DANIELE JUNE DE CAMARGO JANAINA KIREMETDJIAN CAIROLLI VANDEIR MOREIRA CAETANO SISTEMAS DE CORREDORES URBANOS DAS CIDADES DE CURITIBA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO. SÃO PAULO 2012 2 DANIELE JUNE DE CAMARGO JANAINA KIREMETDJIAN CAIROLLI VANDEIR MOREIRA CAETANO SISTEMAS DE CORREDORES URBANOS DAS CIDADES DE CURITIBA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Prof. Me. CÉLIO DARONCHO SÃO PAULO 2012 3 DANIELE JUNE DE CAMARGO JANAINA KIREMETDJIAN CAIROLLI VANDEIR MOREIRA CAETANO SISTEMAS DE CORREDORES URBANOS DAS CIDADES DE CURITIBA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho de Sistemas de corredores urbanos de ônibus das cidades de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo em: 14 de novembro de 2012. ______________________________________________ Prof. Me. CÉLIO DARONCHO ______________________________________________ Prof. Dr° DANIEL ANIJAR DE MATOS Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Aos nossos familiares e amigos pelo apoio e incentivo. 5 AGRADECIMENTOS Aos professores Me. Célio Daroncho e Dr° Wilson Shoji Iyomasa, pela orientação e dedicação durante a execução deste trabalho. À URBS, representada pela Sra. Silvia Mara dos Santos Ramos, à EPTC, representada pelo Sr. Flávio Antônio Tomelero Jr., à SPTrans, representada pelo Sr. Fábio Carvalho e a todos os funcionários destas que nos atenderam de forma ágil e solícita. A Deus por nossas vidas, aos nossos familiares e amigos por todo apoio e incentivo aos estudos. 6 RESUMO Este trabalho tem como objetivo principal estudar os sistemas de corredores urbanos das cidades de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, fundamentado em bibliografias atualizadas e levantamentos de campo. Tais levantamentos foram realizados em Curitiba, corredor do Terminal Carmo ao Terminal Boqueirão; Porto Alegre, trajeto da linha T5, que passa pelo corredor Osvaldo Aranha; e São Paulo, corredor Nove de Julho e Expresso Tiradentes. A escolha das regiões de estudo baseou-se no desenvolvimento e formato de seus sistemas de transporte público por ônibus. Curitiba foi escolhida por possuir o primeiro BRT do mundo, sendo pioneira no conceito; Porto Alegre por possuir uma organização diferenciada das malhas; e São Paulo por ser a cidade com maior extensão de vias de ônibus exclusivas do mundo. A escolha das vias ocorreu em função de sua importância ou extensão. As informações coletadas tanto nas bibliografias como no campo foram reunidas em três grupos de indicadores (quantitativos, temporais e qualitativos), que permitiram a análise das características de cada sistema, identificando os pontos de melhor desempenho e os que requerem maior atenção. Palavras Chave: Corredores Urbanos, BRT e Ônibus. 7 ABSTRACT This work has as main objective to study the systems of urban corridors in the cities of Curitiba, Porto Alegre and São Paulo. It was grounded in actual bibliographies and field surveys. These surveys were performed in Curitiba from the “Carmo” terminal to the “Boqueirão” terminal, in Porto Alegre it was considered the route of the “T5” line which passes through the “Osvaldo Aranha” bus corridor and in São Paulo it contemplates the “Nove de Julho” bus corridor and the “Expresso Tiradentes” bus corridor. The choice of the regions to elaborate this study was based on the development and format of each systems of public transportation by bus. Curitiba was chosen because it is the city that keeps the first BRT (Bus Rapid Transit) of the world; it is the pioneer city in this concept. Porto Alegre was chosen due to the differentiated organization of the mass transit lines and São Paulo was chosen because it is the city which has the largest expanse of exclusive bus ways in the world. The chosen of the pathways was due to its importance or extension. The information collected on the bibliographies and either in the field surveys was gathered in three groups of indicators (quantitative, qualitative and temporal). This organization allowed the analyses of the characteristics of each system, identifying the points of better performance and the ones that require more attention. Key Worlds: Urban Corridors, BRT and Bus. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 - Consequências da ineficiência do transporte público ............................ 32 Figura 3.2 - Modais de transporte público por ônibus. .............................................. 33 Figura 3.3 – Serviço de ônibus convencional. ........................................................... 34 Figura 3.4 – Faixa de ônibus obstruída por veículos estacionados ........................... 35 Figura 3.5 – Design de BRT ...................................................................................... 37 Figura 4.1 – Corredores de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo ................................ 41 Figura 4.2 – Localização geográfica de Curitiba ....................................................... 42 Figura 4.3 - Marcos importantes ligados ao planejamento urbano ............................ 43 Figura 4.4 – Tripé base para elaboração da lei de zoneamento ............................... 43 Figura 4.5 – Planejamento do zoneamento da cidade .............................................. 44 Figura 4.6 – Sistema trinário de vias ......................................................................... 45 Figura 4.7 – Municípios integrados ao sistema RIT .................................................. 46 Figura 4.8 – Estruturação viária ................................................................................ 47 Figura 4.9 – BRT do eixo Linha Verde ...................................................................... 48 Figura 4.10 – Integração do sistema viário................................................................ 49 Figura 4.11 – Composição da frota ........................................................................... 50 Figura 4.12 – Terminal de integração ........................................................................ 51 Figura 4.13 – Estações tubo...................................................................................... 51 Figura 4.14 - Câmera de monitoramento .................................................................. 52 Figura 4.15– Itens de acessibilidade nos terminais e estações tubo......................... 53 Figura 4.16 - Itens de acessibilidade nos veículos e sistema de informação ao usuário ...................................................................................................................... 54 Figura 4.17 – Modelo esquemático de um terminal de integração ............................ 55 Figura 4.18 - Localização geográfica de Porto Alegre............................................... 56 Figura 4.19 - Rede radial com linhas tronco-alimentadas ......................................... 57 Figura 4.20 - Sistema de linha troncal com linhas alimentadoras. ............................ 58 Figura 4.21 - Organização da rede............................................................................ 58 Figura 4.22 - Linhas transversais, circulares e eixos viários de POA ........................ 59 Figura 4.23 – Participação de mercado dos consórcios - 2011 ................................. 60 Figura 4.24 - Estação do corredor Osvaldo Aranha .................................................. 61 Figura 4.25 - Veículo com embarque em nível e desnível interno ............................. 61 Figura 4.26 - Faixa exclusiva com operação de ônibus convencional ....................... 62 9 Figura 4.27 - Via segregada e faixa demarcada por pintura ..................................... 62 Figura 4.28 - Cobrança interna no veículo com bilhetagem eletrônica ...................... 63 Figura 4.29 - Informação disponível nos pontos e paradas ....................................... 63 Figura 4.30 - Sistema de videomonitoramento .......................................................... 64 Figura 4.31 - Sistema de controle de monitoramento da mobilidade ........................ 65 Figura 4.32 - Ônibus com identificação de adaptação para PNE .............................. 66 Figura 4.33 – Veículo com piso rebaixado e rampa mecânica .................................. 66 Figura 4.34 – Box reservado para PNE ..................................................................... 67 Figura 4.35 – Rampa de acesso ao terminal aeroporto ............................................ 67 Figura 4.36 – Esquema de integração de ônibus com linha alimentadora gratuita e paga. ......................................................................................................................... 68 Figura 4.37 – Esquema de integração entre ônibus e trem. ...................................... 69 Figura 4.38 - Localização geográfica da cidade de São Paulo ................................. 70 Figura 4.39 – Ônibus biarticulado.............................................................................. 71 Figura 4.40 Sistema de linhas estruturais alimentado por linhas locais .................... 72 Figura 4.41 – Organização do transporte coletivo em São Paulo ............................. 73 Figura 4.42 – Terminais estudados em São Paulo. ................................................... 74 Figura 4.43 - Pontos de ônibus cobertos ................................................................... 75 Figura 4.44 - Pontos de ônibus descobertos. ............................................................ 75 Figura 4.45 – Acesso em nível e desnível / piso em nível e desnível. ...................... 76 Figura 4.46 - Corredor Expresso Tiradentes ............................................................. 77 Figura 4.47 –Corredor Santo Amaro/Nove de Julho. ................................................ 77 Figura 4.48 - Pré-pagamento de passagem .............................................................. 78 Figura 4.49 - Formas de pagamento de passagem ................................................... 78 Figura 4.50 - Sistema de monitoramento .................................................................. 79 Figura 4.51 – Acessibilidade ..................................................................................... 80 Figura 4.52 - Formas de integração .......................................................................... 81 Figura 5.1 – Média geral da avaliação dos usuários ................................................. 87 Figura 5.2 – Satisfação dos usuários quanto ao serviço de ônibus........................... 88 Figura 1 - Avaliação geral dos usuários por item .................................................... 100 Figura 2 – Avaliação geral dos usuários: Melhores e Piores Itens .......................... 101 Figura 3 – Satisfação dos usuários por faixa etária ................................................. 102 Figura 4 – Formulário para pesquisa de satisfação................................................. 103 10 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 - Evolução das viagens por modo (milhões de viagens/ano) .................. 26 Tabela 3.2 – Capacidade por Modalidades ............................................................... 27 Tabela 3.3 – Prazos e Custos de Implantação .......................................................... 28 Tabela 3.4 – Tempo Gasto em Deslocamento .......................................................... 29 Tabela 3.5 - Comparação qualitativa entre sistemas de BRT implantados no Brasil 39 Tabela 4.1 – Corredores e pistas compartilhadas de ônibus de Porto Alegre ........... 60 Tabela 4.2 - Corredores e vias da Cidade de São Paulo .......................................... 74 Tabela 4.3 – Idade média da frota............................................................................. 76 Tabela 5.1 – Indicadores quantitativos ...................................................................... 82 Tabela 5.2 – Indicadores temporais .......................................................................... 83 Tabela 5.3 – Indicadores qualitativos ........................................................................ 84 Tabela 5.4 – Detalhamento da análise de acessibilidade ......................................... 85 Tabela 5.5 – Detalhamento da pesquisa de satisfação ............................................. 86 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANTP Associação Nacional dos Transportes Públicos TP Transporte Público EUA Estados Unidos da América IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística BRT Bus Rapid Transit VLT Veículo Leve sobre Trilhos Sptrans São Paulo Transportes ITDP Institute for Transportation & Development Policy GPS Sistema Global de Posicionamento SIM Sistema Integrado de Monitoramento POA Porto Alegre SP São Paulo RS Rio Grande do Sul SEED Superintendência da Educação AVL Automatic Vehicle Locating System PMV Variable Message Signs CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos URBS Urbanização de Curitiba S.A. IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba RIT Rede Integrada de Transporte CCO Centro de Controle Operacional PMPA Prefeitura Municipal de Porto Alegre EPTC Empresa Pública de Transporte e Circulação CECOMM Central de Controle e Monitoramento da Mobilidade PNE Portador de Necessidade Especial 12 LISTA DE SÍMBOLOS Km Quilômetro Km² Quilômetro ao quadrado hab. Habitantes hab/Km Habitante por quilômetro hab/Km² Habitante por quilômetro quadrado Km/h Quilômetro por hora min. Minuto pass/m² Passageiro por metro quadrado pass/dia Passageiro por dia % Porcentagem °C Graus Celsius p/h/d Passageiros por hora direção R$ Moeda brasileira – Real US$ Moeda americana - Dólar ext. Extensão s/usuário Sem usuário veíc/h Veículo por hora n° Número m Metro Km/Km² Quilômetro por quilômetro ao quadrado R$/Km Reais por quilômetro Min/Km Minuto por quilômetro 13 SUMÁRIO p. 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 1.1 Objetivos ...................................................................................................... 16 1.2 Justificativas ................................................................................................. 17 1.3 Abrangência ................................................................................................. 18 2 MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................. 19 3 TRANSPORTE PÚBLICO URBANO .................................................................. 20 3.1 Evolução histórica ........................................................................................ 20 3.2 O Transporte Público na Atualidade ............................................................ 22 3.3 Mobilidade Urbana no Brasil ........................................................................ 24 3.3.1 Capacidade ........................................................................................... 