Cadernos
de Saúde
NÚMERO
ESPECIAL
Aquisição
das Línguas Gestuais
Sign Language
Acquistion
VOLUME 6, 2013
Publicação Semestral
Propriedade / Editor
Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Universidade Católica
Portuguesa (UCP)
www.cadernosdesaude.org
Palma de Cima, 1649-023 Lisboa, Portugal
Conselho Editorial / Editorial Board
Alexandre Castro-Caldas
Fernando Mena Ferreira Martins
Editores Convidados / Guest Editors
Sara Carvalho
Mara Moita
Ana Mineiro
Membros / Members
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Cadernos
de Saúde
NÚMERO
ESPECIAL
Aquisição
das Línguas Gestuais
Sign Language
Acquistion
VOLUME 6, 2013
Publicação Semestral
Índice
As palavras e os gestos que nos “tornam” humanos
13
“It is nothing other than words which has made us human”
Sara Carvalho, Mara Moita & Ana Mineiro
The words and signs that make us human
16
“It is nothing other than words which has made us human”
Sara Carvalho, Mara Moita & Ana Mineiro
Os desafios da investigação e avaliação da aquisição da língua gestual
19
Anne E. Baker
The challenges of research and assessment in sign language acquisition
20
Anne E. Baker
Bilinguismo precoce e aquisição bilingue:
O que sabemos da Aquisição Bilingue da Primeira Língua (BFLA)?
21
Hanna J. Batoréo
Early bilingualism and bilingual acquisition:
what do we know of bilingual first language acquisition (BFLA)?
22
Hanna J. Batoréo
Uma vindicação biolinguística das línguas gestuais: da aquisição à evolução
23
António Benítez-Burraco
A biolinguistic vindication of sign languages: from acquisition to evolution
24
António Benítez-Burraco
A aquisição de classificadores na Língua Brasileira de Sinais (Libras)
25
Elidéa Lúcia Almeida Bernardino
The acquisition of classifiers in Brazilian Sign Language (Libras)
Elidéa Lúcia Almeida Bernardino
26
Adaptação audioprotésica em crianças surdas de São Tomé e Príncipe – evolução
27
Cristina Caroça, Tânia Constantino, Ana Mafalda Almeida, Sandy Batista, João Paço
Fitting hearing aids in children in São Tomé e Príncipe - evolution
28
Cristina Caroça, Tânia Constantino, Ana Mafalda Almeida, Sandy Batista, João Paço
AQUI_LGP: Corpus de aquisição
29
Sara Carvalho, Mara Moita, Sofia Lynce de Faria, Patrícia Carmo
AQUI_LGP: Acquisition corpus
30
Sara Carvalho, Mara Moita, Sofia Lynce de Faria, Patrícia Carmo
O processo de aquisição da linguagem de crianças surdas implantadas
31
Karina Elis Christmann
The process of language acquisition of deaf children with cochlear implants
32
Karina Elis Christmann
A robustez do desenvolvimento da linguagem:
o papel dos estudos interpopulacionais e interlinguísticos
33
João Costa
The robustness of language development:
the role of crosspopulation and crosslinguistic studies
34
João Costa
Aquisição bilingue bimodal desigual:
gémeos - um ouvinte e um surdo - mediados numa família Surda
35
Emelie Cramér-Wolrath
Acquiring bimodal bilingualism differently:
a hearing and a deaf twin mediated in a deaf family
36
Emelie Cramér-Wolrath
Nomeação de imagens em crianças surdas de famílias surdas
e ouvintes em comparação com a produção de gestos não linguísticos
espontâneos produzidos por crianças ouvintes: a influência da iconicidade
37
Rachel England, Robin Thompson, Gabriella Vigliocco, Bencie Woll, Gary Morgan
Picture naming in deaf children from deaf and hearing families
compared with spontaneous gestures produced by hearing children: the influence of iconicity
Rachel England*, Robin Thompson, Gabriella Vigliocco, Bencie Woll, Gary Morgan
38
Aquisição simultânea de Língua Gestual de Hong Kong e cantonês:
violação da gramática de code-blending39
Cat H.-M. Fung, Gladys Tang
Simultaneous acquisition of Hong Kong Sign Language and Cantonese:
violation of code-blending grammar
40
Cat H.-M. Fung, Gladys Tang
A escrita do português como L2 para crianças surdas: relações da escrita com a oralidade
41
Zilda Maria Gesueli, Ivani Rodrigues Silva, Sabrina de Oliveira Maciel Guimarães
Written Portuguese as L2 for deaf children: relations between writing and oral language
42
Zilda Maria Gesueli, Ivani Rodrigues Silva, Sabrina de Oliveira Maciel Guimarães
Identificação da idade relacionada com a aquisição da ASL
em CSPS e CSPO e identificação de perfis de alunos surdos
de línguas utilizando o Instrumento de Avaliação da Língua Gestual Americana (ASLAI)
43
Hoffmeister*, R., Novogrodsky, R., Fish, S., Benedict, R., Henner, J. & Rosenberg, P.
Identifying age related acquisition of ASL
in DCDP and DCHP and identifying profiles of deaf language
learners using the American Sign Language Assessment Instrument (ASLAI)
44
Hoffmeister*, R., Novogrodsky, R., Fish, S., Benedict, R., Henner, J. & Rosenberg, P.
A transcrição como uma ferramenta para aumentar
a consciência metalinguística em alunos de Língua Gestual Alemã como segunda língua
45
Emily Kaufmann, Reiner Griebel, Thomas Kaul
Transcription as a tool for increasing metalinguistic awareness in learners
of German Sign Language as a second language
46
Emily Kaufmann, Reiner Griebel, Thomas Kaul
O uso de referentes em inglês oral por crianças bilingues bimodais
47
Elena Koulidobrova; Kathryn Davidson
Bimodal bilingual children’s use of referents in their spoken English
48
Elena Koulidobrova; Kathryn Davidson
Aquisição da concordância verbal em Língua Gestual de Hong Kong (HKSL)
49
Scholastica Lam
Acquisition of verb agreement in Hong Kong Sign Language (HKSL)
Scholastica Lam
50
Aquisição da sintaxe de gestos funcionais em HKSL:
um estudo de caso sobre PODER e NÃO-TER produzido por criança com aprendizagem
tardia de HKSL do programa Jockey Club Sign Bilingualism and Co-enrolment in Deaf Education51
Scholastica Lam and Betty Cheung
Acquisition of the syntax of functional signs in HKSL:
a case study on CAN and NOT-HAVE produced by child late learners of HKSL
in Jockey Club Sign Bilingualism and Co-enrolment in Deaf Education Programme
52
Scholastica Lam and Betty Cheung
SEL - sistema de escrita para Língua de sinal
53
Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira
SEL - writing system for Sign Language
54
Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira
Aquisição de advérbios não manuais em HKSL por crianças surdas
no Jockey Club Sign Bilingualism and Co-enrolment in Deaf Education Programme
55
Jia Li, Scholastica Lam, Cat H-M. Fung
Acquisition of nonmanual adverbials in HKSL by deaf children
in the Jockey Club Sign Bilingualism and Co-enrolment in Deaf Education Programme
56
Jia Li, Scholastica Lam, Cat H-M. Fung
Mais do que a soma das partes: aquisição bilingue bimodal da linguagem – aspetos sintáticos
57
Diane Lillo-Martin, Ronice Müller de Quadros, Deborah Chen Pichler
More than the sum of the parts: bimodal bilingual language acquisition – syntactic aspects
58
Diane Lillo-Martin, Ronice Müller de Quadros, Deborah Chen Pichler
Extensão Média do Enunciado em crianças portuguesas com implantes cocleares:
diferente dos seus pares ouvintes?
59
Sofia Lynce de Faria, Sofia Barão Marques & Ana Mineiro
Mean Length of Utterance in Portuguese children with cochlear implant:
differences with hearing pairs?
60
Sofia Lynce de Faria, Sofia Barão Marques & Ana Mineiro
Intervenções psicopedagógicas na aquisição da língua de sinais:
fator de aprendizagem e desenvolvimento da Identidade cultural
Flávia Medeiros Álvaro Machado
61
Psycho-pedagogical intervention in sign language acquisition:
factor of learning and development of cultural identity
62
Flávia Medeiros Álvaro Machado
Aprendizagem da Língua Gestual Portuguesa como M2: contributos da análise
cinemática na identificação de possíveis erros fonológicos no Parâmetro Movimento
63
Cátia Marques, João Abrantes, Maria Augusta Amaral, Ivo Roupa, Tiago Atalaia
Portuguese Sign Language M2 acquisition: kinematic analysis contribution
in the identification of possible phonological errors in movement parameter
64
Cátia Marques, João Abrantes, Maria Augusta Amaral, Ivo Roupa, Tiago Atalaia
Desenvolvimento precoce de vocabulário bilingue em crianças
surdas com implantes cocleares educadas em escolas bilingues em Madrid
65
Mar Pérez Martín*, Marian Valmaseda Balanzategui, Begoña De la Fuente Martín, Nacho Montero, Sophie Mostaert
Early bilingual vocabulary development in deaf children
with Cochlear Implants educated in bilingual schools in Madrid
66
Mar Pérez Martín*, Marian Valmaseda Balanzategui, Begoña De la Fuente Martín, Nacho Montero, Sophie Mostaert
Guiné-Bissau: o nascimento da língua gestual
67
Mariana Martins, Marta Morgado
Guinea-Bissau: the birth of a sign language
68
Mariana Martins, Marta Morgado
São Tomé e Príncipe: a urgência da emergência de uma língua gestual
69
Ana Mineiro, Patrícia Carmo, Cristina Caroça, João Paço
São Tomé e Príncipe: the urgency of the emergence of a sign language
70
Ana Mineiro, Patrícia Carmo, Cristina Caroça, João Paço
Será o acesso fonológico e lexical no processamento semântico
condicionado pela idade de aquisição em sujeitos surdos?
71
Mara Moita
Is phonological and lexical access during semantic processing
conditioned by age of acquisition in deaf individuals?
72
Mara Moita
Avaliação das teorias de aquisição e perturbação da linguagem
através da aprendizagem de línguas gestuais em crianças
Gary Morgan
73
Evaluating theories of language acquisition and impairment
through children’s learning of sign languages
74
Gary Morgan
Organização prosódica em língua de sinais:
um estudo sobre intensificador e advérbio de modo na Língua Brasileira de Sinais (Libras)
75
Rosana Passos
Prosodic organization in sign language:
a study on intensifiers and modal adverbs in Brazilian Sign Language (Libras)
76
Rosana Passos
Aquisição da língua gestual como L2
77
Deborah Chen Pichler
L2 acquisition of sign language
78
Deborah Chen Pichler
Letramento acadêmico de surdos universitários: avaliação de leitura
79
Vanessa de Oliveira Dagostim Pires
Academic literacy for deaf college students: reading evaluation
80
Vanessa de Oliveira Dagostim Pires
A aquisição do tópico e do foco na Língua de Sinais Brasileira
81
Aline Lemos Pizzio
The acquisition of topic and focus in Brazilian Sign Language
82
Aline Lemos Pizzio
O desenvolvimento da Língua Gestual Alemã (DGS)
e do alemão escrito em alunos surdos com educação bilingue
83
Carolina Plaza-Pust
The development of German Sign Language (DGS)
and Written German in bilingually educated deaf students
84
Carolina Plaza-Pust
Mais do que a soma das partes:
Aspetos fonológicos da aquisição bilingue bimodal da linguagem
Ronice Müller de Quadros, Deborah Chen Pichler, Viola Kozak,
Carina Rebello Cruz, Aline Lemos Pizzio, Diane Lillo-Martin
85
More than the sum of the parts: Bimodal bilingual language acquisition phonological aspects
86
Ronice Müller de Quadros, Deborah Chen Pichler, Viola Kozak,
Carina Rebello Cruz, Aline Lemos Pizzio, Diane Lillo-Martin
Considerando o processamento visual para a investigação
do desenvolvimento típico e atípico da língua gestual
87
David Quinto-Pozos
Considering visual processing for investigating
typical and atypical signed language development
88
David Quinto-Pozos
Transcrição da Língua Gestual Portuguesa (LGP): utilização de uma ferramenta específica, ELAN 89
Jorge Rodrigues, João Barreto, Marta Morgado, Isabel Morais, Patrícia Carmo
Transcribing Portuguese Sign Language (LGP): using a specific tool, ELAN 90
Jorge Rodrigues, João Barreto, Marta Morgado, Isabel Morais, Patrícia Carmo
(Re)Pensar a Língua (LGP) em contextos de aprendizagem específicos
91
Fátima Sarmento, Rui Corredeira, Orquídea Coelho
(Re)Think Portuguese Sign Language in specific learning contexts
92
Fátima Sarmento, Rui Corredeira, Orquídea Coelho
E se eu fosse s/Surda? Seria bilingue? 93
Visões de Formadores/Docentes de Língua Gestual Portuguesa (LGP)
e Professores/Educadores de Educação Especial sobre ensinar LGP e LP
Ana Isabel Silva
What if I was d/Deaf? Would I be bilingual?
94
Portuguese Sign Language deaf educators’ and Special education teachers’
vision about how to teach Portuguese Sign Language and Portuguese language
Ana Isabel Silva
Estratégias de ensino do português como L2 a estudantes surdos
95
Ivani Rodrigues Silva, Aryane dos Santos Nogueira, Zilda Maria Gesueli
Differentiated teaching strategy for teaching Portuguese writing to deaf students
96
Ivani Rodrigues Silva, Aryane dos Santos Nogueira, Zilda Maria Gesueli
A aprendizagem da língua de crianças surdas:
aspetos lexicais e gramaticais da Língua Brasileira de Sinais
Lídia da Silva
97
Language-learning of the deaf child:
the lexical and grammatical aspects of Brazilian Sign Language
98
Lídia da Silva
Como pode a aquisição precoce da língua gestual e da língua oral influenciar
o desempenho sintático da linguagem verbal escrita?
Um estudo preliminar na Língua Gestual Portuguesa com sujeitos surdos pré-linguísticos.
99
Sónia Silva, Ana Mineiro, Alexandre Castro Caldas
How can the early acquisition of Sign Language and Oral Language influence
the syntactic performance of the oral language?
A preliminary study in Portuguese Sign Language with prelingually deaf subjects.
101
Sónia Silva, Ana Mineiro, Alexandre Castro Caldas
Gestuantes nativos e não nativos de língua gestual:
uma contribuição ao debate da aquisição da linguagem
103
Thaïs Cristófaro Silva; Rosana Passos
Native and non-native sign language users:
a contribution to the language acquisition debate
104
Thaïs Cristófaro Silva; Rosana Passos
Uma análise do fenômeno “alternância de línguas” 105
Na fala de bilíngues intermodais (libras e português)
Aline Nunes de Sousa, Ronice Müller de Quadros
An analysis of code-switching in bimodal bilinguals 106
(Brazilian Sign Language and Portuguese)
Aline Nunes de Sousa, Ronice Müller de Quadros
Instrumentos lingüísticos tecnológicos de gramatização das línguas de sinais: sistema SignWriting
107
Marianne Rossi Stumpf
Aspects of reading and signwriting:
case studies with deaf students of basic education and deaf and hearing university
108
Marianne Rossi Stumpf
Desenvolvimento bilingue bimodal de crianças surdas com implantes cocleares:
estudo longitudinal de vários casos
Ritva Takkinen
109
Bimodal bilingual development of deaf children with a cochlear implant:
a longitudinal multi-case study
110
Ritva Takkinen
O caminho para a aprendizagem da língua é icónico: evidências da Língua Gestual Britânica
111
Robin L. Thompson, David Vinson, Bencie Woll, Gabriella Vigliocco
The road to language learning is iconic: evidence from British Sign Language
112
Robin L. Thompson, David Vinson, Bencie Woll, Gabriella Vigliocco
Aspectos da leitura e escrita de sinais:
estudos de caso com alunos da educação básica e de universitários e ouvintes
113
Débora Campos Wanderley
Aspects of reading and signwriting:
case studies with deaf students of basic education and deaf and hearing university
Débora Campos Wanderley
114
As palavras e os gestos que nos “tornam” humanos
“It is nothing other than words which has made us human”
(I. P. Pavlov, 1927-1960)
Sara Carvalho, Mara Moita & Ana Mineiro
Introdução
A especificidade humana da comunicação, seja ela
oral ou gestual, tem sido alvo de grande interesse,
especulação e investigação. Os fatores biológicos e
sociais sobre os quais assenta a aptidão linguística
humana podem levar-nos a tentar compreender porque
é que adquirimos a linguagem, quando é que o
fazemos e se partilhamos essa competência com outras
espécies. O facto de não se conhecer nenhum grupo
de seres humanos sem linguagem somado ao facto de
haver padrões de desenvolvimento linguístico regulares
nas línguas leva-nos a pensar na universalidade desta
faculdade humana (cf. Pinker, 1994; Chomsky, 1975).
Na verdade, o ser humano apresenta características
biológicas que se revelam funcionalmente operativas
para a produção da linguagem assim como para a
sua perceção e compreensão. Essas características
ancoram-se no sistema nervoso humano tanto a nível
do sistema nervoso central (SNC) – responsável pelo
processamento dessa informação, como pelo sistema
nervoso periférico (SNP) – responsável não só pela
produção e execução (motora) da informação oferecida pelo SNC, como também pela transmissão dos
estímulos verbais recebidos na periferia para o SNC
(Cf. Castro-Caldas, 2000). O cérebro humano evoluiu
filogeneticamente tornando-se mais pesado e com
circunvoluções mais marcadas nos seres humanos
do que nos restantes primatas.
Assim e embora, alguns estudos razoavelmente
recentes nos apresentem resultados interessantes sugerindo que os macacos e os humanos partilham uma
base neuronal para a compreensão das vocalizações
socialmente relevantes na sua espécie (Cf. Gil da
Costa et al., 2006). A verdade é que o facto de as
áreas associativas serem maiores nos seres humanos
permite a estes um contacto mais estreito com os
vários tipos de informação (auditiva, visual), o que
constitui uma vantagem para a relação entre linguagem
verbal e representações da mesma, nomeadamente a
escrita (Cf. Mineiro et al., under revision).
A capacidade humana para a linguagem permite ao
ser humano um uso da linguagem que não se revela
em outras espécies, embora se lhes possa reconhecer capacidades para a aprendizagem de linguagens
simbólicas4. Tal como refere Pettito (2000:42):
“All chimpanzees fail to master key aspects of
human language structure, even you bypass their
inability to produce speech by exposing them to other
types of linguistic input for example natural signed
languages. In other words despite the chimpanzee´s
general communicative and cognitive abilities, their
linguistic abilities are not equal what we humans do
with language, be it signed or spoken”.
Este facto sustentou a hipótese de os seres humanos
possuírem um privilégio neurológico à nascença que
lhes permite a produção e perceção da linguagem e
que resulta de pré-adaptações cognitivas percursoras
de emergência da linguagem articulando-se segundo
as seguintes capacidades: (i) capacidades pré-fonéticas,
(ii) capacidades pré-semânticas, (iii) capacidades pré-pragmáticas, (iv) capacidades pré-simbólicas (cf.
Hurford, 2003: 40).
1 Se o insucesso de Viki, um chimpanzé bebé, que teve as
condições de ambiente linguístico próprias de um ser humano
foi atribuído à conceção de “língua” enquanto “modalidade
oral”, o mesmo não se passou noutros projetos nomeadamente
com Washoe treinado por Alan e Beatrice Gardner e Nim
Chimpsky treinado por Laura Ann Pettito. Estes dois primatas
aprenderam gestos de ASL como representações simbólicas e
arbitrárias da linguagem, assim como aprenderam sequências
frásicas. No entanto as suas produções a nível sintático foram
claramente inferiores qualitativamente às sequências frásicas
produzidas por crianças surdas durante o processo de aquisição
da linguagem.
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
13
O pensamento contemporâneo sobre os fundamentos biológicos da linguagem assenta nesse pressuposto
tal como podemos entrever na obra de Steven Pinker.
É interessante notar que a linguagem humana tem
estado predominantemente “dependente” em termos
conceptuais da sua associação à modalidade oral.5
A descoberta das línguas gestuais enquanto línguas
equivalentes em termos de complexidade estrutural às
línguas orais foi uma descoberta recente que se fundamentou nos estudos linguísticos de William Stokoe,
nos anos 60, para a ASL e na senda de investigadores
que após ele se dedicaram aos aspetos linguísticos,
psicolinguísticos, neurolinguísticos e culturais das
línguas de modalidade gestual.
O facto de a modalidade oral, por motivos evolucionistas6 ter predominado sobre a modalidade gestual
na linguagem humana, acrescido do facto de os surdos
serem uma minoria na população humana, levou no
passado à construção de um modelo de linguagem
centrado na produção oral e gerou paradigmas de
ensino e de aprendizagem desadequados para esta
população e que rejeitam a língua gestual como
capacidade natural dos surdos para a linguagem.
Alguns estudos sobre a aquisição precoce das
línguas gestuais, enquanto modalidade diferente da
linguagem humana, oferecem-nos a oportunidade
de compreender as bases biológicas da linguagem.
Se por um lado, as línguas orais e as línguas
gestuais utilizam modalidades percetivas diferentes
(audição versus visão), por outro lado o controle
motor da língua e das mãos obedecem a substratos
neuronais diversos. Assim, a análise comparativa
entre as duas modalidades pode conduzir-nos a
novos indicadores no que respeita a arquitetura
2 É curioso pensar que, durante muito tempo, para os linguistas,
a linguagem foi basicamente conceptualizada como “une langue
articulée”, herança do estruturalismo, e mais concretamente
de Martinet. O próprio Chomsky (1967) quando define o
conceito de linguagem fê-lo baseado no conceito de que a
linguagem é “uma correspondência específica som-significado.
Uma interprelação de Ursulla Bellugi, numa conferência em que
ambos se encontravam presentes e os avanços realizados na ASL
levaram-no a redefinir o conceito da linguagem, reformulando-o como “uma correspondência específica signo-significado”,
englobando, portanto, as línguas gestuais enquanto verdadeiros
sistemas linguísticos.
3 A literatura da área demonstra que o cérebro dos recém
nascidos não se encontra “preso” sob nenhuma “instrução”
genética rígida para receber e produzir a linguagem numa
modalidade pré-determinada. Por motivos evolucionistas e
no sentido antropobiológico, a linguagem oral terá sido uma
modalidade mais apropriada para o homem moderno (Cf.
Mineiro & Castro-Caldas: 2007:18).
14
neuronal que determina a aquisição precoce da
linguagem humana.
Trabalhos como o de Pettito e Marentette (1991)
foram conclusivos no que concerne as etapas de
aquisição e desenvolvimento da linguagem nas duas
modalidades. As crianças surdas expostas a uma língua
gestual desde a nascença adquirem a linguagem nos
mesmos tempos de maturação das crianças ouvintes
em ambiente linguístico oral. As etapas de aquisição
nas duas modalidades são, em tudo, semelhantes.
Assim, as crianças surdas e ouvintes passam pelas
mesmas fases que vão do balbucio monossilábico,
passando pela fase holofrástica onde as crianças
associam uma só palavra ou gesto a um enunciado
que pode ser simples ou complexo (valor da frase),
pela fase de duas palavras ou dos gestos concatenados
com valor frásico, seguindo para a fase telegráfica
onde são omitidas algumas partículas funcionais da
linguagem (sem conteúdo semântico) atingido, a
partir dos 22 meses, um desenvolvimento substancial
da sua língua natural (domínio morfológico, sintático
e semântico).
Também está referido na literatura (Cf. Schick,
Marschark & Spencer, 2006, Chamberlain, Morford
& Mayberry, 2000), o paralelismo da predominância
na aquisição de estruturas irregulares tardias, como
no caso dos paradigmas irregulares dos verbos (fazi
por fez, para o português) com um correlato motor
para as línguas gestuais e que se prende com a imaturidade para a gestualização de certas configurações
articulatórias.
De acordo com Reilly (2006), o desenvolvimento
da linguagem é similar em crianças ouvintes e não
ouvintes. Um dos aspetos comuns prende-se com a
aquisição das particularidades fonológicas de cada
uma das línguas em questão, verificando-se também
a ocorrência do mesmo tipo de erros nomeadamente
a tendência para a simplificação na articulação da
palavra ou do gesto respetivamente. As semelhanças
encontram-se ainda plasmadas no início da produção
de gestos, por volta do primeiro ano de vida.
No entanto, o uso efetivo dos primeiros gestos tal
como acontece com os primeiros vocábulos simbólicos,
tem lugar dos 20-24 meses. De forma mais globalizante,
é-nos perceber que duas balizas temporais delimitam
o desenvolvimento da criança surda. A primeira diz
respeito ao primeiro ano de vida durante o qual a
criança é vista como um comunicador afetivo competente, fazendo uso de expressões emocionais quer
a nível da produção quer a nível da receção, sendo
que aos 18 meses começa por articular sons, gestos
e expressões faciais em simultâneo. Este percurso diz
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
respeito ao que os autores designam por estádio simples. A partir desta etapa, as crianças que desenvolvem
a língua gestual aumentam os seus discursos a nível
de tamanho – extensão média de enunciado – e de
complexidade gerindo e incorporando manualmente
a fonologia e a morfologia.
É também importante olhar para a aquisição da
linguagem nas crianças surdas de forma mais dirigida
e menos assente na comparação entre modalidades.
Investigadores como Marschark (2007) e Spencer &
Harris (2006) apelam para variações no processo
de aquisição que se ancoram em consequências
desenvolvimentalistas diferentes como aquelas que se
evidenciam nos estudos que envolvem adultos surdos.
O reconhecimento de que as línguas orais e as
línguas gestuais não são comparáveis stricto sensu,
poderá deixar-nos antever o desenvolvimento único
das línguas de modalidade visual como uma janela
aberta sobre as potenciais diferenças de desenvolvimento entre surdos e ouvintes.
A conferência que organizámos pretende acender
o debate sobre estas questões. Pretendemos que a
investigação variada sobre a aquisição e desenvolvimento da língua gestual se cruze e se enriqueça.
Compreender os processos específicos de aquisição
monolingue e bilingue, conhecer a emergência das
línguas gestuais, debater a eficácia dos implantes
cocleares, discutir os processos cognitivos que acompanham o desenvolvimento linguístico de crianças
surdas, apresentar o desenvolvimento atípico da linguagem nas línguas gestuais, mostrar os instrumentos
utilizados na investigação da aquisição da linguagem
e exibir propostas educativas para alunos surdos são
alguns dos tópicos principais que acompanham o 1st
Symposium on Sign Language Acquisition.
Este simpósio é um dos resultados do primeiro
projeto português financiado na área de aquisição
da linguagem, o projecto AQUI_LGP: Corpus Longitudinal de Aquisição da Língua Gestual Portuguesa,
Refª PTDC/LIN/111889/2009, que teve como investigador principal a Doutora Ana Mineiro e como
colaboradores muitos dos investigadores presentes no
mesmo através de comunicações ou da organização
do evento, tais como Alexandre Castro-Caldas, Ronice
Müller Quadros, Sara Carvalho, Sofia Lynce de Faria,
Mara Moita, João Barreto, Jorge Rodrigues, Patrícia
Carmo, Marta Morgado, Cristina Gil, Isabel Morais,
Joana Castelo Branco e Maria Vânia Nunes. Alguns
destes investigadores são surdos e desenvolvem a
sua primeira experiência de investigação através deste
projecto. A todos eles estendemos os nossos sinceros
agradecimentos.
O simpósio obedeceu a todas as boas práticas
de um encontro científico, divulgado, arbitrado e
organizado numa esfera totalmente internacional e
trazendo para Portugal a melhor investigação na área
da aquisição da língua gestual.
Esperamos, assim, ter contribuído para que os
resultados da investigação portuguesa, assim como a
partilha académica com os pares internacionais tenha
sido divulgada e útil para todos aqueles que nesta
área trabalham.
Lisboa, 05 de Março de 2013
Referências
1.
Castro-Caldas, A. 2000. A Herança de Franz Joseph Gall – O cérebro ao
serviço do Comportamento Humano. Lisboa: Mc. Graw Hill.
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7.
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Pettito, L. A. & Marentette, P. F. 1991. Babbling in the Manual mode:
evidence for the ontogeny of language. In. Science 251(5000): 1493-1496.
9.
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in the nature of Human Language and its biological Foundations. In.
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10. Pinker, S. 1994. The Language Instinct. New York: Harper Perennial Modern
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11. Reilly, J. 2006. How faces come to serve grammar: the development
of nonmanual morphology in American Sign Language. In. Schick, B.,
Marschark, M. & Spencer, P.E. (eds) Advances in Sign-Language Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
12. Schick, B., Marschark, M. & Spencer, P.E. 2006. Advances in Sign Language
Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
13. Spencer, P.E. & Harris, M. 2006. Patterns and effects of language input
to deaf infants and toddlers from deaf and hearing mothers. In. Schick,
B. Marschark, M. & Spencer, P.E. (eds) Advances in Sign Language Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
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15
The words and signs that make us human
“It is nothing other than words which has made us human”
(I. P. Pavlov, 1927-1960)
Sara Carvalho, Mara Moita & Ana Mineiro
Introduction
The specificity of human communication, spoken
or signed, has been the subject of great interest,
speculation and research. The biological and social
factors upon which the human language ability lies
leads us to try to understand why we acquire language,
when we do it and if we share that competence with
other species. The failure to meet any group of human
beings without language added to the fact that there
are regular patterns of language development in all
the languages lead us to believe in the universality of
this human faculty (cf. Pinker, 1994; Chomsky, 1975).
Indeed, human beings have biological characteristics
that are functionally operative to produce language as
well as for language perception and understanding.
These characteristics are anchored in the human
nervous system, both the central nervous system
(CNS) – responsible for processing information, and
the peripheral nervous system (PNS) – in charge
not only of the production and (motor) execution
of the information provided by the central nervous
system but also of the transmission to the CNS of the
verbal stimuli received at the periphery (see Castro-Caldas, 2000). Concomitantly with the development
of these characteristics, the human brain evolved
phylogenetically becoming heavier and with highly
marked convolutions in humans when compared to
other primates.
Recent studies have yielded interesting results
suggesting that primates and humans share a neural basis for the understanding of socially relevant
vocalizations in their species (cf. Gil da Costa, 2006).
Nevertheless, the truth is that since associative areas
are larger in humans, they allow a closer contact with
the various types of information (auditory, visual),
providing a real advantage for the relationship between
language and verbal representations, including writing
(cf. Mineiro et al. under revision).
16
The uniquely human capacity for language gives us
uses of language that do not occur in other species,
even if one accepts their capacity for learning a
symbolic language1. As Pettito (2000:42) noted:
“All chimpanzees fail to master key aspects of
human language structure, even you bypass their
inability to produce speech by exposing them to other
types of linguistic input for example natural signed
languages. In other words despite the chimpanzee´s
general communicative and cognitive abilities, their
linguistic abilities are not equal what we humans do
with language, be it signed or spoken”.
The veracity of these observations support the
hypothesis that humans possess a neurological privilege, from birth, that enables the production and
perception of language and results from cognitive
pre-adaptations from which language emerges. These
pre-adaptations are linked to (i) pre-phonetic abilities,
(ii) pre-semantic abilities, (iii) pre-pragmatic abilities,
and (iv) pre-symbolic abilities (cf. Hurford, 2003: 40).
As we can read in Steven Pinker’s work, t contemporary thinking about the biological foundations of
language is based on that assumption.
It is interesting to note, however, that our thinking
about human language has been predominantly
1 The linguistic failure of Viki, a baby chimpanzee raised in a
linguistic environment of spoken language , was to be expected
given the limited conception of “language” as exclusively in the
“oral modality.” Later projects projects including Washoe, trained
by Alan and Beatrice Gardner, and Nim Chimpsky, trained by
Laura Ann Pettito yielded different results. These two primates
learned ASL signs as symbolic and arbitrary representations of
language. They also learned sentence sequences. However,
their productions at a syntactic level were clearly qualitatively
inferior to the sentence sequences produced by deaf children
during the process of language acquisition.
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“dependent” on its association with the oral modality2.
The discovery of sign languages ​​as equivalents to
spoken languages in
​​ terms of structural complexity was
​​
a relatively recent finding that was based on linguistic
studies of ASl by William Stokoe in the 1960s, setting
researchers after him on a path devoted to linguistic,
psycholinguistic, neurolinguistic and cultural aspects
of sign languages.
The fact that the oral modality, for evolutionary
reasons3, has prevailed over the signed modality in
human language, plus the fact that deaf people are
a minority in the human population, have led in the
past to the creation of a language model centred on
spoken language productions. These factors also led
to inadequate paradigms of teaching and learning for
the population which rejected signed language of the
deaf as natural languages.
Studies the early acquisition of sign languages ​​as
a different modality of human language offer us the
opportunity to understand the biological bases of
language. If on one hand, spoken and sign languages​​
use different perceptual modalities (hearing versus
vision), on the other hand the motor control of the
tongue and the hands obey different neural substrates.
Thus, the comparative analysis between the two
modalities can lead us to new clues related to neural
architecture underlying early language acquisition.
Works like Pettito and Marentette’s (1991) study
of manual babbling were inconclusive regarding the
stages of language acquisition and development in
the two modalities. Deaf children exposed to sign
language from birth are seen to acquire language
at the same maturational rate as hearing children
in spoken language environments, and the stages
of acquisition in both modalities are very similar.
Thus, deaf and hearing children go through the same
developmental stages, from monosyllabic babbling,
2 Strangely enough, for a long time, linguists conceptualized
language basically as “une langue articulee.” with the heritage of
structuralism and more specifically of Martinet. Even Chomsky
(1967), when defining language, did so based on the concept
that language is “a specific sound-meaning correspondence”. A
presentation by Ursulla Bellugi in a conference they were both
attending and the advances made in ASL led him to redefine
the concept of language, as “a specific correspondence sign-signified”, therefore including sign languages as true linguistic
systems.
