Programa Saúde da Família, uso de serviços de saúde e hospitalização por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, Rio Grande do Sul Fúlvio B. Nedel 1,2, Luiz Augusto Facchini 1, Lúcia Azambuja Saraiva Vieira 3,4, Miguel Martín-Mateo 2 e Elaine Thumé1 Programa de Pós-graduação em Epidemiologia – UFPel 2 Grups de Recerca d'Amèrica i Àfrica Llatines – GRAAL/UAB 3 Universidade Regional da Campanha – URCAMP 4 7ª CRS - SES/RS 1 Porto Alegre, setembro de 2008 XVIII Congresso Mundial de Epidemiologia VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia A Epidemiologia na construção da Saúde Para Todos: métodos para um mundo em transformação Apoio Ministério da Saúde – CNPq (edital MCT-CNPq / MS-DAB/SAS – Nº 49/2005) Secretaria Municipal de Saúde de Bagé Hospital Santa Casa de Caridade de Bagé Hospital da Universidade da Região da Campanha – HU-URCAMP 7a Coordenadoria Regional da Saúde, SES/RS Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Problema Indicador da efetividade da Atenção Básica: Indicador da resolubilidade do PSF Internações hospitalares por causas específicas Ambulatory Care Sensitive Conditions – Condições Sensíveis à Atenção Primária Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, RS Objetivos Objetivos do estudo Estimar o efeito de residir em área de abrangência do PSF (Área de Saúde da Família) sobre a proporção de internações por CSAP Entre os pacientes internados, a proporção de internação por CSAP é diferente na população sob responsabilidade do PSF? Estimar o efeito de ser usuário do PSF sobre a proporção de internações por CSAP Entre os pacientes internados, a proporção de internação por CSAP é diferente na população atendida pelo PSF? Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, RS Método Delineamento • Inquérito de base hospitalar • População: residentes em Bagé internados pelo SUS nos hospitais do município, de set/96 a jan/97 • Entrevistas aos pacientes ou responsáveis • 3 questionários, segundo faixa etária (< 5 anos, 5 a 15, 16 ou +) • Entrevista no quarto (pacientes ingressados na UTI são entrevistados no quarto, após a alta da UTI) • Exclusões: procedimento obstétrico, incapacidade de responder ao questionário, transferência da UTI a outro município, óbito • Consentimento livre e esclarecido Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Método CSAP Lista Brasileira – oficina MS, Belo Horizonte, 2005 Grupos de causa 1. D preveníveis por imunização e condições evitáveis 2. Gastroenterites Infecciosas e complicações 3. Anemia por deficiência de ferro 4. Deficiências Nutricionais 5. Infecções de ouvido, nariz e garganta 6. Pneumonias bacterianas 7. Asma 8. D Pulmonar obstrutiva crônica 9. Hipertensão 10. Angina pectoris 11. Insuficiência Cardíaca 12. Doenças Cerebrovasculares 13. Diabetes melitus 14. Epilepsias 15. Infecção no Rim e Trato Urinário 16. Infecção da pele e tecido subcutâneo 17. Doença Inflamatória órgãos pélvicos femininos 18. Úlcera gastrointestinal com hemorragia e/ou perfuração 19. Neoplasia maligna do útero 20. Doenças relacionadas ao Pré-Natal e Parto Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, RS Análise Modelo conceitual hierarquizado Poisson com variância robusta Método Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, RS Sujeitos de estudo Residentes em Bagé (sic) internados pelo SUS para procedimentos não-obstétricos (N=1.446) 96 Perdas e recusas (6,6%) mais velhos (p<0,001) 47 residentes em outro município (3,5%) ≅ aos entrevistados entrevistados (N=1.303) 103 reinternações (7,9%) Amostra analisada (N=1.200) Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Modelo de atenção da US de referência 16% 52% 32% A.B. Tradicional PSF Outro Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Resultados Aonde os pacientes consultam antes de internar? Proporção de consultas por tipo de serviço privado 11% sindicato, empresa, … 8% urgência 37% outro 3% posto de saúde 41% Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária 480 internações por CSAP − 42,6% (IC95% 39,7% – 45,4%) Associaram-se − Sexo − … mulheres RP 1,28 (IC95% 1,12 – 