26 3.3.2 Prazos e Custos .................................................................................... 27 3.3.3 Velocidade e Tempo de Acesso ............................................................ 28 3.3.4 Qualidade e Conforto............................................................................. 29 3.4 4 Transporte Rodoviário Urbano de Massa ..................................................... 30 3.4.1 Planejamento ......................................................................................... 31 3.4.2 Tipos de Sistema Rodoviário Urbano .................................................... 32 COMPARATIVO: CURITIBA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO ....................... 41 4.1 Curitiba ......................................................................................................... 42 4.1.1 4.2 Porto Alegre ................................................................................................. 56 4.2.1 4.3 Funcionamento do Sistema ................................................................... 44 Funcionamento do Sistema ................................................................... 57 São Paulo..................................................................................................... 69 4.3.1 Funcionamento do Sistema ................................................................... 71 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 82 6 CONCLUSÕES .................................................................................................. 90 7 RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 91 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 92 APÊNDICE A............................................................................................................. 99 ANEXO A ................................................................................................................ 104 14 1 INTRODUÇÃO Desde os primórdios da humanidade o ser humano sente necessidade de locomover-se. Para suprir esta necessidade os Romanos criaram o carpentum, considerado o primeiro transporte de passageiros do qual se têm registros. Este transporte, que utilizava carros movidos por animais, tinha como objetivo explorar todo o vasto território Romano. Em 1662, em Paris, inicia-se a utilização das primeiras carruagens públicas e diligências, usadas como transporte público das classes mais abastadas. No Brasil, os primeiros indícios da utilização do transporte datam do século XIX, quando os senhores eram transportados por seus escravos em liteiras1 ou redes2. A população só passa a ter acesso aos meios de transporte de massa em 1837, com o uso das gôndolas, na cidade do Rio de Janeiro, e do primeiro ônibus, em Petrópolis, ambos movidos à tração animal. Neste mesmo período chega ao país a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no séc. XVIII, desencadeando o início do êxodo rural devido à mecanização das atividades agrícolas. Este fenômeno atraiu para os centros urbanos a população que estava em busca de melhores condições de vida, aumento, assim, a necessidade de utilização de transportes públicos. Hoje, com a globalização e a expansão dos centros urbanos, aproximadamente 85% da população concentra-se nestas áreas, gerando grande necessidade de locomoção por meio dos diversos sistemas disponíveis. O acelerado processo de urbanização sem planejamento adequado gera consequências indesejáveis, como congestionamentos e a perda de qualidade no transporte coletivo, responsável pela individualização do transporte, que resulta no crescimento dos níveis de poluentes, provocando o aumento dos problemas de saúde e do meio-ambiente das áreas centrais. 1 Liteira (s.f.) - Antigo veículo sem rodas, suspenso, por varais, de duas bestas que iam uma adiante e a outra atrás (PRIBERAM, Dicionário da língua portuguesa, 2012). 2 Rede (s.f.) - Artefacto, de tecido ou malha resistente, suspenso pelas duas extremidades (...) (PRIBERAM, Dicionário da língua portuguesa, 2012). 15 Visando atenuar estes problemas, o metrô é colocado como a grande solução, porém a viabilidade de seus projetos torna sua implantação extremamente complexa e demorada, devido ao alto custo de investimento, às dificuldades de desapropriações, interferências locais, definições de rotas e ligações à rede existente. Devido a este contexto, o ônibus tem papel importantíssimo já que é o principal meio de transporte de massa do Brasil. Portanto, torna-se importante estudar as formas de organização e distribuição do sistema, comparando suas eficiências. As localidades escolhidas para estudo (São Paulo, Porto Alegre e Curitiba), permitem esta comparação por terem sistemas diferenciados de malha e de funcionamento. 16 1.1 Objetivos Reconhecer e avaliar as características do principal transporte público rodoviário urbano de massa da atualidade no Brasil, identificando os pontos de melhor desempenho e os que requerem maior atenção. Objetivos Gerais Estudar os tipos de sistemas de corredores de ônibus existentes, visando demonstrar as vantagens e desvantagens com relação ao atendimento da demanda dos grandes centros urbanos brasileiros. Objetivos Específicos Analisar os sistemas de transporte urbano de ônibus de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, destacando suas potencialidades e divergências. Investigar os aspectos organizacionais das malhas de distribuição destas linhas e criar indicadores para avaliar a eficiência técnica e a satisfação do usuário final em relação a cada um dos sistemas. 17 1.2 Justificativas Com a economia brasileira em ascensão houve considerável aumento do número de vagas de trabalho nos grandes centros urbanos. As áreas antes tratadas como periferia e que sofriam com a escassez de recursos públicos, hoje concentram grande parte da mão de obra, que tem a necessidade de deslocar-se diariamente desta periferia para estes centros. Em função disso a infraestrutura de transporte passou a receber grandes investimentos e obter grande notoriedade, mesmo que de forma insuficiente. Atualmente, uma organização de transporte adequada às necessidades e à geografia de dada região é de suma importância para seu desenvolvimento econômico. Em regiões mais desenvolvidas, como é o caso deste estudo, tem-se como principal enfoque o investimento na tecnologia e na racionalização do transporte, gerando melhor aproveitamento dos sistemas. Esta organização requer muito planejamento e investimento, interferindo diretamente na qualidade de vida da população. Segundo a ANTP - Associação Nacional Dos Transportes Públicos (2012 – p.39): “A carência e a baixa qualidade do TP3 oferecidos nas grandes e médias cidades do Brasil, muitas vezes resultado de uma conjunção de fatos que fogem à competência dos operadores e gestores, somados a outros fatores, como o crescimento econômico e a uma política de incentivo ao transporte individual, promoveram uma migração sólida do TP coletivo para o modo individual”. Para reduzir o enfoque no transporte individual acredita-se que estudos sobre os modais de transporte público, principalmente de ônibus, trarão grandes benefícios para a sociedade e estimularão seu desenvolvimento, pois permitirão a integração das regiões periféricas aos grandes centros, o aumento da oferta de mão de obra, a maior qualidade de vida da população, além de promover benefícios ao meio ambiente. 3 TP – Transporte Público. 18 1.3 Abrangência O trabalho aborda o estudo do transporte público rodoviário de massa através da análise e comparação dos corredores de ônibus de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. Serão avaliados indicadores técnicos e de qualidade para determinar a eficiência de cada tipo de organização deste modal de transporte, apenas nas capitais citadas. Não haverá aprofundamento, por parte deste estudo, dos demais modais de transporte nem de suas eficiências ambientais, podendo os demais transportes serem apenas citados na conceituação do modal estudado e as eficiências ambientais, na comparação dos indicadores. O trabalho não abrange, seja em qualquer formato, o estudo de nenhuma outra localidade ou região, condições dos carros, análise de mão de obra, tipo de pavimento da via ou qualquer integração do sistema com os outros. Em suma, o estudo restringe-se a comparação da estrutura dos corredores das regiões escolhidas, com foco no atendimento à população. 19 2 MÉTODO DE TRABALHO Para a realização do trabalho foram coletadas informações técnicas, realizadas pesquisas bibliográficas e as informações organizadas de maneira lógica e abrangente objetivando seu desenvolvimento de forma clara e embasada. A conceituação e o entendimento dos sistemas de transporte de corredores urbanos foram subsidiados através de consultas a livros, artigos, publicações técnicas e normas específicas. Os modelos estudados: Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, foram escolhidos por estarem inseridos em grandes capitais e devido ao formato de seus sistemas de transporte público por ônibus. Para o estudo prático foram feitas visitas técnicas aos sistemas das cidades escolhidas, realizando-se levantamento de dados, registros fotográficos, pesquisa de satisfação com os usuários e visitas aos órgãos de gestão responsáveis. Este estudo permitiu comparações a partir da escolha de indicadores, enfatizando os aspectos positivos e identificando as diferenças entre os sistemas analisados. 20 3 TRANSPORTE PÚBLICO URBANO Emprega-se o termo transporte urbano como sendo o deslocamento de pessoas e mercadorias entre cidades e nos seus interiores, utilizando-se meios de transporte individuais ou coletivos. A facilidade para os deslocamentos é tão importante para a qualidade de vida da população quanto os serviços de abastecimento de água, luz, esgoto e telefone (FERRAZ e TORRES, 2001). 3.1 Evolução histórica De acordo com Ferraz e Torres (2001) e Stiel (2001) no transporte público coletivo, várias pessoas são transportadas juntas em um mesmo veículo. Seu surgimento data de 1600, em Paris, com as primeiras carruagens de aluguel puxadas por animais, antes disso, o deslocamento era realizado a pé ou com tração animal. Os primeiros serviços com itinerário e horários fixos foram organizados pelo Duque de Roaunez, por sugestão de Blaise Pascal, em 1662, utilizando-se de pequenas carruagens com oito lugares, que percorriam cinco linhas, transportando somente nobres, militares e ricos. Por ser um meio de transporte muito caro, pesado e percorrer ruas sem infraestrutura este sistema não obteve sucesso, sendo inutilizado em 1678 e gerando uma grande lacuna quanto à disponibilização de meios de transporte público no mundo. Em Nantes, na França, no ano de 1825, o TP (Transporte Público) volta a ser utilizado através de carruagens maiores, que levavam de 10 a 20 passageiros, após a criação de uma linha que ligava uma casa de banhos ao centro da cidade, onde os veículos ficavam estacionados em frente a uma loja de chapéus, que possuía uma placa com os dizeres “Omnes Omnibus” (tudo para todos), dando origem ao nome “ônibus”. Nesta época esses veículos também passam a operar em diversas cidades como Nova York, Londres e Bordeaux (STIEL, 2001). O grande salto na utilização do TP veio com a Revolução Industrial, tendo expressivo crescimento devido à necessidade de levar um grande número de operários para as fábricas, fazendo surgir, no ano de 1832, em Nova York, os primeiros bondes sobre trilhos, puxados por animais. Esta modificação proporcionou 21 maior conforto para os usuários e aumento da vida útil dos veículos já que permitiu o aumento da capacidade de transporte e da velocidade média (7 km/h, contra 5 km/h dos ônibus) (FERRAZ e TORRES, 2001). Conforme os mesmos autores a contínua necessidade de melhorias nos transportes fez surgir os bondes com tração mecânica, que utilizavam a propulsão a vapor no próprio veículo, porém fortes pressões populares levaram o sistema ao fracasso, devido a grande emissão de fumaça. Então, em 1873, na cidade de São Francisco, foi criado o bonde elétrico com tração a cabo. Os cabos eram tracionados por grandes motores a vapor situados nas extremidades das linhas, o que permitia atingir velocidade média de 15 Km/h, sendo utilizado em várias cidades do mesmo país. O bonde elétrico surgiu em Richmond nos EUA por volta de 1888. A energia elétrica conduzida pelos próprios trilhos causava muitos problemas, com isso os bondes foram alimentados por cabos elétricos aéreos. O menor custo de operação e maior segurança foram as principais vantagens da tração elétrica em relação à tração a cabo, pois a velocidade era praticamente igual (15 km/h). Concomitante ao desenvolvimento dos bondes elétricos surgiu, na Alemanha, França e Inglaterra, no ano de 1890, o ônibus com tração mecânica, movido à gasolina. Por volta do ano de 1920 foi criado, na Alemanha e Inglaterra, o ônibus movido a diesel, que substituiu os bondes. Suas desvantagens em relação ao ônibus a diesel foram a rigidez das rotas, custo superior e menor confiabilidade (FERRAZ e TORRES, 2001). Ainda segundo os autores, paralelamente a criação dos sistemas de transporte anteriormente citados surge o trem, em 1814, na Inglaterra, evoluindo, anos depois para o trem suburbano, por volta de 1850, quando as ferrovias começaram a transportar pessoas entre estações dos subúrbios e da zona central, operando principalmente nos horários de entrada e saída do trabalho. Como uma evolução destes trens suburbanos surge o metrô, em Londres, no ano de 1863, com linhas subterrâneas e, cinco anos depois, Nova York constrói a primeira linha elevada. Até o surgimento do automóvel em 1920, utilizava-se nas cidades, quase que exclusivamente, o transporte público. O automóvel particular permitiu maior 22 flexibilidade no tempo e espaço, deslocamentos porta a porta, maior conforto mesmo em condições atmosféricas adversas, privacidade e status. Nos EUA sua utilização ultrapassou aos transportes públicos por volta de 1935. (FERRAZ e TORRES, 2001). 