3 Literature on the subject show that the brain of newborns is
not “stuck” under any rigid genetic “instruction” to receive and
produce language in a predetermined modality. For evolutionary
reasons and in anthropobiological terms, oral language might
have been a more appropriate modality for the modern man
(cf. Mineiro & Castro-Caldas: 2007:18).
to the holophrastic stage in which they associate a
word or gesture to an utterance that can be simple or
complex (corresponding to a sentence), to the two-word or two-sign phase of simple sentences. These
are followed bythe telegraphic stage in which some
function words of the language (without semantic
content) are omitted, reaching a substantial level of
natural language development (in morphological,
syntactic and semantic domains) by the age of 22
months.
Also reported in the literature (see Chamberlain,
Morford & Mayberry, 2000; Schick, Marschark & Spencer, 2006) is the parallelism of the predominance in
late acquisition of irregular structures, such as irregular
verbs (fazi instead of fiz, in Portuguese), with a motor
correlate in sign languages relateing to immaturity
insigning certain articulatory configurations.
According to Reilly (2006), language development
is remarkably similar for hearing and non-hearing
children. One of the common factors is the acquisition
of phonological peculiarities of each language, that
is, when the same type of error occurs, for example
in the tendency for simplifying the articulation of the
word or sign. These similarities are molded in the
early production of signs, around the first year of life.
The effective use of the first signs, just as with
the first symbolic words, takes place around 20-24
months. Globally, we can grasp the existence of two
temporal boundaries demarcating the development
of deaf children. The first concerns the first year of
life, during which the child is seen as a competent
affective communicator, using emotional expressions
both at the expressive and at the receptive level,
and at the age of 18 months, when the child begins
to articulate sounds, signs and facial expressions
simultaneously. This is what the authors refer to as
the simple stage. From this stage, children developing
sign language increase both their utterances – mean
length of utterance – as well as utterances complexity,
managing and manually incorporating phonology and
morphology.
It is also important to look at language acquisition
in deaf children in a more directed way, less focus
on the comparison between modalities. Researchers
like Marschark (2007) and Spencer and Harris (2006)
talk about differences in the acquisition processes for
signed and spoken languages, anchored in different
developmental consequences and evident in studies
involving deaf adults.
The recognition that spoken ​​and sign languages​​
are not strictly comparable, allow us to anticipate
the unique development of the languages based in
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17
the visual modality as a window onto the potential
developmental differences between deaf and hearing
people.
Our conference aims at sparking the debate on
these issues. We intend to cross and thus enrich
varied research activities on sign language acquisition
and development. Among the main topics of the 1st
Symposium on Sign Language Acquisition are efforts
to understandthe specific processes of monolingual
and bilingual acquisition, emerging sign languages, the
consequences of the increasing effectiveness cochlear
implants, cognitive processes that accompany language
development of deaf children (and may differ in the
two modalities), atypical language development in
sign languages, presenting instruments used in the
research field of language acquisition, and introducing
educational proposals for deaf students to recognize
the centrality of effective language. This symposium is
one result of the first funded Portuguese project in the
area of language acquisition, the project AQUI_LGP:
Longitudinal Corpus of Portuguese Sign Language
Acquisition, Ref. PTDC/LIN/111889/2009, which had
as principal investigator Ana Mineiro. Ph.D., with the
collaboration of many researchers who are presenting
papers and posters at the conference and helping
with the organization of the event. These include
Alexandre Castro-Caldas, Ronice Müller de Quadros,
Sara Carvalho, Sofia Lynce de Faria, Mara Moita, João
Barreto, Jorge Rodrigues, Patricia Carmo, Marta Morgado, Cristina Gil, Isabel Morais, Joana Castelo Branco
and Maria Vânia Nunes. Some of these researchers
are deaf and have had their first research experience
through this project. To all of them, we extend our
thanks. We would also like to kindly thank Marc
Marschark for his contribution and his tireless effort
on helping us.
Planning for this symposium followed all the best
practices of a scientific meeting, announced, reviewed,
and organized in a fully international effort to bring to
Portugal the best research on sign language acquisition.
18
In holding this conference it has been our pleasure
to have contribute to sharing the results of Portuguese
research efforts in this area with international academic
peers. We hope that it will be as useful for you as
the sharing of your work will be for us.
Lisbon, 5th March 2013
References
1.
Castro-Caldas, A. 2000. A Herança de Franz Joseph Gall – O cérebro ao
serviço do Comportamento Humano. Lisboa: Mc. Graw Hill.
2.
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A. R. 2006. Species-specific calls activate homologs of Broca´s and
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hermenêutica da pluralidade. In. Revista Portuguesa de Humanidades
– Estudos Linguísticos 11(1): 9-22.
8.
Pettito, L. A. & Marentette, P. F. 1991. Babbling in the Manual mode:
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9.
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in the nature of Human Language and its biological Foundations. In.
Chamberlain, C. Morford, JP & Spencer (eds) Language Acquisition by
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10. Pinker, S. 1994. The Language Instinct. New York: Harper Perennial Modern
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11. Reilly, J. 2006. How faces come to serve grammar: the development
of nonmanual morphology in American Sign Language. In. Schick, B.,
Marschark, M. & Spencer, P.E. (eds) Advances in Sign-Language Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
12. Schick, B., Marschark, M. & Spencer, P.E. 2006. Advances in Sign Language
Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
13. Spencer, P.E. & Harris, M. 2006. Patterns and effects of language input to
deaf infants and toddlers from deaf and hearing mothers. In. Schick, B.
Marschark, M. & Spencer, P.E. (eds) Advances in Sign Language Development of Deaf Children. Oxford, New York: Oxford University Press.
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Os desafios da investigação e avaliação
da aquisição da língua gestual
Anne E. Baker*
Linguistics, University of Amsterdam, Netherlands
Resumo
O estudo e avaliação da aquisição de uma língua gestual é
essencial para a compreensão da comunicação de crianças surdas
e de adultos a aprender uma língua gestual como segunda língua,
o que coloca mais desafios do que o estudo e a avaliação da
aquisição de uma língua oral. Este facto é evidenciado quando se
tem em conta o número relativamente pequeno de instrumentos
disponíveis para diferentes línguas gestuais (Haug, 2008, 2013).
Esta comunicação incidirá sobre esses desafios e discutirá as
soluções que estão a ser estudadas em diversos países.
A avaliação da aquisição de qualquer língua depende da
existência de conhecimento sobre essa língua e sobre o processo
de aquisição. Como é que os investigadores lidam com esse
problema? O desenvolvimento de instrumentos de avaliação é
dificultado pela existência de amostras pequenas e pela heterogeneidade da população surda – adultos e crianças (Baker et
al., 2008). Poderá essa desvantagem ser superada? A avaliação
do desenvolvimento da linguagem baseia-se muitas vezes em
marcos de desenvolvimento. O que é que se conhece de marcos
de desenvolvimento na aquisição de línguas gestuais? Existem
características claras que indicam problemas de linguagem? As
crianças surdas crescem, na maioria das vezes, como bilingues
bimodais (Emmorey et al., 2005). Que implicações terá isso
para a investigação e avaliação? A utilização de instrumentos
de avaliação da capacidade linguística e de comunicação de
crianças com múltiplas deficiências é sempre difícil, mas como
é que os investigadores resolvem essa situação quando estão
envolvidas línguas gestuais ou gestos linguísticos?
A avaliação depende de uma boa imagem global da capacidade
linguística e de comunicação. Que tipo de instrumentos será o
melhor para obter a imagem mais completa possível da capacidade
linguística? São as medidas de linguagem espontânea melhor
do que testes?
Na formação de intérpretes ou professores também é importante medir a capacidade de gestuar. Como é que isso pode
ser feito de forma mais eficaz? Como pode o Quadro Europeu
Comum de Referência contribuir para este debate (Leeson &
Byrne-Dunn, 2009)?
Nesta comunicação será feita uma tentativa de revisão das
práticas comuns e serão apresentadas algumas soluções para
estas questões.
Referências
1.
Baker, Anne E., Van den Bogaerde, Beppie & Woll, Bencie. 2008. Methods
and procedures in sign language acquisition. In Baker, Anne E. & Woll,
Bencie (eds.) Sign Language Acquisition. John Benjamins, Amsterdam,
1-50.
2.
Emmorey, Karen, Borinstein, Helsa. B. and Thompson, Robin. 2005.
Bimodal Bilingualism: Code-blending between spoken English and
American Sign Language. In J. Cohen, K.T. McAlister, K. Rolstad and
J. MacSwan (eds.). Proceedings of the 4th International Symposium on
Bilingualism, 663-673. Somerville, MA: Cascadilla Press.
3.
Haug, Tobias (ed). 2013. http://www.signlang-assessment.info
4.
Haug, Tobias. 2008. Review of Sign language instruments In Baker,
Anne E. & Woll, Bencie (eds.) Sign Language Acquisition. John Benjamins,
Amsterdam, 51-85.
5.
Singleton, Jenny L. & Supalla, Steve 2011. Assessing Children’s Proficiency
of Natural Signed Languages. In Marc Marschark & Patricia Spencer
(Eds.), Oxford Handbook of Deaf Studies, Language, and Education (2nd
edition). New York: Oxford University Press, 306-321.
6.
Leason, Lorraine & Byrne-Dunn, Deidre. 2009. Distance online training in
sign language: Applying the Common European Reference Framework
to the Teaching, Learning and Assessment of Signed Languages. Report
for the Lifelong Learning Programme, Leonardo a Vinci.
* [email protected]
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19
The challenges of research and assessment
in sign language acquisition
Anne E. Baker*
Linguistics, University of Amsterdam, Netherlands
Abstract
The study and assessment of the acquisition of a sign language
is an essential part of understanding communication in deaf children
and in adults learning a sign language as a second language.
However, this poses even more challenges than studying and
assessing the acquisition of a spoken language. This is clear
from the fact that there are relatively few instruments available
for different sign languages (Haug 2008, 2013). This presentation
will focus on these challenges and discuss the solutions that are
being worked on in several countries.
Assessment of the acquisition of any language depends on
there being enough known about that language and the acquisition process. How do researchers cope with this problem? The
development of assessment instruments is hampered by the
availability of only small samples and again the heterogeneity of
the populations of deaf adults and children (Baker et al. 2008).
Can this handicap be overcome? Assessment of language development often makes use of milestones. What do we know about
milestones in sign language acquisition? Are there clear features
that indicate a language problem? Deaf children most often grow
up as bilingual bimodals (Emmorey et al. 2005). What should this
imply for research and assessment? Using instruments to measure
language and communicative ability with children with multiple
handicaps is always difficult, but how do researchers tackle this
when sign languages or signing is involved?
Assessment depends on a good overall picture of communicative and language ability. What kind of instruments are the
best way to obtain the fullest possible picture of language ability?
Are measures of spontaneous language use better than tests?
In the training of interpreters or teachers it is also important
to measure signing ability. How can this be done in the most
effective way? What can the Common European Framework of
Reference add to this debate (Leeson & Byrne-Dunn, 2009)?
In this lecture an attempt will be made to review common
practice and present some solutions to these issues.
References
1.
Baker, Anne E., Van den Bogaerde, Beppie & Woll, Bencie. 2008. Methods
and procedures in sign language acquisition. In Baker, Anne E. & Woll,
Bencie (eds.) Sign Language Acquisition. John Benjamins, Amsterdam,
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Bimodal Bilingualism: Code-blending between spoken English and
American Sign Language. In J. Cohen, K.T. McAlister, K. Rolstad and
J. MacSwan (eds.). Proceedings of the 4th International Symposium on
Bilingualism, 663-673. Somerville, MA: Cascadilla Press.
3.
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4.
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Anne E. & Woll, Bencie (eds.) Sign Language Acquisition. John Benjamins,
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5.
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of Natural Signed Languages. In Marc Marschark & Patricia Spencer
(Eds.), Oxford Handbook of Deaf Studies, Language, and Education (2nd
edition). New York: Oxford University Press, 306-321.
6.
Leason, Lorraine & Byrne-Dunn, Deidre. 2009. Distance online training in
sign language: Applying the Common European Reference Framework
to the Teaching, Learning and Assessment of Signed Languages. Report
for the Lifelong Learning Programme, Leonardo a Vinci.
* [email protected]
20
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Bilinguismo precoce e aquisição bilingue:
O que sabemos da Aquisição Bilingue da Primeira
Língua (BFLA)?
Hanna J. Batoréo*
Universidade Aberta, Lisboa
Resumo
O presente estudo foca-se na área do bilinguismo precoce
e aquisição bilingue, em especial no que tem sido estudado
como Aquisição Bilingue da Primeira Língua (BFLA) nos últimos vinte
anos, referindo-se à exposição regular da criança a duas línguas
após o nascimento e durante os primeiros anos de vida (cf. De
Houwer, 1990, 2009).
A revisão da literatura sobre a aquisição bilingue (cf. referências)
mostra que as implicações específicas para a aquisição bilingue
incluem tradicionalmente as questões: (i) se uma criança bilingue
tem originalmente um ou dois sistemas linguísticos; (ii) quais os
critérios que devem ser utilizados na identificação entre um vs.
dois sistemas; (iii) quais os fatores mais importantes na escolha
da língua para o desenvolvimento bilingue, e - especificamente
-; (iv) se há um período específico para a fase de mistura na
aquisição BFLA (cf. Deuchar & Quay, 2000).
No entanto, se o objetivo principal dos estudos de caso de
aquisição bilingue é explorar as implicações para a teoria linguística,
acredita-se que a teorização monolingue seja a principal razão
para todos os equívocos da investigação centrada na aquisição
bilingue. Ao contrário do consenso tradicional na investigação
sobre o bilinguismo, que aborda o uso de duas línguas a partir da
perspetiva de uma delas ou de uma versão fundida de ambas, os
estudos de BFLA consideram o discurso bilingue precoce como
um exemplo de utilização de língua e não da utilização de línguas
particulares abrindo caminho a conclusões muito distintas sobre
o bilinguismo e alterando o foco da investigação do produto para
o processo de aquisição do sistema em formação da criança.
Referências
1.
Batoréo, Hanna Jakubowicz. 2012. Does Bilingual Fist Language Acquisition Imply a Mixed Period Phase? Evidence from a Portuguese-Polish
bilingual child. In Cognitive Psycholinguistics: Bilingualism, Cognition and
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Publishing Co.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
21
Early bilingualism and bilingual acquisition:
what do we know of bilingual first language
acquisition (BFLA)?
Hanna J. Batoréo*
Universidade Aberta, Lisboa
Abstract
In the present study we are going to focus on the area of early
bilingualism and bilingual acquisition but especially on what has
been studied as Bilingual First Language Acquisition (BFLA) for
last twenty years while referring to a child’s regular exposure to
two languages after birth and during the first years of life (cf. De
Houwer 1990, 2009).
The revision of bilingual acquisition literature (cf. references)
shows that specific implications for bilingual acquisition include
traditionally the questions of (i) whether originally a bilingual child
had one or two linguistic systems, (ii) what criteria should be used
in identifying one versus two systems, (iii) what the most important
determinants of language choice are for the developing bilingual,
and – specifically – (iv) if there is a specific mixed period phase
in BFLA acquisition (cf. Deuchar & Quay, 2000).
Nevertheless, if the main aim of bilingual acquisition case
studies is to explore its implications for linguistic theory, monolingual theorisation is believed to be the main reason for all
the misunderstanding of bilingual acquisition centred research.
Unlike the traditional consensus in research on bilingualism which
approaches the use of two languages from the perspective of one
of them or of a merged version of both, the BFLA studies take
early bilingual speech as an instance of the use of language and
not of the use of particular languages opening the way to quite
different conclusions about bilingualism and shifting the research
focus from the product towards the process of acquisition of the
child’s system in the making.
References
1.
Batoréo, Hanna Jakubowicz. 2012. Does Bilingual Fist Language Acquisition Imply a Mixed Period Phase? Evidence from a Portuguese-Polish
bilingual child. In Cognitive Psycholinguistics: Bilingualism, Cognition and
Communication, 35th International LAUD Symposium, Linguistic LAUD
Agency, Essen: LAUD 2012, 59-72.
2.
De Houwer, Annick. 1990. The Acquisition of Two Languages from Birth:
A Case Study, Cambridge: Cambridge University Press.
3.
De Houwer, Annick. 2009. Bilingual First Language Acquisition. Multilingual
Matters
4.
Deuchar, Margaret and Suzanne Quay. 2000. Bilingual Acquisition. Theoretical Implications of a Case Study. Oxford: Oxford University Press, 2001.
5.
Lanza, Elizabeth. 1997. Language Mixing in Infant Bilingualism: A Sociolinguistic Perspective. Oxford: Clarendon Press.
6.
Meisel, J. M. (ed.). 1994. Bilingual First Language Acquisition: French
and German Grammatical Development. Amsterdam: John Benjamins
Publishing Co.
* [email protected]
22
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Uma vindicação biolinguística das línguas
gestuais: da aquisição à evolução
António Benítez-Burraco
Facultad de Humanidades, University of Huelva
Resumo
As teorias atuais sobre a estrutura e a função da linguagem, a
aquisição da linguagem na criança e a evolução da linguagem nas
espécies baseiam-se em dados que derivam esmagadoramente da
análise de línguas orais e do papel da oralidade na comunicação. A
biolinguística é um recente ramo da Linguística que promove uma
abordagem biológica aos fenómenos linguísticos. Embora tenha
certamente contribuído para ganhar uma visão mais profunda da
linguagem, a Biolinguística sofre das mesmas reservas básicas.
Nesta contribuição, propomos especificamente que esta área de
investigação recente tenha um papel mais central nos estudos em
línguas gestuais. Ilustraremos (e justificaremos) a nossa posição ao
considerar (biolinguisticamente) um modelo plausível da Faculdade
da Linguagem (ou seja, a capacidade da mente/cérebro para a
aquisição e utilização de uma língua, doravante FL), assente no
modelo proposto por Hauser et al., (2002). Neste nosso modelo,
a FL é semelhantemente conceptualizada como um dispositivo
computacional que pode interagir com diferentes dispositivos
cognitivos e de externalização/internalização, contribuindo, assim,
para diversas funções. Provámos que este modelo da FL pode
iluminar alguns pontos controversos da aquisição, das perturbações e da evolução da linguagem. No entanto, uma vez que
uma das interfaces potenciais da FL é o dispositivo visuo-gestual,
as línguas gestuais são, necessariamente, uma peça crucial de
evidência para a melhoria deste (e de qualquer outro) modelo
de processamento e evolução da linguagem, e, em último caso,
para obter uma melhor compreensão dos aspetos da linguagem.
De acordo com o nosso modelo, esperamos que os sujeitos
surdos e ouvintes apresentem itinerários ontogenéticos qualitativos
semelhantes (em particular, em relação à aquisição de sintaxe),
como parece ser o caso. No mesmo sentido, esperamos que
as regiões cerebrais ativas durante o processamento da sintaxe
sejam semelhantes, como parece ser o caso. Mais importante,
este modelo prevê que certos tipos de défices linguísticos e não
linguísticos co-ocorrem em pessoas com perturbações, tanto
surdos como ouvintes (esclarecendo a representação etiológica
de muitas perturbações psiquiátricas). Eventualmente, e também
de acordo com o nosso modelo, as propriedades formais das
línguas gestuais (e a forma como são adquiridas) impedem a
emergência de alguns itinerários evolutivos da linguagem nas
espécies. Na nossa apresentação concentrar-nos-emos neste
último aspeto, talvez a evidência mais atraente que suporta a
vindicação de estudos das línguas gestuais em qualquer descrição
biolinguística da linguagem.
Referências
1.
Hauser, M. D., Chomsky, N., & Fitch, W. T. 2002. The faculty of language:
what is it, who has it, and how did it evolve? Science 298: 1569-1579.
[email protected]
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A biolinguistic vindication of sign languages:
from acquisition to evolution
António Benítez-Burraco
Facultad de Humanidades, University of Huelva
Abstract
Current theories about language structure and function, language acquisition in the child, and language evolution in the species
rely on data that overwhelmingly derive from the analysis of oral
languages and the role of orality in communication. Biolinguistics
is a recently emerged branch of Linguistics that promotes a biological approach to linguistic phenomena. Although it has certainly
contributed to gain a deeper insight into language, Biolinguistics
suffers from the same basic caveat. In this contribution we will
specifically claim for a more central role of sign languages studies
within this fresh research agenda. We will illustrate (and justify)
our position by considering one (biolinguistically) plausible model
of the Faculty of Language (i.e. the capacity of the mind/brain for
acquiring and using a language; henceforth, FL), ultimately rooted
in the model posited by Hauser et al. (2002). In our model, the
FL is similarly conceptualised as a computational device that can
interface with different cognitive and externalization/internalization
devices, thus contributing to diverse functions. We have proved that
this model of the FL can illuminate some controversial aspects of
language acquisition, language disorders, and language evolution.
Nonetheless, since one of the potential interfaces of the FL is a
visual-gestural device, sign languages emerge as crucial piece of
evidence for the improvement of this (and in fact, of any) model of
language processing and evolution, and ultimately, for gaining a
better understanding of language facts. According to our model,
we expect that deaf and hearing people show qualitatively similar
ontogenetic itineraries (in particular, regarding syntax acquisition), as
it seems to be the case. In the same vein, we expect that similar
brain regions are active during syntax processing, as it seems to
also be the case. More importantly, our model predicts that certain
types of linguistic and non-linguistic deficits co-occur in impaired
people, both deaf and hearing (thus clarifying the aetiological
depiction of many comorbid disorders). Eventually, and also
according to our model, the formal properties of sign languages
(and the way in which these languages are acquired) preclude
some evolutionary itineraries for the emergence of language in
the species. In our presentation we will focus in this latter issue,
perhaps the most appealing piece of evidence supporting our
vindication of a more central role of sign languages studies within
any biolinguistic approach to language.
References
1.
Hauser, M. D., Chomsky, N., & Fitch, W. T. 2002. The faculty of language:
what is it, who has it, and how did it evolve? Science 298, 1569-1579.
* [email protected]
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A aquisição de classificadores na Língua Brasileira
de Sinais (Libras)
Elidéa Lúcia Almeida Bernardino
Universidade Federal de Minas Gerais
Resumo
Este estudo explora a relação entre o modelo de linguagem
a que as crianças estão expostas e a sua resultante aquisição
da linguagem. Bickerton (1981) e outros afirmam que as crianças podem tornar-se proficientes numa língua, mesmo quando
expostos apenas a falantes não proficientes. Ainda não é evidente
o limiar necessário de proficiência de input para uma aquisição
completa na criança. A aquisição da Língua Brasileira de Sinais
(LSB / Libras) é o contexto ideal para avaliar os limites dos
pressupostos de Bickerton. No Brasil, a maioria das crianças
surdas são filhas de pais ouvintes e aprendem LSB nas escolas
por professores que não são gestuantes proficientes. Este trabalho
explora o efeito da variação de proficiência do input em LSB na
aquisição de classificadores, em 61 crianças com idades entre
os 4;06 e os 11;10. Duas outras variáveis são analisadas como
controles: tempo de exposição à LSB e idade cronológica.
Nas línguas gestuais, os classificadores são usados com
verbos para indicar propriedades do tema, incluindo características visuo-geométricas, categoria semântica abstrata e função
instrumental. Este estudo avalia o efeito de três variáveis na idade
de início da produção de configurações de caráter classificador,
a dificuldade relativa de produção de diferentes configurações,
e os erros produzidos indicando a sequência de aquisição do
classificador. As crianças desempenharam uma tarefa destinada
a recolher conhecimento de classificadores, denominada Tarefa
de Objeto Real, uma subtarefa do Instrumento de Avaliação ASL
(ASLAI)1, com instruções adaptadas para a LSB.
Os resultados mostram que mesmo as crianças com um input
muito empobrecido conseguem atingir algum nível de proficiência,
fornecendo evidências parciais para a hipótese de Bickerton. As
crianças selecionaram configurações semelhantes para representar
objetos, independentemente da abundância de opções baseadas
na forma de objeto e independentemente do grau de fluência do
input. As crianças surdas também categorizaram consistentemente
os objetos de forma diferente, utilizando a configuração, enquanto
que as crianças ouvintes organizaram os mesmos objetos com
outras propriedades.
A qualidade do input também gera diferenças, por exemplo,
as crianças expostas a um input mais proficiente apresentaram
mais consitência na orientação da configuração no espaço.
Embora a exposição a falantes não fluentes não seja uma
condição suficiente para incluir os parâmetros da linguagem
com resultado na fluência, e o aumento de exposição a modelos
de linguagem qualificados ajude a melhorar as competências
linguísticas, as crianças com um input empobrecido apresentam
padrões consistentes na sua aquisição, fornecendo evidências
para o processamento cognitivo inato subjacente à aprendizagem
de línguas.
Referências
1.
Bickerton, Derek. 1981. Roots of Language. Ann Arbor: Karoma Publishers,
Inc.
2.
Hoffmeister, R., Greenwald, J., Bahan, B. & Cole, J. 1990. American Sign
Language Assessment Instrument: ASLAI. Unpublished ms. Center for the
Study of Communication and the Deaf, Boston University, Boston, MA.
1Ver Hoffmeister et al. (1990).
* [email protected]
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The acquisition of classifiers in Brazilian Sign
Language (Libras)
Elidéa Lúcia Almeida Bernardino
Universidade Federal de Minas Gerais
Abstract
This study explores the relationship between the language
model to which children are exposed and their resulting language
acquisition. Bickerton (1981) and others claim that children can
become proficient in a language even when they are exposed
only to non-proficient speakers. It is not clear whether a particular
threshold of proficiency in the input is required for complete
acquisition in the child. The acquisition of Brazilian Sign Language
(LSB/Libras) is an ideal testing ground to assess the limits of
Bickerton’s claim. Most Deaf children in Brazil are born to hearing
parents and learn LSB at schools from teachers who are not
proficient signers. This work explores the effect of the variation
of proficiency of LSB input on the acquisition of classifiers, in 61
children aged 4:6 to 11:10. Two other variables are examined
as controls: length of exposure to LSB, and chronological age.
In signed languages, classifiers are used with verbs to indicate
properties of the Theme including visual-geometric characteristics,
abstract semantic category, and instrumental function. This study
assesses the effect of the three variables on the age of onset
of production of classifier handshapes, the relative difficulty of
production of different handshapes, and errors produced indicating
the sequence of classifier acquisition. The children were presented
with a task designed to elicit knowledge of classifiers, called
Real Object Task, a sub-task of the ASL Assessment Instrument
(ASLAI)1, in which instructions were adapted to LSB.
Results show that even children with highly impoverished
input attain some proficiency and provide partial evidence for
Bickerton’s hypothesis. Children selected similar handshapes to
represent objects, regardless of a plethora of choices based on
object form, and regardless of degree of fluency in the input. Deaf
children also consistently categorized the objects differently; using
handshape, while hearing children organized these objects using
other properties. The quality of input also creates differences; for
example, children exposed to more proficient input were more
consistent in demonstrating handshape orientation in space.
Although exposure to non-fluent speakers is not a sufficient
condition for internalizing the parameters of language resulting
in fluency, and increasing exposure to skilled language models
helps improve language skills, children with impoverished input
show consistent patterns in their acquisition providing evidence
for some innate cognitive process underlying language learning.
References
1.
Bickerton, Derek. 1981. Roots of Language. Ann Arbor: Karoma Publishers,
Inc.
2.
Hoffmeister, R., Greenwald, J., Bahan, B. & Cole, J. 1990. American Sign
Language Assessment Instrument: ASLAI. Unpublished ms. Center for the
Study of Communication and the Deaf, Boston University, Boston, MA.
1 See Hoffmeister et al. (1990).
* [email protected]
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Adaptação audioprotésica em crianças surdas
de São Tomé e Príncipe – evolução
Cristina Caroça1*, Tânia Constantino1, Ana Mafalda Almeida1, Sandy Batista1, João Paço1,2
Médica Otorrinolaringologista do Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo
1
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa – Universidade Nova de Lisboa
2
Resumo
A audição tem um importante papel no relacionamento interpessoal e cognitivo de um indivíduo. Em São Tomé e Príncipe
iniciou-se desde Fevereiro de 2011, um programa de avaliação
auditiva na população, integrado no programa “saúde para todos
– especialidades” do Instituto Marques Valle Flor.
Dos exames efectuados, durante períodos de 1 semana (cerca
de 3 vezes por ano), verificou-se uma prevalência de cerca de
60% de surdez sobretudo neurosensorial.
Esta surdez tem um impacto importante no desenvolvimento
psicomotor das crianças levando a um afastamento e isolamento
das mesmas.
Em consequência, desde Fevereiro de 2012 têm sido adaptadas próteses auditivas nas crianças com surdez mais grave e
perturbações da linguagem. Posteriormente têm sido efectuadas
reavaliações de adaptação protésica e de evolução na língua
oral, verificando-se uma evolução favorável na integração destas
crianças.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Fitting hearing aids in children in São Tomé
e Príncipe - evolution
Cristina Caroça1*, Tânia Constantino1, Ana Mafalda Almeida1, Sandy Batista1, João Paço1,2
Médica Otorrinolaringologista do Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo
1
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa – Universidade Nova de Lisboa
2
Abstract
Hearing has an important impact in cognition and in relationships
between people.
In São Tomé e Principe, since February 2011, we started an
audiological screening integrated in a program called “Saúde para
todos – especialidades” from an Non-Governmental Organisation
- Instituto Marquês de Valle Flor.
Hearing assessment was made for periods of one week, three
or four times per year. We concluded that there was about 60%
of neurosensorial hearing loss.
This hearing loss dictates an important impact in the child´s
psychomotor development leading to the isolation of the child
and the impoverishment of social skills.
Since February 2012, we are implementing hearing aids in
children with neurosensorial hearing loss and language disorders.
Currently, we are revaluating these children and our results show
a positive evolution in children's social integration.
* [email protected]
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AQUI_LGP: Corpus de aquisição
Sara Carvalho*, Mara Moita, Sofia Lynce de Faria, Patrícia Carmo
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Resumo
O processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem
segue padrões idênticos em durante o crescimento das crianças,
independentemente da língua em que está imersa (Chomsky,
1965). Estudos de aquisição demonstram que, no geral, o processo
de aquisição da linguagem é comparável para línguas gestuais
e orais, mesmo que a modalidade visual difira da modalidade
auditiva das línguas orais (Lillo-Martin, 1999). No entanto, não
existem muitos estudos em Língua Gestual Portuguesa (LGP)
a confirmá-lo.
A LGP tem sido estudada como um sistema linguístico natural
estrutural complexo desde os anos 80, e apesar de terem sido
realizados alguns estudos linguísticos importantes e de ter sido
criado algum vocabulário gestual, só recentemente a aquisição
da LGP começou a ser estudada (Carmo et al., 2013).
De forma a preencher esta lacuna, foi desenvolvido um corpus
longitudinal de aquisição da LGP, o Corpus AQUI_LGP, referência
PTDC/LIN/111889/2009. O objetivo principal deste projeto é
estabelecer investigação sobre a aquisição precoce da LGP em
crianças monolingues e bilíngues. O projeto proporciona não só
o estudo da aquisição e desenvolvimento da linguagem, mas
também a criação de um corpus que permita estudar a LGP.
Temos, também, como objetivo a comparação dos resultados
sobre bilinguismo bimodal com o que é relatado sobre o bilinguismo unimodal e bimodal, e o desenvolvimento de Português
em crianças surdas com implantes cocleares, focando-nos no
desempenho linguístico das crianças nas diferentes modalidades
a que estão expostas (Lillo-Martin & Quadros, 2005).
O corpus engloba gravações naturalísticas (e respetivas
transcrições) de 13 crianças do género masculino e feminino
durante a aquisição da linguagem, por um período de dois anos.
A amostra é constituída por crianças ouvintes bimodais (LGP/
Português), crianças surdas com aquisição precoce da língua
gestual, crianças com implantes cocleares, e crianças ouvintes
com aquisição precoce do Português. A idade das crianças no
início do projeto varia entre os 10 meses e os 5 anos de idade.
As filmagens ocorreram individualmente a cada duas semanas
no caso das crianças monolingues, e todas as semanas no
caso das crianças bilíngues, e gravadas em formato áudio uma
vez por mês no caso das crianças com implantes cocleares.
As transcrições são realizadas com o programa ELAN (EUDICO
Linguistic Annotator).
Nesta comunicação será apresentada a metodologia seguida,
os dados recolhidos e descobertas recentes, bem como outros
estudos a decorrer.
Referências
1.
Chomsky, N. 1965. Aspects of the theory of syntax. Cambridge, MA: The
M.I.T. Press.
2.
Lillo-Martin, D. 1999. Modality Effects and Modularity in Language
Acquisition: The Acquisition of American Sign Language. In W. C. Ritchie
& T. K. Bhatia (Eds.), Handbook of Language Acquisition (pp. 531-567). San
Diego, CA: Academic Press.
3.
Carmo, P., Mineiro, A., Branco, J. C., Müller de Quadro, R., Castro-Caldas,
A. 2013. Handshape is the hardest path in Portuguese Sign Language
acquisition: towards a universal modality constraint. Sign Language and
Linguistics. John Benjamin’s, Amesterdam/Philadelphia, 16 (2).
4.
Lillo-Martin, D. & Quadros, R. M. 2005. The acquisition of focus constructions in American Sign Language and Língua de Sinais Brasileira.
In: A. Burgos, M. R. Clark-Cotton, & S. Ha, (Orgs.), Proceedings of the
29th Boston University Conference on Language Development, 365-375.
Somerville, MA: Cascadilla Press.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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AQUI_LGP: Acquisition corpus
Sara Carvalho*, Mara Moita, Sofia Lynce de Faria, Patrícia Carmo
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Abstract
The process of language acquisition and development follows
identical patterns throughout the children’s growth, no matter
the language they are immersed in (Chomsky, 1965). Acquisition
studies demonstrate that in general the path of language acquisition
is comparable for sign and spoken languages, even if their visual
modality differs from the auditive modality of spoken languages
(Lillo-Martin, 1999). However, there are not many studies in
Portuguese Sign Language (LGP) confirming it.
LGP has been studied as a complex structural natural linguistic
system since the 1980s, and although some important linguistic
studies were carried out and a number of limited sign vocabularies
have been created, only recently acquisition of LGP has begun
to be studied (Carmo et al. 2013).
