Mantendo a Inovação: O Processo de Revisão Curricular do Curso de Graduação em Administração – Gestão para Inovação e Liderança, da UNISINOS. Autoria: Marcelo Jacques Fonseca, Sônia Isabel Dondonis Daudt Resumo: O debate sobre o distanciamento entre a qualidade da formação dos egressos dos cursos de Administração e as expectativas do meio organizacional com relação a esses egressos não é de hoje e tampouco parece ser facilmente resolvido. Buscando ser protagonista dessa aproximação, a UNISINOS criou, em 2003, o curso de Administração, habilitação em Gestão para Inovação e Liderança, cujo processo de construção foi detalhadamente apresentado por Borba et al. (2004; 2005), em que evidenciava-se a significativa inovação na proposta pedagógica. Quatro anos depois do seu lançamento, o presente trabalho apresenta o processo de revisão curricular pelo qual passou o projeto do curso, visando demonstrar os ajustes projetados na direção da sua atualização, na valorização dos diferenciais do curso e no oferecimento de respostas aos desafios contemporâneos na área da gestão. 1. INTRODUÇÃO É comum encontrarmos no contexto universitário hoje, a tentativa de mudanças no operar dos seus processos de ensinar e de aprender, um movimento cujas razões estão, normalmente, em um sentimento de insatisfação, que as antecede (CUNHA, 1998). Especificamente no que tange aos cursos de Administração de Empresas, a discussão no país sobre uma eventual lacuna entre as expectativas do meio organizacional, por um lado, e da qualificação dos egressos desses cursos, por outro, não é recente e não parece ser facilmente resolvida. Os argumentos referem-se, normalmente, ao fato de os cursos da área não propiciarem uma formação mais prática, não avançarem na discussão de competências que transcendam aspectos técnicos e ferramentais e, também, não conseguirem sair da “massificação” da oferta que impede o acompanhamento mais individualizado da formação do aluno. Buscando enfrentar esses desafios, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) criou, em 2003, o curso de Administração com Habilitação em Gestão para Inovação e Liderança (GIL). Como pilares fundamentais da diferenciação do curso, estavam a forte vinculação com o mercado de trabalho, a utilização de um modelo pedagógico interacionista e construtivista, o resgate da importância das “disciplinas” vinculadas às ciências humanas, a organização curricular não disciplinar, estruturada em programas de aprendizagem e o desenvolvimento de competências como princípio fundamental na formação dos alunos. O processo de criação do referido curso, a apresentação de sua concepção epistemológica e uma descrição da experiência inicial – uma avaliação do primeiro programa de aprendizagem – foram detalhadamente apresentados em uma edição do EnANPAD (BORBA et al., 2004). Naquele momento, durante a apresentação do artigo, eram claros os diferenciais oferecidos pela concepção do curso, o que pôde ser evidenciado nas discussões e nos debates que sucederam a apresentação (e, mais à frente, no convite realizado pela Revista Organizações e Sociedade, que publicou o artigo em sua edição nº 35, em 2005). Ao mesmo tempo, eram claros, também, os desafios que seriam enfrentados pelo curso: como garantir a articulação dos saberes entre as diferentes áreas? Como trabalhar com um currículo flexível, em que o processo de construção da aprendizagem é que orienta a evolução dos trabalhos desenvolvidos? Qual seria o resultado de uma formação completamente orientada pelo desenvolvimento de competências - entendida no escopo do curso como a articulação entre conhecimento, habilidades e atitudes. Que atividades de ensino-aprendizagem e que instrumentos de avaliação dariam conta dessa expecativa de integração de conteúdos e do completo desenvolvimento Administrador? das competências consideradas para a formação do Tais desafios somam-se ao último trecho das conclusões de Borba et al. (2004, p. 15), “Como desdobramento deste trabalho reforça-se a importância de acompanhamento da atual experiência, bem como da inserção dos alunos no mercado para validação do processo de construção do conhecimento”, e representam, assim, a principal motivação para a elaboração deste trabalho. Passados quatro anos desde o lançamento do curso, e já com a primeira turma diplomada, reúne-se um acumulado de experiências que justificam e estimulam este novo relato. Assim, este trabalho tem o objetivo de, por um lado, apresentar uma avaliação da experiência de inovação da UNISINOS na oferta do Curso de Administração: Habilitação Gestão para Inovação e Liderança e, por outro, demonstrar os ajustes projetados na direção da atualização do trabalho realizado, na manutenção ou incremento das características inovadoras do curso e no oferecimento de respostas aos desafios contemporâneos na área da gestão. Tais adequações, cujas necessidades foram diagnosticadas no operar do curso, justificam-se também na própria função da Universidade de avaliar seus processos e resultados, de repensar e de garantir uma formação profissional sempre atualizada, orientada para a expectativa de carreira e para a inserção das pessoas no mercado de trabalho. Para tanto, o artigo parte de um breve histórico do curso, desde o lançamento até o processo de revisão, e discute a justificativa que desencadeou essa tarefa. Na seqüência, aborda o método utilizado durante o processo de revisão, que envolveu, além de toda a equipe de coordenação, alunos, professores e representantes das empresas parceiras do curso. Uma síntese dos pressupostos teóricos que embasam a proposta pedagógica do curso é realizada em seguida, como forma de orientar o item seguinte, qual seja, a apresentação da estrutura do curso após a revisão e a descrição dos seus programas de aprendizagem, metodologias de ensino e de avaliação. Por fim, antes das conciserações finais, faz-se uma síntese das principais características distintivas dessa proposta de curso. 