3.2 O Transporte Público na Atualidade Segundo IBGE (2010) e Ferraz e Torres (2001), no Brasil mais de 160 milhões de habitantes vive nas cidades. Devido esta grande concentração populacional e considerando-se a mobilidade de pessoas e cargas primordial para o desenvolvimento econômico e social, o transporte torna-se essencial nas atividades comerciais, industriais, de educação e recreativas da população. Esta necessidade de locomoção, tanto das pessoas quanto das cargas, gera diversos motivos de viagens. Para as pessoas os principais motivos são trabalho, estudo, compras, recreação e negócios e, para as cargas, são coleta de lixo, distribuição de insumos para indústria e obras, produtos industrializados, mercadorias para estabelecimentos comerciais e mudanças. Conforme os autores acima, para locomoverem-se, as pessoas utilizam diversos modos de transporte, que variam dependendo do esforço empregado no deslocamento. Podemos classificar estes meios, que podem ser a pé, de bicicleta, montado em animal, em veículo rebocado por animal, motocicleta, automóvel particular, perua, ônibus, bonde, embarcações, helicóptero, metrô ou trem suburbano, como não motorizados e motorizados. Os não motorizados são os modos em que o esforço para movimentação é realizado pelo homem ou por animal, enquanto que os motorizados utilizam no deslocamento energia mecânica gerada geralmente por um motor, utilizando-se de derivados de petróleo (gasolina ou óleo diesel), álcool, gás natural, eletricidade, etc. Outra classificação destes modos de transporte é em privado ou individual; público coletivo ou de massa e semipúblico. No modo privado ou individual o veículo utilizado pode ser alugado, emprestado ou pertencer à pessoa que está dirigindo. Há total liberdade na escolha do caminho a seguir e horário para início da viagem, sendo que o número de passageiros é reduzido e o deslocamento ocorre da origem 23 ao destino, sem necessidade de utilização de outro meio de transporte. O modo público, coletivo ou de massa, é utilizado por muitas pessoas ao mesmo tempo, o custo do transporte é menor e o veículo pertence a terceiros. Os trajetos e horários são fixos e nas viagens há necessidade de utilizar outros meios de transporte para completá-la. Semipúblicos são os modos que apresentam características intermediárias entre os modos privados e públicos. Por exemplo: táxi, lotação, ônibus fretado, etc. (FERRAZ e TORRES, 2001). Segundo os mesmos autores o tamanho da cidade determina o modo de locomoção de seus habitantes. Nas cidades muito pequenas, isso acontece quase que exclusivamente a pé, já nas cidades um pouco maiores, começa a utilização de veículos particulares (carro, moto, e bicicleta) e de táxis. Em cidades de porte médio, observam-se ruas mais largas e utilização de transporte coletivo por ônibus, já em cidades de porte maior, temos às vias expressas para ônibus, onde ocorre a priorização do transporte coletivo, através de faixas exclusivas. Para aquelas um pouco maiores surge o pré-metrô e muitos viadutos e vias expressas, no nível do solo ou elevadas. Nas grandes metrópoles a cidade passa a contar com grande numero de viadutos e extensa rede de vias expressas, sendo comum grande parte de o transporte coletivo realizar-se por metrô, pré-metrô e ônibus articulados e biarticulados sem faixas segregadas4. Para Ferraz e Torres (2001), os serviços de transporte público de massa afetam diretamente a qualidade de vida da população das cidades pelo fato de definirem as alternativas de deslocamento que os habitantes têm à sua disposição, as atividades que podem participar e os locais aonde podem ir. As políticas governamentais definem os meios de transportes disponíveis ao usuário, conforme a demanda global por deslocamentos numa determinada região. Os recursos disponíveis ao indivíduo para a compra dos serviços levam a uma competição entre os diversos tipos de transportes provocando melhorias no sistema. A característica essencial do transporte de massa é a de deslocar um grande número de pessoas simultaneamente, permitindo que percorram o mesmo corredor 4 Faixas segregadas são vias exclusivas destinadas à circulação do transporte público. 24 viário, com maior eficiência. Esse deslocamento resulta em redução de custos para o usuário ou em disponibilidade maior de verbas para aplicar na melhoria do serviço, desde que os custos sejam divididos entre um grande número de indivíduos. Conforme Ferraz e Torres (2001), para o bom funcionamento do sistema é preciso que haja um equilíbrio entre: Usuários - Que utilizam o serviço público para suprir suas necessidades de deslocamento e que não tem maiores preocupações com a operação dos serviços. Na utilização do TP este segmento pondera uma série de atributos – regularidade, tempo de deslocamento, conforto, custos, etc. Operadores - Que se encarregam de administrar e fazer funcionar um complexo sistema de transportes (financiamento, aquisição, manutenção, renovação da frota, etc.) e de comercializá-lo, sob a forma de prestação de um serviço público. Suas preocupações estão relacionadas com as variáveis que influenciam os custos e receitas na oferta do serviço. Poder Público - Legalmente o responsável pelo TP, deve regulamentar, planejar, programar e fiscalizar a execução dos serviços, servindo constantemente como árbitro nos conflitos de interesse entre usuários e operadores, valendo-se para tanto, de legislação específica. A esses três grupos, pode-se associar um quarto, comunidade em geral, cujos interesses são indiretos, provocados pelo sistema (ruído excessivo, poluição ambiental, conflitos com o uso do solo etc.) e cabe ao poder público à defesa destes interesses. 3.3 Mobilidade Urbana no Brasil Os grandes centros urbanos apresentam sérios problemas relacionados à mobilidade que os tornam insustentáveis devido ao crescimento desordenado, a oferta ineficiente de transporte coletivo, ao aumento crescente da frota de automóveis gerando congestionamentos, à falta de integração entre política e gestão de transportes e ao uso e ocupação do solo sem planejamento adequado (FOLLADOR e MOREIRA, 2011). 25 “A maioria das nossas cidades vem crescendo de forma rápida e desordenada. O transporte público não tem acompanhado este ritmo, e o resultado é desperdício de tempo e de recursos. As principais vítimas são as pessoas, cuja locomoção virou um penoso castigo diário. Mas a economia e o meio ambiente também perdem. A experiência universal das grandes cidades do mundo mostra que só o bom transporte público pode reverter essa situação. Durante muito tempo acreditou-se que apenas o metrô poderia dar respostas adequadas ao transporte público nas grandes cidades. Mais viável no início do século passado quando se disseminou pelo mundo, o metrô, no entanto, teve seus custos gradativamente elevados, e hoje se tornou muito caro até para as cidades mais ricas. E mesmo que não faltassem recursos, a implantação de sistemas subterrâneos demanda um tempo excessivamente longo, um tempo que as cidades já não podem esperar. (...) O presente e o futuro estão na superfície. Isso não quer dizer que não se deva mais pensar em metrô, apenas significa que nenhuma cidade poderá resolver integralmente seus problemas de transporte com sistemas subterrâneos, e nem ficar com seu sistema de transporte “engessado” à espera de soluções definitivas. Pior que a falta de recursos, tem sido a ausência de idéias criativas e soluções de custo acessível, o que está na raiz da imobilidade reinante. Mesmo aquelas cidades que têm metrô precisam de um bom sistema na superfície: soluções que conciliem baixo custo, implementação rápida e operação eficaz são essenciais. A modalidade ônibus é, e será por muito tempo ainda, o principal – senão o único – meio de transporte público viável para a maioria das nossas cidades.” (ASSOCIADOS, 2009 - p. 47). A ineficiência do transporte coletivo fez com que, nos últimos dez anos, houvesse um aumento significativo do número de veículos individuais no país. Os ônibus participaram com apenas 67% de aumento no número de veículos, enquanto os automóveis apresentaram um aumento de 74% e as motos de 280% (Denatran, 26 2009 apud Follador e Moreira, 2011). Este baixo crescimento do número de ônibus pode ser verificado na Tabela 3.1. Tabela 3.1 - Evolução das viagens por modo (milhões de viagens/ano) DADOS 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Ônibus municipal 10.961 11.004 11.324 11.480 11.877 12.099 Ônibus intermunicipal 2.352 2.323 2.391 2.445 2.513 2.695 Trilhos 1.444 1.455 1.501 1.649 1.810 1.980 Transporte coletivo - Total 14.756 14.782 15.216 15.574 16.200 16.774 Automóvel 13.297 13.647 14.162 14.588 15.024 15.389 Motocicleta 948 1.027 1.121 1.241 1.401 1.582 Transporte individual - Total 14.245 14.674 15.283 15.828 16.425 16.971 Bicicleta 1.206 A pé 19.258 19.645 20.287 20.636 21.060 21.584 Não motorizado - Total 20.464 20.956 21.650 22.054 22.592 23.237 TOTAL 49.465 50.412 52.149 53.456 55.216 56.983 1.311 1.363 1.418 1.532 1.653 Fonte: ANTP (2009) apud FOLLADOR e MOREIRA (2011). O número de viagens realizadas pelo transporte individual foi o que apresentou o maior crescimento. Enquanto o transporte coletivo aumentou quase14% de 2003 a 2008, o transporte individual obteve um crescimento maior que 19% (FOLLADOR e MOREIRA, 2011). 3.3.1 Capacidade As frequentes inovações tecnológicas têm modificado constantemente os limites de capacidade em geral adotados para os sistemas de ônibus tornando-os alternativas viáveis para grandes demandas que antes eram atingidas apenas por sistemas sobre trilhos (Associados, apresentadas na Tabela 3.2. 2009). As capacidades por modalidade estão 27 Tabela 3.2 – Capacidade por Modalidades Sistema Tipo de Veículo Tipo de Via Tipo de Estação Metrô Trem 8 carros Sem Segreultrapassa- Paradora gada (1) gem 40 2.400 2 40 96.000 VLT Trem 4 carros Sem Segreultrapassa- Paradora gada (1) gem 20 1.000 3 20 20.000 BRT Biarticulado Exclusiva (2) Sem ultrapassa- Paradora gem 20 270 1 60 16.200 BRT Biarticulado Exclusiva (2) Com ultrapassagem Direta 35 270 1 120 32.400 BRT Biarticulado Exclusiva (2) Com ultrapassagem Mista 28 270 0 180 48.600 Paradora 17 80 1 60 4.800 Conven- Compar- Ponto de cional tilhada parada Fonte: ASSOCIADOS (2009). Ônibus Tipo de linha Veloc. Capac. Intervalo Freq. Capac. (Km/h) (pass./veíc) (min.) (veíc/h) (pass./h) Notas: (1) Subterrânea / Elevada – sem interferência viária. (2) Via em nível com 7,0 metros de largura, 14,0 metros de largura nas estações com ultrapassagem. A capacidade dos subtipos do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) é de 10,1 a 3,4 vezes superiores à do sistema de ônibus convencional. Sendo que alguns dos subtipos de BRT também apresentam capacidades de 2,43 a 1,62 vezes superiores ao sistema de VLT (Veículo leve sobre trilhos) devido aos menores intervalos de tempo, consequentemente maiores frequências, ou seja, maior n° de veíc/h. 3.3.2 Prazos e Custos O prazo para construção de um eixo de BRT varia de 24 a 36 meses. Já para execução de trechos de metrô devido à proporção da obra, pela complexidade e custos elevados, os prazos são bem maiores (ASSOCIADOS, 2009). Segundo a Associados (2009), os custos geralmente adotados em orçamentos preliminares são da ordem de: 70 a 150 US$ milhões por km de metrô; 30 a 50 US$ milhões por km de VLT, e de 5 a 12 US$ milhões por km de BRT. A Tabela 3.3 apresenta um resumo dos prazos e custos para cada modalidade. 28 Tabela 3.3 – Prazos e Custos de Implantação METRÔ ETAPAS Prazo (anos) VLT BRT CONVENCIONAL Custo Custo Custo Prazo Prazo Prazo (R$ (R$ (R$ (anos) (anos) (anos) milhões) milhões) milhões) Custo (R$ milhões) Projeto Básico 1 4,5 1 1,5 0,5 0,3 - - Financiamento 2 0,5 2 0,5 0,5 0,2 - - Projeto executivo 1 5,0 1 2,0 0,5 0,5 - - Implantação 5 2000,0 2 400,0 1,0 110,0 1 55,0 TOTAL 9 2010,0 5 404,0 2,5 111,0 1 55,0 Fonte: ASSOCIADOS (2009). Notas: Exemplo para implantação de corredor com 10,0 Km para 150 mil passageiros/dia. Custos por Km: Metrô= R$ 201,0 milhões / VLT= R$ 40,4 milhões / BRT= R$ 11,1 milhões / Ônibus = R$ 5,5 milhões. Com relação aos prazos considerados desde o projeto básico até a implantação do sistema, temos que o Metrô e o VLT são 3,6 e 2 vezes, respectivamente, superiores ao BRT. Com relação aos custos totais temos que o Metrô e o VLT também são superiores ao BRT, da ordem de 18,1 e 3,6 vezes, respectivamente. 3.3.3 Velocidade e Tempo de Acesso Os diferentes espaços de tempo que compõem o processo de deslocamento do usuário desde antes de iniciar a viagem até a chegada ao destino desejado, são muito diferentes e na maioria das vezes, imperceptíveis a ele. Geralmente só o tempo relacionado à velocidade máxima atingida pelo veículo é percebido por ele (ASSOCIADOS, 2009). Diversos fatores característicos do sistema interferem diretamente no tempo de viagem, como o tempo gasto dentro do veículo, tempo de espera e possíveis tempos de transferência, se houver a necessidade de mudança de linha durante o trajeto (Silva e Sorratini, [s.d.]). A Tabela 3.4 simula todos esses tempos. 29 Tabela 3.4 – Tempo Gasto em Deslocamento Deslocamentos Parâmetros Metrô BRT VLT Ônibus Distância 500,0 250,0 250,0 200,0 Tempo 7,5 3,9 3,9 3,0 Distância 200,0 - - - Tempo 3,0 - - - Pagamento 0,1 0,1 0,1 0,1 Distância 40,0 27,5 20,0 17,0 Tempo 15,0 22,0 30,0 35,3 Distância 200,0 - - - Tempo 3,0 - - - 28,6 26,0 34,0 38,4 Acesso à estação Acesso à plataforma Viagem (10 km) Acesso à rua TEMPO TOTAL Fonte: ASSOCIADOS (2009). Nota: Distâncias em metros / Tempo em minutos = 4 km/h (pessoas caminhando). Nota-se que o menor tempo gasto pelo usuário do acesso à estação (antes do embarque) até o acesso à rua (após o desembarque) é no sistema de BRT. O tempo gasto nos demais sistemas é de 1,5 a 1,1 vezes maiores que no BRT. 3.3.4 Qualidade e Conforto São muitas as definições de qualidade encontradas na literatura: a adequação ao uso (Juran, 1990), a conformidade com os requisitos (Crosby, 1990), a totalidade de aspectos e características do serviço que satisfaçam necessidades implícitas ou explícitas do usuário e a busca constante da satisfação do desejo dos usuários (Deming, 1991; Feigenbaum, 1994 e Parasuraman et al., 1985) são algumas das mais utilizadas (CRUZ e CARVALHO, 2008). Com relação ao transporte público, garantir a qualidade dos sistemas ofertados atrairá a demanda dos usuários de veículos particulares, além de uma necessidade, é vista como o grande desafio da atualidade. Somente um transporte público de qualidade para este usuário acarretará tal mudança comportamental (SILVA e SORRATINI, [s.d.]). 30 “De maneira geral, são doze os principais fatores que influenciam na qualidade do transporte público urbano: acessibilidade, frequência de atendimento, tempo de viagem, lotação, confiabilidade, segurança, características dos veículos, características dos locais de parada, sistema de informações, conectividade, comportamento dos operadores e estado das vias” (FERRAZ e TORRES, 2004 apud SILVA e SORRATINI, [s.d.] - p. 2). “A confiabilidade é afetada por quatro diferentes grupos de características: características de tráfego, como composição e níveis de congestionamento; características da rota, como comprimento, número de faixas de rolamento e presença de faixas exclusivas de ônibus; características dos passageiros, como volume de pessoas nos pontos e escolha de rota dos passageiros; e, finalmente, características operacionais, disponibilidade e como manutenção da sistema frota e de bilhetagem, variabilidades no comportamento do motorista” (SORRATINI et al., 2008 apud SILVA e SORRATINI, [s.d.] - p. 2). 