In order to fill this gap, a longitudinal corpus of Portuguese Sign
Language acquisition has been developed, the AQUI_LGP Corpus,
reference PTDC/LIN/111889/2009. The main goal of this project is
to establish research concerning early acquisition of LGP in both
monolingual and bilingual children. The project allows not only
the study of language acquisition and development but also the
creation of a corpus that enables the study of LGP. We also aim
at comparing bimodal bilingualism results with what is reported
about unimodal and bimodal bilingualism, and the development
of Portuguese in deaf children with cochlear implants, focusing
on the linguistic performance of children in the different modalities
to which they are exposed (Lillo-Martin & Quadros, 2005).
The corpus comprises naturalistic recordings (and their transcriptions) of 13 male and female children acquiring language for
a period of two years. The sample comprises hearing bimodal
children (LGP/Portuguese), deaf children with early sign language
acquisition, children with cochlear implants, and hearing children
with early Portuguese acquisition. The children’s age onset varies
from 10 months to 5 years of age. They were video-recorded
individually every other week if monolingual and every week if
bilingual, and audio-recorded once a month if deaf with cochlear
implants. The transcriptions are being made using ELAN (EUDICO
Linguistic Annotator).
In this paper we will present the methodology, collected data,
and recent findings, as well as other ongoing studies.
References
1.
Chomsky, N. 1965. Aspects of the theory of syntax. Cambridge, MA: The
M.I.T. Press.
2.
Lillo-Martin, D. 1999. Modality Effects and Modularity in Language
Acquisition: The Acquisition of American Sign Language. In W. C. Ritchie
& T. K. Bhatia (Eds.), Handbook of Language Acquisition, 531-567. San
Diego, CA: Academic Press.
3.
Carmo, P., Mineiro, A., Branco, J. C., Müller de Quadro, R., Castro-Caldas,
A. 2013. Handshape is the hardest path in Portuguese Sign Language
acquisition: towards a universal modality constraint. Sign Language and
Linguistics. John Benjamin’s, Amesterdam/Philadelphia, 16 (2).
4.
Lillo-Martin, D. & Quadros, R. M. 2005. The acquisition of focus constructions in American Sign Language and Língua de Sinais Brasileira. In: A.
Burgos, M. R. Clark-Cotton, & S. Ha, (Orgs.), Proceedings of the 29th Boston
University Conference on Language Development, 365-375. Somerville,
MA: Cascadilla Press.
* [email protected]
30
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O processo de aquisição da linguagem de crianças
surdas implantadas
Karina Elis Christmann*
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo
A pesquisa proposta pretende analisar o processo da aquisição da linguagem de Bruno, uma criança surda implantada
bilíngue e bimodal, levando em conta os estágios de aquisição
com enfoque teórico gerativista. Considerando a comunicação
bilíngue e bimodal, o objetivo será de analisar o desenvolvimento
das duas línguas, portuguesa e de sinais, os possíveis efeitos
das modalidades e as implicações na teoria gerativa. Após as
transcrições dos vídeos que fazem parte do banco de dados
do Núcleo de Aquisição de Línguas de Sinais da Universidade
Federal de Santa Catarina e são financiados pelo Institutes of
Health e o Conselho Nacional de Pesquisa, será feito uma descrição das duas línguas, observando se a criança implantada já
adquiriu a linguagem até aproximadamente cinco anos de idade
praticamente com o mesmo padrão de um adulto, se alguma
destas línguas irá predominar na criança e se há influência de
uma língua sobre a outra na interação com sua família. Como
as duas línguas se apresentam em modalidades diferentes, ou
seja, o português como oral-auditiva e a língua de sinais como
visuo-espacial, estas podem acontecer simultaneamente, tornando
assim interessante analisar o desenvolvimento da linguagem em
crianças surdas implantadas. O que já é possível perceber, é
que Bruno foi incentivado a se comunicar com as duas línguas,
utilizando mais a comunicação por voz com ouvintes e sinais
com surdos e mesmo sabendo se comunicar em português, não
deixa de utilizar sua língua materna (Libras). É através dessas
observações que se pode repensar sobre as metodologias de
ensino e a importância da língua de sinais na vida do surdo.
* [email protected]
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31
The process of language acquisition of deaf
children with cochlear implants
Karina Elis Christmann*
Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
This paper aims at analysing the process of Bruno’s language acquisition, a deaf bimodal bilingual child with a cochlear
implant, taking into account the stages of acquisition according
to generative linguistics. Considering the bimodal and bilingual
communication, our goal is to analyse the development of the
two languages, Portuguese and sign language, the possible
effects of the two modalities and the implications in the generative
theory. The videos used for the research are part of a database
that belongs to the Centre of Sign Languages Acquisition of
the Federal University of Santa Catarina, and are funded by the
Institutes of Health and by the National Research Council. After
the videos are transcribed, a description of both languages will be
made, noting if by the age of five the child has already acquired
language with almost the same pattern as an adult, if any of the
languages is the dominant one, and if there is the influence of
one language over the other while the child is interacting with his
family. Since the two languages are
​​ from different modalities, i.e.,
Portuguese is auditory-oral and sign language is visuospatial, they
can occur simultaneously, thus making it interesting to analyse
language development in deaf children with cochlear implants.
What is already possible to notice is that Bruno was encouraged to
communicate with both languages​​using more oral communication
with hearing people and signs with deaf people, and even though
he knows how to communicate in Portuguese he still uses his
native language (Libras). It’s through these observations that one
can rethink the teaching methodologies and the importance of
sign language in the life of the deaf.
* [email protected]
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A robustez do desenvolvimento da linguagem:
o papel dos estudos interpopulacionais
e interlinguísticos
João Costa*
CLUNL/FCSH/Universidade Nova de Lisboa
Resumo
Nas últimas duas décadas a literatura em aquisição da linguagem
revela que a maioria das operações sintáticas e configurações
são adquiridas muito cedo e que os valores dos parâmetros são
definidos no primeiro ano de vida. Estes resultados corroboram a
natureza inata da linguagem. Contudo, sabe-se que nem todo o
conhecimento sintático é adquirido tão cedo e que interessantes
assimetrias podem ser observadas entre construções semelhantes.
Por exemplo, em dependências A-barra, as dependências de
objeto são adquiridas mais tarde do que as dependências de
sujeito e, no domínio das dependências referenciais, os pronomes são de mais difícil domínio do que as anáforas (Chien &
Wexler,1990). A análise detalhada dos tipos de dependências
que se desenvolvem mais lentamente revela a importância de
uma investigação linguística refinada (e.g. Friedmann, Belletti e
Rizzi (2009) mostram que as dependências do objeto são apenas
problemáticas em configurações de intervenção). Além disso, é
encontrada variação interlinguística: por exemplo, os pronomes
não representam um problema para a compreensão quando
são clíticos (McKee, 1992; Padilla, 1994). A variação no ritmo
da aquisição e a variação de aquisição interlinguística abre uma
brecha interessante para a universalidade do desenvolvimento da
linguagem mas, como discutirei, não desafiam a sua robustez.
Nesta comunicação, pretendo discutir a importância dos
estudos interlinguísticos e interpopulacionais de forma a determinar
o que pode ser explicado no desenvolvimento da linguagem
em termos do conhecimento fundamental da linguagem, das
suas características específicas ou das capacidades gerais de
processamento não específicas à linguagem.
Estudos interpopulacionais: Demonstrarei que certas dificuldades no desenvolvimento da linguagem – particularmente no
parsing do movimento e das dependências referenciais – não
decorrem de uma falta de conhecimento linguístico mas de diferentes capacidades da memória de trabalho (para isto reportar-me-ei
a estudos que comparam crianças com um desenvolvimento
típico, crianças com perturbação específica da linguagem, crianças
com deficiência auditiva e sujeitos com a doença de Alzheimer).
O ponto de ligação é que certas tendências encontradas em
crianças são também encontradas em populações sem qualquer perturbação da linguagem. Isto corrobora a robustez do
conhecimento linguístico, e um desenvolvimento mais lento que
pode ser independentemente motivado.
Estudos interlinguísticos: Demonstrarei que as dificuldades
encontradas em certas línguas no desenvolvimento de construções
específicas não são universais e surgem a partir de propriedades
linguísticas específicas, e que as assimetrias interlinguísticas
podem ser explicadas quando o papel das interfaces é tomado
em consideração. Serão apresentados estudos de produção de
clíticos, e do domínio da interpretação do sujeito e objeto nulos,
interlinguisticamente. Será demonstrado que um desenvolvimento
mais lento emerge quando múltiplos outputs sintáticos estão
disponíveis, e que as interfaces assumem um papel na determinação dos outputs ideais.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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The robustness of language development:
the role of crosspopulation and crosslinguistic
studies
João Costa*
CLUNL/FCSH/Universidade Nova de Lisboa
Abstract
The literature on language acquisition from the last two
decades reveals that most syntactic operations and configurations are acquired very early on, and that parameter values
are set in the first year of life. These findings provide a good
piece of evidence in favor of the innate nature of language. It
is however known that not all syntactic knowledge is acquired
so early, and interesting asymmetries can be observed between
very similar constructions. For instance, in A-bar dependencies, object dependencies are acquired later than subject
dependencies, and in the domain of referential dependencies,
pronouns are harder to master than anaphors (Chien & Wexler,
1990). A detailed analysis of the types of dependencies that
develop slower reveals the relevance of fine-grained linguistic
investigation (e.g. Friedmann, Belletti & Rizzi (2009) show
that object dependencies are only problematic in intervention configurations). Furthermore, crosslinguistic variation is
found: for example, pronouns do not pose problems for comprehension when they are clitic (McKee, 1992; Padilla, 1994).
Variation in the pace of acquisition and crosslinguistic variation
in acquisition provides a very interesting window into the
universality of language development, but, as I will argue, do
not challenge its robustness.
In this talk, I aim at discussing the importance of crosslinguistic
and crosspopulation studies in order to determine what can be
explained in language development in terms of fundamental
language knowledge, language-specific characteristics or general
processing capacities non specific to language.
Crosspopulation studies: I will show that certain difficulties in language development – particularly in the parsing of
movement and referential dependencies – do not follow from a
lack of language knowledge, but from different working memory
capacities (for this, I will report on studies comparing typically
developing children, SLI children, hearing impaired children, and
patients with Alzheimer’s disease). The point to be made is that
certain tendencies found in children are also found in populations
without any language disorder. This argues for the robustness
of linguistic knowledge, and the slower development can be
independently motivated.
Crosslinguistic studies: I will show that difficulties found in
certain languages in the development of specific constructions
are not universal, and follow from language-specific properties,
and that the crosslinguistic asymmetries can be explained once
the role of interfaces is taken into consideration. I will report on
studies on the production of clitics, and on the mastery of the
interpretation of null subjects and null objects crosslinguistically. It
will be shown that a slower development emerges when multiple
syntactic outputs are available, and the interfaces play a role in
determining the optimal outputs. Again, this indicates that there
is no lack of language knowledge in children’s capacities, but
rather their performance is affected by language external factors.
* [email protected]
34
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Aquisição bilingue bimodal desigual:
gémeos - um ouvinte e um surdo - mediados numa
família Surda
Emelie Cramér-Wolrath*
Department of Special Education at Stockholm University, Sweden
Resumo
O objetivo deste estudo de caso longitudinal foi descrever
mudanças críticas nos processos de aquisição bilingue bimodal
mediada num contexto de interação. Foram estudadas interações
naturalistas entre os pais surdos e os seus gémeos fraternos,
com diferente condição auditiva, desde os 10 meses até aos 8
anos de idade. O gémeo ouvinte adquiriu, em paralelo, Língua
Gestual Sueca (SSL) e sueco desde o nascimento, enquanto que
o gémeo surdo adquiriu primeiro SSL. Aos 35 meses de idade, o
último colocou um implante coclear (IC), tendo adquirido sueco
num processo sequencial.
O gémeo ouvinte, aqui chamado de Hugo, e a gémea surda,
chamada de Diana, cresceram com um irmão mais velho surdo.
O pai formou-se numa escola especial para surdos e a mãe numa
escola especial para pessoas com défice auditivo.
Com um ano e meio, os gémeos começaram a frequentar
a pré-escola o dia inteiro. A Diana foi para uma pré-escola
especial para crianças surdas com uma abordagem à SSL. O
Hugo frequentou a pré-escola local, onde comunicava em sueco.
Os dados foram triangulados através de observações de
filmagens, breves notas de campo e uma entrevista aos pais, e,
no caso da Diana, informações adicionais acerca dos registos do
IC. As interações em família foram analisadas em formato vídeo
em casa dos mesmos. O estudo focaliza-se em dados de 18
sessões de histórias e brincadeiras.
De forma a encontrar padrões de mudanças críticas nos
dados, foram utilizados dois tipos de análises. Na primeira, que
indutivamente explorou os dados, foram anotados nas transcrições
os momentos de possíveis alterações críticas. Os episódios de
interação foram analisados em profundidade (Creswell, 2007),
comparados entre os participantes e descritos detalhadamente
(Yin, 2009). Na segunda etapa, o material foi comparado num
processo abdutivo com informações acerca dos registos do IC
e com recurso à literatura na área.
Os resultados elucidam a aquisição da linguagem paralela
e sequencial, e esclarecem a mediação bilingue bimodal
parental ao longo do tempo. Neste caso particular, focar-me-ei em duas áreas. Em primeiro lugar, a aquisição bimodal
bilingue em scaffolding com o Hugo que, ao contrário de
estudos anteriores, foi realizada por inserções bimodais
individuais e simultâneas, e com a Diana por gestos visuais
e táteis contínuos e em simultâneo (Cramér-Wolrath, 2013).
Em segundo lugar, enunciados simultâneos bilingues de
auto-scaffold, incluindo discurso privado (Bodrova & Leong,
2003), foram inseridos num modelo inspirado pela teoria da
atividade mediada (Vygotsky, 1987).
O conteúdo dos processos deve ter implicações para profissionais envolvidos com informação, contextos educacionais
e bilinguismo.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Acquiring bimodal bilingualism differently:
a hearing and a deaf twin mediated
in a deaf family
Emelie Cramér-Wolrath*
Department of Special Education at Stockholm University, Sweden
Abstract
The aim of this longitudinal case study was to describe critical
changes in processes of mediated, bilingual, bimodal acquisition
within an interactional frame, Naturalistic interchanges between
the Deaf parents and their fraternal twins, with different hearing
statuses, were studied from the twins’ age of 10 months until
they were 8 years old. The hearing twin acquired Swedish Sign
Language (SSL) and spoken Swedish from birth in a parallel
process whereas the deaf twin first acquired SSL. At the age of
35 months she received a cochlear implant (CI) and eventually
acquired spoken Swedish, thus in a sequential process.
The participating hearing twin, here called Hugo, and the deaf
twin, called Diana, grew up with a deaf older sibling. Their Father
got his education in a special school for the deaf and the Mother
in a special school for the hard-of-hearing.
Both twins, attended pre-school for the full day from the age
of one and a half. Diana went to a special pre-school for deaf
children with an SSL-approach. Hugo attended the local preschool
where he communicated in spoken Swedish.
Data was triangulated through video-observations, brief field
notes and an interview with the parents, and for Diana also
information from the CI records. Interactions in the family were
video-observed in their home. The focus in the study is on data
from 18 storytime and playtime sessions. In order to find patterns
of critical changes in the data, two types of analyses were used.
In the first, which inductively explored the data, possible
moments of critical changes were noted in the transcriptions.
Interchanging episodes were in-depth analyzed (Creswell, 2007),
compared between participants and in-detail described (Yin, 2009).
In the second step, the material was compared in an abductive
process with information from the CI records and with literature
within the field.
The findings illuminate parallel and sequential language acquisition
and elucidate parental bimodal and bilingual mediation over time.
On this particular occasion I will focus on two areas. Firstly,
scaffolding bimodal bilingual acquisition with Hugo, which unlike
previous studies, was performed by single, simultaneous, bimodal
insertions, and with Diana by continuous tactile-visual signing, thus
revealing simultaneous-tactile-looking (Cramér-Wolrath, 2013).
Secondly, simultaneous self-scaffolded bilingual utterances, including
private speech (Bodrova & Leong, 2003), were inserted into a model
inspired by Mediated activity (Vygotsky, 1987).
The content of the processes should have implications for
professionals concerned with information, educational contexts
and bilingualism.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Nomeação de imagens em crianças surdas
de famílias surdas e ouvintes em comparação
com a produção de gestos não linguísticos
espontâneos produzidos por crianças ouvintes:
a influência da iconicidade
Rachel England*, Robin Thompson, Gabriella Vigliocco, Bencie Woll, Gary Morgan
City University London; Deafness Cognition and Language Research Centre UCL, London
Resumo
Crianças ouvintes de diferentes culturas produzem, por
vezes, gestos não linguísticos espontâneos no lugar de ou em
combinação com as etiquetas orais durante a nomeação de
imagens (Stefanini, Caselli & Volterra, 2007; Stefanini, Bello, Caselli,
Iverson e Volterra, 2008). Este tipo de gestos mostram como os
objetos são manipulados ou como se realizam os movimentos
(por exemplo, o gesto não linguístico de pentear o cabelo para
uma foto com um pente, o gesto não linguístico de conduzir
para uma foto de um carro). Nestes estudos, foi argumentado
que os gestos não linguísticos fornecem uma ligação cognitiva/
sensório-motora entre o objeto ou a ação descrita e a palavra
falada. Esta ligação entre o mundo real e a semântica das palavras
também tem sido observada em estudos mais recentes sobre
o uso e aprendizagem da língua gestual. Os surdos gestuantes
nativos mostram um benefício de iconicidade durante tarefas de
processamento ao nível da semântica e da fonologia (Thompson,
Vinson & Vigliocco, 2009, 2010), e esta influência icónica estende-se ao desenvolvimento do vocabulário em crianças gestuantes
nativas (Thompson, Vinson, Woll & Vigliocco, no prelo). A nossa
hipótese é de que as crianças que aprendem a língua gestual e
oral têm tendência a explorar a ação no gesto não linguístico e
no gesto linguístico de forma semelhante para dividir em cate-
gorias significantes particulares. Por conseguinte, comparámos
o desempenho entre crianças surdas e ouvintes com idades
semelhantes, mas com experiências diferentes com a língua
gestual, na tarefa de nomeação. Para o presente estudo foram
testadas 20 crianças surdas de pais ouvintes a aprender Inglês e
Língua Gestual Inglesa (BSL), 20 crianças surdas de pais surdos
a adquirir BSL e 20 crianças ouvintes de pais surdos a aprender
Inglês e BSL (com idade média de 36 meses). Analisaram-se as
capacidades do vocabulário recetivo e produtivo das crianças
surdas em comparação com a produção oral e gestos não
linguístico das crianças ouvintes (Stefanini, Caselli & Volterra, 2007).
Não foram encontradas diferenças significativas nas capacidades de compreensão entre os grupos. No entanto, as crianças
surdas de pais ouvintes produziram menos gestos linguísticos
reconhecíveis em comparação com as crianças surdas e ouvintes
de famílias surdas. Pelo contrário, produziram muitos gestos não
linguísticos idiossincráticos de representação semelhante à forma
e ao significado dos gestos não linguísticos encontrados nas
crianças ouvintes, na mesma tarefa. Nesta comunicação serão
debatidas estas respostas sobre gestos não linguísticos e gestos
linguísticos tanto em termos da sua relação com a iconicidade
da língua e do input dos pais.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Picture naming in deaf children from deaf
and hearing families compared with spontaneous
gestures produced by hearing children:
the influence of iconicity
Rachel England*, Robin Thompson, Gabriella Vigliocco, Bencie Woll, Gary Morgan
City University London; Deafness Cognition and Language Research Centre UCL, London
Abstract
Hearing toddlers in different cultures sometimes produce
spontaneous gestures in place of, or in combination with
spoken labels when naming pictures (Stefanini, Caselli &
Volterra, 2007; Stefanini, Bello, Caselli, Iverson & Volterra,
2008). These gestures depict how objects are manipulated
or how movements are carried out (e.g. Combing hair gesture
for a comb picture, turning steering wheel movements for
car picture). In these studies gesture was argued to provide
a cognitive/sensorimotor link between the object or action
depicted and the spoken word. This link between the real
world and the semantics of words has also been observed in
recent studies of sign language use and learning. Deaf native
signers show a benefit of iconicity during processing tasks
both at the level of semantics and phonology (Thompson,
Vinson & Vigliocco, 2009, 2010) and this iconic influence
extends to vocabulary development in young native signing
children (Thompson, Vinson, Woll & Vigliocco, in press). We
hypothesize that children learning spoken and sign language
exploit the action biases in gesture and signs in a similar
way in order to break into particular meaning categories.
We therefore investigate how deaf and hearing children of
similar ages, but with different experiences of sign language
compare on the same naming task. In the current study 20
deaf children of hearing parents learning English and BSL, 20
deaf children of deaf parents acquiring BSL and 20 hearing
children of deaf parents acquiring English and BSL (with mean
age 36 months) were tested on their receptive and productive
vocabulary skills compared with hearing children’s spoken
and gesture productions (Stefanini, Caselli & Volterra, 2007)
There was no significant difference in comprehension abilities
across all groups. However, deaf children of hearing parents
produced fewer recognisable signs compared with deaf and
hearing children from deaf families, instead producing many
idiosyncratic representational gestures that were similar in form
and meaning to those gestures reported in hearing children
on the same task. We will discuss these gesture and sign
responses both in terms of their relationship with the iconicity
of language and parental input.
* [email protected]
38
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Aquisição simultânea de Língua Gestual de Hong
Kong e cantonês: violação da gramática
de code-blending
Cat H.-M. Fung*, Gladys Tang
The Chinese University of Hong Kong
Resumo
Com uma forte promoção oralista por parte do governo de
Hong Kong, as crianças surdas de pais surdos recebem um treino
oral precoce, tornando-se posteriormente bilingues. Expostas
simultaneamente a duas línguas, HKSL-cantonês, as crianças
bilíngues têm de adquirir as conflituosas direções da cabeça
TP e NegP, nomeadamente a cabeça final TP/NegP em HKSL
e cabeça inidical de TP/NegP em cantonês. Uma vez que o
code-blend do adulto T/Neg permite tanto a ordem Cabeça-Comp
como Comp-Cabeça (Fung, 2012; Fung & Tang, 2012), crianças
bilingues de HKSL-cantonês também têm de lidar com um input
misturado linguístico bilíngue.
Neste estudo de caso, CC, que tem perda auditiva severa, é
filho de pais surdos com um irmão mais novo surdo. Por viver
com a sua avó ouvinte, também recebe input oral diariamente
através do uso de aparelhos auditivos. Além disso, as visitas de
investigadores surdos bilingues proporcionaram-lhe uma exposição
natural à HKSL e a uma mistura de HKSL-cantonês, tanto com
code-switch como com code-blend. Devido ao input duplo de
HKSL e cantonês, assim como à mistura das duas línguas,
CC não produzia apenas enunciados monolingues. No corpus
infantil de HKSL, os dados longitudinais do CC desde os 2;00
até aos 6;06 anos de idade revelaram enunciados tanto com
code-switching como com code-blending. Ao examinar os TP
e NegP, os enunciados em que ocorriam code-blends seguiram
principalmente a ordem de palavras em cantonês na fase inicial,
enquanto que a ordem de palavras em HKSL só surgiu aos 4;06
anos de idade. Ao violar a gramática adulta de code-blends os
enunciados bilingues de CC antes dos 4;06 anos revelou que a
sua língua dominante era o cantonês.
Referências
1.
Fung, Hiu Man Cat. 2012. Code-blending in Early Hong Kong Sign Language: A Case Study. M.Phil thesis, The Chinese University of Hong Kong.
2.
Fung, H.-M. Cat, and Gladys Tang. 2012. Null Theory and Code-blending in
Hong Kong Sign Language. Paper presented at Bilingual and Multilingual
Interaction, Bangor University, United Kingdom, 30 March - 1 April.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
39
Simultaneous acquisition of Hong Kong Sign
Language and Cantonese:
violation of code-blending grammar
Cat H.-M. Fung*, Gladys Tang
The Chinese University of Hong Kong
Abstract
With strong oralist promotion by the Hong Kong government,
the deaf of deaf children receive speech training from early age
and later become sign bilinguals. Exposing to two languages
simultaneously, HKSL-Cantonese bilingual children have to
acquire the conflicting head-directionalities of TP and NegP,
namely head-final TP/NegP in HKSL and head-initial TP/NegP
in Cantonese. Given that adult code-blended T/Neg allows both
Head-Comp and Comp-Head orders (Fung 2012, Fung & Tang
2012), HKSL-Cantonese children also have to deal with bilingual
language mixing input.
In this case study, CC, who has severe hearing loss, was
born to deaf parents with a deaf younger sibling. Living together
with his hearing grandmother, he also receives daily speech
input via the use of hearing aids. In addition, the visits of deaf
bilingual researchers exposed him to natural HKSL and mixed
HKSL-Cantonese with both code-switching and code-blending.
Given the dual input of HKSL and Cantonese as well as mixing
of these two languages, CC did not only produce monolingual
utterances. In the Child HKSL Corpus, CC’s longitudinal data from
age 2;0 to 6;6 revealed both code-switching and code-blending
utterances. Examining TP and NegP, his code-blending utterances
followed mostly Cantonese word order in the early stage while
HKSL word order did not emerge until age 4;6. Violating the
adult code-blending grammar, CC’s bilingual utterances before
4;6 revealed his dominant language being Cantonese.
References
1.
Fung, Hiu Man Cat. 2012. Code-blending in Early Hong Kong Sign Language: A Case Study. M.Phil thesis, The Chinese University of Hong Kong.
2.
Fung, H.-M. Cat, and Gladys Tang. 2012. Null Theory and Code-blending in
Hong Kong Sign Language. Paper presented at Bilingual and Multilingual
Interaction, Bangor University, United Kingdom, 30 March - 1 April.
* [email protected]
40
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
A escrita do português como L2 para crianças
surdas: relações da escrita com a oralidade
Zilda Maria Gesueli*, Ivani Rodrigues Silva, Sabrina de Oliveira Maciel Guimarães
State University of Campinas-Unicamp
Resumo
Dada a especificidade da surdez pautada na experiência
visual e no uso de uma língua viso-gestual, como considerar as
relações entre escrita/oralidade?
Pelo fato de não ouvir, o surdo percorre um caminho que
não se pauta na relação escrita/oralidade daí a necessidade de
considerar o aspecto visual da escrita como um fator facilitador do
processo de aquisição do português. E, consequentemente, nos
afastarmos da concepção grafocêntrica da escrita, considerando-a
como um conjunto de práticas discursivas (Souza, 2001).
Concebemos práticas discursivas como práticas sociais
significativas que o sujeito exerce através da linguagem. Em
se tratando da criança surda, a interação com a escrita será
fundamentada no uso da língua de sinais – língua essencialmente
visual. Assim, é de se esperar que o processo de aquisição do
português escrito pelo aluno surdo constitua-se em uma tarefa
complexa, pois além do trabalho que envolve o ensino da escrita,
estamos diante do ensino de uma segunda língua (Gesueli, 2006).
Reily (2003), com base na discussão de Hughes (1998),
propõe o letramento visual no currículo escolar e considera
que a “imagem vem sendo utilizada na escola com uma função
primordialmente decorativa, de tal forma a diluir o tédio provocado
pela grafia de textos visualmente desinteressantes”(pág.164).
Dada a característica visual da língua de sinais, essa discussão
deve se fazer presente no campo da surdez.
Trata-se de pesquisa qualitativa na qual foram analisadas
atividades educacionais desenvolvidas com crianças surdas na
faixa etária de 6-10 anos atendidas no Centro de Estudos e
Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Porto” - CEPRE Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e inseridas na rede
regular de ensino.
Os dados foram obtidos através de filmagens em momentos
de interação crianças surdas/professor surdo e pesquisador
ouvinte. Foram analisadas produções de leitura e escrita dos
alunos surdos.
Os sujeitos da pesquisa apresentam diferenças no que se
refere a perda auditiva e nem por isso buscaram a relação escrita/
oralidade nas atividades de leitura e escrita. Podemos observar a
partir dos dados coletados que tanto as crianças que apresentam
resíduo auditivo quanto as crianças com surdez profunda buscam
significado no texto, levando em conta o aspecto visual da escrita,
não se apoiando, necessariamente, na relação fonema/grafema.
Referências
1.
Gesueli Z. M., Moura L. 2006. Letramento e surdez: a visualização das
palavras. Educação Temática Digital ETD 7(2), 110-22.
2.
Reily, L. H. 2003. Imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para
pré-escolares surdos. In: SILVA, I. R.; KAUCHAKJE, S.; GESUELI, Z. M. (Org.).
Cidadania, surdez e linguagem. São Paulo: Plexus.
3.
Souza, L. M. T. M. 2001. Para uma ecologia da escrita indígena: a escrita
multimodal Kaxinawá. In: Signorini, I. (Org.). Investigando a relação oral/
escrito. Campinas: Mercado de Letras.
* [email protected]
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41
Written Portuguese as L2 for deaf children:
relations between writing and oral language
Zilda Maria Gesueli*, Ivani Rodrigues Silva, Sabrina de Oliveira Maciel Guimarães
State University of Campinas-Unicamp
Abstract
Given the specificity of deafness that is founded upon visual
experience and on the use of a visual-gestural language, how
should one regard the relations between writing and oral language?
Due to the fact that they do not hear, the deaf follow a course
that doesn’t consider relations between writing/speech; for this reason, one must consider the visual aspects of writing as facilitating
factors for acquiring Portuguese. Consequently, the graphocentric
conception of writing, considered as a set of discursive practices,
must be left aside (Souza, 2001).
Discursive practices are understood as meaningful social
practices that the subject engages in through language. Where
deaf children are concerned, interaction with writing must be
founded upon using sign language – a language that is essentially
visual. Thus, one can expect the process of acquiring written
Portuguese by deaf students to be a complex task, since added
to the challenge involved in teaching them to write is that of
teaching them a second language (Gesueli, 2006).
Reily (2003) proposes visual literacy in the school curriculum; the
author contends that “images have been used in school primarily
as decoration, in order to dilute the tedium that comes from
visually uninteresting graphic text displays” (p. 164). Considering
the visual nature of sign language, this discussion should come
to the foreground in the field of deaf studies.
In this qualitative study, educational activities were carried
out with groups of children aged 6 to 10 who were enrolled in
the regular school system and also came twice a week to the
outpatient center called Centro de Estudos e Pesquisas em
Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Porto” - CEPRE at the School of
Medical Sciences at the State University of Campinas.
The data was collected using video recordings of interaction episodes between deaf children/deaf teacher and hearing
researcher. The reading and writing productions by the deaf
children were analyzed.
The research subjects presented differences regarding hearing
loss, but despite such differences, they did not look for relations
between writing and oral language during reading and writing
activities. We were able to observe from the data that both
groups of children, those with residual hearing and those with
profound deafness, sought meaning in the texts considering the
visual aspects of writing; they did not necessarily seek support
from phoneme/grapheme relations.
References
1.
Gesueli Z. M., Moura L. 2006. Letramento e surdez: a visualização das
palavras. Educação Temática Digital ETD 7(2), 110-22.
2.
Reily, L. H. 2003. Imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para
pré-escolares surdos. In: SILVA, I. R.; KAUCHAKJE, S.; GESUELI, Z. M. (Org.).
Cidadania, surdez e linguagem. São Paulo: Plexus.
3.
Souza, L. M. T. M. 2001. Para uma ecologia da escrita indígena: a escrita
multimodal Kaxinawá. In: Signorini, I. (Org.). Investigando a relação oral/
escrito. Campinas: Mercado de Letras.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Identificação da idade relacionada com a aquisição
da ASL em CSPS e CSPO e identificação de perfis de
alunos surdos de línguas utilizando o Instrumento
de Avaliação da Língua Gestual Americana (ASLAI)
Hoffmeister*, R., Novogrodsky, R., Fish, S., Benedict, R., Henner, J. & Rosenberg, P.
Center for the Study of Communication and the Deaf, Boston University
Resumo
Não se encontra comercialmente disponível um grande número
de avaliações da Língua Gestual Americana (ASL) que identifiquem
tanto os alvos de aquisição da linguagem relacionados com a
idade como as diferenças na aprendizagem de uma língua na
população de estudantes surdos. Com este propósito, o ASLAI
desenvolveu normas relacionadas com a idade de aquisição
baseadas em mais de 200 crianças surdas de pais surdos (CSPS)
e mais de 350 crianças surdas de pais ouvintes (CSPO). Estas
normas permitem-nos estabelecer categorias como base de
referência na idade de aquisição para os componentes linguísticos
da ASL, como a profundidade e extensão do vocabulário, sintaxe
simples e complexa, e compreensão de texto em ASL.
As dificuldades de aprendizagem da língua por estudantes surdos têm sido tipicamente diagnosticadas com recurso a materiais
baseados na língua oral. Tem sido particularmente difícil identificar
os alunos que têm défices de linguagem e/ou dificuldades de
aprendizagem. O ASLAI foi desenhado para identificar perfis de
estudantes surdos que pertençam aos seguintes grupos:
A. a um alvo relacionado com pares da mesma idade;
B. a um atraso relacionado com pares da mesma idade: a
um atraso na exposição à língua, mas a funcionar normalmente;
C. a uma exibição de um potencial défice de linguagem:
ou seja, um possível problema neurológico, o uso incorreto de
espaço, memória para construções espaciais, etc.
D. a uma exibição de uma potencial dificuldade de aprendizagem: ou seja, uma possível incapacidade de sequenciar
declarações de forma lógica.
Os dados do ASLAI foram recolhidos em mais de 500 estudantes surdos e permitiram formular perfis de estudantes que se
enquadrem nas categorias acima mencionadas. Dados adicionais
(como a leitura de excertos e questionários de professores) serão
utilizados para estabelecer com mais clareza se estes perfis são
adequados ou precisos. Um perfil adequado é aquele que exige
uma análise mais aprofundada para determinar se o aluno tem um
problema de linguagem. Um perfil preciso é aquele que é verificado
por outros fatores, tais como testes médicos ou de linguagem.