2. UM BREVE HISTÓRICO O lançamento do GIL, em 2003, representava uma tentativa de dar conta do desafio estabelecido pelo Planejamento Estratégico da Universidade de que fossem criados cursos efetivamente inovadores em sua concepção epistemológica e metodológica. Algumas premissas orientaram a equipe responsável pelo desenvolvimento projeto na direção deste empreendimento: (1) a necessidade de ruptura com o modelo de educação universitária vigente; (2) a importância de garantir a profundidade e o rigor nos processos de ensino e de aprendizagem; (3) a imprescindibilidade de buscar uma proposta de curso com um formato arrojado e com características tais que lhe permitisse uma atualização permanente, numa consonância com o mundo em constantes e profundas incertezas e renovação. O modelo pedagógico deste curso de Administração foi pensado e estruturado como uma alternativa que pudesse contemplar o paradigma da construção do conhecimento em rede e que através de concepções basilares e de um formato que representasse um novo modelo para a educação superior, abandonasse do modelo mental e prático tradicional (ALCANTARA e BEHRENS, 2002 ). 2 De acordo com o primeiro projeto político-peadgógico deste curso (UNISINOS, 2002a), a partir dessa necessidade, e tendo presente a carência no mercado de cursos de Administração que enfatizassem a interação com o ambiente de trabalho e competências-chave, foram buscados alguns subsídios para a definição do curso naquele momento, dentre eles: pesquisa em publicações nacionais e internacionais, grupos de foco com alunos de escolas do ensino médio de Porto Alegre e da Região do Vale dos Sinos, discussões com profissionais de empresas da região, além de pesquisas internas da Universidade. Esses subsídios foram fundamentais na criação de uma proposta de curso significativamente inovadora, fazendo com que fosse denominado, internamente na Unisinos – juntamente com os cursos de Engenharia da Computação e de Realização Audiovisual – de Graduação de Referênciai (UNISINOS, 2002b). Tal denominação se justificava pelo fato de esses cursos servirem de “referência” para a criação dos projetos que viriam a ser desenvolvidos a partir de então, principalmente no que concerne à sua estrutura curricular – não disciplinar, à sua capacidade de fomentar a transdisciplinaridadeii e à concepção de avaliação baseada por competências. Ainda, o lançamento do GIL representava um dos importantes esforços da Unisinos visando ser, efetivamente, referência em algumas áreas (entre elas a de Administração). Nesse sentido, o modelo então adotado pelo curso visava fortalecer a área de Administração e apresentar a Unisinos como protagonista desta mudança. Essa intenção da Universidade começa a “ganhar vida” no número de inscritos no processo seletivo já no primeiro ano do curso: mais de 80 candidatos interessados nessa inovadora habilitação – e proposta de curso, fundamentalmente – da Administração. Dois anos depois, já em 2005, o curso obteve conceito máximo no processo de reconhecimento do MEC nos três quesitos avaliados – infra-estrutura, corpo docente e projeto pedagógico, chancelando que a Universidade estava no caminho certo. Vale destacar, adicionalmente, que a proposta do curso também foi reconhecida pelo meio empresarial, o que pôde ser constatado no interesse demonstrado por empresas que firmaram parceria com o curso, entre elas Springer Carrier, Lojas Colombo, Freios Controil e Muri, além de diversas empresas do Pólo de Informática de São Leopoldo. Tais parcerias se “operacionalizavam” na oferta de estágios, palestras de executivos, proposição de desafios e, inclusive, contribuições sobre temas importantes que deveriam ser abordados no curso. 3. JUSTIFICATIVA PARA O AJUSTE CURRICULAR Era de se esperar que todo o processo de implementação do curso representasse, também, um grande processo de aprendizagem para todos os envolvidos nessa nova concepção pedagógica e metodológica. Integração de conhecimentos e áreas, avaliação por competências, reuniões semanais do corpo docente, priorização das atividades práticas de aprendizagem, entre outras características, foram, naturalmente, gerando novos questionamentos e oportunizando novas avaliações críticas a cada Programa de Aprendizagem (PA) que se iniciava e terminava. Se por um lado o modelo permitia – e permitiu – o estímulo à construção bastante diferenciada de aprendizagem, por outro se foi observando o “muito” que ainda poderia ser implementado e ajustado no projeto de curso. 