O PARADOXO DA USABILIDADE DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO Autoria: Alexandre Cappellozza RESUMO Assim como há tecnologias de informação popularizadas globalmente, encontram-se casos de tecnologias inovadoras desprestigiadas e que apresentam desempenhos superiores às tecnologias atuais. Neste estudo, define-se o Paradoxo de Usabilidade da TI como a baixa, ou praticamente nula, adoção individual de uma nova tecnologia por fatores alheios à aplicação, ainda que esta nova tecnologia ofereça recursos superiores às tecnologias tradicionais. Por meio de pesquisa empírica, conclui-se que este paradoxo, manifestado na aplicação pessoal da telefonia pela Internet, pode ser evidenciado por características individuais que exercem maior influência ao uso desta tecnologia do que a percepção sobre outros recursos atrativos à adoção. 1 Introdução A adoção das tecnologias, geralmente, é orientada pelos benefícios que o uso de seus recursos pode proporcionar ao indivíduo, grupo ou organizações. Por exemplo, no ambiente corporativo, um dos motivos que justificam a aquisição e adoção de tecnologias se refere ao ganho de produtividade que pode ser obtido pelos resultados da automação dos processos na produção ou gestão (BRYNJOLFSSON; HITT, 1998; DALE STOEL; MUHANNA, 2009; MURPHY; SAMIR, 2009; KESS et al., 2010). A popularidade de inovações de Tecnologias de Informação e Comunicação TIC pode ser medido pelas vendas de alguns desenvolvedores: relata-se que 27,4 milhões de unidades de um novo modelo de aparelho celular foram comercializadas no último trimestre de 2012 e foi considerado o smartphone mais vendido mundialmente neste ano. Entre outras razões que justificam o sucesso de vendas deste modelo de telefone celular pode ser justificado pelas suas melhorias em relação ao seu modelo anterior: como o display e design (MAWSTON, 2013). No entanto, também é possível encontrar casos de tecnologias inovadoras que não obtiveram uma popularidade expressiva entre usuários, embora estas tecnologias superem o desempenho na execução das atividades comparado com as tecnologias existentes. Entre outros, cita-se o exemplo do teclado DVORAK e que se refere a um layout de teclado desenvolvido pelos designers August Dvorak e William Dealey como uma alternativa para o layout de teclado mais comum: o layout QWERTY. O Teclado DVORAK possibilita que uma pessoa que mova seus dedos a distância 42% menor do que se estivesse digitando num teclado QWERTY para textos em inglês. Porém, apesar do teclado DVORAK oferecer um desempenho superior ao layout do teclado QWERTY, este layout inovador não chegou a ser adotado expressivamente (FINE, 1999). Exemplos como a baixa adoção do teclado DVORAK podem ser vistas como paradoxais sob o ponto de vista dos desenvolvedores, uma vez que são disponibilizadas melhores tecnologias aos usuários para execução de uma determinada tarefa. Este paradoxo, introdutoriamente, será denominado como Paradoxo da Usabilidade da TI. Com o objetivo de descrever os mecanismos individuais que podem manifestar este paradoxo pelos usuários, elabora-se a seguinte pergunta de pesquisa: Como os efeitos de diversas percepções dos usuários atuam para manifestar o Paradoxo da usabilidade da TI à adoção de tecnologias? Nos tópicos a seguir, serão revisados conceitos e modelo teóricos associados adoção de tecnologias, desenvolvimento do modelo de pesquisa e respectivas hipóteses e, finalmente, descreve-se a análise dos resultados para a validação empírica do Paradoxo da usabilidade de TI. Referencial Teórico O paradoxo da Usabilidade de Tecnologia de Informação O paradoxo pode ser definido como uma situação, ou afirmação, que é impossível ou é difícil de compreender porque contém dois fatos, ou características opostas (CAMBRIDGE, 2013). A pesquisa sobre paradoxos é recorrente em campos distintos de estudos como se ilustra no quadro a seguir. 