3.4 Transporte Rodoviário Urbano de Massa Apesar da diminuição das taxas de crescimento urbano, muitas cidades não conseguem organizar e oferecer um transporte público adequado. O crescimento desordenado resulta em grande desperdício de tempo e de custos. Gera reflexos negativos na produtividade, no meio ambiente e na qualidade de vida da população (Associados, 2009). Um sistema de transporte eficiente reduz a necessidade de investimentos públicos em vias e estacionamentos para veículos particulares, reduz os índices de congestionamentos, de poluição, de consumo de energia derivada do petróleo e de acidentes de trânsito (SILVA e SORRATINI, [s.d.]). A implantação de um sistema de transporte público eficiente assegura a mobilidade da população de forma democrática, facilitando sua circulação pelos centros urbanos, já que nos dias de hoje os locais de trabalho não se concentram nas zonas centrais das cidades, estão dispersos em várias regiões, sendo assim o ônibus ainda 31 é o principal e mais viável meio de transporte público para a maior parte da população urbana (ASSOCIADOS, 2009). 3.4.1 Planejamento A modalidade nos eixos principais e a operação em rede integrada possibilitam que o passageiro escolha seu trajeto, usufrua de ambientes confortáveis e seguros e diminua seus custos com transporte. As linhas de transporte de ônibus, metrô, trem, devem operar como uma rede integrada de transporte a fim de garantirem a acessibilidade da população (ASSOCIADOS, 2009). Segundo a Associados (2009), o contínuo aumento da frota veicular e a disputa pelo mesmo espaço viário dificultam cada vez mais a fluidez da circulação. O espaço físico é o principal fator para o transporte público tornando-se cada vez mais caro e disputado. Além disso, o constante crescimento das cidades em desenvolvimento requer um sistema com certo grau de flexibilidade para mudanças. Isto aumenta a busca por alternativas simples, eficientes, com baixo custo de investimento e de rápida implantação. Conforme mesmo autor, priorizar o transporte público no espaço viário, investir em vias exclusivas, reestruturar as existentes integrando os terminais e interligando os eixos de transporte, são medidas eficientes e viáveis em curto prazo. O mau planejamento e a desregulamentação gera o excesso de oferta em algumas vias, ocasionando congestionamentos, e ineficiência em outras áreas da cidade. A racionalização do sistema depende da organização dos serviços por área de atuação de operação ou eixo de transporte (Associados, 2009). Algumas das consequências do mau planejamento do transporte público estão representadas na Figura 3.1. 32 Figura 3.1 - Consequências da ineficiência do transporte público Fonte: ASSOCIADOS (2009). A ineficiência do transporte público deixa os usuários descontentes fazendo com que parte deles migre para o transporte individual aumentando o n° de veículos nas ruas gerando congestionamento, poluição e agravando, consequentemente, a ineficiência do transporte público. Esta situação aumenta a violência no trânsito, exige maiores investimentos e prioridade de circulação ao automóvel inviabilizando a expansão contínua do sistema viário. 3.4.2 Tipos de Sistema Rodoviário Urbano A prestação de serviços de transporte público rodoviário pode ser encontrada em quatro formatos de organização distintos, variando não só conforme organização, mas também conforme seus custos e tempo de trajeto. Tais organizações estão diretamente ligadas à percepção do usuário final, quanto à eficiência dos mesmos. As modalidades básicas de organização são: transporte alternativo, ônibus 33 convencional, corredores e BRT, descritas da menor para a maior eficiência, considerando centros urbanos com grande fluxo de passageiros (ITDP, 2008). Conforme a Figura 3.2 pode-se comparar as características de cada formato. Figura 3.2 - Modais de transporte público por ônibus. Fonte: ITDP (2008). Entende-se, através das características demonstradas, que o sistema de BRT completo é o mais eficiente, porém cabe ressaltar que, para decisão do formato de transporte a ser implantado em determinada localidade, deve-se avaliar fatores como a geografia da região e a cultura local, para melhor adaptação do sistema às necessidades do usuário final (ITDP, 2008). 3.4.2.1 Modelo Convencional O serviço de ônibus convencional é um modelo de transporte de baixa capacidade, em relação aos corredores e BRT, onde não há nenhuma priorização do transporte público em relação ao privado. Suas principais características, como se pode observar na Figura 3.3, são a de não ter vias segregadas para operação (a), operar com ônibus tamanho padrão, ter 34 cobrança dentro do ônibus (c) e paradas simples, sinalizadas com postes ou coberturas (b), não apresentando melhoria da região em seu entorno (ITDP, 2008). a b c Figura 3.3 – Serviço de ônibus convencional. Fonte: a - ITDP (2008), b - Expresso Piraju (2012), c - Space blog (2009). Pela baixa qualidade do serviço este formato estimula a população a utilizar o transporte individual, contribuindo para o aumento do fluxo de veículos nos grandes centros urbanos (ASSOCIADOS, 2009). Apesar deste modelo normalmente apresentar um serviço de baixa qualidade existem formatos de serviços de ônibus aprimorados, geralmente encontrados em países de primeiro mundo com baixa densidade, em que, apesar de não ter vias segregadas, incorpora características de sistemas de alta capacidade (ITDP, 2008). Estes serviços, que podem também ser chamados de BRT-leve, buscam agregar valor ao usuário final através de algum tipo de priorização do TP e de melhor 35 qualidade das paradas e veículos, gerando um serviço mais confortável, com redução do tempo de percurso e com maior aderência da população em relação ao serviço convencional (ITDP, 2008). 3.4.2.2 Corredores de Ônibus O sistema de corredores de ônibus é um formato de organização caracterizado pelo uso de faixas ou vias exclusivas para o percurso dos mesmos. Ele apresenta aumento da capacidade de transporte de passageiros em relação ao sistema convencional, sendo a capacidade máxima de uma faixa de ônibus de aproximadamente 7.000 p/h/d (passageiros por hora direção) e de uma via exclusiva de aproximadamente 12.500 p/h/d (ASSOCIADOS, 2009). Entendem-se como faixas de ônibus as áreas de percurso identificadas como exclusivas, normalmente através de pintura, porém que não são separadas de forma física das vias de fluxo gerais, possibilitando o uso destas pelos veículos particulares, principalmente quando não são bem fiscalizadas. Estas faixas costumam localizarem-se próximas às calçadas, conflitando com os veículos que desejam fazer conversões e com os veículos estacionados, obrigando os ônibus a transitarem fora das faixas exclusivas. Na Figura 3.4 pode-se verificar essa necessidade de utilização devido a um veículo estacionado (ITDP, 2008). Nota-se que, devido à obstrução da faixa, além do ônibus ter que percorrer a via não prioritária o usuário teve necessidade de deslocar-se para a via de circulação, não só atrapalhando o fluxo de veículos, mas também gerando riscos de acidentes. Figura 3.4 – Faixa de ônibus obstruída por veículos estacionados 36 Fonte: ITDP (2008) apud Lloyd Wright. As vias de ônibus são vias separadas de forma física, “por meio de muros, guias, cones ou outro elemento estrutural bem definido” (ITDP, 2008, p.21, quadro 1), geralmente localizadas no canteiro central. Apesar de terem capacidade máxima 78% maior em relação às faixas, as paradas de ônibus são o principal gargalo da operação (ASSOCIADOS, 2009). Segundo a Associados, os problemas típicos das vias são: • “Embarque e desembarque confuso. • Número excessivo de unidades operando no corredor. • Atrasos dos veículos nos cruzamentos. Apenas algumas unidades aproveitam o sinal aberto em cada ciclo. Isso se deve aos tempos de espera de todas as unidades para chegarem à área de carregamento e acabar o carregamento/descarregamento durante o sinal verde. • Filas nos Sinaleiros. Se as paradas intermediárias se localizarem próximas aos cruzamentos, longas filas de ônibus podem se formar nas faixas de aproximação, bloqueando o acesso das unidades às áreas de carregamento. • Número excessivo de Linhas de Transporte Público no corredor. As velocidades médias nos corredores de ônibus são determinadas pela unidade mais lenta. Freqüentemente essa não ultrapassa 10 a 12 Km/h.” (ASSOCIADOS, 2009, p.73). Apesar dos gargalos de operação, as vias de ônibus são consideradas um elemento predecessor à implantação de um BRT. Em localidades onde estas vias já existiam implantar um sistema de BRT foi apenas uma evolução da infraestrutura já existente (ITDP, 2008). 3.4.2.3 BRT O BRT (Bus Rapid Transit) é um modelo de transporte de alta capacidade, muitas vezes chamado “metrô de superfície” (ITDP, 2008), composto por ônibus, geralmente biarticulados, que percorrem pistas de tráfego exclusivo, com embarque e desembarque feitos através de estações com plataformas elevadas, e cujo 37 pagamento da tarifa é realizado na entrada da plataforma, através de linhas de bloqueio (EMBARQ, [s.d.]). Figura 3.5 – Design de BRT Fonte: Rede EMBARQ [s.d.]. Através da Figura 3.5 podemos observar, além das características físicas do sistema anteriormente citadas, a presença de rampas e plataformas elevadas no mesmo nível do veículo, facilitando a utilização por portadores de necessidades especiais, a possibilidade de integração entre outros modos de transporte e a operação de veículos de maior capacidade, sendo um veículo equivalente a, aproximadamente, 4 veículos do modelo convencional. Segundo a EMBARQ Brasil: “Na maioria dos BRT implantados com sucesso, as seguintes características estão presentes: - Corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo; - Embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos; - Sistema de pré-pagamento de tarifa; - Veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas; 38 - Transferência entre rotas sem incidência de custo; - Integração modal em estações e terminais; - Programação e controle rigorosos da operação; - Sinalização e informação ao usuário.” (EMBARQ Brasil, [s.d.] - p. 10). O conceito e estrutura de um BRT são semelhantes ao de um VLT (veículo leve sobre trilhos ou, em inglês, Light Rail), porém com custos inferiores e com melhor facilidade de implantação (ITDP, 2008). Por estas vantagens já existem sistemas de BRT implantados em 10 países: Estados Unidos, Turquia, Porto Rico, Austrália, Nova Zelândia, Colômbia, Brasil, Equador, China e Reino Unido (National BRT Institute, [s.d.]). Além das vantagens de custo e implantação, benefícios adicionais são gerados com a implantação deste sistema, segundo a Associados temos os seguintes benefícios: “Economia de Tempo de Viagem. As canaletas exclusivas e as estações com embarque em nível e pré-pago levam a um considerável ganho de tempo. Nas cidades onde a velocidade comercial aumentasse 50%, o ganho de tempo por dia por pessoa seria em torno de uma hora. Economia de Custo Operacional. A velocidade comercial da frota aumenta para cerca de 20 km/h (nas linhas paradoras), podendo chegar a 35 km/h nas linhas diretas. Os reflexos são imediatos com maior produtividade por unidade; menos capital em frota a remunerar, menor quantidade de pessoal, menor consumo de combustível. Atração de novos passageiros. Todo novo serviço de qualidade atrai uma demanda reprimida e de outras modalidades, com conseqüente redução do uso do automóvel e da motocicleta. Meio ambiente. Um transporte mais eficiente e com menor quantidade de ônibus nas ruas produz menos emissões, e uma frota renovada significa tecnologia mais moderna e com menor emissão de poluentes. Fontes Alternativas de Energia. A concentração de demanda em eixos preferenciais permite o uso – por parte da frota de alta 39 capacidade – de fontes alternativas de energia. Há décadas experiências vêm sendo feitas com gás natural, que, embora seja mais limpo, apresenta problemas de transporte e estocagem, além de representar um peso adicional para o ônibus.” (ASSOCIADOS, 2009, p.17) O Brasil foi pioneiro na implantação de um sistema de BRT completo. Em 1974, na cidade de Curitiba, 20 km de vias exclusivas de ônibus foram implantadas. Na sequência, as cidades de São Paulo, em 1975, Goiânia, em 1976, Porto Alegre, em 1977 e Belo Horizonte, em 1981 adotaram o modelo, implantando sistemas básicos (ITD, 2008 apud Meirelles, 2000). Até 2008 a cidade de São Paulo contava com o maior BRT do mundo, “(...) com 142 quilômetros de vias de ônibus exclusivas, atendendo mais de 2 milhões de viagens todos os dias.” (ITDP, 2008, p.25) A Tabela 3.5 faz uma comparação qualitativa entre os principais sistemas de BRT implantados no Brasil. Tabela 3.5 - Comparação qualitativa entre sistemas de BRT implantados no Brasil - Sim X - Não P - Parcial I - Rede Insuficiente para definição Características do BRT NA - Não aplicável Curitiba Goiânia Porto (Rede Alegre Integrada) (METROBUS) (EPTC) São Paulo (Inteligado) Vias de ônibus segregadas ou vias só de ônibus Existência de uma "rede" integrada de linhas e corredores Ambiente de estação melhorado (i.e., não só uma parada coberta). Terminais e estações especiais para facilitar a transferência Faixas de ultrapassagem nas estações/serviços expressos P P X P P X P X X X P Melhorias no espaço público lindeiro P X X Alta velocidade média comercial (>20 km/h) Mais de 8.000 passageiros por hora por sentido em hora de pico Cobrança e verificação de tarifas antes do embarque X X X X Embarque e desembarque em nível P X Integração tarifária e física entre linhas e serviços alimentadores 40 Características do BRT Curitiba Goiânia Porto (Rede Alegre Integrada) (METROBUS) (EPTC) Entrada no sistema restrita a operadores prescritos em uma estrutura de negócios renovada (sistema fechado) São Paulo (Inteligado) X P X P X P X X X P P P X X X X P X X X X X Informação usuário de alta qualidade (e.g., mapas claros, sinalização e painéis de mensagens em tempo real) X P Integração modal nas estações (e.g., estacionamento de bicicletas, táxis e acesso a outros sistemas de transporte público) P X X X X X X Licitação competitiva e concessões e contratos transparentes Sem necessidade de subsídios operacionais Operação independente de sistema de cobrança de tarifas Controle de qualidade por entidade independente Tecnologia veicular de baixas emissões (Euro 3 ou maior) Sistema automatizado de cobrança e verificação de tarifas Gerenciamento do sistema através de centro de controle automatizado usando localização automática de veículos Prioridade semafórica / separação de superfícies nas interseções Identidade característica de marketing do sistema Apoiado por restrição a carros (e.g., cobrança de uso da via). Fonte: ITDP (2008). Nota-se que o sistema de BRT de Curitiba preenche o maior numero de requisitos que caracterizam o sistema, com 15 itens sim e 3 parciais, já o sistema de BRT de São Paulo é o que apresenta o menor número de itens de concordância, com 9 itens sim e 7 parciais, dos 24 itens analisados. 