3 A própria natureza aberta e dinâmica do modelo do curso pressupunha, desde o seu projeto original, a necessidade de se realizar uma avaliação logo após cumprido o primeiro ciclo de todas as suas etapas. Assim, o estímulo para a avaliação e ajuste do projeto do curso está alicerçado numa extensa seara de informações reunidas ao longo desses quatro anos de existência. Passados pelo menos uma vez por todos os PAs (a primeira turma concluiu o curso em 18 de agosto de 2006), reúne-se um conjunto rico de contribuições dos diferentes sujeitos envolvidos nesse processo, as quais representam importantes subsídios para a revisão do curso ora apresentada. O grande desafio do processo de revisão foi o de manter e incrementar os diferenciais estabelecidos desde a gênese do curso (BORBA et al, 2004). Para tanto, adoutou-se o método de trabalho descrito no item seguinte. 4. MÉTODO ADOTADO PARA O PROCESSO DE REVISÃO DO CURSO O processo de revisão do curso envolveu a realização das seguintes etapas: (a) avaliação da situação, (b) revisão das competências previstas de serem desenvolvidas pelo curso e (c) planejamento das atividades. Cada uma dessas etapas é brevemente apresentada a saeguir: a) etapa de avaliação da situação: objetivando-se reunir o máximo de subsídios possível para orientar o processo de revisão do curso, a etapa de avaliação envolveu: - avaliação realizada pelos alunos de todas as turmas: conduzida periodicamente pela equipe de coordenação, essa avaliação buscava diagnosticar os principais pontos positivos e negativos do curso, identificando oportunidades de melhorias, conforme demonstra a Tabela 1: Tabela 1: Síntese da avaliação realizada pelos alunos Principais pontos positivos – Proposta pedagógica: Integração entre conteúdos, relação teoria e prática, desenvolvimento de habilidades e atitudes Oportunidades de melhoria – Criação de mais trabalhos práticos e integradores em cada PA – Metodologia empregada – Maior organização no seqüenciamento dos conteúdos – Corpo docente – Programação mais fixa – Turmas pequenas – Retorno sobre a avaliação pode ser mais claro – Atendimento individualizado – Maior duração dos estágios curriculares – Experiências internacionais – Ainda mais projetos realizados em empresas - avaliação realizada pelos coordenadores dos PAs (que concentram o retorno dado pelos respectivos professores de cada programa): essa avaliação também identificou os pontos mais positivos e as principais deficiências do curso, apontando como focos de ajustes, dentre outros: a revisão do processo de avaliação (condicionada, necessariamente, à revisão apurada das competências a serem desenvolvidas em cada PA); um melhor alinhamento entre os temas trabalhados em cada PA; a possibilidade de uma organização mais clara da estrutura do curso, 4 que facilite a compreensão tanto por parte dos professores quanto do mercado; e a implementação de desafios práticos e integradores em cada PA; - o feedback dado por representantes das empresas parceiras do curso, voltado principalmente à solicitação de um período mais intenso de estágio e à possibilidade de que, tão logo termine o período de estágio, os alunos possam ser efetivados (vindo esta solicitação a influenciar a decisão de oferta do último programa de aprendizagem no turno da noite). Apesar desta sugestão, cabe salientar que é extremamente positiva a avaliação realizada pelas empresas parceiras com relação ao desempenho obtido pelos alunos nas atividades práticas ambientadas nessas empresas. b) revisão das competências: esse processo ocorreu a partir de uma série de reuniões de trabalho da equipe de coordenação do curso, as quais eram subsídiadas por outras discussões envolvendo a maior parte dos professores que atuam no curso. Guiadas pela orientação do MEC com relação às competências dos egressos dos cursos de Administração, tais discussões partiam sempre de uma avaliação das competências desenvolvidas pelos alunos da primeira turma e da possibilidade de aperfeiçoamento desse processo. Da mesma forma, buscava-se sempre responder à pergunta “quais as competências que um profissional diferenciado em administração precisa demonstrar frente às demandas mais contemporâneas?”; c) planejamento das atividades: somente a partir da revisão das competências gerais do curso, e do seu desdobramento em competências de cada programa de aprendizagem, é que se pôde passar à fase de revisão dos conhecimentos necessários em cada programa e das atividades que deveriam ser planejadas, em cada área de conhecimento e na integração entre essas áreas, para dar conta dessas do desenvolvimento dessas competências. É importante destacar que esse processo de planejamento das atividades não deve ser definitivo nem engessado; um maior detalhamento dessas atividades deve se dar no momento de interação entre o final de um PA e o início do outro. 5. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS O currículo do curso Gestão para Inovação e Liderança é constituído por Programas de Aprendizagem (PAs) e envolve uma base de organização que se opõe ao sistema de disciplinas justapostas na grade curricular que realça a construção de um saber fragmentado e parcial, ou seja, os PAs inter-relacionam-se durante toda a formação profissional, sendo entendidos como espaços onde as diferentes experiências de vida acadêmica e pessoal dos envolvidos e as áreas do conhecimento se articulam a partir das metodologias utilizadas (GOMES, 2003). Os PAs são organizados tendo como premissas o contexto da realidade profissional do Administrador assim como as competências necessárias ao perfil do aluno em formação (UNISINOS, 2002b). Destaca-se a necessidade de que no currículo as competências previstas para serem desenvolvidas nas diversas atividades do curso estejam claramente definidas e que contribuam para a construção do perfil do egresso, exigindo, para isso, não somente a sua explicitação no projeto pedagógico mas que sejam alvo de um constante exercício de verificação, pelos docentes, em relação ao que está sendo planejado (DAUDT et all, 2006, p.8). O planejamento do conjunto dos elementos constitutivos de cada PA, que em seqüência constituem o curso, é da competência da equipe proponente de cada PA que deverá 5 considerar, para esta tarefa, especialmente o “aspecto ascensional de complexidade e profundidade do conhecimento a ser buscado em cada PA em particular, e no curso como um todo” (DAUDT, 2005, p.146) Além das peculiaridades formativas do profissional em questão, busca-se, ainda, garantir a flexibilidade na estrutura final do planejado de modo que, para atender as particularidades de cada turma ou momentos da realidade, estes PAs possam ser ajustados ainda no decorrer do processo, adequando-se às novas circunstâncias e ao surgimento de novos conhecimentos ou informações. A proposta didático-pedagógica e o processo de conhecimento, desenvolvido em rede, expressam uma organização que não está alicerçada sobre a determinação de um currículo fixo, mas na união dos conhecimentos de distintas áreas, ultrapassando a lógica da racionalidade instrumental (CAPRA, 2002). Com efeito, o grande valor epistemológico dos saberes assim construídos reside em sua capacidade de levar os indivíduos a atualizarem-se no seu modo de ver e de estar no mundo acadêmico, apoiando-os de certa forma, no processo de acompanhar os movimentos e as mudanças produzidas na comunidade científico-acadêmica em atividade. 6. A ESTRUTURA DO PROJETO REVISADO Na revisão, o curso teve o seu percurso redesenhado em sete Programas de Aprendizagem (PAs), uma evolução de 130 horas na sua carga-horária total, passando para 4.340 horas (mantendo-se as 80 horas de atividades complementares). A organização de cada PA, comforme já comentado, resulta de um planejamento que inclui a prospecção da sua articulação com o PA subseqüente, tendo como fim levar o aluno ao aprofundamento e ampliação dos conhecimentos no transcorrer do curso. Os PAs são: (1) O Mundo Contemporâneo: diagnósticos e perspectivas; (2) Fundamentos de Gestão; (3) Processos Empresariais; (4) Desenvolvimento de Produto; (5) Estratégia e Competitividade; (6) Empreendedorismo; e (7) Planejando o Futuro, conforme demonstra a figura apresentada na página seguinte De acordo com essa Figura 1, observa-se a seqüência lógica prevista de desenvolvimento dos 7 programas de aprendizagem, destacando, à direita, algumas das principais atividades presentes em cada um desses programas. Transversalmente a todos os PAs encontram-se os dois eixos principais, e que dão nome ao curso: Inovação e Liderança. Ou seja, em cada PA são definidas, além das competências gerais do PA, as competências relacionadas a esses dois temas, as quais vão sendo desenvolvidas num crescendo ao longo do curso, seja em oficinas ou seminários específicos sobre os temas, seja na abordagem dada pelas outras oficinas temáticas e demais recursos metodológicos. 6 Programas de Aprendizagem (PAs) Principais atividades por PA PA7 – Planejando o futuro (noites) (300 horas) Desenvolvimento do plano de carreira Jogos de emresas Trabalho de conclusão do curso PA6 – Empreendedorismo (660 horas) Desenvolvimento de um plano de negócios Estágio II: 300 horas, todas as tardes Intercâmbio Internacional II: 3 semanas Projeto integrador: planejamento envolvendo diferentes áreas PA4 – Desenvolvimento de produto (660 horas) Desenvolvimento de um novo produto Intercâmbio Internacional I: 3 semanas PA3 – Processos empresariais (660 horas) Estudo de caso aplicado e integrador Estágio I: 30 horas, todas as áreas 1º ano PA2 – Fundamentos de gestão (660 horas) PA1 – O mundo contemporâneo: diagnósticos e perspectivas (660 horas) LIDERANÇA PA5 – Estratégia e competitividade (660 horas) INOVAÇÃO 2º ano 3º ano Figura 1: Programas de Aprendizagem e principais atividades. Projeto de aprendizagem: estudo de caso Trabalhos integradores Gestão de projeto social Projeto de aprendizagem: proposta de pesquisa com articulação dos diferentes saberes Cada PA do curso mantém uma estreita relação com o PA subseqüente, percebida nos encaminhamentos adotados para o momento seguinte, estes que serão sempre definidos a partir do diagnóstico da aprendizagem dos alunos e da avaliação do processo vivido e observado no trabalho realizado. Por esta razão, o projeto do curso preocupa-se, principalmente, em mapear as competências (conteúdos, habilidades e atitudes) formadoras do Administrador, e atribuir ao curso uma seqüência geral, sendo que o planejamento mais detalhado de cada componente de PA se dá apenas ao final do PA que o antecede, depois de identificadas as demandas para o momento seguinte. O aspecto sistêmico desta proposta respalda-se na compreensão do conhecimento como um todo constituído pelo interrelacionamento dinâmico entre seus elementos interligados e interdependentes (UNISINOS, 2002b). A seguir apresenta-se uma breve descrição de cada PA (UNISINOS, 2006), bem como das metodologias de ensino-aprendizagem e do processo de avaliação previsto no curso. 