Os perfis relacionadas com a idade adequados e precisos dos
diferentes subtestes do ASLAI serão discutido neste trabalho.
O ASLAI é potencialmente uma ferramenta extremamente
fidedigna de identificação de Distúrbio Específico de Linguagem
(DEL) em indivíduos surdos. O teste ASLAI cobre os critérios
de inclusão, por testar diferentes aspetos da ASL: fonologia,
conhecimento lexico-semântico, sintaxe, morfologia e pragmática.
A capacidade de estabelecer perfis de linguagem para alunos
surdos permitirá a educadores e investigadores identificar com
mais precisão as crianças surdas que estão prontas para a
aprendizagem e aquelas que não estão, e fornecer serviços
oportunos e de intervenção aos que têm problemas de linguagem.
* [email protected]
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Identifying age related acquisition of ASL
in DCDP and DCHP and identifying profiles
of deaf language learners using the American Sign
Language Assessment Instrument (ASLAI)
Hoffmeister*, R., Novogrodsky, R., Fish, S., Benedict, R., Henner, J. & Rosenberg, P.
Center for the Study of Communication and the Deaf, Boston University
Abstract
There are no commercially available wide-ranging assessments
of American Sign Language (ASL) that identify both age-related
language acquisition targets and language learning differences in
the Deaf student population. To this end, the ASLAI has developed
age-related norms that are based on over 200 Deaf Children of Deaf
Parents (DCDP) and over 350 Deaf Children of Hearing Parents
(DCHP). These norms allow us to establish baseline age-related
acquisition categories for ASL language components such as
vocabulary depth and extent, simple and complex syntax, and
ASL text comprehension.
Language learning difficulties in Deaf students have been
typically diagnosed using materials based on spoken language.
It has been particularly difficult to identify those students who
may have language deficits and/or learning disabilities. The
ASLAI has been designed to identify profiles of Deaf students
who belong to the following groupings:
on target with respect to same-aged peers
delayed with respect to same-aged peers: issue of delay
in language exposure but functioning normally
displaying potential language deficit: ie. Possible neurological issue, incorrect use of space, memory for spatial
constructs, etc.
displaying potential learning disability.]: ie. Possible inability
to sequence statements logically.
ASLAI data have been collected on over 500 Deaf students
and have enabled us to formulate profiles of students who fit the
above categories. Additional data (such as reading scores and
teacher questionnaires) will be used to more clearly establish
whether our profiles are adequate or accurate. An adequate
profile is one that requires further analysis to determine if the
student has a language issue. An accurate profile is one that
is verified by other factors, such as medical and other language
testing. Age-related adequate and accurate profiles of the
different subtests of the ASLAI will be discussed in this paper.
The ASLAI is potentially an extremely reliable tool for use in
identifying Specific Language Impairment (SLI) in Deaf subjects.
The ASLAI test covers the inclusionary criteria, as it tests different
aspects of ASL: phonology, lexical-semantic knowledge, syntax,
morphology and pragmatics.
The ability to establish discrete language profiles for Deaf
students will enable both educators and researchers to more
accurately identify Deaf children who are on target for learning
and those who are not, and to provide those who have language
issues with timely services and intervention.
* [email protected]
44
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
A transcrição como uma ferramenta para aumentar
a consciência metalinguística em alunos de Língua
Gestual Alemã como segunda língua
Emily Kaufmann*, Reiner Griebel, Thomas Kaul
University of Cologne, Faculty of Human Sciences, Education
and Rehabilitation of the Deaf and Hard of Hearing
Resumo
Especialmente em adultos a aprender uma segunda língua,
a consciência metalinguística é uma componente importante
na aquisição da competência linguística. Esta comunicação
apresenta um estudo que avalia uma nova técnica de treino
linguístico baseada na transcrição, projetado para melhorar a
consciência metalinguística de alunos a aprender uma língua
gestual como L2, com foco na área das características não-manuais (gestos com a boca e ativação das sobrancelhas),
uma área que geralmente representa uma grande dificuldade
para adultos ouvintes a aprender língua gestual. Este estudo
centra-se em gestos idiomáticos (e.g. configuração f em direção
à testa, que significa “não faço ideia”) e em perguntas, uma vez
que contêm gestos com a boca e ativação das sobrancelhas.
Os participantes (N=33) eram ouvintes nativos de alemão e
alunos do programa de Educação de Surdos na Universidade
de Colónia, a frequentar o quinto semestre do curso em Língua
Gestual Alemã (DGS), durante o período do estudo. O estudo foi
realizado exclusivamente durante o horário da aula de DGS 5. O
estudo desenvolveu-se da seguinte forma: realizaram-se cinco
sessões de treino, em cada qual era mostrado aos alunos um
vídeo com uma frase em DGS contendo um gesto idiomático.
O vídeo foi produzido as vezes que os participantes quiseram,
e a frase e o gesto idiomático foram discutidos. No Grupo 1
(N=18), o grupo de controle, foi usada esta abordagem padrão
para o ensino de gestos idiomáticos. No grupo 2 (N=15), o
grupo de teste, foi utilizada a tarefa de transcrição: o gesto
idiomático foi discutido tal como no primeiro grupo e, adicionalmente, foi solicitado aos participantes que transcrevessem
as frases, incluindo glosas, gestos com a boca, articulação
oral e ativação das sobrancelhas. Após as cinco sessões
de treino, deu-se a sessão de testes, igual para ambos os
grupos. Os participantes assistiram a 12 vídeos, cada um dos
quais apresentava uma frase completa em DGS, contendo um
gesto com a boca ou uma ativação das sobrancelhas como
uma característica saliente. Metade dos vídeos continha um
erro na respetiva característica não-manual e metade não
tinha qualquer erro. Para cada item, os participantes foram
instruídos a decidir se a frase tinha não um erro e, se sim,
de que forma a corrigi-lo. Como em estudos anteriores, a
capacidade de detetar e corrigir erros é usada como uma
medida de consciência metalinguística. O desempenho foi
comparado entre os dois grupos e os resultados mostram
uma diferença significativa entre os grupos (p <0,01), tendo o
grupo de teste um melhor desempenho na tarefa de deteção/
correção de erros. Este resultado indica que a consciência
metalinguística dos alunos de DGS e, por extensão, a sua
competência, na área dos elementos não-manuais pode ser
melhorada através da integração de técnicas de transcrição
em cursos de DGS. Estudos futuros sobre outras técnicas com
tecnologia de vídeo podem revelar-se igualmente promissoras.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Transcription as a tool for increasing metalinguistic
awareness in learners of German Sign Language as
a second language
Emily Kaufmann*, Reiner Griebel, Thomas Kaul
University of Cologne, Faculty of Human Sciences, Education
and Rehabilitation of the Deaf and Hard of Hearing
Abstract
Especially in adult second language learners, metalinguistic
awareness is an important component in acquiring language
competence. This paper reports on a study which evaluates a
new transcription-based language training technique designed
to improve sign language L2 learners’ metalinguistic awareness,
focusing on the area of non-manual features (mouth gestures
and eyebrow activation), an area which typically poses great
difficulty for hearing adult sign language learners. This study
focuses on idiomatic signs (e.g. f-hand-to-forehead, meaning
‘no idea’) and questions because they contain mouth gestures
and eyebrow activation. Participants (N=33) were hearing native
speakers of German and students in the Deaf Education program
at the University of Cologne in a fifth-semester German Sign
Language (DGS) course during the study period. The study
was conducted exclusively during the regular class time in the
DGS 5 classes. The study was designed as follows. There were
five training sessions, in each of which students were shown
one video of a DGS sentence containing an idiomatic sign.
The video was replayed as desired by participants, and the
sentence and the idiomatic sign were discussed. In Group 1
(N=18), the control group, this standard approach for teaching
idiomatic signs was used. In Group 2 (N=15), the test group, the
transcription task was used: the idiomatic sign was discussed
as above, and participants were additionally asked to transcribe
the sentences, providing a gloss, mouth gestures, mouthings,
and eyebrow activation. Following the five training sessions
was the testing session, which was the same for both groups.
Participants watched 12 videos, each of which presented one
complete DGS sentence which contained either a mouth gesture
or eyebrow activation as a salient feature. Half of the videos of
contained an error in the respective non-manual feature and half
were error-free. For each item, participants were instructed to
decide whether or not the sentence contained an error and if
so, state how to correct it. As in previous studies, the ability to
detect and correct errors is used as a measure of metalinguistic
awareness. Performance was compared between the two
groups, and results show a significant difference between the
groups (p<.01), with the test group performing better on the
error detection/correction task. This result indicates that DGS
learners’ metalinguistic awareness and by extension, their
competence, in the area of non-manuals can be improved by
integrating transcription techniques into DGS courses. Future
studies on other techniques using video technology may prove
equally promising.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
O uso de referentes em inglês oral por crianças
bilingues bimodais
Elena Koulidobrova*; Kathryn Davidson
Central Connecticut State University; University of Connecticut
Resumo
Tem sido argumentado que crianças bilingues permitem
pragmaticamente formas inadequadas para a L(íngua)A na sua
LA, se tais formas forem apropriadas na L(íngua)B (em Sorace,
2011). Grande parte desta investigação centrou-se na produção
de argumentos nas línguas das crianças a adquirir o sujeito nulo
e o sujeito não nulo (NS). No entanto, a previsão estende-se
por outras áreas relacionadas com a adequação pragmática da
produção do argumento, por exemplo, introdução/manutenção
de referentes. Examinámos o inglês de crianças bimodais (ASL-Inglês) bilingues (BIBIs). Incluimos crianças ouvintes de adultos
surdos (CODAs) e crianças com surdez congénita com implantes
cocleares (IC).
Participantes: doze BIBIs (sete CODAs, cinco ICs; idade média
= 6;01), com um input consistente de duas línguas desde os primeiros anos, e com valores normais (ou superiores) de inteligência
não verbal. Os participantes assistiram a um vídeo curto e em
seguida recontaram a história. Cada narrativa foi codificada para
as primeiras 10 noemações de cada uma das três categorias:
(1) pronomes da 3 ª pessoa (por exemplo, “ele”); (2) sintagmas
nominais (SN) indefinidos com um artigo indefinido (por exemplo,
“um”); e (3) SN definidos com artigos definidos (por exemplo, “o”,
“os”). Cada SN foi também codificado para adequação pragmática.
Além disso, por se ter conhecimento que os BIBIs costumam
apresentar efeitos de interação sintática interlinguística (Lillo-Martin
et al., 2009, i.a), foi também aplicado um teste de julgamento
gramatical a um subconjunto de participantes (cinco CODAs
e dois ICs, idade média = 6;06) para determinar se os SNs
estão incorporados em inglês. Dois brinquedos desempenhavam
alguma ação; o investigador falava de um dos brinquedos. Um
gato descrevia a situação, omitindo o sujeito em 50% dos testes
de ensaios. Foi pedido às crianças que julgassem e corrigissem
as frases do gato. 50% de fillers eram agramaticais em inglês de
adultos (erros de concordância/temporais). O desempenho dos
BIBIs foi comparado com controles, um inglês monolingue (idade
6;02) e um unimodal multilingue (inglês/croata/tailandês, de 8;06).
RESULTADOS: o desempenho dos BIBIs foi diferente do
grupo de controle na tarefa de julgamento de gramaticalidade:
eram menos precisos em rejeitar frases agramaticais e aceitaram
significativamente mais SNs incorporados (z = 4,37, p>0,0003).
No entanto, os BIBIs mostraram padrões adequados à idade
no uso de referentes em narrativas. A idade correlaciona-se
significativamente com a adequação pragmática de SNs (r(413)
= 0,097, p<0,05). O uso pragmático adequado de pronomes
(média = 0,87) e SNs indefinidos (média = 0,95) foi considerável,
com menor desempenho de SNs definidos (média = 0,69), mas
consistente com relatórios sobre inglês de crianças monolingues
(Abbot, 2006).
Os resultados sugerem que as crianças BIBIs (CODA/IC) revelam efeitos de interação linguística no argumento produzido, que
estão dissociados do conhecimento de adequação pragmática.
Referências
1.
Abbot, B. 2006. Definite and Indefinite. Encyclopedia of Language and
Linguistics, Second Edition (K. Brown, ed.). 392-399.
2.
Lillo-Martin, D., Quadros, R., Koulidobrova, H., & Chen Pichler, D. 2009.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains.
GALA, Lisbon. Sorace, Antonella. 2011. Pinning down the concept of
“interface” in bilingualism. Linguistic Approaches to Bilingualism 1 (1), 1-33
* [email protected]
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Bimodal bilingual children’s use of referents
in their spoken English
Elena Koulidobrova*; Kathryn Davidson
Central Connecticut State University; University of Connecticut
Abstract
Balanced bilingual children have been argued to allow pragmatically inappropriate for L(anguage)A forms in their LA if such
forms are appropriate in L(anguage)B (overview in Sorace 2011).
Much of this research has focused on the production of arguments
in the languages of children acquiring a null- in conjunction
with a non-null subject (NS) language. However, the prediction
spans across other areas related to pragmatic appropriateness of
argument production, e.g. introduction/maintenance of referents.
We examine the English of bimodal (ASL-English) bilingual children
(BIBIs). We include both young hearing children of Deaf adults
(KODAs) and congenitally deaf children with cochlear implants (CIs).
Participants: twelve BIBIs (seven KODAs, five CIs; Mean
age=6;01), with consistent two-language input provided from
the early age, and normal (or above) nonverbal intelligence scores.
The participants watched a short video and then relayed the story.
Each narrative was coded for the first ten mentions of each of
three categories: (1) 3rd person pronouns (e.g. “he”), (2) indefinite
noun phrases (NPs) with a clear indefinite article (e.g. “a”), and (3)
definite NPs with clear definite articles (e.g. “the”, “those”). Each
NP was also coded for pragmatic appropriateness. Additionally,
because BIBIs are known to show effects of cross-linguistic
syntactic interaction (Lillo-Martin et al. 2009, i.a), a subset of
participants (five KODAs and two CIs, Mean age=6;06) were
also administered a grammaticality judgment test in order to
determine whether BIBIs allow embedded NSs in English. Two
toys performed some action; the experimenter spoke for one of
the toys. A cat described the situation, omitting subjects in 50%
of the test trials. Children were asked to judge and correct the
cat’s sentences. 50% of fillers were also ungrammatical in adult
English (agreement/tense errors). The BIBIs’ performance was
compared with a monolingual English (age 6;02) and a unimodal
multilingual (English/Croatian/Taiwanese, age 8;06) controls.
RESULTS: BIBIs performed differently from controls on
the grammaticality judgment task: they were less accurate in
rejecting ungrammatical sentences, and accepted significantly
more embedded NSs (z=4.37, p>.0003). Yet, BIBIs showed
age- appropriate patterns in the use of referents in narratives.
Age correlated significantly with the pragmatic appropriateness
of NPs (r(413)=0.097, p<0.05). Pragmatically appropriate use of
pronouns (Mean=0.87) and indefinite NPs (Mean=0.95) were high,
with definite NP performance lower (Mean=0.69) but consistent
with reports for English monolingual children (Abbot 2006).
Results suggest that BIBI children (KODA/CI) reveal language
interaction effects in argument suppliance, which are dissociated
from the knowledge of pragmatic appropriateness.
References
1.
Abbot, B. 2006. Definite and Indefinite. Encyclopedia of Language and
Linguistics, Second Edition (K. Brown, ed.), 392-399.
2.
Lillo-Martin, D., Quadros, R., Koulidobrova, H., & Chen Pichler, D. 2009.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains. GALA,
Lisbon. In Sorace, Antonella. 2011. Pinning down the concept of “interface”
in bilingualism. Linguistic Approaches to Bilingualism 1 (1), 1-33.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Aquisição da concordância verbal em Língua
Gestual de Hong Kong (HKSL)
Scholastica Lam*
The Chinese University of Hong Kong
Resumo
A concordância verbal é um dos temas mais estudados
em investigação da aquisição das línguas gestuais. Semelhantemente às crianças ouvintes, as crianças surdas quando
adquirem diferentes línguas gestuais produzem marcações
de concordância (como uma espécie de flexões verbais) por
volta dos 2 anos de idade. Tal como as crianças ouvintes,
as crianças surdas também produzem erros de omissão na
aquisição da língua gestual (Meier, 1982; Morgan, Barriere &
Woll, 2006; Jânio Quadros & Lillo-Martin, 2007; entre outros).
O aparecimento precoce de flexões verbais parece confirmar-se,
independentemente da modalidade linguística adotada.
Por outro lado, as marcações de concordância em Língua
Gestual de Hong Kong (HKSL) não ocorrem até aos 3;04 anos de
idade nos dados longitudinais de uma criança com surdez severa,
CC, filho de pais surdos, em Hong Kong (cf. Lam 2009). A ocorrência de verbos de concordância marcada também é pequena
em número, contrastando com o que tem sido apresentado na
aquisição de marcações de concordância quer nas línguas orais,
quer nas línguas gestuais. Este facto faz questionar a razão pela
qual as marcações de concordância aparecem mais tarde em
HKSL do que noutras línguas. Nesta comunicação proponho que
o input ambíguo é a causa desta aquisição tardia de concordância
verbal em HKSL. O input ambíguo pode estar sob a forma de (i)
formas ambíguas que podem indicar a marcação de localização ou
a concordância verbal e (ii) omissão de marcação de concordância
em gestos orientados para crianças. Os resultados mostram que
a maioria dos verbos (85,53%) parecem ambíguos para CC, uma
vez que podem apresentar marcação de localização espacial ou
de concordância verbal. O facto dos adultos produzirem raramente
verbos com concordância, mesmo em contextos obrigatórios,
fornece dados de input ambíguos adicionais. Proponho, portanto,
que a emergência tardia de marcações de concordância em HKSL
se deve à presença de dados de input ambíguos.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Acquisition of verb agreement in Hong Kong
Sign Language (HKSL)
Scholastica Lam*
The Chinese University of Hong Kong
Abstract
Verb agreement is one of the widely-studied topics in sign
language acquisition research. Similar to the hearing children, deaf
children acquiring different signed languages produce agreement
markings (as a kind of verbal inflections) at around age 2. Deaf
children, like hearing children, also produce omission errors in
sign language acquisition (Meier, 1982; Morgan, Barriere & Woll,
2006; Quadros & Lillo-Martin, 2007; among others). The early
emergence of verbal inflections seems to be true regardless of
which modality a language adopts.
By contrast, agreement markings in Hong Kong Sign Language
(HKSL) do not appear until 3;4 in the longitudinal data of a severely
deaf child CC borne to deaf parents in Hong Kong (cf. Lam, 2009).
The occurrence of marked agreement verbs is also small in number,
contrasting what has been reported in the acquisition of agreement
markings in both spoken and signed languages. This calls for a
question of why agreement markings appear later in HKSL than
in other languages. In this paper, I propose that ambiguous input
is the cause of such late acquisition of verb agreement in HKSL.
The ambiguous input can be in the form of (i) ambiguous forms
that may denote location marking or verb agreement and (ii)
omission of agreement markings in child-directed signing. The
results show that the majority of verbs (85.53%) look ambiguous
to CC because they can be marked for spatial locations or verb
agreement. The fact that adult agreement verbs are bare even
in obligatory context provides additional ambiguous input data. I
therefore propose that late emergence of agreement markings in
HKSL is due to the presence of ambiguous input data.
* [email protected]
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Aquisição da sintaxe de gestos funcionais em
HKSL: um estudo de caso sobre PODER e NÃO-TER
produzido por criança com aprendizagem tardia
de HKSL do programa Jockey Club Sign Bilingualism
and Co-enrolment in Deaf Education
Scholastica Lam* and Betty Cheung
The Chinese University of Hong Kong
Resumo
Um número de gestos funcionais, especificamente modais e
de negação, em HKSL ocorrem no final da oração (Lee, 2006;
Lam, 2009). Um estudo de caso revela que uma criança com
surdez severa, CC, produz partículas modais e negativas tanto
em posição pré-verbal como no final da oração (Lam, 2009).
Lam (2009) sugere que a ocorrência de gestos funcionais em
posição pré-verbal pode ser resultado do input cantonês sob
a forma de cantonês oral e de gestos com base no cantonês,
uma variedade de gestos entre HKSL e Língua Gestual Chinesa.
No entanto, os dados sobre o CC são limitados. Investigação
com mais surdos bilingues poderá ajudar-nos a compreender
melhor o desenvolvimento de elementos modais e negativos
num contexto bilingue.
Desde a criação do programa Jockey Club Sign Bilingualism and
Co-enrolment in Deaf Education, um grupo de alunos surdos tem
desenvolvido cantonês e HKSL simultaneamente num ambiente
escolar. Esta comunicação pretende explorar a sintaxe precoce
de elementos modais e negativos, mais especificamente PODER
e NÃO-TER, analisando os dados de avaliação recolhidos através
da ferramenta de elicitação de Língua Gestual de Hong Kong
(HKSL-ET). O teste modal consiste em recontar uma história,
no qual o aluno surdo tem de recontar a história previamente
mostrada em vídeo. O teste de negação consiste em encontrar
diferenças, em que o aluno tem de descrever o que falta num
conjunto de imagens. Os dados foram recolhidos a partir de 22
alunos surdos do Programa que aprenderam a língua tardiamente.
A maioria dos alunos apenas começam a aprender HKSL a partir
dos 4 anos de idade ou mais tarde. Estudos anteriores sugerem
que surdos com aprendizagem tardia, com 30 anos de uso
da língua, normalmente não têm problemas com a ordem das
palavras (Emmorey, 2002). Podem os surdos com aprendizagem
tardia e utilização da língua por um período mais curto adquirir
a sintaxe com elementos modais e negativos em HKSL? O
nosso estudo preliminar revela que os alunos surdos produzem
elementos modais e negativos tanto em posição pré-verbal como
no final da oração:
(1) posição pré-verbal
GATO RATO PODE APANHAR (C4-3-CWL, 7; 0)
“O gato pode apanhar o rato.”
(2) no final da oração
GATO APANHAR RATO PODE (C4-1-CNW, 7; 0)
“O gato pode apanhar o rato.”
(3) posição pré-verbal
PORCO NÃO-TER LEVAR LEGUME (C1-2-HST, 12; 0)
“O porco não levou os legumes.”
(4) no final da oração
GATO COZINHAR OVO NÃO-TER (C1-2-HST, 12; 0)
“O gato não cozinhou os ovos.”
Produzem os alunos surdos mais gestos funcionais em posição
pré-verbal do que em final de oração? Utilizam os mesmos alunos
umas vezes gestos funcionais pré-verbais e noutras em posição
final da oração (como nos exemplos (3) e (4))? Até que ponto
a transferência e dominância de língua explicam os resultados?
Esta comunicação pretende abordar todas estas questões.
* [email protected]
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Acquisition of the syntax of functional signs
in HKSL: a case study on CAN and NOT-HAVE
produced by child late learners of HKSL in Jockey
Club Sign Bilingualism and Co-enrolment in Deaf
Education Programme
Scholastica Lam* and Betty Cheung
The Chinese University of Hong Kong
Abstract
A number of functional signs, specifically modals and negators,
in HKSL are observed to occur in a clause-final position (Lee,
2006; Lam 2009). A case study shows that a severely deaf
child CC produces modals and negators in both preverbal and
clause-final positions (Lam, 2009). Lam (2009) suggests that the
occurrence of preverbal functional signs may be resulted from
Cantonese input in the form of oral Cantonese and Cantonese-based signing, a variety of signing that is in between HKSL and
Signed Chinese. However, the data on CC is limited. Research
on more deaf bilinguals may help us to understand better the
development of modals and negators under a bilingual context.
Since the set up of the Jockey Club Sign Bilingualism and
Co-enrolment in Deaf Education Programme, a group of deaf
students develop Cantonese and HKSL simultaneously under a
school setting. This paper attempts to explore further the early
syntax of modals and negators, specifically CAN and NOT-HAVE
by examining the assessment data collected via the Hong Kong
Sign Language Elicitation Tool (HKSL-ET). The modal test is a
story retelling task where the deaf student needs to retell a story
shown earlier in a video clip. The negation test is a find-a-difference
test in which the student needs to describe what is missing in
a set of pictures. Data was collected from 22 deaf late learners
studied in the Programme. Most of these students only start to
learn HKSL from age 4 or older. Previous studies suggest that
late learners with 30 years of usage usually do not have problems
with word order (Emmorey, 2002). Can late learners with shorter
period of exposure acquire the syntax of modals and negators in
HKSL? Our preliminary study shows that deaf students produce
both preverbal and clause final modals and negators:
Preverbal position
CAT MOUSE CAN CATCH (C4-3-CWL, 7;0)
‘The cat can catch the mouse.’
Clause-final position
CAT CATCH MOUSE CAN (C4-1-CNW, 7;0)
‘The cat can catch the mouse.’
Preverbal position
PIG NOT-HAVE TAKE VEGETABLE (C1-2-HST, 12;0)
‘The pig did not take the vegetables.’
Clause-final position
CAT COOK EGG NOT-HAVE (C1-2-HST, 12;0)
‘The cat did not cook the eggs.’
Do deaf students produce more preverbal than clause-final
functional signs? Do the same students use preverbal functional
sign at one time and clause-final functional signs at another time
(as in examples (3) and (4))? To what extent language transfer and
language dominance explain the results? This paper attempts to
address all these questions.
* [email protected]
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SEL - sistema de escrita para Língua de sinal
Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira*
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Resumo
Neste trabalho apresentamos os resultados de um projeto de
pesquisa que objetivou criar um sistema de escrita para línguas
de sinais. Trata-se de um projeto desenvolvido na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), no Brasil, financiado
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Processo: 483450/2009-0) e pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB (Termo
de Outorga: PPP 0080/2010). A metodologia utilizada envolveu
intensa investigação da constituição articulatória do sinal, já que
pretendíamos criar um sistema não-logográfico e linear. Nossa
investigação levou-nos à descoberta de que o sinal se compõe
de um tipo de unidade que chamamos de MLMov. Essa unidade
se constitui de três tipos de macrossegmentos (Mão, Localização
e Movimento) formados por traços distintivos imbricados – os
parâmetros. Os caracteres da escrita SEL representam esses
três macrossegmentos. Assim, o sinal GALINHA em língua de
sinais brasileira (Libras) é escrito em SEL como:
. Como é possível observar, representamos o macrossegmento
MÃO com o caractere
(
- mão espraiada) e o caractere
(eixo superior com palma para dentro); representamos o
macrossegmento LOCALIZAÇÃO (ponto do corpo envolvido na
articulação do sinal) com o caractere (rosto); e representamos
(fechar
o macrossegmento MOVIMENTO com o caractere
quatro dedos gradativamente) e o caractere
(movimento de
mão retilíneo para baixo no plano frontal) (cf. Lessa-de-Oliveira,
2012). Um experimento realizado com um grupo de cinco surdos
e um ouvinte demonstrou que a escrita SEL é um sistema compatível com o critério de automatização do processamento na
leitura e na escrita e que esta é de fácil aquisição. Verificamos
ainda que, assim como ocorre com as línguas orais, a modalidade
escrita de línguas de sinais, ainda inexistente, deverá apresentar
estrutura própria. Por fim, concluímos que a adoção de um
sistema de escrita para línguas de sinais, além de todos os
benefícios para a vida prática da pessoa surda, poderá vir a
contribuir com um grau mais alto de gramaticalização da própria
modalidade falada dessa língua.
Referências
1.
Lessa-de-oliveira, Adriana S. C. 2012. Libras escrita: o desafio de representar uma língua tridimensional por um sistema de escrita linear .
ReVEL, v. 10 (19).
* [email protected]
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SEL - writing system for Sign Language
Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira*
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Abstract
We present the results of a research project that aimed to
create a writing system for sign languages. This is a project
developed at the Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB), in Brazil, financed by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Process: 483450/20090) and the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
- FAPESB (Term of Agreement: PPP 0080/2010). The methodology involved intense investigation of the articulatory constitution
of the sign, because we wanted to create a non-logographic and
linear writing system. Our research led us to the discovery that
the sign is composed of a kind of unity we call MLMov. This unit
is composed of three types of macro-segments (Hand, Location
and Movement) formed by interwoven distinctive features – the
parameters. The characters of writing SEL represent these three
macro-segments. Thus, the sign CHICKEN in Brazilian Sign
Language (Libras) is written in SEL as:
. As you can
see, we represent the macro-segment HAND with the character
( - spread hand) and the character (superior axis with
palm facing inwards); represent the macro-segment LOCATION
(point of the body involved in the articulation of the sign) with the
character (face); and represent the macro-segment MOVEMENT
with the character
(to close four fingers gradually) and character (hand movement straight down in the frontal plan) (cf.
Lessa-de-Oliveira, 2012). An experiment conducted with a group
of five deaf people and one listener demonstrated that the SEL
is a writing system compatible with the criterion of automation
of processing in reading and writing and it is of easy acquisition.
We also verified that, as with the oral languages, the written form
of sign languages will present its own structure. Finally, we conclude that the adoption of a writing system for sign languages
can bring benefits to the practical life of the deaf people and also
could contribute to a higher degree of grammaticalization of the
spoken modality of this language.
References
1.
Lessa-de-oliveira, Adriana S. C. 2012. Libras escrita: o desafio de representar uma língua tridimensional por um sistema de escrita linear.
ReVEL, v. 10(19).
* [email protected]
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Aquisição de advérbios não manuais em HKSL por
crianças surdas no Jockey Club Sign Bilingualism
and Co-enrolment in Deaf Education Programme
Jia Li, Scholastica Lam, Cat H-M. Fung*
Centre for Sign Linguistics and Deaf Studies, The Chinese University of Hong Kong
Resumo
Ao contrário de muitas marcas gramaticais não manuais,
advérbios não manuais não têm enquivalentes comunicativos
(Anderson & Reilly, 1998). Desta forma, esta categoria gramatical
permite a análise de como as crianças desenvolvem o seu
comportamento linguístico facial. Infelizmente, existem poucos
estudos sobre a aquisição de advérbios não manuais, na sua
maioria em Língua Gestual Americana (ASL) (cf. Anderson &
Reilly, 1998; Reilly & Anderson, 2002; Reilly, 2006). Estes estudos
mostram que as crianças surdas de pais surdos com aquisição
da ASL como sua língua nativa dominam advérbios manuais
mais cedo que advérbios não manuais que partilhem o mesmo
significado com os manuais. Os advérbios não manuais surgem
por volta dos 2;00 anos de idade. Aos 3;06 anos de idade, os
advérbios não manuais tornam-se mais produtivos.
O presente estudo contou com a participação de 33 crianças
surdas do Programa Jockey Club Sign Bilinguism and Co-enrolment in Deaf Education (JC-SLCO), com idades compreendidas
entre os 5 e os 13 anos. A amostra foi dividida em 6 grupos
de acordo com a idade de inscrição no programa JC-SLCO.
Todos eles foram expostos na escola à Língua Gestual de Hong
Kong (HKSL) e ao cantonês. A maioria das crianças adquiriu a
HKSL mais tarde. Os dados de produção e compreensão foram
recolhidos por descrição de vídeo/animação e por uma tarefa de
associação de gestos a vídeos.
Em geral, as crianças surdas apresentaram melhor desempenho na compreensão do que na produção. Inicialmente, não
demonstraram ser sensíveis a advérbios não manuais. Mas o
grupo mais velho teve melhor desempenho do que o grupo mais
novo. No entanto, não existem provas destas crianças surdas
terem adquirido advérbios não manuais. A precisão da tarefa de
compreensão pelo grupo 1 (o grupo mais velho), que estiveram
expostos à HKSL no mínimo 5 anos, é apenas de 66,67%. A
maioria dos erros produzidos por crianças surdas resultam de
omissões de advérbios não manuais obrigatórios. Na seleção de
dois pontos no tempo, observamos que os predicados manuais
são modificados primeiro com advérbios manuais e depois com
advérbios não manuais. A coordenação da produção de advérbios
não manuais e de predicados manuais modificados pode ser
encontrada num estádio mais tardio.
Referêcias
1.
Anderson, D. E., and J. Reilly. 1998. PAH! The acquisition of adverbials
in ASL. Sign Language and Linguistics 1-2: 1316-7249.
2.
Reilly, J. 2006. How faces come to serve grammar: the development
of nonmanual morphology in American Sign Language. In Advances
in the sign language development of deaf children ed. by B. Schick, M.
Marschark and P. E. Spencer, 262-290. Oxford: Oxford University Press.
3.
Reilly, J., and D. Anderson. 2002. The acquisition of non‐manual morphology in ASL. In Directions in sign language acquisition ed. by G.
Morgan and B. Woll, 159-181. Amsterdam: John Benjamins.
* [email protected]
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Acquisition of nonmanual adverbials in HKSL by
deaf children in the Jockey Club Sign Bilingualism
and Co-enrolment in Deaf Education Programme
Jia Li, Scholastica Lam, Cat H-M. Fung*
Centre for Sign Linguistics and Deaf Studies, The Chinese University of Hong Kong
Abstract
Unlike many grammatical nonmanual markings, nonmanual
adverbials do not have communicative counterparts (Anderson
& Reilly, 1998). This grammatical category therefore allows us to
examine how children develop their linguistic facial behaviors.
Unfortunately, only few studies on the acquisition of nonmanual
adverbials, largely on ASL, have been conducted (cf. Anderson &
Reilly, 1998; Reilly & Anderson, 2002; Reilly 2006). These studies
show that deaf children of deaf parents acquiring ASL as their
native language master manual adverbs earlier than nonmanual
adverbials which share the same meaning with the manual one.
Nonmanual adverbials emerge at around age 2;0. By age 3;6,
nonmanual adverbials become more productive.
33 deaf children in the Jockey Club Sign Bilingualism and
Co-enrolment in Deaf Education Programme (JC-SLCO), aged
from 5 to 13, participated in the current study. They were divided
into 6 cohorts in accordance with their years of enrollment in the
JC-SLCO program. All of them were exposed to both Hong Kong
Sign Language (HKSL) and Cantonese at school. Most of them
were late learners of HKSL. The production and comprehension
data were collected by means of a video/animation description
and a video-signing matching task, respectively.