2 Quadro 1 – Estudos de paradoxos Nome do Paradoxo Paradoxo de Allais Paradoxo de Giffen Área Definição Uma mudança de um resultado possível que é compartilhada por diferentes alternativas afeta as Economia escolhas das pessoas entre essas alternativas, o que contradiz a Teoria da Utilidade Esperada Refere-se ao aumento de consumo da população Economia conforme se aumentam os preços dos bens, o que viola a Lei de Demanda Referências (ALLAIS, 1953) (DWYER; LINDSAY, 1984) Paradoxo de Abilene Decisão As pessoas podem tomar decisões baseadas em uma suspeita sobre a vontade de terceiros, contrárias às suas preferências individuais. Um resultado possível é que as ações tomadas sejam indesejadas entre os membros do grupo, embora estes membros suspeitem que estejam tomando a melhor decisão para o grupo. Dilema do Prisioneiro Decisão Duas pessoas podem não agir colaborativamente, mesmo que estas ações proporcionem os melhores resultados (FLOOD; DRESHER, 1950) para eles. Paradoxo do enriquecimento Biologia Aumentar os alimentos disponíveis para um ecossistema pode levar a sua instabilidade e extinção. (ROSENZWEIG, 1971) Paradoxo dos pesticidas Biologia A aplicação de pesticidas a uma praga pode aumentar a sua população. (LESTER et al., 1998) (HARVEY, 1988) Na área de Gestão de Sistemas de Informações - SI, um dos paradoxos discutidos em pesquisas se refere ao Paradoxo da Produtividade (SKINNER, 1986) e que se refere à ausência de ganhos de produtividade obtida pelas organizações que investem em ações de melhorias, entre elas, a aquisição de tecnologias. Como exemplo de aplicações deste paradoxo nas pesquisas de gestão de SI, exemplificam-se estudos que tratam desde desenvolvimento de sistemas (BALIJEPALLY et al., 2009), investimentos em TI (BRYNJOLFSSON; HITT, 1996; BRYNJOLFSSON; HITT, 1998; PINSONNEAULT; RIVARD, 1998; CHAODONG et al., 2011), sistemas de colaboração (GRISÉ; GALLUPE, 1999), entre outros. Já o conceito de usabilidade de uma tecnologia está associado com desempenho, efetividade e eficiência para alcançar objetivos específicos em um contexto de uso específico (DAVIS, 1989). Como os recursos disponibilizados pela TI, entre outros objetivos, propõem-se a aprimorar o desempenho das atividades executadas pelos usuários (BRYNJOLFSSON; HITT, 1998), espera-se que o aumento de recursos ou desempenho das novas tecnologias seja acompanhado da sua adoção pelos usuários. Uma vez que esta expectativa pode não se confirmar, como o caso do teclado DVORAK, define-se o Paradoxo de Usabilidade da TI como a baixa, ou praticamente nula, adoção individual de uma nova tecnologia por fatores alheios ao sistema, ainda que esta nova tecnologia ofereça recursos superiores às tecnologias tradicionais. Neste sentido, a telefonia pela Internet foi selecionada para análise neste estudo, pois se trata de uma tecnologia de informação que manifesta o paradoxo de usabilidade da TI: apesar da telefonia pela Internet disponibilizar recursos de comunicação superiores aos recursos da telefonia tradicional aos usuários, este recurso não é considerado como a tecnologia de comunicação preferida entre os usuários brasileiros (GLOBO, 2010; IDG, 2011). 3 A telefonia pela Internet Citado como um dos seus benefícios principais, a tecnologia de Voz sobre Protocolo de Internet – VOIP oferece a possibilidade de se comunicar por voz sem custo tarifário, o que possibilita a redução dos custos individuais com ligações telefônicas (AHSAN et al., 2009; SPECTOR, 2009; SCHNEIR; PLÜCKEBAUM, 2010). Além do potencial benefício de redução de custos com esta tecnologia de comunicação, também se observa que a gama de funcionalidades contidas nos sistemas VOIP pode proporcionar diversos métodos de transmissão de informações aos destinatários por meio do envio de mensagens instantâneas, imagens ou arquivos, entre outras aplicações (GRAEML; NETO, 2007; BASAGLIA et al., 2009). Inúmeros fatores podem alavancar o uso de uma determinada aplicação, tais como, a facilidade percebida e análise sobre os benefícios proporcionados pelo uso do sistema (DAVIS, 1986; DAVIS, 1989), a compatibilidade da aplicação com os sistemas ou arquivos gerados a partir de outra aplicação (WANG, 2008; SCHIERZ et al., 2010; XIN et al., 2010). Nesta direção, a consideração sobre os conceitos das teorias de adoção de TI se faz necessária para o desenvolvimento do modelo de pesquisa. A Adoção de Tecnologias de Informação A literatura de adoção de tecnologias de Informação é rica ao expor múltiplas análises