6.1 Programas de Aprendizagem - Programa de Aprendizagem I – O mundo contemporâneo: diagnósticos e perspectivas. Este programa tem por objetivo identificar os níveis de competência já adquiridos pelos alunos e 7 alunas antes do ingresso na Universidade e aqueles que necessitam ser desenvolvidos para dar conta dos níveis de complexidade exigidos pelo curso e definidos no perfil e competências do egresso. O conceito “Aprender a Aprender”iii é central neste PA, pois é a base para o aluno adquirir responsabilidade pela própria formação, desenvolver a competência de buscar o conhecimento e identificar em si próprio lacunas e potencialidades em sua formação. Também, neste programa, o aluno iniciará a compreensão da evolução dos conceitos de administração, numa perspectiva histórica, considerando o contexto econômico, social, político e cultural de cada época. - Programa de Aprendizagem II – Neste programa, os alunos deverão compreender os fundamentos de gestão em uma perspectiva cronológica, a partir da segunda guerra mundial, considerando o contexto econômico e social da época, até os dias atuais. A composição deste PA reflete a necessidade de trabalhar os elementos constitutivos da realidade econômica e social que servem de substrato concreto para o espaço da gestão organizacional, a partir do resgate da análise de teorias que contribuíram para a compreensão da constituição da Administração no mundo. - Programa de Aprendizagem III – Este programa tem como objetivo principal compreender, a partir de uma visão sistêmica, a contribuição das diferentes áreas da administração – produção, recursos humanos, finanças, marketing, custos – para o processo de decisão em gestão. Além dos conceitos e aplicações práticas dos processos administrativos, o programa visa ainda entender a importância das abordagens hard e soft, raciocínio lógico, aspectos qualitativos, simulações de problemas reais, processo cognitivo, discussão dos contrários, razão e sensibilidade. - Programa de Aprendizagem IV – Este programa de aprendizagem tem como objetivo explorar e aprofundar os conteúdos das áreas da administração, tendo como foco as diferentes aplicações necessárias para o desenvolvimento de novos produtos. Será explorado todo o ciclo de desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços a partir de uma visão conjunta das áreas da administração, tendo o viés mercadológico de marketing, estrutural e executivo da produção, formador e comportamental de recursos humanos e controlador e analítico das áreas de finanças e custos. - Programa de Aprendizagem V – O objetivo do programa é desenvolver, no aluno, a capacidade de identificar, analisar e propor estratégias organizacionais, considerando os panoramas social, econômico e ambiental e com uma visão de amplitude local, regional e internacional. O programa objetiva, também, coordenar todos os conteúdos trabalhados nos programas anteriores visando a elaboração de modelos e ferramentas de gestão. - Programa de Aprendizagem VI – Neste programa, os alunos deverão desenvolver o empreendedorismo e, a partir de uma idéia individual, transformá-la em uma oportunidade de produto ou serviço que faça uma empresa nascer ou crescer (pequena, média ou grande), contribuindo para o desenvolvimento de sua comunidade. Além disso, os alunos conhecerão como atuam e como são criados os negócios/empreendimentos tradicionais, sociais e de novas tecnologias. Terá como objetivo, ainda, a estruturação de oportunidades de negócio/empreendimento em todos os seus aspectos, uma oportunidade voltada para as micro e pequenas empresas/instituições e outra para as médias e grandes empresas/instituições. Será enfatizado o desenvolvimento destas oportunidades por intermédio da articulação de diversas áreas da administração. 8 - Programa de Aprendizagem VII – Este programa tem como objetivo realizar um resgate e síntese das vivências dos alunos ao longo do curso, e auxiliá-los no planejamento e continuidade de seu desenvolvimento e formação como profissionais. Visa, também, proporcionar aos alunos a possibilidade de refletirem e planejarem seu futuro profissional, seja por meio do desenvolvimento de competências em conteúdos específicos de gestão, seja por meio do desenvolvimento de capacidades de argumentação de suas idéias com profissionais experientes. 