Generally speaking, these deaf children performed better
in comprehension than in production. They are not sensitive
to nonmanual adverbials in the beginning. But the older group
performed better than the younger group. However, there is
no evidence of these deaf children having acquired nonmanual
adverbials. The accuracy of comprehension task by Cohort 1 (the
eldest group), who had at least five years of HKSL exposure, is
only 66.67%. Most errors produced by deaf children are omission
of obligatory nonmanual adverbials. With the data of two time
points, we observe that manual predicates are modified first with
manual adverbs then with nonmanual adverbials. Co-ordination
of the production of nonmanual adverbials and modified manual
predicates can be found at the later stage.
References
1.
Anderson, D. E., and J. Reilly. 1998. PAH! The acquisition of adverbials
in ASL. Sign Language and Linguistics 1-2: 1316-7249.
2.
Reilly, J. 2006. How faces come to serve grammar: the development
of nonmanual morphology in American Sign Language. In Advances
in the sign language development of deaf children ed. by B. Schick, M.
Marschark and P. E. Spencer, 262-290. Oxford: Oxford University Press.
3.
Reilly, J., and D. Anderson. 2002. The acquisition of non‐manual morphology in ASL. In Directions in sign language acquisition ed. by G.
Morgan and B. Woll, 159-181. Amsterdam: John Benjamins.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Mais do que a soma das partes: aquisição bilingue
bimodal da linguagem – aspetos sintáticos
Diane Lillo-Martin1*, Ronice Müller de Quadros2, Deborah Chen Pichler3
University of Connecticut,
1
Universidade Federal de Santa Catarina,
2
Gallaudet University
3
Resumo
No nosso estudo estamos interessados em abordar questões
acerca de como é o desenvolvimento das crianças bilingues, e
em particular, como é que as línguas dos bilingues interagem.
Abordamos estas questões examinando o curso do desenvolvimento bilingue em crianças bilingues bimodais - crianças que
utilizam tanto uma língua oral como uma língua gestual natural.
Os participantes do presente estudo são codas ou crianças
ouvintes que cresceram em residências com surdos gestuantes
de uma língua gestual. Tal combinação de línguas dá-nos uma
nova prespetiva sobre o bilinguismo e permite-nos pensar em
novas formas de arquitetura da linguagem.
Nesta comunicação fornecermos uma visão geral das nossas
investigações no âmbito do desenvolvimento bilingue bimodal
com foco nos estudos de morfologia e sintaxe (Chen Pichler
et al., 2010, in press; Koulidobrova et al., 2011; Lillo-Martin et
al., 2010, 2011, 2012; Quadros et al., 2012, in press). Estão a
ser analisadas as estruturas tanto no discurso como no gesto
usado pelas crianças (a partir de 1-1/2 ano de idade) a adquirir
simultaneamente Língua Gestual Americana (ASL) e Inglês, ou
Língua Gestual Brasileira (Libras) e Português do Brasil (PB).
Começamos com uma visão global da forma como as línguas
dos participantes interagem uma com a outra. Embora as crianças
diferenciem claramente as suas línguas desde cedo e utilizem
as línguas de forma diferente consoante os contextos, elas
permitem que as línguas se influenciem mutuamente e produzem
code-mix e code-blend. O nosso estudo do desenvolvimento da
morfologia verbal em línguas orais pelas crianças mostram que
o Inglês – mas não o Português do Brasil – tem uma influência
interlinguística que leva à produção de erros de comissão, bem
como às formas mais comuns de raízes não flexionadas. Os
Sintagmas Nominais das crianças exibem efeitos da influência
em que os codas omitem determinantes na sua línguas oral
com mais frequência e por um maior período de tempo do que
as crianças monolingues. Finalmente as perguntas-Q mostram
influência em ambas as direções: uma aquisição precoce de
estruturas in situ na língua oral, mas um maior uso de frases
iniciadas com sintagma-Q nas línguas gestuais.
O nosso modelo em desenvolvimento sobre arquitetura da
linguagem bilingue conta para os casos em que observamos uma
aparente influência interlinguística como exemplos da language
synthesis. Os nossos resultados corroboram com as conclusões
de muitos outros estudods, em que as línguas dos bilingues estão
continuamente ativas e interagem de múltiplas formas.
Referências
1.
Chen Pichler, D, Lee, J, & Lillo-Martin, D. in press. Language development
in ASL-English bimodal bilinguals. D. Quinto-Pozos (Ed.), Multilingual
Aspects of Signed Language Communication and Disorder.
2.
Koulidobrova, H, Quadros, R M de, Chen Pichler, D, & Lillo-Martin, D.
2011. Cross-Language influence, code-switching, and code-blending.
International Symposium on Bilingualism 8; Oslo.
3.
Lillo-Martin, D, Quadros, R M de, Koulidobrova, H & Chen Pichler, D. 2010.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains. J.
Costa et al., (Eds.), Proceedings of GALA 2009.
4.
Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, Quadros, R M de & Chen Pichler, D. 2012.
Bilingual language synthesis: Evidence from WH-questions in bimodal
bilinguals. A. K. Biller et al., (Eds.), Proceedings of BUCLD 36.
5.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, & Chen Pichler, D. 2012.
Noun Phrases in bimodal bilingual acquisition. Generative Approaches
to Language Acquisition–North America 5. Lawrence, Kansas.
6.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D & Chen Pichler, D. in press. Early effects
of bilingualism on WH-question structures: Insight from sign-speech
bilingualism. Proceedings of GALA 2011.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
57
More than the sum of the parts: bimodal bilingual
language acquisition – syntactic aspects
Diane Lillo-Martin1*, Ronice Müller de Quadros2, Deborah Chen Pichler3
University of Connecticut,
1
Universidade Federal de Santa Catarina,
2
Gallaudet University
3
Abstract
In our research we are interested in addressing questions about
how children develop as bilinguals, and in particular, how the
languages of a bilingual interact. We approach these questions
by examining the course of bilingual development for children
who are bimodal bilinguals – children who use both a spoken
language and a natural sign language. In the present study,
our participants are codas, or hearing children growing up in
households with Deaf users of a sign language. Such a language
combination gives us a fresh view of bilingualism, and allows us
to think about language architecture in new ways.
In this presentation, we provide an overview of our investigations
of the development of bimodal bilingualism, focusing on our studies
of morphology and syntax (Chen Pichler et al. 2010, in press;
Koulidobrova et al. 2011; Lillo-Martin et al. 2010, 2011, 2012;
Quadros et al. 2012, in press). We are examining structures in
both the speech and the sign used by children (age 1-1/2 and
up) simultaneously acquiring American Sign Language (ASL)
and English, or Brazilian Sign Language (Libras) and Brazilian
Portuguese (BP).
We start with an overview of the ways that the participants’
languages interact with each other. While they clearly differentiate
their languages from early on and use the languages differently
in different contexts, they do allow the languages to influence
each other, and produce code-mixing and code-blending. Our
study of the development of verbal morphology in the children’s
spoken languages shows that in English – but not in Brazilian
Portuguese – cross-language influence leads to the production
of commission errors as well as the more common uninflected
root forms. The children’s Noun Phrases show effects of influence
in that the kodas omit determiners in their spoken languages
more often and for a longer period of time than monolingual
children typically do. Finally, WH-questions show influence in both
directions: earlier acquisition of in situ structures in the spoken
languages, but greater use of sentence-initial WH-phrases in the
sign languages.
Our developing model of bilingual language architecture
accounts for the cases we observe of apparent cross-linguistic
influence as examples of language synthesis. Our findings support
the conclusions of many others that the languages of a bilingual
are continuously active and interact in multiple ways.
References
1.
Chen Pichler, D, Lee, J, & Lillo-Martin, D. in press. Language development
in ASL-English bimodal bilinguals. D. Quinto-Pozos (Ed.), Multilingual
Aspects of Signed Language Communication and Disorder.
2.
Koulidobrova, H, Quadros, R M de, Chen Pichler, D, & Lillo-Martin, D.
2011. Cross-Language influence, code-switching, and code-blending.
International Symposium on Bilingualism 8. Oslo.
3.
Lillo-Martin, D, Quadros, R M de, Koulidobrova, H & Chen Pichler, D. 2010.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains. In
J. Costa et al. (Eds.), Proceedings of GALA 2009.
4.
Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, Quadros, R M de & Chen Pichler, D.
2012. Bilingual language synthesis: Evidence from WH-questions in
bimodal bilinguals. In A. K. Biller et al. (Eds.), Proceedings of BUCLD 36.
5.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, & Chen Pichler. 2012.
Noun Phrases in bimodal bilingual acquisition. Generative Approaches
to Language Acquisition–North America 5. Lawrence, Kansas.
6.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D & Chen Pichler, D. in press. Early effects
of bilingualism on WH-question structures: Insight from sign-speech
bilingualism. Proceedings of GALA 2011.
* [email protected]
58
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Extensão Média do Enunciado em crianças
portuguesas com implantes cocleares:
diferente dos seus pares ouvintes?
Sofia Lynce de Faria*, Sofia Barão Marques & Ana Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Resumo
Este estudo é parte de um projeto longitudinal sobre a aquisição da linguagem (Ref. PTDC/LIN/111889/2009) no qual foram
sistematicamente registados a aquisição e o desenvolvimento
da linguagem em dez crianças, ouvintes, surdas e bilíngues,
com nível socioeconómico semelhante. Para este efeito, estão
a ser recolhidas amostras de discurso espontâneo em formato
áudio-visual uma vez por mês, durante um período de dois
anos. Posteriormente é realizada uma transcrição ortográfica
através do programa ELAN (EUDICO Linguistic Annotator) para a
aquisição da língua oral, de modo a favorecer a análise, anotação
e documentação.
No presente estudo, o desenvolvimento da linguagem medido
pela Extensão Média do Enunciado em palavras (EME-p) será
usado para fins de comparação entre ouvintes/ implantados e
implantados/implantados. A EME-p é uma medida fidedigna do
desenvolvimento estrutural da criança e é calculada através da
divisão do número total de palavras pelo número de enunciados.
Com este trabalho pretende-se determinar se existem diferenças nos valores da EME-p entre duas crianças implantadas
e duas ouvintes, emparelhadas por idade, género e educação
parental. Adicionalmente, os valores da EME-p serão analisados
entre as duas crianças implantadas, que partilham características
semelhantes: género, idade cronológica, idade de implantação,
tempo de uso do implante e educação parental.
Os resultados alcançados parecem desenhar a hipótese que
existem diferenças nos valores da EME-p entre crianças implantadas e ouvintes, emparelhadas (Geers et al., 2009) e grandes
variações nas capacidades linguísticas das crianças implantadas
(Inscoe et al., 2009) (quase uma palavra por enunciado) mesmo
quando partilham as mesmas caraterísticas.
Referências
1.
Geers, A., Moog, J., Biedenstein, J., & Brenner, C. 2009. Spoken language
scores of children using cochlear implants compared to hearing age-males at school entry. Journal of Deaf Studies and Deaf Education.
14(3), 371-385.
2.
Inscoe, R., Odell, A., Archbold, S. & Nikolopoulos, T. 2009. Expressive
spoken language development in deaf children with cochlear implants
who are beginning formal education. Deafness and Education International, 11, 39–55.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Mean Length of Utterance in Portuguese
children with cochlear implant:
differences with hearing pairs?
Sofia Lynce de Faria*, Sofia Barão Marques & Ana Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Abstract
This study is part of a longitudinal project about language
acquisition (Ref. PTDC/LIN/111889/2009) in which we systematically recorded the acquisition and development of language in
ten deaf, hearing and bilingual children with similar socioeconomic
status. For this purpose, spontaneous speech samples are being
collected and audio recorded once a month, over a period of
two years. Subsequently, an orthographic transcription using
ELAN (EUDICO Linguistic Annotator) was made for oral language
acquisition, in favour of annotation, analysis and documentation.
In the current study, language development as measured by
Mean Length of Utterance in words (MLUw) will be used. MLUw
is a reliable measure of a child’s structural development and is
calculated dividing the total number of words by the number of
utterances.
This paper aims to determine if there are differences between
the values of MLU in words (MLU-w) in two deaf implanted children
paired with two hearing children with the same age, gender and
parental education. Additionally, MLU-w values will be analysed
between the two cochlear implanted children sharing similar
characteristics: gender, chronological age, age implantation,
longer cochlear implant use and parental education.
Our data seem to draw the hypothesis that there were differences in MLU-w values between cochlear implanted children
and matched hearing children (Geers et al., 2009) and also large
variations in language skills among cochlear implanted children
(Inscoe et al., 2009) (almost one word per utterance in MLU-w
values) even when sharing similar characteristics.
References
1.
Geers, A., Moog, J., Biedenstein, J., & Brenner, C. 2009. Spoken language
scores of children using cochlear implants compared to hearing age-males at school entry. Journal of Deaf Studies and Deaf Education.
14(3), 371-385.
2.
Inscoe, R., Odell, A., Archbold, S. & Nikolopoulos, T. 2009. Expressive
spoken language development in deaf children with cochlear implants
who are beginning formal education. Deafness and Education International, 11, 39–55.
* [email protected]
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Intervenções psicopedagógicas na aquisição
da língua de sinais: fator de aprendizagem
e desenvolvimento da Identidade cultural
Flávia Medeiros Álvaro Machado*
Universidade de Caxias do Sul
Resumo
A língua caracteriza-se como principal meio de expressão e
possui fundamental importância para o desenvolvimento humano
através dos processos mentais. Pesquisas realizadas nesta
área destacam que o fenômeno da linguagem manifesta-se,
inicialmente, como um importante instrumento nos processos
cognitivos (Lakoff, 1987; Lakoff; Johnson, 1999) e, consequentemente, na produção linguística. No delineamento desse artigo,
busca-se compreender o papel que a língua exerce nos aspectos
culturais e estruturais da produção cognitiva do sujeito surdo com
paralisia cerebral (Vygotsky, 1987; Quadros & Karnopp, 2004).
Além disso, intenta-se investigar a maneira pela qual a prática
psicopedagógica permite realizar intervenções no sujeito, no
que tange ao seu desenvolvimento cognitivo e ao seu processo
de aquisição da linguagem, uma vez que, para a comunidade
surda, e, em especial, para o sujeito surdo com paralisia cerebral, a comunicação acontece por meio da modalidade gestual,
ou seja, através da aquisição da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS). Os elementos explorados neste artigo são analisados
sistematicamente, de forma a analisar as práticas de intervenções
educacionais e institucionais no processo de aquisição, sendo
que tais práticas estão associadas aos parâmetros contextuais
da teoria ecológica do desenvolvimento humano (Bronfenbrenner, 1996). Igualmente, objetiva- se identificar os processos de
aquisição linguístico-cognitivos nas atividades produzidas pelos
alunos mediante um estudo de caso. Utiliza-se para a análise
da ação psicopedagógica os recursos humanos e naturais do
contexto, os materiais pedagógicos de linguagem (que contribuem
para a aquisição da LIBRAS), bem como jogos didáticos, estes
especialmente elaborados para tal propósito e suficientemente
contextualizados para garantir o processo de intervenção, os quais
apresentam gravuras que ilustram as configurações de mãos
(CM), que são encontradas no primeiro parâmetro dos aspectos
fonéticos das línguas de sinais (LS). A pesquisa é um estudo de
caso, caracterizado no âmbito descritivo e de cunho qualitativo,
sobre a aquisição do referido sistema linguístico, seguido de
observações do contexto de crescimento humano e das relações que se estabelecem com as estratégias da intervenção
psicopedagógica. Tais estratégias aconteceram durante a coleta
de dados, através da construção do portfólio do mapeamento
do microssitema do aluno surdo com paralisia cerebral, das
atividades realizadas, das experiências intervencionadas durante
o processo, das observações diretas e indiretas das interações
no cotidiano familiar, bem como das relações situacionais. A
investigação aponta para o fato de que, para a aquisição da
LIBRAS, é grande a relevância da construção de um programa
que apresente ações de intervenção psicopedagógica, sendo
que estas devem ser planejadas nas relações interpessoais, nas
disposições dos papéis e nos atributos das atividades elaboradas
para o desenvolvimento social e educacional do aluno surdo com
limitações físicas e cognitivas associadas.
* [email protected]
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Psycho-pedagogical intervention in sign language
acquisition: factor of learning and development
of cultural identity
Flávia Medeiros Álvaro Machado*
Universidade de Caxias do Sul
Abstract
Language is the main means of expression and has a fundamental
importance for human development through mental processes.
Research carried out in this area point out that the phenomenon
of language manifests itself initially as a major tool in the cognitive
processes (Lakoff, 1987; Lakoff; Johnson, 1999) and hence in
language production. In this article we seek to understand the role
that language plays in cultural and structural aspects of cognitive
production of deaf subjects with cerebral palsy (Vygotsky, 1987;
Quadros & Karnopp, 2004). Moreover, we attempt to investigate
how psycho-pedagogical practice allows for interventions with the
subject, in terms of their cognitive development and their language
acquisition, since for the deaf community and in particular for the
deaf subject with cerebral palsy, communication happens through
signing, i.e., through the acquisition of Brazilian Sign Language
(Libras). The elements explored in this article are analysed systematically in order to examine the practices of educational and
institutional interventions during the acquisition process, such
practices being associated with the contextual parameters of
the ecological theory of human development (Bronfenbrenner,
1996). Also, we aim to identify the processes of cognitive-linguistic
acquisition in activities carried out by the students through a
case study. For the psycho-pedagogical analisis we used human
resources and what was natural to the context, we also used
language teaching materials (which contribute to the acquisition
of Libras) as well as educational games specially prepared for this
purpose and sufficiently contextualized to ensure the intervention
process, which have engravings that illustrate handshapes (CM),
which are found in the first parameter of the phonetic aspects of
sign languages (LS). This research follows a descriptive qualitative design and is a case study concerning the acquisition of
the language system followed by remarks about the context of
human and relational growth established by the strategies of
psycho-pedagogical intervention. Such strategies occurred during
data collection through a portfolio that was built with the mapping
of the deaf student’s microsystem, which includes the activities
carried out by the student, experiences that occurred during the
process, observations of direct and indirect interactions in daily
family life, as well as situational relations. The research points
to the fact that for the acquisition of LIBRAS it is important to
build a program that includes psycho-pedagogical intervention.
The program should be planned having in mind interpersonal
relationships, the distribution of roles and the attributes of the
activities designed for both social and educational development of
deaf students with physical and cognitive impairments associated.
* [email protected]
62
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Aprendizagem da Língua Gestual Portuguesa
como M2: contributos da análise
cinemática na identificação de possíveis
erros fonológicos no Parâmetro Movimento
Cátia Marques1,2*, João Abrantes2, Maria Augusta Amaral3, Ivo Roupa2, Tiago Atalaia2
1
Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde
2
MovLab/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
3
Universidades Nova, Moderna e Católica de Lisboa
Resumo
A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é cada vez mais utilizada
por adultos ouvintes que a aprendem como Modalidade Segunda
(alunos M2); no entanto, esta aprendizagem nem sempre permite
atingir níveis de proficiência semelhantes aos de surdos nativos.
Desde 1960 que autores como Stokoe, Lidell e Klima & Bellugi
(Klima & Bellugi, 1979), se debruçaram sobre a organização
interna de gestos isolados e conseguiram a identificação de 5
parâmetros que, em simultâneo, permitem distinguir um gesto
dos restantes, considerando-se o parâmetro Movimento, como
o mais complexo e difícil de analisar. Tyrone (2001) refere a
captura do movimento tridimensional (3D) como uma técnica de
análise, tendo vindo a ser utilizada por diferentes investigadores
(Poizner et al., 1983; Wilcox, 1992; Mauk, 2003; Cheek et al.,
2001; Cormier, 2002; Pettito, 2004).
A identificação de erros fonológicos no parâmetro Movimento
foi demonstrada, tanto em adultos M2, nomeadamente erros de
proximalização (Mirus et al., 2001; Rosen, 2004), como em crianças, mais especificamente erros de proximalização/distalização,
ciclicidade, e articulações alvo e tipos de movimento (Meier et
al., 2008; Conlin et al., 2000; Meier & Mauk, 2004).
Este estudo propôs-se identificar diferenças no parâmetro
Movimento, em gestos isolados produzidos por alunos M2
com diferentes níveis de proficiência, comparando-os com o
grupo proficiente de professores de LGP surdos, através da
análise cinemática tridimensional da variável amplitude angular.
Pretendeu-se identificar em alunos M2, possíveis erros fonológicos
característicos de diferentes níveis de proficiência, bem como o
tipo de movimento predominante em cada articulação. Foram
capturadas produções de 23 gestuantes com diferentes níveis de
proficiência: inicial (6), intermédia (6), avançada (6) e proficiente
(5), tendo sido analisados 6 gestos. Os dados cinemáticos foram
recolhidos através do Sistema
Vicon Mx, com 8 câmaras de infravermelhos MX13; foram
colocadas 41 marcas refletoras no corpo do gestuante. A reconstituição 3D e a respetiva análise cinemática foi realizada através
do software Nexus/Vicon, a uma velocidade de captura de 125
imagens/segundo.
Foram identificados erros fonológicos de proximalização/
distalização do movimento e variações como: adições e subtrações
de articulação às articulações alvo, sendo estes
tendencialmente característicos dum nível de proficiência específico. Nos tipos de movimento predominante em cada articulação,
foram identificadas três diferenças entre grupos: movimento oposto,
movimento apenas presente no grupo modelo e movimento apenas
realizado pelos restantes grupos. A hipótese de articulação fonológica típica foi verifacada em alguns gestos. A análise cinemática
é um poderoso instrumento de análise do movimento, devendo
ser explorada em futuras investigações em LGP.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Portuguese Sign Language M2 acquisition:
kinematic analysis contribution in the
identification of possible phonological
errors in movement parameter
Cátia Marques1,2*, João Abrantes2, Maria Augusta Amaral3, Ivo Roupa2, Tiago Atalaia2
1
Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde
2
MovLab/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
3
Universidades Nova, Moderna e Católica de Lisboa
Abstract
Portuguese Sign Language (LGP) is increasingly being used
by adult hearing students who learn it as a Second Modality
(M2), however, their proficiency levels hardly reach those of native
deaf signers.
Since 1960, authors like Stokoe, Lidell e Klima & Bellugi began
to study the internal organization of isolated signs and have
identified five parameters that, in simultaneous, distinguish one
sign from the other (Klima & Bellugi, 1979), being the Movement
parameter considered the most difficult and complex to analyze.
Tyrone (2001) observed that three- dimensional motion capture
(3D) has been an analysis technique used by different researchers
(Poizner et al., 1983; Wilcox, 1992; Mauk, 2003; Cheek et al.,
2001; Cormier, 2002; Pettito, 2004).
Phonological errors in Movement parameter were reported in
M2 adult learners, in particular, proximalization (Mirus et al., 2001;
Rosen, 2004), and in children, more specifically proximalization/
distalization, cyclicity and accuracy of joint usage (Meier et al.,
2008; Conlin et al., 2000; Meier & Mauk, 2004).
The goal of this study were to identify differences in the Movement parameter of isolated
signs produced by hearing adult signers who belonged to
groups with different levels of proficiency, comparing them to
model proficient group of deaf LGP teachers, through the 3D
kinematic analysis of the angular amplitude variable. Additionally,
we aim to identify possible phonological errors in movement
linked to the signers’ level of proficiency, as well as the type of
predominant movement in each joint. The sign productions of 23
signers with different levels of proficiency were collected: beginner
(6), intermediate (6), advanced (6) and proficient (5), having been
analyzed 6 signs. The kinematic data was collected through the
Vicon’s Mx Motion Capture System, with eight MX13 infrared
cameras; 41 reflective markers were placed on the signers’ body.
The 3D reconstruction and its kinematic analysis were performed
using Nexus/Vicon software, with image-capture speed of 125
frames per second.
Errors of Proximalization/Distalization of Movement were identified, as well as variations like additions/subtractions in joint usage,
these being characteristic of a specific level of proficiency. There
were also identified three differences in the types of movement
that were predominant in each joint: opposite, only produced by
the proficient group and only produced by the other groups. The
hypothesis of typical phonological articulation in a particular joint
has been observed in some signs. We consider that kinematic
analysis is a powerful means of detailed analysis and should
continue being explored in LGP investigations.
* [email protected]
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Desenvolvimento precoce de vocabulário bilingue
em crianças surdas com implantes cocleares
educadas em escolas bilingues em Madrid
Mar Pérez Martín*, Marian Valmaseda Balanzategui,
Begoña De la Fuente Martín, Nacho Montero, Sophie Mostaert
Equipo Específico Discapacidad Auditiva Comunidad de Madrid
Universidad Autónoma de Madrid
Resumo
Existem vários estudos referentes a crianças surdas com
implantes cocleares (IC) educadas em escolas de línguas orais.
No entanto, existem muito poucas investigações sobre crianças
surdas expostas simultaneamente a uma língua oral e gestual
durante o desenvolvimento. Embora estes primeiros programas
bilingues bimodais sejam bastante raros noutros países, eles
existem na área de Madrid, em Espanha. O estudo aqui relatado
teve como objetivo medir o desenvolvimento do vocabulário de
crianças surdas, a aprender espanhol e Língua Gestual Espanhola
(LSE). Catorze (14) crianças surdas com idade cronológica entre
os 17-62 meses e idades auditivas entre os 6-37 meses foram
selecionadas juntamente com crianças ouvintes com a mesma
idade cronológica. As crianças surdas foram integradas em grupos
de sala de aula com colegas ouvintes, onde todas as crianças
foram expostas a modelos nativos de ambas as línguas. De modo
a medir ambas as línguas, as crianças foram avaliadas duas vezes
com 12 meses de intervalo, pelo Inventário de Desenvolvimento
Comunicativo MacArthur-Bates (CDI) adaptado ao espanhol
e um teste não-padronizado de vocabulário precoce em LSE
desenvolvido pelo nosso grupo. Os resultados das avaliações
indicam que todas as crianças surdas, à exceção de duas,
apresentavam produções da língua oral dentro da normalidade
e que o vocabulário melhorou significativamente ao longo dos
dois períodos de tempo. Assim, a exposição à LSE não teve
um efeito negativo no desenvolvimento da língua oral, como
é alegado em alguma literatura. Tanto as produções em LSE
como em espanhol melhoraram ao longo dos dois períodos de
tempo. As crianças usam mais LSE do que espanhol na primeira
avaliação, mas esta tendência reverteu-se no segundo período.
Esta descoberta sugere a possibilidade das crianças usarem LSE
como uma ponte para o desenvolvimento do seu vocabulário da
língua oral. Numa análise das distinções semânticas particulares
codificadas em itens lexicais das crianças, verificou-se que,
como descrito em literatura anterior sobre bilingues de línguas
orais, as crianças surdas têm tanto itens lexicais semelhantes
como diferentes nas duas línguas. Quando todo o vocabulário
é combinado em espanhol e LSE, as crianças têm um maior
conjunto de conceitos semânticos no léxico bilingue do que em
cada língua separadamente. Portanto, as crianças surdas neste
programa de educação desenvolveram bem o espanhol e a LSE.
* [email protected]
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65
Early bilingual vocabulary development in deaf
children with Cochlear Implants educated in
bilingual schools in Madrid
Mar Pérez Martín*, Marian Valmaseda Balanzategui,
Begoña De la Fuente Martín, Nacho Montero, Sophie Mostaert
Equipo Específico Discapacidad Auditiva Comunidad de Madrid
Universidad Autónoma de Madrid
Abstract
There are several previous studies of deaf children with cochlear
implants (CI) educated in oral schools. However there are very few
such investigations of deaf children exposed to signed and spoken
language simultaneously during development. While these early
bilingual-bimodal programmes are quite rare in other countries
they do exist in the Madrid area of Spain. The study reported here
aimed to measure vocabulary development of deaf children learning
spoken Spanish and Spanish Sign Language (LSE). Fourteen
(14) deaf children with chronological ages of 17 - 62 months and
hearing ages of 5-37 months were recruited along with hearing
same chronological age matches. The deaf children were integrated
into classroom groups with other hearing classmates, where all
children were exposed to native models of both languages. In
order to measure both languages the children were evaluated twice
with 12 months between tests using a Spanish MacArthur-Bates
Communicative Development Inventory (CDI) and a non-standardized
test of early LSE vocabulary developed in our group. The results of
the evaluations indicate all but two of the deaf children had spoken
language production within normal ranges and vocabulary improved
significantly over the two time periods. Thus exposure to LSE did
not have a negative effect on spoken language development as
is alleged in some literature. Both LSE and Spanish production
improve over the two time periods. Children use more LSE than
Spanish in the first assessment but this trend is reversed in the
second time period. This finding suggests children may use LSE
as a bridge towards developing their spoken language vocabulary.
In an analysis of the particular semantic distinctions encoded in the
children’s lexical items it was found that, as in previous literature
in spoken language bilinguals, the deaf children have both similar
and different lexical items across the two languages. When all
vocabulary is combined in spoken Spanish and LSE the children
have a larger set of semantic concepts in the combined bilingual
lexicon than in each language taken separately. The deaf children in
this education programme therefore have developed good spoken
Spanish and LSE, as well acquired the cognitive advantages
associated with bilingualism.
* [email protected]
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Guiné-Bissau: o nascimento da língua gestual
Mariana Martins*, Marta Morgado
Associação Portuguesa de Surdos (APS)
Resumo
Na Guiné-Bissau, eram muitos os surdos sem acesso à língua,
à educação e mesmo ao registo da sua identidade. A partir de
2003, os surdos começaram a recorrer à escola de cegos, tendo
depressa ultrapassado em muito o número daqueles alunos.
Em 2005, a escola de cegos percebeu que não tinha condições
para ensinar surdos e pediu ajuda à Associação Portuguesa de
Surdos (APS) que, por também não ter capacidade de apoio,
ofereceu alguns materiais em LGP.
Nesse mesmo ano, com a indicação da APS, deslocaram-se
a Bissau uma docente surda, Marta Morgado e uma linguista,
Mariana Martins, para avaliar a situação dos surdos.
Observou-se que os professores comunicavam com os
surdos com base em gestos retirados do Gestuário, que, por
serem visualmente estáticos, eram executados com pouco ou
nenhum movimento. Por outro lado, as crianças e jovens surdos
comunicavam entre si, embora a um nível ainda básico, num
sistema visual codificado. Constatou-se que já tinham nomes
gestuais e que os gestos nativos utilizados não tinham qualquer
influência da LGP.
Após uma seleção, pela expressão e domínio daquela comunicação gestual, juntou- se um pequeno grupo de surdos para
se registarem alguns gestos básicos, num primeiro dicionário
da sua Língua Gestual Guineense (LGG). O objetivo era fixar
um primeiro momento linguístico, visto que ainda havia bastante
oscilação nas produções gestuais.
Os participantes discutiam o conceito e a forma para a sua
representação linguística, tendo sido notória a economia do gesto
final e a capacidade de segmentação no registo em fotografia.
Como resultado deste trabalho, registaram-se 220 gestos.
Em 2006, devido ao aumento exponencial dos alunos surdos
foi criada a Escola Nacional de Surdos, que passou a utilizar salas
em simultâneo, aproximando os turnos dos grupos de surdos
para que desenvolvessem um maior contacto.
Ainda nesse ano, a docente surda e a linguista regressaram,
mais uma vez como voluntárias, para voltar a juntar um grupo
de surdos, agora alargado, com o objectivo de aprofundar o
registo da LGG.
Através da estimulação com imagens, conseguiram duplicar
a recolha, desta vez em vídeo, para cerca de 500 gestos, e
adequar o dicionário a uma utilização pedagógica, tendo sido
bastante visível a evolução da língua em apenas um ano de
convívio daquela centena e meia de surdos.
* [email protected]
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Guinea-Bissau: the birth of a sign language
Mariana Martins*, Marta Morgado
Associação Portuguesa de Surdos (APS)
Abstract
In Guinea-Bissau, there were many deaf people without access
to language, education and even to legal registration. Since 2003,
deaf people started to attend the school for the blind, having
quickly surpassed in number those of blind students.
In 2005, the teachers for the blind recognized that they could not
teach the deaf and asked for help at the Portuguese Association
of the Deaf (APS), which has little capacity to give support, so
offered some materials in LGP.
That same year, nominated by APS, travelled to Bissau a
deaf teacher, Marta Morgado, and a linguist, Mariana Martins,
to assess the situation of the deaf.
It was observed that teachers communicated with the deaf
using signs based on a LGP dictionary, Gestuário, which, being
visually static, were executed with little or no movement. Moreover,
deaf children and young people communicated with each other,
although still at a basic level, using a coded visual system. It was
noted that they had sign names and that native signs were not
influenced by LGP.
After selecting a small group of deaf people based on their fluency
to communicate in signs and on their facial expressions, they were
gathered to register some basic signs to a first dictionary of their Guinean
Sign Language (LGG). The aim was to establish that language in an
initial stage, since there was still a lot of variation in sign productions.
The participants discussed concepts and the form of its linguistic representation, having been notorious the economy on
final sign forms and the ability of signers to segment signs for its
registration in photography. As a result of this study, 220 signs
were documented.
In 2006, due to the exponential increase of deaf students, the
National School for the Deaf was created. It organized simultaneous
classes, bringing deaf groups closer together in order to develop
greater contact between them.
Later that year, the deaf teacher and linguist returned once
again as volunteers. They now joined a larger group of deaf people,
with the aim of increase the cataloguing of LGG.
Through stimulation with images, they managed to double the
collection, to about 500 signs, this time on video, and adapted
the dictionary to an educational purpose, being quite visible the
evolution of that language in just one year of use by approximately
one hundred and fifty deaf.
* [email protected]
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São Tomé e Príncipe: a urgência da emergência
de uma língua gestual
Ana Mineiro1, Patrícia Carmo1, Cristina Caroça2,3, João Paço2,3
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa
1
Médica Otorrinolaringologista do Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo
2
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa – Universidade Nova de Lisboa
3
Resumo
São Tomé e Príncipe (STP) tem uma forte incidência de surdez
na sua população cujas causas são diversas (tratamento para a
Malária, consanguinidade, toxoplasmose, entre outros).
