos protozoários, bactérias e possivelmente outros organismos1,60. Portanto, altos índices de gamacerano revelam formação dos óleos em ambientes salinos. m /z 191 m/z 191 G am acerano (C 30 ) Figura 48: Estrutura representativa do Gamacerano. Entretanto, existem relatos na literatura115,116 em que vários autores demonstraram que o gamacerano não pode exclusivamente ser um indicador de depósitos hipersalinos, mas é preferencialmente indicador de estratificação da coluna d’agua. Isto pôde ser constatado devido aos seguintes fatos: 115 Sinninghe Damsté, J. S.; Kenig, F.; Koopmans, M. P. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1995, 59(9), 1895-1900. 116 Schoell, M.; Hwang, R. J. Organic Geochemistry. 1994, 21, 673-683. 82 Resultados e Discussões – Capítulo 1 1- a composição isotópica do gamacerano e derivados lipídicos de produtores primários e sulfobactérias verdes, indicaram que o gamacerano é derivado de organismos Bacteriovorous ciliates (anaeróbios) que ocorrem na interface entre zonas óxidas e anóxidas em colunas de água estratificadas; 2- No final da diagênese e início da catagênese, o gamacerano é formado a partir de agregados macromoleculares ricos em enxofre; 3- Durante essas etapas o gamacerano é produzido desses agregados macromoleculares pela quebra seletiva de ligações C-S. Recentemente, Pang et al.117 relataram que o gamacerano é um composto derivado do tetrahimanol amplamente distribuído em sedimentos marinhos, em água doce, em cililados marinhos do tipo bacteriovorous (protozoários) e em sulfobactérias fotossintéticas. A origem do gamacerano é incerta, mas pode se formado pela redução do tetrahimanol formando o gamaceran-3β-ol118 ou também, pela conversão diagenética de tetrahimanol para gamacerano procedido por uma desidratação e posterior hidrogenação. Também pode ser obtido através da sulfurização e subseqüente clivagem da ligação C-S formada no tetrahimanol115. Outros terpanos pentacíclicos hopanóicos de grande importância geoquímica também foram detectados, como por exemplo, os do tipo C27 - 18α(H)trisnorneohopano (Ts, isômero geológico rearranjado) [Figura 49] e C27 - 17α(H)trisnorhopano (Tm, isômero biológico) [Figura 49], Picos 46 e 47, respectivamente, representado na Figura 42 (pág. 75), que fornecem dados a respeito da maturação e ambiente deposicional de óleos. A relação Ts/Tm é um 117 Pang, X; Maowen Li, et al. Organic Geochemistry. 2003, 34, 553-573. Ten Haven, H. L.; Rohmer, M.; Rullkotter, J.; Bisseret, P. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1989, 53, 3073-3079. 118 83 Resultados e Discussões – Capítulo 1 parâmetro que pode fornecer informação sobre a origem e a maturação de amostras de óleos, pois o Ts é termicamente estável sendo um indicador de fonte e o Tm é um composto natural e pode rearranjar-se para Ts quando submetido à pressão e temperatura durante o processo de catagênese. E C Catagênese m/z 191 Trisnorhopano (Tm) A D B m/z 191 Trisnorneohopano (Ts) Figura 49: Processo representativo da transformação de Tm em Ts durante o processo de maturação. A Figura 50 apresenta o espectro de massas representativo dos terpanos pentacíclicos do tipo hopano, enquanto que a Figura 51 apresenta o espectro de massas representativo dos terpanos não hopanóicos tipo o gamacerano. Figura 50: Espectro de massas representativo da série dos hopanos pentacíclicos. Hopano C30 – Pico 52. 84 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 51: Espectro de massas representativo do terpano pentacíclico não hopanóico Gamacerano (C30) – Pico 56. 4.1.5.3.1 Norhopanos e Homohopanos Os hopanos desmetilados ou norhopanos são considerados na geoquímica como produtos provenientes da biodegradação bacteriana (perda de metila sobre o carbono C10, C18 ou C22) e são conhecidos como C25-, C28- e C30-norhopanos [Figura 52], correspondentes aos grupos metílicos que são removidos da molécula durante o processo de biodegradação bacteriana. m/z 177 H 29 m/z 177 H m/z 177 17 21 26 28 22 H R H 29 H 25 17 21 26 H R 30 29 H m/z 191 17 21 22 25 26 28 H 30 27 27 27 R = CH3 [17α α(Η), 21β β ( Η )] C25-Norhopano 22 R = CH3 [17α α(Η), 21β β( Η ) ] C28-Norhopano [17α α(Η), 21β β(Η)] C30-norhopano Figura 52: Estruturas representativas dos compostos terpanos pentacíclicos 25-, 28- e 30Norhopanos. 85 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Estes compostos são detectados monitorando-se principalmente os íons fragmentos em m/z 177 e 191, mas dependendo da série a serem detectados e diferenciados, outros íons fragmentos podem ser utilizados no monitoramento. Nas amostras LAD (1 e 2), M2 e ME (1 e 2), foram detectados a presença de compostos norhopanos, decorrente da remoção de um grupo metila no composto hopano durante o processo de biodegradação, como mostram os cromatogramas de íons em m/z 177 das amostras aqui estudadas [Figura 53 a Figura 55]. Dados da literatura [Peters, et al.1,60; Lopes, et al.107] sugerem que os hopanos desmetilados são formados diretamente da biodegradação de hopanos regulares e são detectados após biodegradação das parafinas. As amostras LAD apresentam toda a série de parafinas (C13 – C35) em grande abundância, além de alguns isoprenóides, e após clatratação por uréia foi possível detectar os norhopanos. Portanto, pode-se dizer que todas as amostras aqui estudadas possuem um determinado nível de biodegradação, porém com diferenças significativas de biodegradação. 86 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 53: Cromatograma de íons selecionados em m/z 177 mostrando a presença dos Norhopanos nos óleos Lacustres de Água Doce. Figura 54: Cromatograma de íons selecionados em m/z 177 mostrando a presença dos compostos Norhopanos nos óleo Misto M2. 87 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 55: Cromatograma de íons selecionados em m/z 177 mostrando a presença dos Norhopanos nos óleos Marinhos Evaporíticos. Comparando os cromatogramas obtidos pelo monitoramento do íon fragmento em m/z 191 [Figura 42 a Figura 44, (pág. 75-76)] com o íon fragmento em m/z 177 [Figura 53 a Figura 55] nas amostras em estudo, podemos observar a presença do composto 25-norhopano (Pico 49b) [Figura 55] somente nos óleos do tipo ME, e maior concentração do composto 30-norhopano (Pico 50) [Figura 42 a Figura 44, (pág. 75-76); Figura 53 a Figura 55] quando comparado a sua presença nos óleos tipo LAD. Isto ocorre devido ao maior nível de biodegradação das amostras ME. Entretanto, observa-se também que o composto 28,30-bisnorhopano (Pico 49a) [Figura 44 (A e B), (pág. 76)] está presente somente na amostra ME, porém só é perceptível quando monitorado pela relação m/z 191, devido à maior estabilidade do íon fragmento com relação m/z 191 quando comparado ao íon 88 Resultados e Discussões – Capítulo 1 fragmento com relação m/z 177. Segundo a literatura119, presume-se que a presença do composto 28,30-bisnorhopano seja proveniente de bactérias anaeróbias e são observados em ambientes deposicionais marinhos anóxidos. Outro composto não identificado (Pico 49c) encontrado somente nas amostras LAD (1 e 2) e M-2 [Figura 42 (A e B) e Figura 43 (A), (pág. 75), respectivamente], só é perceptível quando se monitora a relação em m/z 191. Os compostos 49a e 49b [Figura 44 (pág. 76)] e 49c [Figura 42 e Figura 43 (pág. 75)] só foram possíveis serem distinguidos através da diferença de seus tempos de retenção com o tempo de retenção do composto 30-norhopano (Pico 50), onde foram obtidos os seguintes valores pela razão entre a altura destes norhopanos (picos 49a, 49b e 49c) em m/z 191 e o 30-norhopano (pico 50) em m/z 191: 1,62; 1,11 e 0,80, respectivamente. A origem do composto 25-norhopano em óleo permanece com algumas controvérsias. Alguns trabalhos sugerem que pequenas quantidades destes compostos em certos extratos de rochas120 e óleos não biodegradados, são concentrados durante o processo de biodegradação porque os compostos 25norhopanos são mais resistentes ao ataque microbiológico do que os demais hopanos superiores121 e também devido a hipótese de serem produzidos pelos microrganismos60. Outros sugerem que a presença de 25-norhopanos ocorre devido a desmetilação de 17α(H),21β(H)-hopanos e seus derivados de cadeia estendida, principalmente durante o processo de biodegradação do petróleo no reservatório122, 123 . 119 Seifert, W. K.; Moldowan, J. M.; Smith, G. W.; Whitehead, E. V. Nature. 1978, 271,436-437. Noble, R.; Alexander, R.; Kagi, R. I. Organic Geochemistry. 1985, 8, 171-176. 121 Blanc, PH. And Connan, J. Organic Geochemistry. 1992, 18(6), 813-828. 122 Nytoft, H. P.; Bojensen-Koefoed, J. A.; Christiansen, F. G. Organic Geochemistry. 2000, 31, 25-39. 123 Peters, K. E.; Moldowan, J. M.; McCaffrey, M. A.; Fago, F. J. Organic Geochemistry. 1996, 24(8/9), 765-783. 120 89 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Em geral, 25-norhopanos ocorrem em óleos onde os hopanos foram preferencialmente removidos, mas estão ausentes onde os hopanos mostram resistência maior a degradação do que os esteranos. Como exemplos, óleos severamente biodegradados do oeste da Sibéria mostraram depreciação substancial de 17α(H)-hopanos e correspondente enriquecimento de 25-norhopanos sem degradação de esteranos124. Similarmente, asfalto de Malagasy contém esteranos parcialmente biodegradados juntamente com 17α(H)-hopanos e 25-norhopanos125. A detecção dos compostos 30-norhopanos está largamente distribuída em óleos derivados de fontes geradoras carbonatadas126. Estes compostos têm mostrado ser mais resistente ao processo de biodegradação do que os hopanos regulares126. Entretanto os compostos 28-norhopanos são mais facilmente biodegradados do que os hopanos regulares e sua série completa têm sido detectados em muitas amostras de óleos e extratos de rochas122. A Figura 56 mostra o espectro de massas representativo dos pentacíclicos desmetilados da série 28,30-bisnorhopanos (C28), 25-norhopanos (C29), 30norhopano (C29), respectivamente. Nos espectros a seguir [Figura 56], podemos observar que a formação de um íon fragmento com m/z 177, proveniente da quebra das ligações C-C entre os anéis B/C é mais proeminente e estável do que o íon fragmento com m/z 191 proveniente da quebra das ligações C-C entre os anéis C/D [Figura 56-B]. Também é possível observar no espectro de massas a presença do íon fragmento com m/z 355 que segundo relatos da literatura122 são mais intensos para os compostos da série hopanos desmetilados e que também é utilizado para distinguir os compostos 25norhopanos, 28-norhopanos, 28,30-bisnorhopanos e 30 norhopanos quando 124 Peters, K. E. and Moldowan, J. M. Organic Geochemistry. 1991, 17(1), 47-61. Rullkötter, J and Wendisch, D. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1982, 46, 1543-1553. 126 Subroto, E. A.; Alexander, R.; Kagi, R. I. Chemical Geology. 1991, 179-192. 125 90 Resultados e Discussões – Capítulo 1 presentes em amostras geológicas, calculados pela razão da intensidade deste íon fragmento com o íon molecular do composto em estudo122. Figura 56: Espectros de massas representativos dos norhopanos pentacíclicos da série 28,30bisnorhopano (Pico 49a); C25-norhopano (Pico 49b); e 30-norhopano (Pico 50). 91 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Estudos indicam que os compostos homohopanos também são originados do bacteriohopanotetrol e outros hopanóides C35 polifuncionais comum em microrganismos procarióticos111,112. A presença destes compostos de configuração 22R (biológico) e 22S (geológico) [Figura 57] em petróleos marinhos são usadas como um indicador de potencial redox, durante e imediatamente após deposição dos sedimentos124. A sua distribuição relativa de C31 a C35 17α(H),21β(H), 22S e 22R-homohopanos e conseqüentemente o cálculo do índice de homohopanos (22S / 22S + 22R) que indica a anoxidade do ambiente, sendo afetados pela maturidade térmica sofrida pelos óleos durante a diagênese. H m/z 191 17 21 25 26 28 22 H R H m/z 191 17 21 25 26 28 30 27 R = (CH2)nCH3 n=1a5 [17α α(Η), 21β β(Η), 22S] Homohopanos (C31 a C35) H 29 22 H R 29 H 30 27 R = (CH2)nCH3 n=1a5 [17α α(Η ), 21β β(Η), 22R] Homohopanos (C31 a C35) Figura 57: Estruturas representativas do compostos terpanos pentacíclicos da série homohopanos. A epimerização do carbono na posição C22 dos homohopanos ocorre antes do processo indicativo de maturidade térmica de óleos e outras amostras geológicas, tal como, por exemplo, a isomerização do carbono C20 dos esteranos normais1,60,114, durante o processo de maturação. Desta forma, essa razão é apropriada para diferenciar estágios iniciais de maturação, uma vez que a configuração biológica 22R é gradualmente convertida em uma mistura 22R + 22S, atingindo no equilíbrio, valores entre 0,57 e 0,62. Esta razão é calculada monitorando-se em m/z 191, pela relação dos picos, utilizando para tanto as 92 Resultados e Discussões – Capítulo 1 substâncias relativas de quaisquer dos pares de epímeros de homohopanos (C31 a C35). Estes compostos foram detectados nas amostras aqui estudadas em maior concentração nos óleos ME (1 e 2), onde estão presentes com uma série completa de C31 – C35 [Figura 42 a Figura 44 (pág. 75-76)], com as configurações 22R e 22S [Picos 55(a,b), 58(a,b), 59, 60, 61, 62, 63 e 64, respectivamente]. Entretanto, nos óleos LAD (1 e 2) e M2, esta série se apresenta em concentrações mais baixas e com evidência somente para C31 e C32. A Figura 58 e Figura 59, apresentam os espectros de massas dos hopanos de cadeia lateral estendida C31 e C32 (22S e 22R), respectivamente. Podemos notar que ambos os espectros possuem semelhanças na fragmentação, porém diferem na relação de intensidade de alguns íons fragmentos, que podem diferenciar os homohopanos 22S e 22R, como por exemplo, os íons moleculares dos homohopanos C31 e C32 [M+. 426 daltons e M+. 440 daltons, respectivamente], quando relacionados à intensidade do íon fragmento [M – CH3; m/z 411 e m/z 425, respectivamente]. Outra observação importante que pode auxiliar também nesta distinção é a relação entre a intensidade dos íons fragmentos em m/z 369 e m/z 371. 93 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 58: Espectros de massas representativos dos homohopanos C31 [17α(H),21β(H); 22S e 22R] - Pico 55 (a,b), respectivamente. 94 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 59: Espectros de massas representativos dos homohopanos C32 [17α(H),21β(H); 22S e 22R] - Pico 58 (a,b), respectivamente. 95 Resultados e Discussões – Capítulo 1 4.1.6 Esteranos e Diasteranos Esteranos e diasteranos são classes de compostos comumente encontrados em óleos e sedimentos. Constituem um grupo de biomarcadores vastamente utilizados em estudos de correlação de óleos, como indicadores de fonte e evolução térmica1,13,60. Estes compostos são formados a partir da redução de esteróis largamente distribuídos na constituição das plantas superiores, animais e algas e, conseqüentemente foram incorporadas aos sedimentos60 durante o processo de decomposição da matéria orgânica. Os esteróis presentes em organismos vivos, como lipídios, apresentam uma configuração biológica 8β(H), 9α(H), 10β(CH3), 13β(CH3), 14α(H), 17α(H), 20R. Como exemplo, podemos citar o colesterol que durante o processo de diagênese pode sofrer transformações biológicas e termoquímicas, preservando seu esqueleto carbônico básico, como está representado na Figura 5 [pág. 10], mostrado anteriormente, onde o óleo após o processo de catagênese transforma os esteróis em esteranos. O grupo de compostos da classe dos esteranos normais foi monitorado em todas as amostras aqui estudadas e encontrado em maior abundância nas amostras do tipo ME, monitorando-se principalmente o íon fragmento em m/z 217 [Figura 60, Figura 61 e Figura 62], entre outros íons fragmentos importantes. As respectivas estruturas foram sugeridas baseando-se na interpretação dos espectros de massas de alguns compostos, quando possível; comparação do índice de retenção; e perfis cromatográficos apresentados na literatura75,79,80,81. Devido a alta concentração de hidrocarbonetos lineares nas amostras tipo LAD e M, os esteranos normais bem como os diasteranos, só foram possíveis de serem detectados após, retirada dos lineares por meio de clatratação com aduto de uréia109. Desta forma, a amostra LAD1 [Figura 60(A)] mostrou a presença dos 96 Resultados e Discussões – Capítulo 1 esteranos em maior concentração com relação às amostras LAD2 e M2 [Figura 60(B) e Figura 61(B)], enquanto que em M1 [Figura 61(A)] não foi possível detectar estes compostos. Os esteranos regulares detectados em abundância relativamente alta nos óleos tipo ME [Figura 62] apresentam número de carbonos igual a C27, C28 e C29, sendo representados como colestanos, 24-metilcolestanos e 24-etilcolestanos, respectivamente. Estes compostos são utilizados em estudos de correlação de óleos e como indicadores de paleoambiente127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, obtendo-se parâmetros relativos à origem e maturação em amostras geológicas. De acordo com Huang e Meinschein130, os esteróis C27 e C28 são os mais abundantes em plânctons e invertebrados marinhos, sendo a principal fonte marinha de matéria orgânica, enquanto que nos animais e vegetais superiores, principal fonte de matéria orgânica continental, predominam os esteróis em C27 e C29. Desta forma, C27 é usado como indicativo da contribuição de plânctons e C29 como indicativo da contribuição de plantas superiores. Entretanto, segundo Volkman127, se um conjunto de parâmetros estudados para origem da matéria orgânica for indicativo de origem marinha e o esterano C29 estiver em grande abundância, então ele será indicativo da contribuição de algas marinhas por ocorrerem em alta abundância em certas espécies destes organismos. 127 Volkman, J. K. Organic Geochemistry. 1986, 9(2), 83-99. Mackenzie, A. S.; Brassel, S. C.; Maxwell, J. R. Science. 1982, 217(4559), 491-504. 129 Barrick, R. C. and Hedges, J. I. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1981, 45, 381-392. 130 Huang, W-Y. and Meinschein, W. G. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1979, 43, 739-745. 131 Huang, W-Y. and Meinschein, W. G. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1978, 42, 13911396. 132 Huang, W-Y. and Meinschein, W. G. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1976, 40, 323-330. 133 Kimble, B. J.; Maxwell, J. R.; Philp, R. P.; Eglinton, G. Chemical Geology. 1974, 14, 173198. 128 97 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 60: Cromatograma de íons selecionados em m/z 217 mostrando a presença dos Esteranos nos óleos Lacustres de Água Doce. Figura 61: Cromatograma de íons selecionados em m/z 217 mostrando a presença dos Esteranos no óleo M-2 e ausência no óleo M-1.. 98 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 62: Cromatograma de íons selecionados em m/z 217 mostrando a presença dos Esteranos nos óleos Marinhos Evaporíticos. Nas amostras tipo ME (1 e 2) estudadas neste trabalho, foram detectados componentes em estruturas de esteranos com maior predominância de C27 [Pico 78, Figura 62 (A e B)], mostrando maior contribuição dos plânctons para as amostras do tipo ME., por serem as mesmas de origem marinha e que não apresentaram diferenças no perfil cromatográfico para esta classe de compostos. Entretanto, os óleos LAD (1 e 2) e M2 apresentam maior predominância de C29 [Pico 90, Figura 60(A e B) e Figura 61(B)], mostrando maior contribuição de plantas superiores e, conseqüentemente indicativo de óleo lacustre (LAD) para a amostra M2. Os esteranos regulares apresentam-se como uma variedade de estereoisômeros, sendo que os centros assimétricos mais importantes são o C5, o C14, o C17 e o C20. Considerando-se estes centros assimétricos é possível calcular as razões 5α(H),14β(H),17β/[5α(H),14β(H),17β(H) + 5α(H),14α(H),17α(H)] e 99 Resultados e Discussões – Capítulo 1 20S/(20S + 20R), que são parâmetros utilizados para avaliar o estado de maturação dos óleos. Os esteranos normais sofrem uma crescente isomerização no carbono C-20 que passa de sua configuração biológica 20R para geológica 20S. No caso dos compostos C29 com configuração “5α(H),14α(H),17α(H)” este fato provoca uma mudança na razão 20S/(20S+20R) que varia de zero até cerca de 0,55 com aumento na maturidade térmica60, 134 . A isomerização decorrente da maturação de C14 [14α(H)] e C17 [17α(H)] nos esteranos regulares, que passa da configuração biológica “14α(H),17α(H)” para “14β(H),17β(H)” provoca uma variação na razão 14β(H),17β(H)/(14β(H),17β(H) + 14α(H),17α(H), que no esterano C29 se estende de zero até cerca de 0,760, 134. Ambas as razões tem seu máximo próximo ao pico de geração de óleo. As duas razões foram aplicadas nos óleos aqui estudados e os valores obtidos variaram de 0,28 a 0,39 e 0,33 a 0,45 respectivamente, indicando que os óleos são termicamente pouco evoluídos. Entretanto, a comparação entre os valores obtidos para cada óleo mostra que, os óleos ME são mais evoluídos do que os demais aqui estudados. A Figura 63 apresenta os espectros de massas representativo dos esteranos normais C27 (20S e 20R), respectivamente. Podemos notar que ambos os espectros possuem semelhanças na fragmentação, porém diferem na relação de intensidade de alguns íons fragmentos, que podem diferenciar os compostos estereoisômeros 20S e 20R desta classe, como por exemplo, os íons moleculares [M+. 372] dos colestanos 20S e 20R, quando relacionados à intensidade do íon fragmento [M - CH3; m/z 357]. 134 Seifert, W. K. and Moldowan, J. M. In: Methods in Geochemistry and Geophysics. R. B. Johns ed., Elsevier, Amsterdam. 1986, 24, 261-290. 100 Resultados e Discussões – Capítulo 1 m/z 217 20 17 H H 14 5 m/z 257 H H m/z 259 H Colestano (20S) M+. = 372 m/z 217 20 17 H 5 m/z 257 H 14 H H m/z 259 H Colestano (20R) M+. = 372 Figura 63: Espectros de massas representativos dos Esteranos [5α(H),14α(H),17α(H); 22S e 22R] – Picos 74 e 78, respectivamente. normais C27 Os diasteranos quando presentes, estão relacionados a ambientes de deposição lacustre de água doce e marinho deltáico. Já em óleos de origem marinho-evaporítico ou carbonáticos, estes compostos não são praticamente detectados devido a sua baixíssima concentração79,80. Estes compostos podem ser detectados monitorando-se os íons fragmentos em m/z 217 e m/z 259, sendo este último o principal íon fragmento [Figura 64]. Entretanto, nas amostras aqui estudadas, estes compostos foram detectados em baixíssima concentração quando 101 Resultados e Discussões – Capítulo 1 comparado aos esteranos normais nos óleos LAD-1 e de origem ME [Figura 60(A) e Figura 62 (Picos 67, 68 e 69)], não sendo detectados nos óleos LAD-2 e tipo M. Figura 64: Cromatograma de íons selecionados em m/z 259 mostrando a presença dos Diasteranos nos óleos Marinho-Evaporíticos. Supostamente acredita-se que a conversão de esteróis para diasterenos durante a diagênese seja catalisada por sítios ácidos sobre argilas, e posteriormente os diasterenos são reduzidos a diasteranos [13β(H), 17α(H), (20S e 20R), como isômeros majoritários] e [13α(H), 17β(H), (20S e 20R), como isômeros minoritários]1,60. A relação diasteranos/esteranos regulares tem sido aplicada para determinação de ambiente deposicional, mas pode ser influenciada pela maturidade e biodegradação do óleo, sendo os diasteranos mais resistentes ao processo de biodegradação32,75. A razão foi aplicada nos óleos tipo LAD e ME de modo a obter o índice de diasteranos, estando os resultados [Tabela 8] de acordo com os dados para ambiente deposicional dos óleos lacustres de água doce e marinhos evaporítico, respectivamente. A Figura 65 apresenta os espectros de massas representativos dos compostos da série diasteranos C27 (20S e 20R), respectivamente. 102 Resultados e Discussões – Capítulo 1 20 H 17 H 13 m/z 259 Diacolestano (20S) M+. = 372 20 H 17 13 H m/z 259 Diacolestano (20R) M+. = 372 Figura 65: Espectros de massas representativos dos Diasteranos C27 [13β(H),17α(H); 22S e 22R] – Picos 67 e 68, respectivamente. 4.1.7 Parâmetros Geoquímicos Determinados nas Frações Neutras Os parâmetros geoquímicos podem ser calculados pela altura ou área de cada pico utilizando-se as técnicas Varredura de íons totais, MIS e EM-EM. Neste trabalho os parâmetros foram calculados utilizando a altura dos picos correspondentes de modo a amenizar os erros devido as co-eluições, utilizando como referência os cromatogramas das Figura 42 a Figura 44 (pág. 75-76) para os terpanos tricíclicos e pentacíclicos e as Figura 60 a Figura 62 (pág. 96-97) para os esteranos e diasteranos. 103 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 8: Parâmetros geoquímicos obtidos através das análises dos óleos para a caracterização de origem e maturidade das amostras do Estreito de Guamaré, Bacia Potiguar, Brasil. Parâmetros Óleos Óleos da Literatura Lit. LAD1 LAD2 M1 M2 ME1 ME2 Origem C16 – C18 C19 – C22 C15 – C17 C19 – C22 Baixa (A) n-alcanos C21 – C25 C25 – C27 C18 – C21 C25 – C28 Conc. máxima (B) Pristano/Fitano 2,41 2,44 2,33 1,87 -----(C) Pristano/nC17 0,94 0,57 0,51 0,62 -----(D) Fitano/nC18 0,23 0,29 0,19 0,51 -----(E) Índice 27,40 18,65 -----15,90 75,58 Gamacerano 1 detecta- detectanão detecta- detecta(F) β-carotano do do detectado do do Baixa Conc. ---------------63,27 LAD C23 – c25 M ------ ME C18 – C20 1.1 – 2.6 0,9 – 1,3 0,5 – 0,9 ------------------------------15 – 50 54 - 110 70 – 120 detectado não detectado ------ 100-400 (ppm) Maturidade (G) Ts (11)/Tm (12) (H) Ts/(Ts+Tm) (I) αβhopano/Esterano 2 (J) C27/C29 Esteranos 3 (K) Índice de Diasteranos 4 0,97 0,49 7,3 0,72 0,42 25,9 ---------------- 0,97 0,49 11,6 0,55 0,35 3,63 0,59 0,37 3,44 > 1,0 -----5 – 15 1,23 0,83 ------ 0,76 0,77 0,89 0,7 – 2,0 ------ 1,0 – 2,2 25,6 ------ ------ 13,24 17,57 20 – 40 ------ 6 - 18 (L) Índice 4-Me Esterano 5 ------ Não detectado ------ ------ ------ 15,15 18,60 0 – 35 ------ 30 – 80 Não detectado Não detectado ------ Não detectado 7,55 8,95 Não detectado 3 – 10 > 10 (N) C34 / C35 hopanos 7 (O) 20S / 20S + 20R 8 C29 1,30 1,31 ------ 1,54 1.03 0,95 > 1,0 ------ < 1,0 0,23 0,28 ------ 0,30 0,39 0,37 0,3 – 0,5 0,3 – 0,5 0,3 – 0,5 (P) αββ / (αββ + ααα 9 - C29 (Q) βα / (αβ+βα)10 C30 (R) 22S/(22S + 22R) [αβhomohopano] 11 C31 C32 C33 C34 C35 0,33 0,42 ------ 0,45 0,45 0,40 0,4 – 0,5 0,3 – 0,5 0,3 – 0,5 0,13 0,12 ------ 0,12 0,11 0,13 ------ ------ ------ 0,51 0,54 0,49 0,47 0,47 0,55 0,60 0,46 0,47 0,48 -------------------------- 0,45 0,69 0,44 0,45 0,49 0,63 0,59 0,58 0,58 0,58 0,59 0,58 0,58 0,59 0,60 -------------------------- -------------------------- -------------------------- (M) Índice bisnorhopano 6 -----< 1,0 0,4 – 0,5 3,0 – 7,0 0,4 – 2,0 LAD = lacustre de água doce; M = misto; ME = marinho evaporítico Lit. – [Santos Neto and Hayes, 199975; Mello and Maxwell, 199081; Mello et al., 198879; Mello et al., 198880]. 104 Resultados e Discussões – Capítulo 1 1 Altura do pico de gamacerano (56) em m/z 191 sobre a altura do pico do 17α(H), 21β(H)-hopano (52) em m/z 191 x100 2 Altura do C30 [17α(H), 21β(H)-hopano] (52) em m/z 191 sobre a soma das alturas dos picos C27 20R (78) e 20S (74) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-colestano] em m/z 217. Altura do pico C27 20R [5α(H), 14α(H), 17α(H)-colestano] (78) em m/z 217 sobre a altura do pico C29 20R [5α(H), 14α(H), 3 17α(H)-24-etil-colestano] (90) em m/z 217. Soma das alturas dos picos C27 20S (67) e 20R (69) [13β (H), 17α(H)] diasteranos em m/z 217 sobre a soma das alturas dos 4 picos C27 20R (78) e 20S (74) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-colestano] em m/z 217 x 100. 5 Soma das alturas dos picos C30 4-metil-esteranos em m/z 231 {reconhecido por espectro de massas (EM-EM) e m/z 414) sobre a soma das alturas dos picos C27 20R (78) e 20S (74) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-colestano] em m/z 217 x 100. 6 Altura do pico do C28 17α(H), 18α(H), 21β(H)-28,30-bisnorhopano (49a) em m/z 191 sobre a altura do pico do 17α(H), 21β(H)- hopano (52) em m/z 191 x 100 7 Soma das alturas dos picos do C34 22S e 22R 17α(H), 21β(H)-hopano (61 e 62) em m/z 191 sobre a soma das alturas dos picos do C35 22S e 22R 17α(H), 21β(H)-hopano (63 e 64) em m/z 191. 8 Altura do pico C29 20S (88) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-24-etilcolestano] em m/z 217 sobre a soma das alturas dos picos C29 20S (88) e 20R (90) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-24-etilcolestanos] em m/z 217. Soma das alturas dos picos C29 20S (87) e 20R (89) [5α(H), 14β(H), 17β(H)-24-etilcolestano] em m/z 217 sobre a soma das alturas dos picos C29 20S (87) e 20R (89) [5α(H), 14β(H), 17β(H)-24-etilcolestano] e C29 20S (88) e 20R (90) [5α(H), 14α(H), 17α(H)-24-etilcolestano] em m/z 217. 9 Altura do pico C30 (53) [17β(H), 21α(H)-moretano] em m/z 191 sobre a soma das alturas dos picos C30 (52) [17α(H), 21β(H)hopano] e C30 (53) [17β(H), 21α(H)-moretano] em m/z 191. 10 11 Altura do pico do 22S [17α(H), 21β(H)-homohopano] em m/z 191 sobre a soma das alturas dos picos 22S e 22R [17α(H), 21β(H)-homohopano] em m/z 191 para os homohopanos C31 (55), C32 (58), C33 (59 e 60), C34 (61 e 62) e C35 (63 e 64). A análise em cromatografia gasosa acoplada a detector seletivo de massas (CGAR/EM) das frações neutras mostra o perfil de hidrocarbonetos lineares em óleos do tipo LAD uma distribuição unimodal com o máximo entre C23 e C26. As amostras do tipo M mostram hidrocarbonetos lineares com distribuição bimodal e com máximo em C19 e C26, sugerindo mistura de óleo marinho evaporítico com lacustre de água doce. Ambos apresentam um nível de biodegradação leve (grau 1)1,60 [Figura 31; pág. 61]. Os óleos marinhos evaporíticos mostram a distribuição dos hidrocarbonetos lineares com máximo em C15 (concentração muito baixa), presença de norhopanos em maior abundância e biodegradação dos hopanos entre C31 – C35, apresentando biodegradação moderada (grau 4)1,60 [Figura 31; pág. 61]. 105 Resultados e Discussões – Capítulo 1 As principais características geoquímicas na fração neutra dos óleos tipo LAD e M (Tabela 8) foram à predominância de n-alcanos de médio (C17 a C19) e alto peso molecular (C25 a C28); razão pristano/fitano > 1, indicando um ambiente deposicional oxidativo. Nestas amostras detectou-se a presença de gamacerano, que é um composto existente em bactérias que sobrevivem em ambientes altamente salinos, portanto o índice de gamacerano [Tabela 8 - (E)] dá uma indicação de ambiente deposicional. De acordo com o índice de gamacerano obtido para os óleos LAD (1 e 2), eles são indicativos de óleos lacustres de água doce, uma vez que os valores encontram-se abaixo de 40. Enquanto que o índice obtido para o óleo M2 sugere uma mistura de óleos (LAD + ME), não sendo detectado no óleo M1. Foi também detectada a presença de β-carotano nas amostras LAD (1 e 2) e M2, porém em baixa concentração indicando que o ambiente deposicional não é salino. As razões pristano/nC17 e fitano/nC18 calculadas para os óleos são utilizadas pelo fato de que, em geral, todos os óleos normais apresentam o pristano e o fitano em pequenas quantidades. Segundo relatos decrescem com o aumento da maturidade, fornecendo valores >1 para amostras imaturas e <1 para amostras maturas, podendo esta razão ser afetada pela biodegradação das n-parafinas pelas bactérias. Como as amostras dos óleos LAD (1 e 2) e M2 aqui analisadas mostraram valores > 1, podemos sugerir que são levemente maturas. Este dado é concordante com o cálculo obtido para a razão Ts/Tm < 1 [Tabela 8 - (G)] que também indica que estes óleos são levemente maturos, uma vez que a literatura88 mostra que o Ts é proveniente de uma migração da metila ligada ao C18 do Tm para o C17 [Figura 49]. O Tm é um composto naturalmente presente em organismos procarióticos e com o processo de catagênese se transforma em Ts. Portanto a razão Ts/Tm pode nos dar uma noção de maturação do óleo e, a presença em altas concentrações de Tm pode indicar a origem do mesmo, uma vez que em altas concentrações indica origem marinha. O composto Ts é termodinamicamente estável sendo um indicador 106 Resultados e Discussões – Capítulo 1 de fonte, enquanto que o composto Tm é um indicador sensível ao processo de maturação. Logo, quando a razão Ts/Tm > 1, têm-se amostras maturas, ao contrário, quando Ts/Tm < 1 têm-se amostras pouco maturas. As amostras tipo ME apresentam como principais características na fração neutra [Tabela 8], baixas concentrações dos alcanos lineares e ausência de pristano e fitano, o que indica que o óleo sofreu um processo de biodegradação. Nestas amostras detectou-se a presença de gamacerano em alta concentração e o índice de gamacerano obtido para os óleos ME [Tabela 8 - (E)] é indicativo de óleos marinho evaporítico. Foi também detectada a presença de β-carotano em concentrações relevantes indicando que o ambiente deposicional é salino. O valor obtido para a razão Ts/Tm < 1 [Tabela 8 - (G)] também indica que estes óleos são poucos maturos. A razão hopano/esterano < 4 [Tabela 8 - (I)] é característica de óleos marinhos, esta relação hopano sobre esteranos reflete respectivamente a contribuição de organismos procarióticos (proveniente de bactérias) versus a contribuição de organismos eucarióticos (organismos superiores) na geração dos óleos1,60. As razões 20S/(20S+20R) e [αββ/(αββ + ααα] (C29) [Tabela 8 - (O) e (P)] indicam que estes óleos são termicamente pouco evoluídos, assim como os valores obtidos para a razão βα/(αβ + βα) (hopano-C30) [Tabela 8 - (Q)]. 4.2 ANÁLISE DA FRAÇÃO NEUTRA INSATURADA (FNI) 4.2.1 Análise dos constituintes aromáticos Através da análise por CGAR-EM da fração neutra insaturada (FNI) constituída de hidrocarbonetos insaturados e obtida pelo método utilizado para o fracionamento das amostras, em continuação com os estudos geoquímicos dos óleos da Bacia Potiguar, foi feita a análise das classes benzenos e derivados, naftalenos, fenantrenos, sesquiterpanos aromáticos, terpanos aromáticos e esteranos 107 Resultados e Discussões – Capítulo 1 e alquil-esteranos aromáticos [Figura 66]. As classes dos esteranos e alquilesteranos aromáticos fornecem parâmetros de evolução térmica e maturidade dos óleos, pelo fato de serem formados quando o petróleo é submetido ao aumento da pressão e temperatura. Devido ao fato dos microrganismos vivos não biossintetizarem os hidrocarbonetos aromáticos em quantidades significativas, a sua ocorrência em petróleo se deve, no entanto, as tranformações complexas de produtos naturais precursores135. Estas transformações ocorrem durante o processo de diagênese e catagênese136, 137, o que dificulta estabelecer a relação genética entre os componentes aromáticos do petróleo e seus produtos naturais, precursores que iniciam sua transformação diagenética com alterações de grupos funcionais, uma vez que, o processo de aromatização pode alterar significativamente a estrutura dos precursores pela ocorrência de alquilação; desalquilação; isomerização; e abertura do anel136, 138, 139, 140, 141. Seifert e Moldowan142, relataram novas séries de compostos monoaromáticos monitorando os íons-fragmentos em 253 e 239 daltons. Estas séries foram apontadas como sendo excelentes para estudos da evolução térmica e da origem, principalmente quando estudado o íon em m/z 253. 135 Hase, A. and Hites, R. A. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1976, 40, 1141-1143. Radke, M. Advances in Petroleum Geochemistry (J. Broocks and D. Welte, eds) Academic Press, NY. 1987, 141-207. 137 Albrecht, P. and Ourisson, G. Angewandte Chemie International Edition. 1971, 10, 209-225. 138 Heppenheimer, H.; Steffens, K.; Püttmann, W.; Kalkreuth, W. Organic Geochemistry. 1992, 18, 273-287. 139 Regina, M. Loureiro, B.; Cardoso, J. N. Organic Geochemistry. 1990, 15, 351-359. 140 Püttmann, W. and Villar, H. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1987, 51, 3023-3029. 141 Garrigues, P.; Saptorahardjo, A. Gonzalez, C. et al. Organic Geochemistry. 1986, 10, 959964. 142 Seifert, W. K. and Moldowan, J. M. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1978, 42, 77-95. 136 108 Resultados e Discussões – Capítulo 1 R R Benzenos [R = H] Alquil-benzenos [R = CH3] Naftalenos [R = H] Alquil-naftalenos [R = CH3] Antracenos R R1 R Fenantrenos [R = H] Alquil-fenantrenos [R = CH3] R Esterano MA [Anel A] R = -CH3; -CH2CH3 R1 = CH3 R R1 H Esterano MA [Anel C] R = -CH3; -CH2CH3 Esterano TA [Anel ABC] R = -CH3; -CH2CH3 R1 = CH3 Figura 66: Compostos aromáticos típicos encontrados em óleos e sedimentos. Mackenzie e colaboradores143, relataram séries de alquil-esteranos monoaromatizados no anel C e triaromatizados em folhelhos da Bacia de Paris, monitorando os íons-fragmentos em m/z 267 e m/z 231, respectivamente, 143 Mackenzie, A. S.; Hoffmann, C. F.; Maxwell, J. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1981a, 45, 1345-1355. 109 Resultados e Discussões – Capítulo 1 observando um aumento na extensão da aromatização dos esteranos monoaromáticos para triaromáticos, com o aumento da evolução térmica. Os esteranos aromáticos também foram utilizados em estudos de biodegradação, onde relatos da literatura mostram que os esteranos de baixo peso molecular (C21 – C22) são mais resistentes do que seus homólogos superiores (C26 – C29)144 e também que, os de configuração 20R são mais suscetíveis a biodegradação do que os de configuração 20S 144, 145 . Conseqüentemente, relatam também que os esteranos triaromáticos de baixo peso molecular (C20 a C22) apresentam uma diminuição nas concentrações relativas, que pode ser atribuídos possivelmente à solubilidade preferencial da água144. Recentemente, uma nova série de compostos triaromáticos alquilpregnanos146 (C21 – C26) e 21-norcolestanos147 (C26 – C28) foram identificados em amostras de óleos e extratos de rochas. Estes compostos mostram grande importância no controle da fonte e/ou ambiente deposicional em adição a maturidade térmica (21-norcholestanos) e também na correlação de óleo/fonte geradora e óleo/óleo (alquil-pregnanos). Dentre os marcadores biológicos insaturados analisados foram detectados somente esteranos mono e triaromáticos, além de alquil-esteranos monoaromáticos nos óleos do tipo ME, estando ausentes ou em quantidades de traços nos óleos tipo LAD e M. Esta detecção só foi possível utilizando o método de monitoramento de íons selecionados em espectrometria de massas. 144 Wardroper, A. M. K; Hoffmann, C. F.; Maxwell, J. R.; Barwise, A. J. G.; Goodwin, N. S.; Park, P. J. D. Organic Geochemistry. 1984, 6, 605-617. 145 Mackenzie, A. S.; Lewis, C. A.; Maxwell, J. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1981b, 45, 2369-2376. 146 Li, M. and Jiang, C. Organic Geochemistry. 2001, 32, 667-675. 147 Bao, J. and Li, M. Organic Geochemistry. 2001, 32, 1031-1036. 110 Resultados e Discussões – Capítulo 1 4.2.1.1 Análise de esteranos mono e triaromáticos e alquil-esteranos monoaromáticos. Os esteranos monoaromáticos e triaromáticos são usados como indicadores de fonte (espécies eucarióticas), úteis em estudos de correlação e na avaliação do estresse térmico, bem como para avaliar a maturidade em amostras de óleos148. As análises por CGAR-EM da classe dos esteranos aromáticos no anel C apresentam íons estáveis por ionização eletrônica com relação m/z 143, 239 e 253, onde se mostra como principal íon-fragmento em m/z 253. Os esteranos triaromáticos também podem ser detectados monitorando-se vários íons, sendo os íons-fragmentos em m/z 231 e m/z 245 os mais comumente utilizados. As Figura 67, Figura 68, Figura 69, apresentam os cromatogramas de íons selecionados em m/z 253 para os esteranos monoaromáticos no anel C e, em m/z 231 e m/z 245 para os esteranos triaromáticos e triaromáticos metilados, respectivamente. R m/z 253 R = -H, -CH3, -C2H5 Figura 67: Cromatograma de íons selecionados em m/z 253 mostrando a presença dos Esteranos aromáticos no anel C nos óleos Marinhos Evaporíticos. 148 Moldowan, J. M. and Fago, F. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1986, 50, 343-351 111 Resultados e Discussões – Capítulo 1 R m/z 231 R = -H, -CH3, -C2H5 Figura 68: Cromatograma de íons selecionados em m/z 231 mostrando a presença dos Esteranos triaromáticos desmetilados nos óleos Marinhos Evaporíticos. R m/z 245 R = -H, -CH3, -C2H5 Figura 69: Cromatograma de íons selecionados em m/z 245 mostrando a presença dos Esteranos triaromáticos metilados nos óleos Marinhos Evaporíticos. A aromatização de esteróis no anel C (MA) convertendo-os em compostos triaromatizados no anel ABC (TA) envolve a perda de um grupo metila localizado na junção dos anéis A/B. O centro assimétrico no carbono C5 é perdido durante a conversão dos compostos monoaromáticos para triaromáticos60. Sendo assim, quando esta conversão ocorre, é possível determinar a maturidade térmica da 112 Resultados e Discussões – Capítulo 1 amostra através da razão TA / (MA+TA) para as conversões C29 → C28 e C28 → C27 [Figura 70]. R 10 5 H Pressão R 10 5 C29-MA; R = -CH2CH3 C28-TA; R = -CH2CH3 C28-MA; R = -CH3 C27-MA; R = -CH3 Figura 70: Conversão de esteranos monoaromáticos (MA) para triaromáticos (TA) durante o processo de evolução térmica. Após análise dessas classes de compostos nas amostras aqui estudadas, foi feito o cálculo para a razão TA/(MA+TA) que é um importante parâmetro utilizado na determinação da maturidade em amostras de óleos. Esta razão aumenta de 0 a 100%, sendo que no início da geração de óleo encontram-se valores entre 40-60%5. Este parâmetro baseia-se em reações de aromatização para determinar a evolução térmica de óleos e sedimentos e, é mais sensível ao aumento da temperatura do que as razões baseadas em isomerizações de centros assimétricos tal como 20S / 20S + 20R dos compostos esteranos1,60. Os cálculos obtidos para a relação TA / (MA+TA) na amostra tipo ME para os esteranos aromáticos detectados da série C27 (colestano), C28 (24-metil-colestano) e C29 (24-etil-colestano), forneceram os seguintes valores: C27 TA/(C28 MA + C27 TA) igual a 19,88% e C28 TA/(C29 MA + 113 Resultados e Discussões – Capítulo 1 C28 TA) igual a 22,5%. Estes resultados indicam que o óleo é de baixa maturidade térmica ou termicamente pouco evoluído. Além dos compostos esteranos monoaromáticos e triaromáticos (desmetilados e metilados) [Tabela 9 e Tabela 10] foram observados também a presença de alquil-esteranos substituídos no anel A e monoaromatizado no anel C, compostos que se fragmentam fornecendo o íon em m/z 267. Acredita-se que tais compostos apresentam uma metila no anel A como mostra a Figura 71 [Tabela 10]. R m/z 267 R1 H R = -H, -CH3, -C2H5 R1 = -CH3 Figura 71: Cromatograma de íons seletivos em m/z 267 mostrando a presença dos Alquilesteranos monoaromáticos nos óleos Marinhos Evaporíticos. Esteróides monoaromáticos com número de carbonos C27, C28 e C29, quando presente em petróleo podem estar associado a inclusão de matéria orgânica terrestre, marinha ou lacustre1, embora possa ocorrer sobreposições na distribuição destes componentes. Óleos gerados de fontes marinhas geralmente contém baixa concentração de compostos com 29 carbonos (C29) quando comparados a amostras geológicas de fontes não-marinhas que apresentam uma relação C29 / (C27 – C29) > 0,51. A presença dos componentes aromáticos nas amostras ME mostra a baixa concentração de esteranos C29 quando comparada aos esteranos C27 – C28, apesar da sobreposição dos mesmos, fornecendo uma relação C29 / (C27 – C29) < 0,5. Este 114 Resultados e Discussões – Capítulo 1 resultado corrobora com o ambiente geológico em que a amostra foi gerada, ou seja ambiente marinho. A análise e identificação dos esteranos monoaromáticos utilizando a CGAR/EM, em geral, apresenta o íon-fragmento em m/z 253, como o principal íon para essa classe de compostos. Entretanto, na literatura60,143,144,145,146,147,148 normalmente se avalia esta classe de compostos como sendo aromatizados no anel C. Porém, não fica claro como seria o comportamento dos esteranos aromatizados nos anéis A ou B. Deste modo, a síntese do composto aromatizados no anel A ou B e a coinjeção destes padrões com amostras de óleos e sedimentos, torna-se necessária para que seja possível diferenciar tais compostos, uma vez que ambos quando presentes em amostras podem responder ao monitoramento do mesmo íon em m/z 253. Com o objetivo de verificar a possível diferença entre a identificação de compostos aromatizados no anel A e no anel C, sugerimos no início deste trabalho a síntese e posteriormente a coinjeção de um esterano aromatizado no anel A. Tabela 9: Esteranos mono- (m/z 253) e triaromáticos (m/z 231) detectados nos óleos ME. m/z 253 m/z 231 Pico Composto Massa Pico Composto Massa molecular molecular 340 C27 (20S) 366 C26 (20S) 91 99 92 C27 (20R) 366 100 C26 (20R) + C27 340 / 354 (20S) 93 C28 (20S) 380 101 C26 (?) 340 94 C27 (20R) 366 102 C27 (21-nor) +C28 354 / 368 (20S) 95 C28 + C29 380 / 394 103 C27 (20R) 354 96 C29 394 104 C28 (20R) 368 97 C28 + C29 380 / 394 98 C29 394 115 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 10: Metil-esteranos mono- (m/z 267) e triaromáticos (m/z 245) detectados nos óleos ME. m/z 245 m/z267 Pico Composto Massa Pico Composto molecular Massa molecular 105 C27H34 358 111 C28H44 380 106 C28H36 372 112 C28H44 380 107 C27H34 358 113 C29H46 394 108 C29H38 386 114 C28H44 380 109 C28H36 372 115 C29H46 + C30H48 394+408 110 C29H38 386 116 C29H46 394 117 C29H46 + C30H48 394+408 A coinjeção do composto sintetizado (20R,24R)-4-metil-estigmasta1,3,5(10)-trieno [211] com amostras de óleos (fração insaturada) [Figura 72], mostra que a retenção do composto aromatizado no anel A é bem diferente daqueles aromatizados no anel C. A ausência deste composto nas amostras aqui estudadas, nos fez procurar outro meio de se comparar e comprovar esta diferença de comportamento na retenção entre estas duas classes. Deste modo foi realizada a coinjeção do padrão [211] com extratos de afloramento de Irati, da bacia do Paraná [Figura 73], já analisados anteriormente pelo grupo, onde foram encontradas grandes concentrações de compostos aromáticos. Mesmo com a ausência do composto [211] nestas amostras, mas com a presença de outros componentes da mesma classe [Figura 73], foi possível verificar que os compostos aromatizados no anel A eluem realmente em tempo de retenção bem diferente dos compostos aromatizados no anel C. No espectro de massas do composto [211] [Figura 74], podemos observar que o íon-fragmento com 253 daltons de massa-carga apresenta menor intensidade, 116 Resultados e Discussões – Capítulo 1 sendo o íon-fragmento mais intenso correspondente a relação m/z 211, com fragmentação tipo retro-Diels Alder no anel D [Figura 75]. Este dado é interessante uma vez que não há relatos na literatura monstrando esta propriedade de retenção e a diferença de comportamento entre os esteranos aromatizados no anel A e no anel C. Além disso, como resultado mostra que, o processo de aromatização dos esteranos durante o período de evolução térmica do óleo, pode fornecer componentes aromáticos tanto aromatizado no anel A quanto no anel C, sendo o processo de desidrogenação no anel C mais susceptível ao aumento da temperatura. Figura 72: Amostra ME2 coinjetada com padrão sintético (20R,24R)-4-metil-estigmasta1,3,5(10)-trieno [211]. (A) Monitoramento de íon selecionado com m/z 253; (B) Monitoramento de íon selecionado com m/z 211. 117 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 73: Análise em CG/EM do extrato de afloramento da bacia do Paraná. (C) Monitoramento de íon selecionado com m/z 211; (D) Coinjeção do extrato com padrão sintético (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. Ar1 – Aromático C28 (20S ou 20R) Ar2 – Aromático C29 (20S ou 20R) 118 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 74: Espectro de massas do composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. e H H H 2e H + + H + + H H H H H H H C H3 [C 16 H 19 ] + . m /z 2 1 1 Figura 75: Proposta de fragmentação para formação do íon-fragmento em 211 daltons a partir do composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. 119 Resultados e Discussões – Capítulo 1 5 Análise de Esteranos por CGAR/EM-EM A análise e identificação realizada em CGAR/EM-EM para os esteranos com número de carbonos C21 e C22 [Figura 76] e C26 a C29 [Figura 77], através da técnica de transição íon precursor – íon produto, estão representados pelos cromatogramas da Figura 78 a Figura 80, respectivamente, representativas para os óleos do tipo ME estudados neste trabalho. Entretanto, os compostos da classe pregnanos (C21 e C22) somente estão presentes nas amostras marinhos evaporíticos, não sendo detectados nas amostras LAD e M. Segundo relatos da literatura149 estes compostos foram encontrados somente em ambientes hipersalinos e até o presente momento, possuem origem biológica desconhecida. Entretatno, os compostos C27, C28 e C29 encontram-se presentes nestas amostras, mas como pode ser observado nos cromatogramas [Figura 81 e Figura 82, respectivamente], em concentrações menores do que nas amostras marinhas. Outro fato interessante e que reforça dados anteriores mencionado neste trabalho, é a confirmação da ausência destes compostos na amostra M1 e maior contribuição de óleo lacustre na amostra M2 devido à predominância de C29. Os compostos foram previamente detectados, utilizando a técnica íons precursor-íon produto, podendo ser confirmados ou quantificados somente por coinjeção com um padrão sintético. Acredita-se que uma possibilidade para a presença dos compostos C21 e C22 esteranos saturados, sejam provenientes da cisão da cadeia lateral pelo processo de craqueamento que pode ocorrer durante o aumento da maturidade térmica, como documentado para os compostos C21 e C22 mono- e triaromáticos em óleos142 e extratos de rochas143. 149 Ten Haven, H. L.; de Leeuw, J. W; Peakman, T. M.; Maxwell, J. R. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1986, 50, 853-855. 120 Resultados e Discussões – Capítulo 1 20 C 21 21 21 22 20 C 22 P re g n a n o s Figura 76: Estruturas propostas para C21- e C22– Esteranos 26 23 m/z 217 25 21 24 20 22 21 22 20 23 24 25 24 26 25 23 26 21-no rcolestano C26 (M=358) 21 24-no rcolestano C26 (M=358) 24 27-no rcolestano C26 (M=358) 27 25 24 24 26 Colestan o C27 (M=372) 24 -metil-colestan o C28 (M=386) 24 -etil-colestan o C29 (M=400) Figura 77: Estruturas propostas para C26-, C27-, C28- e C29- Esteranos 121 Resultados e Discussões – Capítulo 1 * Coluna capilar CP-Sil5 CB low Bleed (60m x 0,25mm x 0,25µm). ** Equipamento: Varian 1200 (Triplo quadrupolo) Figura 78: Análise em CG/EM-EM* [transição íon precursor – íon produto] [288 → 217 (A) e 302 → 217 (B)] representativo para identificação prévia de C21 e C22 – esteranos. (A1) e (B1): Ampliação do cromatograma de massas na região de interesse. 122 Resultados e Discussões – Capítulo 1 * Coluna capilar CP-Sil5 CB low Bleed (60m x 0,25mm x 0,25µm). ** Equipamento: Varian 1200 (Triplo quadrupolo) Figura 79: Análise em CG/EM-EM* [transição íon precursor – íon produto] [358 → 217 (A); 372 → 217 (B); 386 → 217 (C); e 400 → 217 (D)]; representativo para identificação prévia de C26 - C29 – esteranos na amostra ME1. (A1) a (D1): Ampliação do cromatograma de massas na região de interesse. 123 Resultados e Discussões – Capítulo 1 * Coluna capilar CP-Sil5 CB low Bleed (60m x 0,25mm x 0,25µm). ** Equipamento: Varian 1200 (Triplo quadrupolo) Figura 80: Análise em CG/EM-EM* [transição íon precursor – íon produto] [358 → 217 (A); 372 → 217 (B); 386 → 217 (C); e 400 → 217 (D)]; representativo para identificação prévia de C26 - C29 – esteranos na amostra ME2. (A1) a (D1): Ampliação do cromatograma de massas na região de interesse. 124 Resultados e Discussões – Capítulo 1 * Coluna capilar CP-Sil5 CB low Bleed (60m x 0,25mm x 0,25µm). ** Equipamento: Varian 1200 (Triplo quadrupolo) Figura 81: Análise em CG/EM-EM* [transição íon precursor – íon produto] [372 → 217 (A) e (A1); 386 → 217 (B) e (B1); e 400 → 217 (C) e (C1)]; representativo para identificação prévia de C26 - C29 – esteranos na amostra tipo LAD. 125 Resultados e Discussões – Capítulo 1 * Coluna capilar CP-Sil5 CB low Bleed (60m x 0,25mm x 0,25µm). ** Equipamento: Varian 1200 (Triplo quadrupolo) Figura 82: Análise em CG/EM-EM* [transição íon precursor – íon produto] [372 → 217 (A); 386 → 217 (B); e 400 → 217 (C)]; representativo para identificação prévia de C26 - C29 – esteranos na amostra M2. 126 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Os norcolestanos (C26) são compostos conhecidos, cuja estrutura são generalizadas como C26-esteranos, pois há uma perda de um carbono originando os compostos C21-, C24- e C27-norcolestanos150 [Figura 77, pág. 119]. Estes compostos mostram-se promissores como indicadores de ambiente deposicional25 e idade geológica26. Para esta análise, como foi observado na literatura150, ocorre uma interferência na detecção dos norcolestanos (C26), devido a alta concentração de colestanos C27, impossibilitando a detecção por CG-EM convencional. Na tentativa de se identificar os compostos norcolestanos, utilizamos a técnica de transição íonprecursor→íon-produto para as análises dos óleos que estão representadas na Figura 79(A) e Figura 80(A) [pág. 121-122] onde se analisa a transição íon precursor-íon produto [M+. (358) → 217], e que só foi possível detectar estes compostos nas amostras do tipo ME. Desta forma, observamos que os componentes norcolestanos presentes nas amostras, coeluem com os componentes derivados (diastereoisômeros) do colestano por eluirem no mesmo intervalo de tempo de retenção, ou bem próximos, uma vez que a técnica utilizada é específica para detecção de íon-fragmento (íon-produto) gerado por um único íon precursor de massa molecular igual a 358 daltons. A distribuição dos esteranos com C27 (colestanos), C28 (24-metil-colestanos) e C29 (24-etil-colestanos) carbonos em óleos, é um poderoso parâmetro de correlação de fonte142. Altas concentrações de C29 comparado com C27 e C28 esteranos pode indicar matéria orgânica proveniente de plantas terrestres. Esta interpretação está baseada em relatos da literatura130 que indicam alta predominância de C29 esterois em plantas superiores e sedimentos (exemplo, βsitosterol - C29). Por outro lado, o C27 colesterol é encontrado em maior abundância 150 Moldowan, J. M.; Lee, C. Y.; Watt, D. S.; Jeganathan, A.; Slougui, N-E.;Gallegos, E. J. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1991, 55, 1065-1081. 127 Resultados e Discussões – Capítulo 1 em animais, portanto altas concentrações de C27 indica que a matéria orgânica de formação do óleo tem predominância de animais. 5.1 Análise de 4-Desmetil-Esteranos (C30); 2-, 3- e 4-Metil– Esteranos (C30) e Dinosteranos (C30) por CGAR/EM-EM. 5.1.1 4-Desmetil-Esteranos (C30) A presença de 4-desmetil-esteranos (C30) quando analisado em CGAR/EMEM é o mais importante parâmetro para identificar quantidade de matéria orgânica de origem marinha do gerador. Estes C30 – esteranos foram identificados por coinjeção e relatados como 24-n-propilcolestanos [Figura 83] por Moldowan et al.61 e 24-isopropilcolestanos [Figura 83] por McCaffrey, et al.28, e somente são identificados por análise em MRM/CG/EM-EM (onde MRM = monitoramento de reações múltiplas) pela transição íon-precursor→íon-produto [M+. (414) → 217 daltons], pois a concentração destes compostos são relativamente baixos, bem como, coeluem com outros compostos de mesmo peso molecular, tal como, C30 (4metil-esteranos). Estes compostos aparentemente são derivados de precursores esteróis tais como 24-n-propilideno-colesterol e 24-n-propilcolesterol [Figura 84], bioquimicamente sintetizados nos oceanos por algas marinhas Chrysophyte61 da espécie Sarcinochrysidales e são comuns serem encontrados em invertebrados marinhos, presumivelmente devido a ingestão destas algas pelos mesmos. Segundo relatos da literatura28,61 vários epímeros desta classe foram detectados e identificados por coinjeção de padrão sintético em diversos óleos e sedimentos, com a seguintes configurações: 5α(H),14α(H),17α(H) [20R ou 20S]; 128 Resultados e Discussões – Capítulo 1 5α(H),14β(H),17β(H) [20R ou 20S]; 5β(H),14β(H),17α(H) [20R ou 20S]; 5β(H),14α(H),17α(H) [20R ou 20S]. 21 m /z 21 7 22 20 17 1 23 m /z 21 7 24 24 H 14 H 5 H 17 14 H 5 H 2 4-n -p ro p il-colestan o - C 30 (2 0S ou 2 0R ) H 2 4-iso prop il-co lestan o - C 3 0 (2 0S ou 2 0R ) Figura 83: Estrutura representativa para a classe de compostos 24-n-propil- e 24isopropilcolestanos [4-Des-esteranos (C30)]. 21 20 H 1 H 21 22 23 24 22 20 17 14 H 1 H H 23 24 17 14 H HO HO 2 4 -n -p rop il-co lesterol - C 30 24 -p ro pilideno -co lesterol - C 30 Figura 84: Estruturas dos precursores dos compostos 24-propil-colestanos. A Figura 85 mostra a proposta de fragmentação para a formação do íonfragmento m/z 217 para os derivados do esterano e a Figura 86 mostra uma análise cromatográfica comparativa entre a detecção dos compostos C30 – esteranos por CG-EM(MIS), monitorando a relação m/z 217, 231 e 414 e os compostos da classe 24-propil-colestanos (C30-desmetil-esteranos) por CG/EM-EM [íon precursor–íon produto; M+.(414) → 217], confirmando a presença desta classe em óleos marinhos. 129 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Como podemos observar, esta classe coelue com outros componentes da classe esteranos que possuam 29 a 30 carbonos em sua estrutura e só são possíveis de serem detectados e resolvidos utilizando a CGAR/EM-EM. Os compostos detectados indicam ser epímeros da classe 24-npropilcolestano e 24-isopropilcolestano, presentes na fração saturada dos óleos tipo ME, indicando origem marinha como já discutido na literatura. Porém, não foram detectados nas frações saturadas dos óleos LAD e M, o que reforça a baixa contribuição do óleo marinho na formação do óleo misto. R R a α + e R1 H 1 2e R1 H - C 9H 19 + R R1 H r, α 2e a R1 3 CH3 CH3 H 2 R1 H 4 -H -CH3 -C2H5 -C3H7 1 372 386 400 414 2 357 371 385 399 3 232 232 232 232 4 217 217 217 217 Íon- R= R1 = fragmento -H Figura 85: Mecanismo de fragmentação proposto para derivados do esterano. 130 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 86: Comparação dos cromatogramas na região de C30 – desmetil-esteranos (↓) obtido do resultado das análises por CGAR/EM/MIS em m/z 217 + 231 + 414 e por CGAR/EM-EM pela transição íon precursor– íon produto [M+. (414) → 217]. Uma vez que esses compostos são confirmados somente pela transição íon precursor–íon produto [M+. (414) → 217 daltons], monitorado por CG/EMEM(MRM), a confirmação estrutural de cada pico detectado, bem como a eluição cromatográfica e diferenciação entre as séries 24-n-propil- e 24- isopropilcolestanos, só se dará a partir de coinjeção da amostra com padrões sintéticos. Entretanto, a partir da utilização da técnica acima mencionada podemos caracterizar a presença destes compostos nos óleo tipo ME, como sendo da classe 4-desmetil-esteranos (C30) [Figura 87], conforme descrito na Tabela 11. 131 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 87: Distribuição de 4-desmetil-esteranos (C30) [24-n-propil- e 24-isopropilcolestanos] na fração saturada das amostras tipo ME, obtido pelo monitoramento da transição íon precursor – íon produto [M+. (414) → 217 daltons] (MRM/CG/EM-EM). 132 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 11: Distribuição de 4-Desmetil-esteranos (24-n-propil- e 24-isopropilcolestano) detectados em amostras ME pelo monitoramento da transição íon precursor–íon produto [M+.(414) → 217 daltons] Pico Composto Fórmula Massa Molar 118 4-Desmetil-esterano C30 119 4-Desmetil-esterano C30 120 4-Desmetil-esterano C30 121 4-Desmetil-esterano C30 C30H54 414 122 4-Desmetil-esterano C30 123 4-Desmetil-esterano C30 124 4-Desmetil-esterano C30 125 4-Desmetil-esterano C30 126 4-Desmetil-esterano C30 5.1.2 2-metil-, 3-metil-, 4-metil-esterano e Dinosterano. Os componentes 4-metil-esteranos podem ser divididos em 2 classes [Figura 88]: (1) Análogos de C28 - C30 esteranos substituídos na posição 4 e 24 (como por exemplo, C28 - 4α-metil-colestano; C29 - 4α-metil-24-metil-colestano; e C30 - 4αmetil-24-etil-colestano), que são detectados em CGAR/EM-EM utilizando a técnica íon precursor-íon produto, monitorando-se as transições [M+. (386) → 231 (C28); M+. (400) → 231 (C29); e M+. (414) → 231 (C30)], proposta na Figura 89; e (2) C30 dinosteranos, por exemplo: 4α(CH3),23,24-dimetilcolestano (C30) monitorando-se a transição [(M+. (414) → 231] e a transição [M+. (414) → 98]. Entretanto, a presença dos compostos C30-esteranos em uma amostra torna-se difícil a identificação de cada componente por apresetarem a mesma transição íon precursor-íon produto e por muitos coeluirem no mesmo tempo de retenção. Sendo possível distinguí-los somente com a coinjeção de padrões sintetizados. 133 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Relatos da literatura59, 60, 151 demonstram a possibilidade de se distinguir 4αmetil-24-etil-colestano (C30) de 4α(CH3),23,24-dimetilcolestano (dinosterano-C30), monitorando a transição [M+. (414) → 98], uma vez que os componentes derivados do 4-metil-24-etil-colestano apresentam no espectro de massas de varredura de íons totais o íon-fragmento m/z 95 com maior proporção ao íon-fragmento m/z 98, enquanto que, supostamente os derivados do dinosterano apresentam no espectro de massas de varredura de íons totais o íon-fragmento m/z 98 com intensidade ligeiramente maior do que o íon-fragmento m/z 95. Entretanto Summons e colaboradores57 relataram que após analisar em CG/EM uma mistura de padrões contendo diastereoisômeros do 4α-metil-24-etil-colestano e do 4α(CH3),23,24dimetilcolestano (4 isômeros), dois deste último apresentaram a relação m/z 98 > m/z 95, enquanto que outros dois isômeros apresentaram a relação m/z 98 < m/z 95. Fato este que mostra que é possível realmente identificá-los somente com a coeluição com padrão sintético, devido a baixa concentração (traços) destes compostos nas amostras. R m /z 2 31 20 H H 4 H 4 α -m etil-estera n o 23 m /z 2 31 17 H H 24 20 H 17 H R = -H (C 2 8 ; M = 3 8 6 ) R = -C H 3 (C 2 9 ; M = 4 0 0 ) R = -C 2 H 5 (C 3 0 ; M = 4 1 4 ) H 24 m /z 9 8 H 4 H D in o stera n o (C 30 ) M = 414 Figura 88: Estruturas representativas da classe 4-metil-esteranos [C28 – C30] e Dinosteranos. 151 McEvoy, J. and Maxwell, J. R. Advances in Organic Geochemistry. 1981 (Eds, M. Bjoroy et al.), Wiley, Chichester, 449-464. 134 Resultados e Discussões – Capítulo 1 R R a α + e R1 H 1 R1 2e H - C 9H 19 + R H R1 r, α 2e a R1 3 CH3 CH3 H 2 R1 H -H -CH3 -C2H5 1 386 400 414 2 371 385 399 3 246 246 246 4 231 231 231 Íon-fragmento R= 4 R1 = -CH3 Figura 89: Mecanismo de fragmentação proposto para 4-metil-esteranos. A origem de C28 – C30 [4-metil-esteranos] saturados, substituídos no anel A, como por exemplo 4-metil-24-etil-colestano em petróleo, pode ser principalmente derivado de 4α-metil-esterol biossintetizados por dinoflagelados vivos58,59, entretanto 4α-metil-esterol também tem sido encontrado em microalgas prymnesiophyte do gênero Pavlova152 e certas bactérias Methylococcus capsulatus1,60, sendo que nesta os 4-metil-esteranos não são alquilados no carbono C24. Wolff e colaboradores, 1986(a e b)58,59, propuseram um esquema diagenético para formação de 4-metil-esteranos e 4-metil-diasteranos a partir de 4-metil152 Volkman, J. K.; Kearney, P.; Jeffrey, S. W. Organic Geochemistry. 1990, 15, 489-497. 135 Resultados e Discussões – Capítulo 1 esteran-3-ol [Figura 90], após realização de vários testes sintéticos ou biosintéticos em laboratório para obtenção destas classes. R 4-m etil-esteran-3-ol HO D E SID R A T A Ç Ã O / R E A R R A N JO R R R R E A R R A N JO E ST R U T U R A L R REDUÇÃO R 4 REDUÇÃO 5 4 [4 β -m etil-esterano] R R 5 [4 α - m etil-esterano] H H D ecréscim o relativo p ara [4 α - m etil-esterano] Figura 90: Esquema diagenético proposto por Wolf e colaboradores, 1986 (a e b)58, 59, para a formação de 4-metil-esteranos e 4-metil-diasteranos a partir de 4-metil-esteran-3-ol. Os componentes da classe dinosterano (C30) são derivados de dinosterol ou dinostanol [Figura 91] e parecem ser particularmente específico de dinoflagelados. Os dinoflagelados tem sido encontrados em ambientes marinhos e não marinhos. Nestas espécies são encontrados tanto dinosteranos (C30) quanto 4α-metil-24etilcolestano (C30), entretanto em espécies marinhas o 4α-metil-24-etilcolestano é menos específico para dinoflagelados do que o dinosterano. Isto se deve ao fato de também serem originados de 4α-metil-24-etilcolesterol em algas prymnesiophyte1,57,58,59,60,152. 136 Resultados e Discussões – Capítulo 1 23 23 24 H H H 24 H H H 4 4 HO HO 4α α ,23,24-trimetil-colesterol [Dinosterol (C 30)] H 4α α ,23,24-trimetil-colestanol [Dinostanol (C 30)] Figura 91: Estruturas representativas do Dinosterol e Dinostanol. Segundo relatos da literatura1,55,57,60,153 ambos petróleos marinho e não marinho apresentam em sua constituição diagenética a classe de compostos 4metil-esteranos (C28 – C30). Mas em especial atenção aos componentes C30esteranos, ambos 4α-metil-24-etil-esteranos e dinosteranos são relatados a presença em rochas e óleos marinhos pela inclusão de dinoflagelados marinhos. Outro fato importante está na diversidade das várias espécies de dinoflagelados não marinho, embora em sedimentos lacustres tem sido relatado somente a presença de 4αmetil-24-etil-colestanos. Além dos componentes 4-metil-esteranos (C28 – C30), duas séries de compostos pseudohomólogos da série C28 – C30, também foram identificados e relatados como 3β-metil-esteranos62,154 e 2α-metil-esteranos29,30 [Figura 92], provavelmente originados de esteróis via ∆2-esterenos através de um processo de alquilação bacteriana155, embora exista relatos de outras possibilidades quanto a origem destes composto30,154. Para os análogos C28 – C30, os compostos 3β-metil153 Goodwin, N. S.; Mann, A. L.; Patience, R. L. Organic Geochemistry. 1988, 12, 495-506. Dahl, J.; Moldowan, J. M.; Summons, R. E.; et al. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1995, 59, 3717-3729. 155 Dastillung, M. and Albrecht, P. Nature. 1977, 269, 678-679. 154 137 Resultados e Discussões – Capítulo 1 esteranos predominam sobre os 2α-metil-esteranos e entre eles permanecem constante para óleos de fontes geradoras depositados sob diferentes condições. Esta evidência foi utilizada como suporte para um precursor comum ∆2-estereno na formação de 2- e 3-metil-esteranos30. A análise de 2- e 3-metil-esteranos podem ser dificultada por causa do grande número de diastereoisômeros, tais como os rearranjados (diasteranos) e 4-metilesteranos, além dos diastereoisômeros do dinosterano. Entretanto, para a classe C30–metil-esteranos, 4 séries são conhecidas e já foram identificadas em óleos e sedimentos: 3β-metil-24-etil-colestano; 2α-metil-24-etil-colestano; 4α-metil-24etil-colestano; e dinosterano. R R m/z 231 20 H 3 5 H 17 m/z 231 24 H H 14 H H 3β-metil-esterano 20 R = -H (C28; M=386 ) R = -CH3 (C29; M=400) R = -C2H5 (C30; M=414) 2 5 H 17 24 H 14 H H R = -H (C28; M=386 ) R = -CH3 (C29; M=400) R = -C2H5 (C30; M=414) 2α-metil-esterano Figura 92: Estruturas representativas da classe 2-metil e 3-metil-esteranos [C28 – C30]. Dentre os óleos estudados neste trabalho, a classe de compostos dos análogos C30-esteranos [2α-metil-24-etil-colestano; 3β-metil-24-etil-colestano; e 4α-metil24-etil-colestano], foram detectados tanto nos óleos marinhos evaporíticos quanto nos lacustres de água doce. Além destes, a presença de dinosteranos (4α,23,24trimetil-colestano - C30) foi detectada nos óleos do tipo ME, por serem componentes específicos de dinoflagelados marinhos, entretanto a similaridade entre o perfil cromatográfico da transição [M+. (414) → 231] para os óleos ME e 138 Resultados e Discussões – Capítulo 1 LAD deixa a dúvida se estes compostos também estariam presentes nos óleos LAD, uma vez que, segundo relatos da literatura1,60 determinadas espécies de organismos dinoflagelados também se encontram presentes em ambientes lacustres. Por outro lado, o perfil cromatográfico referente a análise por CGAR/EMEM(MRM), monitorando a transição [M+. (414) → 98], não apresentou similaridade quanto ao perfil cromatográfico para mesmo monitoramento realizado para os óleos ME. Uma vez encontrados 4α-metil-24-etil-colestano (C30; 20R ou 20S) nos óleos do tipo ME, estes podem ser provenientes tanto de algas quanto dinoflagelados marinhos, classificando-os como componentes de ambiente marinho, enquanto que a presença destes compostos em ambientes lacustres podem ser provenientes de algas152 ou bactérias156, porém em menor concentração quando comparado aos óleos marinhos. As Figura 93 a Figura 95 mostram as análises e detecção por CGAR/EM-EM para as classes de compostos 2-metil-; 3-metil- e 4-metil-esteranos (C30); e dinosteranos (C30) em óleos marinhos evaporíticos e lacustres de água doce estudados neste trabalho. Os componentes foram previamente detectados por comparação com dados obtidos na literatura, podendo ser somente confirmados ou quantificados por meio de coinjeção com padrão sintético. 156 Bird, C. W.; Lynch, J. M.; Pirt, F. J.; et al. Nature. 1971, 230, 473-474. 139 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 93: Distribuição de metil-esteranos (C30) [2-; 3-; e 4-metil-esteranos] na fração saturada do óleo ME-1, obtido pelo monitoramento da transição íon precursor – íon produto [M+. (414) → 231; M+. (414) → 95; e M+. (414) → 98] (MRM/CGAR/EM-EM). 140 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 94: Distribuição de metil-esteranos (C30) [2-; 3-; e 4-metil-esteranos; e dinosteranos] na fração saturada do óleo ME-2, obtido pelo monitoramento da transição íon precursor – íon produto [M+. (414) → 231; M+. (414) → 95; e M+. (414) → 98] (MRM/CGAR/EM-EM). 141 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 95: Distribuição de metil-esteranos (C30) [2-; 3-; e 4-metil-esteranos] na fração saturada do óleo LAD-1, obtido pelo monitoramento da transição íon precursor – íon produto [M+. (414) → 231] (MRM/CGAR/EM-EM). Como um dos objetivos deste trabalho é identificar e confirmar a estereoquímica estrutural de alguns biomarcadores, a partir da coinjeção com padrões sintetizados, três componentes da classe metil–esteranos (C30) foram confirmados nos óleos ME e LAD, através da coinjeção e análise MRM (CG/EMEM) pelo monitoramento da transição [M+. (414) → 231]. A síntese destes compostos será detalhada e discutida posteriromente no Capítulo III. Inicialmente foi realizada a análise dos 3 padrões sintetizados (20R,24R)-2αmetil-estigmastano [135], (20R,24R)-3β-metil-estigmastano [136] e (20R,24R)-4αmetil-estigmastano [139] para se determinar o tempo de retenção e diferenciar os compostos [Figura 96]. 142 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 96: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EM-EM (MRM) dos padrões sintéticos: (A) Sobreposição dos cromatogramas dos componentes (20R,24R)-2α-metil-estigmastano [135] e (20R,24R)-3β-metil-estigmastano [136] na transição [M+. (414) → 231; (B) a (D) (20R,24R)-2αmetil-estigmastano [135] e (20R,24R)-4α-metil-estigmastano [139] para as transições [M+. (414) → 231; M+. (414) → 95; e M+. (414) → 98]. Dentre os componentes detectados previamente, por comparação com perfis cromatográficos de vários tipos de amostras relatadas na literatura e utilizando a mesma fase de coluna cromatográfica e as mesmas transições de MRM, foram confirmadas por coinjeção de padrões com amostra a presença de (20R,24R)-2αmetil-estigmastano [135] [Figura 97], (20R,24R)-3β-metil-estigmastano [136] [Figura 98] e (20R,24R)-4α-metil-estigmastano [139] [Figura 99]. 143 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 97: (A) Análise por CGAR/EM-EM (MRM) de metil-esteranos (C30) e dinosteranos do óleo ME [M+. (414) → 231]. (B) Coinjeção da amostra ME com padrão (20R,24R)-2α-metilestigmastano [135]. 144 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 98: (A) Análise por CGAR/EM-EM (MRM) de metil-esteranos (C30) e dinosteranos do óleo ME [M+. (414) → 231]. (C) Coinjeção da amostra ME com padrão (20R,24R)-3β-metilestigmastano [136]. 145 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 99: (A) Análise por CGAR/EM-EM (MRM) de metil-esteranos (C30) e dinosteranos do óleo ME [M+. (414) → 231]. (D) Coinjeção da amostra ME com padrão (20R,24R)-4α-metilestigmastano [139]. Dentre os óleos estudados neste trabalho, além dos componentes da classe [2metil-; 3-metil-; e 4-metil-24-etil-colestano; C30], os compostos análogos C28 – C29 – metil-esteranos [2-metil-; 3-metil-; e 4-metil-colestano (C28); e 2-metil-; 3-metil-; e 4-metil-24-metil-colestano (C29)], também foram detectados nos óleos Marinhos evaporíticos, Lacustres de água doce e Misto através da técnica CGAR/EM-EM 146 Resultados e Discussões – Capítulo 1 (MRM) monitorando as transições: [M+. (386) → 231; M+. (400) → 231], conforme está apresentado nas Figura 100 e Figura 101. Figura 100: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EM-EM (MRM) do óleo ME-1 dos análogos C28 – C29-metil-esteranos. (A) Transição [M+. (386) → 231]. (B) Transição [M+. (400) → 231]. 147 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 101: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EM-EM (MRM) monitorando as transições [M+. (386) → 231; e M+. (400) → 231] dos análogos C28 – C29-metil-esteranos. (C) e (D) Óleo ME-2; (E) e (F) Óleo LAD-1; (G) e (H) Óleo LAD-2; (I) e (J) Óleo M-2. 148 Resultados e Discussões – Capítulo 1 5.2 Análise da série homóloga (C29 – C35) da classe 3-alquilesteranos por CGAR/EM-EM (MRM). No decorrer das análises geoquímicas dos óleos LAD, M e ME notamos um fato interessante onde tanto os óleos ME quanto LAD fornecem em concentração razoável os compostos de anéis básicos esteranos e esteranos substituídos no anel A, discutido em ítens anteriores deste trabalho. Os componentes alquil-esteranos (C29 – C35) relatados na literatura1,29,60,107,108,154 pertencem somente a classe 3-alquil-esteranos, ou seja, grupos alquilas de cadeia igual ou superior a 2 carbonos ligados somente no carbono 3 do anel A [Figura 102], e que seguem o mesmo padrão de fragmentação de esteranos regulares apresentando como íons característicos e pico base nos espectros de massas os íons-fragmentos m/z 245; m/z 259; m/z 273; m/z 287; e m/z 301, que representam a presença de grupos alquila (-etil; -propil; -butil; -pentil; e – hexil, respectivamente) no anel anel A dos esteranos. A fragmentação e formação destes íons-fragmentos seguem a mesma proposta de mecanismo apresentado anteriormente para a formação do íon-fragmento m/z 217 [Figura 85], porém com o grupo alquila ligado somente ao carbono C3 do anel A. m/z 217 + R1 R= -H -CH3 -C2H5 R1= 245 400 414 428 -C2H5 259 414 428 442 -C3H7 273 428 442 456 -C4H9 287 442 456 470 -C5H11 301 456 470 484 -C6H13 R m/z 217 + R1 20 H H 3 R1 H 5 17 14 H H 3β-alquil-esteranos 24 Figura 102: Representação estrutural da classe 3-alquil-esteranos. 149 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Alguns autores60,154 sugerem que estes compostos sejam formados a partir da catálise bacteriana de uma molécula de açúcar C5 à 2-esteranos, sendo produtos de alteração diagenética de esteróis biossintetizados por eucariontes. A análise por CGAR/EM-EM (MRM) nos mostra a presença e nível de concentração destes compostos nas amostras em estudo, e a distinção entre os homólogos, sendo possível identificá-los somente com a coinjeção de padrões sintéticos, uma vez que, muitas vezes os mesmos se apresentam em baixas concentrações (traços). As Figura 103 a Figura 108, mostram o perfil cromatográfico da análise por MRM dos homólogos (C29 – C34) da classe 3-alquil-esteranos obtidos dos óleos Marinhos evaporíticos e Lacustres de água doce. Figura 103: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-colestanos dos óleos ME-1 e ME-2 analisados por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (400) → 245]; (B) Transição [M+. (414) → 259]; (C) Transição [M+. (428) → 273]; (D) Transição [M+. (442) → 287]. 150 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 104: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-colestanos dos óleos LAD-1 e LAD-2 analisados por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (400) → 245]; (B) Transição [M+. (414) → 259]; (C) Transição [M+. (428) → 273]; (D) Transição [M+. (442) → 287]. Figura 105: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-24-metil-colestano dos óleos ME-1 e ME-2 analisados por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (414) → 245]; (B) Transição [M+. (428) → 259]; (C) Transição [M+. (442) → 273]; (D) Transição [M+. (456) → 287]. 151 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 106: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-24-metil-colestanos dos óleos LAD-1 e LAD-2 analisados por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (414) → 245]; (B) Transição [M+. (428) → 259]; (C) Transição [M+. (442) → 273]; (D) Transição [M+. (456) → 287]. Figura 107: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-24-etil-colestanos dos óleos ME-1 e ME-2 analisados por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (428) → 245]; (B) Transição [M+. (442) → 259]; (C) Transição [M+. (456) → 273]; (D) Transição [M+. (470) → 287]. 152 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 108: Perfil cromatográfico de distribuição da classe 3-alquil-24-etil-colestanos do óleo LAD-1 analisado por CGAR/EM-EM (MRM). (A) Transição [M+. (428) → 245]; (B) Transição [M+. (442) → 259]; (C) Transição [M+. (456) → 273]; (D) Transição [M+. (470) → 287]. Comparando os resultados dos perfis cromatográficos da distribuição de 3alquil-esteranos entre os óleos marinhos evaporíticos e lacustres de água doce, observamos os seguintes fatos: 1- os componentes 3-alquil-colestanos, 3-alquil-24-metil-colestanos e 3alquil-24-etil-colestanos foram detectados em ambos os óleos (LAD e ME), mas em concentrações bem distintas; 2- entre os óleos ME (1 e 2), é possível observar maior concentração de componentes 3-alquil-colestanos na amostra ME-2, mesmo nível de concentração dos componentes 3-alquil-24-metil-colestanos em ambos 153 Resultados e Discussões – Capítulo 1 os óleos; e maior concentração de componentes 3-alquil-24-etilcolestanos na amostra ME-1. 3- entre os óleos LAD (1 e 2), é possível observar maior concentração de componentes 3-alquil-colestanos, 3-alquil-24-metil-colestanos e 3alquil-24-etil-colestanos na amostra LAD-1, não sendo detectados 3alquil-24-etil-colestanos na amostra LAD-2. 5.2.1 Confirmação estrutural de componentes da classe 3-alquilesteranos por coinjeção de padrões da série 3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-colestano; 3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)- 5β(H)-estigmastano. A análise prévia de detecção da presença de alquil-esteranos nas amostras em estudo mostra uma grande quantidade de componentes diastereoisômeros dos análogos C28 a C33, o que torna difícil identificar todos os componentes devido à complexidade na resolução dos mesmos, utilizando somente a técnica CGAR/EMEM (MRM) e também nos tipos de transformações estereoquímicas que podem ter ocorrido durante o processo de formação do óleo. Relatos da literatura1,29,60,154 mencionam geralmente a identificação dos compostos alquil-esteranos com substituição no carbono C3, como sendo da série 3β-alquil-esteranos. Entretanto, análises realizadas neste trabalho de coinjeção das amostras com padrões da série [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-colestanos] e [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-estigmastanos] sintetizados por Lopes et 154 Resultados e Discussões – Capítulo 1 al.107 e Lima et al.157, respectivamente, mostram que a série com configuração 3α(alquil)-5β(H)- também podem estar presentes em amostras geológicas, entretanto os compostos da classe esteranos com configuração 5β(H)- tem gerado muitas discussões sobre sua origem, uma vez que tais compostos não foram ainda correlacionados a nenhum precursor biológico conhecido. As Figura 109 a Figura 111 mostram a presença e confirmação estrutural dos componentes da série [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-colestanos]. As Figura 112 a Figura 114 referem-se à série [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)estigmastanos] coinjetados com a amostra ME em CGAR/EM (MIS), representando a identificação desta série de compostos em todos os óleos estudados neste trabalho [Tabela 12]. Esta é a primeira vez que se identifica compostos alquil-esteranos em amostras Lacustres de água doce, como por exemplo: os componentes 3α(metil)5β(H)-estigmastano e 3β(metil)-5α(H)-estigmastano; entretanto, relatos da literatura1,60 afirmam que esta classe de compostos está presente somente em óleos de origem salina. No Apêndice encontra-se a Tabela 22 com a descrição dos nomes para os componentes detectados na fração neutra, além dos compostos que foram identificados pela coinjeção da amostra com padrões sintetizados pelo grupo. 157 Lima, S. G. Tese de Doutorado. 2005. Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil. 155 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 109: Confirmação da presença de 3-metil-colestanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (A) Cromatograma de MIS (m/z 231) do óleo ME. (A1) Cromatograma de MIS (m/z 231) ampliado na região de interesse. (A2) Cromatograma de MIS (m/z 231) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(metil)5β(H)-colestano [144]. (A3) Cromatograma de MIS (m/z 231) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(metil)-5α(H)-colestano [149]. 156 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 110: Confirmação da presença de 3-etil-colestanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (B) Cromatograma de MIS (m/z 245) do óleo ME. (B1) Cromatograma de MIS (m/z 245) ampliado na região de interesse. (B2) Cromatograma de MIS (m/z 245) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(etil)5β(H)-colestano [166]. (B3) Cromatograma de MIS (m/z 245) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(etil)-5α(H)-colestano [170]. 157 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 111: Confirmação da presença de 3-propil-colestanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (C) Cromatograma de MIS (m/z 259) do óleo ME. (C1) Cromatograma de MIS (m/z 259) ampliado na região de interesse. (C2) Cromatograma de MIS (m/z 259) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(propil)5β(H)-colestano [176]. (C3) Cromatograma de MIS (m/z 259) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(propil)-5α(H)-colestano [179]. 158 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 112: Confirmação da presença de 3-metil-estigmastanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (A1) Cromatograma de MIS (m/z 231) do óleo ME ampliado na região de interesse. (A4) Cromatograma de MIS (m/z 231) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(metil)-5β (H)-estigmastano [161]. (A5) Cromatograma de MIS (m/z 231) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(metil)5α(H)-estigmastano [164]. 159 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 113: Confirmação da presença de 3-etil-estigmastanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (B1) Cromatograma de MIS (m/z 245) do óleo ME ampliado na região de interesse. (B4) Cromatograma de MIS (m/z 245) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(etil)-5β(H)-estigmastano [173]. (B5) Cromatograma de MIS (m/z 245) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(etil)-5α(H)-estigmastano [175]. 