41 4 COMPARATIVO: CURITIBA, PORTO ALEGRE E SÃO PAULO Para o desenvolvimento do estudo de caso foram escolhidos centros urbanos de grande importância no Brasil e que possuíam modelos de transporte de alta capacidade, com características de BRT. As cidades escolhidas (Figura 4.1) foram Curitiba, por ser pioneira no conceito de BRT; Porto Alegre, devido à organização diferenciada das malhas; e São Paulo, por possuir o maior número de vias de ônibus exclusivas do mundo. Foram feitas visitas técnicas às cidades para levantamento de dados de campo, pesquisa de satisfação com os usuários, registros fotográficos e visitação às empresas gerenciadoras dos sistemas. Os dados foram coletados aos finais de semana, em todas as capitais, e as entrevistas realizadas nos terminais ou no interior dos coletivos, contemplando uma amostragem de 40 usuários frequentes. No estudo de caso realizado houve a escolha e análise de indicadores quantitativos e temporais, baseados nos levantamentos de campo, e indicadores qualitativos, através das entrevistas, com o objetivo de avaliar sua eficiência técnica e a satisfação do usuário quanto à prestação do serviço. b a c Figura 4.1 – Corredores de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo Fonte: a – SPTrans [s.d.], b – URBS [s.d.], c – EPTC [s.d.]. 42 4.1 Curitiba A cidade de Curitiba representada na Figura 4.2 está localizada na região Sul do Brasil e é a capital do estado do Paraná, composta por 26 municípios. Segundo IBGE (2010), possui uma população de 1.751.907 habitantes, sua área territorial é de 435,27 Km², resultando em uma densidade demográfica de 4.024,84 hab./km². a c b Figura 4.2 – Localização geográfica de Curitiba Fonte: a – Wikipédia (2006), b – Atlas Geográfico do Brasil [s.d.], c – Google (2012). Curitiba possui uma topografia ondulada de colinas suavemente arredondadas, ou seja, um relevo levemente ondulado, resultando em uma fisionomia relativamente regular. Há cadeias montanhosas e conjunto de elevações rochosas em praticamente todo o entorno da cidade. Clima temperado ou subtropical úmido, ou seja, com chuvas bem distribuídas durante o ano, verões frescos e invernos com geadas frequentes (SEED, [2008], p.18). Fundada em 1693 a partir de um pequeno povoado bandeirante cujos primeiros habitantes foram portugueses, negros, índios e seus descendentes. No século 19 começaram a chegar os imigrantes europeus e asiáticos, transformando a cidade numa bela e bem organizada metrópole cosmopolita (GUIA GEOGRÁFICO, [s.d.]). 43 Desenvolvimento planejado, educação ambiental e preservação do patrimônio histórico são conceitos abraçados pelos habitantes e administrações públicas desde o nascimento da cidade conforme Figura 4.3 (GUIA GEOGRÁFICO, [s.d.]). Figura 4.3 - Marcos importantes ligados ao planejamento urbano Fonte: URBS [s.d.]. Conforme URBS - Urbanização de Curitiba S.A., a lei de zoneamento da cidade é baseada no tripé representado na Figura 4.4. Figura 4.4 – Tripé base para elaboração da lei de zoneamento Fonte: URBS [s.d.]. O zoneamento da cidade foi desenvolvido considerando-se o planejamento futuro do transporte público, pois a partir da via central destinada para a implantação do sistema de vias exclusivas para os ônibus, houve o escalonamento da cidade: 44 partindo-se de edifícios mais altos, geralmente comerciais, até áreas estritamente residenciais, exemplificado na Figura 4.5 (URBS, [s.d.]). Figura 4.5 – Planejamento do zoneamento da cidade Fonte: URBS [s.d.]. Nos dias de hoje, enquanto outras cidades estruturam seus planos diretores, Curitiba busca soluções de mobilidade que abranjam sua região metropolitana, pois desde os últimos 30 anos, esteve voltada para seu planejamento urbano promovendo a interação entre pessoas, bens e serviços aliados as suas necessidades de deslocamento compreendendo a complexidade dos espaços urbanos e as atividades desenvolvidas neste (CURITIBA PREFEITURA DA CIDADE, [s.d.]). 4.1.1 Funcionamento do Sistema A partir de 1974, Curitiba implantou um sistema inovador para a época conhecido como ônibus expresso por vias exclusivas, posteriormente chamado de BRT, com ligação entre o centro e os bairros (LOMBARDO, CARDOSO E SOBREIRA, [s.d.]). Em conjunto ao desenvolvimento deste meio de transporte foi formatado um sistema trinário de vias: ao centro uma canaleta exclusiva para o transporte coletivo, margeada por vias de tráfego lento com sentidos opostos (URBS, [s.d.]). Para a circulação dos veículos pesados, paralelamente à via central, existem duas vias estruturais de tráfego rápido, chamadas vias arteriais com sentido único (Figura 4.6), destinadas às ligações centro-bairro e bairro-centro (URBS, [s.d.]). 45 Figura 4.6 – Sistema trinário de vias Fonte: URBS [s.d.]. Considerando apenas a cidade de Curitiba, mais de 1,8 milhões de passageiros são transportados diariamente, que somados à região metropolitana integrada, chegam a mais de 2,2 milhões de passageiros diários compondo a RIT - Rede Integrada de Transporte (URBS, [s.d.]). 46 Segundo URBS, ao todo são 14 cidades interligadas por esta rede de linhas, denominada RIT, representadas na Figura 4.7 em azul, que melhora o atendimento aos bairros, pois aumenta o número de viagens, diminuindo o tempo de percurso devido à implantação de linhas alimentadoras mais curtas. Figura 4.7 – Municípios integrados ao sistema RIT Fonte: URBS [s.d.]. De acordo com Lombardo, Cardoso e Sobreira ([s.d.]), a cidade de Curitiba é cruzada por 81 km de vias exclusivas formando corredores nos sentidos Norte, Sul, Leste, Oeste, Boqueirão e Linha Verde representados na Figura 4.8. Hoje menos de 30% dos usuários que se deslocam pelo sistema precisam passar pelo centro da cidade para chegarem a seus destinos. 47 Figura 4.8 – Estruturação viária Fonte: URBS [s.d.]. O último corredor implementado foi o da linha Verde em 2009 (Figura 4.9), construído sobre o leito da rodovia federal BR-476 (antiga BR-116) que cortava a cidade visando distribuir a demanda do corredor sul. O deslocamento do corredor sul ao centro que antes demorava em torno de 35 minutos, hoje é feito em 25 minutos pela linha verde com velocidade operacional de 25 km/h. As estações tubo são duplas, desalinhadas e climatizadas, além de terem sido incorporadas algumas questões ambientais ligadas à sustentabilidade como: reutilização da água de limpeza, existência de um parque linear com uma ciclovia ao longo do corredor e a frota é dotada de motores que diminuem 60% de emissão de poluentes na atmosfera sendo que parte utiliza biocombustível (feito à base de soja). Além disso, possuem priorização semafórica e sistema de comunicação controlado por GPS Sistema Global de Posicionamento (URBS, [s.d.]). 48 Figura 4.9 – BRT do eixo Linha Verde Fonte: NTU (2011). Segundo a classificação de redes de Ferraz & Torres (2009), trata-se de uma rede radial com linhas tronco-alimentadoras. “Os grandes eixos são complementados por 270 km de linhas alimentadoras e 185 km de linhas interbairros. Somado às linhas convencionais, o sistema de transporte urbano de Curitiba cobre toda a área do município e Região Metropolitana” (LOMBARDO, CARDOSO e SOBREIRA, [s.d.], p.9). De acordo com URBS, as categorias de linhas (Figura 4.10) dividem-se em: Linhas Expressas Diretas: operadas em canaletas exclusivas, com número reduzido de paradas, proporcionando deslocamentos mais rápidos. Linhas Expressas: ligam os terminais de integração ao centro da cidade, através das canaletas exclusivas. Linhas Diretas (“Ligeirinhos”): atuam como linhas complementares às linhas expressas e interbairros, com paradas a cada 3 km. Linhas Alimentadoras: ligam os terminais de integração aos bairros da região. 49 Linhas Interbairros: ligam os diversos bairros e terminais sem passar pelo centro. Linhas Troncais: ligam os terminais de integração ao centro da cidade, utilizando vias compartilhadas. Linhas Especiais: atende aos principais pontos da região central da cidade, com tarifa diferenciada. Linhas Convencionais: ligam os bairros ao centro, sem integração. Conforme URBS, nas linhas diretas (“Ligeirinhos”) a velocidade média é de 28 Km/h enquanto nas demais atinge 20 Km/h. Figura 4.10 – Integração do sistema viário Fonte: URBS [s.d.]. 4.1.1.1 Características Considerando apenas o transporte coletivo, a RIT possui uma frota de 1.928 ônibus diferenciados de acordo com a categoria da linha a que atendem (Figura 4.11), cuja idade média é de 4,54 anos (tendo uma vida útil de 10 anos), é composta de 355 linhas de ônibus, 30 terminais de integração, 362 estações tubo e 9.050 pontos de parada (URBS, [s.d.]). 50 Figura 4.11 – Composição da frota Fonte: URBS [s.d.]. Os terminais de integração são cobertos, possuem plataformas para embarque e desembarque no mesmo nível da porta de acesso dos ônibus que são dotados de rampa automática. A cobrança é externa, ou seja, o pagamento da passagem é feito antes do embarque através de bilhetagem eletrônica. Possuem painéis informativos sobre o sistema integrado de transporte e placas indicativas das linhas. Estas informações podem ser verificadas na Figura 4.12. 51 Figura 4.12 – Terminal de integração Fonte: Dos autores (2012). As estações tubo estão dispostas aproximadamente a cada 225 metros nos corredores. Devido ao pagamento antecipado na própria estação, o que dispensa a presença do cobrador no interior do coletivo, do embarque e desembarque em nível na estação e da priorização por canaletas exclusivas, os veículos percorrem os trajetos em menor tempo. Estas informações podem ser verificadas na Figura 4.13. Figura 4.13 – Estações tubo Fonte: Dos autores (2012). 52 4.1.1.2 Monitoramento A URBS é responsável pela regulamentação, gerenciamento, operação, planejamento e fiscalização do sistema de transporte: coletivo urbano e metropolitano de passageiros, comercial, escolar, de táxi e de motofrete (URBS, [s.d.]). A operação do sistema da RIT é executada por 23 empresas privadas, através de concessão, porém estas empresas sofrem penalidades previstas em contrato caso não atendam as determinações da URBS (URBS, [s.d.]). Segundo URBS, são realizadas vistorias a cada 6 meses nos veículos da frota da RIT, além de avaliações periódicas verificando a quantidade de passageiros por tipo de dia e por faixa horária, visando dimensionar o sistema de transporte coletivo em função da demanda, número de passageiros e capacidade do veículo cujo número hoje está entre 6 passageiros/m². Ainda segundo o mesmo autor, foi inaugurado em 2012 o CCO - Centro de Controle Operacional, criado para monitorar o transporte coletivo e o trânsito em tempo real com comunicação direta com motoristas de ônibus e demais agentes (Figura 4.14). Figura 4.14 - Câmera de monitoramento Fonte: Dos autores (2012). 53 4.1.1.3 Acessibilidade Atualmente mais de 92% da frota de ônibus possui acessibilidade total garantindo autonomia e qualidade de vida às pessoas portadoras de necessidades especiais. Os terminais de integração e mais de 85% das estações tubo possuem rampas de acesso / elevadores e o embarque é em nível nas linhas expressas e rápidas (Figura 4.15) (URBS, [s.d.]). Figura 4.15– Itens de acessibilidade nos terminais e estações tubo Fonte: Dos autores (2012). 54 Os veículos adaptados são identificados externamente, possuem espaço para cadeirantes ou cão-guia e bancos preferenciais com identificação táctil com o n° do veículo para reclamações. Além disso, os usuários têm acesso aos horários dos ônibus e especificação dos carros adaptados nos terminais e no portal da URBS (Figura 4.16) (URBS, [s.d.]). Figura 4.16 - Itens de acessibilidade nos veículos e sistema de informação ao usuário Fonte: Dos autores (2012). Segundo URBS, os motoristas e cobradores (das estações tubo) recebem um treinamento de reciclagem anual sobre tratamento humanitário. O sistema integrado conta também com uma linha exclusiva responsável pelo transporte de crianças portadoras de necessidades especiais de suas casas às escolas de ensino especial. 55 4.1.1.4 Integração Em Curitiba a RIT permite ao usuário a utilização de mais de uma linha de ônibus com o pagamento de apenas uma tarifa, deslocando-se por diversos bairros e municípios da Região Metropolitana a partir de terminais de integração (Figura 4.17), caracterizando-se, portanto, como uma integração física e não temporal. As linhas alimentadoras transportam os usuários das regiões vizinhas até um dos 21 terminais de integração onde podem escolher qualquer percurso pagando apenas uma tarifa (URBS, [s.d.]). Figura 4.17 – Modelo esquemático de um terminal de integração Fonte: URBS [s.d.] Curitiba ainda não possui outro modal de transporte público de massa, porém foi aprovada em dez/11 a construção da primeira linha de metrô com 14,2 quilômetros de extensão que ligará o extremo Sul da cidade ao centro. O metrô terá integração com os ônibus da rede de transporte da cidade e da região metropolitana, incluindo tarifa única (METRÔ CURITIBANO [s.d.]). 56 4.2 Porto Alegre A cidade de Porto Alegre – POA – está localizada na região sul do Brasil, a leste do estado do Rio Grande do Sul (RS), sendo a capital deste estado (Figura 4.18). Segundo o IBGE (2010) possui população de 1.409.351 hab., área de 497km² e bioma5 tipo pampa. b a c Figura 4.18 - Localização geográfica de Porto Alegre Fonte: a – Wikipedia (2006), b – Atlas Geográfico do Brasil [s.d.], c – Google (2012). Segundo PRIBERAM, Dicionário da língua portuguesa, pampa é o nome dado a grandes planícies da América do Sul, com pastagens gramíneas. No Brasil: “(...) o bioma pampa é restrito ao Rio Grande do Sul, ocupando uma área de 176.496 km², o que corresponde a 62,64% do Estado. O clima é chuvoso, marcado pela frequência de frentes polares e temperaturas negativas no período do inverno. O relevo é caracterizado como aplainado e suave ondulado, formado por um 5 Bioma (s.m.) - Cada um dos grandes meios do planeta: oceano, floresta, pradaria, conjunto de águas doces, etc. (PRIBERAM, Dicionário da língua portuguesa, 2012). 57 mosaico de solos basálticos e sedimentares, geralmente rasos e frágeis. A vegetação é predominantemente campestre. Plantas herbáceas e arbustivas são dominantes, enquanto que as formações florestais restringem-se principalmente às margens dos rios.” (Instituto Pampa Brasil, 2009) Segundo PMPA – Prefeitura Municipal de Porto Alegre ([s.d.] – s.p.), a região: “(...) foi fundada em 26 de março de 1772 como Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais. Em 1774, começou a tomar forma do jeito que a conhecemos: foram inauguradas a Praça XV, a Praça da Alfândega e a da Matriz. Em 1821, ganhou o status de cidade pelo imperador Dom Pedro II. Devido a sua expansão, no século XX, Porto Alegre destacou-se entre as demais cidades do Rio Grande do Sul e projetou-se no cenário nacional”. 