Durante muito tempo, as crianças surdas ficaram excluídas do
ensino básico, pois não tinham um instrumento que lhes permitisse
comunicar eficazmente na escola e sendo surdas a informação
de carácter oral não lhes chegava pela via mais correta.
O Projeto da cooperação Portuguesa “Saúde para Todos”
fundado na e tendo começado em 2005 alargou o seu escopo
de intervenção para as especialidades a partir de 2009. Com
a entrada da equipa de otorrinolaringologia liderada por João
Paço, foram detectadas e sinalizadas muitas crianças surdas cujo
plano passa pela imersão das mesmas num ambiente linguístico
propício, ou seja, uma língua de modalidade gestual.
Tendo em conta que essa língua enquanto língua não existe
em São Tomé e Príncipe, foi nosso objetivo fazê-la emergir de
forma a que se torne o instrumento privilegiado de comunicação
entre a população surda.
O projecto “Sem Barreiras” pretende promover a emergência
de uma língua Gestual em STP, assim como reflectir em conjunto
com o governo (e particularmente o Ministério da Educação) sobre
a inclusão da língua gestual no currículo de ensino. Pretende
sensibilizar a população surda perante a necessidade de criação
e intervenção linguística e formar formadores de língua gestual
que possam dar continuidade ao projecto.
Nesta comunicação apresentaremos o projeto sem barreiras,
o seu estado da arte assim como a previsão de implementação
do mesmo.
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
69
São Tomé e Príncipe: the urgency of the emergence
of a sign language
Ana Mineiro1, Patrícia Carmo1, Cristina Caroça2,3, João Paço2,3
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa
1
Médica Otorrinolaringologista do Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo
2
Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa – Universidade Nova de Lisboa
3
Abstract
Sao Tome and Principe has a high incidence of deafness in
the population whose causes are diverse (treatment for Malaria,
inbreeding, toxoplasmosis, among others).
For a long time the deaf children were excluded from primary
school because they did not have a proper tool that allowed them
to effectively communicate in school and since these children are
deaf, the oral nature of the information at school did not allow
them to learn correctly at school.
The Portuguese cooperation Project “Health for All” founded
in the Valle Flôr NGO began in 2005 and broadened its scope
of intervention for specialties since 2009. With the entrance of
the otolaryngology team led by João Paço, many deaf children
were detected and flagged, in order to immerse them in a sign
language environment.
Given that this sign language as a language does not exist
in São Tomé and Principe, our goal was to make it emerge so
that it becomes the main instrument of communication among
the deaf population.
The project “Without Barriers” aims at promoting the emergence
of a sign language in STP, as well as consider together with the
government (and particularly the Ministry of Education) the inclusion
of sign language in the education curriculum. It also aims at raising
awareness among the deaf people towards the need of a sign
language creation and linguistic intervention, as well as training
sign language teachers who can give continuity to the project.
In this paper we will present the project, its state of art as well
as its phases of implementation.
70
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Será o acesso fonológico e lexical
no processamento semântico condicionado
pela idade de aquisição em sujeitos surdos?
Mara Moita*
Instituto Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa
Resumo
Será o acesso à estrutura do conhecimento semântico dos
sujeitos surdos condicionado pela idade de aquisição da linguagem? Vários têm sido os estudos que demonstram uma influência
da estrutura da língua na estrutura do conhecimento semântico.
Em geral, é aceite que a organização do conhecimento humano
envolve categorias hierárquicas e taxonómicas e capacidade de
descodificação fonológica. São poucos os estudos com sujeitos
surdos que o processamento semântico é estudado a partir do
desempenho de tarefas em língua gestual, mas nenhum é focado
no acesso fonológico e lexical entre sujeitos surdos gestuantes
pré-lingues e pós-lingues.
Na capacidade de categorização, os estudos revelam que
crianças ouvintes entre os 4 e os 7 anos de idade não categorizam de forma restrita, como sugerido pela literatura tradicional.
Pelo contrário, nos primeiros anos, as crianças demonstram ter
disponíveis categorias taxonómicas, detalhadas e avaliativas. Estas
idades representam o período crítico para o aperfeiçoamento da
aquisição da linguagem: a complexidade das regras morfológicas
e sintáticas, a expansão do vocabulário, o desenvolvimento do
conhecimento semântico e fonológico, a produção de atos de
fala, e o amadurecimento das capacidades de leitura e escrita
(Newport, 1989; Newport, 1990). Outros estudos corroboram
esta evidência, demonstrando que existe um período crítico
paralelo no desenvolvimento dos sistemas visual e linguístico
em crianças surdas (Mayberry, 1998), confirmando o padrão de
desenvolvimento referido em crianças ouvintes. Fatores como
uma informação fonológica disponível limitada e um conhecimento
semântico pobre revelam a existência de um vocabulário pobre
em sujeitos surdos (Marschark et al., 2002), dando ênfase aos
benefícios do conhecimento bilingue. Um conhecimento bilingue
proporciona um vasto conhecimento semântico, que combinado
com a influência de cultura, afetará a organização semântica,
realçando que uma criança bilingue aprenderá duas palavras
para o mesmo referente.
Com o objetivo de explorar a correlação entre o processamento
semântico e a aquisição da linguagem, analisou-se a partir de
um estudo exploratório o tipo de clusters fonológicos e lexicais
utilizados para aceder ao conhecimento semântico durante
uma tarefa de fluência categorial, entre dois grupos de sujeitos:
gestuantes surdos adultos que adquiriram a Língua Gestual
Portuguesa (LGP) numa idade precoce e os gestuantes surdos
adultos que adquiriram a LGP mais tarde -, ambos os grupos
eram constituídos por sujeitos bilingues (LGP/Língua Portuguesa).
Os dados obtidos demonstram que não foram encontradas
diferenças significativas no uso de clusters fonológicos entre
os dois grupos. No entanto, é possível verificar nos resultados
que existem diferenças no tipo de clusters fonológicos e lexicais
utilizados, em especial nos componentes lexicais de palavras
compostas, o que poderá contribuir para uma compreensão do
acesso fonológico e lexical relacionado com a idade de aquisição.
Referências
1.
Jonhson, J. S., Newport, E. L. 1989. Critical period effects in second language
learning: the influence of maturational state on the acquisition of English
as a second language. Cognitive Psychology, 21, 60-99.
2.
Marschark, M., Lang, H. G., Albertini, J. A. 2002. Reading, Writing and
Literacy. In M. Marschark, G. L. Harry, J. A. Albertini (Eds). Educating
deaf students. From research to practice (157-186). Oxford University
Press. New York.
3.
Mayberry, R. 1998. The critical period for language acquisition and the
deaf child’s language comprehension: A psycholinguistic approach. Bulletin
d’Audiophonologie: Annales Scientifiques de L’Université de Franche-Comté, 15, 349-358.
4.
Newport, E. L. 1990. Maturational constraints on language learning.
Cognitive Science, 14, 11-28.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
71
Is phonological and lexical access during semantic
processing conditioned by age of acquisition
in deaf individuals?
Mara Moita*
Instituto Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa
Abstract
Is access to semantic knowledge structure of deaf individuals
conditioned by their age of language acquisition? It is clearly that
semantic knowledge structure is affect by language structure. In
general, it is accepted that human knowledge organization involves
hierarchical and taxonomic categories and phonological decoding
skill. Experiments based on semantic processing in which deaf
individuals performed using sign language are only available in
a few studies, and none focus on the phonological and lexical
access between the prelingually and postlingually deaf signers.
Focusing on categorization skill, findings reveal that hearing children
between 4 and 7 years of age do not categorize in a restricted
form, as suggested by traditional literature. Instead, children
of early ages have available taxonomic, script, and evaluative
categories. It is well known that these ages represent the critical
period of improvement of language acquisition: morphological and
syntactic rules become more complex, the vocabulary expands,
the semantic and phonological knowledge develop, the speech
acts are created, and the skills for reading and writing mature
(Johnson & Newport, 1989; Newport, 1990). Other studies corroborate this evidence, showing that there is a parallel critical
period for the development of the visual and linguistic systems
in deaf children (Mayberry, 1998), confirming the existence of a
development pattern in hearing children. Factors such as limited
phonological information available and poor semantic knowledge
in deaf individuals reveals poor vocabulary skills (Marschark et
al. 2002), and emphasizes the benefits of a bilingual knowledge.
Bilingual knowledge provides a vast semantic knowledge, which
combined with cultural influences can affect semantic organization,
enhancing that a bilingual child will learn two words for the same
referent.
To explore the correlation between semantic processing and
language acquisition, it was particularly observed the subjects
of an exploratory semantic study to analyse the phonological
and lexical clustering used to assess the semantic knowledge in
a categorial fluency task, between two group of subjects: deaf
adult signers who have learned Portuguese Sign Language (LGP)
in early ages and deaf adults signers who have learned LGP in
late ages – both groups were bilingues (LGP/Portuguese). The
obtained data have demonstrated no significant differences in
the use of phonological clusters between both groups. However,
looking through results, it is possible verify that there are differences
between the types of used phonological and lexical clusters, in
special lexical components of word-compounds, which may
contribute to better understand the phonological and lexical
access related with age of acquisition.
References
1.
Jonhson, J. S., Newport, E. L. 1989. Critical period effects in second language
learning: the influence of maturational state on the acquisition of English
as a second language. Cognitive Psychology, 21, 60-99.
2.
Marschark, M., Lang, H. G., Albertini, J. A. 2002. Reading, Writing and
Literacy. In M. Marschark, G. L. Harry, J. A. Albertini (Eds). Educating
deaf students. From research to practice (157-186). New York: Oxford
University Press.
3.
Mayberry, R. 1998. The critical period for language acquisition and the
deaf child’s language comprehension: A psycholinguistic approach. Bulletin
d’Audiophonologie: Annales Scientifiques de L’Université de Franche-Comté, 15, 349-358.
4.
Newport, E. L. 1990. Maturational constraints on language learning.
Cognitive Science, 14, 11-28.
* [email protected]
72
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Avaliação das teorias de aquisição e perturbação
da linguagem através da aprendizagem de línguas
gestuais em crianças
Gary Morgan*
City University London
Resumo
Várias teorias sobre perturbações do desenvolvimento da
linguagem têm procurado explicar estas perturbações orientadas
para uma modalidade específica - por exemplo, afirmando que
défices de linguagem encontrados nas PEDL surgem através de
deficiências no processamento auditivo. Estudos de gestuantes
com perturbações de linguagem oferecem uma oportunidade
única para comparar capacidades comprometidas entre diferentes
modalidades linguísticas. Uma vez que o estudo da aquisição das
línguas gestuais revela o que é específico da modalidade e o que
é geral do desenvolvimento, perturbações do desenvolvimento
das línguas gestuais também podem revelar a existência de
relação entre perturbações de linguagem e modalidade. Nesta
comunicação, descreverei o desenvolvimento de um programa
de investigação para documentar uma utilização atípica da língua
gestual. Vou tentar relacionar esse conjunto de projetos com
a forma como pensamos que a linguagem e outros sistemas
cognitivos estão ligados, e com o que distingue língua gestual
de gesto não linguístico.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
73
Evaluating theories of language acquisition
and impairment through children’s learning
of sign languages
Gary Morgan*
City University London
Abstract
Various theories of developmental language disorders have
sought to explain these impairments in modality-specific ways – for
example, that the language deficits in SLI arise from impairments in
auditory processing. Studies of signers with language impairments
provide a unique opportunity to compare compromised abilities
across language modalities. As the study of sign language acquisition reveals what is modality specific and general in development
so developmental sign language impairments can also reveal
the relationship between language impairments and modality. In
this talk I describe the development of a research program to
document atypical sign language use. I will try to relate this set of
projects to how we think language and other cognitive systems
are linked and what distinguishes sign language from gesture.
* [email protected]
74
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Organização prosódica em língua de sinais:
um estudo sobre intensificador e advérbio
de modo na Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Rosana Passos*
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Letras, Brazil
Resumo
Este trabalho tem como objetivo contribuir para a descrição
da organização gramatical das línguas de sinais com ênfase na
Língua Brasileira de Sinais (Libras). Segundo Wilbur e Martínez
(2002) o estudo da prosódia na American Sign Language (ASL)
oferece informações sobre o acento, a estrutura rítmica e sobre
a entoação em conjunto com a sintaxe de uma língua natural
sinalizada. Os autores buscaram explicar que a entonação das
línguas de sinais está na cinemática dos movimentos e nas suas
variáveis usadas para a sinalização (deslocamento, duração,
velocidade, aceleração) que codificam os traços prosódicos
nas línguas de sinais. Visando apresentar as especificidades da
interação entre aspectos prosódicos e gramaticais, este estudo
busca quantificar e qualificar a produção dos sinais que marcam a
prosódia da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Serão avaliados os
movimentos dos sinais, por meio de seu deslocamento, duração,
velocidade, aceleração diante de sinais, denominados por Felipe
(2008), de intensificador e advérbio de modo em Libras. Os
participantes analisados refletem o resultado de quatro grupos
de sujeitos, sendo três deles usuários de Libras, ou seja, surdos
sinalizadores (adquiriram a Libras como L1), surdos bilíngues
(aprenderam Libras como L2), ouvintes bilíngues (ouvintes, usuários
do Português e que aprenderam a Libras como L2) e um grupo
controle composto por ouvintes não sinalizadores de Libras. As
hipóteses investigadas neste estudo são: a) quanto mais tempo de
exposição à língua de sinais como L1, mais acuracidade o sujeito
apresenta na produção dos sinais e gestos; b) os marcadores
prosódicos dos surdos sinalizadores e dos surdos bilíngües são
produzidos com maior acuracidade no alvo e expressividade
do que dos ouvintes bilíngües. Os resultados indicam que há
diferença entre os grupos analisados e que estas diferenças se
relacionam quanto ao tempo de aquisição e uso de Libras, e
se o fato de serem nativos ou não faz diferença na quantidade
e qualidade de produção de marcadores prosódicos. Sendo
assim, é importante intensificar os estudos na aquisição de Libras
como L1, sendo filhos de surdos ou não, para compreendermos
como se dá a evolução desta língua em contraste com o que já
é conhecido na aquisição de línguas orais.
Referências
1.
Felipe, T. A.; Monteiro, M. S. Libras em contexto: curso básico, livro do
professor. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora WallPrint, 2008.
1.
Wilbur, R. B; martínez, A. M. Physical correlates of prosodic struture in
american sign language. Proceedings of the Chicago linguistics society
(CLS), 2002. Disponível em <http://www.ece.osu.edu/~aleix/CLS02.pdf>
Acesso em: 15/04/2009.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Prosodic organization in sign language: a study on
intensifiers and modal adverbs in Brazilian Sign
Language (Libras)
Rosana Passos*
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Letras, Brazil
Abstract
This paper aims at contributing to the description of grammatical
organization of sign languages ​​with emphasis on Brazilian Sign
Language (Libras). According to Wilbur and Martínez (2002)
the study of prosody in American Sign Language (ASL) offers
information about the accent, rhythmic structure and intonation
together with the syntax of a natural sign language. The authors
sought to explain that the intonation of sign languages ​​is in the
kinematics of the movements and in their variables used for signing
(movement, duration, speed, acceleration) which encode prosodic
features in sign languages. Aiming to present the specificities of
the interaction between grammatical and prosodic aspects, this
study seeks to quantify and qualify the production of signs that
characterize the prosody of Brazilian Sign Language (Libras). We
will evaluate signs’ movements according to their movement,
duration, speed and acceleration. We will follow Felipe’s guidelines
on intensifiers and modal adverbs in Libras.
The participants analysed reflect the result of four groups of
subjects, three of which are users of Libras, i.e., deaf signers
(acquired Libras as L1), deaf bilingual (learned Libras as L2),
bilingual hearing subjects (hearing people, Portuguese speakers,
who learned Libras as their L2) and a control group of hearing
subjects who had never been in contact with Libras. The hypothesis
investigated in this study are: a) the longer the exposure to the
sign language as L1, the more accurate the subject is in the
production of signs and gestures; b) prosodic markers of deaf
signers and deaf bilinguals are produced with greater accuracy on
target and expressiveness than of the bilingual hearing subjects.
The results indicate that there is a difference between the groups
and that these differences are related to the age of acquisition
and the use of Libras. Also, whether the subjects are native
speakers or not affects the quantity and quality of the productions
of prosodic markers. Therefore, it is important to intensify the
studies on Libras acquisition as L1, whether the child has hearing
or deaf parents, to understand how the evolution of this language
happens in contrast to what is already known in the acquisition
of spoken languages.
References
1.
Felipe, T. A.; Monteiro, M. S. Libras em contexto: curso básico, livro do
professor. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora WallPrint, 2008.
2.
Wilbur, R. B; martínez, A. M. Physical correlates of prosodic struture in
american sign language. Proceedings of the Chicago linguistics society
(CLS), 2002. Disponível em <http://www.ece.osu.edu/~aleix/CLS02.pdf>
Acesso em: 15/04/2009.
* [email protected]
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Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Aquisição da língua gestual como L2
Deborah Chen Pichler*
Gallaudet University, Department of Linguistics
Resumo
Esta comunicação fornece uma visão geral sobre trabalhos de
investigação selecionados relativos à aquisição da língua gestual
como segunda língua (L2). Tradicionalmente, a investigação sobre
aquisição da L2 centrou-se quase exclusivamente na aquisição de
línguas orais por alunos ouvintes cuja L1 é também uma língua
oral; refiro-me a este contexto como uma aprendizagem M1-L2
(aprendizagem de uma segunda língua na mesma modalidade da
primeira língua). No entanto, recentemente alguns investigadores
iniciaram o estudo da aquisição de uma segunda língua numa
nova modalidade, também denominada aprendizagem M2-L2.
Os investigadores decidiram abordar a questão da aprendizagem
M2-L2 a partir de vários ângulos, e esta discussão seleciona
estudos publicados desde 2000 que abordam os amplos objetivos
da investigação resumidos abaixo.
1. Identificação de aspetos da gramática e da fonologia da língua gestual que parecem ser particularmente
desafiantes para gestuantes M2-L2 (por exemplo, Mirus et
al., 2001; Rosen, 2004; Nadolske, 2009; Bochner et al., 2011;
Quinto-Pozos, 2011), com a discussão de como estes resultados
devem informar a pedagogia de línguas gestuais.
2. Exploração do grau a que os efeitos geralmente
observados na L2 se aplicam à aquisição da M2-L2; um
número relativamente pequeno de estudos explora se os alunos
ouvintes de uma L2 gestual exibem efeitos bem-documentados
da L2, tais como erros com formas de marcação e transferência
de experiências anteriores (em particular, experiências gestuais),
aquando da aprendizagem de uma nova modalidade (Ortega &
Morgan, 2010; Chen Pichler, 2011; Brentari et al., 2012); outros
estudos nesta categoria exploram efeitos do período crítico
na aquisição da L2 gestual por alunos com surdez tardia (por
exemplo, Mayberry, 2006; Cormier et al., 2012).
3. Comparações de perceção e processamento da língua gestual em gestuantes surdos, ouvintes não gestuantes e
(ocasionalmente) gestuantes M2-L2 (por exemplo, Hildebrandt
& Corina, 2002; Emmorey et al., 2008;. Best et al., 2010; Mann
et al., 2010).
4. Investigação dos potenciais efeitos do gesto e da
iconicidade na aprendizagem da língua gestual por adultos
ouvintes (por exemplo, Taub et al., 2008;. Thompson, Vinson &
Vigliocco, 2010; Baus et al., 2012).
Tomados em conjunto, os resultados destes estudos permitem-nos esboçar um retrato preliminar e composto de alunos ouvintes
de línguas gestuais como L2, as formas como percebem e
processam input gestual, e os fatores que podem facilitar ou
dificultar o seu desenvolvimento gestual. Essa informação não
só é teoricamente importante para a nossa compreensão de
como a modalidade interage com a aquisição, mas também
é urgentemente necessária para melhorar o ensino de línguas
gestuais quer a pais ouvintes de crianças surdas, quer ao número
progressiva e drasticamente maior de alunos ouvintes matriculados
em cursos de língua gestual nos EUA e noutros países (Welles,
2004).
Referências
1.
Baus et al., 2012. When does iconicity in sign language matter? Language
and Cognitive Processes, DOI:10.1080/01690965.2011.620374.
2.
Cormier et al., 2012. First language acquisition differs from second
language acquisition in prelingually deaf signers: evidence from sensitivity to grammaticality judgement in British Sign Language. Cognition
124(1):50-65.
3.
Emmorey et al., 2008. Eye gaze during comprehension of American
Sign Language by native and beginning signers. Journal of Deaf Studies
and Deaf Education.
4.
Ortega & Morgan (2010) Comparing Child and Adult Development
of a Visual Phonological System. Language, Interaction and Acquisition
1, 67-81.
5.
Thompson, R. L., Vinson, D. P., & Vigliocco, G. 2010. The link between
form and meaning in British sign language: effects of iconicity for
phonological decisions. J Exp Psychol Learn Mem Cogn, 36 (4), 1017-1027.
* [email protected]
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77
L2 acquisition of sign language
Deborah Chen Pichler*
Gallaudet University, Department of Linguistics
Abstract
This talk provides an overview of selected research related
to second language (L2) acquisition of sign language. Traditionally, L2 acquisition research has focused almost exclusively
on acquisition of spoken languages by hearing learners whose
L1s are also spoken languages; I refer to this context as M1-L2
learning (learning a second language in the same modality as
one’s first language). Recently, however, researchers have begun
investigating second language acquisition in a new modality, or
M2-L2 learning. Researchers have chosen to approach the issue
of M2-L2 learning from a variety of angles, and this discussion
selects studies published since 2000 that address the broad
research objectives summarized below.
1. Identification of aspects of sign language grammar
and phonology that seem to be particularly challenging for
M2-L2 signers (e.g. Mirus et al. 2001; Rosen 2004; Nadolske
2009; Bochner et al. 2011; Quinto-Pozos 2011), with discussion
of how these findings should inform sign language pedagogy.
2. Exploration of the degree to which commonly noted L2
effects apply to M2-L2 acquisition; a relatively small number
of studies explore whether hearing learners of L2 sign display
well-documented L2 effects such as errors with marked forms
and transfer from previous experience (in particular, gestural
experience) when learning in a new modality (Ortega & Morgan
2010; Chen Pichler 2011; Brentari et al. 2012); other studies in this
category explore critical period effects for L2 sign acquisition by
late-deafened learners (e.g. Mayberry 2006; Cormier et al. 2012).
3. Comparisons of perception and processing of sign
language across Deaf signers, hearing nonsigners and (occasio-
nally) M2-L2 signers (e.g. Hildebrandt & Corina 2002; Emmorey
et al. 2008; Best et al. 2010; Mann et al. 2010).
4. Investigation of the potential effects of gesture and
iconicity on sign language learning by hearing adults (e.g.
Taub et al. 2008; Thompson, Vinson & Vigliocco 2010; Baus et
al. 2012).
Taken together, the findings of these studies allow us to sketch
a preliminary, composite portrait of hearing learners of L2 sign
languages, the ways in which they perceive and process signed
input, and the factors that might facilitate or impede their sign
development. Such information is not only theoretically important
for our understanding of how modality interacts with acquisition,
it is also urgently needed for improving sign language pedagogy
for hearing parents of deaf children and the dramatically increased
numbers of hearing students enrolling in sign language courses
in the US and other countries (Welles 2004).
References
1.
Baus et al. 2012. When does iconicity in sign language matter? Language
and Cognitive Processes, DOI:10.1080/01690965.2011.620374.
2.
Cormier et al. 2012. First language acquisition differs from second
language acquisition in prelingually deaf signers: evidence from sensitivity to grammaticality judgement in British Sign Language. Cognition
124(1):50-65.
3.
Emmorey et al. 2008. Eye gaze during comprehension of American Sign
Language by native and beginning signers. Journal of Deaf Studies and
Deaf Education.
4.
Ortega & Morgan 2010. Comparing Child and Adult Development of
a Visual Phonological System. Language, Interaction and Acquisition 1,
67-81.
5.
Thompson, R. L., Vinson, D. P., & Vigliocco, G. 2010. The link between
form and meaning in British sign language: effects of iconicity for
phonological decisions. J Exp Psychol Learn Mem Cogn, 36 (4), 1017-1027.
* [email protected]
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Letramento acadêmico de surdos universitários:
avaliação de leitura
Vanessa de Oliveira Dagostim Pires*
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – Brasil
Resumo
O presente trabalho apresenta reflexões a respeito do letramento acadêmico e da leitura de surdos brasileiros universitários,
a partir de uma atividade de leitura em língua portuguesa e o
histórico de aprendizagem e uso da Libras (Língua Brasileira
de Sinais) por eles, sendo um recorte de projeto de tese de
doutorado em Linguística Aplicada em andamento. Os dados
analisados foram gerados em um curso desenvolvido em um
ambiente virtual de aprendizagem, constituído por um conjunto
de oficinas didáticas que procurou oferecer subsídios para os
alunos desenvolverem sua proficiência em Língua Portuguesa
na modalidade escrita, através de atividades relativas à leitura,
interpretação de texto, produção textual e exercícios gramaticais.
Para a discussão aqui proposta, apresento alguns conceitos que
evidenciam a importância do conhecimento prévio do leitor para
a construção de sentido na leitura, levantados por Rojo (2004;
2010), Soares (2010), e Kleiman (1993). Também pretendo, a
partir da apresentação destes conceitos, relacioná-los com o
letramento dos surdos, no que tange ao ensino da leitura a
estes indivíduos, a partir dos trabalhos de Karnopp e Pereira
(2010), Karnopp (2005) e Lodi (2004). Partiu-se da concepção
de letramento como uma noção plural, múltipla (cf. Street, 1995
e Rojo, 2004); neste sentido, entendemos o letramento como
uma prática social capaz de mudar o lugar social, o modo
de viver na sociedade e a inserção cultural daquele que se
apropria dele (cf. Soares, 2010). É possível concluir que ainda
existem muitas lacunas a serem preenchidas na educação
dos surdos, sobretudo em disciplinas que colaboram para o
seu letramento. Infelizmente, estes têm adquirido tardiamente
sua língua natural, a língua de sinais, e devido a isto, têm
perdido grandes oportunidades de interação e de informações
a respeito de suas comunidades, sua história, sua cultura. Tal
perda influencia diretamente em sua bagagem de conhecimento
de mundo, que se constitui uma importante estratégia para a
construção de sentido enquanto leitores, somada ao pouco
conhecimento da Língua Portuguesa que não foi oferecida de
maneira adequada na escola.
* [email protected]
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79
Academic literacy for deaf college students:
reading evaluation
Vanessa de Oliveira Dagostim Pires*
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) – Brazil
Abstract
This work presents considerations on academic literacy and
reading abilities by Deaf Brazilian university students, based on
a reading activity in Portuguese, and their learning history and
use of Libras (Brazilian Sign Language). It is part of a PhD thesis
in Applied Linguistics (in progress).
The analysed data was taken from a course created for this
specific research project. The course was developed in a virtual
learning environment consisting of a set of workshops that intended
to provide educational support for students to develop their
proficiency in Portuguese in the written form, through activities
related to reading, reading comprehension, textual production
and grammar exercises.
For discussion proposed here, I present some concepts that
show the importance of the reader’s prior knowledge for the
meaning construction in reading, according to Rojo (2004; 2010),
Soares (2010) and Kleiman (1993). I also intend to connect these
concepts on Deaf literacy, regarding the teaching of reading to
these subjects, with Karnopp and Pereira’s (2010), Karnopp’s
(2005) and Lodi’s (2004) work. We started from the concept of
literacy as a plural, multiple concept (cf. Street, 1995 and Rojo,
2004); in this sense, we understand literacy as a social practice
capable of changing social place, the way of living in society and
the cultural insertion (cf. Smith, 2010). It is possible to conclude
that there are still many gaps to be filled in Deaf education,
especially in the subjects that contribute to the Deaf students’
literacy. Unfortunately, these people have later acquisition of
their natural language, the Sign Language, and therefore having
missed many opportunities for interaction and information about
their communities, their history, and their culture. This loss directly
influences their world knowledge, which is an important strategy
for the construction of meaning as readers, coupled with little
knowledge in Portuguese that was not properly taught in school.
* [email protected]
80
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A aquisição do tópico e do foco
na Língua de Sinais Brasileira
Aline Lemos Pizzio*
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo
Este trabalho tem como objetivo mostrar os resultados de um
estudo de caso sobre a aquisição do tópico e do foco em Língua
de Sinais Brasileira (LSB) e a sua influência sobre a variabilidade
da ordem das palavras. Sabe-se que a ordem mais básica das
palavras em várias línguas é SVO (sujeito-verbo-objeto). No
entanto, existem outras ordens possíveis que são derivadas a
partir do movimento de certos elementos autorizados em determinados contextos linguísticos. Deste modo, podemos também
encontrar as ordens OSV, SOV e VOS em LSB (Quadros, 1999;
Quadros & Karnopp, 2004). Para este estudo, foram analisados
dados de uma criança surda, filha de pais surdos, observada
na fase inicial de desenvolvimento da linguagem através de um
estudo longitudinal, entre os 1;08 e os 2;05 anos de idade.
Desde o nascimento que a criança tem contacto com a LSB,
sendo esta a sua primeira língua. Desta forma, a aquisição da
língua gestual ocorre espontaneamente e é através dela que a
criança tem os primeiros contactos com o mundo. Na análise
dos dados da criança, verificou-se construções com tópico e
foco. Este tipo de estruturas aparecem nos dados da criança
desde o início da aquisição de linguagem, na fase das primeiras
combinações, embora haja inconsistência no uso de marcadores
não manuais associados a estes fenómenos. Por vezes, a criança
produziu frases com o marcador não manual apropriado para
cada construção, mas noutras vezes, a criança produziu frases
com um marcador não manual inadequado ou sem marcador não
manual em determinadas construções. A criança surda mostrou
evidências de ocorrência de todos os tipos de tópico e foco em
LSB (Lillo-Martin & Quadros, 2005). A ocorrência deste tipo de
construção é um dos fatores que gera variabilidade na ordem
das palavras da LSB. Resultados semelhantes foram encontrados
por Pichler (2001) na aquisição da Língua Gestual Americana. Na
análise dos dados da criança, foi possível identificar a produção de
frases com várias ordens, de acordo com o padrão de linguagem
adulta. As ordens SOV e OSV foram observadas em contextos
de construções de tópico e também com foco de informação
e foco de ênfase. Por outro lado, a ordem VOS foi verificada
nos casos de foco contrastivo. Estes resultados mostram que
há uma semelhança entre os dados de crianças surdas com os
dados de crianças ouvintes. Indicam também que não há efeito
da modalidade na aquisição da linguagem.
* [email protected]
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81
The acquisition of topic and focus
in Brazilian Sign Language
Aline Lemos Pizzio*
Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
This paper aims to show the results of a case study about
the acquisition of topic and focus in Brazilian Sign Language
(LSB) and its influence on the variability of the word order. It is
well known that the most basic word order in this language is
SVO (subject-verb-object). However, there are other possible
orders that are derived from the movement of certain elements
licensed in specific linguistic contexts. So, we can also find
OSV, SOV and VOS orders in LSB (Quadros, 1999; Quadros
& Karnopp, 2004). For this study we have analyzed data from
a deaf child, born from deaf parents, observed by means of a
longitudinal study in early stage of language development, from
1:8 to 2:5 years old. He was in contact with LSB since birth,
which means that LSB is his first language. Thus, the acquisition
of sign language occurs spontaneously and it is through it that
the child will have his first contacts with the world around him.
In the child data analysis, it was found constructions with topic
and focus. These structures appear in the data of this child
since the beginning of language acquisition, in the stage of
first combinations, although there is inconsistency in the use
of non manual markers associated with these phenomena.
Sometimes, the child produced sentences with the appropriate
non manual marker for each construction but in other moments,
the child produced sentences with an inappropriate or without
a non manual marker for a determinate construction. The deaf
child showed evidence of the occurrence of all possible types
of topic and focus in LSB (Lillo-Martin & Quadros, 2005). The
occurrence of these types of construction is one of the factors
that generate variability in word order of the LSB. Similar results
were found by Pichler (2001) in the acquisition of American Sign
Language. In the child data analysis, it was possible to identify
the production of sentences with varied orders, according to
the adult language standard. The SOV and OSV orders were
observed in contexts of topic constructions, and also with focus
of information and focus of emphasis. On the other hand, the
order VOS was observed in cases of contrastive focus. These
results show that there is a similarity between the data of deaf
children with the data of hearing children. It also indicates no
effect of modality in language acquisition.
* [email protected]
82
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O desenvolvimento da Língua Gestual Alemã (DGS)
e do alemão escrito em alunos surdos
com educação bilingue
Carolina Plaza-Pust*
J.W. Goethe-Universitaet Frankfurt am Main
Resumo
Esta comunicação centra-se na variação do desenvolvimento
bilingue da Língua Gestual Alemã (DGS) e do alemão escrito em
alunos surdos. Investigações realizadas nas últimas décadas têm
demonstrado que a variação nas gramáticas dos aluno, seja na
resolução de conflitos em competição de representações linguísticas
ou como forma de preencher lacunas temporárias, é parte integrante
do desenvolvimento da linguagem (Tracy 2002; Plaza-Pust 2000a,
b, 2008). Até agora, no entanto, pouco se sabe sobre a variação
no desenvolvimento bilingue de alunos surdos que, na maior parte,
adquire a língua gestual fora do ambiente familiar e a língua escrita
como uma L2 em contexto formal. Enquanto vários estudos se
debruçam na aquisição das competências da literacia, raramente
a capacidade da língua gestual em alunos surdos bilingues tem
sido sujeita a análises qualitativas que forneçam uma imagem
detalhada do conhecimento estrutural adquirido.
O presente estudo, parte de uma investigação longitudinal de
alunos surdos que frequentam o programa de educação bilingue
de Berlim, representa a primeira tentativa de avaliar a competência
bilingue de alunos surdos em DGS e alemão escrito, utilizando
ferramentas de diagnóstico criadas teoricamente. A recolha de
dados (2004-2008) consiste em narrativas gestuais e escritas
com base na “história do sapo”.