e estudos dos diferentes razões que favorecem o uso de tecnologias de informação e comunicação (VENKATESH; MORRIS, 2000; VENKATESH et al., 2003; SYKES et al., 2009; GLASS; LI, 2010; VANNOY; PALVIA, 2010; VENKATESH et al., 2012). O desenvolvimento de modelos à adoção de TI possibilita previsões sobre os comportamentos dos usuários com a oferta de tecnologias ou sistemas; de modo que, estes diversos específicos de adoção podem auxiliar a compreensão sobre o comportamento de uso das aplicações de acordo com o Quadro 2. Quadro 2 - Modelo Modelo de Adoção de Tecnologia (TAM) Modelo de Utilização de PC Modelo Motivacional (MM) Teorias e Modelos de Adoção de Tecnologia Construtos-chaves Referências Facilidade de Uso, Usabilidade Percebida, Intenção e (Davis, F. D. et al.,1989) Uso do Sistema Ajuste de Trabalho, Complexidade, Consequências a (Triandis, 1977; Thompson Longo Prazo, Afeição sobre o Uso, Fatores Sociais e et al., 1991) Condições Facilitadoras Motivação Extrínseca e Motivação Intrínseca (Davis, F. D. et al.,1992) Teoria Social Cognitiva (TSC) Expectativa de Resultados - Pessoal e Desempenho, Eficácia Própria, Afeição e Ansiedade (Compeau e Higgins, 1995; Compeau et al., 1999 ) Teoria Unificada de Aceitação e Uso da Tecnologia (UTAUT) Expectativa de Desempenho, Expectativa de Esforço, Influências Sociais, Condições Facilitadoras (Venkatesh et al., 2003) Mídia de Comunicação, Suporte Majoritário, Valência, Adoção de Tecnologia por Grupos Percepção de Ajuste Tecnologia/Tarefa, Complexidade, (Sarker e Valacich, 2010) (TAG) Conflito, Opiniões de Líderes/Experts Fonte: adaptado de (VENKATESH et al., 2003; AHEARNE et al., 2004) Embora existam diversos modelos que objetivam o estudo da adoção de TI, o modelo TAM será utilizado para validação empírica das hipóteses de operacionalização do Paradoxo da Usabilidade de TI. Este modelo possui a firme reputação de ser considerado parcimonioso e robusto para o estudo de adoção de tecnologias, entre os pesquisadores da área de TI, além de ser o modelo mais utilizado para pesquisas de 4 aceitação e uso de tecnologias (VENKATESH, 2000; PLOUFFE et al., 2001) e permitir a adição de construtos à sua estrutura original (VENKATESH; DAVIS, 2000; VENKATESH; BALA, 2008). Modelo de Aceitação de Tecnologia - TAM Conceitualmente elaborado a partir de conceitos provindos da TRA e estudos realizados na área de TI, Davis (1986) propõe o Modelo de Aceitação de Tecnologia – TAM como um modelo específico para estudo de comportamento de uso de tecnologias computacionais. O modelo TAM incorpora dois construtos-chaves à compreensão da adoção de TI; a Facilidade de Uso e Usabilidade Percebida. Também são incorporados conceitos provindos da Teoria da Ação Racional (FISHBEIN; AJZEN, 1975), tais como: atitude, intenção e uso. Ilustra-se o modelo TAM na figura 1. U S A BILI D A D E P ER C E B ID A INTE N ÇÃ O D E A D O Ç Ã O U S O A T U A L D O S I ST E M A F A C I L ID A D E D E U SO Figura 1 – Modelo de Aceitação de Tecnologia – TAM Fonte: (DAVIS et al., 1989) A Facilidade de Uso é definida como o “grau pelo qual em que uma pessoa acredita que utilizar uma tecnologia de informação será livre de esforço” e a Usabilidade Percebida é definida como o “grau em que uma pessoa acredita que utilizar um determinado sistema melhorará seu desempenho em sua tarefa/trabalho” e (DAVIS, 1986; DAVIS et al., 1989). Uma crítica ao modelo TAM se refere ausência de indicações sobre quais variáveis externas poderiam compor a estrutura deste modelo de adoção (BHATTACHERJEE; SANFORD, 2006; PARK, 2010). Assim, a desconsideração sobre possíveis fatores de influência à adoção de tecnologias é considerada uma fraqueza do modelo TAM, tais como: culturais, econômicos, políticos ou sociais (SUKKAR; HASAN, 2005; CHAO-MIN et al., 2009). Nesta direção, o modelo de pesquisa conterá construtos que abrangem influências individuais e sociais ao uso da TI em questão, além de construtos associados com os seus recursos. Abaixo segue quadro com definições dos construtos que serão adicionados ao modelo e respectivas referências. Quadro 3 – Construtos adicionais ao modelo TAM Tipo de Conceito Recurso da TI Conveniência Percebida Recurso da TI