6.2 Metodologias de ensino-aprendizagem e o processo de avaliação no curso As metodologiasiv desenvolvidas nos Programas de Aprendizagem da GIL são orientadas a ter como pressupostos: o progresso individual na aprendizagem e o desenvolvimento de cada aluno, o incentivo ao desenvolvimento da autonomia intelectual, da criatividade e da próatividade. Devem ainda estimular a curiosidade científica pela proposição de atividades investigativas, a interdisciplinaridade, a interatividade e a aprendizagem cooperativa. Embora a construção do conhecimento seja sempre um processo individual, a premissa de que ele também depende das interações estabelecidas pelo sujeito com o meio e das perturbações que este sofre ao relacionar o que já conhecia ao que lhe é apresentado, justifica o especial destaque às atividades de interações e cooperação presentes na proposta formativa do curso. A avaliação da aprendizagem nos domínios do curso é compreendida como constitutiva do processo formativo de competências, devendo realizar-se, tanto nas modalidades quanto nos critérios utilizados, sempre em consonância com as concepções epistemológicas, princípios e pressupostos teóricos que orientam o projeto do curso. Assim, pode-se dizer que o objetivo da avaliação, no contexto desta graduação, é, então, “possibilitar o diagnóstico e o acompanhamento da aprendizagem, para a reorientação e a superação de dificuldades observadas, além de instigar o desenvolvimento pessoal e ajustes na prática docente” (DAUDT e MALLMANN, 2003, p.11). Quanto à metodologia para a avaliação, esta considera, em primeiro lugar, que este deve ser um processo centrado na aprendizagem e não na pessoa, em segundo, que a avaliação deve ser realizada considerando sempre o aluno em relação a ele mesmo e não em comparação os demais, e em terceiro, que os critérios para a sua concretização devem ser conhecidos e assumidos coletivamente por professores e alunos. Visando colocar em prática o sentido que a idéia de avaliação processual abarca, cada aluno ou grupo de alunos é informado regularmente a respeito das percepções de cada professor sobre as atividades em andamento. À devolução dessas avaliações parciais são agregadas sugestões de complementação dos estudos, aprofundamento dos temas ou ainda outros encaminhamentos de cunho pedagógico que possibilitem ao aluno reorientar a trajetória ainda durante o semestre. No curso, as observações relativas ao processo de aprendizagem de cada aluno são, no meio do percurso e ao final de cada PA, expressadas em pareceres individuais da aprendizagem que além de dar ao estudante uma detalhada descrição do seu processo, encaminha, sempre que necessário, orientações que possam auxiliar no avanço da aprendizagem. 9 7. SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DO CURSO Como já comentado anteriormente, o processo de ajuste do projeto do GIL buscou não só manter como incrementar algumas das principais características distintivas do curso, as quais são sintetizadamente apresentadas a seguir: - Integração entre diferentes áreas: A integração entre as áreas está na gênese do curso, operacionalizada em diversas atividades presentes em cada um dos programas de aprendizagem e, especialmente, nas atividades integradoras de cada PA. Além disso, o curso oportuniza que os alunos tenham contato com diferentes competências da Universidade que, de alguma forma, possam contribuir para a formação integral do administrador, relacionadas, por exemplo, às áreas humanas e exatas. - Desenvolvimento de competências em inovação e liderança: além de contemplar todas as competências esperadas para o egresso de um curso de administração, a carga horária ampliada do curso (4.340 horas) permite o desenvolvimento de competências específicas de inovação e liderança, o que ocorre num crescendo ao longo dos sete PAs que formam o curso. - Intercâmbios Internacionais: essa atividade curricular tem como objetivo propiciar aos alunos contato com diferentes culturas, buscando a interação do aluno com realidades distintas, contribuindo para sua formação integral. São duas viagens internacionais, cujos programas ocorrem junto a instituições estrangeiras com sólida e reconhecida formação em administração e conveniadas com a Unisinos. Nos intercâmbios os alunos participam de aulas, palestras e seminários temáticos, organizados pelas Univeridades e planejados exclusivamente para essa finalidade. Além disso, visitam empresas e organizações de destaque da região, participam de atividades culturais e apresentam trabalhos sobre o Brasil. - Formação em língua inglesa: o aluno deste curso possui aulas de língua inglesa ao longo de todo o curso, contando, para esse fim, com atividades semanais permanentes de ensino da língua, nas quais se busca uma integração dos temas com as demais atividades dos alunos. - Ênfase em comunicação e expressão: Esta atividade permanente no curso, presente em todos os PAs, tem como objetivo principal desenvolver nos alunos a capacidade de comunicar-se e expressar-se, de forma oral e escrita, de acordo com diferentes contextos, sejam eles empresariais ou acadêmicos. - Tecnologia: o curso faz uso, desde o seu lançamento, da experiência da Universidade com o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) para a realização de atividades à distância – nãopresenciais. Além disso, conta com salas especiais com rede a cabo e rede wireless que, além de oportunizar a realização de teleconferência com universidades reconhecidas, utiliza o conceito de ilhas para trabalhos em equipe (integrar pessoas, projetos, áreas de conhecimento). Adicionalmente, cada aluno do curso