160 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 114: Confirmação da presença de 3-propil-estigmastanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (C1) Cromatograma de MIS (m/z 259) do óleo ME ampliado na região de interesse. (C4) Cromatograma de MIS (m/z 259) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3α(propil)-5β (H)-estigmastano [181]. (C5) Cromatograma de MIS (m/z 259) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 3β(propil)5α(H)-estigmastano [182]. 161 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 12: Diastereoisômeros das séries 3-alquil-colestanos e 3-alquil-estigmastanos identificados na fração neutra de óleos através da coinjeção de padrões sintéticos em CG/EM (MIS). Óleos Compostos LAD-1 LAD-2 M-1 M-2 ME-1 ME-2 3α(metil)-5β(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Id Nd 3α(etil)-5β(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Nd Nd 3α(propil)-5β(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Id Id 3β(metil)-5α(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Id Id 3β(etil)-5α(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Id Id 3β(propil)-5α(H)-colestano Nd Nd Nd Nd Id Id 3α(metil)-5β(H)-estigmastano Id Nd Nd Nd Id Id 3α(etil)-5β(H)-estigmastano Nd Nd Nd Nd Nd Nd 3α(propil)-5β(H)-estigmastano Nd Nd Nd Nd Nd Nd 3β(metil)-5α(H)-estigmastano Id Nd Nd Nd Id Id 3β(etil)-5α(H)-estigmastano Nd Nd Nd Nd Id Id 3β(propil)-5α(H)-estigmastano Nd Nd Nd Nd Id Nd Id = Identificado; Nd = Não detectado 162 Resultados e Discussões – Capítulo 1 5.3 Fortificação dos Óleos com 5β(H)-Colano (C24) para Quantificação de Esteranos. A quantificação de compostos individuais usando análises em CG/EM ou CG/EM-EM pode ser baseada na identificação de compostos sobre tempo de retenção relativo para um padrão interno coinjetado com a amostra, e/ou por comparação do espectro de massas do composto desconhecido com o componente padrão da biblioteca de espectro de massas. A coinjeção das amostras com padrões autênticos são essenciais para a identificação, caracterização e quantificação dos compostos presentes. A quantificação de biomarcadores em petróleo, tais como 5α(H)-colestano (20R e 20S), tem sido descrita na literatura79,80,81 com a coinjeção de amostras com um padrão interno de estrutura e concentração conhecida e similar aos componentes a serem quantificados, principalmente no que diz respeito à fragmentação no espectrômetro de massas. Outra característica importante que um padrão interno deve ter é a sua ausência, ou se presente em quantidade insignificante nas amostras em estudo. Por outro lado, alguns padrões utilizados para quantificação são deuterados, o que leva a modificação do íon-fragmento a ser monitorado entre os componentes de interesse e o padrão utilizado. Com o objetivo de quantificar biomarcadores da classe dos esteranos nas amostras em estudo neste trabalho, utilizamos como padrão interno o composto 5β(H)-colano [Figura 115] por não estar presente nas amostras; por apresentar um padrão de fragmentação no espectro de massas similar aos demais esteranos; e por ser um composto com mesmo esqueleto estrutural do colestano e seus derivados. Entretanto, ao invés de coinjetar diretamente a amostra com o padrão, resolvemos fortificar (em triplicata) inicialmente todos os óleos bruto com o padrão interno em uma massa conhecida e, posteriormente, fracionada para obtenção da fração neutra 163 Resultados e Discussões – Capítulo 1 (F1P1) de interesse. Desta forma será possível obter resultados mais reais da concentração dos componentes na amostra devido ao fato do padrão interno sofrer o mesmo processo de fracionamento e perda durante a obtenção das frações para análise. Com o intuito de se confirmar a presença de diastereoisômeros da classe estigmastanos, de modo que depois pudessem ser quantificados, foi realizado inicialmente a coinjeção da amostra ME [Figura 116] com dois padrões autênticos: 5β(H)-estigmastano (20R) [88] e 5α(H)-estigmastano (20R) [90], sintetizados por Lima et al.157, confirmando a presença de ambos nas amostras em estudo. A identificação dos componentes 5α(H)-colestano (20R) [74] e 5α(H)-colestano (20S) [78] foi realizada pela comparação de seus espectros de massas com os espectros da biblioteca Nist para estes compostos e também por comparação com o perfil cromatográfico de várias análises relatadas na literatura1,60,79,80,81. H H H H 5β β (H)-Colano Figura 115: Estrutura do 5β (H)-colano. 164 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 116: Confirmação da presença de estigmastanos por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM (MIS). (A) Cromatograma de MIS (m/z 217) do óleo ME ampliado na região de interesse. (A1) Cromatograma de MIS (m/z 217) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 5β(H)-estigmastano [88]. (A2) Cromatograma de MIS (m/z 217) referente à coinjeção da amostra ME com padrão 5α(H)-estigmastano [90]. Os componentes previamente identificados: 5α(H)-colestano (20R) [74] e 5α(H)-colestano (20S) [78]; 5β(H)-estigmastano (20R) [88] e 5α(H)-estigmastano (20R) [90], foram quantificados nas amostras em estudo pela quantificação das mesmas com padrão interno e os resultados estão descritos nas Tabela 13 e Tabela 14. As Figura 117 e Figura 118 mostram o perfil cromatográfico da análise por CGAR-EM (MIS) dos óleos LAD e ME fortificados com padrão autêntico 5β(H)colano. 165 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 117: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EM (MIS) em m/z 217. (A) Fração neutra (F1P1) do óleo LAD. (B) Fração neutra (F1P1) do óleo LAD fortificada com padrão sintético 5β (H)-colano. 166 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Figura 118: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EM (MIS) em m/z 217. (A) Fração neutra (F1P1) do óleo ME. (B) Fração neutra (F1P1) do óleo ME fortificada com padrão sintético 5β (H)-colano. 167 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 13: Quantificação de esteranos nos óleos Lacustres de água doce pelo método da fortificação com padrão interno 5β(H)-colano. Óleos Lacustres de Água Doce Composto Concentração T. Retenção Padrão Interno Área do (min.) (ng/µl) Composto 29.174 100 0 40.879 100 931820 42.411 100 1537000 48.606 100 886028 50.142 100 1572000 Área do Padrão Interno Concentração do composto (ng/µl) 17130000 17130000 17130000 17130000 17130000 0 5.43 8.97 5.17 9.17 R1 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) R2 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) 29.273 41.013 42.526 48.747 50.231 100 100 100 100 100 0 2758000 4985000 4310000 5438000 41040000 41040000 41040000 41040000 41040000 0 6.72 10.14 10.50 13.25 R3 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) 29.182 40.885 42.430 48.609 50.127 100 100 100 100 100 0 1602000 2632000 1727000 2821000 22460000 22460000 22460000 22460000 22460000 0 7.13 11.71 7.68 12.56 5α(H)-colestano (20S) 6.43 Média Desvio 20.00% Padrão 5α(H)-colestano (20R) 10.94 18.85% 5β (H)-estigmastano 7.78 21.32% 5α(H)-estigmastano 11.66 16.43% 168 Resultados e Discussões – Capítulo 1 Tabela 14: Quantificação de esteranos nos óleos Marinhos evaporíticos pelo método da fortificação com padrão interno 5β(H)-colano. Óleos Marinhos Evaporíticos Concentração Área do Padrão Interno Área do Padrão (ng/µl) Composto Interno 300 0 51260000 300 95950000 51260000 300 107800000 51260000 300 69590000 51260000 300 101800000 51260000 Concentração do composto (ng/µl) 0 561.54 630.90 407.27 595.78 Composto 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) T. Retenção (min.) 29.243 40.981 42.517 48.729 50.236 R2 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) 29.250 40.995 42.525 48.737 50.244 300 300 300 300 300 0 103600000 117700000 70730000 104900000 49680000 49680000 49680000 49680000 49680000 0 625.60 710.74 427.11 633.45 R3 5β(H)-colano 5α(H)-colestano (20S) 5α(H)-colestano (20R) 5β(H)-estigmastano (20R) 5α(H)-estigmastano (20R) 29.184 40.912 42.443 48.655 50.161 300 300 300 300 300 0 88150000 105000000 69800000 103400000 44770000 44770000 44770000 44770000 44770000 0 590.68 703.59 467.72 692.87 R1 Média Desvio Padrão 5α(H)-colestano (20S) 592.61 5α(H)-colestano (20R) 681.74 23.65% 21.87% 5β(H)-estigmastano (20R) 434.03 19.87% 5α(H)-estigmastano (20R) 640.70 21.85% Como resultado da quantificação dos componentes C27 - 5α(H)-colestano (20S e 20R) e C29- 5α(H)-estigmastano (20S e 20R), foi possível observar que a concentração destes compostos é cerca de 80 a 100 vezes maior nos óleos marinhos evaporíticos quando comparados aos óleos lacustres de água doce. Este resultado corrobora com a literatura uma vez que, altas concentrações de esteranos são tipicamente provenientes de matéria orgânica marinha com maior contribuição de algas planktônicas e benthicas. Inversamente baixa concentração de esteranos indicam contribuição de matéria orgânica terrestre ou reproduzida microbiologicamente, o que caracteriza óleos não-marinhos1,55. 169 Conclusão Parcial: Fração Neutra 5.4 Conclusão Parcial: Fração Neutra A distribuição dos hidrocarbonetos lineares na fração neutra dos óleos LAD e M em grandes concentrações mostram o baixo nível de biodegradação destes óleos, apresentando como principais características geoquímicas a predominância de n-alcanos de alto peso molecular e um ambiente deposicional oxidativo determinado pela razão pristano/fitano >1. A distribuição bimodal dos n-alcanos, com dois máximos, no óleo M sugere que o mesmo é proveniente de uma mistura de óleo LAD+ME, uma vez que o óleo ME apresenta em sua composição baixíssima concentração de n-alcanos, com predominância de baixo peso molecular, o que indica que o óleo sofreu um processo de biodegradação. A presença da série homóloga da classe cicloexanos mono- e dissubstituídos nos óleos LAD e M, e ausência nos óleos ME, nos permite concluir que os mesmos não podem ser provenientes das bactérias de biodegradação, por serem os óleos ME os mais biodegradados, além disso, a distribuição similar destes compostos com os n-alcanos mostra que ambos apresentam resistência similar a biodegradação. Os parâmetros geoquímicos determinados para cada óleo estudado e a correlação entre os resultados obtidos e descritos na Tabela 8 (pág. 99) indicam que os óleos apresentam evolução térmica semelhante, sendo termicamente pouco evoluídos e com leve grau de maturidade, além de apresentarem nível de biodegradação grau 1 (leve) e 4 (moderado), respectivamente para os óleos LAD e ME. O estudo relacionado à classe dos esteranos (normais e desmetilados) e alquil-esteranos revela parâmetros importantes quanto à origem dos óleos. A detecção de compostos norcolestanos; 4-desmetil-esteranos; e identificação de 2-, e 4-metil-esteranos nos óleos marinhos-evaporíticos corrobora com o tipo de fonte 170 Conclusão Parcial: Fração Neutra marinha, entretanto a ausência destes componentes nos óleos mistos, indica maior contribuição de óleo lacustre de água doce durante o processo de migração e acumulação dos óleos. A alta concentração de alquil-esteranos nas amostras ME correspondentes às classes 3-alquil-colestanos, 3-alquil-24-metil-colestanos e 3-alquil-24-etil- colestanos, variando o grupo alquila de metil a pentil, serviu de auxílio de comparação para a detecção/identificação destes componentes nos demais óleos. Dentre os compostos foram identificados a configuração de 2 componentes no óleo LAD-1; 9 e 7 componentes respectivamente nos óleos ME-1 e ME-2; e ausência destes compostos nos óleos M. Além disso, foram detectados e quantificados pela primeira vez em amostras Lacustres de água doce (em menor concentração que em amostras salinas), compostos alquil-esteranos correspondentes as classes acima mencionada e que até então segundo os relatos da literatura encontravam-se presente somente em óleos de origem salina. Este fato inédito é de grande importância para a determinação dos parâmetros geoquímicos para esta classe de óleos com relação ao ambiente deposicional das respectivas fontes geradoras. 171 Resultados e Discussões – Capítulo 2 CAPÍTULO 2 Caracterização Geoquímica da Fração Ácida por CGAR/EM e CGAR/EMCGAR/EM-EM de Óleos de Diferentes Origens da Bacia Potiguar; IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES BIOMARCADORES ÁCIDOS POR CGAR/EM E CGAR/EMCGAR/EM-EM: EM: 173 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6 ANÁLISE DOS COMPONENTES ÁCIDOS Os componentes ácidos presentes nos óleos em estudo neste trabalho [LAD (1 e 2), M (1 e 2) e ME (1 e 2)], não foram objetos de estudos anteriores. Desse modo análises comparativas dos resultados destes óleos e seus derivados a ésteres metílicos (EM) e a hidrocarbonetos (HAc), podem trazer contribuição a geoquímica orgânica dos petróleos da Bacia Potiguar. Os ácidos foram extraídos do petróleo como mostra o Fluxograma 2 (pag. 313). Antes e após serem transformados em seus respectivos ésteres metílicos, as seis amostras foram analisadas em infravermelho onde observou-se o a vibração de deformação axial da carbonila em 1711 cm-1 para os ácidos e 1740 cm-1 para os ésteres derivados de ácidos; ausência da deformação axial da ligação O-H entre 3300-2500 cm-1 relativo ao grupo hidroxila do ácido na fração EM. Os óleos que apresentaram concentração suficiente em componentes ácidos após purificação e esterificação foram derivados a hidrocarbonetos (HAc) [Fluxograma 3; pag. 313]. As amostras M1 e LAD-2 após serem transformadas em ésteres metílicos, não foram transformadas a hidrocarbonetos devido a baixa concentração de seus componentes ácidos. Dessa maneira foram analisadas somente como ésteres metílicos derivados dos componentes ácidos. Os componentes ácidos presentes nas amostras ME (1 e 2), LAD-1 e M-2 foram analisadas como ésteres metílicos e também como hidrocarbonetos derivados de ácidos. As etapas de transformação dos ésteres metílicos à hidrocarbonetos, foram acompanhadas por cromatografia de camada delgada (CCD) e espectroscopia na região do infravermelho (IV), conforme está descrito no capítulo experimental deste trabalho. A seguir apresentaremos a análise das frações EM e HAc por classes de compostos. 175 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.1 Análises dos Ésteres Metílicos (EM) e Hidrocarbonetos Derivados de Ácidos Lineares (HAc). Os ésteres metílicos derivado dos ácidos lineares foram analisados em CGAR/EM utilizando a técnica de varredura de íons totais e monitoramento de íons, utilizando o íon-fragmento com relação m/z 74 proveniente do rearranjo de McLafferty [Figura 119] nos ésteres de ácidos graxos. R γ H Η C O β C CH2 α OCH3 CH2 R O C H CH2 H O + C OCH3 m/z 74 CH2 OCH3 H C CH2 Alceno m/z 74 Rearranjo de McLafferty Figura 119: Rearranjo de McLafferty mostrando a formação do íon-fragmento com relação m/z 74 para os ésteres lineares. Nas análises dos ácidos lineares detectou-se a presença dos ácidos hexadecanóico (C16) e octadecanóico (C18) nas frações EM [Figura 120 a Figura 122] de todos os óleos aqui estudados, em altas concentrações com relação aos demais ácidos graxos presentes nas amostras, além da predominância dos ácidos de número de carbonos pares sobre os ímpares. Sugere-se que estes ácidos carboxílicos de cadeia C16 (hexadecanóico) e C18 (octadecanóico), também conhecidos como cetílico e esteárico respectivamente, sejam provenientes das bactérias que atuam na formação do petróleo, uma vez que os mesmos são predominantes nas amostras tipo LAD e M que apresentam baixo nível de biodegradação (grau 1). 176 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Nos óleos LAD-1 e LAD-2 foram detectados a série completa de ácidos lineares por CGAR/EM (varredura de íons totais) cujo perfil cromatográfico do íon-fragmento extraído em m/z 74 [Figura 120 (A) e (B)] possui dois máximos, um em C14 e outro em C21 com características de óleos lacustres de água doce. Nestes óleos foram calculados o índice preferencial de carbonos (IPC) na fração EM, tanto para os ácidos de cadeia curta quanto para os de cadeia longa, utilizando-se os dois máximos, de acordo com fórmula (1 e 2). O cálculo do IPC para amostra LAD-1 apresentou os valores 0,85 e 0,59, para ácidos de cadeia curta e longa respectivametne, indicando predominância dos ácidos com número de carbonos ímpares sobre os pares. Para a amostra LAD-2, o cálculo do IPC apresentou os valores 1,41 e 1,12, para os ácidos de cadeia curta e longa respectivamente, indicando predominância dos ácidos com número de carbonos pares sobre os ímpares. Os resultados de ambas as amostras indicam que estes óleos são termicamente pouco maturos, uma vez que valores do IPC maiores ou menores que 1, são considerados imaturos e valores igual a 1, são considerados maturos, conforme descrito na literatura1,60. CPI = 2 x nC14 / (nC13 + nC15) CPI = (nC22 - nC30) / (nC21 - nC29) CPI = 2 x nC20 / (nC17 + nC19 + nC21) Fórmula 1: Cáculo do IPC Fórmula 2: Cálculo do IPC de Fórmula 3: Cáculo do IPC dos dos ácidos n-alcanóicos de ácidos n-alcanóicos de cadeia hidrocarbonetos derivados de cadeia curta da Fração EM. longa da Fração EM e HAc. ácidos lineares (HAc) de cadeia curta. A análise dos ácidos graxos no óleo ME-1 [Figura 121 (C)] apresentou concentração um pouco maior do que em ME-2 [Figura 121 (D)]. É necessário lembrar que estes óleos tem alto nível de biodegradação (grau 4), não apresentando hidrocarbonetos lineares na fração FNs e baixas concentrações de ácidos graxos, quando comparados aos demais óleos. Na análise dos óleos mistos M-1 e M-2 [Figura 122 (E) e (F)] que são provenientes da mistura de óleos lacustres de água 177 Resultados e Discussões – Capítulo 2 doce e marinho evaporítico, observa-se no perfil cromatográfico do íon-fragmento extraído em 74 daltons que em M-1 [Figura 122 (E)] há contribuição mais acentuada de óleo marinho, pois apresenta somente os ácidos graxos de cadeia curta até 18 carbonos (C18), enquanto que M-2 [Figura 122 (F)] mostra uma contribuição maior de óleo lacustre de água doce onde foram detectados ácidos graxos de cadeia longa, ou seja maior que 18 carbonos. Este fato está concordante com o perfil cromatográfico dos hidrocarbonetos apresentados na fração neutra. O cálculo do IPC para amostra LAD-1 na fração HAc apresentou o valor de 0,80 para os hidrocarbonetos derivados de ácidos graxos de cadeia longa, indicando predominância dos ácidos graxos ímpares sobre os pares e que este óleo é termicamente pouco maturo, corroborando com o IPC do mesmo na fração EM. 178 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 120: Perfil cromatográfico de íon extraído em m/z 74 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração EM dos óleos LAD-1 e LAD-2. 179 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 121: Perfil cromatográfico de íon extraído em m/z 74 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração EM dos óleos ME -1 e ME -2. 180 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 122: Perfil cromatográfico de íon extraído em m/z 74 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração EM do óleo M-1 e M-2. A abundância relativamente alta dos ácidos nos óleos LAD analisados poderia em princípio ser atribuída a pouca evolução térmica dos óleos, pois usualmente óleos termicamente pouco evoluídos apresentam grandes quantidades de ácidos enquanto que em óleos mais maturos poucas quantidades de ácidos são observadas38,39. Contudo esta hipótese deve ser considerada com cautela, uma vez 181 Resultados e Discussões – Capítulo 2 que os ácidos carboxílicos presentes em petróleos podem ter várias origens, como por exemplo: ácidos autóctones – que são gerados junto com os hidrocarbonetos8; ácidos incorporados durante o processo migratório33; ácidos provenientes de microrganismos através da síntese de novo, ou oriundos das membranas celulares das bactérias responsáveis pela biodegradação dos óleos36,37 Os espectros de massas dos ésteres metílicos dos ácidos hexadecanóico (C16) e octadecanóico (C18) estão representados na Figura 123, uma vez que estes componentes por estarem presentes em todos os óleos aqui estudados não refletem o nível de biodegradação dos mesmos, pelo fato dos óleos do tipo LAD terem nível de biodegradação leve, enquanto que segundo relatos da literatura36 grandes quantidades destes compostos são encontrados em óleos muito biodegradados. A Tabela 15 mostra a relação dos ácidos carboxílicos lineares derivatizados a ésteres metílicos, presentes nas frações EM das amostras em questão, com seus respectivos índice de retenção calculado a partir do tempo de retenção de hidrocarbonetos lineares. 182 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 123: Espectro de massas representativo dos ésteres metílicos derivados dos ácidos hexadecanóico (C16) e octadecanóico (C18) presentes nas frações EM. 183 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Tabela 15: Índice de retenção dos ésteres metílicos derivados dos ácidos carboxílicos lineares presentes nos óleos em estudo. Número de Massa Índice de Carbonos do molecular Retenção Ácido do Éster do Padrão correspondente Índice de Retenção dos Ésteres Metílicos Derivados dos Ácidos 158 Presentes na Fração EM dos Óleos LAD-1 LAD-2 ME-1 ME-2 M-1 M-2 nC12 214 --------- --------- nC13 228 1400.78 1399.85 1399.85 1398.58 --------- nC14 242 1500.23 1499.98 1499.98 1500.23 1498.23 1500.08 1499.98 nC15 256 1600.55 1598.99 1598.99 1599.92 1599.92 1599.99 1599.99 nC16 270 1700.32 1701.02 1701.02 1702.00 1702.02 1701.02 1701.02 nC17 284 1801.10 1800.09 1800.09 1801.01 1801.00 1801.09 1801.09 nC18 298 1902.00 1898.96 1898.96 1899.45 1899.45 1898.96 1899.96 nC19 312 2000.23 2001.21 2001.21 --------- --------- 2001.45 2001.21 nC20 326 2100.09 2098.56 2098.56 2098.31 --------- 2099.96 2098.56 nC21 340 2200.53 2200.88 2200.88 --------- --------- --------- 2201.38 nC22 354 2301.23 2300.97 2300.97 --------- --------- 2301.37 2301.37 nC23 368 2400.14 2399.22 2399.22 --------- --------- --------- 2398.92 nC24 382 2500.17 2501.03 2501.03 --------- --------- 2499.93 2501.03 nC25 396 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- nC26 410 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- nC27 424 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- nC28 438 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- nC29 452 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- nC30 466 --------- --------- --------- --------- --------- --------- --------- 1399.85 A análise dos componentes hidrocarbonetos derivados dos ácidos graxos mostra em LAD-1 um perfil cromatográfico do íon-fragmento extraído em m/z 71 [Figura 124] com a mesma contribuição de componentes ácidos quando comparado ao perfil cromatográfico dos ésteres metílicos lineares correspondentes da fração EM, porém com uma mudança de concentração entre os componentes 158 Minguzzi, S. Tese de Doutorado. 1997. Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil. 184 Resultados e Discussões – Capítulo 2 apresentando dois máximos, um em C20 e outro em C27, devido a perdas dos ácidos mais leves durante o processo de derivatização e purificação. A fração HAc dos óleos tipo ME, mostram baixas concentrações dos derivados hidrocarbonetos lineares que conferem o alto nível de biodegradação destes óleos (grau 4) [Figura 125 e Figura 126], também com contribuição similar ao apresentado na fração EM. Para o óleo M-2, a análise da fração HAc apresentou baixas concentrações dos hidrocarbonetos derivados dos ácidos quando comparada ao perfil cromatográfico da fração EM, isto também se deve as perdas ocorridas durante o processo de derivatização [Figura 127]. Comparando a distribuição dos componentes de ácidos graxos na fração ácida com os componentes parafínicos na fração neutra, entre os óleos estudados, podemos observar a similaridade quando comparados entre o mesmo tipo de óleo. Desta forma, podemos concluir que a contribuição dos componentes ácidos corrobora com os resultados obtidos na fração neutra quanto a distribuição das parafinas e que, possivelmente os ácidos presentes não são provenientes do processo de biodegradaçãouma vez que, os óleos mais biodegradados (ME-1 e ME-2), possuem em sua constituição baixa concentração de ácidos graxos lineares. Vale ressaltar que as amostras LAD-2 e M-1 não possuiam quantidades em massa suficiente para serem derivatizadas a hidrocarbonetos, sendo somente analisadas na fração EM. 185 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 124: Perfil cromatográfico de íon reconstruído em m/z 71 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração HAc do óleo LAD-1. 186 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 125: Perfil cromatográfico de íon reconstruído em m/z 71 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração HAc dos óleos ME-1. 187 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 126: Perfil cromatográfico de íon reconstruído em m/z 71 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração HAc dos óleos ME-2. 188 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 127: Perfil cromatográfico de íon reconstruído em m/z 71 obtido da análise por CGAR/EM (varredura de íons totais) da fração HAc do óleo M-2. 189 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.2 Estudo de Ésteres Derivados de Ácidos Cicloexanóicos Mono- e Dissubstituídos e Ésteres Lineares Ramificados. Estudos de componentes da série alquil-cicloexanos e ácidos cicloexilalcanóicos mono- e dissubstituídos em petróleo relatado na literatura85,159 tem revelado a presença destes compostos em óleos lacustres salinos e óleos marinhos evaporíticos. Uma vez que a origem destes compostos é ainda desconhecida, alguns relatos revelam que os ácidos ω-cicloexil-alcanóicos e ω-cicloeptil-alcanóicos são os maiores constituintes de membranas celulares de diversas bactérias do gênero Alicyclobacillus160, 161, 162 . Rodrigues et al.163 caracterizaram a distribuição de ácidos ω-cicloexil-undecanóico em óleos marinhos evaporíticos e lacustres de água doce brasileiros e correlacionou a ocorrência da presença desta classe de compostos com a presença de Alicyclobacillus spp. Os biomarcadores ácidos do tipo cicloexil-alcanóicos e metil-cicloexanoalcanóico foram detectados na fração EM dos óleos LAD em estudo neste trabalho, embora em baixas concentrações, somente apresentaram a presença de dois componentes [Figura 128], que de acordo com seus espectros de massas representados pela Figura 129, sugere-se que sejam ácidos ciclo-alcanóicos monoe dissubstituído, ambos com 18 átomos de carbono, sendo eles: ácido metilcicloexano-undecanóico ou ácido cicloeptil-undecanóico [183] e ácido cicloexildodecanóico [184]. A presença de ácidos cicloeptil-alcanóicos em membranas de 159 Alves, P. B. Tese de Doutorado. 1997. Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil De Rosa, M.; Gambacorta, A.; Minale, L. Journal of the Chemical Society-Chemical Communications. 1971, 1334. 161 Goto, K.; Matsubara, H.; Mochida, K.; Matsumura, T.; Hara, Y.; Niwa, M.; Yamasato, K. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 2002, 52, 109-113. 162 Moore, B. S.; Walker, K.; Tornus, I.; Handa, S.; Poralla, K. Floss, H. G. Journal Organic Chemistry. 1997, 62, 2173-2185. 163 Rodrigues, D. C.; Vasconcellos, S. P.; Alves, P. B; Nascimento, L. R.; Abreu Filho, B. A.; Oliveira, V. M.; Manfio, G. P. Santos Neto, E. V.; Marsaioli, A. J. Organic Geochemistry. 2005, 36, 1443-1453. 160 190 Resultados e Discussões – Capítulo 2 algumas espécies do gênero Alicyclobacillus e a similaridade entre os espectros de massas dos padrões 4-metil-cicloexano-carboxilato de metila (185), ácido cicloexanobutanóico (185a) e cicloeptil-carboxilato de metila (186), deixa a hipótese de qual classe de ácidos (metil-cicloexano- ou cicloeptil-alcanóico), estaria presente nos óleos. Por outro lado, estes dados também sugerem que os ácidos metil-cicloexano carboxílicos podem ser provenientes de ácidos cicloeptil alcanóicos por abertura e fechamento do anel, isomerização esta que podem ocorrer na rocha geradora pela presença de bactérias ou catalizadores minerais; podendo também estes compostos ser provenientes das bactérias que atuam durante a formação do petróleo. Figura 128: (A) Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 74 obtido a partir da análise por varredura de íons totais; (A1) Ampliação da região circulada no perfil cromatográfico de íons reconstruídos em m/z 74; m/z 55; m/z 83; m/z 97; e m/z 296 (M+.). 191 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 129: Espectros de massas representativos para os componentes [183] e [184]. A Figura 130 mostra o espectro de massas dos compostos (185), (185a) e (186) provenientes do banco de dados da biblioteca de massas NIST, onde foram observadas as intensidades dos íons-fragmentos em m/z 55, 74, 83 e 97 para o 4metil-cicloexano-carboxilato de metila (185); m/z 55, 60, 83 e 111 para o ácido cicloexanobutanóico (185a); e m/z 55, 74, 96 e 97 para cicloeptil-carboxilato de metila (186), como principais características que diferenciam estes dois compostos. 192 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 130: Espectros de massas da biblioteca Nist para os componentes padrões 4-metilcicloexano-carboxilato de metila [185]; ácido cicloexanobutanóico [185a] e cicloeptil-carboxilato de metila [186]. Como podemos verificar o espectro de massas dos compostos [183] e [184] mostram a presença de outros componentes co-eluindo com os mesmos observado pelas intensidades dos íons-fragmentos com m/z 101, 131, 179, 219, entre outros. Também é possível observar pelo perfil cromatográfico do composto [183] a co- 193 Resultados e Discussões – Capítulo 2 eluição de outro composto [183a] como mostra a Figura 131, quando mesmo é ampliado. Figura 131: Perfil cromatográfico ampliado obtido da análise por varredura de íons totais da amostra LAD1 – Fração EM. A comparação do espectro de massas ao longo dos compostos [183] e [183a] com a biblioteca NIST [Figura 132], sugere que o componente [183a] seja o ácido 3, 7, 11, 15-metil-hexadecanóico, também conhecido como ácido fitanóico, comumente encontrado na forma de hidrocarboneto nas frações neutras de petróleo e sedimentos, como já discutidos em capítulo anterior. 194 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 132: Comparação do Espectro de Massas do composto 183a com espectros da Biblioteca Nist, indicando como maior probabilidade (70.25%) ser o componente ácido 3,5,7,11-metilhexadecanóico. 195 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.3 Análise de Ésteres e Hidrocarbonetos Derivados de Ácidos Terpanóicos Tricíclicos. Terpanos constituem uma classe de biomarcadores de grande importância em geoquímica orgânica. Estes compostos são extensivamente empregados como parâmetros de maturidade, biodegradação e origem da matéria orgânica. Assim como já foi discutido no Capítulo I deste trabalho sobre os terpanos tricíclicos detectados nas frações neutras, os componentes ácidos terpanóicos tricíclicos também podem ser precursores dos hidrocarbonetos terpanos tricíclicos por descarboxilação. Dentre os precursores podemos sugerir para esta classe os seguintes ácidos: 1) ácido abiético e seus derivados [Figura 133]; 2) ácidos pimáricos e seus derivados [Figura 133]; 3) ácidos de cadeia lateral extendida com estrutura similar ao triciclohexaprenol [Figura 134]. Dentro destas classes, podemos subdividir os ácidos terpanóicos tricíclicos em saturados e aromáticos, além de poderem ter em sua estrutura o grupo carboxílico (-COOH) ligado a cadeia lateral estendida no anel C ou ligado ao anel A de um componente tricíclico. C A B COOH Á c id o A b ié tic o COOH Á c id o P im á r ic o Figura 133: Estruturas representativas para o ácido abiético e ácido pimárico. 196 Resultados e Discussões – Capítulo 2 OH T r ic ic lo h e x a p r e n o l a ta q u e b a c te r ia n o C A COOH B Figura 134: Proposta sugerida para a formação dos ácidos terpânicos de cadeia lateral estendida a partir do triciclohexaprenol. Neste trabalho inicialmente foram analisados os ácidos terpânicos tricíclicos saturados e aromáticos na fração EM a partir dos íons extraídos da varredura de íons totais (VIT) obtidos por CGAR/EM. Em seguida foi realizada análise por monitoramento de íons selecionados (MIS), onde dentre os principais íonsfragmentos adquiridos temos: m/z 74 (rearranjo de McLafferty; Figura 119; pág. 172); m/z 145 (característico de éster metílico de ácidos terpanóicos tricíclicos aromáticos > C24)164; m/z 163 e 177 (componentes tricíclicos desmetilados pelo processo de biodegradação); m/z 191; além do íon molecular e [M-CH3] de cada componente ácido tricíclico com número de carbonos que variam de C19 a C40, considerando a princípio o grupo carboxílico ligado a cadeia lateral do anel C, com estrutura similar ao triciclohexaprenol [Figura 134]. Também foram monitorados os ácidos terpanóicos tricíclicos com o grupo carboxílico ligado ao anel A com estrutura similar ao ácido abiético [Figura 133], monitorando os principais íons- 164 Azevedo, D. A.; Aquino Neto, F. R.; Simoneit, B. R. T. Organic Geochemistry. 1994, 22(6), 991-1004. 197 Resultados e Discussões – Capítulo 2 fragmentos característicos: [M-CH3]; [M-COOCH3]; e os respectivos íons moleculares. A Figura 135 mostra as estruturas dos principais componentes ácidos terpânicos tricíclicos. C A B HO OC HO OC C 20 H 28 O 2 M =300 C 21 H 36 O 2 M =320 m /z 191 m /z 177 (-C H 3 ) COOH COOH [M -C H 3 ] C 20 H 34 O 2 M =306 C 19 H 26 O 2 M =292 m /z 191 C n [M -C H 3 ] O O C OH n = 1 a 10 M = 320 a 600 n OH n = 1 a 10 M = 306 a 586 Figura 135: Estruturas de ácidos terpânicos tricíclicos monitorados na fração EM das amostras em estudo. Como resultado das várias análises realizadas na fração EM para detectar ácidos terpânicos tricíclicos em cada óleo estudado neste trabalho, foram detectados vários componentes ácidos tricíclicos, que serão discutidos e propostos no decorrer deste capítulo, que se dividem em saturados e aromáticos, além também de subdividirem-se entre os tricíclicos normais e os desmetilados. 198 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Na análise por CGAR/EM utilizando a técnica de VIT dos óleos LAD (1 e 2) apesar de apresentar grande concentração de ácidos graxos lineares, foi possível detectar a presença de 2 componentes ácidos terpânicos tricíclicos extraindo o íonfragmento em 191 daltons, como mostra a Figura 136. Comparando o perfil cromatográfico destes óleos podemos observar maior concentração dos componentes ácidos tricíclicos [187] e [188] no óleo LAD-2. Figura 136: Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 191 obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM dos óleos LAD1 e LAD2. O espectro de massas dos componentes ácidos tricíclicos detectados na fração EM da amostra LAD, bem como nas demais amostras em estudo, foram comparados com alguns espectros de massas de compostos neutros e ácidos 199 Resultados e Discussões – Capítulo 2 tricíclicos [Figura 137] arquivados no software da biblioteca Nist05, com o objetivo de auxiliar na determinação da proposta estrutural para os componentes ácidos tricíclicos detectados nas amostras em estudo. Também foram comparados aos espectros de massas de ácidos terpenóicos tricíclicos relatados na literatura164. Figura 137: Espectros de massas de componentes terpanos tricíclicos ácidos e neutros provenientes do software da biblioteca Nist05. O espectro de massas dos compostos [187] e [188] [Figura 138] mostram os importantes íons-fragmentos com relação m/z 305 e 319, respectivamente, referente a perda de um grupo metila [M – CH3]; m/z 191 como pico base, proveniente da 200 Resultados e Discussões – Capítulo 2 quebra entre o anel B e C; a m/z 123 proveniente da quebra entre o anel A e B; além dos respectivos íons moleculares [M+. (320 e 334 daltons), respectivamente). Figura 138: [A] Espectro de massas do composto [187] e a respectiva proposta estrutural. [B] Espectro de massas do composto [188] e a respectiva proposta estrutural. Com o objetivo de reforçar que os compostos [187] e [188] detectados possuem o esqueleto estrutural proposto acima, foram realizadas análises por CGAR/EM-EM através das técnicas: Varredura de íons produtos (VIP); Varredura de íons precursores (VIPRE) e Monitoramento de reações simples (MRS), sendo que neste último foi realizado somente a transição íon-precursor → íon-produto [M+. → 191], como mostra a Figura 139. 201 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 139: [B1] Perfil cromatográfico (expandido) de íons extraídos em m/z 191 obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo LAD2; [B2] Perfil cromatográfico da Varredura de íons produtos (VIP) na faixa de massas do composto [187]; [B3] Perfil cromatográfico do Monitoramento de reação simples (MRS) da transição [M+. (320) → 191] para o composto [187]; [B4] Perfil cromatográfico da Varredura de íons produtos (VIP) na faixa de massas do composto [188]; [B5] Perfil cromatográfico do Monitoramento de reação simples (MRS) da transição [M+. (334) → 191] para o composto [188]; [B6] Perfil do espectro de massas provenientes da VIP e VIPRE para os compostos [187] e [188]. Com base nos resultados obtidos a partir das análises por CGAR/EM e CGAR/EM-EM podemos sugerir que os compostos [187] e [188] [Figura 140] possuem estrutura similar ao triciclohexaprenol, uma vez que a presença do íon202 Resultados e Discussões – Capítulo 2 fragmento em 191 daltons e sua relação direta com o íon molecular como precursor, justifica o fato do grupo carboxila não está ligado ao anel A. Outro fato importante, é a presença dos íons-fragmentos com relação m/z 109 e 123 comumente presentes na fragmentação de compostos hidrocarbonetos tricíclicos, devido a quebra entre o anel A e B, conforme mostra a proposta de fragmentação destas estruturas na Figura 141. m/z 191 m/z 191 O C COOCH3 [M - CH 3]+ [M - CH 3]+ m/z 123 O CH3 C21H36O2 320.52 m/z 123 C22H38O2 334.54 [188] [187] Figura 140: Estruturas dos ésteres metílicos dos ácidos terpânicos tricíclicos esterificados propostas para os componentes [187] e [188] detectados na Fração EM dos óleos estudados neste trabalho. 203 Resultados e Discussões – Capítulo 2 11 14 9 R 8 R R = -(CH 2)nCOOCH 3 CH 3 [M - CH 3] n = 0 ou 1 + H 11 14 9 R R 8 R e 2e R = -(CH 2)nCOOCH 3 n = 0 ou 1 R R R m/z 191 R e R H R 2e R = -(CH 2)nCOOCH 3 n = 0 ou 1 R R cli vagem α R R m/ z 123 Figura 141: Propostas de fragmentação dos compostos ácidos terpanóicos tricíclicos [187] e [188] para formação dos íons-fragmentos [M+. – 15]; m/z 191; e m/z 123. A análise dos óleos ME (1 e 2) por CGAR/EM (VIT) apresentou baixa concentração de ácidos graxos lineares, como já foi discutido no item anterior, entretanto foi detectado somente a presença de 1 componente ácido terpânico 204 Resultados e Discussões – Capítulo 2 tricíclico quando extraído o íon-fragmento em 191 daltons a partir dos dados obtidos na VIT, como mostra a Figura 142. Comparando o tempo de retenção do componente detectado nestes óleos e o respectivo espectro de massas, com os que foram detectados nos óleos LAD, observamos que se trata do mesmo composto ácido tricíclico [188] sugerido para os óleos LAD. Figura 142: Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 191 obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM dos óleos ME1 e ME2. A presença deste mesmo composto ácido tricíclico [188] também se encontra na fração EM da amostra M2 [Figura 143], apresentando mesmo tempo de retenção e padrão de fragmentação das massas. 205 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 143: Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 191 obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M2. Outro fato que podemos observar é a presença de componentes ácidos terpânicos pentacíclicos nestas amostras, com maior concentração nos óleos ME (1 e 2) e M2, quando comparados ao óleo LAD2. A presença destes compostos nas amostras em questão serão discutidas posteriormente. Diferentemente dos óleos LAD (1 e 2), ME (1 e 2) e M2, a extração do íonfragmento com 191 daltons a partir do resultado da análise por CGAR/EM (VIT) para a fração EM do óleo M1 mostrou um perfil cromatográfico completamente diferente [Figura 144(D)], indicando a presença de dois componentes ácidos tricíclicos [compostos 193 e 195] eluindo em um tempo de retenção superior aos detectados anteriormente. Entretanto, monitorando outros íons-fragmentos característicos, como por exemplo: m/z 163 e m/z 177 (íons-fragmentos característicos na fragmentação de terpanos tricíclicos desmetilados neutros e ácidos), pôde-se observar a presença de outros componentes ácidos tricíclicos [compostos 190, 191, 194 e 195] [Figura 144(B) e (C)]. 206 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 144: [A] Perfil cromatográfico da varredura de íons totais íons obtido pela análise por CGAR/EM da Fração EM do óleo M1. [A1] e [A2] Ampliação do cromatograma de VIT; [B] Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 163; [C] Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 177; [D] Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 191. A detecção destes compostos no perfil cromatográfico de varredura de íons totais tornou possível obter o espectro de massas de cada componente [Figura 145], viabilizando a comparação com espectros de massas de padrões relatados na literatura104,164, bem como alguns também relatados na biblioteca Nist05, com o objetivo de propormos a estrutura que mais se adequasse ao padrão de fragmentação apresentado no perfil espectral. Entretanto, vale ressaltar que a confirmação estrutural destes componentes só é possível através da coinjeção de padrões sintéticos ou técnicas mais avançadas de elucidação estrutural. 