Tarifação Percebida Social Conectividade Percebida Individual Hábito Definições Referências O grau que o usuário percebe que o (Zipf, 1949; Allen, 1977; O' Reilly, 1982; serviço (ou tecnologia) está Hardy, 1982; Karahanna; Straub, 1999; Kim et disponível quando ele desejar al., 2008; Gupta e Kim, 2010) O grau que o usuário percebe a (Venkatesh; Brown, 2001; Chuan-Fong Shih; ausência de tarifas à utilização de Venkatesh, 2004; Dong Hee, 2009a, 2009b) um sistema de telefonia pela Internet O grau que o usuário percebe que (Oliver et al., 1985; Katz; Shapiro, 1986; outros usuários interagem com esta Economides, 1996; Xin et al., 2010) l i percebe que O grau que o usuário (Mittal, 1988; Kim; Malhotra, 2005; Pavlou; utilizar uma tecnologia de Fygenson, 2006; Limayem et al., 2007; Ye et informação ocorre de forma al., 2008; Guinea e Markus, 2009) Infere-se que o Paradoxo da Usabilidade de TI é observado quando a adoção da tecnologia é menos sensível às influências dos recursos da tecnologia do que outras 5 influências componentes do processo de adoção (neste caso, influências individuais e sociais). Sendo assim, considera-se que o Paradoxo da Usabilidade de TI será manifestado pela confirmação das seguintes hipóteses: Hipótese 1 (H1): Os efeitos das percepções sobre os recursos do tecnologia à facilidade de uso percebida são inferiores às influências individuais ou influências de grupo. Hipótese 2 (H2): Os efeitos das percepções sobre os recursos do tecnologia à usabilidade percebida são inferiores às influências individuais ou influências de grupo. Elaboradas as duas hipóteses de pesquisa a serem testadas empiricamente e definidas as associações dos construtos adicionais ao modelo TAM, esquematiza-se o modelo conceitual de pesquisa na próxima figura. CONSTRUTOS ADICIONAIS EXTENSÃO DO MODELO TAM RECURSOS DA TI ASPECTOS SOCIAIS MODELO DE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA - TAM PERCEPÇÕES À ADOÇÃO INDIVIDUAL DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ASPECTOS INDIVIDUAIS COMPORTAMENTO DE USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO H1 FACILIDADE DE USO CONVENIÊNCIA CONECTIVIDADE HÁBITO INTENÇÃO DE USO USO DA TELEFONIA PELA INTERNET H2 UTILIDADE PERCEBIDA TARIFAÇÃO PERCEBIDA Figura 2 – Modelo Conceitual de Pesquisa No próximo tópico, elaboram-se os procedimentos metodológicos para o teste empírico das hipóteses. Metodologia Informações da amostra e instrumento de medida Informa-se que esta pesquisa de corte transversal único será realizada por meio de survey, sob caráter exploratório e analisará os dados observados de um questionário elaborado para a coleta dos dados empíricos. Neste estudo, a escala de Likert foi considerada como escala intervalar como uma forma de evitar outliers multivariados, pela sua praticidade de uso, além da possibilidade de uso de afirmações que não estão explicitamente ligadas ao objeto estudado com o objetivo de coleta de informações sobre as percepções individuais dos respondentes (HAIR JR. et al., 2005). As escalas necessárias para coleta de dados dos construtos Facilidade de Uso, Usabilidade Percebida e Intenção e Uso foram obtidas do modelo TAM (DAVIS, 1989). 6 No Quadro 4, seguem as referências que serviram como base para a elaboração do instrumento de medida nesta pesquisa. Quadro 4 – Escalas e referências bibliográficas Fator de Influência Referências Bibliográficas Conectividade Percebida Adaptado de Xin et al. (2010) Conveniência Percebida Adaptado de Hu et al. (2009) e Gupta e Kim (2010) Hábito Adaptado de Pavlou e Fygenson (2006) e Limayem et al. (2007) Tarifação Percebida Adaptado de Venkatesh et al. (2003) e Brown e Venkatesh (2005) Antes de sua aplicação, o questionário proposto passou por um processo de validação por um grupo de pesquisadores informados sobre o tema. Os comentários dos pesquisadores foram analisados e algumas alterações foram executadas no instrumento de medida. O pré-teste do instrumento de medida contou com a análise de 127 questionários e os valores do teste de Alfa de Cronbach para os indicadores superaram 0,70 (CRONBACH, 1951), o que permite a aplicação do questionário na amostra final. Para a aplicação final do instrumento de