4.2.1 Funcionamento do Sistema Com a região central localizada em uma de suas extremidades, a cidade pode ser classificada, segundo definição de Nozaki, et al [s.d.] apud Silva, 1999, como uma cidade de 180° e seu sistema de alimentação, segundo definição de Nozaki, et al [s.d.] apud Ferraz & Torres, 2004, como de rede radial com linhas troncoalimentadas (Figura 4.19). Figura 4.19 - Rede radial com linhas tronco-alimentadas Fonte: NOZAKI, et al [s.d.], p.2 apud FERRAZ & TORRES (2004). 58 Já suas linhas são organizadas no formato de linhas troncais6 com linhas alimentadoras7 (Figura 4.20). Figura 4.20 - Sistema de linha troncal com linhas alimentadoras. Fonte: NOZAKI, et al [s.d.], p.2 apud FERRAZ & TORRES (2004). As linhas organizam-se a partir das linhas transversais (troncais), paralelas ao centro, em eixos viários ramificados através de linhas radiais (alimentadoras), como se pode observar na Figura 4.21. Figura 4.21 - Organização da rede Fonte: EPTC (2012) 6 “Linhas troncais- opera em grandes corredores ligando uma região a outra da cidade. Deve operar com veículos de alta capacidade devido à alta concentração de demanda” (NOZAKI, et al [s.d.], p.2). 7 “Linhas alimentadoras- fazem a ligação da origem às estações servidas por linhas troncais e também captam passageiros nestas estações e levam a outras regiões que elas servem” (NOZAKI, et al [s.d.], p.2). 59 Estas linhas radiais atendem as zonas norte, com 6 eixos; sul, com 3 eixos e leste, com 4 eixos. A região central é atendida por 3 linhas circulares8 (Figura 4.22). Estas linhas percorrem geralmente um trajeto misto entre vias ou faixas e tráfego local. Segundo a EPTC- Empresa Pública de Transporte e Circulação, a região metropolitana de POA possui 55 km de vias segregadas e faixas exclusivas para o transporte público. Figura 4.22 - Linhas transversais, circulares e eixos viários de POA Fonte: EPTC (2010). 4.2.1.1 Características Destacado como referência nacional em mobilidade, o transporte público de Porto Alegre possui uma frota de 1.650 ônibus, 404 lotações, 619 veículos de transporte escolar e 4.925 táxis. Os ônibus estão distribuídos em 4 consórcios, administrados pela EPTC, e organizados por região, sendo o centro atendido pela CARRIS, a zona norte pela CONORTE, a zona sul pela STS e a zona leste pela UNIBUS. Observa-se 8 “Linhas circulares - fazem a ligação entre vários pontos da cidade, o seu percurso é um circuito fechado e o centro da cidade se localiza mais ou menos no centro do circuito, mas muitas vezes há a necessidade de que esta linha circular passe pelo centro da cidade para atender melhor a demanda de passageiros” (NOZAKI, et al [s.d.], p.2). 60 na Figura 4.23 que a STS é a que tem maior participação no mercado e a CARRIS, a menor (EPTC, 2011). Figura 4.23 – Participação de mercado dos consórcios - 2011 Fonte: EPTC (2011). Estas linhas percorrem 931,5 km de extensão, sendo destes, 55 km de faixas exclusivas, distribuídos em 15 corredores, com 87 estações e 15 paradas (EPTC, 2011). Na Tabela 4.1 podemos observar o detalhamento de cada corredor / faixa exclusiva de operação. Tabela 4.1 – Corredores e pistas compartilhadas de ônibus de Porto Alegre Nomenclatura Ext. (m) Tipo de Via Estações Assis Brasil 4.700 Corredor 7 Distância média (m) 671 Protásio Alves 5.700 Corredor 12 475 Osvaldo Aranha 1.300 Corredor 3 433 Bento Gonçalves 8.950 Corredor 15 597 Farrapos 3.800 Corredor 6 633 João Pessoa 3.200 Corredor 5 640 Cascatinha 2.500 Corredor Sertório 5.600 Corredor 5 1.120 III Perimetral 10.800 Corredor 24 450 Cel. Vicente 200 Corredor 1 200 Baltazar de Oliveira Garcia 5.450 Corredor 9 606 Júlio de Castilhos 600 Pista compartilhada 1 600 Cristóvão Colombo 800 Pista compartilhada 3 267 Voluntários da Pátria 400 Pista compartilhada 1 400 Independência 1.200 Pista compartilhada 4 300 15 541,18 TOTAL Fonte: EPTC (2011). 55.200 Paradas 6 87 417 61 As estações possuem, conforme observado na Tabela 4.1, distância média de 541m, são cobertas, com piso no nível da rua e extensão que permite a operação de 3 ônibus convencionais9 simultaneamente (Figura 4.24). Figura 4.24 - Estação do corredor Osvaldo Aranha Fonte: Dos autores (2012). O embarque pode ou não ser feito em nível, pois existem veículos com piso rebaixado e desnível interno e veículos com embarque em desnível (Figura 4.25). Figura 4.25 - Veículo com embarque em nível e desnível interno Fonte: Dos autores (2012). 9 Entende-se como ônibus convencional aquele que não possui articulação. 62 A predominância é de veículos convencionais (Figura 4.26), sendo 7% da frota de veículos articulados, operando no atendimento das linhas transversais e das regiões mais afastadas. A idade média dos veículos é de 4,24 anos e a ocupação, segundo a EPTC, é de, em média, 6 pass./m², porém nas linhas de menor uso a ocupação é menor, visando aumentar a aderência dos usuários ao TP. Figura 4.26 - Faixa exclusiva com operação de ônibus convencional Fonte: Dos autores (2012). As vias são segregadas por gradil e canteiro e as faixas são demarcadas com pintura (Figura 4.27). a b Figura 4.27 - Via segregada e faixa demarcada por pintura Fonte: a – Dos autores (2012), b – BRT Brasil (2012). O pagamento da passagem é feito dentro do veículo, com bilhetagem eletrônica (Figura 4.28), porém há a presença de cobrador dentro do ônibus para cobrança de 63 passagens de usuários sem cartão. O tempo médio de embarque, segundo a EPTC, é de 3,6 s/usuário. b a Figura 4.28 - Cobrança interna no veículo com bilhetagem eletrônica Fonte: a – Dos autores (2012), b – TRIPOA [s.d.]. Nas paradas e corredores não estão disponibilizadas informações das linhas e trajetos sendo identificada a demarcação da linha nos pontos dos terminais, como mostrado na Figura 4.29. Figura 4.29 - Informação disponível nos pontos e paradas Fonte: Dos autores (2012). 64 4.2.1.2 Monitoramento O controle da rede é feito pela CECOMM – Central de Controle e Monitoramento da Mobilidade (Figura 4.30), em tempo real, através do monitoramento de 80 câmeras e de 95% da rede semafórica. Figura 4.30 - Sistema de videomonitoramento Fonte: CECOMM (2012). Este monitoramento permite grande precisão no conhecimento do horário do ônibus, com erro de, aproximadamente, 2 min. Além disso, o controle da velocidade nos corredores é feito por sistema (Figura 4.31), possibilitando a criação de planos de ataque em casos críticos, através do controle da priorização semafórica, da atuação dos agentes nas paradas, que organizam os passageiros e agilizam o embarque e desembarque e, em casos extremos, da interface com outros órgãos da cidade, como Samu, Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Militar. Como podemos observar na mesma figura as velocidades médias nos corredores são identificadas pelas cores verde, amarelo e vermelho. A cor verde indica velocidade considerada adequada, acima de 20 km/h, a amarela indica necessidade de atenção ao corredor, com velocidade entre 15 e 20 km/h e a vermelha indica corredor crítico, com velocidade abaixo de 15 km/h. 65 Figura 4.31 - Sistema de controle de monitoramento da mobilidade Fonte: CECOMM (2012). 4.2.1.3 Acessibilidade “Acessibilidade significa permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, além de permitir o uso destes por todas as parcelas da população” (Portal Brasil, 2010) Através deste conceito há necessidade de se disponibilizar condições em relação ao transporte público, garantindo o direito de locomoção dos portadores de necessidades especiais – PNE’s. Para garantir este direito, Porto Alegre possui, segundo dados de 2010 da EPTC, 659 veículos adaptados, o que corresponde a, aproximadamente, 40% da frota. 66 Analisando os itens de adaptação verifica-se, com relação ao veículo, que o mesmo tem identificação externa quanto à adaptação para PNE. Na Figura (Figura 4.32) podemos observar a identificação no painel frontal do ônibus. Figura 4.32 - Ônibus com identificação de adaptação para PNE Fonte: Blog Meu Transporte (2011). O piso do veículo é rebaixado, portanto o embarque e desembarque são feitos através de rampa mecânica (Figura 4.43), permitindo o acesso de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção. Figura 4.33 – Veículo com piso rebaixado e rampa mecânica Fonte: Dos autores (2012). 67 No interior do veículo há Box reservado, com identificação de utilização prioritária (Figura 4.34). O sinal é luminoso, sonoro e acionado por botão visual e táctil. Figura 4.34 – Box reservado para PNE Fonte: Dos autores (2012). Com relação aos terminais foram identificados, em alguns casos, rampas para transposição de fronteiras, conforme observado ao fundo da Figura 4.35. Figura 4.35 – Rampa de acesso ao terminal aeroporto Fonte: Dos autores (2012). 68 4.2.1.4 Integração A região de POA possui 2 modais de transporte, o ônibus e o trem, integrados através dos sistemas de bilhetagem eletrônica chamados TRI e SIM. O sistema SIM pertence à empresa de trens metropolitanos Trensurb e o Tri é o sistema de bilhetagem eletrônica de POA. Ambos foram integrados, permitindo a utilização conjunta dos 2 modais disponíveis na cidade. O cálculo para integração dos ônibus é baseado no tempo de trajeto entre terminais, adicionando-se a esse tempo 30 min. Como exemplo será considerado uma linha cujo tempo de percurso (de terminal a terminal) é de 40 min. Adicionando-se a esse tempo 30 min., para possibilitar a integração com outro ônibus, perfazendo 1 hora e 10 min. Este tempo é computado entre o momento em que o bilhete é validado no 1° ônibus até o momento da validação no 2° ônibus. Se a linha que recebeu a gratuidade for uma linha alimentadora será possível integrar apenas com 1 ônibus, já se a linha que recebeu a gratuidade for uma linha normal será possível integrar com 2 ônibus (Figura 4.36). Figura 4.36 – Esquema de integração de ônibus com linha alimentadora gratuita e paga. Fonte: TRIPOA [s.d.]. No caso da integração com os trens a gratuidade é de 10% do valor total da tarifa (ônibus + trem), aplicada no 2° transporte. O tempo para integração segue o mesmo 69 critério de cálculo do tempo de integração entre os ônibus, considerando também o tempo total de trajeto do trem (Figura 4.37). Figura 4.37 – Esquema de integração entre ônibus e trem. Fonte: TRIPOA [s.d.]. Para que estas integrações sejam possíveis é necessário que os usuários possuam um dos cartões da rede SIM ou TRI, respeitando as regras de cada tipo de passageiro (usuário de vale transporte, escolar, isenção, etc.) e que façam a recarga destes cartões antecipadamente, já que o pagamento da passagem dentro do coletivo não permite a integração. 4.3 São Paulo A cidade de São Paulo está localizada na região sudeste do Brasil nas bordas da serra do mar, sobre o Trópico de Capricórnio, sendo caracterizada por grande número de colinas e rios. É a capital do estado de São Paulo (Figura 4.38), com população, segundo IBGE (2010), de 11.253.503 hab. e área de 1.523,278 km². “O clima é tropical de altitude, caracterizado por chuvas de verão e temperatura média anual entre 19º C e 27º C(...)” (Cidade de São Paulo, [s.d.]). “(...) originalmente recoberta basicamente por vegetação de várzea, campos e florestas. (...) A cobertura vegetal hoje existente no município é constituída basicamente por: fragmentos da vegetação natural secundária (...), que ainda resistem ao processo de expansão urbana, (...) restringindo-se aos parques e praças municipais e a escassa arborização viária; e por conjuntos ou espécimes isolados 70 em terrenos particulares.” (Atlas Ambiental do município de São Paulo, 2002 apud USTERI, 1911, s.p.). Figura 4.38 - Localização geográfica da cidade de São Paulo Fonte: Google (2012). A região foi fundada por “(...) um grupo de padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, (...), em 25 de janeiro de 1554 (...). Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. Apesar disso, até o século XVIII, São Paulo continuava como um quartel-general (...)” (SampaArts, [s.d.] apud Departamento do Patrimônio Histórico [s.d.]). 71 Hoje, segundo a São Paulo turismo, a cidade é a quarta maior do mundo, além disso, “O Estado de São Paulo é o mais desenvolvido do país, (...) constitui o centro financeiro da América do Sul” (InfoEscola, 2008). 4.3.1 Funcionamento do Sistema Conforme a São Paulo Transportes – SPTrans (2012), a Secretaria Municipal de Transportes e a SPTrans criaram o sistema municipal de transporte, composto por uma rede integrada. Desde 2003 essa rede permitiu um deslocamento mais rápido e um uso racional dos meios de transporte. Esse sistema é composto por dois subsistemas: Estrutural e Local. O subsistema Estrutural é composto pelas linhas operadas por veículos de médio e grande porte (comuns, articulados e biarticulados), conforme figura 4.39, destinadas a atender altas demandas e integrar diversas regiões às áreas centrais da cidade, fazendo uso das principais avenidas (SPTrans, 2012). Figura 4.39 – Ônibus biarticulado Fonte: Blog Ponto de Ônibus (2011). Ainda segundo o mesmo autor o subsistema Local alimenta a malha estrutural, diminui o tempo de espera, atende aos deslocamentos internos nos subcentros e 72 reduz o percurso a pé. Estas linhas são operadas por ônibus comuns e veículos de menor porte, como micro e mini ônibus. A Figura 4.40 mostra o subsistema de linhas estruturais alimentado por linhas locais e integrado com outros modais de transporte. Figura 4.40 Sistema de linhas estruturais alimentado por linhas locais Fonte: Sptrans (2012). 4.3.1.1 Características Segundo a Revista Técnica Coletivo (2011), da São Paulo Transporte, o transporte público de São Paulo possui 15 mil ônibus, sendo mais de 6.900 veículos da frota acessíveis, 360 veículos do Atende, 15 mil equipamentos de GPS e 500 câmeras no SIM – Sistema Integrado de Monitoramento. Segundo o mesmo autor, para facilitar a organização das linhas, a cidade foi loteada em oito áreas e delegadas aos concessionários e permissionários10, cada área com uma cor diferente é operada por um consórcio e uma cooperativa, os veículos seguem o mesmo padrão de cores. Conforme a figura 4.41 podemos observar a divisão da cidade com a cor correspondente a cada área. 10 Concessionários – Formados por consórcios de empresas. Permissionários – Formados por consórcios de cooperativas. 73 Figura 4.41 – Organização do transporte coletivo em São Paulo Fonte: PMSP (2012). Para gerenciar o sistema, a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Transportes contam com a SPTrans, empresa de economia mista, responsável pela gestão do transporte na cidade (Coletivo, 2011). As 1.349 linhas que compõem o sistema de transporte de São Paulo passam por aproximadamente 19 mil pontos de paradas, percorrem 4.518 km de extensão, sendo destes, 126 km de faixas exclusivas distribuídos em 10 corredores e 28 terminais (PMSP e SPTrans, 2012). 