207 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 145: Espectros de massas dos componentes detectados na Fração EM do óleo M-1. [Componentes 189 a 196]. Um estudo minucioso sobre o perfil cromatográfico da varredura de íons totais [Figura 144(A), pág. 203] mostrou a presença de ácidos terpânicos tricíclicos aromáticos [compostos 189 e 196], quando comparado os respectivos espectros de 208 Resultados e Discussões – Capítulo 2 massas com os dos padrões provenientes do software da biblioteca Nist [Figura 146 e Figura 147], sugerindo que o composto [189] seja um ácido tricíclico aromático no anel C e com o grupo carboxílico ligado ao anel A [Figura 148]. Enquanto que o composto [196] apresenta-se também como um ácido tricíclico aromático no anel C com o grupo carboxílico ligado ao anel A, porém acrescentado de um grupo carbonila ligado ao anel B [Figura 148]. Figura 146: Comparação do Espectro de Massas do composto [189] com espectros da Biblioteca Nist05, indicando como maior probabilidade (90.67%) ser o componente derivado do ácido dehidroabiético. 209 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 147: Comparação do Espectro de Massas do composto [196] com espectros da Biblioteca Nist05, indicando como maior probabilidade (95.65%) ser o componente derivado do ácido 7oxo-dehidro-abiético. C O O [189] OH C 20H 28O 2 300.44 C O [196] OH C 20H 26O 3 314.42 Figura 148: Estruturas propostas para os componentes ácidos tricíclicos [189] e [196] detectados na Fração EM do óleo M-1. 210 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Entretanto, para os demais compostos detectados no óleo M-1 [componentes 190, 191, 192, 193, 194 e 195] a comparação de seus respectivos espectros de massas com os espectros de padrões sintéticos da Nist05, não gerou resultados comparativos de probabilidade aceitável entre os padrões de fragmentação que pudesse em primeiro instante informar o possível esqueleto estrutural básico de cada componente. Devido a isto, foram realizadas análises por CGAR/EM-EM através das técnicas: VIP; VIPRE; e MRS, de modo que por meio dos resultados obtidos fosse possível propormos o esqueleto químico estrutural de tais componentes. Uma vez que os componentes [189] e [196] tiveram previamente sua estrutura química definida, também foram incluídos neste mesmo estudo com o objetivo de averiguar os possíveis íons-precursores que geram os íons-fragmentos durante o processo de fragmentação. O resultado da análise por CGAR/EM-EM (MRS) para o componente [189] [Figura 149] mostra que o íon-produto com relação m/z 239 pode ser proveniente de dois íons-precursores: o íon molecular de massa 314 daltons e o íon-fragmento de relação m/z 299 proveniente da perda de um grupo metila ligado ao carbono C10 [Figura 150], com maior contribuição deste último. Também mostra a baixa contribuição da formação do íon-produto de relação m/z 74 a partir do íon molecular, referente ao rearranjo de McLafferty, o que justifica a imperceptividade deste fragmento no espectro de massas de varredura de íons totais. 211 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 149: [A] Perfil cromatográfico (expandido) da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M-1; [A1] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (314) → 74] para o composto [189]; [A2] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (314) → 299; (M – CH3)] para o composto [189]; [A3] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (314) → 239] para o composto [189]; [A4] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [m/z 299 (M – CH3) → 239] para o composto [189]. 212 Resultados e Discussões – Capítulo 2 G ru p o 1 E M 1 2 10 5 O O 2e M = 314 O [M - 1 5 ] O C H m /z 2 3 9 H C O 2C H 3 3 O O O O m /z 2 9 9 G ru p o 2 H H O O H H M = 314 O O O O O O H H H O O O O O O O CH O C H3 3 H CH O 3 O H 3C m /z 2 3 9 Figura 150: Proposta de fragmentação do componente [189] para formação dos íons-fragmentos em m/z 299 [M+. – CH3] e m/z 239 [M+. – C3H7O2; ou m/z 299 – C2H4O2]. O resultado da análise por CGAR/EM (VIT) para o componente [190] fornece um íon molecular com 298 daltons e perda característica de um grupo metila (m/z 283) [M+. – CH3], além da presença de dois íons-fragmentos intensos: m/z 267 [M+. – 31]; m/z 163 [M+. – 135]. O valor da massa unitária do íon molecular, quando comparado com os componentes já propostos anteriormente, sugere que o composto [190] possui uma deficiência de 8 hidrogênios, diferentemente do componente [189] que possui deficiência de 6 hidrogênios. Como são componentes de mesmo esqueleto estrutural, sugerimos se tratar de um 213 Resultados e Discussões – Capítulo 2 diterpano ácido tricíclico aromático no anel C com mais uma insaturação em sua estrutura. Além disso os íons fragmentos mais intensos mostram a perda do grupo metila que deve ser proveniente da sua ligação ao carbono C10; perda de um grupo . de massa unitária igual a 31 daltons podendo ser um radical metóxi ( OCH3); e perda de um grupo com 135 daltons de massa unitária podendo ser um fragmento neutro formado a partir de rearranjos ocorridos na molécula durante a fragmentação. Devido a essas possiblidades podemos sugerir 3 estruturas: dois derivados de compostos encontrados em produtos naturais, como por exemplo em resinas de plantas superiores (197 e 198, derivados do ácido pimárico e abiético respectivamente); e um derivado de compostos encontrados em betume proveniente de algas verdes unicelulares164 (190’) [Figura 151]. O C O C H3 C [1 9 0 '] O M = 298 [1 9 8 ] [1 9 7 ] C O C H3 M = 298 O O C H3 M = 298 Figura 151: Estruturas de ácidos terpânicos tricíclicos esterificados, propostos para o componente [190] detectado na fração EM do óleo M1. O monitoramento das transições entre o íon molecular e os íons-produtos (mais intensos) obtidas por CGAR/EM-EM utilizando as técnicas VIP e MRS mostra que os três íons-fragmentos principais (m/z 283; 267; e 163) são resultantes da fragmentação direta do íon molecular [Figura 152]. Logo, dentre as estruturas propostas na Figura 151 a estrutura [197] é a que mais contribui para a formação destes fragmentos e o processo de fragmentação para formação dos mesmos está proposto na Figura 153. Entretanto, devido a alta reatividade das insaturações em 214 Resultados e Discussões – Capítulo 2 carbonos terminais, dificilmente o composto [197] estaria presente em óleos após sofrerem estresse térmico e pressão durante sua evolução. Figura 152: [A] Perfil cromatográfico (expandido) da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M1; [A1] Perfil cromatográfico (VIP) da transição [M+. (298) → 70 - 310] para o composto [190]; [A2] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (298) → 283; (M – CH3)] para o composto [190]; [A3] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (298) → 163] para o composto [190]; [A4] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (298) → 267] para o composto [190]. [A5] Perfil do espectro de massas obtido por GCAR/EM-EM (VIP) [M+. (298) → 70 - 310]. 215 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Grupo 1 O O O C C C OCH3 OCH3 OCH3 CH3 [M - 15] [M = 298] m/z 283 Grupo 2 O O O O C C C CH3 OCH3 [M - 31] m/z 267 Grupo 3 O O C OCH3 Rearranjo C OCH3 m/z 163 Figura 153: Proposta de fragmentação do componente [190] para formação dos íons-fragmentos em m/z 283 [M+. – CH3]; m/z 267 [M+. – .OCH3 ], e m/z 163 [M+. – 135]. O resultado do padrão de fragmentação no espectro de massas dos componentes [191] e [193] [Figura 145, pág. 204] mostra similaridade com o padrão de fragmentação do componente [190], acrescentado de 14 e 28 unidades de massas, respectivamente, proveniente da adição de grupo metileno [(-CH2)n, n = 1, 2] a estrutura. O monitoramento das transições entre o íon molecular e os íonsprodutos (mais intensos) obtidas por CGAR/EM-EM utilizando as técnicas VIP e MRS mostra que os cinco íons-fragmentos principais (m/z 297; 283; 281; 177; e 163) para o composto [191] e (m/z 311; 297; 295; 191; e 163) para o componente [193] são resultantes da fragmentação direta do íon molecular [Figura 154 e Figura 155]. 216 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 154: [A] Perfil cromatográfico (expandido) da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M1; [A1] Perfil cromatográfico (VIP) da transição [M+. (312) → 70 - 320] para o composto [191]; [A2] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (312) → 297; (M – CH3)] para o composto [191]; [A3] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (312) → 163] para o composto [191]; [A4] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (312) → 177] para o composto [191]. [A5] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (312) → 281] para o composto [191]. [A6] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (312) → 283] para o composto [191]. [A7] Perfil do espectro de massas obtido por GCAR/EM-EM (VIP) [M+. (312) → 70 - 320]. 217 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 155: [A] Perfil cromatográfico (expandido) da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M1; [A1] Perfil cromatográfico (VIP) da transição [M+. (326) → 70 - 330]; [A2] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 311; (M – CH3)]; [A3] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 163]; [A4] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 177]. [A5] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 191]. [A6] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 295]. [A7] Perfil cromatográfico (MRS) da transição [M+. (326) → 297]. [A8] – [A11] Perfil do espectro de massas obtido por GCAR/EM-EM (VIP) [M+. (326) → 70 - 330] para os componentes [192], [193], [194], [195] respectivamente. Devido a similaridade podemos sugerir que os componentes [191] e [193] são ácidos terpânicos tricíclicos homólogos do componente [190] [Figura 156], pois ambos apresentam perda de um grupo metila [M+ – 15] e perda de um grupo 218 Resultados e Discussões – Capítulo 2 metóxi [M+ – 31] a partir do íon molecular, além de apresentarem o íonsfragmentos m/z 177 e m/z 191, respectivamente, que se referem ao íon-fragmento m/z 163 [Figura 153, pág. 212] acrescentado de 14 ou 28uma correspondente a grupos metilenos (-CH2) adicionados a cadeila lateral ligada ao anel C. Além disso, esses três componentes apresentam eluição em tempos de retenção: 62.064, 63.702 e 65.271min., respectivamente, onde a diferença entre a seqüência de eluição é de 1.6min. O O C C OCH3 OCH3 OCH3 [191] [190] = [190'] C20H26O2 M= 298 O C C21H28O2 M= 312 [193] C22H30O2 M= 326 Figura 156: Estruturas de ácidos terpânicos tricíclicos esterificados, proposto para os componentes [190], [191] e [193] detectado na fração EM do óleo M-1. Com relação aos espectros de massas referentes aos componentes [192], [194] e [195] [Figura 145, pág. 204] e o monitoramento das transições entre o íon molecular e os íons-produtos (mais intensos) obtidas por CGAR/EM-EM, utilizando as técnicas VIP e MRS, mostram que os principais íons-fragmentos são resultantes da fragmentação direta do íon molecular [Figura 155, pág. 214], além de apresentarem massa molecular igual ao componente [193] e um padrão fragmentação semelhante. Entretanto, os compostos [192] e [194] também apresentam íons-fragmentos abaixo de 100 daltons, com intensidades relativamente significativas diferentemente do componente [193], enquanto que o composto [195] apresenta uma coeluição de dois compostos. Com base nestes resultados e nos 219 Resultados e Discussões – Capítulo 2 espectros de massas de padrões de ácidos terpânicos tricíclicos e dos demais apresentados neste trabalho, podemos somente sugerir que os componentes [192; 194; e 195] possuem o mesmo esqueleto estrutural do componente [193], mas podendo diferenciar nos seguintes pontos: posição da dupla ligação do anel B; posição da cadeia lateral com o grupo carboxílico no anel C; possibilidade do grupo carboxílico estar ligado ao anel A; diastereoisomeria dos carbonos C5 e C10. O espectro de massas dos componentes ácidos tricíclicos insaturados detectados na fração EM da amostra M1, foram comparados com alguns espectros de massas de compostos ácidos tricíclicos aromáticos [Figura 157] arquivados no software da biblioteca Nist05, com o objetivo de auxiliar na determinação da proposta estrutural para estes compostos. Também foram comparados aos espectros de massas de ácidos terpenóicos tricíclicos relatados na literatura164. Todos os componentes ácidos terpânicos tricíclicos propostos até aqui são possíveis serem encontrados em amostras geológicas uma vez que, seus precursores naturais provém de resinas de plantas165, 166 , conhecidos como ácidos resínicos como é o caso dos derivados dos ácidos abiético e pimárico, e/ou de algas verdes unicelulares encontradas em betume Tasmanian tasmanite164, como é o caso dos compostos semelhantes ao triciclohexaprenol [Figura 134, pág. 193]. 165 Peters, K. E.; Walters, C. C.; Moldowan, J. M. The Biomerker Guide: Biomarkers and Isotopes in the Environment and Human History. 2005, vol. 1, 2nd Ed, Cambridge University Press. 166 Killops, S. and Killops, V. Introduction to Organic Geochemistry. 2005, 2nd Ed., Blackwell Publishing. 220 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 157: Espectros de massas de componentes aromáticos terpanos tricíclicos ácidos provenientes do software da biblioteca Nist05. O resultado da análise por CGAR/EM-EM (MRS) para o componente [196] [Figura 158] mostra que o íon-produto com relação m/z 253 é proveniente do íon molecular de massa 328 daltons, sendo um íon-produto formado a partir da perda de um fragmento com m/z 75. Como o componente [196] apresenta baixo índice de fragmentação, similarmente ao espectro de massas do padrão da Nist05 indicativo para este composto [Figura 147, pág. 206], este resultado evidencia que tal componente se trata da estrutura química anteriormente proposta. 221 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 158: [A] Perfil cromatográfico (expandido) da análise por varredura de íons totais da Fração EM do óleo M-1; [A1] Perfil cromatográfico (VIP) da transição [M+. (328) → 253]. A análise dos componentes hidrocarbonetos terpanos tricíclicos derivados dos ácidos terpânicos (fração HAc) mostra em LAD-1 um perfil cromatográfico do íon-fragmento extraído em m/z 191 [Figura 159] com uma contribuição semelhante quando comparado ao perfil cromatográfico dos ácidos terpânicos esterificados (fração EM), porém com uma mudança na eluição dos componentes, onde não foi possível detectar a presença do composto [187] detectado na fração EM deste óleo [Figura 136, pág. 195]. Isto se deve a perdas de material ocorridos durante o processo de derivatização, uma vez que este composto se apresentava em baixa concentração na fração EM. Por outro lado, foi detectado a presença do componente [188a] na fração HAc que corresponde ao componente [188] reduzido a hidrocarboneto, conforme seu padrão de fragmentação apresentado no espectro de massas [Figura 160]. Além deste composto, foi detectado um novo ácido terpânico tricíclico na fração HAc do óleo LAD-1, não detectado na fração EM do mesmo e que, de acordo com seu padrão de fragmentação apresentado sugere-se que seja um 222 Resultados e Discussões – Capítulo 2 homólogo do componente [188a] com 42 daltons proveniente da adição de 3 grupos metilenos (-CH2) na cadeia lateral estendida ligada ao anel C [Figura 160]. A análise da fração HAc dos óleos ME-1 e M-2 apresentou uma distribuição de derivados de ácidos terpânicos tricíclicos similar ao apresentado na fração HAc do óleo LAD-1, onde foram detectados os mesmos componentes [Figura 159] Figura 159: [A]-[C] Perfil cromatográfico de íons extraídos em m/z 191 obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração HAc dos óleos LAD-1, M-2 e ME-1. 223 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 160: [A]-[B] Espectros de massas dos componentes [188a] e [197]. Vale novamente ressaltar que, as amostras LAD-2 e M-1 não possuiam quantidades em massa suficiente para serem derivatizadas a hidrocarbonetos, sendo somente analisadas na fração EM. 224 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.4 Análise de Ésteres e Hidrocarbonetos Derivados de Ácidos Terpanóicos Pentacíclicos. Os hopanos são compostos muito discutidos na literatura no estudo de óleos e sedimentos, acredita-se que estes compostos sejam provenientes da membrana celular de bactérias111. Os ácidos terpanóicos pentacíclicos do tipo hopano não são uma classe muito explorada no estudo de óleos, entretanto, alguns autores sugerem que estes compostos possam dar informações a respeito da migração e maturação, complementando as informações obtidas pelos hopanos neutros33,38,39. Contudo, normalmente estes compostos são os maiores constituintes cíclicos ácidos presentes em óleos e sedimentos e têm sido empregado, assim como os hopanos neutros correspondentes, também como parâmetro de biodegradação85, 108. Similarmente aos hopanos neutros, sugere-se que o precursor para os componentes ácidos hopânicos seja o bacteriohopanotetrol, já mencionado anteriormente [Figura 47, pág. 79], sendo um poliol encontrado em células procarióticas de membranas lipídicas de bactérias anaeróbias e cianobactérias. A conversão destes bacteriohopanopolióis para a classe de geohopanos (C27 a C30) têm sido extensivamente estudada na exploração de petróleo. Entretanto, por possuírem diversos centros quirais em seu esqueleto estrutural, estes compostos podem sofrer mudanças estereoquímicas quando submetidos a estresse térmico que lhe conferem parâmetro de maturidade da matéria orgânica113, bem como a perda de unidades de carbono durante o processo de biodegradação por bactérias85,108. Em geral a distribuição molecular de ácidos carboxílicos em óleos brutos podem ser afetados durante o processo migratório33 por dois fenômenos: 1) efeito “washing”, onde ocorre incorporação de ácidos de diferentes níveis de maturidade; ou 2) por efeitos geocromatográficos, onde ocorre perdas devido a diferença de polaridade33,37,112. 225 Resultados e Discussões – Capítulo 2 A classe de compostos ácidos terpanóicos pentacíclicos (hopanos), foram analisadas por CGAR-EM utilizando-se das técnicas de análise VIT e MIS. No modo de aquisição por MIS utilizamos os íons com relação m/z 177 (hopanos desmetilados) e m/z 191, correspondentes ao pico base nesta classe de compostos, e outros íons característicos da fragmentação de terpanos pentacíclicos (por exemplo, m/z 207, 221, 235, 249, 263, 277 e 291) provenientes do rompimento das ligações entre os carbonos C12-C13 e C8-C14 (anel C/D) [Figura 161], além das respectivas massas moleculares e M+ - 15 (correspondente a perda do grupo metila ligado ao carbono C10 ). m / z 207 m / z 191 2 10 5 A 3 13 14 C 1 4 9 21 E 12 D 22 m / z 176 + R COO CH 3 17 8 E 12 B m / z 191 m / z 369 2 m / z 221 C 28 3 C 1 A 4 10 5 9 13 14 R 21 D 17 22 8 B m / z 369 E 12 m / z 191 2 A 3 C 1 4 10 5 9 13 14 21 D 17 22 R = (CH 2) n CO O CH 3 onde, n = 0 a 3 (C 30 a C 33) 8 B C 29 CO OCH 3 m / z 369 Figura 161: Estruturas representativa para os ácidos terpanóicos pentacíclicos do tipo hopano. O perfil cromatográfico dos íons-fragmentos (m/z 191) extraído do resultado da análise por CGAR/EM (VIT) de todas as frações EM das amostras em estudo, mostra a presença de componentes ácidos terpânicos pentacíclicos com uma variação em concentração entre os ácidos hopanóicos C30 a C33, onde nas amostras 226 Resultados e Discussões – Capítulo 2 LAD (1 e 2) [Figura 162 e Figura 165] e M-2 [Figura 164 e Figura 165] prevaleceram os ácidos C30 e C31, enquanto que nas amostras ME (1 e 2) [Figura 163 e Figura 165] apresentaram maior abundância dos ácidos hopanóicos C32 e C33, e ausência destes compostos na amostra M-1. Figura 162: Perfil cromatográfico de íons extraídos (m/z 191) obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM dos óleos: [A] LAD-1; [B] LAD-2. Figura 163: Perfil cromatográfico de íons extraídos (m/z 191) obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM dos óleos: [C] ME-1; [D] ME-2. 227 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 164: Perfil cromatográfico de íons extraídos (m/z 191) obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM dos óleos: [E] M-1; [F] M-2. 228 Resultados e Discussões – Capítulo 2 m/z 176 + R H 21 17 m/z 191 R 22 H m/z 369 C30 R = COOCH 3 Composto C31 R = -CH 2COOCH3 Configuração Composto Configuração 204 17α(H),21β(H), 22S 208 17α(H),21β(H), 22S 205 206 207 17α(H),21β(H), 22R 17β(H),21α(H), 22S 17β(H),21α(H), 22R 209 210 211 17α(H),21β(H), 22R 17β(H),21α(H), 22S 17β(H),21α(H), 22R 219 220 17β(H),21β(H), 22S 17β(H),21β(H), 22R C32 R = (CH 2)2COOCH3 C33 R = (CH 2)3COOCH3 Composto Configuração Composto Configuração 213 17α(H),21β(H), 22S 217 17α(H),21β(H), 22S 214 215 216 17α(H),21β(H), 22R 17β(H),21α(H), 22S 17β(H),21α(H), 22R 220 221 222 17α(H),21β(H), 22R 17β(H),21α(H), 22S 17β(H),21α(H), 22R Figura 165: Perfil cromatográfico de íons extraídos (m/z 235; m/z 249; m/z 263; e m/z 277) obtidos a partir da análise por varredura de íons totais da Fração EM representativo para os óleos LAD; ME; e M. 229 Resultados e Discussões – Capítulo 2 O espectro de massas representativo para cada homólogo (C30 – C33) dos ácidos hopanóicos detectados nas frações EM, bem como, as estruturas propostas, estão representados na Figura 166. Figura 166: Espectros de massas representativos para os componentes ésteres metílicos derivados de ácidos hopanóicos (C30 – C33) detectados na Fração EM dos óleos em estudo. Comparando a análise da amostra M-2 [Figura 164 (F), pág. 224] com os resultados dos monitoramentos apresentados na Figura 165 (pág.225), podemos observar a presença de ácidos hopanóicos de cadeia curta entre C28 (composto 200 e 201) e C29 (composto 202 e 203) [Figura 161, pág. 222], confirmados sua detecção pelo monitoramento dos íons-fragmentos m/z 207 e 221, respectivamente. Como já discutido anteriormente, os compostos do tipo hopano apresentam configuração biológica 17β(H), 21β(H)-(22R), nos carbonos C-17, C-21 e C-22. Entretanto, esta configuração não é termodinamicamente a mais estável, ocorrendo isomerização destas posições, durante o processo de catagênese do óleo, originando 230 Resultados e Discussões – Capítulo 2 compostos termodinamicamente mais estáveis com configuração 17α(H), 21β(H) e 17β(H), 21α(H), além de ocorrer a isomerização da configuração 22R para 22S. Analisando a distribuição dos ácidos hopanóicos C30 (m/z 235), C31 (m/z 249), C32 (m/z 263) e C33 (m/z 277), na forma de ésteres metílicos representados na Figura 165(pág. 225), foram detectados a presença das 3 séries diastereoisoméricas dos ácidos hopanóicos: [17α(H), 21β(H) (22R e 22S); 17β(H), 21α(H) (22R e 22S); e 17β(H), 21β(H) (22R e 22S), quando comparados com os dados da literatura33,35,37,38,39,167. Além disso, os espectros de massas dos diastereoisômeros também foram comparados entre si sendo possível diferenciá-los através da intensidade entre os íons característicos (m/z 235; 249; 263; e 277), representado pelos espectros de massas dos diastereoisômeros ésteres metílicos derivados de ácidos hopanóicos C30 [Figura 167]. 167 Barakat, A. O. and Yen, T. F. Organic Geochemistry. 1990, 15(3), 299-311. 231 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 167: Espectros de massas comparativo dos diastereoisômeros ésteres metílicos derivados de ácidos hopanóicos (C30H50O2) detectados na Fração EM do óleo tipo LAD. A presença dos componentes ácidos hopânicos na fração ácida de cada amostra, também pôde ser comprovada analisando a fração dos hidrocarbonetos derivados de ácidos (HAc) para esta classe de compostos, como pode ser observado na região dos componentes pentacíclicos indicado na Figura 159 (pág. 219) e melhor representada pelo perfil cromatográfico da amostra M-2 [Figura 168] após monitorar o íon-fragmento com relação m/z 191 extraídos a partir do resultado da análise por CGAR/EM (VIT). 232 Resultados e Discussões – Capítulo 2 O espectro de massas representativo para cada homólogo (C30 – C33) dos ácidos hopanóicos detectados nas frações HAc, bem como, as estruturas propostas, estão representados na Figura 169. Figura 168: Perfil cromatográfico de íons extraídos (m/z 191) obtido a partir da análise por varredura de íons totais da Fração HAc do óleo M-2, representativo para os demais óleos em estudo. Figura 169: Espectros de massas representativos para os componentes hidrocarbonetos derivados de ácidos hopanóicos (C30 – C33) detectados na Fração HAc dos óleos em estudo. 233 Resultados e Discussões – Capítulo 2 O resultado obtido para a amostra tipo ME corroboram com o maior nível de biodegradação das mesmas, onde podemos sugerir que os ácidos hopanóicos de menor peso molecular (C30 e C31) foram removidos mais rápido pelas bactérias, concordando com os resultados quando correlacionados com a fração neutra das mesmas, onde mostraram um nível de biodegração moderada (grau 4). Isto é possível, uma vez que diversos relatos da literatura apresentam resultados com possibilidade de biodegradação seletiva entre hopanos (C30) e homohopanos (C31 – C35), entretanto existem controvérsias quanto ao consumo destes compostos pelas bactérias durante o processo de biodegradação, onde dados da literatura mostram casos em que os homohopanos (C31 e C32) foram mais suscetíveis a biodegradação do que os hopanos (C30)125, enquanto que em outros casos mostram que os homólogos superiores dos hopanos são preferencialmente mais bioresistentes60, 168, 169 . Do mesmo modo a amostra tipo LAD mostra baixo nível de biodegradação por apresentar em sua composição todos os homólogos de ácidos hopanóicos (C30 – C33), onde os hopanos superiores (C32 – C33) estão melhor vizualizados quando monitorados na análise por CGAR/EM (MIS), apresentando característica similar ao discutido na fração neutra. Com a finalidade de estudar o grau de maturação em óleos, têm sido verificado a estereoquímica de diversos compostos, entre eles os ácidos hopanóicos e seus possíveis precursores. Na literatura33,35,38,39 é relatado que óleos e sedimentos mais imaturos apresentam quantidades significativas de ácidos hopanóicos com configuração 17β(H),21β(H), 22(R e S) e que durante o processo de maturação este isômero é transformado para os de estrutura termicamente mais estável, tais como 17α(H),21β(H) e 17β(H),21α(H). Também é comentado que a razão dos epímeros 168 Moldowan, J. M. and McCaffrey, M. A. Geochimica et Cosmochimica Acta. 1995, 59, 18911894. 169 Requejo, A. G. and Halpern, H. I. Nature. 1989, 342, 670-673. 234 Resultados e Discussões – Capítulo 2 no carbono C22 (S e R) é outro indicador de maturidade, pois acredita-se que com o aumento da maturidade haja uma conversão dos ácidos hopanóicos com configuração 22R para 22S, mais estável termodinamicamente124. Outro relato importante trata da velocidade de epimerização para o carbono C-22 que é maior para os ácidos hopanóicos com o grupo carboxílico mais próximo do centro quiral33,38,39. Isto se deve o fato de que ocorra um mecanismo de enolização do grupo carboxílico adjacente aumentando assim a velocidade de epimerização do centro quiral. Por outro lado, é relatado também que a presença destes compostos, principalmente de configuração 17β(H),21β(H), 22R, podem ser provenientes da incorporação de matéria orgânica imatura durante o processo de migração do óleo. Os óleos aqui estudados apresentaram diferentes padrões de concentração entre os ácidos hopanóicos, onde foram detectados duas séries principais, entre C30 a C33 com as configurações 17α(H),21β(H), (22S e 22R) e 17β(H),21α(H), (22S e 22R). Entretanto os óleos LAD apresentaram além destas 2 séries, dois ácidos hopanóicos com configuração 17β(H),21β(H), (22S e 22R) que pode ser uma evidência de incorporação de MO imatura durante o processo migratório; enquanto que nos óleos M e ME observou-se apenas a série 17α(H),21β(H), (22S e 22R) correspondente ao ácido hopanóico C30. Considerando que durante o processo de maturação térmica ocorra a isomerização/epimerização dos centros quirais dos compostos, para os termodinamicamente mais estáveis e que, em rochas maturas a razão R/S relatada para os ácidos hopanóicos é de aproximadamente 0,8533, calculamos a razão R/S dos ácidos hopanóicos C30 – C33 (Tabela 16) e podemos observar que os óleos aqui estudados possuem baixa maturidade térmica. Entretanto, avaliando os valores de 22R/22S (17α(H),21β(H) e 17β(H),21α(H) para os hopanos superiores (C32 e C33) 235 Resultados e Discussões – Capítulo 2 podemos concluir que os óleos ME são termicamente mais evoluídos do que os óleos LAD. O fato da incorporação de MO ter sido detectada somente através da análise da fração ácida deve-se a baixa concentração dos componentes ácidos em óleos o que faz com que a distribuição molecular dos memos seja facilmente alterada por pequenas variações de concentração. Tabela 16: Razão 22R/22S comparativa para os diastereoisômeros 17α(H),21β (H) e 17β(H),21α(H) de ácidos hopanóicos derivados da fração EM. (m/z) 235 LAC1 α,β β ,α R/S* R/S** 0,93 1,30 LAC2 α,β β ,α R/S* R/S** 0,85 1,24 α,β R/S* 0,85 β ,α R/S** 1,45 α,β R/S* 1,05 β ,α R/S** 1,46 α,β R/S* 1,02 β ,α R/S** 249 1,35 1,44 0,92 1,21 1,14 1,28 0,94 ------- 0,97 ------ 263 2,05 2,49 1,32 1,75 1,46 2,21 1,23 1,47 1,32 1,49 277 1,55 2,54 1,10 1,43 1,74 2,58 1,10 1,42 1,01 1,22 Íon M2 ME1 ME2 1,31 * Altura do pico do composto 17α(H),21β(H) (22R) dividido pela altura do pico do composto 17α(H),21β(H) (22S). ** Altura do pico do composto 17β(H),21α(H) (22R) dividido pela altura do pico do composto 17β(H),21α(H) (22S). 6.5 Hidrocarbonetos Derivados de Ácidos Esteranóicos e Alquil Esteranóicos. Coinjeção de Padrões da Série 5α(H)- e 5β(H)Colestano e Estigmastano; 3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)5β(H)- Colestano e Estigmastano. Como já discutido sobre a presença de esteranos e alquil-esteranos na fração neutra, estes compostos também podem estar presentes na fração ácida distribuídos como componentes diastereoisômeros dos análagos C28 a C33 de configuração 5α(H)- e 5β(H)-esteranos; 3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-esteranos. 236 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Na fração de hidrocarbonetos derivados de ácidos (HAc) dos óleos LAD-1, M-2 e ME (1 e 2) após analisadas em CGAR/EM utilizando-se das técnicas VIT e MIS, detectou-se a presença de componentes ácidos esterânicos regulares e substituídos no anel A, entretanto devido a baixa concentração destes compostos nas amostras LAD e ME, a prévia detecção de alguns componentes só foi possível após realizado análise por CGAR/EM-EM (MRS) monitorando a transição íon precursor → íon produto característico para cada homólogo destes ácidos. A confirmação de alguns componentes com esse tipo de estrutura foi realizada através da coinjeção de padrões sintéticos da série 5α(H)- e 5β (H)- colestano; 3β (alquil)5α (H)- e 3α (alquil)-5β (H)-colestano, sintetizados por Lopes, J.A.D. et al107;e 5α (H)- e 5β (H)- estigmastano; 3β (alquil)-5α (H)- e 3α (alquil)-5β (H)estigmastano, sintetizados por Lima, S.G. et al.89, confirmando a presença e a estereoquímica estrutural de alguns dos ácidos esterânicos e alquil esterânicos, descritos na Tabela 17. Para isto, foi necessário a utilização tanto da técnica MIS quanto MRS para realização das análises por coinjeção. A partir dos resultados obtidos das análises por MIS pôde-se observar que a amostra M-2 apresenta maior concentração dos ácidos esteranóicos sendo detectados até a série de ácidos 3-butil-esteranóicos, além disso o perfil cromatográfico das análises mostram que além dos compostos identificados, existem uma série de ácidos alquil-esteranóicos (alquil-colestanóico, alquil-24metil-colestanóico e alquil-24-etil-colestanóico) ainda não identificados (Tabela 18). Um fato interessante apresentado na amostra M-2 foi a confirmação de 18 ácidos esterânicos dos 18 padrões sintéticos coinjetados com a amostra, distribuídos em ácidos esterânicos normais e alquil-esterânicos. Sendo a amostra M-2 um óleo misto (LAD+ME), comparando com os resultados apresentados pelas amostras LAD e ME individualmente, nota-se que alguns componentes não estão presentes nestes óleos, o que sugere que a amostra 237 Resultados e Discussões – Capítulo 2 M-2 pode ter contribuição destes componentes proveniente de outras fontes. Para a amostra LAD-1 foram confirmados somente a presença de 5 componentes distribuídos entre ácidos 3-(aquil)-colestanóico e 3-(aquil)-estigmastanóico, enquanto que nas amostras ME-1 e ME-2 foram confirmados 10 e 11 componentes, respectivamente, distribuídos entre ácidos 3-(aquil)-colestanóico e 3(aquil)-estigmastanóico. Tabela 17: Ácidos estigmastânicos , alquil-colestânicos e alquil-estigmastânicos identificados na fração de hidrocarboneto derivados (HAc) dos óleos, por meio de coinjeção de padrões sintéticos. Óleos Composto LAD1 M2 ME1 ME2 Composto Nd Nd Id Id 223 α β Ácido 3 (metil)-5 (H)-colestanóico Nd Nd Id Id 224 Ácido 3α(etil)-5β (H)-colestanóico Nd Nd Nd Id 225 Ácido 3α(propil)-5β (H)-colestanóico Nd Nd Nd Id 226 Ácido 3α(butil)-5β(H)-colestanóico Id Id Id Id 227 Ácido 3β (metil)-5α(H)-colestanóico Nd Id Id Id 228 Ácido 3β (etil)-5α(H)-colestanóico Nd Id Id Id 229 Ácido 3β (propil)-5α(H)-colestanóico Nd Nd Nd Id 230 Ácido 3β (butil)-5α(H)-colestanóico Ácido 5β (H)-estigmastanóico Ácido 3α(metil)-5β(H)-estigmastanóico Ácido 3α(etil)-5β (H)-estigmastanóico Ácido 3α(propil)-5β (H)-estigmastanóico Ácido 3α(butil)-5β(H)-estigmastanóico Ácido 5α(H)-estigmastanóico Ácido 3β (metil)-5α(H)-estigmastanóico Ácido 3β (etil)-5α(H)-estigmastanóico Ácido 3β (propil)-5α(H)-estigmastanóico Ácido 3β (butil)-5α(H)-estigmastanóico Nd Id Nd Nd Nd Nd Id Id Nd Nd Id Id Id Id Id Id Id Id Id Id Nd Id Nd Id Id Nd Id Id Id Id Nd Id Nd Id Id Nd Id Id Id Id 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 Id = Identificado; Nd = Não detectado A Figura 170 à Figura 176 mostra a presença e confirmação estrutural dos componentes da série [5α(H)- e 5β(H)-estigmastanos]; [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)-colestanos]; e [3β(alquil)-5α(H)- e 3α(alquil)-5β(H)- estigmastanos] coinjetados com as amostras LAD-1 e ME-1 utilizando a 238 Resultados e Discussões – Capítulo 2 CGAR/EM-EM(MRS) e a amostra M-2 utilizando a CGAR/EM(MIS), respectivamente, representando a identificação desta série de compostos para todos os óleos em estudo neste trabalho como está listado na Tabela 17. Vale ressaltar que as coinjeções foram realizadas na fração HAc das amostras em estudo utilizando padrões sintéticos na forma de hidrocarbonetos, entretanto o resultado de cada composto identificado será expresso como o ácido correspondente. 6.5.1 Coinjeção de padrões com amostra LAD-1 – Fração HAc. Figura 170: Confirmação da presença de Ácido 5β(H)- e 5α(H)-estigmastan-3-il-metanóico por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM-EM(MRS). (A) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo LAD-1 obtido da transição [M+. (414) → 231]; (A1) Coinjeção do padrão sintético 3α(metil)-5β(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [232]. Transição [M+. (414) → 231]; (A2) Coinjeção do padrão sintético 3β (metil)-5α(H),14α(H),17α(H)estigmastano [237]. Transição [M+. (414) → 231]. 239 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.5.2 Coinjeção de padrões com amostra ME-1 – Fração HAc Figura 171: Confirmação da presença de Ácido 5β (H)- e 5α(H)-estigmastan-3-il-propanóico por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM-EM(MRS). (B) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo ME-1 obtido da transição [M+. (442) → 259]; (B1) Coinjeção do padrão sintético 3α(propil)-5β (H),14α(H),17α(H)-estigmastano [234]. Transição [M+. (442) → 259]; (B2) Coinjeção do padrão sintético 3β (propil)-5α(H),14α(H),17α(H)estigmastano [239]. Transição [M+. (414) → 231]. 240 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.5.3 Coinjeção de padrões com amostra M-2 – Fração HAc. Figura 172: Confirmação da presença de Ácido 5β (H)- e 5α(H)-estigmastanóico por coinjeção de padrões sintéticos com amostra de óleo e análise por CGAR/EM(MIS). (A) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo M-2 obtido do monitoramento em m/z 217; (A1) Coinjeção do padrão sintético 5β(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [231]. MIS> m/z 217; (A2) Coinjeção do padrão sintético 5α(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [236]. MIS> m/z 217. 241 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 173: Confirmação da presença de Ácido 5β (H)- e 5α(H)-colestan-3-il metanóico; 5β(H)e 5α(H)-estigmastan-3-il metanóico por coinjeção de padrões sintéticos com a Fração HAc da amostra de óleo e análise por CGAR/EM(MIS). (B) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo M-2 obtido do monitoramento em m/z 231; (B1) Coinjeção do padrão sintético 3(α)metil5β(H),14α(H),17α(H)-colestano [223]. MIS> m/z 231; (B2) Coinjeção do padrão sintético 3β(metil)-5α(H),14α(H),17α(H)-colestano [227]. MIS> m/z 231. (B3) Coinjeção do padrão sintético 3(α)metil-5β(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [232]. MIS> m/z 231. (B4) Coinjeção do padrão sintético 3β (metil)-5α(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [237]. MIS> m/z 231. 242 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 174: Confirmação da presença de Ácido 5β (H)- e 5α(H)-colestan-3-il etanóico; 5β(H)- e 5α(H)-estigmastan-3-il etanóico por coinjeção de padrões sintéticos com a Fração HAc da amostra de óleo e análise por CGAR/EM(MIS). (B) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo M-2 obtido do monitoramento em m/z 245; (B1) Coinjeção do padrão sintético 3(α)etil5β(H),14α(H),17α(H)-colestano [224]. MIS> m/z 245; (B2) Coinjeção do padrão sintético 3β(etil)-5α(H),14α(H),17α(H)-colestano [228]. MIS> m/z 245. (B3) Coinjeção do padrão sintético 3(α)etil-5β(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [233]. MIS> m/z 245. (B4) Coinjeção do padrão sintético 3β (etil)-5α(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [238]. MIS> m/z 245. 243 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 175: Confirmação da presença de Ácido 5β(H)- e 5α(H)-colestan-3-il propanóico; 5β(H)e 5α(H)-estigmastan-3-il propanóico por coinjeção de padrões sintéticos com a Fração HAc da amostra de óleo e análise por CGAR/EM(MIS). (B) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo M-2 obtido do monitoramento em m/z 259; (B1) Coinjeção do padrão sintético 3(α)propil5β(H),14α(H),17α(H)-colestano [225]. MIS> m/z 259; (B2) Coinjeção do padrão sintético 3β(propil)-5α(H),14α(H),17α(H)-colestano [229]. MIS> m/z 259. (B3) Coinjeção do padrão sintético 3(α)propil-5β(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [234]. MIS> m/z 259. (B4) Coinjeção do padrão sintético 3β(propil)-5α(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [239]. MIS> m/z 259. 244 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 176: Confirmação da presença de Ácido 5β(H)- e 5α(H)-colestan-3-il butanóico; 5β(H)e 5α(H)-estigmastan-3-il butanóico por coinjeção de padrões sintéticos com a Fração HAc da amostra de óleo e análise por CGAR/EM(MIS). (B) Perfil cromatográfico da fração HAc do óleo M-2 obtido do monitoramento em m/z 273; (B1) Coinjeção do padrão sintético 3(α)butil5β(H),14α(H),17α(H)-colestano [226]. MIS> m/z 273; (B2) Coinjeção do padrão sintético 3β(butil)-5α(H),14α(H),17α(H)-colestano [230]. MIS> m/z 273. (B3) Coinjeção do padrão sintético 3(α)butil-5β (H),14α(H),17α(H)-estigmastano [235]. MIS> m/z 273. (B4) Coinjeção do padrão sintético 3β (butil)-5α(H),14α(H),17α(H)-estigmastano [240]. MIS> m/z 273. Os espectros de massas de alguns compostos identificados nas amostras estão representados na Figura 177 e Figura 178. Vale ressaltar que a coinjeção dos padrões sintéticos derivados do estigmasterol foi realizado pela primeira vez em óleos provenientes do EstreitoGuamaré (Bacia Potiguar) e principalmente na fração ácida de óleos desta bacia, identificando as moléculas dos componentes esterânicos presentes nas amostras 245 Resultados e Discussões – Capítulo 2 estudadas neste trabalho. Também vale salientar que na fração HAc para série alquil-esteranos foram detectados ácidos até 3-butil-24-etil-colestanóicos. Figura 177: Espectros de massas dos componentes 3α(alquil)-5β (H)- e 3β(alquil)-5α(H)colestanos derivados de ácidos 5β(H)-colestan-3-il alcanóico e 5α(H)-colestan-3-il alcanóico identificados na Fração HAc das amostras em estudo. 246 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 178: Espectros de massas dos componentes 5β (H)- e 5α(H)-estigmastanos; e 3α(alquil)5β(H)- e 3β(alquil)-5α(H)-estigmastanos derivados de ácidos 5β (H)- e 5α(H)-estigmastanóicos; e ácidos 5β(H)-estigmastan-3-il alcanóico e 5α(H)-estigmastan-3-il alcanóico identificados na Fração HAc das amostras em estudo. 247 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Tabela 18: Ácidos esteranóicos e alquil-esteranóicos detectados como hidrocarbonetos derivados da fração ácida. LAD-1 M-2 ME-1 Nome do Composto Pico h1 Ácido 24-metil-colestanóico nd nd d h2 Ácido 24-metil-colestanóico nd nd d h3 Ácido 24-metil-colestanóico nd nd d h4 Ácido 24-metil-colestanóico nd nd d h5 Ácido 24-etil-colestanóico nd d d h6 Ácido 24-etil-colestanóico nd d d h7 Ácido 24-etil-colestanóico nd d d h8 Ácido 3-metil-colestanóico nd nd d h9 Ácido 3-metil-24-metil-colestanóico nd nd d h10 Ácido (?)-metil-24-etil-colestanóico nd d d h11 Ácido (?)-metil-24-etil-colestanóico nd d d h12 Ácido 3-etil-colestanóico nd nd d h13 Ácido 3-etil-24-metil-colestanóico nd nd d h14 Ácido 3-etil-24-metil-colestanóico nd nd d h15 Ácido 3-etil-24-etil-colestanóico nd d d h16 Ácido 2-etil-24-etil-colestanóico nd d d h17 Ácido 2-etil-24-etil-colestanóico nd d d h18 Ácido 3-etil-24-etil-colestanóico d d d h19 Ácido 3-etil-24-etil-colestanóico d d d h20 Ácido (?)-etil-24-etil-colestanóico nd d d h21 Ácido (?)-etil-24-etil-colestanóico nd d d h22 Ácido (?)