medida deste estudo, participaram 412 alunos de graduação de duas universidades localizadas em São Paulo, distribuídos em turmas aleatórias. Este número de respondentes supera o número mínimo de respondentes necessários para se alcançar um poder de explicação do teste de 80% (COHEN, 1977; HAIR JR. et al., 2005). A utilização de estudantes universitários como amostra deste estudo se justifica pelo conhecimento e uso próprio de tecnologias de telefonia móvel e Internet nas suas atividades diárias (LAROSE; KIM, 2007; YAOBIN et al., 2010). A localização de aplicação dos testes também foi ponderada: o estado de São Paulo também concentra o maior número de linhas móveis comparado com outros estados e contempla, aproximadamente, 25% da quantidade de linhas telefônicas móveis brasileiras (TELECO, 2012). Avaliação do modelo de mensuração e estrutural Para realizar o teste das hipóteses deste estudo, serão utilizados testes estatísticos com a técnica de Modelos de Equações Estruturais – MEE pela técnica PLS-PM (Partial Least Squares - Path Modeling). Acrescenta-se que a utilização do PLS neste estudo também se justifica pelas características deste estudo, dado que é considerado o método mais adequado para ser usado em estudos de caráter exploratório e cujos dados são menos suscetíveis a desvios da normalidade multivariada (LOHMOLLER, 1989; VINZI et al., 2010). Para a realização dos cálculos necessários para a validação do modelo estrutural deste estudo, utilizou-se o software SmartPLS versão 2.0M3 (RINGLE et al., 2005). Com os dados coletados do questionário, procedeu-se a avaliação do modelo de mensuração. Todos os resultados apresentados neste tópico estão padronizados. Para validação convergente, recomenda-se que os valores das cargas fatoriais cargas sejam superiores a 0,70 quando pertencentes aos seus respectivos construtos e para validação discriminante os valores das cargas fatoriais sejam inferiores quando associados aos outros construtos adjacentes conforme os resultados apresentados na Tabela 1 (CHIN, 1998). 7 Tabela 1 – Cargas Fatoriais dos Indicadores CN1 CN2 CN3 CV1 CV2 CV3 F1 F2 F3 F4 H1 H2 H3 I1 I2 I3 TP1 TP2 USO1 USO2 USO3 USO4 U1 U2 U3 Conectividade Conveniência Facilidade de Uso Hábito Intenção de Uso Tarifação Percebida Uso de Telefonia IP Utilidade Percebida 0,86 0,90 0,90 0,44 0,33 0,50 0,61 0,43 0,43 0,25 0,70 0,60 0,58 0,54 0,57 0,53 0,42 0,28 0,62 0,58 0,61 0,50 0,49 0,51 0,48 0,46 0,44 0,46 0,86 0,82 0,86 0,43 0,34 0,35 0,28 0,48 0,47 0,43 0,39 0,35 0,33 0,27 0,22 0,41 0,39 0,43 0,34 0,30 0,35 0,37 0,51 0,52 0,48 0,33 0,33 0,46 0,81 0,81 0,79 0,73 0,55 0,49 0,59 0,52 0,50 0,46 0,59 0,47 0,46 0,39 0,46 0,40 0,57 0,50 0,57 0,64 0,63 0,65 0,44 0,35 0,53 0,57 0,53 0,46 0,38 0,88 0,85 0,87 0,65 0,59 0,56 0,46 0,30 0,65 0,59 0,66 0,53 0,58 0,57 0,48 0,58 0,57 0,59 0,34 0,29 0,42 0,54 0,51 0,41 0,34 0,67 0,62 0,58 0,75 0,88 0,87 0,48 0,31 0,55 0,52 0,57 0,54 0,66 0,69 0,49 0,36 0,42 0,32 0,23 0,17 0,30 0,43 0,61 0,45 0,46 0,38 0,42 0,40 0,46 0,37 0,35 0,91 0,80 0,37 0,32 0,40 0,35 0,53 0,45 0,56 0,63 0,56 0,60 0,39 0,29 0,46 0,51 0,38 0,36 0,28 0,68 0,60 0,55 0,51 0,53 0,54 0,43 0,27 0,89 0,85 0,90 0,81 0,51 0,53 0,40 0,48 0,55 0,54 0,35 0,28 0,38 0,55 0,61 0,46 0,39 0,64 0,52 0,54 0,53 0,64 0,67 0,61 0,41 0,50 0,46 0,54 0,49 0,87 0,85 0,78 Para a validação convergente do modelo, também se analisam os valores da variância média extraída dos construtos (HAIR JR. et al., 2005). Na próxima tabela, observa-se que muitos construtos apresentaram valores superiores a 70% da variância média explicada, o que demonstra que os indicadores utilizados conseguiram medir os construtos latentes com êxito (FORNELL; LACKER, 1981; CHIN, 2010). Tabela 1 – Variância Extraída, Confiabilidade e Consistência dos construtos Construtos Conectividade Conveniência Facilidade de Uso Hábito Intenção de Uso Tarifação Percebida Uso de Telefonia IP Utilidade Percebida Variância Média Extraída dos construtos 0,79 0,72 0,62 0,75 0,69 0,74 0,74 0,70 Confiabilidade Composta 0,92 0,88 0,87 0,90 0,87 0,85 0,92 0,87 Consistência Interna (Alfa de Cronbach) 0,86 0,81 0,80 0,84 0,78 0,75 0,88 0,78 Quanto à confiabilidade e consistência interna, observa-se que os resultados do teste de Alfa de Cronbach indicam valores superiores a 0,75 para todos os construtos e são considerados satisfatórios para pesquisa exploratória (CRONBACH, 1951). De acordo com a Tabela 3, observa-se que as raízes quadradas das variâncias médias extraídas dos construtos (destacadas em negrito nas duas próximas tabelas) apresentam valores maiores que a correlação entre as variáveis latentes e, portanto, indicam que há validade discriminante entre os construtos (FORNELL; LACKER, 1981). 