recebe um laptop, desde o primeiro PA, para ser usado como ferramenta de trabalho em todas as atividades do curso; - Integração com empresas: convênios com empresas da região, percebendo-as como locais de aprendizagem. Espera-se que os trabalhos de sala de aula, de qualquer oficina do curso, tenham como “caso de estudo” os problemas reais enfrentados por essas empresas. Ao invés de trabalhar apenas com casos hipotéticos, os alunos atuam como consultores em casos reais, orientados por professores. Cabe salientar que a estutura flexível de organização das atividades do curso permite que os horários sejam administrados de forma a equilibrar o 10 tempo desdinado a essas demandas. Além disso, a integração com as empresas se evidencia na realização de palestras de executivos, na oportunização de espaços para estágios curriculares, em visitas temáticas e na disponibilização do acesso a informações para a realização de trabalhos práticos e do trabalho de conclusão do curso. - Pesquisa: ênfase à pesquisa na graduação, tendo como foco aplicações práticas de teorias administrativas. Espera-se, também, desenvolver a pesquisa dentro da lógica de integração disciplinar e projetos de pesquisa com foco transdisciplinar. - Atualização permanente dos saberes envolvidos: Mesmo que as grandes áreas e saberes propostos em cada PA não devam sofrer alterações nas diferentes edições do curso, os conteúdos específicos trabalhados podem ser articulados e redefinidos, a partir do perfil da turma, necessidade do mercado e da evolução na área de administração. - Processo de avaliação dos alunos no curso: conforme destacado no item 6.2 deste documento, a avaliação neste curso é processual, podendo ser composta por diferentes instrumentos. Cada atividade de ensino-aprendizagem realiza avaliações intermediárias que irão resultar em um parecer descritivo final do respectivo PA. Este parecer apresenta as avaliações finais por área e a avaliação global do PA em questão, também traduzida em um conceito. Este conceito final deve ser percebido como mais abrangente que o somatório dos conceitos individuais, e deve ser pautado na análise do desenvolvimento – ou não – das competências previstas no PA. - Acompanhamento individualizado: Um dos pontos mais destacados na avaliação realizada pelos alunos do curso refere-se ao tratamento individualizado que é dado aos discentes; o acompanhamento do desenvolvimento de competências dos alunos ocorre de maneira bastante personalizada por todos os professores. Além disso, o processo de avaliação envolve a devolução do parecer individual aos alunos, pelo coordenador do programa de aprendizagem, e uma discussão com o grupo de alunos sobre as atividades realizadas. - Planejamento de carreira: o último programa de aprendizagem compreende uma oficina voltada especificamente ao planejamento do percurso profissional do aluno formando. A partir de um resgate das competências e dos projetos desenvolvidos pelo aluno, este é auxiliado na preparação de seu currículo e na análise de cenários profissionais que o possibilitem a criação de um plano para o futuro. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi o de atender à sugestão feita por Borba et al (2004) no sentido de acompanhar a experiência da UNISINOS de inovação em um curso de Administração. Após quatro anos do lançamento do curso, era previsto que o projeto político-pedagógico passasse por um processo de revisão e ajuste curricular. O principal desafio desse processo de revisão foi o de preservar aquilo que já havia sido ratificado pelo grupo de professores, alunos e parceiros do curso, ou seja, a qualidade da proposta, mantendo e incrementando aquelas características que fazem do Curso de Administração – Habilitação Gestão para Inovação e Liderança um projeto efetivamente consistente e inovador. Em síntese, as principais alterações realizadas no projeto de ajuste do curso são: 11 - o redimensionamento dos programas de aprendizagem à lógica – e carga-horária – semestral (mantendo-se os princípios pedagógicos que nortearam o projeto desde a sua concepção original); - a revisão e atualização das competências esperadas para o egresso, desencadeando também, obrigatoriamente, na revisão das competências de cada programa de aprendizagem; - a readequação das diferentes atividades (oficinas temáticas, seminários, etc.) em cada programa de aprendizagem, de acordo com os respectivos objetivos e competências; - o planejamento, e conseqüente estímulo, de uma maior interação dos alunos com o mercado de trabalho, concretizado na inclusão de mais atividades práticas junto a empresas parceiras do curso, na ampliação do segundo estágio curricular, que passa a ser realizado ao longo de todas as tardes no sexo PA (período em que os alunos passam a ter aulas somente pelas manhãs) e na oferta do sétimo e último PA no turno da noite; - a revisão das competências relacionadas aos dois eixos centrais do – e que dão nome ao – curso: inovação e liderança, o que resultará numa formação legítima e muito mais consistente acerca dessas duas temáticas; e - o planejamento de um programa de aprendizagem principalmente voltado ao desenvolvimento mais consistente do perfil empreendedor dos alunos, seja para prepará-los ao