74 Os terminais são cobertos, com piso no nível da rua e com operação de diversas linhas simultaneamente, exceto o Expresso Tiradentes, que comporta apenas 3 linhas para embarque e desembarque (Figura 4.42). a – Terminal Santo Amaro. b - Terminal Bandeira. c – Expresso Tiradentes. Figura 4.42 – Terminais estudados em São Paulo. Fonte: a / c – Dos autores (2012), b – Google (2012). As paradas são cobertas (Figura 4.43) ou demarcadas por um totem (Figura 4.44), com piso em nível ou elevadas. Conforme observado na tabela 4.2 as distâncias médias são de 388 e 1.100 metros para os corredores Nove de Julho e Expresso Tiradentes, respectivamente, enquanto que a média para a cidade é de 250 metros. Tabela 4.2 - Corredores e vias da Cidade de São Paulo Ext. (m) Tipo de Via Paradas Nove de Julho 14.750 Corredor 37 Distância média (m) 400 Expresso Tiradentes 10.000 Corredor 9 1.100 4.518.000 Diversas 19.000 250 Nomenclatura Cidade de São Paulo Fonte: Dos autores (2012) 75 Figura 4.43 - Pontos de ônibus cobertos Fonte: a - Google (2012), b - Dos autores (2012). Figura 4.44 - Pontos de ônibus descobertos. Fonte: Dos autores (2012). No Expresso Tiradentes o embarque é feito em nível, podendo ou não ter degrau (desnível) no interior dos ônibus. Nos demais corredores o embarque pode ou não ser feito em nível, pois existem veículos com piso rebaixado e desnível interno e veículos com embarque em desnível (figura 4.45). 76 Figura 4.45 – Acesso em nível e desnível / piso em nível e desnível. Fonte: Dos autores (2012). Segundo a Prefeitura Municipal de São Paulo (2012) a cidade tem uma das frotas mais novas do Brasil. Através da tabela 4.3 observa-se que a idade média dos veículos vem melhorando a cada ano, apesar de ter havido um aumento na idade da frota das empresas concessionárias, nos três últimos anos. Tabela 4.3 – Idade média da frota 2012 Idade da frota das empresas concessionárias 5 anos e 02 meses Idade da frota das empresas permissionárias 3 anos e 3 meses 2011 5 anos e 7 meses 3 anos e 2 meses 2010 5 anos e 7 meses 3 anos e 11 meses 2009 4 anos e 10 meses 4 anos e 1 meses 2008 4 anos e 2 meses 3 anos e 7 meses 2007 4 anos e 10 meses 4anos e 3 meses 2006 5 anos e 11 meses 4 anos 2005 6 anos 3 anos e 7 meses 2004 5 anos e 5 meses 2 anos e 9 meses 2003 6 anos e 9 meses Fonte: PMSP (2012). 3 anos e 8 meses Ano 77 O corredor do Expresso Tiradentes é segregado com pista elevada (figura 4.46), já os demais podem ter partes segregadas, sendo a maioria deles demarcados com pintura (figura 4.47). Figura 4.46 - Corredor Expresso Tiradentes Fonte: Dos autores (2012). Figura 4.47 –Corredor Santo Amaro/Nove de Julho. Fonte: Dos autores (2012). No Expresso Tiradentes o pagamento da passagem é feito antecipadamente nos terminais e nas estações, com bilhetagem eletrônica (figura 4.48). Nos demais corredores isso ocorre dentro do veículo, com a presença do cobrador, através de bilhete eletrônico ou dinheiro (figura 4.49). Nos horários de pico foi implantado, em caráter experimental, o pré-pagamento em alguns terminais, nas linhas com maior demanda, registrando significativa melhora no tempo de embarque de passageiros e 78 cumprimento das partidas programadas. O resultado da operação foi um ganho de tempo de 10 minutos no embarque (SPTrans, 2012). Figura 4.48 - Pré-pagamento de passagem Fonte: Dos autores (2012). Figura 4.49 - Formas de pagamento de passagem Fonte: Dos autores (2012). 4.3.1.2 Monitoramento O sistema de monitoramento via GPS implantado pela SPTrans a partir de 2004 permite: “(...) controle / monitoramento automático dos ônibus, localização instantânea em situações de emergência, coleta de dados operacionais úteis para fins de fiscalização e planejamento, integração com outros dispositivos de controle instalados nos ônibus 79 (Ex: validadores eletrônicos, contadores de passageiros) e implementação de sistemas de informação ao usuário em tempo real. Esse sistema possui cerca de 14.500 veículos monitorados através dos equipamentos embarcados (AVL´s), 500 câmeras, 662 PMV´s Painéis de Mensagens Variáveis” (SPtrans, 2012). Conta também com o sistema de monitoramento “Olho Vivo”, que utiliza as informações dos AVL’s dos ônibus, (latitude, longitude, hora, linha e Prefixo) para gerar o mapa de fluidez dos veículos nos principais corredores e avenidas da cidade. (Figura 4.50). Figura 4.50 - Sistema de monitoramento Fonte: SPTrans (2012). 80 4.3.1.3 Acessibilidade Conforme SPTrans pensando em: “... garantir às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida o direito básico de ir e vir com segurança e autonomia. Entre os inúmeros terminais e estações em atividade, muitas já dispõem de rampas, elevadores, plataformas e outras adaptações. E um número expressivo de funcionários da empresa tem recebido treinamentos especiais” (SPTrans ,2012, s.p.). Traduzindo estas ações em números, São Paulo possui, segundo dados de 2012 da SPTrans, 6.900 veículos adaptados com rampa de acesso e espaço para cadeirante ou cão guia, o que corresponde a, aproximadamente, 50% da frota. A partir de 1996 foi criado o Serviço de Atendimento Especial – ATENDE modalidade de transporte porta a porta, gratuito, destinado à PNE’s com alto grau de severidade. Já os terminais são dotados de rampas de acesso, rebaixamento de calçadas, piso táctil e contam com acessibilidade assistida, conforme Figura 4.51. Figura 4.51 – Acessibilidade Fonte: Dos autores (2012). 4.3.1.4 Integração 81 A integração entre ônibus e metrô ou trens das CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, pode ser realizada em todas as estações. Segundo a SPTrans (2012, s.p.): “(...) da primeira vez em que o cartão é encostado no validador, é debitada a tarifa-padrão (ônibus ou Metrô/CPTM). Quando o passageiro troca de modal, o validador desconta a diferença entre as tarifas, no período de até duas horas. Nos ônibus, você pode fazer quatro embarques no prazo de até três horas, utilizando o Bilhete Único Comum e até duas horas utilizando o Bilhete Único Vale-Transporte. Se, usar Metrô ou trem dentro das primeiras duas horas, você pagará a diferença para completar o valor da tarifa integrada”. O detalhamento das formas de integração pode ser observado na figura 4.52. Figura 4.52 - Formas de integração Fonte: SPTrans (2012). 82 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Como resultado das pesquisas foram escolhidos 10 indicadores, divididos em 5 indicadores quantitativos, 3 indicadores temporais e 2 indicadores qualitativos, possibilitando que cidades diferentes fossem comparadas. Na Tabela 5.1 podem ser observados os indicadores quantitativos. Tabela 5.1 – Indicadores quantitativos Levantamento em campo Apuração Item Indicador Uni Avaliação Curitiba N° pass./n° habitantes (%) Passageiros transportados por dia. 45% Hab./ Km N° habitantes/ comprimento das vias N° de habitantes dividido pelo comprimento da via. 21.629 Km/ Km² Comprimento das linhas/área da cidade Total de linhas em relação à área que deve ser atendida 0,19 0,11 0,08 0,01 m N° de paradas/m de via Média entre as distâncias de uma parada a outra. 225 541 388 1.100 R$/km Preço da passagem/ Km de via Valor da tarifa unitária em relação à renda da população 0,03 0,05 0,02 0,30 1 % de Pass./ Passageiros dia Transportados 2 N° de habitantes por comprimento das vias 3 Área de atendimento 4 Distância Média entre Paradas 5 Custo da Viagem São Paulo Porto São - Expresso Alegre Paulo Tiradentes Fórmula 75% 53% 25.624 89.314 6% 150.000 Fonte: Dos autores (2012). Nota-se, que a cidade de Porto Alegre apresenta maior aderência ao sistema de ônibus, com 75% da população utilizando este meio de transporte, já o Expresso Tiradentes é o que tem menor aderência, devida a sua pequena extensão, atendendo apenas 6% da população de São Paulo. A cidade de Curitiba apresenta o 83 maior número de vias em relação a sua área, com 0,19 km/km², e o maior número de vias em relação a seus habitantes, com 21.629 hab./km. A cidade de São Paulo apresenta o menor custo por km de via, com R$0,02/km e, no expresso Tiradentes, apresenta a maior distância média entre paradas, com 1,1 km. Na Tabela 5.2 podem ser observados os indicadores temporais. Estes foram levantados apenas nos corredores estudados no levantamento de campo: Curitiba, corredor do Terminal Carmo ao Terminal Boqueirão; Porto Alegre, trajeto da linha T5, que passa pelo corredor Osvaldo Aranha; São Paulo, corredor Nove de Julho e corredor Expresso Tiradentes. Tabela 5.2 – Indicadores temporais Levantamento em campo Item 6 7 8 Apuração Uni Fórmula Avaliação Curitiba Porto Alegre São Paulo São Paulo Expresso Tiradentes Tempo Médio Gasto Min./ por Km Quilômetro Tempo total da viagem/ km de linha Tempo gasto no interior do veículo dividido pela extensão da via. 2,63 1,7 3,4 1,2 Frequência de Min. Atendimento Tempo médio de espera entre veículos com mesmo destino Intervalo de tempo entre as passagens dos veículos. 15,0 20,0 20,0 5,0 Km de via/ Tempo de percurso Velocidade média no percurso 23,0 35,0 18,0 50,0 Indicador Velocidade média Km/ h Fonte: Dos autores (2012). Nota-se que São Paulo apresentou resultados nos extremos. O Expresso Tiradentes obteve o melhor desempenho, com frequência de atendimento a cada 5 min., velocidade média de 50 km/h e tempo médio de 1,2 min./km, podendo relacionar parte deste alto desempenho temporal com o fato de ter a maior distância entre paradas. Em contrapartida o corredor Nove de Julho apresentou frequência de 84 atendimento a cada 20 min., velocidade média de 18 km/h e tempo médio de 3,4 min./km. Na Tabela 5.3 podem ser observados os indicadores qualitativos. Estes foram levantados através de pesquisa de satisfação (Figura 4 - Apêndice A) e análise em campo. Tabela 5.3 – Indicadores qualitativos Levantamento em campo Apuração Curitiba Porto Alegre São Paulo São Paulo Expresso Tiradentes 5,5 3,8 6,9 8,8 6,9 6,2 5,8 8,3 Item Indicador Uni Fórmula Avaliação 9 Acessibilidade Pontos (em 10) Rampa, Itens que embarque e favorecem a desembarque, acessibilidade piso táctil, presentes no mobilidade no sistema veículo. 10 Pesquisa de satisfação Pontos (em 10) 40 entrevistas por capital Pontuação relativa à pesquisa de campo. Fonte: Dos autores (2012). Neste quesito novamente destaca-se o Expresso Tiradentes, com notas 8,8 de acessibilidade e 8,3 na pesquisa de satisfação. A cidade de São Paulo apresentou o melhor desempenho geral em relação à acessibilidade, em todas as regiões analisadas, já em relação à satisfação do usuário, o corredor Nove de Julho apresentou pontos de atenção, contrapondo o excelente resultado do Expresso Tiradentes. Ainda no quesito satisfação do usuário Curitiba e Porto Alegre apresentaram notas bem próximas, com 6,9 e 6,2, respectivamente. Na Tabela 5.4 estão detalhados os quesitos analisados em relação à acessibilidade, que geraram os resultados da Tabela 5.3. O método foi levantar a presença dos principais itens que proporcionam a integração de pessoas com necessidades especiais e criar uma pontuação arbitrária para eles, desconsiderando o grau de importância e qualidade de cada um. Durante a visita técnica verificou-se a presença 85 ou não do item, caso ele se fizesse presente a pontuação era computada, caso contrário, receberia nota zero. Tabela 5.4 – Detalhamento da análise de acessibilidade ACESSIBILIDADE: ITENS AVALIADOS 1. Acessibilidade assistida (0,5 pto.) Local Terminal Ida/Volta Ida Volta 2. Rota em piso táctil (0,5 pto.) Terminal Ida Volta Rota acessível dentro dos terminais (0,45 pto.): elevador (0,15 pto.), 3. Terminal rampas (0,15 pto.), rebaixamento de calçadas (0,15 pto.). 4. Acesso da plataforma para dentro do veículo: em nível (0,5 pto.) Terminal Ida Volta Ida Volta Dispositivos de sinalização informativa das linhas (0,45 pto.): 5. Terminal visual (0,15 pto.), táctil (0,15 pto.) e auditiva (0,15 pto.). Terminal Ida Volta Ida Volta 6. Assento preferencial (0,5 pto.) Ônibus Ida Volta 7. Box reservado: para cadeira de rodas e para cão guia (0,5 pto.) Ônibus Ida Volta Comunicação visual quanto à 8. adaptação para deficientes (0,5 pto.) Ônibus Sinal de parada (0,6 pto.): sonoro 9. (0,15 pto.), luminoso (0,15 pto.), visual (0,15 pto.) e táctil (0,15 pto.). Ônibus Ida Volta Ida Volta TOTAL: Fonte: Dos autores (2012). Pontuação Máxima CR PA SP9J SPET 0,50 - - 0,50 0,50 0,50 - - 0,50 0,50 0,50 - - - 0,50 0,50 - - 0,50 0,50 0,45 0,45 0,15 0,15 0,45 0,45 0,45 - 0,30 0,45 0,50 0,50 - - 0,50 0,50 0,50 - - 0,50 0,45 0,15 - 0,15 0,15 0,45 0,15 - 0,15 0,15 0,50 - - 0,50 0,50 0,50 - - 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,60 0,15 0,30 0,30 0,30 0,60 0,15 0,30 0,30 0,30 10,00 5,50 3,75 6,85 8,80 86 Na Tabela 5.5 estão detalhadas as questões respondidas pelos usuários na pesquisa de satisfação, também utilizados para gerar os resultados da Tabela 5.3. A nota final representa a média das notas dadas pelos usuários para as questões 1 a 12. Tabela 5.5 – Detalhamento da pesquisa de satisfação N° Questão Curitiba Porto Alegre São Paulo São Paulo Expresso Tiradentes 1. A quantidade de pessoas dentro dos ônibus 4,49 5,25 5,05 7,20 2. A distância de sua casa ou trabalho aos pontos de ônibus 7,95 7,50 7,00 8,05 3. A facilidade de acesso a diversos bairros 7,62 6,95 6,90 7,95 4. A rapidez de deslocamento do bairro até o centro 7,30 6,90 5,45 9,30 5. A pontualidade dos ônibus 6,76 5,23 5,10 8,35 6. Ao conforto que o ônibus oferece 6,22 6,40 5,20 8,15 7. A limpeza e conservação dos ônibus 6,92 6,72 5,75 8,35 8. Ao conforto dos pontos de ônibus 6,05 5,25 4,90 7,75 9. A segurança com relação a acidentes 6,63 6,30 6,15 8,20 10. As informações disponíveis nos pontos de ônibus e terminais 7,14 4,60 5,75 8,30 11. A sua satisfação quanto à prestação de serviço dos motoristas e cobradores 7,73 7,10 6,50 8,70 12. A sua satisfação com o serviço de ônibus em questão 7,51 6,55 6,05 8,75 Nota final 6,86 6,23 5,82 8,25 Fonte: Dos autores (2012). 