8 Tabela 3 – Matriz de correlações dos construtos e raiz quadrada de AVE Conectividade Conveniência Conectividade Conveniência Facilidade de Uso Hábito Intenção de Uso Tarifação Percebida Uso de VoIP Utilidade Percebida 0,89 0,51 0,57 0,73 0,65 0,41 0,67 0,59 0,85 0,45 0,53 0,43 0,28 0,46 0,41 Facilidade de Uso 0,79 0,63 0,59 0,62 0,50 0,65 Hábito 0,87 0,72 0,46 0,71 0,66 Intenção de Uso Tarifação Percebida Uso de Telefonia IP Utilidade Percebida 0,83 0,47 0,63 0,74 0,86 0,42 0,61 0,86 0,58 0,83 Para a análise da significância dos indicadores serão observados os valores calculados pela técnica bootstrapping (EFRON; TIBSHIRANI, 1998) parametrizado com 1000 sub-amostras com reposição para 412 casos, o que é considerado adequado para pesquisas científicas (CHIN, 2010). A próxima tabela indica que todas as cargas fatoriais apresentaram resultados com significância superior a 99,9%, uma vez que os valores das estatísticas t de Student foram superiores a 3,29. Tabela 2 – Cargas Fatoriais do modelo de medidas e estatística t de Student CN1 <- CONECTIVIDADE CN2 <- CONECTIVIDADE CN3 <- CONECTIVIDADE CV1 <- CONVENIȆNCIA CV2 <- CONVENIȆNCIA CV3 <- CONVENIȆNCIA F1 <- FACILIDADE F2 <- FACILIDADE F3 <- FACILIDADE F4 <- FACILIDADE H1 <- HÁBITO H2 <- HÁBITO H3 <- HÁBITO I1 <- INTENÇÃO I2 <- INTENÇÃO I3 <- INTENÇÃO TP1 <- TARIFAÇÃO TP2 <- TARIFAÇÃO TP3 <- TARIFAÇÃO U1 <- UTILIDADE U2 <- UTILIDADE U3 <- UTILIDADE USO1 <- USO USO2 <- USO USO3 <- USO USO4 <- USO Amostra Média 0,86 0,90 0,90 0,86 0,82 0,86 0,81 0,81 0,79 0,73 0,88 0,85 0,87 0,75 0,88 0,87 0,91 0,80 0,85 0,87 0,85 0,78 0,89 0,85 0,90 0,81 0,86 0,90 0,90 0,86 0,82 0,86 0,81 0,81 0,79 0,73 0,88 0,85 0,87 0,75 0,88 0,87 0,91 0,80 0,82 0,87 0,85 0,78 0,89 0,85 0,90 0,81 Desvio Padrão 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,03 0,02 0,01 0,02 0,03 0,01 0,02 0,01 0,03 Estatística T 60,49 74,74 84,93 45,66 35,81 52,85 50,17 43,07 34,36 24,12 75,24 51,45 77,53 32,25 70,52 69,68 86,69 32,01 50,04 83,29 54,65 29,42 61,55 54,14 94,61 31,07 A próxima tabela apresenta os valores dos coeficientes entre os construtos e as respectivas estatísticas t de Student também estimados pela técnica bootstrapping. Observa-se que todos os valores dos coeficientes dos relacionamentos obtiveram significância igual ou superior a 95%, uma vez que os valores da estatística t de Student foram superiores a 1,96 (EFRON; TIBSHIRANI, 1998). 9 Tabela 5 – Coeficientes do modelo de medidas CONECTIVIDADE -> FACILIDADE CONECTIVIDADE -> UTILIDADE CONVENIȆNCIA -> FACILIDADE FACILIDADE -> INTENÇÃO FACILIDADE -> UTILIDADE HÁBITO -> FACILIDADE HÁBITO -> UTILIDADE INTENÇÃO -> USO TARIFAÇÃO -> UTILIDADE UTILIDADE -> INTENÇÃO Amostra Média 0,20 0,14 0,13 0,18 0,21 0,41 0,29 0,63 0,29 0,62 0,20 0,14 0,13 0,18 0,21 0,41 0,29 0,63 0,29 0,62 Desvio Padrão 0,06 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,03 0,04 0,04 Estatística T 3,64 2,77 2,78 3,77 4,29 7,76 5,79 23,87 7,14 13,95 Na próxima figura, ilustra-se o modelo de pesquisa com os valores das cargas fatoriais, coeficientes entre construtos com suas respectivas significâncias e os valores de poder de explicação dos construtos. Figura 3 – Síntese de resultados do modelo estrutural De acordo com os resultados dos coeficientes do modelo de medidas, não foi obtida significância da correlação da conveniência percebida com o construto utilidade percebida: infere-se que o reflexo das eventuais dificuldades de acesso constante ao sistema possa impedir que haja a validação da correlação entre conveniência e utilidade percebidas. Estudos da área de sistemas de informações discutem sobre a dificuldade de adoção de novas tecnologias à substituição de tecnologias