-etil-24-etil-colestanóico d d d h23 Ácido 3-propil-colestanóico nd nd d h24 Ácido 3-propil-colestanóico nd nd d h25 Ácido 3-propil-24-metil-colestanóico nd nd d h26 Ácido 3-propil-24-metil-colestanóico nd nd d h27 Ácido 3-propil-24-etil-colestanóico nd d d h28 Ácido 3-propil-24-etil-colestanóico nd d d h29 Ácido 3-propil-24-etil-colestanóico nd d d h30 Ácido 3-butil-colestanóico nd nd d h31 Ácido 3-butil-colestanóico nd nd d h32 Ácido 3-butil-24-etil-colestanóico nd nd d h33 desconhecido nd nd d * d = detectado ** nd = não detectado 248 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.5.4 Análise da série homóloga (C31 – C36) da classe ácidos esteran-3il-alcanóicos por CGAR/EM-EM (MRM) da Fração HAc dos óleos LAD e ME. No decorrer das análises realizadas na fração HAc notamos a presença de ácidos esteran-3-il-alcanóicos análogos aos componentes identificados pela coinjeção de padrões sintéticos. Similar ao estudo realizado na fração neutra dos óleos apresentados neste trabalho, a análise por CGAR/EM-EM(MRM) da fração HAc mostra a presença de componentes ácidos esteran-3-il-alcanóicos em níveis de concentração diferente do mesmo estudo apresentado na fração neutra, com maior concentração de componentes ácidos carboxi-24-etil-colestanóicos e ausência de homólogos superior a C32, enquanto que na fração neutra foi detectada a presença dos homólogos C31 a C34. Isso sugere que os componentes ácidos esteran-3-ilalcanóicos podem ser os precursores para a formação dos hidrocarbonetos 3-alquilesteranos. 249 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 179: Perfil cromatográfico de distribuição da classe ácidos 24-etil-esteran-3-il-alcanóicos da fração HAc dos óleos LAD-1 e ME-1 analisados por CGAR/EM-EM(MRM). 250 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.6 Verificação da Possível Presença de Ácidos Derivados de 2-, 3-, e 4-Metil-Esterânicos e Dinosterol. Como já visto na fração neutra os componentes hidrocarbonetos derivados de esteranos com o grupo metílico ligado ao carbono 2, 3 ou 4, assim como os dinosteranos, quando presentes, fornecem importantes parâmetros indicativos do tipo de fonte em que óleo foi gerado. Entretanto, na literatura não há nenhum relato que descreva a presença, em óleos, dos componentes 2- e 4-metil-esteranos e dinosteranos na forma de seus correspondentes ácidos. Com o objetivo de verificar se há alguma correlação destes componentes na fração HAc foram realizadas análises por CGAR/EM-EM (MRS) monitorando as transições [M+. (414) → 231]; [M+. (414) → 95]; e [M+. (414) → 98] e comparado os resultados com os mesmos obtidos na fração neutra, onde foi possível observar a presença somente do componente ácido 24-etil-colestan-3-il metanóico (C30) e seus diastereoisômeros. Com esse resultado concluímos que a ausência dos correspondentes ácidos para os compostos 2- e 4-metil-esteranos e dinosteranos é justificado devido ao fato da literatura não apresentar nenhum relato sobre os correspondentes ácidos em fontes de MO presente no ambiente durante o processo de formação do petróleo. 251 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 180: Perfil cromatográfico da análise por CGAR/EMEM(MRM) de ácidos esteran-3-il metanóicos e ácidos similares ao dinosterano. 252 Resultados e Discussões – Capítulo 2 6.7 Análise dos Hidrocarbonetos Derivados dos Constituintes Ácidos Aromáticos. A análise dos constituintes ácidos esteranóicos monoaromáticos (m/z 253) [Figura 181; Tabela 19] e alquil-monoaromáticos (m/z 267) mostraram-se presentes somente na amostra M-2 [Figura 181] em abundância relativamente baixa, sendo possível detectá-los em baixíssimas concentrações pela varredura de íons totais e melhor observados através do monitoramente de íons selecionados por CGAR/EM(MIS). Entretanto, os ácidos esteranos triaromáticos (íons-fragmentos com relação m/z 231 e m/z 245) não foram detectados nas amostras em estudo. Como já foram mencionados em discussões anteriores, os componentes do tipo esteranos triaromáticos são provenientes da aromatização dos correspondentes esteranos monoaromáticos, e a esta conversão atribui o grau de evolução térmica em que o óleo foi submetido. Logo, a ausência ou não detecbilidade dos componentes triaromáticos mostram o baixo grau de evolução térmica dos óleos em estudo, corroborando com os parâmetros já mencionados na fração neutra. Também foi detectada a presença de ácidos alquil-monoaromáticos de cadeia lateral estendida no anel A pelo monitoramento dos íons-fragmentos com relação m/z 281 e m/z 295 [Figura 181], o que sugere a presença de grupo etila e propila respectivamente, ainda não relatados na literatura como ácidos. Isto é possível uma vez que, Dahl, J. et al.62 relataram a identificação de hidrocarbonetos 3-alquilesteranos triaromáticos em óleos e extratos de rochas. 253 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 181: Perfil cromatográfico dos componentes hidrocarbonetos derivados de ácidos esteranóicos monoaromáticos obtidos da análise por CGAR/EM(MIS) da Fração HAc do óleo M-2. (A) monitoramento do íon-fragmento em m/z 253; (B) monitoramento do íon-fragmento em m/z 267; (C) monitoramento do íon-fragmento em m/z 281; (D) monitoramento do íon-fragmento em m/z 295. Tabela 19:Ácidos esterânicos monoaromáticos detectados na fração HAc do óleo M-2. m/z 253 Pico 241 242 243 244 245 246 247 248 Fórmula Molecular do Componente Ácido C27H40O2 C27H40O2 C28H42O2 C27H40O2 C28H42O2 + C29H44O2 C29H44O2 C28H42O2 + C29H44O2 C29H44O2 Massa Molecular 396 396 410 396 410 + 424 424 410 + 424 424 254 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Na amostra ME o monitoramento do íon-fragmento com relação m/z 267 revelou a presença de dois componentes em tempo de retenção acima dos componentes detectados na amostra M-2, onde o componente 249 apresenta íon molecular (M+ 394) e m/z 267 em maior abundância e o 250, íon molecular (M+ 392) e m/z 268 mais abundante [Figura 182]. Uma análise na Biblioteca Nist05 somente nos revela que tais componentes possuem estruturas semelhantes ao esqueleto estrutural do composto registrado pela comparação com os padrões da Nist05, onde apresentou uma similaridade espectral de 44% [Figura 183]. Figura 182: Perfil cromatográfico dos componentes hidrocarbonetos derivados de ácidos esteranóicos monoaromáticos obtidos da análise por CGAR/EM(MIS) da Fração HAc do óleo ME. Monitoramento dos íons-fragmentos em m/z 267+ 268+(392+394 daltons). 255 Resultados e Discussões – Capítulo 2 Figura 183: Espectro de massas referente ao componente 250 e o comparativo com o espectro de massas referente ao padrão sintético da biblioteca Nist com 44% de similaridade. Vale salientar que devido aos processos ocorridos durante a formação do petróleo, como elevação de temperatura, pressão e a presença de microrganismos, torna-se quase impossível encontrar em óleos, compostos com insaturações conjugadas a grupos funcionais, tais como carbonilas, sendo o espectro acima meramente comparativo e indicativo da semelhança entre a estrutura do composto presente na amostra e o padrão da biblioteca. 256 Conclusão Parcial – Fração Ácida 6.8 Conclusão Parcial da Fração Ácida O estudo da fração ácida revelou a presença de ácidos lineares, com predominância dos ácidos hexadecanóico (C16) e octadecanóico (C18) nas 6 amostras analisadas, além dos ácidos lineares ramificados e cicloexanóicos mono- e dissubstituídos em baixíssimas concentrações nas amostras LAD. Também se encontram presentes ácidos terpanóicos tricíclicos saturados e insaturados diversificados entre os óleos, com maior proporção de tricíclicos provenientes dos ácidos resínicos de plantas, além da presença em maior concentração dos ácidos terpanóicos pentacíclicos. Duas classes de ácidos de grande importância encontradas nas amostras em estudo foram os esteranóicos e alquil-esteranóicos em maior concentração nas amostras Mistas. Os ácidos acíclicos foram os maiores constituintes encontrados na fração ácida extraída dos óleos LAD, cuja matéria orgânica foi depositada sob condições lacustres de água doce. Similarmente os n-alcanos saturados da fração neutra também foram os maiores constituintes encontrados nestes óleos. Dentre os ácidos acíclicos, os n-alcanóicos formam uma série homóloga dominante que varia de nC12 a nC31, estando os ácidos isoprenóicos em baixíssimas concentrações detecando-se apenas o ácido fitanóico [183a]. A presença de ácidos cicloexanóicos mono- e dissubstituídos nas amostras LAD confirma a fração neutra, e sugere serem provenientes de bactérias que atuam na formação do petróleo, uma vez que estes óleos apresentam baixo nível de biodegradação. Dentre os ácidos cíclicos, os ácidos hopanóicos foram os que apresentaram maior abundância relativa nos óleos LAD, M2 e ME distribuídos em duas séries entre C30 a C33 com configurações 17α(H),21β(H) [22S e 22R] e 17β(H),21α(H) [22S e 22R], com evidência de maior maturidade térmica para o óleo ME quando comparado os valores calculados para a razão 22R/22S dos hopanos superiores C32 257 Conclusão Parcial – Fração Ácida e C33. Entretanto, a amostra M1 apresentou maior concentração de ácidos terpanóicos tricíclicos insaturados e a presença destes, sugere que os mesmos possam ser provenientes da dissolução de ácidos resínicos de plantas provenientes de ambientes lacustres de água doce (LAD) durante o processo de biodegradação e que sofreram transformações diagenéticas envolvendo reações de aromatização durante o processo de evolução térmica. A alta concentração de ácidos alquil-esteranóicos na amostra M-2, com o grupo carboxílico [CH3(CH2)n-COOH; onde n = 0 a 3] ligado ao anel A correspondentes a ácidos 3-alquil-colestanóicos, 3-alquil-24-metil-colestanóicos e 3-alquil-24-etil-colestanóicos, variando o grupo alquila de metil a butil, serviu de auxílio de comparação para a detecção/identificação destes componentes nos demais óleos. Dentre os compostos foram identificados a configuração de 5 componentes no óleo LAD-1; 10 e 11 componentes respectivamente nos óleos ME-1 e ME-2; e 16 componentes no óleo M-2, além de dois ácidos estigmastanóicos. A presença destes compostos em maior proporção no óleo M-2 quando comparado aos óleos LAD e ME, sugere que o mesmo possa ter contribuição de outras fontes. Além dos compostos identificados, o perfil cromatográfico das análises para esta classe mostra uma série de ácidos alquilesteranóicos ainda não identificados. A identificação de ácidos alquil-esteranóicos em amostras Lacustres de água doce (LAD) é um fato inédito e de grande importância para a determinação dos parâmetros geoquímicos para esta classe de óleos com relação ao ambiente deposicional das respectivas fontes geradoras, uma vez que a literatura reporta a presença destes compostos somente em amostras marinhas, apesar de ainda não haver uma rota biogenética comprovada que explique a biossíntese e presença destes compostos em petróleo. 258 Conclusão Parcial – Fração Ácida Conclui-se então que os compostos alcanos lineares, esteranos (saturados e aromáticos), alquil-esteranos (saturados e aromáticos), além de outros componentes detectados, podem, ao menos em parte, serem formadas a partir da descarboxilação dos correspondentes ácidos. Esta observação sugere que os precursores diagenéticos para os alquil-esteranos possuem como grupo funcional uma unidade de ácido carboxílico. 259 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 CAPÍTULO 3 SÍNTESE DE BIOMARCADORES BIOMARCADORES DERIVADOS DO ERGOSTEROL E ESTIGMASTEROL ESTIGMASTEROL: GMASTEROL: 261 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 7 SINTESE DE PADRÕES Os componentes alquil-esteranos saturados e aromáticos são classes de biomarcadores importantes em geoquímica orgânica devido a sua aplicação em parâmetros de correlação de fonte e evolução térmica ou maturidade. Entretanto, ainda não há na literatura relatos confirmativos que indiquem qual precursor utilizado no caminho biogenético para a formação destes componentes, uma vez que existem apenas sugestões quanto à procedência da rota biogenética para estas classes. Durante as análises dos componentes neutros e ácidos presentes nas amostras de petróleo de diferentes origens da Bacia Potiguar foram detectadas séries de componentes alquil-esteranos saturados e insaturados, sendo alguns confirmados a partir da coinjeção das amostras com padrões sintéticos. A coinjeção de padrão em CGAR, CGAR-EM e CGAR/EM-EM é o melhor procedimento analítico para identificação dos componentes em amostras complexas como, por exemplo, petróleo. As amostras de óleos possuem compostos com múltiplos centros quirais, portanto é necessário o uso de reações estereosseletivas para obtenção dos padrões. No decorrer do desenvolvimento da geoquímica orgânica, existem muitas publicações onde a coinjeção de padrões e identificação estrutural dos componentes foi realizada em amostras de petróleo, entretanto permanecem muitas dúvidas quanto a determinadas classes de compostos. Os compostos aromáticos, por exemplo: esteranos (mono-, di- e tri-) aromatizados em seus anéis A, B, C, AB ou ABC, são exemplos de compostos cujas estruturas não foram totalmente identificadas em amostras de óleos. Os componentes biomarcadores 211, 139, 135, 258 representados pela Figura 184 são compostos de grande interesse e que ainda não foram coinjetados em amostras de óleos brasileiros, portanto não identificados 263 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 até então. Sendo o componente 258 um biomarcador 3 alquil-ergostano ainda não sintetizado e de grande interesse para elucidação da classe de compostos alquilesteranos monoaromáticos. Vale salientar que todos os dados físicos dos compostos se encontram em anexo. H H H3 C H H 5 4 211 H CH 3 H H 2 H 139 5 H H 135 H R1 R2 R3 H 258 R1 ou R2 = CH3; R3 = H [m/z 253] R1 = H, R2 = R3 = CH3 [m/z 267] R1 = CH3, R2 = H, R3 = CH3 [m/z 267] Figura 184: Estrutura dos biomarcadores propostos para síntese. Estes compostos são monitorados principalmente pelos íons-fragmentos descritos abaixo: Compostos Íon característico mais intenso (daltons) 211 139 135 258 211 231 231 252+R3 Os compostos 135 e 139 são derivados do estigmasterol [211a] cujo grupo alquila está ligado ao anel A nas posições 2 e 4, respectivamente. Estes compostos pertencem à classe dos alquil-estigmastanos, que tem definido no carbono C-3 como posição principal do grupo alquila ligado ao anel A. Entretanto, a análise em CGAR/EM mostra uma série de componentes entre 40 a 60 minutos onde muitos do tipo esteranos substituídos ainda não foram até então identificados, como 264 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 exemplo a Figura 109 e Figura 173 [pág. 154 e 238, respectivamente]. Os componentes 211 e 258 são derivados do estigmasterol [211a] e ergosterol [256a], respectivamente e pertence à classe dos esteranos monoaromáticos. A análise dessa classe de compostos, bem como os esteranos triaromáticos, também mostra uma série de componentes ainda não identificados em óleos. Com o intuito de identificar e quantificar estes compostos em amostras de petróleo projetamos sintetizar os biomarcadores acima mencionados, partindo de substratos comerciais [Figura 185], estigmasterol [211a] e ergosterol [256a], conforme está descrito a seguir. H H H HO H HO Estigmasterol 211a H H Ergosterol 256a Figura 185: Substratos comerciais utilizados na síntese de biomarcadores. 7.1 Síntese do composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)trieno [211]170,171 A estratégia de síntese proposta para a obtenção do composto aromático (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211], baseia-se principalmente na obtenção inicial de um composto intermediário [211b], derivado do estigmasterol [211a], contendo um grupo epóxido de configuração 5α,6α formado pela ligação 170 Stoilov, I.; Shetty, R. Pyrek, J. St.; Smith, S. L.; Layton, W. J.; Watt, D. S. Journal Organic Geochemistry. 1994, 59, 926-928. 171 Demir, A. S. Tetrahedron. 2001, 57, 227-233. 265 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 entre os carbonos (C5-C6) e um grupo sulfônico ligado ao carbono C-3, conforme está representado pelo Esquema 1. 29 28 21 18 22 20 12 19 11 1 2 9 10 H 3 HO 4 5 16 13 17 14 15 H 8 27 23 24 25 26 H A, B H 7 H MsO 6 O H C H H H 211c 211b 65% 90% 211a D H H H E H H 35% 85% CH 3 211 H CH 3 211d 0 Etapas: (A) m-CPBA; CH 2Cl2 / 0 C (1h); (B) MsCl; Et3N / N 2; 0 0C (1h); 0 (C) HMPA; 230 C (5min.); (D) HBr (48%); HOAc; refluxo (1h) (E) Benzeno/Hexano (1:2); H 2 / Pd-C (10%); 200psi (24h) Esquema 1: Rota sintética para obter o composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. 7.1.1 Obtenção e caracterização do intermediário 211b. O composto [211b] foi obtido em 2 etapas a partir do substrato comercial estigmasterol. A primeira etapa desta rota sintética consiste na epoxidação estereosseletiva da dupla ligação C5-C6 do estigmasterol [211a]. O grupo epóxi é formado com configuração 5α,6α (C5-C6), permanecendo inalterado a dupla ligação entre os carbonos C22-C23 da cadeia lateral, fornecendo o composto [211b1] com rendimento de 95% , como mostra o Esquema 2. 266 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A 5 HO 6 HO 5 6 O [2 1 1 b 1 ] [2 1 1 a ] 0 ( A) : m -C P B A; C H 2 C l 2 / 0 C (1 h ) ; 95% Esquema 2: Síntese do composto intermediário 20R,22E,24R-5α,6α-epoxi-estigmast-22-en-3β ol [211b1]. A análise por CGAR-EM do produto de reação obtido após tratamento do meio reacional mostra no cromatograma a presença de 2 compostos com relação 95:5 ambos apresentam tempo de retenção distintos e espectro de massas fornecendo o mesmo íon molecular em 428 daltons, um íon-fragmento com relação m/z 410 correspondente a perda de uma molécula de água, um íon-fragmento base em m/z 253 a única distinção estão nos íons fragmentos com relação m/z 269 e 271, onde o composto de maior proporção apresenta uma relação do íon-fragmento m/z 271>269. Com base nestes dados, sugere-se que estes dois compostos sejam diastereoisômeros provenientes da formação do grupo epóxi entre os carbonos C5C6 de configuração 5α,6α-epoxi (95%) e 5β,6β-epoxi ( 5%). Após tratamento de purificação por recristalização foi possível obter somente um produto [211b1] com 95% de rendimento [Cromat+EM 1-Apêndice]. Comparando os espectros de RMN (13C e DEPT) do substrato estigmasterol [211a] [Espectro RMN 2-Apêndice] e do produto purificado [211b1] [Espectro RMN 4-Apêndice], observa-se que para o composto [211a] na região de dupla ligação carbono-carbono (RMN de 13 C), apresenta 4 picos de carbono sp2 com deslocamentos δ121.7 (C6), δ129.3 (C23), δ138.3 (C22) e δ140.7 (C5), no entanto, o espectro de RMN de 13 C referente ao produto [211b1] apresenta apenas dois carbonos sp2 [δ129.3 (C23), δ138.3 (C22)], mostrando que houve o adição na ligação 267 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 π formando um epóxido e consequentemente surgiram 2 carbonos sp3 os carbonos C5 e C6 [δ65.7 (C5), δ59.3 (C6)]. As atribuições de deslocamentos químicos para estes compostos estão representados na Figura 186. 12.2 12.2 40.5 55.9 12.0 39.7 37.3 18.9 21.1 50.2 31.6 36.5 71.8 HO 42.3 56.9 21.1 51.2 31.6 129.3 12.0 39.3 21.2 15.9 20.6 32.4 42.6 28.9 28.8 24.4 31.9 140.7 42.2 138.3 121.7 34.8 65.7 68.7 . 31.8 25.4 18.9 25.4 19.4 HO 211a O 40.4 55.6 42.2 56.9 21.1 51.2 29.9 129.3 21.2 28.7 24.1 31.8 31.0 59.3 39.8 138.2 211b1 Figura 186: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de compostos [211a] e [211b1]. 13 C para os A etapa seguinte consiste na mesilação do grupo hidroxila presente no carbono C-3 do produto [211b1], utilizando trietilamina e cloreto de mesila, no meio reacional a 0 0C por 1h, formando o composto [211b] com rendimento igual a 90% [Esquema 3]. B H 3C S O 2O HO O O 0 (B ): M sC l; E t 3 N / N 2; 0 C (1 h); [21 1 b ] 9 0% Esquema 3: Síntese do composto intermediário 20R,22E,24R-5α,6α-epoxi-3β-metilsulfonilestigmast-22-eno [211b]. 268 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A confirmação estrutural do composto [211b] foi determinada pela análise do espectro de RMN (13C e DEPT) que, quando comparado com o espectro de RMN (13C e DEPT) do composto 211b1, mostrou a presença do grupo mesila nas condições descritas. No resultado do espectro de RMN de 13 C para o composto [211b] [Espectro RMN 6-Apêndice], observa-se que houve uma mudança no valor do deslocamento químico para os carbonos entre C3 a C7 devido ao efeito de retirada de elétrons da interação do grupo sulfóxido inserido no carbono C3, desprotegendo os carbonos adjacentes com uma variação no deslocamento de 1,7ppm (C7) a 11,1ppm (C5), e o surgimento de mais um carbono sp3 [δ38.9 ppm] devido ao deslocamento químico da metila ligado ao grupo sulfóxido [Figura 187]. 14.2 25.4 19.0 12.2 39.2 18.2 35.3 28.8 38.9 H 3C - S O2O 79.6 41.7 21.0 45.4 38.6 76.8 O 42.6 55.9 138.1 40.5 129.4 55.4 27.8 21.1 51.2 30.0 21.2 24.1 31.8 32.7 63.4 211b Figura 187: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto [211b]. 13 C para o 7.1.2 Obtenção e caracterização do intermediário 211c. A etapa de eliminação dos grupos epóxi e sulfônico foi realizada aquecendo a 230 0C o composto 211b com hexametilfosforamida (“HMPA”), formando 6 carbonos sp2 conjugados C2, C4 e C6, como mostra o composto 211c com rendimento igual a 65% [Esquema 4]. 269 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 C H 3C S O 2O O 2 11 b 21 1c 65 % 0 ( C) H MP A; 2 30 C (5m in. ) Esquema 4: Síntese do composto intermediário 20R,22E,24R-estigmasta-2,4,6,22-tetraeno [211c]. A análise por CGAR-EM do produto de reação obtido após tratamento do meio reacional e pufiricação em coluna de alumina, mostra no cromatograma a presença de 2 compostos com relação 65:10 [Cromat+EM 2-Apêndice]; ambos apresentam tempo de retenção distintos e espectro de massas fornecendo íon molecular diferentes em 392 daltons (composto majoritário) e 376 daltons (minoritário), respectivamente. O composto majoritário [211c] apresenta o íon molecular com intensidade relativa de 68%; o íon-fragmento com relação m/z 377 (5%) referente à perda de um grupo metila e um íon-fragmento com m/z 253 [C19H25]+ (16%) correspondente a perda da cadeia lateral, enquanto que o composto minoritário apresenta o íon molecular com baixíssima intensidade relativa (10%); um íon-fragmento base com m/z 237 [C18H21]+ referente a perda da cadeia lateral; e um íon-fragmento com m/z 141 [C11H11]+ referente a cisão homolítica que ocorre entre o anel B/C. A confirmação estrutural do composto [211c] foi determinada pela análise do espectro de RMN (13C e DEPT) que comparando ao espectro de RMN (13C e DEPT) do composto [211b] [Espectro RMN 6-Apêndice], observa-se que para o composto [211c] [Espectro RMN 7-Apêndice] na região de dupla ligação carbonocarbono (RMN de 13 C), apresentam 8 picos de carbono sp2, onde 6 carbonos sp2 270 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 estão presentes no anel A e são provenientes da eliminação térmica do grupo sulfônico na forma de ácido metanosulfônico e conversão do grupo epóxi em dieno conjugado seguido de um rearranjo prototrópico, apresentando os deslocamentos químicos δ119.1 (C2), δ124.1 (C3), δ125.2 (C4), δ142.7 (C5), δ131.6 (C6) e δ127.8 (C7), além de dois carbonos sp2 provenientes dos carbonos C22 e C23 (δ138.1 e δ129.3, respectivamente) similar ao composto [211b]. A atribuição de deslocamentos químicos para este composto está representada na Figura 188. 12.2 19.1 12 . 4 39 . 8 36 . 6 119 . 1 35 . 7 142 . 7 124 . 1 125 . 2 43 . 1 54 . 7 20 . 9 51 . 6 15 . 5 131.6 37 . 4 127 . 8 25.5 138 . 1 40 . 6 129 . 3 55 . 9 21 . 3 51 . 3 28 . 9 31 . 1 21 . 2 23 . 9 211c Figura 188: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto [211c]. 13 C para o 7.1.3 Obtenção e caracterização dos compostos 211d e 211. A reação de aromatização do composto [211c] envolve a transferência de próton e um rearranjo que consiste na abertura/fechamento do anel A. Esta etapa consiste na isomerização das duplas ligações presentes nos anéis A e B, na presença de ácido bromídrico e ácido acético sob refluxo. A catálise ácida favorece o rearranjo das duplas ligações conjugadas (2,4,6) proporcionando a formação de um composto aromático estável [211d] [Esquema 5] com 35% de rendimento. 271 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 D 211c (D ) H B r (4 8 % ); H O A c ; re flu x o (1 h ) 211d 35% Esquema 5: Síntese do composto intermediário 20R,22E,24R-estigmasta-1,3,5(10),22-tetraeno [211d]. A análise por CGAR-EM do produto de reação mostra inicialmente a presença de uma mistura de compostos insaturados, apresentando dois componentes principais em uma proporção 70:10, sendo o composto 211d o majoritário, que após purificação em coluna de alumina foi possível eliminar os compostos residuais obtendo o composto 211d com 90% de pureza [Cromat+EM 3-Apêndice]. O espectro de massas do composto 211d apresenta íon molecular com 392 daltons e um aumento de intensidade em dois íons-fragmentos estáveis com relação m/z 131 e m/z 157 [C12H13]+ (referente a cisão homolítica entre o anel C/D), quando comparado ao espectro de massas do composto 211c [Cromat+EM 2Apêndice], além disso, observa-se também um pequeno aumento na intesidade do íon-fragmento com m/z 211 [C16H19]+, referente a abertura e rearranjo do anel D com perda de um hidrocarboneto insaturado neutro. A confirmação estrutural da isomerização das insaturações para formar o composto aromático no anel A [211d], foi realizada pela análise em RMN 13 C [Espectro RMN 9-Apêndice] e DEPT, onde foi possível observar o surgimento de 3 carbonos sp2 [δ135.3 (C4), δ136.4 (C5) e δ140.7 (C10)] e a presença de 6 carbonos sp3 de grupos metílicos que permaneceram após o processo de isomerização do composto [211c] para a formação do aromático [211d] [Figura 189]. A literatura mostra que durante o processo de isomerização ocorre um rearranjo prototrópico no 272 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 anel A e o rompimento da ligação entre os carbonos C9-C10 gerando um intermediário espiro-dieno, similar ao rearranjo dienol-benzeno, e posteriormente um novo rearranjo para formar o composto aromático no anel A, com o grupo metila após ocorrer o rearranjo [δ19.8ppm] ligado ao denominado carbono C4 [Figura 189]. 12.3 19.0 25.4 138.3 40.5 129.3 55.8 24.0 27.2 42.5 56.2 123.1 44.5 26.8 140.7 37.9 136.4 29.0 31.9 12.1 40.0 125.2 127.2 135.3 27.8 21.2 51.3 21.1 211d 19.8 Figura 189: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto [211d]. 13 C para o O composto [211d] foi submetido a hidrogenação catalítica com Pd(10%)Carbono por 4h a 100psi, de modo a reduzir a dupla ligação do carbono C22 da cadeia lateral, obtendo assim um importante biomarcador aromático no anel A [211] [Esquema 6]. 22 23 E 4 211d 211 85% (E ) B e n z e n o /H e x a n o (1 :2 ); H 2 / P d -C (1 0 % ); 2 0 0 p si (2 4 h ) Esquema 6: Síntese do composto 20R,24R-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. 273 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A análise por CGAR/EM do produto da hidrogenação apresenta no cromatograma apenas um componente como sendo o padrão 20R,24R-estigmasta1,3,5(10)-trieno [211] e seu espectro de massas [Cromat+EM 4-Apêndice] mostra o íon molecular com 394 daltons, indicando um aumento na massa molar em 2 Daltons quando comparado ao espectro de massas do composto [211d]. Isto se deve a hidrogenação dos carbonos metínicos (sp2) C22 e C23. Observa-se também o aumento da intensidade do íon-fragmento com m/z 211 [C16H19+] referente a quebra das ligações do anel D. A confirmação foi possível após obtenção dos dados em RMN 13C e DEPT, devido ao desaparecimento dos deslocamentos químicos referente a insaturação dos carbonos sp2 C22-C23 e o surgimento de dois carbonos sp3 metilênicos (CH2) com os deslocamentos δ33.9 (C22) e δ23.1 (C23) [Figura 190]. 12.0 26.0 18.7 33.9 11.9 40.0 23.9 123.1 125.2 127.1 135.3 44.5 140.7 136.3 27.8 29 . 1 36.2 23.1 55.6 42.6 56.2 19.8 45.8 19.0 28.2 26.8 37.9 27.2 211 19.8 Figura 190: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto 20R,24R-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211]. 13 C para o A coinjeção do padrão [211] com o óleo ME2 (Figura 72 e Figura 73; pág. 115-116), mostrou que na região de 20 a 40 minutos são analisados esteranos monoaromáticos no anel C, enquanto que o padrão aromático no anel A [211] elui a um tempo de retenção acima desta região. Esta diferença de retenção revela que os 274 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 esteranos monoaromáticos no anel C, possuem tempo de retenção inferior aos esteranos monoaromáticos no anel A. A confirmação é observada quando se coinjeta o padrão [211] (tr = 48,6min.) com extrato de Afloramento de Irati. (Figura 73; pág.116), mostrando que estes compostos realmente eluem com um tempo de retenção maior do que os componentes monoaromáticos no anel C. 7.2 Síntese de Alquil-esteranos Derivados do Estigmasterol [211a]. Entre os biomarcadores derivados de esteróis presentes nas frações neutras dos óleos ME estudados neste trabalho, foram detectados componentes da classe alquil-esteranos, como por exemplo, a identificação por coinjeção de padrões sintéticos dos compostos 3α(metil)-5β(H)-estigmastano e 3β(metil)-5α(H)estigmastano, onde pôde claramente observar que além destes compostos, existem outros diastereoisômeros que eluem ou coeluem na mesma região de retenção e que apresentam mesmo peso molecular. Na análise das amostras por CGAR/EM-EM (MSM) para o estudo dos componentes alquil-esteranos, especificamente os metilesteranos, foi possível detectar a presença de compostos como o 2α(metil)-5α(H)estigmastano e 4α(metil)-5α(H)-estigmastano. Como estes compostos não são ainda comercializados, apesar de já existir relatos na literatura sobre sua síntese, a coinjeção resulta em um importante resultado destes padrões em óleos utilizados neste trabalho de modo a identificá-los, uma vez que, não há estudos relatados sobre coinjeção destes componentes com petróleos brasileiros. Devido a este fato, propusemos sintetizar estes componentes com o objetivo de identificá-los nas amostras em estudo de modo a auxiliar na caracterização paleoambiente do reservatório. A estratégia proposta para a síntese dos compostos 2α(metil)-5α(H)estigmastano e 4α(metil)-5α(H)-estigmastano está representada no Esquema 7. 275 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 H H H A H H HO 251 H O 211a H H F B H3 C H 254 O H 2 H H 252 O C H 2 SPh C C H H3 C 5 4 HO H H 2 H 255 H CH 3 H 5 O 253 H G, E D, E H 5 4 H CH 3 H H H H3 C H 2 5 139 H H H 135 Etapas: (A) Opennauer; (B) PhSH, HCOH (37%), Et3 N, Etanol; Refluxo (72h); (C) Li / NH 3, EtOH (ou NH 4 Cl) (D) Si / CuSO 4 , tolueno, 4h; (E) H 2 / Pd-C (10%); (F) i- Diisopropilamina, THF, BuLi, hexano (0 0 C); MeI (17 0C, 3h); ii-MeOH / KOH, refluxo (3h); (G) Reação de Wolff-Kishner. Esquema 7: Rota sintética proposta para obter os compostos (20R,24R)-2α(metil)-5α(H)estigmastano [135] e (20R,24R)-4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139]. 7.2.1 Síntese do Intermediário Estigmasta-4,22-dien-3-ona [251] A síntese dos compostos 2α(metil)-5α(H)-estigmastano e 4α(metil)-5α(H)estigmastano tem como principal intermediário a estigmasta-4,22-dien-3-ona [251] 276 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 [Figura 191] obtida a partir da oxidação de Oppenauer na hidroxila homoalílica ligada ao carbono C3 do estigmasterol [211a] [Esquema 8]. H 3 H H A H H 3 HO O 4 211a Etapas: (A) Oxidação de Opennaue H 5 251 85% Esquema 8: Síntese do composto (20R,22E,24R)-estigmasta-4,22-dien-3-ona [251] O composto [251] foi obtido com 85% de rendimento após recristalização em metanol e caracterizado primeiramente por CGAR-EM [Cromat+EM 5Apêndice] apresentando no cromatograma apenas um pico, cujo espectro de massas destaca-se a presença do íon molecular com 410 daltons; íon-fragmento de m/z 395 [M-CH3]+, correspondente a perda do grupo metila ligado ao carbono C10; íonfragmento de m/z 367 [C26H39O]+, correspondente a perda do grupo isopropila ligado ao carbono C24; íon fragmento de m/z 271 [C19H27O]+, correspondente a perda da cadeia lateral ligada ao carbono C-17. A confirmação estrutural do composto [251] foi observada após análise por RMN (1H, 13C e DEPT). No espectro de RMN de 1H [Espectro RMN 13-Apêndice] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos seis grupos metílicos na faixa de 0,5 a 1,5ppm; a presença de um dubleto em 5,7ppm correspondente ao próton olefínico (H-4) com posição alfa à carbonila; e dois duplo dubletos na região entre 5,0 - 5,3 ppm referente aos prótons H-22 e H-23. No espectro de RMN de 13 C [Espectro RMN 14-Apêndice] observam-se os deslocamentos químicos de 29 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se 277 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 o deslocamento em 199.3 ppm, correspondente ao carbono (sp2) carbonílico (C3); os deslocamentos 123.3ppm, correspondente ao carbono sp2 olefínico (C4); e os deslocamentos químicos de 1 carbono sp2 olefínico quaternário em 171.4ppm (C5) e 2 carbonos sp3 quaternários com deslocamentos químicos em 38.6ppm (C10) e 42.3ppm (C13), como está representado na [Figura 191]. 12.3 19.1 12.2 39.6 17.5 35.7 32.1 199.3 O 123.6 21.2 51.2 38.6 171.4 25.5 138.0 40.5 129.3 56.0 42.3 55.9 28.9 53.8 21.1 31.9 21.2 35.7 24.3 33.0 34.0 Figura 191: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto 20R,22E,24R-estigmasta-4,22-dien-3-ona [251]. 13 C para o No espectro de DEPT confirma-se o deslocamento químico de carbonos proveniente de seis grupos metílicos; 9 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); e 10 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 3 carbonos sp2 olefínicos com deslocamentos químicos em 123.6ppm (C4), 138.0ppm (C-22) e 129.3ppm (C-23). A confirmação química da oxidação do estigmasterol para formar a estigmastenona foi realizada comparando os deslocamentos químicos entre o substrato e o produto, além dos dados espectrais de RMN de 13 C de compostos esqueleto estrutural similar relatado na literatura. Como o processo de alquilação nas posições C-2 e/ou C-4 parte inicialmente da estigmasta-4,22-dien-3-ona [251], esta é um substrato facilmente metilado nos carbonos C-2 ou C-4, ambos na posição alfa (α). Entretanto, a alquilação dependerá 278 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 da formação de um enolato cinético para inserção do grupo metila no carbono C-2 ou condensação semelhante à de Mannich modificado por Poppelsdorf and Holt172, para a inserção do grupo tiofenilmetila no carbono C-4, como será descrito a seguir. 7.2.2 Síntese de 2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135]173. 7.2.2.1 Obtenção e caracterização do intermediário [252]. Na primeira etapa da síntese do composto 2α(metil)-5α(H)-estigmastano, a metilação [Esquema 9] é realizada seletivamente na posição α do carbono C-2 pelo tratamento do enolato com iodeto de metila. O enolato é gerado pela adição lenta de uma cetona α,β-insaturada a um excesso de uma base forte impedida (diisopropilamina) na presença de lítio (butil-lítio), a baixa temperatura (-78 0C) e em um solvente aprótico médio (THF, por exemplo), portanto, mediante condições cinéticas. A regiosseletividade é afetada pela base e o próton menos impedido é abstraído preferencialmente pela mesma formando o enolato, como mostra a [Figura 192]. 22 23 2 3 O O 251 4 5 252 Etapas: (F) i- Diisopropilamina, THF, BuLi, hexano (0 0C); M eI (17 0C, 3h); ii-M eOH / K OH , refluxo (3h); Esquema 9: Síntese do composto intermediário (20R,22E,24S)-2α(metil)-estigmasta-4,22-dien3-ona [252]. 172 173 Poppelsdorf, F. and Holt, S. J. Journal Chemical Society. 1954, 1124-1130. Lichtfouse, E. and Albrecht, P. Tetrahedron. 1994, 50(6), 1731-1744. 279 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 H iPr 2-N-Li 2 O 4 5 Cetona α,β- insaturada + Li O Dienolato Cinético Figura 192: Enolização do grupo cetônico α,β -insaturado. Processo intermediário para alquilação no carbono C-2. A análise por CGAR-EM do produto de reação mostra no cromatograma a presença de dois picos principais que apresentaram no espectro de massas o íon moleculare com 424 daltons e 438 daltons, respectivamente, indicando ser uma cetona monoalquilada (67%) e outra dialquilada (24%), com rendimento de 85% do produto bruto. Isto é possível uma vez que, segundo relatos da literatura, pode ocorrer uma segunda alquilação em um mesmo carbono do enolato formado. Com o objetivo de caracterizar os dois compostos separadamente e também utilizar ambos na síntese dos padrões 2α(metil)-estigmastano e 2,2-dimetilestigmastano, foi realizado a purificação do produto bruto pelo método cromatográfico CCDP, utilizando como solvente de eluição hexano/acetato de etila (1:5). Outra metodologia utilizada para obtenção do composto [252] puro sem que ocorresse a formação do produto dialquilado, foi substituindo o reagente Diisopropilamina [HN-(CH(CH3)2)2] por Isopropilcicloexilamina [CH(CH3)2-NC6H11], aumentando o rendimento do composto monoalquilado para 95%. O espectro de massas do composto [252] [Cromat+EM 6-Apêndice] além de apresentar o íon molecular com 424 daltons, destaca-se pela presença os íonsfragmentos com: m/z 381 [C27H41O]+ correspondente a perda do grupo isopropila da cadeia lateral; m/z 312 [C22H32O]+ correspondente ao rompimento da ligação sp3 280 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 entre os carbonos C20-C22 com rearranjo de hidrogênio; m/z 285 [C20H29O]+ correspondente a perda da cadeia lateral. Para o composto [252a], correspondente a dialquilação do enolato, a fragmentação no espectro de massas [Cromat+EM 7Apêndice] destaca-se além do íon-molecular com 438 daltons; os íons-fragmentos com: m/z 395 [C28H43O]+ correspondente a perda do grupo isopropila da cadeia lateral; m/z 326 [C23H34O]+ correspondente ao rompimento da ligação sp3 entre os carbonos C20-C22 com rearranjo de hidrogênio; m/z 299 [C21H31O]+ correspondente a perda da cadeia lateral. A confirmação estrutural de ambos compostos [252] e [252a] foi observada após análise por RMN (1H, 13 C e DEPT) e comparada com os deslocamentos químicos do substrato [251] [Figura 191]. No espectro de RMN de 1H referente ao composto [252] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos sete grupos metílicos na faixa de 0,7 a 1,3ppm, incluindo o dubleto (1.1ppm) referente ao 1H (CH3) inserido ao carbono C2; a presença de um dubleto em 5,6ppm correspondente ao próton olefínico (H-4) com posição alfa à carbonila; e dois duplo dubletos na região entre 4,9 - 5,2ppm referente aos prótons olefínicos H-22 e H-23, como mostra a [Espectro RMN 15-Apêndice]. No espectro de RMN de Apêndice] observam-se os 13 C para o composto [252] [Espectro RMN 16- deslocamentos químicos de 30 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se principalmente o deslocamento em 14.8ppm correspondente ao carbono (sp3) metílico inserido no carbono C-2; e incremento no valor dos deslocamentos químicos dos carbonos sp3 metilênico (CH2) em 45.1ppm (C-1) e sp3 metínico (CH) em 36.9ppm (C-2) devido ao efeito de desblindagem ocorrido pela presença da metila no carbono C-2. Para o composto [252a] o espectro de RMN de 13C [Espectro RMN 18-Apêndice] observase os deslocamentos químicos de 31 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se principalmente o deslocamento em 26.8ppm e 27.8ppm 281 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 correspondente ao carbono (sp3) de dois grupos metílicos inseridos no carbono C-2; e incremento no valor do deslocamento químico do carbono sp3 metilênico (CH2) em 50.6ppm (C-1); adição de mais um carbono quaternário sp3 (41.0ppm) correspondente ao carbono C-2. As atribuições para ambos compostos estão representados na Figura 193. No espectro de DEPT do composto [252] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de sete grupos metílicos; 8 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); e 11 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 1 carbono sp3 com deslocamento químico em 36.9ppm referente ao carbono C-2. Já para o composto [252a], confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de oito grupos metílicos; e 10 deslocamentos de carbonos metínicos, destacando-se 1 carbono sp3 com deslocamento químico em 41.0ppm referente ao carbono C-2. 12.2 12.2 18.9 25.4 138.1 12.1 39.5 40.4 129.4 55.9 17.5 20.8 42.2 45.1 51.2 55.9 28.8 2 36.9 39.2 35.5 24.2 201.8 170.3 31.9 O 123.3 32.5 14.8 [252] 18.9 54.2 12.2 39.6 21.1 31.8 21.3 27.8 26.8 O 2 20.6 20.9 50.6 51.2 41.0 38.6 204.9 169.6 121.5 40.5 129.4 55.8 42.4 55.8 35.3 25.4 138.1 28.9 56.5 21.1 31.9 21.1 24.2 32.7 32.8 [252a] Figura 193: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para o composto 20R,22E,24R-2α(metil)-estigmasta-4,22-dien-3-ona [252] e 20R,22E,24R-2,2-dimetilestigmasta-4,22-dien-3-ona [252a]. 282 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 7.2.2.2 Obtenção e caracterização do intermediário [253] 174. A redução da dupla ligação da carbonila cetônica α,β-insaturada do componente [252], com lítio em amônia líquida, fornece uma cetona saturada com uma configuração trans na junção do anel A/B [Esquema 10]. A redução de cetonas α,β-insaturada por metais dissolvidos em amônia líquida pode ser convenientemente representada pela Figura 194. 22 22 23 2 23 C 3 O 5 4 5 O 252 253 H Etapas: (C) i- Li / NH3, Éter seco, 1h; ii- EtOH (ou NH4Cl) Esquema 10: Síntese do composto intermediário (20R,22E,24R)-2α(metil)-5α(H)-estigmasta22-en-3-ona [253]. 3 O 10 5 4 α β O II I 10 10 3 5 5 O 3 III O IV Figura 194: Representação da formação de diânion durante hidrogenação de compostos cetônicos α,β-insaturado por metais dissolvidos em amônia. Configuração estereoquímica de cetonas cíclicas α,β-insaturada. 174 Halsall, T. G.; Theobald, D. W.; Walshaw, K. B. Journal Chemical Society. 1964, 1029-1037. 