87 Através da Figura 1 (Apêndice A) podem ser observadas as notas dadas pelos usuários para as questões 1 a 11 da pesquisa de satisfação. Na Figura 2 (Apêndice A) ressaltam-se os principais resultados em cada capital. A questão melhor avaliada em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo - Corredor Nove de Julho foi: “Distância de sua casa ou trabalho aos pontos de ônibus”; já no Expresso Tiradentes, em São Paulo, foi: “Rapidez de deslocamento do bairro até o centro”. Porém nas questões com principais pontos a melhorar houve maiores divergências. A Cidade de Curitiba e o Expresso Tiradentes avaliaram com menor pontuação a “Quantidade de pessoas dentro do ônibus”, Porto Alegre as “Informações nos pontos de ônibus e terminais” e São Paulo – corredor Nove de Julho o “Conforto dos pontos de ônibus”. Os resultados representados na Figura 5.1 são a média das notas dos usuários para os itens 1 a 12 da pesquisa. Figura 5.1 – Média geral da avaliação dos usuários Fonte: Dos autores (2012) 88 Observa-se que o Expresso Tiradentes, em São Paulo, obteve a maior média, seguido de Curitiba, Porto Alegre e o corredor Nove de Julho em São Paulo. Os resultados representados na Figura 5.2 mostram a Satisfação dos usuários quanto ao serviço de ônibus, que é a nota dada para a questão 12. Figura 5.2 – Satisfação dos usuários quanto ao serviço de ônibus Fonte: Dos autores (2012) Nota-se que apesar da nota dada para avaliação geral dos sistemas ser maior do que a média das notas dadas individualmente a cada questão, a colocação das cidades não sofreu alteração, mostrando que a avaliação de cada item feita pelo usuário reflete na pontuação dada por ele para o serviço como um todo. A Figura 3 (Apêndice A) considera a avaliação dos usuários apenas para o item 12 da pesquisa separado por faixa etária. Observa-se que o Expresso Tiradentes, em São Paulo, obteve a maior nota entre os usuários até 20 anos, de 21 a 40 anos e acima de 60 anos. Já Curitiba obteve a maior nota entre os usuários de 41 a 60 anos, sendo esta a maior, entre todas as avaliações. O corredor da Nove de Julho 89 teve a menor avaliação para os usuários de até 20 anos, de 41 a 60 anos e acima de 60 anos. Já para os usuários de 21 a 40 anos, Porto Alegre obteve a menor nota. 90 6 CONCLUSÕES Todos os sistemas estudados apresentaram pontos positivos e pontos de atenção com relação aos indicadores quantitativos e temporais, sendo que Curitiba apresentou o melhor desempenho quantitativo e o Expresso Tiradentes, em São Paulo, o melhor desempenho temporal. Com relação ao indicador qualitativo de acessibilidade, com base nos pontos analisados, constatou-se que o Expresso Tiradentes em São Paulo possui maior número de itens que garantem melhor mobilidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais. Quanto ao indicador qualitativo de satisfação do usuário, baseado na amostragem estudada, constatou-se que o Expresso Tiradentes, em São Paulo, também obteve uma média pontual maior que os outros sistemas. Ressalta-se que este estudo não teve como objetivo apontar o melhor ou pior sistema de transporte urbano coletivo, pois baseado apenas nos indicadores quantitativos, temporais e qualitativos, seria uma abrangência superficial para tal classificação. Além disso, as cidades cujos sistemas foram foco deste trabalho, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, possuem número populacional e características de BRT divergentes pelo fato de cada uma ter adaptado o sistema a sua realidade. Contudo, nota-se que as cidades que incorporaram o maior número de características do BRT ou que tinham maior priorização do transporte público obtiveram melhor desempenho, permitindo concluir que o BRT apresenta características que realmente o tornam mais eficiente do que o sistema de ônibus convencional, mesmo quando apenas parte de suas características são incorporadas. Mostrou-se um meio de transporte capaz de amenizar os problemas de mobilidade urbana presentes nas cidades nos dias de hoje garantindo um transporte de qualidade à população. 91 7 RECOMENDAÇÕES Neste trabalho foram analisados indicadores quantitativos, temporais e qualitativos de três grandes capitais brasileiras com o objetivo de avaliar os pontos fortes e a melhorar de cada um. Como continuidade deste estudo recomenda-se propor soluções para as capitais estudadas, utilizando como referência os itens com melhor desempenho no estudo. Também seria interessante reavaliar os indicadores criados após a conclusão das obras do programa de aceleração do crescimento, que estavam em andamento nestas capitais durante o desenvolvimento deste trabalho, a fim de acompanhar a evolução dos sistemas. 92 REFERÊNCIAS ASSOCIADOS, Jaime Lerner Arquitetos. Avaliação Comparativa das Modalidades de transporte Público Urbano. Curitiba: Ntu, 2009. 92 p. ANTUNES, Eloisa Maieski. Avaliação da qualidade do transporte público por ônibus sob o ponto de vista do usuário em cidades médias paranaenses. 2009. 113 f. Dissertação (Pós-graduação) - Curso de Engenharia Urbana, Universidade Estadual de Maringá, Maringá - Pr, 2009. BRASIL, Instituto Pampa. Bioma. 2012. Disponível em: <http://pampabrasil.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=50&It emid=57>. Acesso em: 14 out. 2012. BRT BRASIL. BRT Porto Alegre. 2012. 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Disponível Acesso em: em: 13 APÊNDICE A 100 Figura 1 - Avaliação geral dos usuários por item Fonte: Dos autores (2012) 101 Figura 2 – Avaliação geral dos usuários: Melhores e Piores Itens Fonte: Dos autores (2012) 102 Figura 3 – Satisfação dos usuários por faixa etária Fonte: Dos autores (2012) Figura 4 – Formulário para pesquisa de satisfação Fonte: Dos autores (2012) apud Antunes, Eloisa Maieski (2009). ANEXO A RIO BRANCO/ TAMANDARÉ ITAPERUÇU/ TAMANDARÉ BOCAIUVA DO SUL (T. GUARAITUBA) COLOMBO ANG. CARON SEDE APDEC TAMANDARÉ/COLOMBO ROSEIRA (T. GUARAITUBA) TERMINAL ALMIRANTE TAMANDARÉ S. FRANCISCO MONTE SANTO V. PRADO AR É J. PARAÍSO TAMANDARÉ MONTE CASTELO (T. GUARAITUBA) L/T AM A N D B CA RA SÃO JORGE ALMIRANTE TAMANDARÉ 76 BR 4 JD. GRAMADO JD DAS GRAÇAS RIBEIRA/F. CORADIN (T. GUARAITUBA) TERMINAL CACHOEIRA GIANNINI GRAZIELA T. CACHOEIRA/T. MAR ACAN BONFIM Ã STA HELENA IR A B R A L /C A C H O E É C AR A L / T A M A N D A R AB PARQUE BARREIRINHA V Á IA A QUITANDINHA Ã CA N RA L/M A RA CA B TA . VIS O/B T L B.A I S II E INT O IRR RB A ER COU OM O CA LE MILO LL IS DE TÓ DR OV A CENT ./BOQ . RO SI II MB JD. CENTENÁRIO O/S .J. P INH A SANTANA S. JOANA PALMEIRA V. RENO PARQUE IGUAÇÚ T IGO PAR T. B ARAÇA N. EUROPA SÃO JOSÉ JUREMA SÃO JOSÉ DOS PINHAIS ALTO BOQUEIRÃO SANTA INÊS CENTRO MED. COMUN. B. NOVO OSTERNACK BOQUEIRÃO OSTERNACK 50 OSTERNACK / S. CERCADO I/ HEIRI NHO GA FUTURAMA FUTURAMA/S. CERCADO BR ATÉ T ERM. PIN STA. RITA/ PINHEIRINHO 376 JD. LUDOVICA Pontos de Interesse Legenda PÇA. SEMINÁRIO 01 POMPÉIA CAVALO BAIO TERMINAL ARAUCÁRIA SÃO SEBASTIÃO RIACHO DOCE AEROPORTO E. VERISSIMO/ PANTANAL BAIRRO NOVO PINHEIRINHO ÇÃ O /A PO LO / IN Á FÁTIMA 02 J. PARANAENSE BAIRRO NOVO "A" 02 Interbairros 03 Alimentador 04 RIO BONITO GANCHINHO LUIZ NICHELE UMBARÁ Estação Tubo Estação Tubo com Integração Terminais G-16/17 29 U-22/23 30 K-13 31 J-13 32 L-20 33 Aero Clube (Bacacheri) Expresso Troncal RIO BONITO/CIC MENINO DEUS Aeroporto Antiga Estação Ferroviária Arcadas do Pelourinho 05 Autódromo J-12 06 J-12 07 Boca Maldita G/H-13 08 Bosque João Paulo II/Portal Polonês CACHIMBA Linha Direta Fazenda Rio Grande Linha Direta Fazendinha - Tamandaré A Z EN D SHANGRILÁ A RAR F Linha Direta Bairro Novo Linha Direta Colombo/CIC INTEG Linha Direta Boqueirão - C. Cívico STA CLARA Linha Direta Pinheirinho - S. Cândida CACHIMBA / OLARIA Linha Direta Inter 2 PARQUE INDUSTRIAL IGUAÇU I BR 116 TUPI/RUA BEGÔNIA TERMINAL FAZENDA RIO GRANDE IGUAÇU I I (CEMIT. EVANG.) Linha Direta Araucária - Curitiba Projeto Gráfico e Arte Final - Denise Wolaniuk agosto/2009 NAÇÕES I I NAÇÕES I FAZENDA RIO GRANDE SANTA TEREZINHA/IPÊ ESTADOS SANTA GRALHA AZUL MARIA JD. VENEZA J-13 21 22 23 24 25 26 Linha Direta Centenário 27 Linha Direta Tamandaré/Cabral 28 I-10 42 Santa Felicidade/Portal Italiano L-15/16 Jardim Botânico/Museu Botânico 20 I-12 41 Ruínas de São Francisco Galeria Schaffer Linha Direta Sítio Cercado Linha Direta Barreirinha - S. José E-12 17 J-12/13 40 Rua das Flores Farol da Cidade 19 Linha Direta Guaraituba/Cabral SANTA TEREZINHA Correio Velho 16 R-16 39 Rua da Cidadania do Boqueirão J-13 15 O-7 38 Rua da Cidadania da Fazendinha L-16 Centro Politécnico Linha Direta Centro Politécnico Linha Direta Campo Largo - Curitiba EUCALIPTOS Centro de Convenções de Curitiba 14 J-12 37 Rua 24 Horas J-12 13 18 Linha Direta S. Felicidade - B. Alto I-12 12 J/K-14 36 Rodoferroviária Cem. Mun. São Francisco de Paula Linha Direta Aeroporto Linha Direta Pinhais - Campo Comprido EUCALIPTOS II Catedral Basílica 11 L-14/15 35 PUC I/J-12 10 I-13 34 Prefeitura Municipal de Curitiba J-13 09 H/J-8/9 Parque Barigui/Pavilhão de Exposições K/U-17/20 Parque Iguaçú E-13 Parque São Lourenço I-13 Passeio Público I/J-12 Praça Garibaldi Relógio das Flores Fonte da Memória Igreja do Rosário Fundação Cultural de Curitiba Biblioteca Pública do Paraná Câmara Municipal de Curitiba TUPI/ S. FRANCISCO RDA AV IA PARQUE IGUAÇU ERTON COELHO NOVA EUROPA EUCALIPTOS S DE IX BO A TERMINAL BOQUEIRÃO ZA OU FE N TERMINAL AFONSO PENA T. AFONSO PENA/PUC PUC (SÃO JOSÉ) ARAUCÁRIA GRALHA AZUL ITAJUBÁ IS 30 JARDIM DA ORDEM CAL CO LO PE N HAU TERMINAL SÍTIO CERCADO E. DA CUNHA A DO R TRABAL H LONDRIN BAIRRO NOVO "C" O AR 277 OQ UE IRÃ O/ T. AF ON SO R ÃO UEI Q O B ER/ COQUEIROS CHAPINHAL PIN./C IC RE SAC R FE ODO RR OV IÁR V. C IA AP AN E MA H. CA JU RU J.B OT ÂN UR IC O BA NO LO AM PE S AZ OR P. P M R TE . A ES IXE G TE IRA UIA S R OR RE S R1 16 EUS PIRIN TÃ OR -P R IA AU CÁ A IR ZOOLÓGICO STA. RITA/CIC RE N AUL T CUR R LIBA ALIN NÓ HO POL IS SANTA FÉ BR CENTENÁRIO/ HAUER S RRE BR 6 47 GUARITUBA ÁG UA CL AR A IPÊ QUARTEL ALTO BOQUEIRÃO É.VERÍSSIMO S IV RRO R BA I INTE AV. REPÚBLICA DOM ÁTICO MARUMBY V. ACCORDES DALAGASSA N HA AL IST CR UAR A WEISSÓPOLIS S TO IF Ó R N RB UAR A VILA NOVA DA AV. J. TROPICAL OR ND CO /S PIRA Q ISAURA II IC A/C LIC M. ANGÉLICA SAGRADO CORAÇÃO ROSA TORTATO KAMIR CED O J. HOLANDES AGRÍCOLA IGUAPE I ANTONIO DE PAULA NIVALDO BRAGA BAIRRO NOVO "B" O INH HEIR N I P ACÁRI A RAU V. M A ACRÓPOLE S III ITAMARATI MARINGÁ S. PEDRO TOMAZ COELHO ALVORADA IS/P IRA Q ÔN I CA IRAI TERMINAL CENTENÁRIO TERMINAL CARMO V. URANO RIO NEGRO B TO JA RO A IR B R E IN T E. VERÍSSIMO BOQUEIRÃO/ KRAFT VITÓRIA RÉGIA HIP. DA COSTA I N T E XAXIM/CAPÃO RASO PIRATINI/BR116 CPO COMPRIDO/BOSCH LIC A/ CI C AUTÓDROMO CATULO DA P. CEARENSE PASSARELA V. SÃO PEDRO GÉ CARBOMAFRA GÉ PIN HA S. FILHO XAXIM/LINHA VERDE WINSTON CHURCHILL AN AN CAJURU STA M TON IETA J. TROPICAL TERMINAL HAUER C. BELEM 39 Q. GENERAL TERMINAL ANGÉLICA IA A N MERCÚRIO XAXIM GR AM AD SÃO PEDRO OS OURO VERDE BOSCH TEÓFILO OTONI SALGADO FILHO XAXIM TERMINAL IN T ERBA IR R OS IV CIC TERMINAL PARQUE PINHEIRINHO DENSO MA R C. LUIZ DO SANTOS PEDRO GUSSO STA. CRUZ VILA VERDE TERMINAL PINHAIS TERMINAL OFICINAS TRINDADE FERROVILA SANTA BERNADETHE INDUSTRIAL ANGÉLICA/CIC C. BELEM S. FILHO OB HERCULANO DE ARAÚJO PRIVÊ 05 APE IGU TRABALHADOR NY UBERLÂNDIA SANTA REGINA BARIGUI PAROLIN FANNY JOSÉ C. BETTEGA CASA DE CUSTÓDIA TRE MARECHAL FLORIANO ROBERTO HAUER ITAJUBÁ CPO ALEGRE RONDON RE A. MEIRELLES SOBRINHO ESP. VIC. DE CARVALHO/ C. IMBUIA B A IR O RIO PARQUE TROPEIROS S/ IPE E ALF OL I SP V. AMÉLIA MARACANÃ /C.IMBUIA PÁDUA FLEURY TERMINAL CAPÃO RASO STA AMÉLIA VILA MARISA TERMINAL 24 PORTÃO JOÃO VIANA SEILER KENNEDY HOSPITAL DO TRABALHADOR PARQUE DIADEMA SABARÁ V. GUAÍRA L RA R PINHAIS/ B. ALTO GERMÂNIA C. POLITÉCNICO JARDIM DAS A M ÉR I C A S PUC CONS. DANTAS FA N Ê MORRETES V ALM. GONÇALVES S E INT ER BA IRR OS VI BELA VISTA IN ND C CI IA/ C N O AS .R ./C MP CO C. PARQUE CAIUÁ PE DE AU C. PO RT PORT ÃO /CI ÃO C PORTO BELO AIRROS M. T GA ST ÃO C RB AI R SK I DO IM PE RIA L MO SS UN 38 TERMINAL CAIUÁ PARQUE PASSAÚNA INTERB AB ./C O Ã RT PO VITAL BRASIL CARLOS DIETZCH AR VILA MARQUETO S.QUITÉRIA DOM PEDRO JARDIM BOTÂNICO PL. KARLA EMILIA PERNE NO TA O ALTRUMÃ TA DETRAN TERMINAL ARAGUAIA CAPÃO DA IMBUIA 35 SI RRO PETIT CARNEIRO TÃO /POR FAZ. HA NDIN FAZE TERMINAL FAZENDINHA HA FAZEND./ CAIUÁ/FRIGORIF. FAZENDINHA/ C. COMPRIDO IA DO R TIA ITA TR AB AL STA. ÂNGELA MORADIAS PASSAUNA ÁGUA VERDE CHINA INTERBAIRROS 20 VI 13 B.ALTO/E.PERNETA JOAQUINA 17 PAIOL IN TERBAI Á CAIU AUGUSTA UTFPR WESTPHALEN SEBASTIÃO PARANÁ REBOUÇAS PÇ. EUF. CORREIA 46 WENCESLAU BRAZ FERRARIA OL E COT N GO CARLOS GOMES GETÚLIO VARGAS SILVA JARDIM IRROS II COL. MILITAR RODOFERROVIÁRIA RUI BARBOSA ALFERES POLI ARROIO CERCADO C. LARGO/E. VELHA TIMBOTUVA/E. VELHA HOSPITAL MILITAR CEL. DULCÍDIO BENTO VIANA PÇA DAS NAÇÕES IN TER BA PINHAIS RG O O MP./B O C . C SCH CIC NORTE PRAÇA OSÓRIO PÇA OSWALDO CRUZ RBAIRROS II INTE SÃO JOSÉ/D. FINA 48 12 27 SETE DE 09 SETEMBRO 03 14 OL E AN G A CAM SO . RA U. C / . P CO S . C A OM MP M C . C RI PO UNIVERSIDADE POSITIVO 07 06 PÇA. RUI BARBOSA MOSSUNGUÊ PA UL OG OR CAMPO LARGO TERMINAL CAMPO COMPRIDO GU Ê SÃ OG RA TO GABINETO PASSEIO CIRC. PÚBLICO 32 MARECHAL 22 MILITAR DEODORO 43 PRAÇA DO PÇA.19 25 DEZ. EXPEDICIONÁRIO ESTAÇÃO CENTRAL 21 10 40 16 TIRADENTES GUADALUPE PÇA. CARLOS GOMES 37 BARIGUI MARIA CLARA 33 44 IN T RIVIERA M. GU H E IM ITO AR R ÃE S 2 77 TERMINAL CAMP. DO SIQUEIRA BA RIG UI L MP O A CA T E R A DI LINH OVA /E. N UVA T O TIMB 29 41 H UG JD. CLAUDIA TERMINAL BAIRRO ALTO P. DE M. V SO . UZ A P. K ISS UL A 47 VENEZA O ARG 11 S. CE RC AD TUIUTI BARIGUI AGRÁRIAS MOYSÉS MARCONDES CONSTANTINO MAROCHI COM. FONTANA MERCÊS ÂM BIG AR A OR RIHL B. F IL O GU P. D EIRA AU CR ÂN P. T IA AU NA 29 Y DE BR MA RÇ FAR IGA O NC DEIR O O V. D EN AC AR PARQUE BARIGUI TERMINAL CABRAL IEN PRAÇA DA BANDEIRA 42 IS/ HA PIN ALTO B. COLINA VERDE II SANTA FELIC IDADE PARAÍSO 01 ANTONIO CAVALHEIROS SI (Finais de semana) HOLANDA COLOMBO ANG. CARON JACOB MACANHAN SOLAR ÓP OL I S MUSEU OSCAR NIEMEYER 28 CENTRO CÍVICO TEFFÉ 34 PREFEITURA 23 UI BOM JESUS BA RR INTER BAIRR OS I INTERBAIRROS II SATURNO 08 BOSQUE JOÃO PAULO II G TIN 6 11 R B PLANALTO MARACANÃ/ B. ALTO SÃO JOÃO GAGO COUTINHO A SÃO BERNARDO S IV LINDÓIA MONTANA O AIRR AL BR CA RIO Ó OS ANTERO DE QUENTAL RB I N TE DIAS PARQUE ALEMÃO EIR IN H TERMINAL SANTA FELICIDADE BUTIATUVINHA CABRAL/CA CHOEIRA PARQUE TINGUI JOSÉ CULPI FERNÃO CH E AB OURO VERDE/V. BADIA ANTONIO LAGO TERMINAL BOA VISTA COLOMBO SEDE APDEC PARQUE GENERAL IBERÊ DE MATTOS AHÚ RA N 49 JD. ITÁLIA BOM PASTOR II S 19 R OS HIG BAIR GUARAITUBA V. MARIA DO ROSÁRIO (T. GUARAITUBA) ESPERANÇA FERNANDO DE NORONHA ROS 15 STA FELICIDADE/ STA CÂNDIDA R. NÃ UI INT ER INTER 31 SIO PÉ IA 26 AR IN G JOAQUIM NABUCO PORTÃO./CABRAL PEDREIRA PAULO LEMINSKI VIS TA /B CA S PARQUE SÃO LOURENÇO TERMINAL MARACANÃ RIO VERDE TERMINAL SANTAT CÂNDIDA TERMINAL BARREIRINHA B. INTERBAIRRO PINHEIROS PASSAÚNA BR ACA D./MAR S.CÂN A FARI ÔNIA COL PALOMA (T. GUARAITUBA) PORTEIRA/PALOMA OLARIA BANESTADO STA FELICIDADE/ STA CÂNDIDA JD. BOA VISTA OURO VERDE/V. BADIA CALIFORNIA ABAETÉ JARDIM IPÊ MAG RO JD. EUCALIPTOS STA FELICIDADE/ STA CÂNDIDA UMÃ TAR C CAMP O ANA TERRA/ ADRIANE COLOMBO/S.J.PINH AIS JD ARROIO TANGUÁ/TAMANDARÉ JD. PIONEIRO ALIANÇA SÃO BENEDITO AU SANTA TEREZINHA COLOMBO ANG. CARON VILA LEONICE VIL AN CAMPO MAGRO TERMINAL GUARAITUBA ANA TERRA/ ADRIANE L-11 Memorial da Imig. Japonesa (Pça Japão) E-9 Memorial da Imig. Ucraniana (Pq Tingui) J-18 Museu da História Natural J-12 Museu de Arte Contemporânea I-12 Museu de Arte do Paraná F-16 Museu Egípcio - Ordem Rosacruz O-10 Museu Metropolitano de Arte (Portão) J-13 Paço da Liberdade (Museu Paranaense) E-12 Ópera de Arame/Pedreira Paulo Leminski J-12 Palácio Avenida H-13 Palácio Iguaçú I/J-12/13 43 Setor Histórico Casa Romário Martins Feira de Artesanato Galeria Júlio Moreira Igreja da Ordem Museu de Arte Sacra Cinemateca I-13 44 Solar do Barão J-13 45 Teatro Guaíra L-14 46 Teatro Paiol I-10 47 Torre Mercês/Brasil Telecom J-13 48 Universidade Federal do Paraná F-11 49 Universidade Livre do Meio Ambiente X-16/17 50 Zoológico DO C AM PO