1,46) Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Resultados Probabilidade de diagnóstico de CSAP segundo a faixa etária. Bagé, set/96 - jan/97 % CSAP / % não-CSAP 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0–4 5 – 14 15 – 49 faixa etária 50 ou + Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Efeito da escolaridade sobre as internações por CSAP segundo o modelo de atenção PSF 3 3 3 p=0,14 risco relativo 2 1,5 1 0,5 p=0,002 2,5 2 1,5 1 0,5 0-4 5-8 9-11 anos com pletos de es tudo 12ou+ p=0,8 2 1,5 1 0,5 0 0 2,5 risco relativo 2,5 risco relativo outro AB tradicional 0-4 5-8 9-11 anos de estudo 12ou+ 0 0-4 5-8 9-11 anos de estudo 12ou+ Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Hospitalização no último ano e probabilidade de que a atual tenha sido por CSAP, segundo o modelo de atenção AB tradicional PSF p=0,2 3,5 p=0,007 3,5 3 3 2,5 2,5 2,5 2 1,5 1 risco relativo 3 risco relativo risco relativo 3,5 Outro p<0,001 2 1,5 1 0,5 0,5 nenhuma 1a2 3 ou + hos pitalizaçõe s no ano ante rior 1,5 1 0,5 0 0 2 0 nenhuma 1a2 hos pitalizações no ano ante rior 3 ou + nenhuma 1a2 hos pitalizaçõe s no ano ante rior 3 ou + Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária PSF e probabilidade de CSAP 1,6 RP CSAP/não-CSAP 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 p=0,08 p=0,15 0,2 0 Unidade do PSF Usuário do PSF Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Resultados razão de proporções de CSAP PSF e probabilidade de CSAP 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 p=0,8 não-AB AB tradicional residente PSF usuário PSF Ajustado por sexo, faixa etária e escolaridade usuário exclusivo PSF Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Resultados Associaram-se à CSAP − − − − − Sexo: mulheres RP 1,28 (IC95% 1,12 – 1,46) Faixa etária: extremas Escolaridade: menor escolaridade (na AB “tradicional”) Outra internação no último ano: não no PSF Modo de organização da atenção básica (na AB “tradicional”) − − − Consulta em urgência Hospital de internação Especialidade do médico Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária • Associaram-se, no PSF – Sexo mulheres • RP=1,22 IC95% 1,02 – 1,47 – Faixa etária – Ser usuário do PSF • RP=1,20; IC95% 1,00 – 1,45 – Consulta em urgências – Hospital de internação – Especialidade do médico Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária • Associaram-se, na AB tradicional – Sexo mulheres • RP=1,53 IC95% 1,19 -1,96 – Faixa etária – Escolaridade – Hospitalização no último ano – Desempenho da equipe de saúde (organização da atenção, RP=0,69) Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária • Associaram-se, em outro modelo – Faixa etária – Classe econômica classes C,D e E • RP=2,19 IC95% 1,05 – 4,49 – Outra consulta no último mês – Hospitalização no último ano Resultados Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Discussão Hospitalização por CSAP em outros estudos − Outros países − − − − 30% em Minas Gerais (contando os partos) Crianças e idosos Populações mais pobres Barreiras no acesso a serviços − 8,4% - 9,7% na Espanha 6,7% em Singapura 7,7% na Austrália Pagamento Distância (zona rural) Modo de organização da atenção básica (alguns) Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Conclusão Eqüidade Tanto o PSF como a Atenção Básica “tradicional” impedem que a situação econômica faça diferença na atenção recebida estar em pior condição socioeconômica só aumenta a probabilidade de que a internação seja por uma CSAP para as pessoas que não têm um Posto de Saúde como referência; O PSF evita que as pessoas com menos estudo tenham mais internações por essas causas para quem é do PSF a escolaridade não muda a probabilidade de que a internação seja por uma CSAP • Ações focadas nos menores de um ano e em idosos trarão maiores resultados no indicador Agradecimentos À direção, pessoal administrativo, corpoclínico, de enfermagem e demais trabalhadores da Santa Casa e do HU-URCAMP Aos pacientes internados e seus familiares, elementos essenciais deste estudo Cia. do Estudante Agradecimentos especiais às trabalhadoras do Setor de Internação e Setor Contas dos hospitais. Obrigado [email protected]