Os perfis individuais de desenvolvimento estabelecidos para
as duas línguas fornecem evidências de variação ao nível inte-
rindividual (os sujeitos variam quanto ao seu desenvolvimento),
e também ao nível intraindividual (a inclusão de novos aspetos
gramaticais semelhantes ao alvo não ocorrem sempre com a
exclusão imediata dos desvios ao alvo, previamente disponíveis).
Para a DGS, os dados revelam uma discrepância quanto à
competência gramatical dos participantes em comparação com
a suas habilidades discursivas. Crucialmente, a variação nos
dados de DGS diz respeito ao uso de dispositivos linguísticos
necessários para criar coesão e coerência. Esta variação reflete
a complexidade da tarefa dos alunos de DGS (uma língua orientada para o discurso), em que são confrontados com diversos
fenómenos gramaticais adquiridos, e que se encontram ligados
ao nível do discurso através da interface sintaxe-discurso.
Para o alemão escrito, a análise revela que a variação está
essencialmente ligada à estrutura de processos de construção,
refletindo também o atraso temporal na aquisição desta língua.
A produção de estruturas com desvios ao alvo não encontradas
no input alemão merecem especial atenção, uma vez que esses
erros aparentes fornecem informações adicionais sobre processos
de aprendizagem subjacentes. Semelhanças surpreendentes
com as produções de outros alunos de L2 de alemão tornam-se
aparentes.
Por último, a incidência de mistura de línguas parece ser baixa
e limitada no desenvolvimento.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
83
The development of German Sign Language (DGS)
and Written German in bilingually educated deaf
students
Carolina Plaza-Pust*
J.W. Goethe-Universitaet Frankfurt am Main
Abstract
This paper concerns variation in the bilingual development of
German Sign Language (DGS) and written German in deaf learners.
Research conducted over the last decades has shown that variation
in learner grammars, either in relation to conflict resolution in the
face of competing linguistic representations or as a means to fill
temporary gaps, is an integral part of language development (Tracy
2002; Plaza-Pust 2000a, b, 2008). Thus far, however, little is known
about variation in the bilingual development of deaf learners, who,
for their greater part, acquire sign language outside the family and
written language as an L2 in a formal context. While several studies
have been concerned with the attainment of literacy skills, sign
language competence in bilingually educated deaf students has
seldom been subjected to qualitative analyses that would provide
a detailed picture of the structural knowledge attained.
The study presented here, part of a longitudinal investigation of
deaf students attending the Berlin bilingual education programme,
represents a first attempt at assessing bilingual deaf learners’
competence in DGS and written German by using theoretically
founded diagnostic tools. The data collection (2004-2008) consists of
signed and written narratives elicited on the basis of the “frog story”.
The individual developmental profiles established for either
language provide evidence of variation at the inter-individual level
(participants vary as to how far they advance), and also at the
intra-individual level (the inclusion of new target-like grammatical
features does not always occur to the immediate exclusion of
the previously available target-deviant ones).
As for DGS, the data reveal a discrepancy concerning the
participants’ grammatical competence vis-à-vis their discursive
skills. Crucially, variation in the DGS data concerns the use of
linguistic devices necessary to create cohesion and coherence,
which, by assumption, reflects the complexity of the task learners
of DGS, a discourse oriented language, are confronted with as
several grammatical phenomena they acquire are linked to the
discourse level via the syntax-discourse interface.
As for written German, our analysis reveals that variation is
primarily tied to structure-building processes, reflecting also the
temporal lag in the acquisition of this language. The participants’
production of target-deviant structures they do not encounter
in their German input deserves special attention because such
apparent errors provide further insights into underlying language
learning processes. Striking similarities to the productions of other
L2 learners of German become apparent.
Finally, the incidence of language mixing was found to be low
and developmentally constrained.
* [email protected]
84
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Mais do que a soma das partes:
Aspetos fonológicos da aquisição bilingue
bimodal da linguagem
Ronice Müller de Quadros1*, Deborah Chen Pichler2, Viola Kozak2,
Carina Rebello Cruz1, Aline Lemos Pizzio1 , Diane Lillo-Martin3
1
Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis,
2
Gallaudet University,
University of Connecticut
3
Resumo
No nosso estudo estamos interessados em abordar questões
acerca de como é o desenvolvimento das crianças bilingues, e
em particular, como é que as línguas dos bilingues interagem.
Abordamos estas questões examinando o curso do desenvolvimento bilingue em crianças bilingues bimodais - crianças que
utilizam tanto uma língua oral como uma língua gestual natural.
Os participantes do presente estudo são codas ou crianças
ouvintes que cresceram em residências com surdos gestuantes
de uma língua gestual. Tal combinação de línguas dá-nos uma
nova prespetiva sobre o bilinguismo e permite-nos pensar em
novas formas de arquitetura da linguagem.
Nesta comunicação fornecermos uma visão geral das nossas
investigações no âmbito do desenvolvimento bilingue bimodal
com foco nos estudos de morfologia e sintaxe (Chen Pichler
et al., 2010, in press; Koulidobrova et al., 2011; Lillo-Martin et
al., 2010, 2011, 2012; Quadros et al., 2012, in press). Estão a
ser analisadas as estruturas tanto no discurso como no gesto
usado pelas crianças (a partir de 1-1/2 ano de idade) a adquirir
simultaneamente Língua Gestual Americana (ASL) e Inglês, ou
Língua Gestual Brasileira (Libras) e Português do Brasil (PB).
Começamos com uma visão global da forma como as línguas
dos participantes interagem uma com a outra. Embora as crianças
diferenciem claramente as suas línguas desde cedo e utilizem
as línguas de forma diferente consoante os contextos, elas
permitem que as línguas se influenciem mutuamente e produzem
code-mix e code-blend. O nosso estudo do desenvolvimento da
morfologia verbal em línguas orais pelas crianças mostram que
o Inglês – mas não o Português do Brasil – tem uma influência
interlinguística que leva à produção de erros de comissão, bem
como às formas mais comuns de raízes não flexionadas. Os
Sintagmas Nominais das crianças exibem efeitos da influência
em que os codas omitem determinantes na sua línguas oral
com mais frequência e por um maior período de tempo do que
as crianças monolingues. Finalmente as perguntas-Q mostram
influência em ambas as direções: uma aquisição precoce de
estruturas in situ na língua oral, mas um maior uso de frases
iniciadas com sintagma-Q nas línguas gestuais.
O nosso modelo em desenvolvimento sobre arquitetura da
linguagem bilingue conta para os casos em que observamos uma
aparente influência interlinguística como exemplos da language
synthesis. Os nossos resultados corroboram com as conclusões
de muitos outros estudods, em que as línguas dos bilingues estão
continuamente ativas e interagem de múltiplas formas.
Referências
1.
Chen Pichler, D, Lee, J, & Lillo-Martin, D. in press. Language development
in ASL-English bimodal bilinguals. D. Quinto-Pozos (Ed.), Multilingual
Aspects of Signed Language Communication and Disorder.
2.
Koulidobrova, H, Quadros, R M de, Chen Pichler, D, & Lillo-Martin, D.
2011. Cross-Language influence, code-switching, and code-blending.
International Symposium on Bilingualism 8; Oslo.
3.
Lillo-Martin, D, Quadros, R M de, Koulidobrova, H & Chen Pichler, D. 2010.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains. J.
Costa et al., (Eds.), Proceedings of GALA 2009.
4.
Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, Quadros, R M de & Chen Pichler, D.
2012. Bilingual language synthesis: Evidence from WH-questions in
bimodal bilinguals. A. K. Biller et al., (Eds.), Proceedings of BUCLD 36.
5.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, & Chen Pichler, D. 2012.
Noun Phrases in bimodal bilingual acquisition. Generative Approaches
to Language Acquisition–North America 5. Lawrence, Kansas.
6.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D & Chen Pichler, D. in press. Early effects
of bilingualism on WH-question structures: Insight from sign-speech
bilingualism. Proceedings of GALA 2011.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
85
More than the sum of the parts: Bimodal bilingual
language acquisition phonological aspects
Ronice Müller de Quadros1*, Deborah Chen Pichler2, Viola Kozak2,
Carina Rebello Cruz1, Aline Lemos Pizzio1 , Diane Lillo-Martin3
1
Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis,
2
Gallaudet University,
University of Connecticut
3
Abstract
In our research we are interested in addressing questions about
how children develop as bilinguals, and in particular, how the
languages of a bilingual interact. We approach these questions
by examining the course of bilingual development for children
who are bimodal bilinguals – children who use both a spoken
language and a natural sign language. In the present study,
our participants are codas, or hearing children growing up in
households with Deaf users of a sign language. Such a language
combination gives us a fresh view of bilingualism, and allows us
to think about language architecture in new ways.
In this presentation, we provide an overview of our investigations
of the development of bimodal bilingualism, focusing on our studies
of morphology and syntax (Chen Pichler et al. 2010, in press;
Koulidobrova et al. 2011; Lillo-Martin et al. 2010, 2011, 2012;
Quadros et al. 2012, in press). We are examining structures in
both the speech and the sign used by children (age 1-1/2 and
up) simultaneously acquiring American Sign Language (ASL)
and English, or Brazilian Sign Language (Libras) and Brazilian
Portuguese (BP).
We start with an overview of the ways that the participants’
languages interact with each other. While they clearly differentiate
their languages from early on and use the languages differently
in different contexts, they do allow the languages to influence
each other, and produce code-mixing and code-blending. Our
study of the development of verbal morphology in the children’s
spoken languages shows that in English – but not in Brazilian
Portuguese – cross-language influence leads to the production
of commission errors as well as the more common uninflected
root forms. The children’s Noun Phrases show effects of influence
in that the kodas omit determiners in their spoken languages
more often and for a longer period of time than monolingual
children typically do. Finally, WH-questions show influence in both
directions: earlier acquisition of in situ structures in the spoken
languages, but greater use of sentence-initial WH-phrases in the
sign languages.
Our developing model of bilingual language architecture
accounts for the cases we observe of apparent cross-linguistic
influence as examples of language synthesis. Our findings support
the conclusions of many others that the languages of a bilingual
are continuously active and interact in multiple ways.
References
1.
Chen Pichler, D, Lee, J, & Lillo-Martin, D. in press. Language development
in ASL-English bimodal bilinguals. D. Quinto-Pozos (Ed.), Multilingual
Aspects of Signed Language Communication and Disorder.
2.
Koulidobrova, H, Quadros, R M de, Chen Pichler, D, & Lillo-Martin, D.
2011. Cross-Language influence, code-switching, and code-blending.
International Symposium on Bilingualism 8; Oslo.
3.
Lillo-Martin, D, Quadros, R M de, Koulidobrova, H & Chen Pichler, D. 2010.
Bimodal bilingual cross-language influence in unexpected domains. J.
Costa et al. (Eds.), Proceedings of GALA 2009.
4.
Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, Quadros, R M de & Chen Pichler, D.
2012. Bilingual language synthesis: Evidence from WH-questions in
bimodal bilinguals. A. K. Biller et al. (Eds.), Proceedings of BUCLD 36.
5.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D, Koulidobrova, H, & Chen Pichler, D. 2012.
Noun Phrases in bimodal bilingual acquisition. Generative Approaches
to Language Acquisition–North America 5. Lawrence, Kansas.
6.
Quadros, R M de, Lillo-Martin, D & Chen Pichler, D. in press. Early effects
of bilingualism on WH-question structures: Insight from sign-speech
bilingualism. Proceedings of GALA 2011.
* [email protected]
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Considerando o processamento visual
para a investigação do desenvolvimento
típico e atípico da língua gestual
David Quinto-Pozos*
University of Texas at Austin
Resumo
Na literatura da língua oral tem-se vindo a observar um debate
considerável relativo às causas das perturbações do desenvolvimento da linguagem. De acordo com alguns registos, um fator
baseado num gesto (isto é, a velocidade do sinal auditivo) origina
dificuldades às crianças ouvintes, que se debatem contra o
processamento de estímulos rapidamente apresentados (ver Tallal
& Benasich, 2002, para uma revisão). Uma vez que as línguas
gestuais são percecionadas pelos olhos e não pelos ouvidos, (à
exceção da língua gestual tátil) a exploração do processamento
do gesto necessitaria ter em conta aspetos do gesto visual e
caraterísticas visuo-espaciais das línguas gestuais. Tal abordagem
poderá permitir a realização de comparações entre diferentes
modalidades linguísticas.
As línguas gestuais e orais diferem consideravelmente no
sinal utilizado para comunicar. O sinal visual viaja muito mais
rapidamente através do espaço do que o sinal auditivo, e a
quantidade de informação comunicativa que está disponível
simultaneamente através da visão (por exemplo, através de
múltiplos articuladores do gestuante) é superior à disponível por
meio da audição.
Estas diferenças de modalidade podem influenciar alguns
aspetos do processamento da linguagem como a memória
(sequencial) a curo prazo (Boutla, Supalla, Newport, & Bavelier,
2004). Porém, os gestuante têm de processar muita informação
simultaneamente e tem sido demonstrado que articuladores
múltiplos (manual e não-manual) encorajam uma estrutura simultaneamente elevada. Estas diferenças estruturais têm provavelmente
impacto em algumas perturbações da linguagem que podem ser
encontradas em crianças a adquirir a língua gestual.
Uma área de foco da investigação respeitante a estruturas
linguísticas simultâneas é o uso do espaço gestual multifuncional
(por exemplo, para fins gramaticais, diagramaticais e discursivos).
Trata-se de uma área estrutural da língua gestual que pode ser
usada para considerar diferenças de desenvolvimento entre
modalidades. Por exemplo, tarefas de compreensão e memória
para classificadores envolvem processamento de informação
linguística (por exemplo, classificadores de configurações) e
tomada de perspetiva computacional (considerando o ponto
de vista do gestuante versus o de outros), e o desenvolvimento
requer o refinamento de ambas as capacidades ao longo do
tempo, mesmo durante a adolescência. Défices nas capacidades
visuo-espaciais podem apresentar desafios para crianças em
aquisição de línguas gestuais. Será apresentada uma abordagem
para investigar o desenvolvimento com foco no processamento
visuo-espacial. Esta área de pesquisa permite-nos considerar
formas nas quais a modalidade linguística pode influenciar os
padrões de desenvolvimento (a)típicos.
Referências
1.
Boutla, M., Supalla, T., Newport, E.L., & Bavelier, D. 2004. Short-term
memory span: Insights from sign language. Nature Neuroscience, 7,9.
997-1002.
2.
Tallal, P., & Benasich, A.A. 2002. Developmental language learning
impairments. Development and Psychopathology, 14. 559-579.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
87
Considering visual processing for investigating
typical and atypical signed language development
David Quinto-Pozos*
University of Tex3as at Austin
Abstract
There has been considerable debate in the spoken language
literature concerning the causes of developmental language
disorders. By one account, a signal-based factor (i.e., the speed
of the auditory signal) causes challenges for hearing children who
struggle with processing rapidly presented stimuli (see Tallal &
Benasich, 2002, for a review). Because signed languages are
perceived by the eyes rather than the ears (save tactile sign
language), the exploration of a signal processing account would
need to concern itself with aspects of the visual signal and
the visual-spatial characteristics of signed languages. Such an
approach could allow for comparisons across language modalities.
Signed and spoken languages differ considerably with respect
to the signal that is used for communication. The visual signal
travels much more rapidly through space than the auditory signal
does, and the extent of communicative information that is available
simultaneously using vision (e.g., via a signer’s multiple articulators)
is greater than what is available through audition. These modality
differences could influence some aspects of language processing
such as short-term (sequential) memory (Boutla, Supalla, Newport,
& Bavelier, 2004). However, signed language users must process
much information simultaneously, and it has been shown that
multiple articulators (manual and non-manual) encourage a highly
simultaneous structure. These structural differences likely impact
some of the language disorders that one might find in children
acquiring a sign language.
One focal area of inquiry with respect to simultaneously realized
linguistic structure concerns the use of the multifunctional signing
space (e.g., for grammatical, diagrammatical, and discourse
purposes). This is an area of signed language structure that could
be used to consider differences across modalities with respect
to development. For example, comprehension and memory
tasks for classifiers involve processing linguistic information (e.g.,
classifier handshapes) and perspective-taking computations (e.g.,
considering the signer’s viewpoint vs. others’), and development
requires the refinement of both types of skills over time, even
throughout adolescence. Deficits in visual-spatial skills could
present challenges for children acquiring signed languages. I will
present an approach to investigating development that places a
focus on visual-spatial processing. This area of inquiry allows
us to consider ways in which language modality could influence
patterns of development and (a)typicality.
References
1.
Boutla, M., Supalla, T., Newport, E.L., & Bavelier, D. 2004. Short-term
memory span: Insights from sign language. Nature Neuroscience, 7,9.
997-1002.
2.
Tallal, P., & Benasich, A.A. 2002. Developmental language learning
impairments. Development and Psychopathology, 14. 559-579.
* [email protected]
88
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Transcrição da Língua Gestual Portuguesa (LGP):
utilização de uma ferramenta específica, ELAN
Jorge Rodrigues*, João Barreto, Marta Morgado, Isabel Morais, Patrícia Carmo
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Resumo
No âmbito do projeto de aquisição de uma língua gestual,
AQUI_LGP (Refª PTDC/LIN111889/2009), lidamos com questões
pertinentes relativas à transcrição de dados de língua gestual.
Nesta comunicação, o nosso principal objetivo é descrever e refletir
sobre as opções que tomámos para a transcrição dos dados.
AQUI_LGP é um estudo longitudinal sobre a aquisição da
língua gestual com base na gravação e transcrição de discurso
espontâneo durante mais de dois anos. A amostra é constituída
por crianças de 10 meses a 4 anos de idade. Algumas crianças
são monolingues e outras são bilingues com uma aquisição
paralela da Língua Gestual Portuguesa e da Língua Portuguesa.
A ferramenta utilizada para transcrever os dados recolhidos
foi o ELAN (http://www.lat-mpi.eu/).
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
89
Transcribing Portuguese Sign Language (LGP):
using a specific tool, ELAN
Jorge Rodrigues*, João Barreto, Marta Morgado, Isabel Morais, Patrícia Carmo
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Abstract
In our Sign Language Acquisition Project (Refª PTDC/
LIN111889/2009) we dealt with mandatory issues concerning
the transcription of sign language data. In this poster or sign
communication our main purpose is to describe and reason over
the options we took in order to transcribe our data.
AQUI_LGP is a longitudinal project on sign language acquisition
aiming at recording and transcribing spontaneous speech for
over two years. Children in the sample are aged from 10 months
to 4 years-old. Some of them are monolingual and others are
bilingual with parallel acquisition of Portuguese and Portuguese
sign language.
The tool used to transcribe was ELAN (http://www.lat-mpi.eu/).
* [email protected]
90
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(Re)Pensar a Língua (LGP) em contextos
de aprendizagem específicos
Fátima Sarmento1,2, Rui Corredeira2, Orquídea Coelho3*
1
ISMAI - Instituto Superior da Maia, Maia, Portugal
2
FADEUP - Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal
3
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal
Resumo
A colocação progressiva de crianças surdas em locais de ensino
menos restritivos, o aparecimento de Escolas de Referência para
a Educação Bilíngue de Alunos Surdos (EREBAS) e a prática de
uma educação bilingue, representa também um desafio para os
professores de Educação Física. Obviamente, o conhecimento
da pedagogia e da capacidade de ensinar de forma eficaz para
melhorar o desempenho do aluno são atributos essenciais de
qualquer professor. E o que acontece quando o professor e
o aluno utilizam línguas diferentes? Como são transmitidas as
informações? E as correções? No caso da surdez, muitas vezes,
a escassez de recursos adequados, ou o desconhecimento
dos léxicos gramaticais da Língua Gestual Portuguesa (LGP)
específicos da terminologia desportiva, por parte do professor e
mesmo do intérprete, podem ser impeditivos de um ensino que
abranja os três domínios preconizados no programa: domínio
da aptidão física, dos conhecimentos e das atividades físicas.
O meu percurso profissional, como professora de educação
física, iniciado há alguns anos atrás num Centro de Ensino Especial
de alunos surdos permitiu-me constatar que estes, em termos
motores, eram capazes de ter bons desempenhos na maioria
das atividades propostas. Os recursos utilizados eram variados,
passavam pela demonstração do exercício, pela utilização de
esquemas feitos no quadro, pelo recurso a imagens, até à criação
de “gestos” não gramaticais, que de forma elementar pretendiam
representar os exercícios mais simples ou serviam de suporte a
instruções orais, também elas simples. Do contacto que tenho
estabelecido com alguns professores de educação física que dão
aulas nas EREBAS, dou-me conta que as dificuldades já sentidas
há mais de dez anos continuam a ser as mesmas, investe-se no
domínio das capacidades físicas, até com algum êxito, mas, no
domínio dos conhecimentos, ainda é negado aos alunos surdos
esse acesso na sua língua natural, a LGP.
A participação dos surdos no desporto tem registos no século
XIX, em várias modalidades desportivas inclusive na organização
dos 1os jogos mundiais, que datam de 1924. Desde essa data,
muitos países, incluindo Portugal, têm multiplicado o número
de Associações Desportivas, que organizam e incentivam a
participação em eventos recreativos, em competições nacionais
e internacionais, que abraçam uma variedade considerável de
modalidades desportivas. Neste contexto, certamente tem vindo
a emergir uma grande variedade de vocabulário desportivo associado a esses microcontextos linguísticos, que se torna urgente
localizar, identificar e recolher/registar contribuindo-se para a
elaboração de uma ferramenta de trabalho bilingue.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
91
(Re)Think Portuguese Sign Language in specific
learning contexts
Fátima Sarmento1,2, Rui Corredeira2, Orquídea Coelho3*
1
ISMAI - Instituto Superior da Maia, Maia, Portugal
2
FADEUP - Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal
3
FPCEUP - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Portugal
Abstract
The progressive placement of deaf children in less restrictive
schools, the appearance of Reference Schools for Bilingual Education of Deaf Students (EREBAS) and the practice of bilingual
education is also a challenge for teachers of Physical Education
(PE). Obviously, knowledge of pedagogy and the ability to teach
effectively to improve students’ achievements are essential attributes of any teacher. But what happens when teacher and student
speak different languages? How is information conveyed? And
the corrections? Often, in the case of deafness, a shortage of
adequate resources or the lack of Portuguese Sign Language
(LGP) sport-specific terminology by both the teacher and the
interpreter can be deterrent of an education that includes the
three domains considered in the program: the area of ​​physical
fitness, knowledge and physical activities.
My career as a PE teacher, which started a few years ago
in a Special Education Centre for deaf students, allowed me to
see that in terms motor skills they had good performances in
most of the activities. The resources used were varied such as
demonstrations of the exercises, the use of images and drafts
written on the board, as well as the creation of ungrammatical
“signs” that intended to represent the simplest exercises or to
serve as support to simple oral instructions. From the contact
I have been establishing with some PE teachers at EREBAS,
I realize that the difficulties experienced now remain the same
from ten years ago: there are successful investments in physical
activities; however the access to knowledge in the deaf students’
natural language (LGP) is still denied.
The participation of deaf people in sports go back to the
nineteenth century in various sports including the organization
of the 1st world games, dating back to 1924. Since then many
countries including Portugal have multiplied the number of Sports
Associations that organize and encourage participation in recreational events in national and international competitions, embracing
a considerable variety of sports. In this context, a wide variety of
sports vocabulary associated with these linguistic microcontexts
has been emerging and it is urgent to locate, identify and collect
/ record them, which will contribute to the development of a
bilingual work tool.
* [email protected]
92
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
E se eu fosse s/Surda? Seria bilingue?
Visões de Formadores/Docentes de Língua Gestual
Portuguesa (LGP) e Professores/Educadores de Educação
Especial sobre ensinar LGP e LP
Ana Isabel Silva*
Instituto Politécnico de Viseu - Escola Superior de Educação
Resumo
E se eu fosse s/Surda? é um espaço mental construído no
âmbito da Linguística Cognitiva que permite um olhar sobre o que
é ser s/Surdo e como se processa a categorização do mundo
pelo s/Surdo. Com base nos paradigmas socio-antropológico
e clínico-terapêutico propomos uma visita à educação de s/
Surdos. Descrevemos a urgência de uma educação s/Surda
promotora do bilinguismo fundado na mestria de duas línguas: a
Língua Gestual Portuguesa (LGP) e a Língua Portuguesa (LP) na
modalidade escrita. Sustentada em evidências das neurociências,
pretende-se que esta seja uma educação que capacite o aluno s/
Surdo para a literacia emergente, cujo natural acesso à LGP é mais
tardio, do que à LP. Se eu fosse s/Surda seria bilingue? Propõe a
emancipação da educação s/Surda, para a qual pensamos que,
também os Professores de língua(s) são vetores determinantes
na promoção da educação para a diversidade. Apurámos que
74% destes profissionais não reconhece este idioma, tornando
a pessoa s/Surda invisível. Dos 26% que conhecem a LGP, 56%
consideram-na universal, não obstante a existência de línguas
gestuais formalmente reconhecidas. Se eu fosse s/Surda seria
bilingue? parte das respostas de entrevistas a Formadores/
Docentes de LGP s/Surdos, e a Professores/Educadores da
Educação Especial: duas formas de conceptualizar a surdez e
o ser s/Surdo a partir da comunidade s/Surda e da comunidade
ouvinte.
Se eu fosse s/Surda seria um ser em construção, um espaço de
amálgama, no qual a LGP constrói o mundo de forma diferente da
LP. Salientámos, neste trabalho, o que Formadores/Docentes de
LGP e Professores/Educadores de Educação Especial consideram
ser ensinar LGP e LP a ouvintes e a s/Surdos.
Referências
1.
Armstrong, D. F. 2009. Algumas notas sobre a ASL como língua
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Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
93
What if I was d/Deaf? Would I be bilingual?
Portuguese Sign Language deaf educators’ and Special
education teachers’ vision about how to teach Portuguese
Sign Language and Portuguese language
Ana Isabel Silva*
Instituto Politécnico de Viseu - Escola Superior de Educação
Abstract
What if I was d/Deaf? it’s a mental space built on the Cognitive
Linguistic context which allows a look over the condition of being a
deaf and how the categorization of the world is processed by the
d/Deaf. Based on the socio-anthropologic and clinic-therapeutic’s
paradigms we propose a visit to the d/Deafs’ education. We
describe the urgency of a d/Deaf education that promotes the
bilingualism anchored in two languages’ mastery: the Portuguese
Sign Language (PSL) and the Portuguese Language (PL) in the
written modality. Supported in neurosciences’ evidences, we intend
that this education turns the d/Deaf student able to the emergent
literacy, since the natural access to the PSL comes later than the
access to the PL. What if I was d/Deaf would I be a bilingual?
proposes the emancipation of the d/Deafs’ education, to which
we think that also Language’s Teachers are determinant vectors
in the promotion of the education, aiming the diversity. We found
out that 74% of these professionals don’t recognize this idiom,
making the d/Deaf almost invisible. From the 26% who knows
the PSL, 56% consider this language as universal, no matter the
existence of gesture languages formally recognized. What if I was
d/Deaf would I be a bilingual? comes from the answers of PSL’s
d/Deaf Educators/Teachers and Special Education Teachers to an
interview: two different ways of conceptualizing the deafness and
the evidence of being d/Deaf starting in the d/Deaf’s community
and in the hearing’s community. If I was d/Deaf I would be a being
in construction, a blending space, in which the PSL builds the
world in a different way PL does. We underlined, in this assignment,
what d/Deaf Educators/Teachers of PSL and Special Education
Teachers consider being the meaning of teaching the PSL and
PL to d/Deafs and listeners.
References
1.
Armstrong, D. F. 2009. Algumas notas sobre a ASL como língua
«estrangeira». In M. Bispo, A. Couto, M.C. Clara, L. Clara (coord.). O
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Estratégias de ensino do português como L2
a estudantes surdos
Ivani Rodrigues Silva*, Aryane dos Santos Nogueira, Zilda Maria Gesueli
UNICAMP
Resumo
O bilinguismo na surdez é um nova área de investigação
e inclui-se nos estudos sobre o ensino em contexto de bilinguismo minoritário, como uma subárea da Línguística Aplicada
com foco no bilinguismo como alternativa a contextos de bi/
multilinguismo minoritários (Calvalcanti, 1999). Os estudos
sobre o ensino nestes contextos ainda se baseiam nos mitos
e preconceitos na área, modelos e programas do ensino
bilingue, contexto brasileiro de minorias linguísticas, questões
de política linguística, invisibilidade e elitismo. O presente estudo
tem como objetivo algumas considerações sobre o ensino da
língua escrita do português a surdos como segunda língua ou
como língua estrangeira. Pretendemos mostrar a complexidade
de tal tarefa, bem como indicar alguns aspetos relacionados
com a política linguística, descritos por Guimarães (2002),
e, por fim, apresentar uma proposta com base em testes a
alunos surdos que participaram nos Workshops de Leitura/
Escrita de Português, no âmbito do projeto Ciência e Arte, que
recebe alunos surdos de escolas públicas de Campinas/SP e
arredores. Os Workshops semanais integravam várias áreas
de estudo. Assim, no ensino do português, foram utilizados
conhecimentos de biologia, geografia e história, acreditando
que a integração de áreas/disciplinas diferentes com temas
e assuntos atuais permite que o ensino da língua não seja
descontextualizado. Os Workshops foram gravados e algumas
dessas gravações foram transcritas e analisadas. A partir
destes registos foi possível observar que uma das estratégias
é planear as aulas de português para estudantes surdos com
os métodos e estratégias utilizados no ensino de uma segunda
língua e, como tal, o trabalho nesta língua deverá ser baseado
em métodos diferentes dos utilizados no ensino do português
como língua materna. Desta forma, uma estratégia que deverá
ser considerada e que é muito relevante para o aluno surdo
em contexto bilingue, é baseado precisamente no contraste
entre estas duas línguas. A língua visuo-espacial funciona de
forma diferente do português escrito aprendido por alunos
ouvintes. Isso deve ser levado em conta no planeamento de
aulas para alunos surdos.
Referências
1.
Cavalcanti, M. 1999. Estudos sobre educação bilíngüe e escolarização em
contextos de minorias lingüísticas no Brasil. DELTA,15 Especial: 385-417.
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Guimarães, E. R. J. 2002. Semântica do acontecimento: um estudo enunciativo da designação. Campinas: Pontes.
* [email protected]
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Differentiated teaching strategy for teaching
Portuguese writing to deaf students
Ivani Rodrigues Silva*, Aryane dos Santos Nogueira, Zilda Maria Gesueli
UNICAMP
Abstract
In deaf studies, biligualism is a relatively recent field and it is part
of the area of studies on education in bilingual, minority contexts,
a subarea of Applied Linguistics that focuses upon bilingualism
as an alternative to bi/multilingual minorities (Maher, 1997; 2006)
or minoritisized contexts (Cavalcanti, 1999; 2006). Studies on
education in such contexts also focus on myths and preconceptions
in the field of bilingual education, the models and programs, the
linguistic minority contexts in Brazil, issues of linguistic policies,
invisibility and elitism. This article intends to discuss teaching
the Portuguese language writing to deaf students as a Second
Language or Foreign Language. We aim to show the complexity
of such a task as well as to point out some aspects related to the
Politics of Languages, as Guimarães (2002) has described. Finally,
we intend to present a proposal anchored on experiences form the
Portuguese reading/writing workshop for deaf students undertaken
during the Ciência & Arte nas Férias program, which was proposed
by Unicamp’s Research Dean’s office. This program is a six week
summer program open to deaf high school students enrolled in
the regular public school system in Campinas and surrounding
towns. The weekly workshops aimed to integrate academic content
from various subject matters. So, to teach Portuguese, knowledge
from other domains such as geography, biology and history was
accessed, because we understood that integrating different fields
of knowledge would allow us to look for themes and current
subject matter in order to avoid language teaching to take place
artificially and out of context. The workshops were recorded and
some episodes were transcribed and analyzed. We were able to
observe, based on recorded data, that one relevant strategy was
thinking about Portuguese lessons for deaf students based on
second language teaching, using strategies that are different from
those used when teaching Portuguese as a mother tongue. One
teaching strategy to be considered, therefore, which is pertinent
to the bilingual context of the deaf student is regulated by the
contrast between these two languages. Because sign language
is a visual spatial language, it functions differently from written
Portuguese that is taught to hearing students. When planning to
teach of deaf students, this must be taken into account.
References
1.
Cavalcanti, M. 1999. Estudos sobre educação bilíngüe e escolarização em
contextos de minorias lingüísticas no Brasil. DELTA,15 Especial: 385-417.
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A aprendizagem da língua de crianças surdas:
aspetos lexicais e gramaticais da Língua
Brasileira de Sinais
Lídia da Silva*
UFSC
Resumo
O objeto de estudo desta análise pertence à área da psicolinguística e investiga a aquisição e processamento da linguagem.
Especificamente, aborda a aquisição da categoria aspetual
numa criança surda a aprender a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) como primeira língua. Tendo em consideração que
a teoria generativa tem sido, em grande parte, a fundadora
do estudo da aquisição da linguagem em crianças surdas a
aprender LIBRAS como primeira língua. Esta teoria prova que
as etapas pelas quais as crianças surdas passam até chegarem
a um certo nível gramatical da língua são análogas às crianças
ouvintes, e que as descrições da estrutura gramatical têm
aumentado consideravelmente, colocamos algumas questões:
Quais as hipóteses que podem explicar o processo de aquisição
da categoria aspetual por uma criança surda? A criança surda
diferenciará entre tempo e aspeto no processo de aprendizagem de LIBRAS como primeira língua? Refletindo sobre estas
questões, consideramos a teoria linguística geral adotada por
Comrie (1976) e a linguística da LIBRAS seguida por Finau (2004).