que contam com o hábito de uso desenvolvido pelos usuários (LIMAYEM et al., 2007; GUINEA; MARKUS, 2009; POLITES, 2012). Nesta pesquisa, o hábito de uso se confirmou como a maior influência à percepção de Facilidade de Uso e Utilidade de sistemas de telefonia pela Internet, comparado com fatores exógenos ao modelo TAM, o que denota a sua relevância ao estudo de adoção de tecnologias (LIMAYEM; HIRT, 2003; KIM, S. S.; MALHOTRA, N. K., 2005; LIMAYEM et al., 2007; GUINEA; MARKUS, 2009; POLITES, 2012). Entende-se que a formação do hábito exerce um papel crucial à adoção desta tecnologia, pois os usuários dispõem de duas tecnologias de telefonia implantadas há décadas anteriores à popularização da tecnologia pela Internet e estão disseminadas entre a 10 população em número superior à comunicação pela Internet e possuem, portanto, o hábito de uso das tecnologias tradicionais de telefonia formados entre eles. A inserção do construto Tarifação Percebida no modelo de pesquisa também se mostrou satisfatória aos objetivos do trabalho: a validação de seus resultados demonstrou que o beneficio de tarifas gratuitas para comunicação entre usuários pelo sistema de telefonia pela Internet é um benefício que promove o uso. Foram calculados os valores dos efeitos totais construtos adicionais do modelo de pesquisa para proceder a análise das hipóteses elaboradas nesta pesquisa. Os resultados destes efeitos totais estão expostos na próxima tabela. Tabela 6 – Efeitos totais dos construtos à Intenção de Uso Tipo de Influência Construto Efeito Total à Intenção de Uso Recurso da TI Conveniência Percebida 0,04 Recurso da TI Tarifação Percebida 0,18 Social Conectividade Percebida 0,15 Individual Hábito 0,31 Um dos principais benefícios concedidos aos usuários da telefonia pela Internet é a ausência de custos de tarifação (AHSAN et al., 2009; SPECTOR, 2009; SCHNEIR; PLÜCKEBAUM, 2010). No entanto, pela tabela anterior, nota-se que os valores obtidos dos efeitos da Conveniência e Tarifação Percebida (aspectos associados com os recursos da TI) à Intenção de Uso da telefonia pela Internet são inferiores aos valores dos efeitos totais obtidos pelo Hábito (aspecto individual) e confirmam as hipóteses elaboradas neste estudo para confirmação do Paradoxo da Usabilidade de TI, como ilustrado no próximo quadro. Quadro 5– Resultados dos testes de Hipóteses Hipótese Conteúdo Resultado H1 Os efeitos das percepções sobre os recursos do tecnologia à facilidade de uso percebida são inferiores às influências individuais ou influências de grupo. Confirmada H2 Os efeitos das percepções sobre os recursos do tecnologia à usabilidade percebida são inferiores às influências individuais ou influências de grupo. Confirmada Conclusões De acordo com esta pesquisa, verifica-se que a adoção de uma tecnologia de comunicação pode não obedecer a uma lógica exclusiva de otimização dos custos individuais dos usuários. Pela valorização da influência dos fatores alheios ao sistema frente aos aspectos associados com os recursos disponibilizados pela tecnologia à adoção individual, teoriza-se a existência do Paradoxo da Usabilidade da TI e por meio de um estudo empírico se apresentam possíveis mecanismos subjetivos que provocam a manifestação deste paradoxo pelos indivíduos. Este paradoxo é manifestado pela rejeição, ou baixa preferência, individual de uma nova tecnologia por fatores alheios ao sistema, ainda que esta nova tecnologia ofereça recursos superiores às tecnologias tradicionais. No caso da telefonia pela Internet, ficou evidenciada que uma determinada característica pessoal, o hábito, exerce maior influência à intenção de uso desta tecnologia do que a percepção sobre o custo reduzido desta tecnologia de comunicação, 11 um dos seus principais atrativos além da possibilidade dos usuários de realizarem chamadas telefônicas com vídeo e o envio de mensagens instantâneas. A elaboração de teorias e estudos sobre os fatores antecedentes, fenômenos e processos de adoção de tecnologias é importante para o desenvolvimento de inovações e sistemas que depende da aceitação dos usuários para aprimoramento das tecnologias atuais, entre outras justificativas. Entende-se como uma limitação