desenvolvimento de novos negócios, seja para incentivá-los à atitude empreendedora per se. Uma avaliação dos passos iniciais no mercado de trabalho por parte da primeira turma de formados no curso evidencia que a proposta está no caminho certo. Apesar de muito jovens, tais alunos têm conquistado posições promissoras nos mais diferentes contextos organizacionais, estando a maioria desempenhando atividades profissionais de destaque ou com potencial de crescimento, ou mesmo complementando seus estudos em programas de pós-graduação. Faz-se necessário, em um futuro próximo, como possíveis desdobramentos deste trabalho, o acompanhamento dos demais egressos em suas experiências no mercado de trabalho, como forma de se buscar evidências externas da qualidade da formação pretendida por esse projeto de curso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCANTARA, Paulo R.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Renovação da prática pedagógica: a busca por processos centrados no educador. In: IV Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2002, Florianópolis. Anais (CD-Rom). Florianópolis: ANPEdSul, 2002. ANDREOLA, Balduino Antonio. Interdisciplinaridade na obra de Freire: uma pedagogia da simbiogênese e da solidariedade. In: STRECK, Danilo; REDIN, Euclides; MÄDCHE, Flávia (orgs.) et al. Paulo Freire. “Ética, utopia e educação. Petrópolis”: Vozes, 1998. BORBA, Gustavo Severo de; SILVEIRA, Teniza da; FAGGION, Gilberto. Praticando o que ensinamos: inovação na oferta do curso de graduação em Administração – Gestão para Inovação e Liderança da UNISINOS. Anais do XXVIII EnANPAD, Curitiba, 2004 BORBA, Gustavo Severo de; SILVEIRA, Teniza da; FAGGION, Gilberto. Praticando o que ensinamos: inovação na oferta do curso de graduação em Administração – Gestão para 12 Inovação e Liderança da UNISINOS. Organizações e Sociedade, v. 12, n. 35, p. 165-182. Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, Out/Dez, 2005 CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas. Ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002. CUNHA, Maria Isabel. O professor universitário na transição de paradigmas. Araraquara: JM editora, 1998. p.53. DAUDT, Sônia I.D.Da uni-versidade para a multi-versidade: redes de ação e convivência em uma proposta de graduação com o uso de um AVA. 2005.Tese (Doutorado em Informática na Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. DAUDT, Sônia D.; MALLMANN, Marly T. A Nova Graduação na UNISINOS: compartilhando a experiência de um ato pedagógico. Revista brasileira de enfermagem, Brasília (DF), vol.56, n.4, p.353-357, jul /ago 2003. p.11. DAUDT, Sônia; DUTRA, Silvia; ELIAS, Carime. O conceito de competência e seus desdobramentos didático-pedagógicos na Unisinos.Unisinos, 2006, p.8. Documento do PLANEST. Princípios e pressupostos norteadores para a construção de uma nova graduação de referência. São Leopoldo: UNISINOS, dez. 2002 Documento do PLANEST. Entendimento dos eixos transdisciplinares. São Leopoldo: UNISINOS, maio 2002. GOMES, Pedro Gilberto. A nova academia. UNISINOS em Revista, São Leopoldo, n.º 69, fev. 2003. PERRENOUD, Philippe. Ensinar: Agir na urgência, decidir na incerteza.. Porto Alegre: Artmed, 1999. RESOLUÇÃO CSE/CNE 004/2005. RAMALHO, Betânia; NUÑEZ, Isauro. Competência como o fio condutor da formação profissional: o desafio possível. In: OLIVEIRA, Vilma (org.). O sentido das competências no Projeto Político-Pedagógico. Natal: Edufrn, 2004. p. 35-54. UNISINIOS. Resolução CONSUN nº 039/99, 1999. UNISINOS. Projeto do Curso de Administração: Gestão para Inovação e Liderança. Centro de Ciências Econômicas, São Leopoldo: 2002a. UNISINOS. Princípios e Pressupostos Norteadores para a Construção de uma Nova Graduação. São Leopoldo: Unisinos, 2002b. UNISINOS. Programas de Aprendizagem e Educação por Toda Vida. São Leopoldo: Unisinos, 2003. UNISINOS. Linguagem Organizacional. São Leopoldo, 2005 UNISINOS. Projeto Político-Pedafógico do Curso de Administração de Empresas: Gestão para Inovação e Liderança. Centro de Ciências Econômicas, São Leopoldo: 2006. i Graduação de Referência foi a primeira referência dada pelo grupo homônimo do PLANEST a esses cursos, que posteriormente passaram a ser denominados de Nova Graduação. ii A transdisciplinaridade vai além das disciplinas; é permeada por uma ação interdisciplinar, que significa promover uma interação entre diferentes disciplinas a partir de uma ação cooperativa em que a relação dos saberes se dará pelo estudo de um objeto comum de aprendizagem. “Somente a retotalização através de um processo dialógico interdisciplinar poderá reconstituir a unidade, numa dimensão que transcende o fragmentário, o específico, o parcial, para além das ciências específicas, num nível, por isso mesmo, transdisciplinar.” (ANDREOLA, 1999, p.88) iii Um dos quatro eixos fundamentais, definidos pela UNESCO, e que devem nortear a educação no século XXI.Os demais eixos são: aprender a fazer, aprender a conviver a aprender a ser. iv Entre as metodologias possíveis para este modelo de curso, algumas são sugeridas, como por exemplo: projetos de aprendizagem, resolução de Casos, Desafios e Problemas, Oficinas, Laboratórios, Seminários, Workshops, entre outras (BORBA et all, 2004, p.8-9) 13