Repensando a Vida - O diferencial do amor de Deus Julho de 2014 - Nº 029 Continuamos pensando no diferencial do amor de Deus em relação ao nosso amor. Vimos que enquanto Deus é Amor, nós só amamos por que recebemos do Seu amor. Enquanto nosso amor é derivado, limitado, contaminado e condicional, o amor de Deus Pai é original, eterno, puro e incondicional. Prosseguindo o raciocínio veremos que: Nosso amor é infiel, o amor de Deus é fiel. Poucas coisas causam tanta dor ao ser humano e até a divindade quanto à infidelidade. O ser humano em maior ou menor proporção é infiel. Por diversos motivos ele não pode cumprir tudo o que promete, pois além de falho, não pode sustentar o próximo segundo de sua vida. Deus, ao contrário, é fiel em todas as suas promessas. Ele é o único que tem tanto o poder como o zelo em cumprir tudo o que promete: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1.37). “Bendito seja o Senhor, [...] nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas” (1Rs 8.56). É preciso confiar no que Deus falou pela Sua Palavra e não o que disseram que Ele falou. Nosso amor é localizado, o amor de Deus é universal. “Deus amou o mundo” (Jo 3.16). Amamos de forma limitada as pessoas com as quais nos relacionamos. Muito menos aqueles as quais não vemos. Nossa manifestação de amor é limitada e depende de um espaço físico ou meio material para se expressar. Deus ao contrário, a todos vê, conhece e pode tocá-los ao mesmo tempo e em todos os lugares. Ele ama independente da raça, língua, tribo, nação, idade, “beleza”, condição social ou estado físico-mental. Nosso amor espera retorno, o amor de Deus é constrangedor. “Pois o amor de Cristo nos constrange” (2Co. 5.14). Deus nos convida a amá-lo, não por medo, mas devido a sua graça amorosa. Enquanto nós tendemos a obrigar as pessoas que amamos a nos amar, as pessoas amadas por Deus se sentem compelidas a amá-lo, tão doce, livre e verdadeiro é o Seu amor. Nosso amor se engana, o amor de Deus tudo conhece. No intento de amar, por vezes somos enganados. Achamos que estamos sendo correspondidos, enquanto o outro age com falsidade, quando não com maldade travestida de bondade. Contudo, o amor de Deus não se ilude com aparências e falas. O que não é revelado a nós está patente a seus olhos. “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o SENHOR sonda os corações” (Pv 21.2). Por isso devemos amar, sem esperar tanto retorno, a fim de não vivermos decepcionando. Jesus Cristo disse: “Digo que vocês devem amar os inimigos. Deixem que tirem o melhor de vocês, não o pior. Se alguém fizer mal a vocês, reajam com a força da oração [...] É o que Deus faz.” (Mt 3.43-45, Msg). Nosso amor é fraco, o amor de Deus é invencível. José, governador do Egito, depois de sofrer terríveis injustiças disse a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gn 50.20). O filósofo, poeta e teólogo Agostinho de Hipona escreveu: “Pois o Deus Todo-Poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir nas suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal”. Só o amor invencível de Deus reverte o mal em bem. Afinal como escreveu C. S. Lewis: “O cristão não acha que Deus irá nos amar porque somos bons, mas que Deus nos fará bons porque nos ama”. Diante do gracioso amor de Deus só podemos busca-lo para amar. É isso que Agostinho escreveu: “Ama e faça o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”. O amor de Deus é diferenciado e pode nos fazer diferentes. Que o Eterno nos ajude. Rev. Heliel G. Carvalho – [email protected]