283 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 O princípio para hidrogenação no carbono C-5 destes compostos insaturados para formar compostos com configuração 5α(H)-, baseia-se na formação de um intermediário diânion [II; Figura 194] onde inicialmente é adicionado um próton no átomo de carbono β-aniônico, que é altamente básico. Em geral, esta posição produz estereoisômeros de configuração mais estável com um doador de próton está presente (amônia, por exemplo). Com isso, o fator decisivo para a configuração do hidrogênio no carbono C-5 será a conformação mais estável do ânion, e não a direção a aproximação do próton-doador. A forma ceto é produzida no progresso da reação e sua configuração será determinada pela preferência entre as formas canônicas [III e IV; Figura 194] no ataque pelo próton-doador175. A análise por CGAR-EM do produto de reação mostra no cromatograma a presença de uma mistura de compostos que, após fracionamento em coluna de sílica e análise em CGAR-EM das frações, foi possível obter o composto [253] separadamente apresentando em seu espectro de massas o íon molecular com 426 daltons [Cromat+EM 8-Apêndice], indicando ser uma cetona monoalquilada com adição de 2 unidades de hidrogênio na sua massa molar quando comparada ao composto [252], com rendimento de 75% do composto [253] no produto bruto. Além do íon molecular, o espectro de massas do composto [253] destacam-se pela presença os íons-fragmentos com: m/z 383 [C27H43O]+ correspondente a perda do grupo isopropila da cadeia lateral; m/z 314 [C22H34O]+ correspondente ao rompimento da ligação sp3 entre os carbonos C20-C22 com rearranjo de hidrogênio; m/z 287 [C20H31O]+ correspondente a perda da cadeia lateral; m/z 245 [C17H26O]+ correspondente a cisão entre o anel C/D. A confirmação estrutural do composto [253] foi observada após análise por RMN (1H, 13C e DEPT) e comparada com os deslocamentos químicos do substrato 175 Birch, A. J.; Smith, H.; Thornton, R. E. Journal Chemical Society. 1957, 1339-1342. 284 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 [252] [Figura 193, pág. 276]. No espectro de RMN de 1H referente ao composto [253] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos sete grupos metílicos na faixa de 0,6 a 1,1ppm; a ausência do dubleto em 5,6ppm correspondente ao próton olefínico (H-4) com posição alfa à carbonila presente no substrato [252]; e dois duplo dubletos na região entre 4,9 - 5,2ppm referente aos prótons olefínicos H22 e H-23, como mostra a [Espectro RMN 19-Apêndice]. No espectro de RMN de Apêndice] observam-se os 13 C para o composto [253] [Espectro RMN 20- deslocamentos químicos de 30 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se principalmente o deslocamento em 14.8ppm correspondente ao carbono (sp3) metílico inserido no carbono C-2; e incremento no valor do deslocamento químico do carbono sp3 metínico (CH) em 41.2ppm (C-2) devido ao efeito de desblindagem ocorrido pela hidrogenação da dupla ligação no cargbono C4. Surgimento de dois deslocamentos químicos dos carbonos sp3 metilênico (CH2) provenientes da hidrogenação da dupla ligação entre os carbonos C4-C5, com valores de 48.6ppm (C-4) de um carbono sp3 metilênico e 48.1ppm(C-5) de um carbono sp3 metínico. Aumento no deslocamento químico do carbono carbonílico para 212.9ppm devido a hidrogenação da dupla ligação conjugada. As atribuições para o composto [253] estão representadas na Figura 195. No espectro de DEPT do composto [253] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 7 grupos metílicos; 9 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); e 11 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 2 carbonos sp3 metínicos com deslocamento químico em 41.2ppm referente ao carbono C-2 e 48.1ppm referente ao carbono C-5 hidrogenado. 285 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 12.2 19.1 12.4 39.8 44.8 14.7 2 41.2 212.9 O 12.5 21.6 51.3 25.4 138.1 54.0 40.6 129.2 56.1 42.6 56.4 21.3 31.9 21.2 28.9 35.3 24.4 36.6 48.1 31.8 [253] 48.6 H 28.8 Figura 195: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto 20R,22E,24R-2α(metil)-estigmasta-22-en-3-ona [253] 13 C para o 7.2.2.3 Obtenção e caracterização do composto [135]. A obtenção do composto [135] a partir do substrato [253] envolve 2 etapas: a primeira envolve a redução direta do carbono carbonílico sp2 para um carbono metilênico sp3 favorecido por um meio fortemente básico conhecido como reação de Wolff-Kishner. A segunda reação envolve uma hidrogenação catalítica nos carbonos metínicos insaturados C22-C23 fornecendo dois carbonos metilênicos sp3 na cadeia lateral, utilizando Pd(10%)-Carbono como catalizador [Esquema 11]. 22 22 23 2 3 O 23 G, E 2 5 4 H 3 253 5 H 135 Etapas: (G) Redução de Wolff Kishner; (E) H2 / Pd-C(10%), 24h, 200psi Esquema 11: Síntese do biomarcador (20R,24R)-2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135]. 286 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A análise por CGAR-EM do produto obtido da reação de Wolff-Kishner no substrato [253] mostra inicialmente a presença de um composto majoritário e alguns compostos residuais em uma proporção 90:10 [composto 135a : resíduos], que após purificação em placa preparativa foi possível eliminar os resíduos obtendo o composto [135a] com 95% de pureza [Cromat+EM 9-Apêndice]. O espectro de massas do composto [135a] apresenta íon molecular com 412 daltons, que representa a perda de 14uma quando comparado ao peso molecular do substrato. Esta perda refere-se à eliminação do oxigênio carbonílico que contém 16uma e adição de 2uma provenientes de dois prótons hidrogênio. Além do íon molecular, o espectro de massas do composto [135a] [Cromat+EM 9-Apêndice] destacam-se pela presença os íons-fragmentos com: m/z 369 [C27H45]+ correspondente a perda do grupo isopropila da cadeia lateral; m/z 300 [C22H36]+ correspondente ao rompimento da ligação sp3 entre os carbonos C20-C22 com rearranjo de hidrogênio; m/z 273 [C20H33]+ correspondente a perda da cadeia lateral; m/z 231 [C17H27]+ correspondente a cisão entre o anel C/D. A confirmação estrutural da redução da carbonila para formar o hidrocarboneto [135a], foi realizada pela análise em RMN (1H, 13C e DEPT). No espectro de RMN de 1H referente ao composto [135a] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos sete grupos metílicos na faixa de 0,6 a 1,1ppm; e dois duplo dubletos na região entre 4,9 - 5,2ppm referente aos prótons olefínicos dos carbonos C-22 e C-23, como mostra a [Espectro RMN 21-Apêndice]. No espectro de RMN de Apêndice] observam-se os 13 C para o composto [135a] [Espectro RMN 22- deslocamentos químicos de 30 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se principalmente o deslocamento em 23.2ppm correspondente ao carbono (sp3) metílico ligado ao carbono C-2 com incremento no valor do deslocamento químico devido a perda do grupo carbonila que emitia um efeito de desproteção pela indução dos elétrons entre as ligações. 287 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 Conseqüentemente, decréscimo no deslocamento químico do carbono C2 (δ27.9) por se tornar um carbono mais protegido. Surgimento de um deslocamento químico do carbono sp3 metilênico (CH2) provenientes da redução do carbono carbonílico para carbono metilênico, com valor de 29.2ppm (C-3). As atribuições para o composto [135a] estão representadas na Figura 196. No espectro de DEPT do composto [135a] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 7 grupos metílicos; 10 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); e 11 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 1 carbono sp3 metínico com deslocamento químico em 27.9ppm referente ao carbono C-2 e 29.2ppm referente ao carbono C-3 reduzido. 13.0 19.1 12.4 40.5 129.2 56.1 40.0 23.2 2 47.9 27.9 29.2 12.3 20.8 51.2 36.6 46.7 35.2 H 28.8 42.5 56.7 35.4 25.4 138.5 28.9 54.8 21.2 31.9 21.1 24.3 32.2 [135a] Figura 196: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto 20R,22E,24R-2α(metil)-estigmast-22-eno [135a]. 13 C para o O composto [135a] foi submetido a hidrogenação catalítica com Pd(10%)Carbono por 4h a 100psi, de modo a reduzir a dupla ligação do carbono C-22 da cadeia lateral, obtendo assim um importante biomarcador com o grupo alquila ligado ao anel A [135] [Esquema 11]. A análise por CGAR-EM do produto da hidrogenação apresenta no cromatograma apenas um componente como sendo o padrão (20R,24R)-2α(metil)5α(H)-estigmastano [135] e seu espectro de massas [Cromat+EM 14-Apêndice] 288 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 mostra o íon molecular com 414 daltons, indicando um aumento na massa molar em 2 Da quando comparado ao espectro de massas do composto [135a]. Isto se deve a hidrogenação da dupla ligação dos carbonos sp2 C-22 e C-23. Observa-se também o aumento da intensidade do íon-fragmento com 231 daltons [C17H17]+ referente a quebra das ligações do anel C/D. A confirmação foi possível após obtenção dos dados em RMN (1H, 13 Ce DEPT), devido ao desaparecimento dos deslocamentos químicos referente a insaturação dos carbonos sp2 C22-C23 e o surgimento de dois carbonos sp3 metilênicos (CH2) com os deslocamentos δ33.9 (C-22) e δ23.1 (C-23) [Figura 197], observado no espectro de RMN de 13C [Espectro RMN 24-Apêndice]. No espectro de DEPT do composto [135] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 7 grupos metílicos; 12 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2), destacando-se 2 carbonos sp3 metilênico com deslocamento químico em 33.9ppm (C-22) e 23.1ppm (C-23), provenientes da hidrogenação ocorrida na dupla ligação; e 9 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 2 carbonos sp3 metílicos desloca à campo baixo ressonando em 36.2ppm (C-20) e 45.8ppm (C-24) quando comparado ao composto [135a], devido ausência do efeito eletrônico ausente da dupla ligação. 13.0 18.7 12.1 23.2 2 47.9 27.9 29.2 35.7 20.8 54.8 36.5 46.7 H 28.8 42.6 56.7 35.4 33.9 36.2 23.1 56.1 40.1 11.9 26.1 28.3 45.8 19.0 29.1 19.8 24.2 32.2 [135] Figura 197: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de biomarcador 20R,24R-2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135]. 13 C para o 289 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 7.2.3 Síntese de 4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139] 176,177. A rota sintética para obtenção do composto (20R,24R)-4α(metil)-5α(H)estigmastano [139] também segue o Esquema 7 (pág. 270). O princípio para a obtenção deste composto baseia-se na alquilação seletiva no carbono alfa sp2 metínico (C-4) de uma cetona α,β-insaturada. 7.2.3.1 Obtenção e caracterização do intermediário [254] Nesta etapa a metilação é realizada seletivamente no carbono C-4 metínico ativo da cetona α,β-insaturada [251] com tiofenol e formaldeído, na presença de uma amina alifática terciária como catalizador [Esquema 12]. Esta reação conhecida como tiofenoximetilação de Kirk-Petrow178 onde o carbono sp2 alfa a carbonila é atacado pelo íon carbocátion tiofenilmetilênico formado no meio reacional entre o tiofenol e o formaldeído [Esquema 13], assemelha-se a condensação de Mannich igualmente modificada por Poppelsdorf-Holt172 para tiometilação de compostos metilênicos (CH2) ativos. 22 23 2 B 3 O O 251 4 5 CH2 254 S E ta p a s: (B ) P h S H , H C O H (3 7 % ), E t 3 N , E ta n o l; R e flu x o (7 2 h ) Esquema 12: Síntese do intermediário (20R,22E,24R)-4-tiofenilmetil-estigmast-4,22-dien-3-ona [254]. 176 Stoilov, I.; Kolaczkowska, E.; Watt, D. S. Journal Organic Chemistry. 1993, 58, 3444-3454. Halsall, T. G; Theobald, D. W.; Walshaw, K. B. Journal Chemical Society. 1964, 1029-1037 178 Kirk, D. N. and Petrow, V. Journal Chemical Society. 1962, 1091-1096. 177 290 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 H SH S H C CH2 O S CH2 OH S CH2 O H íon carbocátion Esquema 13: Proposta geral para formação do carbocátion tiofenilmetilênico. O produto bruto foi obtido com um rendimento de 85% da massa inicial e após o processo de purificação em placa preparativa (CCDP) utilizando hexanoacetato de etila (1:5) como eluente, obtivemos o composto [254] com 55% de rendimento e que foi confirmado pela caracterização por RMN (1H, 13C e DEPT). No espectro de RMN de 1H [Espectro RMN 25-Apêndice] referente ao composto [254] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos três grupos metílicos (carbonos C-26, C-27 e C-29), na faixa de 0.92 a 1,36 ppm, formando um multipleto de 9 hidrogênios; um singleto em 4,0 ppm referente aos dois prótons metilênicos (CH2SPh); um multipleto na faixa 4.91 a 5.20ppm referente aos prótons olefínicos dos carbonos C-22 e C-23; e um multipleto na faixa 7.39 a 7.59 ppm referente aos cinco prótons do grupo arila (Ar-H). No espectro de RMN de 13 C para o composto [254] [Espectro RMN 26- Apêndice] observam-se os deslocamentos químicos de 36 carbonos, destacando-se principalmente o aparecimento dos deslocamentos químicos de 4 carbonos insaturados sp2 (126.5; 128.7; 130.9; 128.1ppm) provenientes do anel aromático do íon carbocátion tiofenilmetilênico (⊕CH2-SPh) inserido na molécula do composto [251]; além do maior no deslocamento químico do carbono vizinho C4 para 136.5ppm. Vale ressaltar que o grupo carbonílico manteve-se intacto na molécula com o deslocamento químico de 197.1ppm. 291 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 No espectro de RMN de Carbono em DEPT do composto [254] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 6 grupos metílicos; 10 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); 14 deslocamentos de carbonos metínicos (CH); e a ausência de 6 carbonos quaternários destacando-se a ausência do carbono alfa a carbonila com deslocamento de 136.5ppm, confirmando a inseção do grupo tiofenilmetilênico no carbono C4, mantendo a insaturação α,β à carbonila. As atribuições para o composto [135a] estão representadas na Figura 198. 1 2 .2 2 5 .4 1 9 .0 1 3 8 .1 5 4 .2 1 2 .1 4 0 .5 5 5 .9 3 9 .5 2 1 .0 1 7 .9 3 4 .8 3 1 .9 1 9 7 .1 O 4 2 .2 5 5 .8 5 1 .2 3 9 .4 1 6 8 .4 1 3 6 .5 2 8 .9 2 1 .1 3 3 .6 2 8 .8 [2 5 4 ] 128.7 128.1 1 2 6 .5 131.0 S 2 1 .1 3 1 .8 2 4 .1 3 5 .1 CH2 2 8 .2 1 2 9 .4 Figura 198: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para o composto intermediário 20R,22E,24S-4-tiofenilmetil-estigmast-4,22-dien-3-ona [254]. 7.2.3.2 Obtenção e caracterização do intermediário [255]. Na etapa seguinte o composto intermediário [254] foi submetido a redução da enona (grupo cetônico α,β-insaturado) e dessulforização do grupo tiofenil, utilizando como agente redutor lítio em amônia líquida a baixa temperatura (-78 0 C) [Esquema 14]. O produto bruto obtido (80% de rendimento) foi cromatografado 292 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 em placa preparativa (CCDP), utilizando como eluente hexano-acetato de etila (1:5). C O 4 C H2 SPh HO [254] 4 H C H3 [255] 0 E tap a: (C ) i- Li / N H 3 (-78 C ); ii- E tO H ou N H 4C l Esquema 14: Síntese do intermediário (20R,22E,24R)- 4α-metil-5α(H)-estigmast-22-en-3-ol [255]. A análise em CGAR-EM das 2 frações obtidas a partir da purificação do produto bruto, revelou a presença de 2 compostos diferentes, sendo o principal com 55% de rendimento o composto [255] apresentando como principais íons característicos: o íon molecular com 428 daltons [M+.]; um íon-fragmento com m/z 410 [M+. – H2O] referente a perda de uma molécula de água que indica a presença de um grupo hidroxila; o íon-fragmento com m/z 413 [M+. – CH3] referente à perda do grupo metila provavelmente ligado ao carbono C10; e o íon-fragmento com 288 daltons devido a perda da cadeia lateral. E o outro [255a], sendo um composto cetônico com 35% de rendimento, apresentando como principais íons característicos: o íon molecular com 426 daltons [M+.]; um íon-fragmento com m/z 411 [M+. – H2O] referente à perda de uma molécula de água que indica a presença de um grupo hidroxila; o íon-fragmento com m/z 413 [M+. – CH3] referente à perda do grupo metila provavelmente ligado ao carbono C10; e o íon-fragmento com 286 daltons devido à perda da cadeia lateral. As figuras [Cromat+EM 11-Apêndice] e [Cromat+EM 12-Apêndice] representam o espectro de massas dos compostos [255] e [255a], respectivamente. 293 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A estrutura dos compostos [255] e [255a] foram confirmados após análise por RMN (1H, 13 C e DEPT) e a atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos estão representados na [Figura 199]. No espectro de RMN de 1H [Espectro RMN 27-Apêndice] referente ao composto [255] destaca-se o sinal correspondente aos prótons do grupo (-CHOH), na faixa de 3.25 a 3.80 ppm, formando um multipleto de 1 hidrogênio, mostrando que houve a redução do grupo cetônico no carbono C-3 formando um grupo álcool. Para o composto [255a] o espectro de RMN de 1H [Espectro RMN 29-Apêndice] não apresenta o sinal multipleto nesta faixa, destacando-se a ausência de sinais na faixa entre 2.60 a 4.80ppm quando comparado ao espectro do composto [254]. No espectro de RMN de 13 C para o composto [255] [Espectro RMN 28- Apêndice] observam-se os deslocamentos químicos de 30 carbonos, mostrando a perda de 6 carbonos proveniente do grupo tiofenol após a reação, destacando-se principalmente o deslocamento químico com 76.6ppm do carbono (C-3) metínico sp3 com um grupo hidroxila, confirmando que houve a redução do grupo cetônico, além da presença de mais um grupo metila inserido no carbono C-4, quando comparado ao substrato inicial. Ao contrário, o RMN de 13 C para o composto [255a] [Espectro RMN 30-Apêndice] apresenta um deslocamento químico com 213.8ppm proveniente do carbono cetônico (C-3), entretanto mostra a ausência de deslocamentos químicos de carbonos α,β-insaturados à carbonila quando comparado ao composto [254], confirmando que houve somente a dessulforização e redução da dupla ligação α,β-insaturada à carbonila, mantendo o grupo cetônico e um grupo metila em 11.5 ppm inserido no carbono C-4. No espectro de RMN de Carbono em DEPT do composto [255] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 6 grupos metílicos; 9 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); 12 deslocamentos de carbonos metínicos (CH); e a ausência de 2 carbonos quaternários (C0) . Destacam-se 3 294 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 carbonos metínicos sp3 com deslocamento químicos em 76.6ppm, 39.2ppm e 50.9ppm referente aos carbonos C4, C5 e C6 respectivamente. Similarmente o composto [255a] apresentou o mesmo número de carbonos de grupos metílicos e metilênicos, mas com um carbono metínico a menos, destacando a ausência de 3 carbonos não ligados à hidrogênio (C0). 1 2 .2 1 2 .2 2 5 .4 1 8 .9 1 3 8 .4 1 2 .2 4 0 .5 5 6 .7 3 9 .9 2 1 .1 5 1 .2 1 5 .1 3 6 .8 HO 3 1 .1 3 6 .0 7 6 .6 5 0 .9 3 9 .2 H CH3 1 3 .4 2 4 .2 4 2 .4 5 6 .1 3 4 .8 2 8 .9 1 2 9 .2 1 8 .9 5 4 .6 2 1 .1 1 2 .2 3 9 .3 2 4 .2 3 2 .2 [2 5 5 ] 2 1 .1 5 1 .2 1 2 .6 2 1 .2 3 8 .0 2 1 3 .8 O 4 5 .0 H CH3 1 1 .5 3 6 .3 5 3 .6 2 5 .6 4 2 .4 5 6 .0 3 4 .8 1 3 8 .3 4 0 .5 5 6 .4 3 9 .8 3 1 .9 2 5 .4 5 4 .1 1 2 9 .3 2 8 .9 2 1 .1 3 1 .8 2 1 .2 2 4 .2 3 1 .9 [2 5 5 a ] Figura 199: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de compostos intermediários 20R,22E,24S-4α-metil-5α(H)-estigmast-22-en-3-ol 20R,22E,24S-4α-metil-5α(H)-estigmast-22-en-3-ona [255a]. 13 C para os [255] e 7.2.3.3 Obtenção e carcterização do composto [139]. A obtenção do composto [139] foi realizada a partir de ambos os substratos [255] e [255a] representado pelo Esquema 15. Para o substrato [255] pode-se envolver 2 etapas distintas: primeiro, uma desidratação da hidroxila por meio de uma reação sob refluxo com sulfato de cobre impregnado em sílica, formando uma mistura de compostos insaturados; posteriormente, a segunda reação envolve uma hidrogenação catalítica de todos os carbonos metínicos insaturados (sp2) formando carbonos metilênicos (sp3), utilizando Pd(10%)-Carbono como catalizador. Outra rota utilizada foi inicialmente a oxidação da hidroxila do substrato [255] reagindo com cloro-cromato de piridina (“PCC”) para formar uma cetona similar ao composto [255a]. As reações seguintes envolvem a redução direta do carbono 295 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 carbonílico (sp2) para um carbono metilênico (sp3) favorecido por um meio fortemente básico conhecido como reação de Wolff-Kishner. A segunda reação envolve a hidrogenação catalítica nos carbonos insaturados da cadeia lateral fornecendo dois carbonos metilênicos (sp3), utilizando Pd(10%)-Carbono como catalizador. Rota A D, E HO 5 4 [255] H Rota B H, G, E CH3 5 4 H G, E O Rota C 5 4 H [139] CH3 [255a] CH3 Etapas: (D) Si / CuSO4, tolueno, 4h; (E) H 2 / P d-C ( 10%), 200 psi, 24h (G ) Reação de Wolff-Kishner; (H) Si / PCC, Éter Etílico, 1h. Esquema 15: Síntese do intermediário (20R,24R)- 4α-metil-5α(H)-estigmastano [139]. A análise em CGAR-EM dos intermediários obtidos em todas as etapas mostrou que para a desidratação do grupo hidroxila pelo caminho sintético da rota A, há a formação de uma mistura complexa de compostos insaturados devido a possibilidade de isomerização da dupla ligação a ser formada, enquanto que a redução direta do grupo cetônico (Wolff-Kishner) (Rota B ou C) forma um produto bruto mais fácil de purificar e de separar o intermediário [139a], para posterior hidrogenação catalítica da dupla no C-23. Para o composto [139a] destaca-se em seu espectro de massas o íon molecular com 412 daltons; o íon-fragmento com m/z 397 [M – CH3] referente à perda de um grupo metila; o íon-frgmento com m/z 369 [C27H45]+ correspondente a perda do grupo isopropila da cadeia lateral; m/z 300 [C22H36]+ correspondente ao rompimento da ligação sp3 entre os carbonos C20-C22 296 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 com rearranjo de hidrogênio; m/z 273 [C20H33]+ correspondente a perda da cadeia lateral; m/z 231 [C17H27]+ correspondente a cisão entre o anel C/D [Cromat+EM 13-Apêndice]. A estrutura do composto [139a] foi confirmada após análise por RMN (1H, 13 C e DEPT) e a atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos está representada na Figura 200. No espectro de RMN de 1H [Espectro RMN 31Apêndice] referente ao composto [139a] destacam-se os sinais correspondentes aos prótons dos sete grupos metílicos na faixa de 0,6 a 1,1ppm; e dois duplo dubletos na região entre 4,9 - 5,2ppm referente aos prótons olefínicos dos carbonos C-22 e C-23. No espectro de RMN de Apêndice] observam-se os 13 C para o composto [139a] [Espectro RMN 32- deslocamentos químicos de 30 carbonos correspondentes à molécula, destacando-se principalmente o deslocamento em 19.1ppm correspondente ao carbono (sp3) metílico ligado ao carbono C-4 com incremento no valor do deslocamento químico devido a perda do grupo carbonila que emitia um efeito de desproteção pela indução dos elétrons entre as ligações. Conseqüentemente, decréscimo no deslocamento químico do carbono C-4 (δ31.4) por se tornar um carbono mais protegido. Surgimento de um deslocamento químico do carbono sp3 metilênico (CH2) provenientes da redução do carbono carbonílico para carbono metilênico, com valor de 22.0ppm (C3). No espectro de RMN de Carbono em DEPT do composto [135a] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 7 grupos metílicos; 10 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2); e 11 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 1 carbono sp3 metínico com deslocamento químico em 31.4ppm referente ao carbono C-4 e 22.0ppm referente ao carbono C-3 reduzido. 297 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 1 2 .3 2 0 .6 1 2 .3 4 0 .5 5 6 .8 4 0 .2 2 1 .1 5 1 .3 1 3 .4 3 8 .9 3 6 .6 3 6 .6 2 2 .0 5 3 .5 3 1 .4 H CH3 1 9 .1 2 4 .4 4 2 .4 5 6 .1 3 5 .2 2 5 .4 1 3 8 .4 1 2 9 .1 2 9 .1 5 4 .9 2 1 .3 3 1 .9 2 1 .1 2 4 .4 3 2 .3 [1 3 9 a ] Figura 200: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de composto intermediário 20R,22E,24S-4α-metil-5α(H)-estigmast-22-eno [139a]. 13 C para o O composto [139a] foi submetido a hidrogenação catalítica com Pd(10%)Carbono por 4h a 100psi, de modo a reduzir a dupla ligação do carbono C-22 da cadeia lateral, obtendo assim um importante biomarcador com o grupo alquila ligado ao carbono C-4 do anel A [139] [Esquema 15, pág. 290]. A análise por CGAR-EM do produto da hidrogenação apresenta no cromatograma apenas um componente como sendo o padrão (20R,24R)-4α(metil)5α(H)-estigmastano [139] [Cromat+EM 14-Apêndice] e seu espectro de massas mostra o íon molecular com 414 daltons, indicando um aumento na massa molar em 2 Da quando comparado ao espectro de massas do composto [139a]. Isto se deve a hidrogenação dos carbonos sp2 metínicos (C-22 e C-23). Observa-se também o aumento da intensidade do íon-fragmento com 231 daltons [C17H17]+ referente a quebra das ligações do anel C/D. A confirmação foi possível após obtenção dos dados em RMN (1H, 13 Ce DEPT), devido ao desaparecimento dos deslocamentos químicos referente a insaturação dos carbonos sp2 metínicos C22-C23 e o surgimento de dois carbonos sp3 metilênicos (CH2) com os deslocamentos δ33.9 (C-22) e δ23.0 (C-23) atribuídos na [Figura 201] e observados no espectro de RMN de 13 C [Espectro 298 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 RMN 34-Apêndice] e também ausência dos prótons olefínicos na faixa de 4.9 a 5.2ppm [Espectro RMN 33-Apêndice]. No espectro de DEPT do composto [139] confirma-se o deslocamento químico de carbonos provenientes de 7 grupos metílicos; 12 deslocamentos de carbonos metilênicos (CH2), destacando-se 2 carbonos sp3 metilênicos com deslocamento químico em 33.9ppm (C-22) e 23.0ppm (C-23), provenientes da hidrogenação ocorrida nestes carbonos; e 9 deslocamentos de carbonos metínicos (CH), destacando-se 2 carbonos sp3 metínicos com deslocamento químico em 36.1ppm (C-20) e 45.8ppm (C-24) que sofreram proteção devido a perda do efeito eletrônico da dupla ligação, quando comparado ao composto [139a]. 1 2 .3 1 8 .7 1 2 .0 3 6 .1 5 6 .2 4 0 .2 2 0 .9 5 4 .8 1 3 .2 3 8 .9 3 6 .6 3 6 .4 2 1 .9 5 3 .5 3 1 .3 H CH3 1 9 .0 2 4 .2 4 2 .4 5 6 .7 3 5 .1 2 6 .1 3 3 .9 2 9 .1 2 3 .0 4 5 .8 1 9 .8 3 1 .2 2 0 .5 2 4 .3 3 2 .3 [1 3 9 ] Figura 201: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de biomarcador 20R,24R-4α-metil-5α(H)-estigmastano [139]. 13 C para o 299 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 7.3 Síntese de Alquil-Esteranos Derivados do Ergosterol [256a]179,180,181,182. Entre os biomarcadores aromáticos da classe 3-alquil-24-metil-colestano presentes nas frações neutras e ácidas dos óleos estudados neste trabalho, foram detectadas séries homólogas de componentes alquil-esteranos aromáticos no anel C, como por exemplo, 3,24-dimetil-colesta-8,11,13(14)-trieno, onde foi possível claramente observar que além deste composto, existem outros diastereoisômeros que eluem ou coeluem na mesma região de retenção. Similarmente aos alquilesteranos derivados do estigmasterol estes compostos não são ainda comercializados e não há relatos na literatura sobre a síntese do componente padrão (20R,24R)-3-metil-5α(H)-ergosta-8,11,13(14)-trieno [258] e seus homólogos, proposto neste trabalho. Além disso, o principal intermediário (componente [257]) necessário para obtenção deste padrão é de grande importância para a síntese de toda a série homóloga. A estratégia proposta para a síntese do composto (20R,24R)-3-metil-5α(H)ergosta-8,11,13(14)-trieno [258] está representada no Esquema 16. 179 Anderson, R. C. et al. Journal Chemical Society. 1952, 508, 2901-2906. Hammer, C. F. Tetrahedron. 1964, 20, 929-941. 181 Hammer, C. F. Tetrahedron Letters. 1963, 19, 1261-1266. 182 Margulis, T. N. et al. Journal Chemical Society. 1964, 844, 4396-4400. 180 300 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 A H B H H HO HO 256a H H ROTA 1 H Ac O 256b H 256c H G ROTA 2 C Br Br H H H Ac O O H 256d Br H 256e H Br D, E, F, G, H K R1 R2 C, D, L H EtO EtO H H 256f O R 1 = H , R 2 = CH 3 ou R 1 = C H3 , R 2 = H H I, J, H 257 R1 R2 Etapas: (A) Ni-Raney / H 2; dioxano (15psi / 3h); (B) Py / anidrido acético (12h); (C) NBS, peróxido de benzoíla / luz; (D) Alumina / Benzeno; (E) MEOH / KOH (3%), Refluxo; (F) Etanol / éter, zinco, refluxo; (G) PCC-alumina, Éter etílico; (H) H 2 / Pd-C (10%); (I) MeLi / THF; (J) CuSO 4-Silica, CH 2Cl2, refluxo; (K) (EtO)3CH; (L) CaCO 3, CH 2Cl2, agitação R 1 = H , R 2 = CH 3 ou R 1 = C H3 , R 2 = H H 258 Esquema 16: Rota sintética proposta para obter o composto (20R,24S)-3β-metil-5α(H)-ergosta8,11,13(14)-trieno [258]. 7.3.1 Síntese do intermediário (20R,24S)-ergosta-8,11,13(14)-trien-3ona [257] A rota sintética para obtenção do composto (20R,24S)-ergosta-8,11,13(14)trien-3-ona [257] segue o Esquema 16. O princípio para a obtenção deste composto baseia-se na hidrogenação seletiva do carbono C-5(C-6) do ergosterol, sem que ocorra a isomerização da dupla ligação do carbono C-7(C-8) para C-8(C-10); 301 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 proteção da ligação C-O do carbono C-3; e posteriormente a aromatização do anel C. 7.3.1.1 Obtenção e caracterização do composto [256b] 5 H H A 7 HO 256a 5 HO H H 7 H 256b Etapas: (A) Ni-Raney / H 2; dioxano (15psi / 3h). Esquema 17: Síntese do composto (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3-ol [256b]. A reação de hidrogenação catalítica do Ergosterol [256a] utilizando-se o catalisador Níquel-Raney (W6) em dioxano, é uma hidrogenação regio- e diastereosseletiva em “endo” fornecendo o produto termodinamicamente mais estável com configuração 5α(H) [256b], com rendimento de 95,0%. Em todas as tentativas de obtenção do composto [256b] sempre apresentava no cromatograma após análise em CGAR/EM [Cromat+EM 15-Apêndice] dois produtos de reação, onde o espectro de massas extraído de cada pico sugere a presença do composto [256b] com íon molecular de 398 daltons; íon-fragmento m/z 383 [M-CH3]+ referente a perda de um grupo metila provavelmente do carbono C-10; o íonfragmento m/z 271 [C19H27O] proveniente da perda da cadeia lateral. O outro produto presente é o derivado do ergosterol dihidrogenado [256b1], onde o espectro de massas apresenta íon molecular de 400 daltons; íon-fragmento m/z 385 [MCH3]+ referente a perda de um grupo metila provavelmente do carbono C-10; o íonfragmento m/z 255 [C19H27] proveniente da perda do grupo hidroxila e da cadeia lateral. Vale ressaltar que o composto [256b1] não interfere nas etapas seguintes. 302 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 Além destes, as várias tentativas que aqui não serão mencionadas para o melhor desenvolvimento do método de obtenção do composto [256a], muitas vezes levava a formação do composto hidrogenado e com a dupla ligação isomerizada para os carbonos C-8(C-14) [256b2; Figura 202] que não é de interesse neste trabalho e consequentemente sua presença interfere nas etapas seguintes de aromatização do anel C. C28H46O M = 398 5 HO 22 256b1 23 a 3 HO 5 8 7 6 256a C28H44O M = 396 H Ni-Ra dioxano H2 + 14 a 8 5 HO H 256b2 C28H46O M = 398 Figura 202: Representação da formação do componente isomerizado durante o processo de hidrogenação seletiva do ergosterol [256a] proporcionando uma mistura de 2 compostos diastereoisômeros [256b1] e [256b2]. A confirmação da presença das estruturas sugeridas foi realizada pela análise em RMN (13C e DEPT). Observa-se que na região de dupla ligação carbonocarbono do espectro de RMN de 13 C [Espectro RMN 36-Apêndice], apresenta 4 picos mais intensos de carbonos sp2 com deslocamentos 139.6ppm (C-8), 135.6ppm (C-23), δ131.8ppm C-22) e 117.4ppm (C-7) referente ao composto [256b]. Também há o surgimento de dois carbonos sp3 com deslocamentos em 31.4ppm (C-22) e 31.5ppm (C-23) que indica a presença de um composto dihidrogenado [256b1], mostrando que ocorreu a hidrogenação nos carbonos insaturados C-22(C-23). 303 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 No espectro de RMN de Carbono em DEPT mostra a ausência do deslocamento químico 139.6ppm, confirmando a presença de 1 carbono sp2 não ligado à hidrogênio na mistura, indicando que não ocorreu isomerização da dupla ligação C-8(14). Além disso, confirma a presença dos 2 carbonos metilênicos sp3 com deslocamentos em 31.4ppm e 31.5ppm. A partir da comparação entre os espectros de 13C desacoplado e DEPT e também das atribuições para a molécula do ergosterol, foi possível atribuir os deslocamentos químicos para os compostos [256b] e [256b1], confirmando a hidrogenação seletiva do ergosterol, como mostra a Figura 203. 17.7 21.3 12.1 40.8 132.5 56.3 39.7 16.3 21.5 46.8 38.9 32.5 70.0 HO 37.5 140.9 41.4 136.3 43.3 54.9 141.0 117.0 119.7 [256a] 23.4 17.6 17.7 43.3 21.3 19.7 33.5 12.8 39.7 20.0 12.0 28.6 21.5 49.3 37.2 31.4 71.3 HO 35.5 40.2 38.1 H 135.4 40.8 131.8 56.3 43.3 54.9 139.4 23.4 116.9 29.7 18.2 43.3 19.7 12.8 38.2 33.5 20.0 28.6 12.0 37.2 31.4 35.5 71.3 HO 40.2 38.1 H [256b] 21.8 49.3 42.6 53.5 31.4 39.9 31.5 56.70 44.2 20.5 34.2 20.5 28.4 139.6 21.9 117.0 29.6 [256b1] Figura 203: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para o substrato Ergosterol [256a] e os derivados hidrogenados (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3β ol [256b] e (20R,24S)-5α(H)-ergosta-7-en-3β -ol [256b1]. A etapa seguinte para obtenção do principal intermediário utilizado na síntese de compostos alquil-ergostanos aromáticos no anel C dividi-se em 2 rotas sintéticas distintas, uma vez que, várias tentativas para a obtenção do intermediário [257] realizadas pelo grupo muitas vezes encontravam como barreira a formação de produtos diastereoisômeros com a dupla ligação C-7(C-8) isomerizada para as posições C-8(C-14); C-8(C-9); ou C-14(C-15) que interferem na etapa de bromação alílica para posterior aromatização do anel C. 304 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 7.3.1.2 Rota 1: Obtenção e caracterização do composto [256c] B H HO H H 256b ROTA 1 H AcO H H 256c Esquema 18: Síntese do composto acetato (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3-ila [256c]. Esta etapa consiste na acetilação da hidroxila ligado ao carbono C-3 do composto [256b] quando puro ou misturado ao composto [256b1], utilizando anidrido acético (ácido fraco) e piridina (base forte), proporcionando um meio mais favorável à formação do produto desejado com rendimento de 87,9%. A análise em CGAR/EM [Cromat+EM 16-Apêndice] do produto de reação mostra no cromatograma a presença de dois compostos [256c] e [256c1]. O espectro de massas que representa o composto [256c] mostra a presença do íon molecular com 440 Daltons; destacando-se o íon-fragmento m/z 425 [M-CH3]; o íon-fragmento m/z 314 [C21H30O2]+ referente a perda da cadeia lateral; e o íonfragmento m/z 255 [C19H27]+ referente a perda da cadeia lateral mais o grupo acetila. Para o composto [256c1] o espectro de massas mostra o íon molecular com 442 daltons; destacando-se o íon-fragmento m/z 427 [M-CH3]; e o íon-fragmento m/z 315 [C21H31O2]+ referente a perda da cadeia lateral com a isomerização de um hidrogênio. A análise em RMN (13C e DEPT) confirmou a acetilação da hidroxila de ambos compostos [256c] e [256c1], onde foi possível observar na região de dupla ligação carbono-carbono do espectro de RMN de 13 C [Espectro RMN 38- Apêndice], a presença do deslocamento químico em 170.7ppm proveniente do carbono sp2 da carbonila (C=O) e na região de campo baixo o surgimento de outro 305 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 carbono metilênico (sp3) com deslocamento de 21.2ppm referente ao grupo metílico (H3C-COO-). Os deslocamentos químicos para os demais carbonos (sp3 e sp2) atribuídos aos compostos iniciais, permaneceram inalterados após a acetilação. Além destes compostos, a presença de 2 deslocamentos químicos em 142.7ppm e 126.0ppm provenientes de carbonos quaternários, confirmados pela ausência dos mesmos no espectro de DEPT, mostra a presença do composto diastereoisômero [256c2] com a dupla ligação C-7(8) isomerizado para C-14(15). As atribuições dos deslocamentos químicos para os 3 compostos estão descritos na Figura 204. 15.5 19.2 35.7 12.1 37.3 21.9 16.9 17.8 21.6 12.1 37.3 21.9 16.9 O 73.7 C O 42.4 170.5 42.1 20.6 34.3 73.7 C O 42.4 21.2 H 3C 36.8 170.5 20.6 36.8 H 25.9 142.7 H 28.9 17.8 21.6 135.6 12.9 40.8 131.9 56.8 37.3 20.0 18.4 36.3 28.9 [256c] H 3C 49.3 44.2 126.0 30.5 O 42.4 142.7 25.9 73.7 44.2 29.6 C O 19.4 170.5 19.2 27.1 53.5 [256c1] 28.4 53.5 142.7 25.9 19.4 31.6 44.2 44.2 21.2 H 3C 40.8 131.9 56.8 29.7 O 49.3 36.9 29.7 47.1 135.6 44.1 30.1 56.8 47.1 49.3 36.9 39.2 36.8 28.9 28.4 42.8 20.6 34.3 20.6 [256c2] Figura 204: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para os compostos acetilados: Acetato de (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3β -ila [256c]; Acetato de (20R,24S)-5α(H)-ergosta-7-en-3β-ila [256c1]; e Acetato de (20R,24R)-5α(H)-ergosta-8(14),22dien-3β -ila [256c2]. 7.3.1.3 Rota1: Obtenção e caracterização do intermediário [256d1] As etapas seguintes consistem primeiramente em uma bromação dos carbonos alílicos utilizando N-bromo succinamida na presença de peróxido de hidrogênio ou de 2,2’-azoisobutironitrila como agente formador radicalar, uma vez que a inseção dos íons bromo na molécula são via radicalar. Posteriormente, o 306 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 produto de reação foi filtrado em coluna de alumina utilizando benzeno como eluente para eliminação do bromo alílico. Em seguida foram realizadas duas reações: a primeira de eliminação da molécula de bromo inserido na cadeia lateral, refluxando o produto obtido em solução 3% MEOH/KOH; e a segunda de redução do grupo acetato para hidroxila refluxando em solução de zinco/etanol/eter. CH3 C , D , E, F H AcO H H H R ota 1 256c HO H H 256d 1 E tapas: (C ) N B S, peróxido de benzoíla / luz; (D ) A lum ina / B enzeno; (E ) M E O H / K O H (3% ), R efluxo; (F) Etanol / éter, zinco, refluxo; Esquema 19: Síntese do composto (20R,24R)-5α(H)-ergosta-8,11,13,22-tetraen-3β-ol [256d1]. A análise em CGAR/EM [Cromat+EM 17-Apêndice] do produto de reação obtido mostra no cromatograma a presença de 4 componentes, onde o espectro de massas extraído de cada pico sugere a presença do composto [256d1] com íon molecular de 396 daltons; íon-fragmento m/z 378 [M-H2O]+ referente a perda de uma molécula de água; o íon-fragmento m/z 271 [C19H27O]+ proveniente da perda da cadeia lateral; e o íon fragmento m/z 253 [C19H25]+ proveniente da perda da cadeia lateral mais uma molécula de H2O. Os espectros de massas para os demais componentes presentes sugerem que são os compostos [256b] e [256b1] provenientes da redução do grupo acetato. Além destes dois componentes, há a possibilidade de estar presente o componente diastereoisômero com a dupla ligação isomerizada para os carbonos C-8(14). Devido a mistura dos compostos no produto final e a impossibilidade de separá-los para caracterização, além do baixo rendimento da reação, não foi possível realizar análises em RMN para elucidação das estruturas. Logo, foram 307 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 testados outros caminhos sintéticos para obtenção de componentes intermediários ao composto [257] com maior rendimento e de modo que não houvesse a formação de produtos com a dupla ligação isomerizada, uma vez que os mesmos não são possíveis de serem separados do produto de reação e interferem nas etapas seguintes de aromatização do anel C, produzindo uma mistura de diferentes compostos durante o processo de bromação alílica. 7.3.1.4 Rota 2: Obtenção e caracterização do composto [256e] Devido a problemas encontrados durante o desenvolvimento da rota 1, optamos em testar novas metodologias para obter componentes intermediários em maior rendimento, conforme a estratégia de síntese descrito na rota 2 [Esquema 16, pág. 295]. Uma das metodologias inicialmente testada foi a oxidação do grupo hidroxila dos compostos [256b] e [256b1] para um grupo ceto [256e] utilizando “PCCalumina” em éter etílico [Esquema 20]. G H HO H H ROTA 2 H O 256b H H 256e Etapas: (G) PCC-alumina, Éter Etílico; Esquema 20: Síntese do composto (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3-ona [256e]. Foi obtido uma mistura dos compostos [256e] e [256e1] com 90% de rendimento caracterizados por análise em RMN de 13 C [Espectro RMN 40308 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 Apêndice] que, mostra na região de dupla ligação carbono-carbono 4 picos intensos de carbonos sp2 com deslocamentos em 139.4ppm (C-8), 135.4ppm (C-23), 131.8ppm (C-22) e 116.9ppm (C-7) e um carbono sp2 com deslocamento em 211.5ppm proveniente do carbono carbonílico (C=O), confirmados no espectro de DEPT devido a ausência dos carbonos quaternários com deslocamentos em 135.4ppm (C8) e 211.5ppm (C=O). Os demais deslocametos permaneceram em sua maioria inalterados, com exceção dos carbonos próximos a carbonila, como mostra as atribuições na [Figura 205]. O espectro de RMN 13C e DEPT também mostram que não ocorreu isomerização da dupla ligação durante o processo de oxidação da hidroxila. 15.5 17.7 19.7 135.4 12.2 40.8 131.8 56.3 38.8 12.5 38.1 30.8 21.8 49.3 34.4 211.5 O 42.8 44.2 H 30.4 43.3 54.9 19.1 43.3 21.2 30.8 36.7 48.9 33.1 43.3 30.1 21.8 33.5 20.6 20.0 28.1 139.3 23.0 139.4 211.5 116.8 256e O 116.9 H 256e1 Figura 205: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para os compostos cetônicos: (20R,24R)-5α(H)-ergosta-7,22-dien-3-ona [256e]; e (20R,24S)-5α(H)ergosta-7-en-3-ona [256e1]. 7.3.1.5 Rota 2: Obtenção e caracterização do composto [256f] Esta etapa consiste na cetalação do grupo ceto dos compostos [256e] e [256e1] utilizando trietóxi-metano [(EtO)3CH] [Esquema 21], com objetivo de proteger o grupo cetônico de grande importância para o processo de alquilação. O produto foi obtido com 60% de rendimento e a análise em RMN (13C e DEPT) mostra que não houve isomerização da dupla ligação C-7(8) estando presente dois 309 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 compostos com grupo ceto na estrutura, confirmados pelos deslocamentos químicos em 100.1ppm proveniente de um carbono sp3 quaternário (C-3) e 54.9ppm de um carbono metilênico sp3 do grupo cetal (-O-CH2CH3) [Espectro RMN 42-Apêndice], ambos atribuídos na estrutura representativa da Figura 206. H K H O 256e H H EtO R OTA 2 Et O H H 256f Etapa: (K ) (EtO ) 3 CH ; Esquema 21: Síntese do composto (20R,24R)-3-dietóxi-5α(H)-ergosta-7,22-dieno [256f]. 