da pesquisa a análise de adoção da TI com um grupo homogêneo de respondentes sobre uma única tarefa em determinado momento do tempo. Esta limitação da amostragem pode levantar questionamentos sobre a generalização das conclusões sobre uma população diversa (LEE, 2003). Também podem ocorrer erros de medida por meio de imprecisão na mensuração dos valores reais das respostas, ausência de outros construtos de percepção associados no modelo de pesquisa e não pode se afirmar que a significância e valores dos testes realizados neste estudo sejam constantes dadas às diferenças de cenários de utilização, acessibilidade e desenvolvimento das tecnologias futuras. Como o uso da telefonia pela Internet é disseminado globalmente (CECERE; CORROCHER, 2011; 2012; SHIN; HAN, 2012), as conclusões deste estudo de adoção desta tecnologia podem não se restringir somente aos usuários brasileiros. Assim, a popularização mundial desta tecnologia possibilita a replicação deste estudo em outros países e a manifestação do paradoxo com outras tecnologias e fatores antecedentes. Referências Bibliográficas AHEARNE, M.; SRINIVASAN, N.; WEINSTEIN, L. Effect of technology on sales performance: Progressing from technology acceptance to technology usage and consequence. Journal of Personal Selling & Sales Management [S.I.], v. 24, n. 4, p. 297-310, 2004. AHSAN, S.; EL-HAMALAWI, A.; BOUCHLAGHEM, D.; AHMAD, S. Applications of converged networks in construction. International Journal of Product Development [S.I.], v. 7, n. 3-4, p. 281-300, 2009. ALLAIS, M. Le comportement de l’homme rationnel devant le risque: Critique des postulats et axiomes de l’école américaine. Econometrica [S.I.], v. 21, n. 4, p. 503-546, 1953. ALLEN, T. Managing the flow of technology. . Cambridge, MA: MIT Press, 1977. BALIJEPALLY, V.; MAHAPATRA, R.; NERUR, S.; PRICE, K. H. 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Nas próximas questões, foi utilizada a seguinte escala (Likert) (1- Discordo Totalmente a 7- Concordo Totalmente) Construto Conectividade CN1 Normalmente, eu me comunico com SLTI com muitas pessoas CN2 Tenho muitos contatos que utilizam SLTI CN3 Na minha opinião, o número das pessoas que me relaciono e que utilizam, diariamente, o SLTI é alto Construto Conveniência CV1 Se eu precisar, eu consigo utilizar o SLTI em casa, no trabalho, na rua ou qualquer outro local CV2 Em qualquer local que eu esteja, eu consigo utilizar o SLTI CV3 Eu disponho de várias maneiras para utilizar o SLTI regularmente Construto Facilidade de Uso F1 Eu me comunico com o SLTI facilmente com meus contatos F2 É fácil utilizar o SLTI para fazer ligações telefônicas F3 Minha interação com o SLTI é clara e compreensível F4 Aprender a utilizar o SLTI a fazer ligações é fácil Construto Tarifação Percebida (escala reversa) TP1 Eu gasto dinheiro ao utilizar o SLTI para ligações telefônicas, independente do custo dos equipamentos TP2 Não há economia pelo uso de SLTI para ligações telefônicas TP3 Eu gasto dinheiro ao utilizar o SLTI para ligações telefônicas Construto Hábito H1 Utilizar o SLTI é automático para mim H2 Utilizar o SLTI para realizar qualquer tipo de ligação é um hábito para mim H3 Utilizar o SLTI para realizar qualquer tipo de ligação é natural para mim Construto Intenção de Uso I1 Eu pretendo utilizar o SLTI sempre que possível I2 Eu pretendo usar o SLTI ao invés do telefone fixo I3 Eu pretendo usar o SLTI ao invés do meu celular Construto Utilidade Percebida UT1 O uso do SLTI me traz benefícios UT2 Utilizar o SLTI melhora minha habilidade de comunicação nas ligações UT3 As vantagens do SLTI superam as desvantagens Construto Uso USO1: Quantas vezes você utiliza o SLTI por semana? USO2 Até 5 horas Quanto tempo você gasta no SLTI toda semana (tempo total) ? Entre 5 a Entre 10 a Entre 15 a Entre 20 a Entre 25 a Mais que 30 10 horas 15 horas 20 horas 25 horas 30 horas horas USO3 Não uso USO4 Não uso Considerando as ligações locais que você faz: aproximadamente, qual a porcentagem do total é feita pelo SLTI ? Até Até3 Até Até6 Até80 Até Considerando as ligações interurbanas (DDD) que você faz: aproximadamente, qual a porcentagem do total é feita pelo SLTI ? Até Até3 Até Até6 Até80 Até 16