15.4 17.7 135.6 131.8 43.3 139.6 100.1 54.9 31.4 33.5 43.3 20.0 H3C-CH2-O 117.5 H H3C-CH2-O 20.6 139.6 100.1 117.5 H H3C-CH2-O 256f 21.8 21.2 54.9 54.9 H3C-CH2-O 33.0 43.3 256f1 54.9 Figura 206: Atribuição dos deslocamentos químicos dos carbonos por RMN de 13C para os compostos com grupo cetal: (20R,24R)-3-dietóxi-5α(H)-ergosta-7,22-dieno [256f]; e (20R,24S)3-dietóxi-5α(H)-ergost-7-eno [256f1]. Outros testes reacionais para formação de grupos cetais foram realizados, como por exemplo, a utilização de etilenoglicol em dioxano que forma grupos cetais cíclicos e que também apresentou bom rendimento na formação dos componentes desejados. Entretanto, após várias tentativas em se obter o intermediário [257] e consequentemente o componente alquil-ergostano aromático no anel C [258], podemos sugerir que o melhor caminho para obtenção destes 310 Síntese de Biomarcadores – Capítulo 3 compostos é através da rota 2 que a princípio não proporciona a formação de compostos diastereoisôemros com a dupla ligação isomerizada para o carbono C-8(14). 311 Conclusão Parcial – Síntese de Biomarcadores 7.4 Conclusão Parcial: Sintese de Biomarcadores A síntese dos biomarcadores propostos neste trabalho, seguiram um processo longo entre as etapas com o objetivo de obter sempre intermediários com maior rendimento e de fácil purificação, entretanto nem sempre as metodologias relatadas fornecem o produto desejado na proporção em que está descrita na literatura, ou, em muitos casos, o procedimento de reação necessita de modificações para o devido sucesso. O estudo dos biomarcadores na determinação dos parâmetros geoquímicos em óleos e sedimentos, muitas vezes, depende da coinjeção de padrões autênticos. A síntese dos biomarcadores aqui relatados e sua coinjeção nos óleos estudados, forneceram dados de grande importância paleoambiental, como é o caso da coinjeção e identificação dos componentes (20R, 24R)-2α(metil)-estigmastano e (20R, 24R)-4α(metil)-estigmastano em amostras ME; enquanto que a presença e o nível de concentração de componentes esteranos aromáticos, como por exemplo o composto (20R, 24R)-4-metil-stigmasta-1,3,5(10)-trieno indicam o nível de maturidade térmica dos óleos. A síntese dos componentes da classe dos alquil-esteranos aromáticos são de grande importância na elucidação estrutural e quantificação destes compostos em amostras de óleos e extratos orgânicos, entretanto a rota sintética proposta para obter compostos aromáticos no anel C a partir do Ergosterol precisa ser reavaliada com o objetivo de buscar novas rotas alternativas para obtenção destes importantes compostos, principalmente para estudos de ácidos em óleos. 312 Parte Experimental 8 PARTE EXPERIMENTAL 8.1 INSTRUMENTAÇÃO E CONDIÇÕES ANALÍTICAS 8.1.1 Solventes e reagentes Os reagentes e solventes utilizados neste trabalho foram analiticamente puros e/ou indicados pelos fabricantes para uso em síntese orgânica. Sempre que necessário eles foram submetidos aos métodos gerais de purificação, descritos na literatura.183 8.1.2 Espectroscopia no infravermelho Os espectros de absorção na região do infravermelho foram obtidos em pastilha de KBr, empregando-se um espectrofotômetro Perkin-Elmer 298 e 1660 FTIR. Como padrão de referência, utilizou-se a absorção em 1601 cm-1, de um filme de poliestireno, fornecido pelo fabricante. 8.1.3 Cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas (CGAR/EM) As análises por CGAR/EM foram realizadas em cromatográfo Hewlett Packard 6890B, acoplado a um detector seletivo de massas HP5973-MSD, operando com uma fonte de elétrons com energia de ionização de 70 eV. O cromatográfo é equipado com um injetor tipo split/splitless e com coluna capilar de sílica fundida do tipo J & W Scientific HP-5MS (30 m x 0,25 mm x 0,25 µm) e cuja fase fixa consiste de 5% de fenil metil silicone. O volume injetado das 183 Perrin, D. D.; Armarego, W. L. F.; Perrin, D. R. - Purification of Laboratory Chemicals, 2th ed., Pergamon Press, New York, 1980. 313 Parte Experimental amostras, adequadamente diluídas variaram entre 1-3 µL e as condições empregadas estão descritas no item 8.3.1. Hélio de alta pureza (99,9999%) foi empregado como gás de arraste, sob pressão de 10psi (“modo split”). As temperaturas do injetor e do detector foram variaram conforme o método. O espectrômetro de massas operou com velocidade de 0,77 scans.seg.-1 na faixa de m/z 40-500. As análises por CGAR/EM-EM foram realizadas em cromatográfo Varian CP3800 acoplado a um detector triploquadrupolo Varian 1200L, operando com uma fonte de elétrons com energia de ionização de 70 eV; argônio como gás de colisão em q2; tempo de varredura entre 1 – 1,5ms; janela de varredura de 0,7uma. 8.1.4 Cromatografia em coluna (CC) e camada delgada (CCD) As cromatografias (“flash”) em coluna foram realizadas utilizando-se sílica gel 60 da Merck, com granulometria 70-230 mesh e gradientes de solventes purificados como eluentes. A relação entre a amostra e o adsorvente variou de 1:30 até 1:50, respectivamente. Os compostos foram eluídos das colunas com solventes orgânicos em ordem crescente de polaridade. As frações coletadas foram controladas por cromatografia em camada delgada (CCD), utilizando placas prontas de sílica sobre alumínio (Merck). A visualização dos compostos em CCD foi verificada por irradiação de luz ultravioleta (UV) no comprimento de onda de 254 e 365 nm, e por pulverização com revelador de terpenos (panisaldeído/H2SO4/HOAc (0,5:1,0:0,5), seguida de aquecimento. O controle de pureza das frações foi realizado através de CCD, sendo reunidas todas aquelas frações que apresentavam semelhanças. 314 Parte Experimental 8.1.5 Espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) Todos os experimentos unidimensionais de RMN foram realizados em espectrômetros Varian INOVA-500 (B0 = 11,7 Τ), operando a 499,885 MHz para 1 H e 125,695 MHz para 13 C ou Gemini 300P-Varian (B0 = 7,05 Τ), operando a 300,067 MHz para 1H e 75,452 MHz para 13 C. Também foram realizdos experimentos bidimensionais de RMN no espectrômetro Varian INOVA-500. 8.2 AMOSTRAGEM E TRATAMENTO ANALÍTICO DOS ÓLEOS Neste trabalho estudamos os componentes neutros e ácidos de seis óleos, sendo eles: 2 Lacustres de Água Doce (LAD), 2 Mistos (M) e 2 MarinhoEvaporíticos (ME) provenientes de poços de diferentes origens da Bacia Potiguar (Brasil), que abrange os estados do Rio Grande do Norte e Ceará. As amostras foram coletadas por especialistas do CENPES/PETROBRÁS e enviadas para nosso grupo de pesquisa. Os óleos foram analisados com o intuito de alcançar os objetivos propostos neste trabalho, sendo que os componentes ácidos destes óleos nunca foram objetos de estudos geoquímicos. Os óleos de diferentes origens da Bacia Portiguar estudados neste trabalho, estão acumulados na porção “offshore” em pelitos da Formação Alagamar (óleos ME e M) e Formação Pendência (óleos LAD), com diferentes níveis de biodegradação entre os três tipos. Após o estudo geoquímico prévio das frações neutras e ácidas dos óleos acima mencionado, os mesmos foram submetidos à coinjeção com padrões sintéticos da classe dos alquil-esteranos [da série 5α(H) e 5β(H)], derivados do colesterol e estigmasterol, a fim de confirmar a presença ou ausência destes 315 Parte Experimental compostos. Também foram coinjetados padrões sintéticos (20R,24R)-2α-metilestigmastano [135] e (20R,24R)-4α-metil-estigmastano [139] nas amostras do tipo ME, por serem relatados na literatura como componentes provenientes de fontes marinhas e conseqüentemente indicadores de paleoambiente. Além destes, também foi coinjetado o padrão sintetizado (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211] com as amostras marinho evaporíticas que apresentaram em sua constituição geoquímica a presença de componentes da classe dos esteranos aromáticos. 8.2.1 Obtenção da Fração Neutra As amostras foram submetidas a um fracionamento cromatográfico em coluna (CC) de sílica gel obtendo-se 3 (três) frações neutras (FN) distintas: hidrocarbonetos saturados e insaturados (F1), compostos aromáticos pesados (F2) e resinas e asfaltenos (F3). As frações F1 e F2 foram fracionadas em hidrocarbonetos saturados (F1P1) e (F2P1) e hidrocarbonetos insaturados (F1P2) e (F2P2), respectivamente [Tabela 20], utilizando-se cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP) impregnada com AgNO3, para um estudo mais detalhado184, 185. 184 Lopes, J. A. D.; Santos Neto, E.V.; Mello, M. R.; Koike, L.; Marsaioli, A. J.; Reis, F. A. M. Chemical Geology. 1999, 158, 1-20. 185 Lopes, J. A. D. Tese de Doutorado. 1995, Instituto de Química, Unicamp, Campinas, SP, Brasil. 316 Parte Experimental Fluxograma 1: Método de obtenção da fração neutra. Tabela 20: Massas e rendimentos obtidos da fração neutra (FN). Amostra de Óleos Massas e Rendimentos das frações obtidas por cromatografia (CCP e CCDP) LAC1 Massa = 4,14 g F1 0,251g (6,1%) Alíquota p/ CCDP 0,118g F1P1 F1P2 0,098g 0,005g (83,1%) (4,2%) LAC2 Massa = 4,33g F1 0,983g (22,7%) Alíquota p/ CCDP 0,099g F1P1 F1P2 0,049g 0,006g (49,5%) (6,06%) M1 Massa = 4,24g F1 2,586g (60,7%) Alíquota p/ CCDP 0,103g F1P1 F1P2 0,055g 0,004g (53,3%) (3,9%) M2 Massa = 4,21g F1 1,137g (27,0%) Alíquota p/ CCDP 0,095g F1P1 F1P2 0,069g 0,006g (72,6%) (6,3%) ME1 Massa = 4,40g F1 1,364g (31,0%) Alíquota p/ CCDP 0,102g F1P1 F1P2 0,067g 0,002g (65,5) (1,9%) ME2 Massa = 4,11g F1 1,051g (25,6%) Alíquota p/ CCDP 0,107g F1P1 F1P2 0,016g 0,003g (14,9%) (2,8%) F2 1,114g (26,9%) Alíquota p/ CCDP 0,103g F2P1 F2P2 0,061 0,010 (59,2%) (9,7’%) F2 1,471g (26,9%) Alíquota p/ CCDP 0,091g F2P1 F2P2 0,051g 0,010 (56,0%) (10,9%) F2 1,013g (23,9%) Alíquota p/ CCDP 0,104g F2P1 F2P2 0,038g 0,011g (36,5%) (10,6%) F2 1,220g (28,9%) Alíquota p/ CCDP 0,101g F2P1 F2P2 0,061 0,010 (59,2%) (9,7’%) F2 0,436g (9,9%) Alíquota p/ CCDP 0,108g F2P1 F2P2 0,051g 0,010 (56,0%) (10,9%) F2 0,289g (7,0%) Alíquota p/ CCDP 0,105g F2P1 F2P2 0,038g 0,011g (36,5%) (10,6%) F3 1,295g (31,3%) F3 0,727g (16,8%) F3 0,011g (0,3%) F3 0,530g (12,6%) F3 1,834g (41,7%) F3 1,371g (33,4%) 317 Parte Experimental 8.2.2 Obtenção da Fração Ácida Para obter a fração ácida, as amostras foram submetidas a uma coluna de extração contínua contendo sílica gel impregnada com KOH. Inicialmente cerca de 100,0g da amostra (óleo) foi adsorvida em sílica e submetida à extração contínua com éter etílico para remoção dos compostos neutros e posteriormente com 5% de ácido fórmico em éter etílico para extração dos compostos ácidos186,187,188. Em seguida a fração ácida (FAc) foi transformada quimicamente em ésteres metílicos (EM) e posteriormente em hidrocarbonetos derivados de ácidos (HAc) (Fluxograma 3)8,184,188. As massas obtidas em cada etapa do processo de fracionamento estão descritas na Tabela 21. Fluxograma 2: Método de extração da fração ácida. 186 Ramijak, Z.; Solc, A. Analytical Chemistry. 1977, 49, 1222. McCarthy, R. D.; Duthie, A. R. Journal Lipids Research. 1962, 3, 117. 188 Koike, L.; Rebouças, L. M. C.; Reis, F. A. M.; Marsaioli, A. J.; Richnow, H. H.; Michaelis, W. Organic Geochemistry. 1992, 18, 6, 851-860 187 318 Parte Experimental Fluxograma 3: Método de obtenção de hidrocarbonetos derivados de ácidos. Tabela 21: Massas e rendimentos obtidos da fração ácida (FAc). LAC1 Massa = 100,5g FAc 1,202g (1,20%) Alíquota para esterificação 1,106g EM 0,148g (13,38%) Alíquota para redução (I) 0,100g Álcoois 0,0883g (88,3%) Alíquota para mesilação 0,0883g Mesilados 0,0580g (65,7%) Alíquota para redução (II) 0,0580g Hidrocarbonetos (HAc) 0,0289g (49,8%) Massas* e Rendimentos das frações obtidas por cromatografia (CCP e CCDP) LAC2 M1 M2 ME1 Massa = 100,3g Massa = 100,4g Massa = 91,13g Massa = 100,8g FAc FAc FAc FAc 0,370g (0,37%) 0,043g (0,04%) 1,608g (1,60%) 3,562g (3,91%) Alíquota para Alíquota para Alíquota para Alíquota para esterificação esterificação esterificação esterificação 0,274g 0,034g 1,510g 3,411g EM EM EM EM 0,070g (25,55%) 0,008g (23,53%) 0,362g (23,97%) 2,175g (63,76%) Alíquota para Alíquota para ------------------------redução (I) redução (I) 0,200g 0,500g Álcoois Álcoois ------------------------0,1750g (87,5%) 0,3350g (67,0%) Alíquota para Alíquota para ------------------------mesilação mesilação 0,1750g 0,3350g Mesilados Mesilados ------------------------0,1020g (58,3%) 0,2250g (67,2%) Alíquota para Alíquota para ------------------------redução (II) redução (II) 0,1020g 0,2250g Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos ------------------------(HAc) (HAc) 0,0848g (83,1%) 0,0771g (34,3%) ME2 Massa = 100,2g FAc 3,865g (3,86%) Alíquota para esterificação 3,581g EM 2,210g (61,71%) Alíquota para redução (I) 0,500g Álcoois 0,3280g (65,6%) Alíquota para mesilação 0,3280g Mesilados 0,2163g (65,9%) Alíquota para redução (II) 0,2163g Hidrocarbonetos (HAc) 0,0651g (30,1%) 8.3 MÉTODOS DE ANÁLISE 8.3.1 Cromatografia e Espectrometria de Massas Após fracionamento e/ou extração das frações neutra e ácida e posteriormente transformações químicas mostradas no Fluxograma 3 8,188 , as amostras foram analisadas utilizando um CG (HP5890II) acoplado a um detector seletivo de massas (HP 5970-MSD) através das técnicas de varredura de íons totais 319 Parte Experimental (VIT) e monitoramento de íons selecionados (MIS); e a outro CG (VarianCP3800) acoplado a um detector triplo quadrupolo (Varian-1200L) através das técnicas de varredura de íons precursores (VIPRE), varredura de íons produtos (VIP) e transição íon precursor-íon produto pelas técnicas de monitoramento de reação simples (MRS) e múltipla (MRM). Ambas as técnicas estão discutidas nos Capítulos anteriores. A seguir, será descrito os programas utilizados para detecção e identificação dos biomarcadores presentes nas frações neutras e ácidas. Programa I – Análise de parafinas, isoprenóides e sesquiterpanos bicíclicos: Injetor a 300 0C; Linha de transferência a 260 0C; Forno a 80 0 C(2 min.)/270 0C (4 0C/min)/300 0C (10 0C/min.)(25min.). Coluna Capilar HP5-MS 30m x 0,25mm; 0,25µm; Técnicas de Análises por EM: Varredura de íons totais (VIT) e Monitoramento de íons selecionados (MIS). Programa II: Análise de terpanos tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos; esteranos normais e diasteranos: Injetor a 300 0C; Linha de transferência a 260 0C; Forno a 70 0C(2 min.)/190 0C (30 0C/min)/250 0C (1 0C/min.)/300 0C (2 0C/min.) (25min.). Coluna Capilar HP5-MS 30m x 0,25mm; 0,25µm; Técnicas de Análises por EM: Varredura de íons totais (VIT) e Monitoramento de íons selecionados (MIS). Programa III: Análise de ésteres metílicos derivados da fração ácida: Injetor a 280 0C; Linha de Transferência a 250 0C; Fonte de Ionização a 230 0C (70eV); Manifold a 40 0C; Forno a 60 0C(2 min.)/190 0C (30 320 Parte Experimental 0 C/min) (10min.)/250 0 C (2 0 C/min.) (20min.)/300 0 C (1 0 C/min.) (20min.). Coluna Capilar CPSil-8MS (low bleed) 30m x 0,25mm; 0,25µm; Técnicas de Análises por EM: Varredura de íons totais (VIT) e Monitoramento de íons selecionados (MIS). Programa IV: Análise de alquil-esteranos: Injetor a 280 0C; Linha de Transferência a 250 0C; Fonte de Ionização a 230 0C (70eV); Manifold a 40 0C; Forno a 60 0C(2 min.)/190 0C (30 0C/min) (10min.)/250 0C (2 0 C/min.) (20min.)/300 0C (1 0C/min.) (20min.). Coluna Capilar DB-1MS (low bleed) 60m x 0,25mm; 0,25µm e CPSil-8MS (low bleed) 60m x 0,25mm; 0,25µm. Técnicas de Análises por EM-EM: Varredura de íons precursores; Varredura de íons produtos; e Transição íon precursor-íon produto. 8.4 SÍNTESE DE BIOMARCADORES A coinjeção de padrões sintéticos com estereoquímica conhecida é o procedimento analítico mais adequado para confirmação estrutural dos componentes presentes em amostras complexas como os petróleos, que possuem inúmeros compostos com múltiplos centros quirais. Desta forma, devido a comercialização limitada de padrões sintéticos para determinadas classes de biomarcadores, por exemplo, a classe dos esteranos, é necessário o uso de reações estereosseletivas para obtenção dos padrões com estereoquímica definida. Com o objetivo de identificar biomarcadores da classe dos esteranos, nos óleos estudados neste trabalho, foram sintetizados padrões da classe alquil321 Parte Experimental esteranos saturados e aromáticos no anel A [Figura 207], derivados do estigmasterol comercial. Além também da tentativa de sintetizar um padrão alquilaromático no anel B derivado do ergosterol comercial. A estratégia de síntese para os derivados do estigmasterol baseia-se em três rotas distintas: Primeiro, na preparação de um grupo cetônico no carbono 3 conjugado com uma dupla ligação (C-4) e posterior alquilação na posição 2 e/ou 4, ambos com configuração 5α(H) [Figura 207]189,190,191. Segundo, na obtenção de um trieno conjudado (C-2, C-4 e C-6) e posterior isomerização das duplas ligações de modo a formar um composto aromático estável no anel A [Figura 208]189,192,193 H H A H HO Esterol H 3 O 4 Cetona Conjugada H A 4 H3C 5 H H CH 3 4-metil-esterano [5α α (H)] H 2 A 5 H H 2-metil-esterano [5α α (H)] Figura 207: Exemplificação genérica para obtenção de 2- e 4-metil-esteranos. 189 Blunt, J. W.; Stothers, J. B. Organic Magnetic Resonance. 1977, 9(8), 439-464. Lichtfouse, E.; Albrecht, P. Tetrahedron. 1994, 50(6), 1731-1744. 191 Stoilov, I.; Kolaczkowska, E.; Watt, D. S.; Pyrek, J. St.; Carlson, R. M. K.; Fago, F. J.; Moldowan, J. M. Organic Geochemistry. 1993, 58, 3444-3454. 192 Demir, A. Tetrahedron. 2001, 57, 227-233. 193 Stoilov, I.; Shetty, R.; Pyrek, J. St.; Smith, S. L.; Layton, W. J.; Watt, D. S.; Carlson, R. M. K.; Moldowan, J. M. Organic Geochemistry. 1994, 59, 926-928. 190 322 Parte Experimental 9H 1 2 HO 3 10 4 5 H H H 2 8 7 6 H H 4 6 Aromático Anel A Trieno Conjugado Esterol Figura 208: Exemplificação genérica para obtenção de esteranos aromáticos no Anel A. A estratégia de síntese para obtenção de um composto aquil-esterano aromático no anel C a partir do ergosterol comercial baseia-se primeiramente em uma hidrogenação regiosseletiva da dupla ligação no carbono C-5, posterior bromação alílica na dupla ligação do carbono C-7, seguida da aromatização no anel C pela remoção dos bromos alílicos, de modo a formar um intermediário com um grupo cetônico no carbono C-3, muito importante para a síntese de alquil-esteranos aromáticos [Figura 209]179,180,181,182,189, Br 8 8 3 HO H 5 6 H 7 H 3 O H H EtO 7 EtO H H Br Esterol H Alquil-esterano Aromático O H Intermediário Cetônico Figura 209: Exemplificação genérica para obtenção de alquil-esteranos aromáticos no Anel C. 323 Parte Experimental 8.4.1 Descrição dos compostos sintetizados neste trabalho. 8.4.1.1 Síntese do composto (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno [211.] 8.4.1.1.1 Reação de Epoxidação do Estigmasterol – Composto [211b1]. Em um balão de 2 bocas equipado com fluxo de N2 em uma das extremidades, adicionar 1,0g de estigmasterol em 35ml de diclorometano. Resfriar o sistema a 0 0 C e adicionar em pequenas porções 0,7g de ácido metacloroperbenzóico. Agitar a mistura por 1h e filtrar. Lavar o filtrado sucessivamente com solução saturada de bicarbonato de Sódio, água e solução saturada de cloreto de sódio. Secar a fase orgânica com sulfato de magnésio anidro. Filtrar, evaporar o solvente sob vácuo e recristalizar o produto em metanol para obter o composto [211b1] com 95% de rendimento. Características do Composto [211b1] Ponto de Fusão: 152 – 154 0C Espectro de massas: M+. 428; m/z 410; m/z 392; m/z 367; m/z 271; m/z 253 RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 37.3(C-1); 31.6; 71.8; 42.2; 140.7; 121.7; 31.8; 31.9; 50.2; 36.5; 21.1; 39.7; 42.3; 56.9; 24.4; 28.9; 55.9; 12.0 (C-18); 18.9 (C-19); 40.5.; 19.4; 138.3; 129.3; 51.2; 31.6; 21.2; 21.1; 25.4; 12.2. 8.4.1.1.2 Reação de Mesilação do Composto [211b1] – Composto [211b] Em um balão de 2 bocas equipado com fluxo de N2 em uma das extremidades, adicionar 1,0g do composto [211b1] em 7ml de diclorometano. Resfriar o sistema a 0 0C, adicionar 1ml de trietilamina e lentamente 1ml de cloreto de mesila. Agitar a mistura por 1h e diluir com 30ml de água destilada gelada. Extrair a fase orgânica com diclorometano e lavar a mesma sucessivamente com água destilada (pH neutro) e solução saturada de cloreto de sódio. Secar a fase 324 Parte Experimental orgânica com sulfato de magnésio anidro. Filtrar, evaporar o solvente sob vácuo e cromatografar o produto em placa preparativa de sílica utilizando acetato de etila/hexano (1:3) para obter o composto [211b] com 90% de rendimento. Características do Composto [211b] Ponto de Fusão: 160 – 164 0C RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 35.3(C-1); 28.8; 79.6; 41.7; 76.8; 63.4; 32.7; 31.8; 45.4; 38.6; 21.0; 39.2; 42.6; 55.9; 24.1; 27.8; 55.4; 12.2 (C-18); 18.2 (C-19); 40.5.; 19.0; 138.1; 129.4; 51.2; 30.0; 21.2; 21.1; 25.4; 14.2; 38.9 (CH3-SO2). 8.4.1.1.3 Reação de Eliminação dos Grupos Epoxi e Mesila do composto [211b] – Composto [211c] Em um balão de 2 bocas equipado com fluxo de N2 em uma das extremidades e imerso em um recipiente contendo silicone líquido, adicionar 1,0g do composto [211b] em 20ml de HMPA anidro. Aquecer a solução a 230 0C por 5 minutos. Despejar a solução em um béquer contendo 100 ml de água destilada e extrair a fase orgânica com hexano (3 vezes). Lavar a fase orgânica sucessivamente com água destilada (pH neutro) e solução saturada de cloreto de sódio. Secar a fase orgânica com sulfato de magnésio anidro. Filtrar, evaporar o solvente sob vácuo. Recristalizar o produto com EtOH/EtOAc (1:1) formando cristais brancos do composto [211c] com 65% de rendimento. Características do Composto [211c] Ponto de Fusão: 95 – 100 0C Espectro de massas: M+. 392; m/z 377; m/z 253; m;z 211; m/z 157; m/z 143. RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 36.6(C-1);119.1; 124.1; 125.2; 142.7; 131.6; 127.8; 37.4; 51.6; 35.7; 20.9; 39.8; 43.1; 54.7; 23.9; 28.9; 55.9; 12.4 (C-18); 15.5 (C-19); 40.6.; 19.1; 138.1; 129.3; 51.3; 31.1; 21.2; 21.3; 25.5; 12.2. 325 Parte Experimental 8.4.1.1.4 Reação de Aromatização do composto [211c] - Composto [211d] Em um balão de 2 bocas equipado com condensador para refluxo e imerso em um recipiente contendo silicone líquido, adicionar 0,400g do composto [211c], 10ml de ácido acético e 4,3 ml de ácido bromídrico (48% em água). Refluxar a solução por 1h. Resfriar a solução e neutralizar o ácido com solução saturada de bicarbonato de sódio. Extrair a fase orgânica com acetato de etila (3 vezes) e lavar sucessivamente com água destilada (pH neutro) e solução saturada de cloreto de sódio. Secar a fase orgânica com sulfato de magnésio anidro. Filtrar, evaporar o solvente sob vácuo. Cromatografar o produto em placa preparativa de sílica utilizando hexano como eluente para obter o composto [211d] com 35% de rendimento. Características do Composto [211d] Ponto de Fusão: 118 – 120 0C Espectro de massas: M+. 392; m/z 377; m/z 211; m/z 157; m/z 143; m/z 131. RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 123.1(C-1);125.2; 127.2; 135.3; 136.4; 27.8; 29.0; 37.9; 44.5; 140.7; 24.0; 40.0; 42.5; 56.2; 26.8; 27.2; 55.8; 12.1 (C-18); 40.5.; 19.0; 138.3; 129.3; 51.3; 31.9; 21.1; 21.2; 25.4; 12.3; 19.8 (CH3 ligado ao carbono C4). 8.4.1.1.5 Hidrogenação Catalítica do Composto [211d] para formar o Composto [211] Em um recipiente tipo balão adicionar 100mg do composto [211d] e 20ml de benzeno/hexano (1:2). Colocar o recipente em um reator para hidrogenação e sobre uma placa magnética para agitação. Aplicar pressão de gás hidrogênio a 100psi por 4h. Cromatografar o material em coluna de alumina utilizando hexano como eluente. Evaporar o solvente sob vácuo para obter o composto [211] com 85% de rendimento. 326 Parte Experimental Características do Composto [211] Ponto de Fusão: 53 – 55 0C Espectro de massas: M+. 394; m/z 379; m/z 211; m/z 158; m/z 143; m/z 131. RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 123.1(C-1);125.2; 127.1; 135.3; 136.4; 27.8; 27.2; 37.9; 44.5; 140.7; 23.9; 40.0; 42.6; 56.2; 26.8; 28.2; 55.6; 11.9 (C-18); 36.2; 18.7; 33.9; 23.1; 45.8; 29.1; 19.0; 19.8; 26.0; 12.0; 19.8 (CH3 ligado ao carbono C4). 8.4.1.2 Síntese do composto (20R,24R)-2α(metil)-5α(H)-estigmastano [135] 8.4.1.2.1 Obtenção da Estigmasta-4,22-dien-3-ona [251]. Reação de Oppenauer Em um balão de 3 bocas imerso em um recipiente contendo silicone líquido, equipado com um condensador Dean-Starck para refluxo e um fluxo de N2 em uma das extremidades, adicionar 3,0g de estigmasterol [211a], 150ml de tolueno e 15ml de cicloexanona. Refluxar a mistura sob agitação até que cerca de 15ml do volume de tolueno seja coletado no Dean-Starck. Resfriar a mistura para 80 0C e adicionar 0,9g de triisopropóxido de alumínio. Refluxar novamente durante 15 – 20 minutos. Resfriar a mistura par 10 0C e despejar em um béquer contendo 100ml de solução de ácido clorídrico 2N. Separar a fase orgânica e lavar sucessivamente com solução de ácido clorídrico 2N (2 vezes), água destilada (3 vezes) ou até pH neutro e solução saturada de cloreto de sódio.Secar a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrar e evaporar o solvente sob vácuo. Recristalizar o produto com acetona para obter o composto [251] com 85% de rendimento. Características do Composto [251] Ponto de Fusão: 123 – 124 0C Espectro de massas: M+. 410; m/z 395; m/z 367; m/z 298; m/z 271; m/z 229. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ5.92 (1H, s, H-4; 5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). 327 Parte Experimental RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 35.7(C-1); 32.1; 199.3; 123.6; 171.4; 34.0; 33.0; 35.7; 51.2; 38.6; 21.2; 39.6; 42.3; 55.9; 24.3; 28.9; 56.0; 12.2 (C-18); 17.5 (C-19); 40.5; 19.1; 138.0; 129.3; 53.8; 31.9; 21.1; 21.2; 25.5; 12.3. 8.4.1.2.2 Síntese do composto [252]- Reação de Metilação no Carbono C-2. Em um balão de 2 bocas equipado com um fluxo de argônio (super seco) em uma das extremidades e imerso em banho de gelo a 0 0C, adicionar 0,5ml de isopropilcicloexilamina (ou diisopropilamina) e 1,5ml de THF anidro (super seco). Adicionar 2,30ml de butil-lítio em hexano e em atmosfera inerte adicionar 1,0g do composto [251] dissolvido em 10,0ml de THF anidro sob agitação. Após 1/2h, adicionar 1,0ml de iodeto de metila e aquecer a 17 0C sob agitação por 3h. Adicionar cerca de 50ml de água destilada, separar e extrair a fase orgânica com éter etílico. Lavar a fase orgânica sucessivamente com água destilada (3 vezes) e secar em sulfato de sódio anidro. Filtrar e evaporar o solvente sob vácuo, formando um óleo amarelo que solidifica. Refluxar o produto em uma solução contendo 100ml de metano e 0,2g de hidróxido de potássio durante 3h. Resfriar a 17 0C e concentrar a mistura para 20ml evaporando o solvente sob vácuo. Adicionar 50ml de água destilada e extrair o produto com éter etílico (3 vezes). Lavar o combinado orgânico com água destilada (3 vezes) e secar a fase orgânica em sulfato de sódio anidro. Filtrar e evaporar o solvente sob vácuo, formando um sólido amarelo pálido que deverá ser cromatografado em placa preparativa de sílica, eluindo 3 vezes com hexano/acetato de etila (5%), para obter somente o composto [252] com rendimento de 95%. Características do Composto [252] Ponto de Fusão: 118 – 120 0C Espectro de massas: M+. 424; m/z 381; m/z 312; m/z 285; m/z 259. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ5.90 (1H, s, H-4); 5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). 328 Parte Experimental RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 45.1(C-1); 36.9; 201,8; 123.3; 170.3; 32.5; 31.9; 35.5; 51.2; 39.2; 20.8; 39.5; 42.2; 55.9; 24.2; 28.8; 55.9; 12.1 (C-18); 17.5 (C-19); 40.5.; 18.9; 138.1; 129.4; 56.5; 31.9; 21.1; 21.1; 25.4; 12.2; 14.8 (C-2α). 8.4.1.2.3 Síntese do composto [253] - Hidrogenação Regiosseletiva do composto [252] com Li/NH3. Em um balão de 3 bocas equipado com um fluxo de argônio (super seco) em uma das extremidades, imerso em banho de gelo seco com acetona (-78 0C) e conectado a um sistema de produção de amônia líquida, adicionar, sob agitação, 0,7g de lítio e condensar lentamente amônia líquida para dentro do balão até formar uma solução de coloração azul. Adicionar 0,7g do composto [252] dissolvido em 26ml de éter etílico super seco e agitar por 1h. Após este período, adicionar cloreto de amônio seco, lentamente em pequenas porções, até o descoloramento da solução com o sistema aberto para liberação da amônia. Após liberar toda a amônia, extrair o produto com éter etílico e evaporar solvente sob vácuo, formando um sólido amarelo pálido. Cromatografar o produto em coluna preparativa de sílica eluindo com hexano/acetato de etila (5%), para obter o produto [253] com 75% de rendimento. Características do Composto [253] Espectro de massas: M+. 426; m/z 383; m/z 314; m/z 287; m/z 285; m/z 245. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 44.8 (C-1); 41.2; 212.9; 48.6; 48.1; 28.8; 31.8; 35.3; 51.3; 36.6; 21.6; 39.8; 42.6; 56.4; 24.4; 28.9; 56.1; 12.4 (C-18); 12.5 (C-19); 40.6.; 18.9; 138.1; 129.2; 54.0; 31.9; 21.2; 21.3; 25.4; 12.2; 14.7 (C-2α). 8.4.1.2.4 Síntese do composto [135a ] – Redução de Cetona por Wolff-Kishiner 329 Parte Experimental Em um balão de 2 bocas equipado com um condensador de refluxo e um termômetro, adicionar 0,1g do composto [253], 30ml de dietileno glicol, 3,5ml de hidrato de hidrazina e 3,0g de hidróxido de potássio. Aquecer a mistura lentamente (abaixo de 100 0C) até que todo o KOH tenha sido dissolvido. Refluxar a mistura durante 1h. Após resfriar, adaptar o condensador para favorecer a destilação. Destilar a água de reação e o excesso de hidrato de hidrazina e aquecer até temperatura de decomposição da hidrazona formada (170 – 190 0C). Após, refluxar a mistura por 3h. Extrair o produto com éter etílico e secar a fase orgânica com sulfato de magnésio. Filtrar e evaporar o solvente sob vácuo, formando um sólido amarelo pálido. Cromatografar o produto em placa preparativa de sílica eluindo com hexano/acetato de etila (20%), para obter o produto [135a] com 50% de rendimento. Características do Composto [135a] Espectro de massas: M+. 412; m/z 397; m/z 300; m/z 273; m/z 271. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 47.9 (C-1); 27.9; 29.2; 35.2; 46.7; 28.8; 32.2; 35.4; 51.2; 36.6; 20.8; 40.0; 42.5; 56.7; 24.3; 28.9; 56.1; 12.4 (C-18); 12.3 (C-19); 40.5.; 19.1; 138.5; 129.2; 54.8; 31.9; 21.1; 21.2; 25.4; 13.0; 23.2 (C-2α). 8.4.1.2.5 Hidrogenação Catalítica do Composto [135a] para formar o Composto [135] Em um recipiente tipo balão adicionar 30mg do composto [135a] e 25ml de hexano/acetato de etila (1:4). Colocar o recipente em um reator para hidrogenação e sobre uma placa magnética para agitação. Aplicar pressão de gás hidrogênio a 100psi por 4h. Cromatografar o material em placa preparativa de sílica utilizando hexano como eluente. Extrair o material da sílica e evaporar o solvente sob vácuo para obter o composto [211] com 92% de rendimento. 330 Parte Experimental Características do Composto [135a] Ponto de Fusão: 90 – 93 0C Espectro de massas: M+. 414; m/z 399; m/z 231; m/z 163. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ0.66 (3H, s, H-18); 0.78 (3H, s, H-19); 0.80-0.88 (12H, m, H-C4α, H-25, H26 e H-27). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 47.9 (C-1); 27.9; 29.2; 35.2; 46.7; 28.8; 32.2; 35.4; 54.8; 36.5; 20.8; 40.1; 42.6; 56.7; 24.2; 28.3; 56.1; 12.1 (C-18); 11.9 (C-19); 36.2.; 18.7; 33.9; 23.1; 45.8; 29.1; 19.8; 19.0; 26.1; 13.0; 23.2 (C-2α). 8.4.1.3 Síntese do composto (20R,24R)-4α(metil)-5α(H)-estigmastano [139] 8.4.1.3.1 Síntese do composto [254] – Alquilação Regiosseletiva do composto [251]com Tiofenol/Formaldeído Em um balão de 2 bocas equipado com um condensador de refluxo e imerso em um recipiente contendo silicone líquido, adicionar 0,5g do composto [251], 0,6ml de tiofenol, 1,3ml de formaldeído aquoso (37%) e 0,7ml de trietilamina em 5ml de etanol. Refluxar a mistura por 72h para proporcionar um óleo que solidifica a -5 0C. Cromatografar o produto em placa preparativa de sílica, eluindo (2 vezes) com hexano/acetato de etila (20%), para obter somente o composto [254] com rendimento de 55%. Características do Composto [254] RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ4.07 (2H, s, CH2-SPh) ; 5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23); 7.39-7.59 (5H, m, Ar-H).. RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 34.8(C-1); 31.9; 197.1; 136.5; 168.4; 28.8; 33.6; 35.1; 51.2; 39.4; 21.0; 39.5; 42.2; 55.8; 24.1; 28.9; 55.9; 12.1 (C-18); 17.9 (C-19); 40.5.; 19.0; 138.1; 129.4; 54.2; 31.8; 21.1; 21.1; 25.4; 12.2; 28.2 (CH2-SPh); 128.1; 131.0; 128.7; 126.5. 8.4.1.3.2 Síntese dos compostos [255] e [255a] – Reação de Eliminação do Grupo Tiofenil com Li/NH3 líquida. 331 Parte Experimental Em um balão de 3 bocas equipado com um fluxo de argônio (super seco) em uma das extremidades, imerso em banho de gelo seco com acetona (-78 0C) e conectado a um sistema de produção de amônia líquida, adicionar, sob agitação, 0,7g de lítio e condensar lentamente amônia líquida para dentro do balão até formar uma solução de coloração azul. Adicionar 0,7g do composto [254] dissolvido em 26ml de éter etílico super seco e agitar por 1h. Após este período, adicionar cloreto de amônio seco, lentamente em pequenas porções, até o descoloramento da solução com o sistema aberto para liberação da amônia. Após liberar toda a amônia, extrair o produto com éter etílico e evaporar solvente sob vácuo, formando um sólido amarelo pálido. Cromatografar o produto em coluna preparativa de sílica eluindo com hexano/acetato de etila (5%), para obter o produto [255] com 55% de rendimento e o produto [255a] com 35% de rendimento. Características do Composto [255] Espectro de massas: M+. 428; m/z 413; m/z 410; m/z 316; m/z 288; m/z 287. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ3.2-3.4 (1H, m, CHOH); 5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 36.8 (C-1); 31.1; 76.6; 39.2; 50.9; 24.2; 32.2; 34.8; 51.2; 36.0; 21.1; 39.9; 42.4; 56.1; 24.2; 28.9; 56.7; 12.2 (C-18); 15.1 (C-19); 40.5.; 18.9; 138.4; 129.2; 54.6; 31.9; 21.2; 21.1; 25.4; 12.2; 13.4 (C-4α). Características do Composto [255a] Espectro de massas: M+. 426; m/z 411; m/z 383; m/z 314; m/z 285; m/z 245. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ4.9-5.2 (2H, dd, H-22 e H-23). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 39.3 (C-1); 38.0; 213.8; 45.0; 53.6; 25.6; 31.9; 34.8; 51.2; 36.3; 21.1; 39.8; 42.4; 56.0; 24.2; 28.9; 56.4; 12.2 (C-18); 12.6 (C-19); 40.5.; 18.9; 138.3; 129.3; 54.1; 31.8; 21.1; 21.1; 25.4; 12.2; 11.5 (C-4α). 8.4.1.3.3 Síntese do composto [139a] – Reação de Oxidação de Álcool 332 Parte Experimental Em um balão de 2 bocas equipado com um fluxo de N2 em uma das extremidades, adicionar 0,4g do composto [255], 30ml de diclorometano e cerca de 0,05g de “PCC” (cloro-cromato de piridina) impregnado em sílica. Agitar por 30 minutos a temperatura ambiente. Filtrar a mistura em coluna cromatográfica contendo sílica eluíndo com hexano/acetato de etila (10%), para obter o composto [255a] com 95% de rendimento. Em um balão de 2 bocas equipado com um condensador de refluxo e um termômetro, adicionar 0,1g do composto [255a], 30ml de dietileno glicol, 3,5ml de hidrato de hidrazina e 3,0g de hidróxido de potássio. Aquecer a mistura lentamente (abaixo de 100 0C) até que todo o KOH tenha sido dissolvido. Refluxar a mistura durante 1h. Após resfriar, adaptar o condensador para favorecer a destilação. Destilar a água de reação e o excesso de hidrato de hidrazina e aquecer até temperatura de decomposição da hidrazona formada (170 – 190 0C). Após, refluxar a mistura por 3h. Extrair o produto com éter etílico e secar a fase orgânica com sulfato de magnésio. Filtrar e evaporar o solvente sob vácuo, formando um sólido amarelo pálido. Cromatografar o produto em placa preparativa de sílica eluindo com hexano/acetato de etila (20%), para obter o produto [139a] com 50% de rendimento. Características do Composto [139a] Espectro de massas: M+. 412; m/z 397; m/z 369; m/z 300; m/z 271. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ5.1-5.4 (2H, dd, H-22 e H-23). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 38.9 (C-1); 36.6; 22.0; 31.4; 53.5; 24.4; 32.3; 35.2; 51.3; 36.6; 21.18; 40.2; 42.4; 56.1; 24.4; 29.1; 56.8; 12.3 (C-18); 13.4 (C-19); 40.5.; 20.6; 138.4; 129.1; 54.9; 31.9; 21.1; 21.3; 25.4; 12.3; 19.1 (C-4α). 333 Parte Experimental 8.4.1.3.4 Hidrogenação Catalítica do Composto [139a] para formar o Composto [139] Em um recipiente tipo balão adicionar 30mg do composto [139a] e 25ml de hexano/acetato de etila (1:4). Colocar o recipente em um reator para hidrogenação e sobre uma placa magnética para agitação. Aplicar pressão de gás hidrogênio a 100psi por 4h. Cromatografar o material em placa preparativa de sílica utilizando hexano como eluente. Extrair o material da sílica e evaporar o solvente sob vácuo para obter o composto [139] com 92% de rendimento. Características do Composto [139] Espectro de massas: M+. 414; m/z 399; m/z 231. RMN de 1H (500MHz, CDCl3): δ0.66 (3H, s, H-18); 0.78 (3H, s, H-19); 0.80-0.88 (12H, m, H-C4α, H-25, H26 e H-27). RMN de 13C (125MHz, CDCl3): δ 38.9 (C-1); 36.6; 22.0; 31.4; 53.5; 24.4; 32.3; 35.2; 51.3; 36.6; 21.18; 40.2; 42.4; 56.1; 24.4; 29.1; 56.8; 12.3 (C-18); 13.4 (C-19); 40.5.; 20.6; 33.9; 23.0; 54.9; 31.9; 21.1; 21.3; 25.4; 12.3; 19.0 (C-4α). 8.4.1.4 Síntese de Alquil-Esteranos Aromáticos Derivados do Ergosterol [256a] 8.4.1.4.1 Preparação do catalizador de Ni-Raney W6. Em um erlenmeyer adicionar 200ml de agua destilada e 53,3g de hidróxido de sódio. Agitar rápidamente a solução e adicionar 41,7g de liga de NíquelAlumínio lentamente, em aproximadamente 30 minutos. Manter a mistura a 50 0C por 50 minutos para digestão da reação com suave agitação. Após, transferir o catalizador para o sistema de lavagem sob atmosfera de hidrogênio e lavar com agua. Transferir o catalizador para um tubo de centrífuga com lavagens sucessivas em etanol 95% (3 vezes) e etanol absoluto (3 vezes). Armazenar o catalizador em recipiente ambar com dioxano. 334 Parte Experimental 8.4.1.4.2 Hidrogenação Regiosseletiva do Ergosterol [256a] Em um recipiente de vidro do hidrogenador mecânico adicionar 1,0g do composto [256a] e 100ml de dioxano a temperatura ambiente. Adicionar pequena quantidade do catalizador Ni-Raney W6. Adaptar o recipiente no hidrogenador com hidrogênio a pressão atmosférica e agitar durante 45 minutos. Filtrar a mistura resultante em coluna de sílica gel e eluir com clorofórmio. Evaporar o solvente sob vácuo para obter uma mistura dos compostos [256b] e [256b1] com 93% de rendimento. 8.4.1.4.3 Reação de Acetilação da Mistura de compostos [256b] e [256b1] Em um balão de 2 bocas imerso em um recipiente contendo silicone líquido, equipado com um condensador Dean-Starck para refluxo, adicionar 15ml de ácido acético, 0,9g da mistura de compostos [256b] e [256b1] e 15ml de piridina seca. Aquecer a mistura para eliminar a agua reacional do sistema e após, refluxar por 12h. Esfriar a mistura em banho de água gelada, agitando por 20 minutos. Extrair a fase orgânica com diclorometano e lavar sucessivamente com solução de ácido clorídrico 10% , solução de hidróxido de sódio até pH 5 e água destilada (3 vezes) até pH neutro. Secar a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrar e evaporar o solvente sob vácuo. Cromatografar a mistura em coluna preparativa de sílica eluindo com hexano/acetato de etila (2%) e (5%) para obter a mistura de compostos [256c] e [256c2] com 67% de rendimento e o composto [256c1] com 23% de rendimento. 335 Parte Experimental 8.4.1.4.4 Reação de Bromação Alílica e Aromatização dos compostos [256c] e [256c1] Em um balão de 2 bocas imerso em um recipiente contendo silicone líquido, equipado com um condensador para refluxo, adicionar 0,1g da mistura de compostos [256c] e [256c1] e 15ml de tetracloreto de carbono. Adicionar lentamente 63mg de N-bromo succinimida (NBS) e uma pequena porção (5mg) de 2,2’azoisobutironitrila. Refluxar a mistura por 2h sob agitação. Após, filtrar a mistura em coluna de alumina básica eluindo com clorofórmio/metanol (5%) e evaporar o solvente sob vácuo. Reação de Eliminação Em um balão, solubilizar o produto em benzeno e adicionar 20 ml de solução metanol/hidróxido de potássio (3%). Refluxar a mistura sob agitação durante 1h. Extrair a fase orgânica com clorofórmio, secar com sulfato de sódio anidro, filtrar e evaporar o solvente sob vácuo. Redução com Zinco Em um balão contendo o produto da reação de eliminação, adicionar uma mistura de etanol/éter (3:2) e zinco em pó (pré-ativado por lavagem com cloreto de amônia). Refluxar a mistura sob agitação durante 2h. Após, filtrar em coluna cromatográfica contendo sílica gel. Lavar a fase orgânica com água destilada extrair a fase orgânica com éter etílico, secar com sulfato de sódio e evaporar o solvente sob vácuo. 336 Conclusão Final 8.5 CONCLUSÃO FINAL O estudo geoquímico dos óleos realizados neste trabalho revela importantes resultados ainda não relatados na litetatura. Dentre eles: 1- a presença de ácidos tricíclicos em amostras lacustres de água doce semelhantes aos ácidos tricíclicos resínicos encontrados em resinas de plantas superiores, evidenciando a origem destes óleos. 2- a presença de hidrocarbonetos 3α(metil)-5β(H)- e 3β(metil)-5α(H)estigmastanos, além de ácidos 3α(metil)-5β(H)- e 3β(metil)-5α(H)-colestanóico; 3α(metil)-5β(H)-; 3β(metil)-5α(H)-; e 3β(metil)-5α(H)-estigmastanóico em óleos do tipo LAD, uma vez que a literatura relata a presença destes compostos, da classe alquil-esteranos (C28 a C35), até então, somente em óleos de origem salina. O estudo dos componentes insaturados revelou a presença de esteranos e alquil-esteranos aromáticos nos óleos marinho evaporíticos, evidenciando que estes óleos são mais evoluídos termicamente do que os demais analisados neste trabalho. Devido a presença destes compostos foi possível verificar que os componentes esteranos aromáticos no anel A eluem em tempo de retenção maior do que os esteranos aromáticos no anel C, comprovado pela coinjeção do sintético (20R, 24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno com extratos orgânicos e óleos. A comparação entre os dados geoquímicos obtidos para os óleos marinho evaporíticos do Estreito-Guamaré (deste trabalho) e os da Fazenda Belém (Lopes, et al.184), ambos da Bacia Potiguar, revelam muita similaridade entre eles, mas também, algumas características distintas de grande importância. Lopes et al.185 relatou a presença de compostos tipo kauranos e derivados, que são compostos provenientes de precursores naturais encontrados em plantas superiores, ausentes nos óleos aqui estudados. Entretanto componentes com estrutura similar como os ácidos terpanôicos tricíclicos foram encontrados nos óleos lacustres de água doce e 337 Conclusão Final mistos. Considerando que os óleos mistos são provenientes da mistura de LAD+ME, podemos sugerir que os óleos marinho evaporíticos estudados neste trabalho são puros devido a ausência destes compostos, enquanto que os óleos marinho evaporíticos da Fazenda Belém são levemente misturados, apresentando uma leve contribuição de óleos lacustres de água doce. Outro fato importante a ser salientado está no nível de biodegradação entre os óleos marinho evaporíticos do Estreito-Guamaré e os da Fazenda Belém, pois o primeiro apresenta baixa concentração de hidrocarbonetos lineares entre C13 a C15, enquanto que nos óleos da Fazenda Belém apresentam alta concentração destes entre C13 a C30. Avaliando esta distinção entre o nível de biodegradação e a presença de componentes da classe alquil-esteranos em ambos os óleos, podemos concluir que a presença destes compostos não está relacionada ao processo de biodegradação realizado pelas bactérias, já que os mesmos também encontram-se presentes nos óleos lacustres de água doce relatados neste trabalho que apresentam a série homóloga de hidrocarbonetos lineares em altas concentrações (C12 a C33). 338 Apêndice APÊNDICE 339 Apêndice 7 F eb 2 0 0 8 3 .2 7 6 8 C o m m ent M ar 2 1 2 0 0 2 F ile N a m e 4 9 9 .8 9 N u c le u s 32768 P o in ts C o u n t C H L O R O F O R M -D 3 0 .0 0 0 A lexs an d ro S terol m ar2 1 aaaH 1 E :\A lexs an d ro\R M N _ IN O V A \R M N _ 2 0 0 2 \m ar2 1 aaaH 1 1H 16 N u m b e r o f T ra n s ie n ts 32768 s2pul P u ls e S e q u e n c e 1 0 0 0 0 .0 0 S w e e p W id th (H z ) 0.01 8.0 7.5 0.02 7.0 6.5 6.0 5.5 0.02 0.02 5.0 0.05 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 2.5 0.19 0.28 0.85 2.0 1.5 1.0 0.69 1.01 2.30 2.29 2.02 1.99 1.87 1.85 1.57 1.54 1.53 1.52 1.51 1.47 3.54 5.37 5.36 5.19 5.17 5.16 5.14 5.05 5.04 7.28 0.87 1.04 0.82 0.71 1.02 A c q u is itio n T im e (s e c ) D a te F re q u e n c y (M H z ) O rig in a l P o in ts C o u n t S o lv e n t T e m p e ra tu re (d e g re e C ) 0.5 0 1 Espectro RMN 1: Espectro de RMN de H do substrato Estigmasterol [211a]. 1.0244 C o m m en t M ar 21 2002 F ile N am e 125.71 N ucleus 32276 P o ints C o un t C H LO R O F O R M -D 30.000 A lexs andro S terol m ar21aaaC 1 E :\A lexs andro\R M N _IN O V A \R M N _2002\m ar21aaaC 1 13C 5000 N um ber o f Tran sien ts 32768 s2pul P ulse Seq u ence 31508.47 Sw eep W id th (H z ) 77.50 77.25 76.99 A cqu isition T im e (sec) D ate F requ en cy (M H z) O rigin al P o ints C ou nt So lvent T em perature (d egree C ) CH3 CH3 H 3C CH 3 CH3 CH3 H 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 Chemical Shift (ppm) 64 56 48 40 32 24 12.48 12.29 37.50 36.76 32.15 31.89 25.64 24.60 42.53 42.46 51.48 50.41 57.11 56.21 72.05 121.94 129.52 140.98 138.54 152 21.31 H HO 19.23 H H 16 8 0 Espectro RMN 2: Espectro de RMN de 13C do substrato Estigmasterol [211a]. 341 Apêndice Cromat+EM 1: Cromatograma e espectro de massas do composto [211b1]. 3 .2 7 6 8 A pr 11 2003 4 9 9 .8 9 32768 C H L O R O F O R M -D 2 5 .0 0 0 A le xs an d r o E P O X IS T P c d c l3 /b b s w ab r1 1 a a aH 1 F :\A le xs a n d ro \R M N _ IN O V A \R M N _ 2 0 0 3 \a b r 1 1 a a a H 1 1H 8 N u m b e r o f T r a n s ie n ts 32768 s2pul P u ls e S e q u e n c e 1 0 0 0 0 .0 0 S w e e p W id th (H z ) C om m ent F ile N a m e N u c le u s P o in t s C o u n t 0.81 0.64 1.07 A c q u is itio n T im e (s e c ) D a te F r e q u e n c y (M H z ) O r ig in a l P o in ts C o u n t S o lv e n t T e m p e ra tu re (d e g re e C ) 1.0 0.9 0.8 3 6 O 0.6 [2 1 1 b 1 ] 0.5 0.2 0.1 0 0.01 9 8 0.02 7 6 0.02 5 4 Chemical Shift (ppm) 2.91 2.90 3.49 5.16 5.15 5.13 5.12 5.03 5.02 5.00 3.96 3.94 3.92 3.91 3.90 0.3 0.00 0.02 3 0.00 1.27 0.4 2.08 2.08 1.95 1.92 1.71 1.71 1.54 1.43 1.53 7.28 Intensity 5 HO 1.01 0.7 0.84 2 0.05 1 0 1 Espectro RMN 3: Espectro de RMN de H do composto [211b1]. 342 Apêndice F : \A le x s a n d r o \ R M N _ I N O V A \ R M N _ 2 0 0 3 \a b r 1 1 a a a C 1 13C N u m b e r o f T r a n s ie n ts 5000 32768 P u ls e S e q u e n c e s2pul S w e e p W id th (H z ) 3 1 5 0 8 .4 7 0.2 19.22 16.17 12.30 21.34 24.36 28.99 12.49 32.64 51.45 63.97 0.3 35.11 129.55 0.4 51.60 68.95 0.5 65.98 0.6 42.82 138.46 Intensity [2 1 1 b 1] 40.71 0.7 40.10 6 O 39.54 5 55.86 3 HO 59.55 0.8 57.19 0.9 25.64 1.0 32.11 77.51 77.01 A pr 11 2003 F ile N a m e 1 2 5 .7 1 N u c le u s 32276 P o in t s C o u n t C H L O R O F O R M -D 2 5 .0 0 0 77.26 D a te F r e q u e n c y (M H z ) O r ig in a l P o in ts C o u n t S o lv e n t T e m p e r a tu r e (d e g r e e C ) 0.1 0 150 140 130 120 110 100 90 80 Chemical Shift (ppm) 70 60 50 40 30 20 10 0 13 Espectro RMN 4: Espectro de RMN de C do composto [211b1]. 3.2768 May 22 2003 499.89 32768 C H LO R O FO R M-D 25.000 C om ment File Nam e Nucleus P oints C ount Alexsandro EPO XT MS2 cdcl3/bbsw mai22aaaH 1 F:\A lexsandro\R MN _IN O V A\R MN _2003\mai22aaaH 1 1H Num ber of Transients 1 32768 P ulse Sequence s2pul Sw eep W idth (H z) 10000.00 3.03 A cquisition Tim e (sec) D ate Frequency (M H z) O riginal P oints Count Solvent Temperature (degree C ) 0.9 [211b] O 0.1 0 0.00 9 8 0.00 7 6 0.03 0.01 0.00 5 4 Chemical Shift (ppm) 0.04 3 0.00 0.14 2 0.39 0.71 0.96 0.2 3.85 5.17 5.15 5.14 5.12 5.06 5.05 5.03 4.77 0.3 2.62 2.53 2.49 2.00 1.88 1.84 1.55 1.53 7.28 0.4 3.30 3.28 3.69 0.5 1.21 1.02 O 3.18 S O 3.48 3.45 Intensity H 3C 0.72 O 0.7 0.6 1.29 1.22 0.8 0.81 2.84 1.0 0.19 1 0 1 Espectro RMN 5: Espectro de RMN de H do composto [211b]. 343 Apêndice 1.02 44 M ay 22 2 00 3 12 5.71 32 27 6 C H LO R O F O R M -D 25 .0 00 C om m ent F ile N am e N u cle u s P o in ts C o u n t A lexs and ro E P O XT M S 2 cd c l3/bb s w m ai22aaaC 1 F :\A lexsan dro\R M N _IN O V A \R M N _ 20 03 \m ai22 aaaC 1 13 C N u m b er of T ra n sien ts 50 00 32 76 8 P u lse Se q u en c e s2 pu l Sw ee p W id th (H z) 31 50 8.47 77.54 77.28 77.02 A c q u isitio n Tim e (s ec ) D a te F re q u en c y (M H z) O rig in a l P o in ts C o u n t So lve n t T em p eratu re (d eg ree C ) 1.0 21.34 32.11 18.48 30.29 29.09 21.46 25.64 39.07 38.91 51.48 52.81 0.3 55.63 0.4 63.65 0.5 79.92 0.6 56.20 O 45.69 42.84 [21 1 b ] O 129.67 S O 41.94 O H 3C 138.39 Intensity 0.7 14.46 12.50 0.8 19.25 0.9 0.2 0.1 0 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 Chemical Shift (ppm) 60 50 40 30 20 10 0 13 Espectro RMN 6: Espectro de RMN de C do composto [211b]. Cromat+EM 2: Cromatograma e espectro de massas do composto [211c]. 344 Apêndice 2.6667 Comment Sep 28 2004 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 22.000 Alexsandro STTENO11 cdcl3 set28aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2004\set28aaaH 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.15 0.01 9 8 0.02 0.03 7 0.04 6 0.93 0.02 5 4 Chemical Shift (ppm) 0.00 0.89 0.92 2.89 2.66 2.65 2.39 2.24 2.23 1.95 1.74 1.72 1.60 1.43 1.42 1.40 1.30 5.86 5.85 5.80 5.78 5.37 5.35 5.32 5.26 5.23 6.15 6.15 6.12 1.24 0.21 [211c] 0.94 7.46 1.01 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.86 3 0.01 2 1 0 Espectro RMN 7: Espectro de RMN de 13C do composto [211c]. 160 150 140 130 120 100 90 80 Chemical Shift (ppm) 70 60 50 40 12.88 15.99 21.72 19.63 24.43 26.00 110 30 20 10 0.65 12.71 29.47 43.57 41.08 37.55 40.35 36.97 56.39 55.25 52.16 125.69 124.61 119.64 120.53 128.28 132.08 129.80 136.30 143.23 138.60 [2 11 c] 32.48 A lexs and ro S T T E N O 1 1 c dc l3 s et28aaaC F :\A lexs an dro\R M N _ G E M IN I\R M N _2 00 4\s et2 8aaaC 13 C N u m b er o f T ra n sie n ts 50 00 16 38 4 P u ls e S eq u en c e s 2p ul S w e ep W id th (H z ) 20 00 0.0 0 51.79 0.80 00 C om m ent S ep 2 8 20 04 F ile N am e 75 .4 6 N u cle u s 16 00 0 P o in ts C o u n t C H LO R O F O R M -D 35 .0 00 77.93 77.51 77.09 A c q u isitio n T im e (s ec ) D a te F re q u en c y (M H z ) O rig in a l P o in ts C o u n t So lve n t T em p eratu re (d eg ree C ) 0 13 Espectro RMN 8: Espectro de RMN de C do composto [211c]. 345 Apêndice Cromat+EM 3: Cromatograma e espectro de massas do composto [211d]. 2.6667 Comment Jan 23 2005 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 21.000 Alexsandro "F1118STA" cdcl3/bb5old jan24aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\jan24aaaH 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 7.46 0.23 2.44 1.04 0.93 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.07 8.5 8.0 7.5 0.02 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 0.16 2.5 0.38 2.0 1.5 0.84 1.25 1.29 1.27 0.04 1.65 1.61 2.95 2.53 2.49 1.78 1.77 1.77 1.75 5.36 5.29 5.26 5.24 5.44 5.41 5.39 7.40 7.29 7.27 7.23 [211d] 0.25 1.0 0.01 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 9: Espectro de RMN de 1H do composto [211d]. 346 Apêndice 0.8000 Jan 23 2005 75.46 16000 CHLO RO FORM-D 21.000 Comment File Name Nucleus Points Count Alexsandro "F1118ST A" cdcl3/bb5old jan24aaaC F:\Alexsandro\RMN_G EMINI\RMN_2005\jan24aaaC Number of Transients 13C 5000 Pulse Sequence 16384 s2pul Sweep Width (Hz) 20000.00 140 130 120 110 100 90 80 70 Chemical Shift (ppm) 60 50 40 30 12.71 21.54 19.47 24.47 12.56 28.24 56.66 56.21 [211d] 44.96 42.97 40.98 40.40 38.33 29.50 25.86 32.35 51.71 125.67 123.51 129.78 138.76 150 135.70 141.09 160 77.87 77.45 77.03 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 20 10 0 Espectro RMN 10: Espectro de RMN de 13C do composto [211d]. Cromat+EM 4: Cromatograma e espectro de massas do composto [211]. 347 Apêndice Comment File Name Nucleus Points Count Alexsandro F1118SAH cdcl3/tri_res mar28aaaH F:\Alexsandro\RMN_INO VA\RMN_2005\mar28aaaH Number of Transients 1H 16 Pulse Sequence 32768 s2pul Sweep Width (Hz) 10000.00 0.72 3.2768 Mar 28 2005 499.89 32768 CHLO RO FORM-D 25.000 0.87 0.89 2.24 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.04 8.0 7.5 0.03 0.04 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 0.63 1.55 1.41 1.40 1.20 1.07 2.67 2.32 2.30 2.29 2.17 2.15 1.73 1.70 2.80 2.78 2.77 7.23 7.22 7.10 7.04 7.02 1.59 7.28 0.99 0.98 [211] 0.89 2.5 2.0 1.5 0.00 1.0 0.5 0 Espectro RMN 11: Espectro de RMN de 1H do composto [211]. Comment File Name Nucleus Points Count Alexsandro F1118SAH cdcl3/tri_res mar28aaaC F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2005\mar28aaaC 13C Number of Transients 5000 65536 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 33955.86 240 220 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 19.81 26.00 27.22 45.83 44.44 37.86 36.15 33.91 29.11 40.02 56.24 55.61 127.13 125.20 123.05 140.66 136.33 [211] 19.02 18.73 11.98 1.0400 Mar 28 2005 125.71 35314 CHLOROFORM-D 25.000 77.25 76.99 76.74 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 20 0 -20 Espectro RMN 12: Espectro de RMN de 13C do composto [211]. 348 Apêndice Cromat+EM 5: Cromatograma e espectro de massas do composto [251]. 2.6667 Comment Sep 23 2004 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 22.000 Alexsandro stgenona cdcl3 set23aasH F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2004\set23aasH 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.01 0.93 1.38 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.01 8.0 7.5 0.02 7.0 6.5 6.0 0.02 5.5 5.0 0.07 0.06 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 0.20 1.19 2.58 2.57 2.55 2.25 2.23 2.20 1.89 1.75 1.73 1.72 1.59 1.70 5.92 5.39 5.36 5.34 5.31 5.26 5.23 5.21 5.18 1.04 7.46 1.23 [251] O 0.77 1.5 0.01 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 13: Espectro de RMN de 1H do composto [251]. 349 Apêndice 0 .8 0 0 0 C om m ent S ep 2 3 2 0 0 4 F ile N a m e 7 5 .4 6 N u c le u s 16000 P o in ts C o u n t C H L O R O F O R M -D 3 5 .0 0 0 A lexs an d ro s tg en on a c d c l3 s et2 3 aas C F :\A lexs an d ro\R M N _ IN O V A \R M N _ 2 0 0 4 \s et2 3 aas C 1 13C 5000 N u m b e r o f T r a n s ie n ts 16384 s2pul P u ls e S e q u e n c e 2 0 0 0 0 .0 0 S w e e p W id th (H z ) 12.87 12.77 24.86 21.70 33.53 19.60 18.01 29.45 41.03 39.19 26.00 56.53 54.38 51.79 129.85 171.94 199.87 200 42.84 [2 5 1 ] O 56.45 77.95 77.53 77.09 138.49 124.15 32.46 A c q u is itio n T im e (s e c ) D a te F re q u e n c y (M H z ) O r ig in a l P o in ts C o u n t S o lv e n t T e m p e r a tu re (d e g r e e C ) 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 0 Espectro RMN 14: Espectro de RMN de 13C do composto [251]. Cromat+EM 6: Cromatograma e espectro de massas do composto [252]. 350 Apêndice 2.6667 Comment Jul 4 2005 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 20.000 Alexsandro "2MStona2" cdcl3/bb5old jul04aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\jul04aaaH 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.32 1.23 1.21 1.41 0.93 1.01 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [252] 0.00 0.01 7.0 6.5 6.0 0.00 0.02 5.5 0.05 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 1.13 0.20 0.90 2.62 2.48 2.47 2.46 2.25 2.23 2.21 2.18 2.17 1.77 1.75 1.59 1.73 1.64 5.90 5.89 5.39 5.36 5.34 5.31 5.26 5.23 5.21 5.18 7.46 1.03 O 0.86 2.5 2.0 0.00 1.5 1.0 0.5 Espectro RMN 15: Espectro de RMN de 1H do composto [252]. 0.80 00 C om m ent Ju l 4 20 05 F ile N am e 75 .4 6 N u cle u s 16 00 0 P o in ts C o u n t C H LO R O F O R M -D 20 .0 00 A les s an dro c dc l3 2 M S T O N A 2 jul0 4aaaC F :\A lexs an dro\R M N _ G E M IN I\R M N _2 00 5\ju l0 4aaaC 13 C N u m b er o f Tra n sien ts 50 00 16 38 4 P u lse Se q u en c e s2 pu l Sw ee p W id th (H z) 20 00 0.00 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 12.58 12.67 17.98 21.30 35.90 45.51 56.42 54.65 123.75 202.24 129.86 138.55 40.89 37.44 51.66 [252 ] O 32.30 29.27 25.83 21.51 77.87 77.01 A c q u isitio n Tim e (s ec ) D a te F re q u en c y (M H z) O rig in a l P o in ts C o u n t So lve n t T em p eratu re (d eg ree C ) 40 20 0 Espectro RMN 16: Espectro de RMN de 13C do composto [252]. 351 Apêndice Cromat+EM 7: Cromatograma e espectro de massas do composto [252a]. A lexsandro F12mston cdcl3 fev11aaaH F:\Alexsandro\R M N _IN O V A\R MN _2005\fev11aaaH 1H Num ber of Transients 32 16384 Pulse Sequence s2pul Sw eep W idth (Hz) 6000.00 1.01 0.93 2.6667 C om m ent Feb 11 2005 File Nam e 300.07 Nucleus 16000 Points C ount C H LO RO FO R M -D 19.000 1.23 1.48 1.37 1.31 Acquisition Tim e (sec) Date Frequency (M H z) O riginal P oints C ount Solvent Tem perature (degree C) [252a] 8.0 7.5 0.01 7.0 6.5 6.0 0.02 5.5 0.01 0.04 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 2.5 0.20 1.22 1.10 2.45 2.44 2.22 2.01 1.90 1.75 1.73 1.59 1.72 5.87 0.01 5.39 5.36 5.34 5.31 5.26 5.23 7.47 O 0.76 2.0 1.5 0.00 1.0 0.5 0 1 Espectro RMN 17: Espectro de RMN de H do composto [252a]. 352 Apêndice F :\A lex s a n d ro \R M N _ IN O V A \R M N _ 2 0 0 5 \f e v1 1 aa a C 13C 5000 N u m b e r o f T r a n s ie n ts 65536 s2pul P u ls e S e q u e n c e 3 3 9 5 5 .8 6 S w e e p W id th (H z ) 12.24 26.81 31.87 41.04 32.85 51.23 50.61 42.40 56.53 121.54 129.42 138.13 204.72 21.10 [2 5 2 a ] O 18.98 20.62 77.27 F eb 1 1 2 0 0 5 F ile N a m e 1 2 5 .7 1 N u c le u s 35314 P o in ts C o u n t C H L O R O F O R M -D 2 5 .0 0 0 77.02 76.76 D a te F r e q u e n c y (M H z ) O r ig in a l P o in ts C o u n t S o lv e n t T e m p e ra tu re (d e g re e C ) 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 0 Espectro RMN 18: Espectro de RMN de 13C do composto [252a]. Cromat+EM 8: Cromatograma e espectro de massas do composto [253]. 353 Apêndice 2.6667 Comment Jul 19 2005 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 18.000 Alexsandro "2MSTONAH" cdcl3/bb5old jul19aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\jul19aaaH 1H Number of Transients 32 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.06 1.21 1.22 0.90 1.27 1.01 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [253] O 0.01 8.5 8.0 7.5 0.02 7.0 6.5 6.0 5.5 0.00 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 0.01 0.07 2.5 0.21 0.87 5.39 5.36 5.35 5.34 5.31 5.25 5.23 5.22 2.52 2.30 2.29 2.26 2.25 2.24 1.86 1.76 1.79 1.75 1.74 1.52 1.72 1.36 1.45 7.46 H 0.91 2.0 1.5 0.01 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 19: Espectro de RMN de 1H do composto [253]. 0.8000 Jul 19 2005 75.46 16000 CHLOROFORM-D 18.000 Comment File Name Nucleus Points Count Alexsandro "2MSTONAH" cdcl3/bb5old jul19aaaC F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\jul19aaaC 13C Number of Transients 5000 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 20000.00 [253] 220 200 180 160 140 56.92 56.60 129.72 213.47 138.65 H 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 51.79 48.60 45.37 41.73 41.07 40.39 29.37 32.48 O 40 26.00 21.80 19.60 15.23 12.87 77.09 77.93 77.51 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 20 0 Espectro RMN 20: Espectro de RMN de 13C do composto [253]. 354 Apêndice Cromat+EM 9: Cromatograma e espectro de massas do composto [135a]. Alex 2MSTENOP/cdcl3 ago07aaaH1 F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2005\ago07aaaH1 1H Number of Transients 64 32768 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 10000.00 1.03 0.87 0.85 1.02 0.84 0.82 3.2768 Comment Aug 7 2005 File Name 499.89 Nucleus 32768 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 0.68 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [135a] 0.01 0.00 0.02 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 0.66 0.65 0.56 0.54 0.52 0.02 5.19 5.17 5.16 5.14 5.05 5.03 5.02 7.28 1.97 1.97 1.68 1.67 1.67 1.66 1.56 1.55 1.54 1.29 1.53 1.22 1.27 1.26 0.89 H 1.02 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 1.5 0.00 1.0 0.5 0 Espectro RMN 21: Espectro de RMN de 1H do composto [135a]. 355 Apêndice 1.0400 Comment Aug 7 2005 File Name 125.71 Nucleus 35314 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 Alex 2MSTENOP/cdcl3 ago07aaaC1 F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2005\ago07aaaC1 13C Number of Transients 20000 65536 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 33955.86 77.25 77.00 76.74 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 24 16 12.25 13.03 56.74 129.14 138.44 H 54.83 51.24 47.91 46.72 42.51 40.54 40.03 35.41 31.89 28.95 27.90 25.42 21.18 21.09 18.98 [135a] 8 Espectro RMN 22: Espectro de RMN de 13C do composto [135a]. Cromat+EM 10: Cromatograma e espectro de massas do composto [135]. 356 Apêndice Alexsandro 2MSTANO cdcl3 mai15aaaH F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2006\mai15aaaH 1H Number of Transients 16 32768 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 10000.00 0.93 [135] 0.00 0.65 0.56 0.54 0.51 0.02 7.28 1.99 1.99 1.96 1.68 1.67 1.66 1.32 1.28 1.26 1.26 1.14 1.25 H 7.5 0.84 0.83 0.78 0.66 3.2768 Comment May 15 2006 File Name 499.89 Nucleus 32768 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 0.86 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.01 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 1.03 2.0 1.5 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 23: Espectro de RMN de 1H do composto [135]. 0.96 50 C o m m en t M ay 15 2 00 6 F ile N a m e 12 5.71 N u cleu s 32 76 8 P o in ts C o u n t C H LO R O F O R M -D 25 .0 00 A lexs and ro 2 M S T A N O c d c l3 m ai1 5aaaC F :\A lexs and ro\R M N _IN O V A \R M N _ 20 06 \m ai15aaaC 1 3C N u m b e r o f T ran s ien ts 5 00 0 3 27 68 P u lse S e q u en ce s 2 pu l Sw ee p W id th (H z ) 3 39 55 .86 128 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 11.99 12.10 13.04 40.12 36.56 42.61 136 26.07 36.19 47.91 46.71 45.84 56.64 56.19 54.79 H 32.20 [1 3 5] 33.94 29.19 27.90 24.24 23.27 23.07 19.05 77.27 77.01 76.76 A c q u isitio n T im e (s ec ) D a te F re q u en c y (M H z ) O rig in a l P o in ts C o u n t So lve n t T em p eratu re (d eg ree C ) 24 16 8 0 13 Espectro RMN 24: Espectro de RMN de C do composto [135]. 357 Apêndice Comment 2.6667 File Name Jan 21 2005 Nucleus 300.07 Points Count 16000 CHLO RO FORM-D 21.000 Alexsandro F34MESPh cdcl3 jan21aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\jan21aaaH Number of Transients 1H 16 Pulse Sequence 16384 s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.01 0.92 1.36 7.46 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.07 9 8 0.01 7 6 0.03 5 Chemical Shift (ppm) 0.03 0.07 4 3 1.33 2.91 2.86 2.63 2.61 2.59 2.58 2.22 2.20 2.17 1.75 1.74 1.45 1.72 5.34 5.31 5.26 5.23 7.59 7.57 7.44 7.41 7.39 5.50 S 1.06 4.07 CH 2 10 0.21 [254] O 0.67 2 0.01 1 0 Espectro RMN 25: Espectro de RMN de 1H do composto [254]. 1.0400 Jan 28 2005 125.71 35314 C H LO RO FO R M -D 25.000 C om m ent File Nam e Nucleus Points C ount Alexsandro F34M ESP h cdcl3/bb105 jan28aaaC F:\A lexsandro\R M N _IN O VA \R M N _2005\jan28aaaC 13C Num ber of Transients 5000 65536 Pulse Sequence s2pul Sw eep W idth (H z) 33955.86 240 220 200 180 17.91 12.16 51.24 136.53 168.37 197.07 S 35.18 31.88 24.16 19.00 CH 2 42.26 39.47 138.14 [254] O 55.98 54.19 126.48 130.99 77.29 77.04 76.78 128.71 Acquisition Tim e (sec) Date Frequency (M H z) O riginal P oints C ount Solvent Tem perature (degree C) 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 0 -20 Espectro RMN 26: Espectro de RMN de 13C do composto [254]. 358 Apêndice Cromat+EM 11: Cromatograma e espectro de massas do composto [255]. 2.6667 Comment Sep 29 2005 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 21.000 Alexsandro f44mstol cdcl3/bb5old set29aaaH1 F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\set29aaaH1 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 0.87 1.01 1.03 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 7.5 0.04 7.0 6.5 6.0 5.5 2.26 2.23 2.17 1.92 1.91 1.89 1.75 1.73 1.70 1.46 1.24 1.17 3.32 3.31 3.29 3.27 3.25 5.38 5.36 5.33 5.31 5.24 5.21 5.19 5.16 7.46 0.00 0.01 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 0.93 2.5 2.0 1.5 0.20 H CH3 0.82 0.78 0.77 1.06 1.22 [255] HO 0.00 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 27: Espectro de RMN de 1H do composto [255]. 359 Apêndice 0.8000 Sep 29 2005 75.46 16000 CHLOROFORM-D 21.000 Comment File Name Nucleus Points Count Alexsandro f44mstol cdcl3/bb5old set29aaaC1 F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\set29aaaC1 13C Number of Transients 5000 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 20000.00 136 128 36.45 32.67 42.84 40.95 40.42 39.66 57.08 56.52 129.64 138.81 144 51.66 51.39 H CH3 15.57 [255] HO 35.29 31.50 29.42 25.84 24.63 21.56 19.42 32.31 77.03 12.67 77.87 77.45 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 24 16 8 0 Espectro RMN 28: Espectro de RMN de 13C do composto [255]. Cromat+EM 12: Cromatograma e espectro de massas do composto [255a]. 360 Apêndice 3.2768 Comment Sep 29 2005 File Name 499.89 Nucleus 32768 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 alex F24MStol cdcl3/bb105 set29aaaH F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2005\set29aaaH 1H Number of Transients 16 32768 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 10000.00 0.99 1.08 0.81 0.70 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [255a] O 8.0 7.5 0.02 7.0 6.5 6.0 5.5 0.69 0.67 0.66 2.44 2.31 2.30 2.05 2.03 1.69 1.67 1.56 1.55 1.37 1.23 1.18 1.16 5.18 5.16 5.15 5.13 5.04 5.03 5.01 5.00 7.28 0.01 0.94 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 1.5 0.01 H CH3 0.00 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 29: Espectro de RMN de 1H do composto [255a]. alex F24MStol cdcl3/bb105 set29aaaC F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2005\set29aaaC 13C Number of Transients 5000 65536 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 33955.86 51.24 56.42 56.03 H 213.77 CH3 129.28 138.29 [255a] O 45.06 42.42 39.82 36.36 28.98 31.88 25.42 24.27 21.18 18.99 12.71 12.26 11.51 1.0400 Comment Sep 29 2005 File Name 125.71 Nucleus 35314 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 77.28 77.03 76.77 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 0 Espectro RMN 30: Espectro de RMN de 13C do composto [255a]. 361 Apêndice Cromat+EM 13: Cromatograma e espectro de massas do composto [139a]. 2.6667 Comment Feb 7 2006 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 20.000 Alexsandro F14MSTEN cdcl3 fev07aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2006\fev07aaaH 1H Number of Transients 64 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 1.00 0.99 1.01 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.87 [139a] 1.23 1.07 H 7.5 0.01 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 0.82 0.93 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 1.5 0.28 0.86 0.86 2.27 2.17 2.16 1.87 1.86 1.85 1.75 1.73 1.72 1.70 1.68 5.39 5.37 5.34 5.31 5.25 5.22 5.20 5.17 0.01 0.21 7.46 CH3 0.01 1.0 0.5 0 -0.5 Espectro RMN 31: Espectro de RMN de 1H do composto [139a]. 362 Apêndice 0.8000 Comment Feb 7 2006 File Name 75.46 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 20.000 Alexsandro F14MSTEN cdcl3 fev07aaaC F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2006\fev07aaaC 13C Number of Transients 5000 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep W idth (Hz) 20000.00 77.90 77.48 77.06 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [139a] H 144 136 57.36 55.40 51.78 41.07 40.64 39.45 37.13 32.85 32.46 31.88 29.55 24.87 22.49 21.65 21.56 21.15 19.57 13.87 12.82 129.56 138.83 CH3 128 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 24 16 8 0 Espectro RMN 32: Espectro de RMN de 13C do composto [139a]. Cromat+EM 14: Cromatograma e espectro de massas do composto [139]. 363 Apêndice Comment 3.2768 File Name May 9 2006 Nucleus 499.89 Points Count 32768 CHLO RO FORM-D 25.000 Alexsandro 4MST ANO cdcl3/tri-res mai09aaaH F:\Alexsandro\RMN_INO VA\RMN_2006\mai09aaaH Number of Transients 1H 16 Pulse Sequence 32768 s2pul Sweep W idth (Hz) 10000.00 0.86 0.66 0.81 0.09 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [139] 0.93 H 0.01 0.65 0.64 0.63 0.10 0.02 1.69 1.69 1.68 1.49 1.33 1.28 1.27 1.26 1.24 1.99 1.96 7.28 CH3 0.92 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 1.5 0.07 1.0 0.06 0.5 0 1 Espectro RMN 33: Espectro de RMN de H do composto [139]. 0.9650 M ay 10 2006 125.71 32768 C H LO RO FO R M -D 25.000 Com m ent File Nam e Nucleus Points C ount A lexsandro 4M ST AN O cdcl3/tri-res m ai09aaaC F:\Alexsandro\R M N _IN O V A\R M N _2006\m ai09aaaC 13C Num ber of Transients 5000 32768 P ulse Sequence s2pul Sw eep W idth (H z) 33955.86 77.26 77.01 76.76 Acquisition Tim e (sec) Date Frequency (M H z) O riginal P oints C ount Solvent Tem perature (degree C) 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 24 16 1.03 13.28 11.99 45.84 40.18 38.88 36.58 36.19 35.11 56.71 56.19 54.80 53.50 CH3 29.14 31.30 28.32 24.30 21.91 20.60 18.74 19.05 [139] H 8 0 Espectro RMN 34: Espectro de RMN de 13C do composto [139]. 364 Apêndice Cromat+EM 15: Cromatograma e espectro de massas dos compostos [256b] e [256b1]. 365 Apêndice 3.2768 Comment Feb 10 2004 File Name 499.89 Nucleus 32768 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 Alexandro ERGOREDTK/cdcl3 fev10aaaH2 F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2004\fev10aaaH2 1H Number of Transients 32 32768 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 10000.00 [256b1] 0.01 0.03 7.0 6.5 6.0 5.5 0.02 5.0 4.5 0.08 0.70 2.18 2.02 1.86 1.85 1.82 1.78 1.42 1.68 1.41 1.55 1.39 1.27 1.25 1.23 1.04 3.72 3.64 3.63 3.62 3.61 3.60 3.59 3.59 3.58 5.22 5.20 5.20 5.18 5.17 5.17 0.56 H 0.01 HO [256b] H 0.93 HO 0.94 0.88 0.86 0.80 7.28 0.54 0.81 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.97 4.0 3.5 3.0 Chemical Shift (ppm) 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0 Espectro RMN 35: Espectro de RMN de 1H dos compostos [256b] e [256b1]. 1.0400 Comment Feb 10 2004 File Name 125.71 Nucleus 35314 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 Alexandro ERGOREDTK/cdcl3 fev10aaaC2 F:\Alexsandro\RMN_INOVA\RMN_2004\fev10aaaC2 13C Number of Transients 5000 65536 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 33955.86 128 120 112 104 96 88 80 72 64 Chemical Shift (ppm) 56 48 40 32 24 16 11.82 15.42 31.45 30.68 29.64 27.89 21.53 20.50 19.01 17.57 37.97 37.13 49.43 56.00 43.35 135.64 136 131.85 139.58 144 34.18 36.61 [256b1] 40.24 H 55.01 HO [256b] 117.39 H 71.03 HO 77.25 76.99 76.74 13.02 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 8 Espectro RMN 36: Espectro de RMN de 13C dos compostos [256b] e [256b1]. 366 Apêndice Cromat+EM 16: Cromatograma e espectro de massas dos compostos [256c] e [256c1]. 367 Apêndice 2.6667 Comment Jul 2 2003 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 60.000 Alexsandro ACTEGR1P jul02aaaH1 F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2003\jul02aaaH1 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 O H3C [256c1] C O H 5.35 2.41 7.46 H 2.02 1.83 1.78 1.63 1.52 1.39 1.15 1.13 1.22 1.10 1.07 [256c] C O 0.01 0.01 7.5 7.0 6.5 6.0 0.01 5.5 0.02 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 0.21 O H3C 1.00 0.98 0.91 1.04 2.23 Acquisition Time (sec) Date Frequency (MHz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 0.90 2.5 2.0 0.01 1.5 1.0 0.5 Espectro RMN 37: Espectro de RMN de 1H dos compostos [256c] e [256c1]. 0.8405 Com m ent Jul 2 2003 File Nam e 75.46 Nucleus 16000 Points C ount C H LO RO FO R M -D 60.000 Alexsandro AC T EG R 1P jul02aaaC 1 F:\Alexsandro\R MN _G EMIN I\R MN _2003\jul02aaaC 1 13C Num ber of Transients 5000 16384 Pulse Sequence s2pul Sw eep W idth (H z) 19036.70 C O H 8 O [256c] H 3C C 7 O H [256c 1 ] 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 Chemical Shift (ppm) 70 60 50 40 30 20 16.09 13.38 12.59 42.88 117.54 59.05 57.28 54.02 49.77 47.64 74.19 H 126.51 [256c 2 ] H 3 C C OO 143.16 170.95 14 8 39.71 37.37 35.42 32.15 30.16 28.90 29.39 28.01 21.13 22.50 18.88 18.28 H 3C 7 44.67 8 O 77.95 77.52 77.10 Acquisition Tim e (sec) Date Frequency (M H z) O riginal Points C ount Solvent Tem perature (degree C) 10 Espectro RMN 38: Espectro de RMN de 13C dos compostos [256c], [256c1] e [256c2]. 368 Apêndice Cromat+EM 17: Cromatograma e espectro de massas dos compostos [256d1], [256b] e [256b1]. 369 Apêndice Cromat+EM 18: Cromatograma e espectro de massas dos compostos [256e] e [256e1]. 370 Apêndice 2.6667 Comment Mar 15 2005 File Name 300.07 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 20.000 Alexsandro "R3LK" cdcl3/bb5old mar15aaaH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\mar15aaaH 1H Number of Transients 16 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 6000.00 0.76 1.21 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) [256e 1] 5.40 5.38 5.36 2.63 2.61 2.58 2.49 2.45 2.44 2.30 2.42 2.22 7.46 2.02 1.99 1.66 1.61 1.58 1.47 1.45 1.23 H 0.01 0.03 7.0 6.5 6.0 5.5 0.02 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 3.0 0.51 2.5 0.19 O H 1.12 1.04 0.99 0.77 0.97 [256e] O 0.35 2.0 1.5 0.06 1.0 0.00 0.5 Espectro RMN 39: Espectro de RMN de 1H dos compostos [256e] e [256e1]. 0.8000 Comment Mar 15 2005 File Name 75.46 Nucleus 16000 Points Count CHLOROFORM-D 20.000 Alexsandro "R3LK" cdcl3/bb5old mar15aaaC F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\mar15aaaC 13C Number of Transients 5000 16384 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 20000.00 45.24 12.51 18.22 16.07 55.48 49.43 56.58 132.37 139.85 212.01 43.43 [256e1] H 77.95 77.53 77.11 O 117.41 [256e] H 139.91 O 37.20 32.07 34.98 30.66 28.50 23.56 21.12 44.79 39.35 38.67 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 200 180 160 140 120 100 Chemical Shift (ppm) 80 60 40 20 Espectro RMN 40: Espectro de RMN de 13C dos compostos [256e] e [256e1]. 371 Apêndice Comment 3.2768 File Name Apr 29 2005 Nucleus 499.89 Points Count 32768 CHLO RO FORM-D 25.000 1.01 0.85 0.79 0.79 0.78 0.57 0.56 H 3.51 3.50 3.40 3.38 5.21 5.20 5.19 5.17 0.01 0.04 7.0 6.5 6.0 5.5 1.03 [256f 1 ] [256f] 0.01 5.0 4.5 4.0 3.5 Chemical Shift (ppm) 0.00 H3 C-CH 2-O 2.26 2.24 1.86 1.84 1.83 1.73 1.63 1.26 1.50 1.25 1.37 1.24 1.16 H3 C-CH 2-O 2.43 2.42 2.29 7.27 H3 C-CH 2-O H 0.53 H3 C-CH 2-O Luzia acergot cdcl3/bb105 abr29lukH F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\abr29lukH Number of Transients 1H 8 Pulse Sequence 32768 s2pul Sw eep W idth (Hz) 10000.00 0.94 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 1.32 3.0 2.5 2.0 0.00 1.5 1.0 0.5 0 Espectro RMN 41: Espectro de RMN de 1H dos compostos [256f] e [256f1]. 200 180 160 140 80 11.90 55.99 120 100 Chemical Shift (ppm) 49.28 139.66 [256f1] 56.02 H 117.45 H3 C-CH2-O 100.17 139.54 135.56 131.96 [256f] H3 C-CH2-O 39.42 H H3 C-CH2-O 12.45 38.77 38.12 34.39 36.62 30.69 27.91 21.71 19.02 15.44 77.29 77.03 76.78 H3 C-CH2-O 48.85 44.24 42.86 Luzia acergot cdcl3/bb105 abr29lukC F:\Alexsandro\RMN_GEMINI\RMN_2005\abr29lukC 13C Number of Transients 5000 65536 Pulse Sequence s2pul Sweep Width (Hz) 33955.86 54.92 1.0400 Comment Apr 29 2005 File Name 125.71 Nucleus 35314 Points Count CHLOROFORM-D 25.000 116.95 Acquisition Time (sec) Date Frequency (M Hz) Original Points Count Solvent Temperature (degree C) 60 40 20 0 13 Espectro RMN 42: Espectro de RMN de C dos compostos [256f] e [256f1]. 372 Apêndice Tabela 22: Compostos detectados e identificados (*) na fração neutra saturada Pico Nome do composto Fórmula Molecular Massa Molar 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Nordrimano Nordrimano rearranjado Eudesmano Drimano rearranjado Drimano rearranjado 8β-(H)-Drimano Drimano rearranjado Homodrimano (rearranj.) Homodrimano (rearranj.) Homodrimano (rearranj.) 8β-(H)-Homodrimano C14H26 C14H26 C15H28 C15H28 C15H28 C15H28 C15H28 C16H30 C16H30 C16H30 C16H30 194 194 208 208 208 208 208 222 222 222 222 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 Tricíclico C20 Tricíclico C21 Tricíclico C22 Tricíclico C23 Tricíclico C24 Tricíclico C25 Tricíclico C26 (S e R) Tetracíclico em C24 Tricíclico C28 (S e R) Tricíclico C29 (S e R) C20H36 C21H38 C22H40 C23H42 C24H44 C25H46 C26H48 C24H42 C28H52 C29H54 276 290 304 318 332 346 360 330 388 402 46 47 48(a,b) 49a 49b 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59-60 61-62 63-64 18α(Η)-22,29,30-trisnorneohopano (Ts). 17α(Η)-22,29,30-trisnorhopano (Tm). Tricíclico C31 (S e R) 17α(Η),18α(Η), 21β-28,30-bisnorhopano17α(Η),21β(Η)-25-norhopano 17α(Η),21β(Η)-30-norhopano 17β(Η),21α(Η)-normoretano 17α(Η),21β(Η)-30-hopano 17β(Η),21α(Η)-30-moretano Tricíclico C34 17α(Η),21β(Η)-homohopano (22S+22R) Gamacerano 17β,21α-homomoretano 17α,21β-bishomohopano (22S+22R) 17α,21β-trishomohopano (22S+22R) 17α,21β-tetrakishomohopano (22S + 22R) 17α,21β-pentakishomohopano (22S + 22R) C27H46 C27H46 C31H58 C28H48 C29H50 C29H50 C29H50 C30H52 C30H52 C34H64 C31H54 C30H52 C31H54 C32H56 C33H58 C34H60 C35H62 370 370 430 384 398 398 398 412 412 466 426 412 426 440 454 468 482 65a 65b 65 66 66a 66b 67 C21 – pregnano C21 – pregnano C21 – pregnano C22 – homopregnano C22 – homopregnano C22 – homopregnano 13β(Η),17α(Η)−diacolestano (20S) C21H36 C21H36 C21H36 C22H38 C22H38 C22H38 C27H48 288 288 288 302 302 302 372 373 Apêndice 78a 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 (*) 161 89 90 (*) 164 13β(Η),17α(Η)−diacolestano (20R) 13α(Η),17β(Η)−diacolestano (20R) 13β(Η),17α(Η)−diacolestano (20S) 13β(Η),17α(Η)-24-metildiacolestano (20R) 13α(Η),17β(Η)−24-metildiacolestano (20S) C26 – Norcolestano 5α(Η),14α(Η), 17α(Η)−Colestano (20S) Coprostano = (5β(Η),14α(Η),17α(Η)−Colestano) C26 – norcolestano 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−colestano (20R) C26 – norcolestano 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−colestano (20S ) + 13α(Η),17β(Η)−24-metildiacolestano (20R) C26 – norcolestano 5α(Η),14α(Η), 17α(Η)−colestano (20R) 13β(Η),17α(Η)−24-etildiacolestano (20R) Desconhecido Desconhecido Desconhecido 5α(Η),14α(Η), 17α(Η)−24-metilcolestano (20S) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−24-metilcolestano (20R) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−24-metilcolestano (20S) 5α(Η),14α(Η), 17α(Η)−24-metilcolestano (20R) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−24-etilcolestano (20S) 5β(Η),14α(Η), 17α(Η)-estigmastano (20R) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−24-etilcolestano (20R) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)−24-etilcolestano (20S) 5α(Η),14β(Η), 17β(Η)-estigmastano (20R) C27H48 C27H48 C27H48 C28H50 C28H50 C26H46 C27H48 C27H48 C26H46 C27H48 C26H46 C27H48 C28H50 C26H46 C27H48 C29H52 ---------------------------C28H50 C28H50 C28H50 C28H50 C29H52 C29H52 C29H52 C29H52 C29H52 372 372 372 386 386 358 372 372 358 372 358 372 386 358 372 400 ---------------------------386 386 386 386 400 400 400 400 400 127 128 129 130 142 (*) 131 143 132 133 134 135 (*) 136 137 138 (*) 139 140 139 141 141 (*) 144 145 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 2α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) Desconhecido 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 5β(H),14α(H),17α(H)-3α(metil)-estigmastano (20R) 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 2α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 2α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 3β(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 5α(H),14α(H),17α(H)-2α(metil)-estigmastano (20R) 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(metil)-estigmastano (20R) 4α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 4α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 5α(H),14α(H),17α(H)-4α(metil)-estigmastano (20R) 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 2α(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 4α,23,24-trimetilcolestano (dinosterano) 3β(CH3)-24-etilcolestano (20S ou 20R) 5β(H),14α(H),17α(H)-3α(metil)-colestano (20R) 3-metil-colestano C30H54 C30H54 C30H54 -------C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C28H50 C28H50 414 414 414 -------414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 414 386 386 68-69 70 71 72 73 74a 74 (*) 75 76a 76 77a 77 374 Apêndice 146 147 148 (*) 149 150 160 (*) 161 162 163 (*) 164 165 167 168 169 (*) 170 171 172 174 (*) 175 (*) 176 177 178 (*) 179 180 (*) 182 211 258 3-metil-colestano 3-metil-colestano 3-metil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(metil)-colestano (20R) 3-metil-colestano 3-metil-24-metil-colestano 5β(H),14α(H),17α(H)-3α(metil)-estigmastano (20R) 3-metil-24-metil-colestano 3-metil-24-etil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(metil)-estigmastano (20R) 3-etil-colestano 3-etil-colestano 3-etil-colestano 3-etil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(etil)-colestano (20R) 3-etil-24-metil-colestano 3-etil-24-etil-colestano 3-etil-24-etil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(etil)-estigmastano (20R) 5β(H),14α(H),17α(H)-3α(propil)-colestano (20R) 3-etil-24-metil-colestano 3-etil-24-metil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(propil)-colestano (20R) 3-propil-24-metil-colestano 5α(H),14α(H),17α(H)-3β(propil)-estigmastano (20R) (20R,24R)-4-metil-estigmasta-1,3,5(10)-trieno (20R,24R)-3-metil-5α(H)-ergosta-8,11,13(14)-trieno C28H50 C28H50 C28H50 C28H50 C28H50 C29H52 C30H54 C29H52 C30H54 C30H54 C29H52 C29H52 C29H52 C29H52 C29H52 C30H54 C31H56 C31H56 C31H56 C30H54 C30H54 C30H54 C30H54 C31H56 C32H58 C29H46 C29H46 386 386 386 386 386 400 414 400 414 414 400 400 400 400 400 414 428 428 428 414 414 414 414 428 442 394 394 Tabela 23: Compostos detectados na fração ácida Pico Fórmula Molecular Massa Molar C12H24O2 a C30H60O2 C18H34O2 C21H42O2 C18H34O2 C21H36O2 C22H38O2 C21H36O2 C21H30O2 C20H26O2 C21H28O2 C22H30O2 C22H30O2 C22H30O2 C22H30O2 C21H28O3 214-466 282 326 282 320 334 320 314 298 312 326 326 326 326 328 Nome do composto C12 – C30 183 183a 184 187 188 188a 189 190 191 192 193 194 195 196 Ácidos graxos lineares saturados (12 a 30 carbonos) Ácido metil-cicloexano-undecanóico Ácido 3,7,11,15-metil-hexadecanóico Ácido cicloexil-dodecanóico Ácido Tricíclico Saturado Ácido Tricíclico Saturado Ácido Tricíclico Saturado Ácido Tricíclico Aromático no anel C Ácido Tricíclico Aromático no anel C Ácido Tricíclico Aromático no anel C Ácido Tricíclico Aromático Ácido Tricíclico Aromático no anel C Ácido Tricíclico Aromático Ácido Tricíclico Aromático Ácido Tricíclico Aromático no anel C 375 Apêndice 197 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 Ácido Tricíclico Saturado Ácido Pentacíclico C28 Ácido Pentacíclico C28 Ácido Pentacíclico C29 Ácido Pentacíclico C29 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C31 Ácido Pentacíclico C31 Ácido Pentacíclico C31 Ácido Pentacíclico C31 Ácido Pentacíclico C31 Ácido Pentacíclico C32 Ácido Pentacíclico C32 Ácido Pentacíclico C32 Ácido Pentacíclico C32 Ácido Pentacíclico C33 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C30 Ácido Pentacíclico C33 Ácido Pentacíclico C33 Ácido Pentacíclico C33 C24H42O2 C28H46O2 C28H46O2 C29H48O2 C29H48O2 C30H50O2 C30H50O2 C30H50O2 C30H50O2 C31H54O2 C31H54O2 C31H54O2 C31H54O2 C31H54O2 C32H56O2 C32H56O2 C32H56O2 C32H56O2 C33H58O2 C30H50O2 C30H50O2 C33H58O2 C33H58O2 C33H58O2 362 414 414 428 428 442 442 442 442 456 456 456 456 456 470 470 470 470 484 442 442 484 484 484 376