Ambas têm em consideração o contexto lexical e gramatical
e a diferença aspetual entre o perfetivo e o imperfetivo. Por
este motivo, esta análise é um estudo naturalista, longitudinal
e espontâneo. O sujeito em investigação é uma menina surda,
com o pseudónimo ANA, filha de pais surdos que se encontrava
a aprender LIBRAS como primeira língua. A ANA foi filmada a
partir dos 8 meses até aos 4 anos de idade – o que resulta em
mais de três anos de dados recolhidos. O corpus utilizado é do
domínio do grupo de investigação sobre a aquisição da Língua
Brasileira de Sinais da Universidade Federal de Santa Catarina,
dirigido por Ronice Muller de Quadros, e quando solicitado por
investigadores, os dados ficam disponíveis, com diferentes tipos
de análise para que possa servir como corpus para os diferentes
objetos de estudo. O modelo para a transcrição utilizado foi
o Sistema de Notação de Palavras criado e desenvolvido pela
investigadora, Tânia Amara Felipe, em 1998. Nesta análise, é
observado que a criança produz principalmente o aspeto lexical
do perfetivo, um fenómeno que é análogo às crianças ouvintes
na aprendizagem de uma língua oral. A apresentação do aspeto
gramatical é também encontrada no uso de flexões verbais.
Estas flexões ocorrem por meio de alterações morfológicas
ou movimentos, e são na sua maioria na ordem perfetiva, tal
como é apresentado nas teorias de aquisição gramatical das
línguas orais.
* [email protected]
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Language-learning of the deaf child:
the lexical and grammatical aspects
of Brazilian Sign Language
Lídia da Silva*
UFSC
Abstract
The object of study of this research pertains to psycholinguistics
and investigates the acquisition and processing of language. More
specifically, it addresses the acquisition of the aspectual category
in a deaf child who is learning Brazilian Sign Language (LIBRAS)
as his first language. Considering that the generative theory has
been the foundation, in large part, of the research on language
acquisition of deaf children who are learning Libras as their first
language, and that this research proves that the stages through
which deaf children pass until they reach a certain grammatical
level of the language are analogous to the hearing child, and
that the descriptions of its grammatical structure have increased
greatly, we ask: What are the hypotheses that can explain the
process of acquiring the aspectual category by a deaf child?
Does the deaf child, in the process of learning Libras as his first
language, differentiate between tense and aspect? Reflecting on
this, let us consider the general linguistic theory, which adopts
Comrie (1976) and the linguistics of Libras, which follows Finau
(2004). In both of these, the considerations reflect a lexical and
grammatical context and the aspectual difference between the
perfective and imperfective. In this regard, it is the naturalistic,
longitudinal, and spontaneous research that governs this analysis.
The subject under investigation is a deaf girl with the pseudonym
of ANA, the daughter of deaf parents who was learning Libras as
her first language. ANA was filmed from the age of 8 months until
4 years – more than three years of data. The corpus used is the
domain of the research group on the acquisition of Brazilian Sign
Language of the Federal University of Santa Catarina, directed by
Ronice Muller Quadros, and, when solicited by researchers, the
data is available, dealing with different means of analysis in order
to serve as the corpus for the distinctive objects of inquiry. The
model for transcription used was the System of Notation of Words
that was created and developed by the researcher, Tânia Amara
Felipe, in 1998. In this analysis it is seen that the child principally
produces the lexical perfective aspect, a phenomenon which is
analogous to the hearing child learning the spoken language. The
presentation of the grammatical aspect is also found in the use
of verb inflections. These inflections occur through morphological
alterations or movements, and are mostly in the perfective order,
just as is presented in the theories of the grammatical acquisition
of oral languages.
* [email protected]
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Como pode a aquisição precoce da língua gestual
e da língua oral influenciar o desempenho sintático
da linguagem verbal escrita? Um estudo preliminar
na Língua Gestual Portuguesa com sujeitos surdos
pré-linguísticos.
Sónia Silva*, Ana Mineiro, Alexandre Castro Caldas
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Resumo
A idade de aquisição bilingue e o seu impacto no processamento linguístico permanecem um tema actual de debate
ainda que a literatura defenda uma exposição precoce a
ambas as línguas para uma boa proficiência (DeKayser &
Larsson, 2005; Wartenburger et. al., 2003). Alguns estudos
têm demonstrado que uma aquisição precoce e estruturada
da linguagem é crítica, especialmente ao nível da sintaxe tanto
numa primeira (L1) como numa segunda língua (L2) (Curtiss,
1977; Newport & Johnson, 1989) o que nos conduz a um
período sensível de aquisição da linguagem. Estas evidências
são independentes da modalidade linguística, pelo que as
línguas gestuais apresentam as mesmas constrições da idade
(Bouldreault & Mayberry, 2006; Cormier, Schembri, Vinson &
Orfanidou, 2012). Ainda assim, existe alguma controvérsia no
que respeita ao papel da proficiência em ambas as línguas, à
escolaridade, às relações/diferenças entre línguas, a motivação
e o background linguístico familiar (Bialystok & Miller, 1999,
Muñoz & Singleton, 2011).
A comunidade Surda representa uma população alvo
interessante pela heterogeneidade das idades de aquisição
(IA) da linguagem e pela variância do posterior desempenho
académico (Mayberry, 1993). Além disso, a língua gestual
como uma língua natural mas de modalidade visuo-espacial
permite a análise de diferentes sistemas sensório-motores
de compreensão e produção da linguagem.
Neste âmbito, o presente estudo tem como objetivo
determinar a influência de idade de aquisição da Língua
Gestual Portuguesa (LGP) como L1 e do Português (LP)
como L2 no desempenho gramatical escrito de bilingues
surdos. A amostra é constituída por 13 participantes surdos
pré-linguísticos de grau profundo, alunos da licenciatura
PRÓ-LGP da Universidade Católica Portuguesa proficientes
em LGP, sua L1 e em LP, sua L2.
Inicialmente, foram aplicadas duas tarefas sintácticas:
uma tarefa de emparceiramento de frase-imagem da bateria
PALPA-P e uma tarefa de julgamento gramatical construída
especificamente para este estudo, constituída por enunciados
gramaticais e agramaticais respeitantes a 5 estruturas sintáticas: simples, coordenadas, passivas, relativas e integrantes
(um tipo de subordinação do Português).
Posteriormente, foi pedido que os participantes escrevessem um texto elicitado pela imagem do “Ladrão de Biscoitos”
(Goodglass & Kaplan, 1983) para avaliação da produção
sintática.
Os resultados mostram que apenas a idade de aquisição
da L2 se correlacionou de forma significativa e negativa com
todas as tarefas. Outras possíveis variáveis de influência como
a idade de detecção da surdez e o status auditivo dos pais
não se correlacionaram. O facto de tarefas com imagens
elicitaram conteúdo linguístico e dos Surdos se focarem
em recursos visuais poderá ter influenciado o desempenho
na tarefa de emparceiramento. Por outro lado, a tarefa de
julgamento gramatical aparenta ser um teste sensível por
se basear apenas em material verbal escrito, o que revela a
dimensão do conhecimento sintáctico da L2 por parte dos
participantes.
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Em geral, estes resultados indicam que a aquisição precoce
de LP é importante para um bom desempenho sintáctico de
material escrito o que apoia uma política bilingue equilibrada
e sugere um possível efeito de modalidade uma vez que a
exposição precoce à língua gestual, que não possui correspondência escrita, parece ser insuficiente. Ainda assim,
considera-se necessária uma amostra maior com diferentes
níveis de escolaridade para obter conclusões mais robustas.
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How can the early acquisition of Sign Language
and Oral Language influence the syntactic
performance of the oral language? A preliminary
study in Portuguese Sign Language with
prelingually deaf subjects.
Sónia Silva*, Ana Mineiro, Alexandre Castro Caldas
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Abstract
The age of bilingual acquisition and its impact on language
processing remain subject of debate, even though literature
defends an early exposure to both languages for a good
attainment (DeKayser & Larsson, 2005; Wartenburger et.
al. 2003).
Studies have shown that the early onset of a structured
language is critical specially for the syntactic outcome in a first
(L1) and in a second language (L2) (Curtiss, 1977; Newport &
Johnson, 1989) what leads to a sensitive period of language.
This finding seems to be independent of language modality so that sign languages show the same age constraints
(Bouldreault & Mayberry, 2006; Cormier, Schembri, Vinson
& Orfanidou, 2012). Nevertheless, some controversy remain
owing to the level of proficiency on both languages, school
placement, relation/differences between languages motivation
and the linguistic background of families (Bialystok & Miller,
1999; Muñoz & Singleton, 2011).
The Deaf Community has become a target of interest due
to its heterogeneity in the age of language acquisition (AoA)
and the variance in academic achievement (Mayberry, 1993).
Moreover sign language is a natural language but with a
specific visual-motor modality which allows the exploration
of different sensory-motor system for comprehension and
production.
In this regard the present study aims to analyze the influence
of AoA of Portuguese Sign Language (LGP) and Portuguese
(LP) on the syntactic outcome of Written Portuguese (PE)
of bilingual deaf people. The sample was comprised by 13
prelingually and profoundly deaf students, attending a degree
in PRÓ-LGP from the Catholic University of Portugal, proficient
in LGP, their L1 and in LP, their L2.
Two syntactic tasks were applied in the beginning: a Sentence to Picture Matching from the PALPA-P language battery
and a Grammatical Judgement task specifically designed
for this study, containing grammatical and ungrammatical
sentences belonging to five type of syntactic structures:
simple, composed, passive, relative and “integrantes” (a
kind of subordinate clauses in Portuguese). After that, the
participants were asked to write about the “Cookies Theft”
picture (Godglass & Kaplan, 1983) in order to assess syntactic
production.
Results show that only the L2 AoA obtained a negative and
significant correlation in all the tasks. Other possible variables
of influence such as age of hearing loss detection and the
hearing status of parents did not correlate. The fact that picture
tasks elicit learners’ linguistic knowledge and that deaf rely
on visual resources may have influenced performance in the
Picture to Sentence matching task. On the other hand, the
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
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Grammatical Judgement task and appears to be a sensitive
test because it’s based solely in written material revealing the
participants’ knowledge of L2’s syntax.
Overall this data indicate that an early AoA of LP is important
for a good syntactic performance in written material, what
supports a balanced bilingual policy and suggest a possible
effect of modality once the early exposure to sign language,
which has no written form, seems to be insufficient. Even
though, a larger sample and different levels of education are
required to obtain robust conclusions.
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Wartenburger, I., Heekeren, H.R., Abutalebi, J., Cappa, S.F., Villringer, A., &
Perani. D. 2003. Early Setting of Grammatical Processing in the Bilingual
Brain. Neuron, 37, 159-170.
* [email protected]
102
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Gestuantes nativos e não nativos de língua
gestual: uma contribuição ao debate
da aquisição da linguagem
Thaïs Cristófaro Silva*; Rosana Passos
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Letras, Brazil
Resumo
Falantes não nativos de línguas orais têm tendência a apresentar
sotaque quando adquirem uma segunda língua (L2) (Scales, J.,
Wennerstrom, A., Richard, D., & Wu, S., 2006). Na pronúncia da L2,
sabe-se que os falantes não nativos adquirem padrões segmentais
e prosódicos noutra língua, de forma diferente dos falantes nativos
(Bongaerts, T., van Summeren, C., Planken, B., & Schils, E., 1997).
Os falantes nativos são, por isso, capazes de identificar um falante
estrangeiro apenas pelo modo como a L2 é pronunciada (Fledge,
1992; Major, 2007). Desta forma, um falante nativo, sem qualquer
formação específica, tem a capacidade de identificar um falante
não nativo pelo seu desempenho oral. Uma questão relevante a ser
colocada é se os gestuantes de uma língua gestual são capazes
de identificar um gestuante não nativo. Esta comunicação pretende
contribuir para esta questão, discutindo os resultados dos gestuantes
da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). O estudo foi realizado com
28 gestuantes de LIBRAS, incluindo homens e mulheres, sendo a
maioria surdos profundos (79%). Todos os participantes frequentaram
a escola, no mínimo o ensino primário, e tiveram contacto com surdos
e ouvintes. Foi pedido aos participantes que respondessem a um
questionário escrito com perguntas com o objetivo de verificar se os
participantes conseguiam identificar se o gestuante de LIBRAS era
surdo ou não. As respostas indicaram que 85,6% dos participantes
foram capazes de identificar, numa situação comunicativa, se a outra
pessoa era surda ou não. Também relataram que a identificação foi
realizada pela forma como a outra pessoa articulava os gestos em
LIBRAS. Sugerimos que estes resultados indicam que a capacidade
de identificar um gestuante de LIBRAS como nativo ou não nativo
resulta da aquisição da linguagem. Os gestuantes de LIBRAS
adquiriram a língua de nascença e, por isso, foram capazes de
construir princípios gramaticais desta língua. Por outro lado, os
gestuantes de LIBRAS como L2, embora gestuantes proficientes,
não tiveram a capacidade dos gestuantes nativos. As questões
teóricas desta afirmação são discutidas à luz de sistemas complexos
(Larsen-Freeman, 2011). Trataremos de algumas questões futuras
de investigação, que poderão resultar nas estratégias adotadas
pelo gestuante da língua gestual para identificar outro gestuante
nativo ou não nativo.
Referências
1.
Bongaerts, T., van Summeren, C., Planken, B., & Schils, E. 1997. Age and
Ultimate Attainment in the Pronunciation of a Foreign Language. Studies
in Second Language Acquisition, 19(04), 447–465.
2.
Flege, J. E. 1992. Speech Learning in a Second Language. In: Ferguson,
Charles A./Menn,Lise/Stoel-Gammon, Carol (Hrsg.): Phonological Development. Models, Research, Implications.Maryland, York Press: 565–604.
3.
Larsen-Freeman, D. 2011. Complex, dynamic systems: A new transdisciplinary theme for applied linguistics? 2011. Language Teaching.Major R.
C. 2007. Identifying a foreign accent in an unfamiliar language. Studies
in Second Language Acquisition 29, 539–556.
4.
Scales, J., Wennerstrom, A., Richard, D., & Wu, S. 2006. Language learners’
perceptions of accent. Tesol Quarterly, 40(4), 715-725.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
103
Native and non-native sign language users:
a contribution to the language acquisition debate
Thaïs Cristófaro Silva*; Rosana Passos
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Letras, Brazil
Abstract
Non native speakers of oral languages tend to present an accent
when they acquire L2 (Scales, J., Wennerstrom, A., Richard, D.,
& Wu, S. (2006). Regarding pronunciation in L2 it is known that
non-native speakers acquire segmental and prosodic patterns
in another language in a way which is not the same as a native
speaker (Bongaerts, T., van Summeren, C., Planken, B., & Schils,
E. (1997). Native speakers of a given language are thus able to
identify a foreigner speaker just by the way the L2 is pronounced
(Fledge, 1992; Major, 2007). Thus, a native speaker, without any
specific training, has the ability to identify a non-native speaker
by s/he oral performance. A relevant question to be posed is
whether sign language users are able to identify a non-native
sign language user. This paper aims to be a contribution towards
this issue by discussing results from users of LIBRAS (Brazilian
Sign Language). The research was done with 28 LIBRAS users,
including males and females, being that the vast majority was
profound deaf (79%). All participants attended school at least
for the elementary school and had wide social relations with
deaf and non-deaf people. Participants were asked to answer
a written questionnaire which posited questions as whether or
not they were able to identify a LIBRAS user as deaf or not.
The answers indicated that 85,6% of participants were able to
identify, in a communicative situation, if the other person was
deaf or not. They also reported that the identification was done
by the way the other person articulated the signs when using
LIBRAS. We suggest that this indicates that the ability to identify
a LIBRAS user as native or not follows from language acquisition.
LIBRAS users acquired it natively and thus were able to construct
grammatical principles for the language. On the other hand, L2
LIBRAS speakers, although proficient in L2, did not have the
ability of native speakers. Theoretical issues from this claim are
discussed in the light of complex systems (Larsen-Freeman,
2011). We thus address some future research questions, which
could address strategies adopted by the sign language user to
identify the other speaker as native or not.
References
1.
Bongaerts, T., van Summeren, C., Planken, B., & Schils, E. 1997. Age and
Ultimate Attainment in the Pronunciation of a Foreign Language. Studies
in Second Language Acquisition, 19(04), 447–465.
2.
Flege, J. E. 1992. Speech Learning in a Second Language. In: Ferguson,
Charles A./Menn,Lise/Stoel-Gammon, Carol (Hrsg.): Phonological Development. Models, Research, Implications.Maryland, York Press: 565–604.
3.
Larsen-Freeman, D. 2011. Complex, dynamic systems: A new transdisciplinary theme for applied linguistics? 2011. Language Teaching.Major R.
C. 2007. Identifying a foreign accent in an unfamiliar language. Studies
in Second Language Acquisition 29, 539–556.
4.
Scales, J., Wennerstrom, A., Richard, D., & Wu, S. 2006. Language learners’
perceptions of accent. Tesol Quarterly, 40(4), 715-725.
* [email protected]
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Uma análise do fenômeno “alternância de línguas”
Na fala de bilíngues intermodais (libras e português)
Aline Nunes de Sousa*, Ronice Müller de Quadros**
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo
Um interessante fenômeno linguístico presente nas interações
das pessoas bilíngues é a alternância de línguas (emmorey et al.,
2005; lillo-martin et al., 2010; odlin, 2009; williams; hammarberg,
1998). Neste trabalho, estamos investigando a alternância da
língua portuguesa oral com a língua de sinais brasileira – Libras,
numa mesma cadeia enunciativa, com o objetivo de identificar
e analisar o uso dessa alternância na fala de uma criança e de
um adulto (ambos ouvintes, filhos de pais surdos), interagindo
em uma situação de bilinguismo intermodal, com interlocutores
surdos e ouvintes. A alternância de línguas, nesse caso, ocorre
quando se para de falar em português e se passa a sinalizar. O
presente trabalho se caracteriza como um estudo inicial, com
análise qualitativa de dados. Fazem parte do nosso corpus nove
sessões de interações em Libras e em português oral, gravadas
em vídeo, pertencentes ao Projeto Desenvolvimento Bilíngue
Bimodal da UFSC. Os dados revelam que as características da
alternância de línguas pelo adulto e pela criança parecem ter
semelhanças e diferenças. O sujeito adulto parece ter feito uso
da alternância mais preocupado com o curso da interação. A
criança, por sua vez, não parece tê-la usado com propósitos
pragmáticos específicos. Quanto à extensão das alternâncias,
pode-se perceber que tanto a criança quanto o adulto utilizaram
enunciados maiores do que uma única palavra isolada. O papel
dos interlocutores parece ter sido decisivo nas interações aqui
investigadas – especialmente nas do adulto, já que a criança
ainda está em processo de tomada de consciência do papel do
interlocutor na interação.
* [email protected]
** [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
105
An analysis of code-switching in bimodal bilinguals
(Brazilian Sign Language and Portuguese)
Aline Nunes de Sousa*, Ronice Müller de Quadros**
Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
An interesting linguistic phenomenon that happens in the
interaction among bilingual people is code-switching (emmorey et
al. 2005; lillo-martin et al. 2010; odlin, 2009; williams; hammarberg,
1998). In this paper, we are investigating code-switching among
oral Brazilian Portuguese and Brazilian Sign Language – Libras, in
the same enunciative chain, intending to identify and analyze the
use of code-switching in the speech of a child and of an adult (both
hearing from deaf parents), interacting in an intermodal bilingual
context, with deaf and hearing interlocutors. Code-switching in
languages, in this case, occurs when a person stops to speak in
Portuguese and he/she alternates to sign. The present research
is an exploratory study with qualitative analysis. Our corpus is
composed of nine sections of interactions in Libras and oral
Brazilian Portuguese, recorded in video, part of the Bimodal
Bilingual Development Project data, at UFSC. The data shows that
adult and child’s characteristics of code-switching seem to have
similarities and differences. The adult seems to be more worried
about the course of the interaction when she switches. On the
other hand, the child did not seem to use code-switching for
specific pragmatic reasons. In regard to the switching extension,
we noticed that both the child and the adult used more than one
word sentences. The role of the interlocutors seems to be decisive
in the interactions investigated here – especially the ones with
the adult, since the child is still acquiring awareness about the
role of the interlocutor in an interaction.
* [email protected]
** [email protected]
106
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Instrumentos lingüísticos tecnológicos
de gramatização das línguas de sinais:
sistema SignWriting
Marianne Rossi Stumpf*
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo
Como instrumento simbólico, a escrita de sinais pode ser o suporte
cognitivo fundamental que está faltando aos surdos para tornar sua
educação um processo racional e efetivo. As investigações psicogenéticas da aprendizagem da escrita e da leitura que tiveram início
em fins da década de 70 fizeram com que as propostas didáticas, a
partir de então, estivessem centradas em fazer da criança e da classe
escolar sujeitos ativos, participantes e protagonistas do processo de
aprendizagem. A lectoescrita requer um envolvimento autônomo e
ativo com o texto impresso e destaca o papel do indivíduo no gerar,
receber e atribuir interpretações independentes às mensagens. A
criança vai à escola principalmente para aprender a ler e escrever. É
coerente que a criança que usa a língua de sinais possa aprender a ler
e escrever nessa mesma língua. A língua é a face mais visível de uma
cultura. A língua de sinais é parte da cultura surda que compreende
ainda outros fatores. Desde que comecei a trabalhar com a escrita
das línguas de sinais utilizando o sistema SignWriting, adaptado à
libras em 1996, essa escrita tornou-se cada vez mais mencionada
e pesquisada, não só no Brasil mas em um grande número de
países, onde o ressurgimento da visibilidade das pessoas surdas
pelo reconhecimento de suas línguas, tem apontado como caminho
natural a busca de uma escrita para essas línguas. Esse crescimento
não tem acontecido apenas por razões políticas, muito mais, por
razões empíricas. Conformes com os resultados das pesquisas que,
quando focadas na aquisição da escrita de sinais mostram muito mais
resultados positivos do que negativos. A aprendizagem da escrita
dos sinais, comprovadamente, permite aos surdos a realização de
processos metacognitivos e aperfeiçoamento dos conhecimentos
sobre sua própria língua. Os sistemas de escrita existentes destinados
a representar as línguas de sinais mostraram muitas falhas. O sistema
SignWriting parece ser o melhor sistema entre os existentes, visto que
apesar de sua aparente complexidade, parece ser fácil de usar por
usuários treinados surdos embora necessite muitas melhorias . Os
conceitos de interlíngua e de construção criativa permitem supor que
abordagens mais eficientes que incluam um melhor conhecimento da
língua natural, ancorada em sua escrita, possa aumentar o acesso
do surdo também à língua oral de seu país em sua forma escrita.
Referências
1.
Quadros, r. 2000.. Alfabetização e o ensino da língua de sinais. Textura,
Canoas, 3, 53-62.
2.
Calgliari, luiz. 2002.Alfabetização & Linguística. São Paulo: Editora Scipione,.
3.
Capovila, f. Raphael, W. 2001.Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue
Língua de Sinais Brasileira – VOL. II: M a Z, USP.
4.
Chomsky, N. Language and Responsibility. 1979. New York, Pantheon,
Trad. Fr. Langue linguistique politiqye: dialogues avec Mitsou Ronat,
Paris, Flammarion, I Ed. 1977.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
107
Aspects of reading and signwriting: case studies
with deaf students of basic education
and deaf and hearing university
Marianne Rossi Stumpf*
Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
The signwriting is a system that records the sign language as
the first language used by deaf people and so can be called, in
some cases, the second language used by hearing individuals.
The development general goal of the research is to identify the
elements that compose the comprehension and production of
texts in signwriting, which contributed to the preparation of this
dissertation. There were six specific objectives in this research:
(1) compare children who are learning to read and write in sign
language with adult college students learning to read and write
in Sign Language, (2) compare deaf and hearing college students
who are learning to read and write the Sign Language, (3) identify
the elements that constitute the reading of a written sign(hand
configurations, movements, non-manual marking, the marking of
space, punctuation), (4 ) to identify which elements are produced
in a written sign, (5) analyze the relationship of phonological
awareness with the signwriting texts production, (6) analyze the
structure of a text produced in signwriting considering aspects of
cohesion and coherence. These goals contribute to the learning
of that referred writing and reading, as well in the analysis of the
observations and researches conducted through questionnaires
administered in the mentioned categories, while in the classroom.
From the results obtained, we identified important elements such
as: text organizing, facilitating communication of readers, relevant
answers, and especially the creative output of each individual which
contributed to achieve the main specific goal of this dissertation,
that is the form and method of the ludic to be adopted in the
literacy of people in “SignWriting.”
References
1.
Quadros, r. 2000.. Alfabetização e o ensino da língua de sinais. Textura,
Canoas, 3, 53-62.
2.
Calgliari, luiz. 2002.Alfabetização & Linguística. São Paulo: Editora
Scipione,.
3.
Capovila, f. Raphael, W. 2001.Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue
Língua de Sinais Brasileira – VOL. II: M a Z, USP.
4.
Chomsky, N. Language and Responsibility. 1979. New York, Pantheon,
Trad. Fr. Langue linguistique politiqye: dialogues avec Mitsou Ronat,
Paris, Flammarion, I Ed. 1977.
* [email protected]
108
Cad e rn o s d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq ui s i çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 13
Desenvolvimento bilingue bimodal de crianças
surdas com implantes cocleares:
estudo longitudinal de vários casos
Ritva Takkinen*
Department of Languages / Sign Language Centre, University of Jyväskylä, Finland
Resumo
Nesta comunicação discute-se a aquisição bilingue bimodal de
crianças surdas com implantes cocleares. Os pais das crianças
que participaram no estudo iniciaram a aprendizagem da língua
gestual após ser diagnosticada a perda auditiva das crianças.
Depois das crianças terem recebido o implante coclear, iniciaram
a aprendizagem da língua oral. Após a implantação, os pais
utilizaram em casa mais a língua oral que a língua gestual, embora,
a língua gestual fosse utilizada em determinadas situações, e
frequentaram 3 a 4 vezes por ano um programa de língua gestual.
Este é um estudo longitudinal que acompanha as mudanças
das capacidades da linguagem e da comunicação, e o uso das
línguas no ambiente das crianças. Esta comunicação apresenta o
percurso de desenvolvimento durante um período de cinco anos e
responde às questões: Como é que duas línguas de modalidades
diferentes se desenvolvem em crianças com implantes cocleares?
Que tipo de características individuais são detetadas no período
de desenvolvimento durante os cinco anos? Que tipo de fatores
parecem afetar o desenvolvimento em cada criança?
As idades das crianças durante este período de acompanhamento foram: 7;06 -12;06, 4;06 – 9;03, e 2;09 – 7;06. Os
dados em FinSL (Língua Gestual Filandesa) foram recolhidos
com recurso a filmagens de conversas entre a criança e o adulto
surdo gestuante nativo, e os dados recolhidos na língua finlandesa
resultam de filmagens entre a criança e o adulto ouvinte falante
nativo de finlandês. Os dados da língua gestual foram anotados
com o programa ELAN e os dados do finlandês com o CLAN. A
análise incidiu sobre os seguintes aspetos de ambas as línguas:
vocabulário, extensão dos enunciados, flexão verbal e nominal,
articulação, compreensão da fala/gesto do adulto e interação.
Após cinco anos de acompanhamento, as duas crianças
mais velhas não apresentavam nenhuma das línguas a um nível
normal para a sua idade. O finlandês mostrou ser a língua mais
forte, embora as crianças tenham demonstrado ter boas capacidades comunicativas em FinSL. Na terceira criança, a mais
nova, o finlandês desenvolveu-se com normalidade, mas as suas
capacidades de compreensão e de comunicação em FinSL eram
fracas, correndo o risco de se perderem.
Serão discutidos com maior pormenor fatores de ambiente
linguístico, como também outros aspetos que afetem o desenvolvimento de cada língua.
* [email protected]
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109
Bimodal bilingual development of deaf children with
a cochlear implant: a longitudinal multi-case study
Ritva Takkinen*
Department of Languages / Sign Language Centre, University of Jyväskylä, Finland
Abstract
This paper discusses the bimodal bilingual acquisition of deaf
children using a cochlear implant. The parents of the children who
participated the research started to study sign language after the
hearing loss of their child was diagnosed. After the children received
cochlear implants the children have also started to acquire a spoken
language. After the implantation, the parents have focused more
on spoken language signing at home, however, they have still
used sign language in certain situations and attended to a sign
language project 3 to 4 times a year. This is a longitudinal study
that follows the changes of the language and communication
skills, and also the use of these languages in the environment of
these children. This paper presents the course of development
during the period of five years and answers the questions: How
do the two languages of different modalities develop beside
each other in children with CI? What kind of individual features
are seen in the course of development during five years? What
kind of factors seem to affect the development in each child?
The ages of the children during this follow-up were 7;6 – 12;6,
4;6 – 9;3, and 2;9 – 7;6. The language data for FinSL were
collected by videotaping the discussions between the child and
a deaf adult native signer, and the language data for Finnish were
collected by videotaping discussions between the child and a
hearing adult native speaker of Finnish. The sign language data
ware annotated by ELAN program and the data for Finnish by
CLAN. The analysis focused on the following aspects in both
languages: vocabulary, the length of utterances, the inflection
of verbals and nominals, articulation, comprehension of adult’s
speech/signing, and interaction.
After five-year follow-up, for the two oldest children, neither
of the languages was at the normal age level. Finnish was the
stronger language but also in FinSL both of the children had
fairly good communicative skills. For the third, the youngest
child, Finnish was normally developed. Her comprehension and
communication skills of FinSL were weak, and there is a risk of
her losing the signing skills altogether.
In the presentation, also the factors in the linguistic environment
as well as other factors affecting the development of each language
will be discussed more closely.
* [email protected]
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O caminho para a aprendizagem da língua
é icónico: evidências da Língua Gestual Britânica
Robin L. Thompson*, David Vinson, Bencie Woll, Gabriella Vigliocco
Deafness, Cognition and Language Research Centre, Cognitive, Perceptual and Brain Sciences Research Department, UCL, London
Resumo
As línguas são sistemas altamente complexos que, no entanto,
a maioria das crianças adquire com facilidade e na ausência de
instrução formal. A ligação arbitrária entre a forma de uma palavra
e o seu significado, geralmente considerada como uma característica universal da linguagem, aparece como uma característica
particularmente desafiadora da aquisição. Arbitrariedade significa
que a criança a adquirir uma língua deve resolver o problema
de como mapear palavras, símbolos convencionados que não
estão significativamente relacionados com o mundo, para a
experiência humana ou significado. No entanto, mapeamentos
icónicos (não-arbitrários) entre as propriedades do significado e
as características fonológicas das formas das palavras também
estão amplamente presentes em todas as línguas, especialmente
nas línguas gestuais. Embora investigações recentes tenham
revelado um papel para a iconicidade do gesto no processamento
da linguagem, investigação sobre o papel da iconicidade no
desenvolvimento da língua gestual tem sido variada.
No presente estudo examinámos até que ponto a iconicidade
desempenha um papel na determinação de que gestos as crianças
mais novas (11-30 meses) compreendem e produzem. Analisámos
uma grande amostra de relatos parentais (apenas de pais surdos)
sobre a produção e compreensão de gestos de crianças surdas
através do Inventário de Desenvolvimento Comunicativo (CDI,
Woolfe, Herman, Roy, Woll, 2010) da Língua Gestual Britânica
(BSL). Os resultados revelam que a iconicidade facilita a aprendizagem da língua gestual desde o início do desenvolvimento, tornando
os gestos icónicos mais fáceis de aprender. Mais especificamente,
a iconicidade prevê a compreensão e produção precoce do
gesto, mesmo tendo em conta a familiaridade, a complexidade
fonológica, transposição para imagem, características concretas, e
o tipo de etiquetas que as crianças adquirem interlinguisticamente
(usando dados do inglês britânico CDI, Hamilton et al., 2000).
As ligações icónicas entre a nossa experiência percetivo-motora
do mundo e a forma de um gesto provavelmente fornecem um
mecanismo de imitação que sustenta a aquisição gestual precoce
(i.e., destacando a semelhança motora e percetiva entre ações e
gestos, tal como o gesto BEBER que é produzido pela inclinação
de uma mão curvada para a boca, simulando o movimento de
segurar um copo e beber a partir dele). É importante ressaltar
que estes resultados da língua gestual também podem ser
aplicados às línguas orais, onde gestos não linguísticos, tom de
voz, flexão e comunicação face-a-face podem ajudar a tornar a
ligação entre as palavras e os seus significados menos arbitrária.
Sugerimos que, apesar do foco tradicional na arbitrariedade da
língua, a iconicidade é também uma propriedade fundamental
de todas as línguas, proporcionando estruturas (um meio termo)
que ligam a “grande divisão” entre forma linguística e experiência
física para a aprendizagem tanto de uma língua gestual como
de uma língua oral.
Referências
1.
Hamilton, A., Plunkett, K., & Schafer, G. (2000). Infant vocabulary development assessed with a British Communicative Development Inventory.
Journal of Child Language, 27, 689–705.
2.
Woolfe, T., Herman, R., Roy, P., Woll, B. (2010). Early vocabulary development in deaf native signers: a British Sign Language adaptation of the
communicative development inventories. Journal of Child Psychology,
51, 322-331.
* [email protected]
Cade rnos d e S a ú d e  Vo l u m e 6  Aq u i si çã o d a s L í n g ua s G es tua i s / S i g n La n g ua g e Acq ui s ti o n  2 0 1 3
111
The road to language learning is iconic:
evidence from British Sign Language
Robin L. Thompson*, David Vinson, Bencie Woll, Gabriella Vigliocco
Deafness, Cognition and Language Research Centre, Cognitive, Perceptual and Brain Sciences Research Department, UCL, London
Abstract
Languages are highly complex systems that, nonetheless, most
children acquire easily and in the absence of formal instructions.
The arbitrary link between a word’s form and its meaning, generally
considered to be a universal feature of language, appears as a
particularly challenging feature of acquisition. Arbitrariness means
that a child acquiring a language must solve the problem of how
to map words, conventionalized symbols that have no meaningful
links to the world, onto human experience or meaning. However,
iconic (non-arbitrary) mappings between properties of meaning
and phonological features of word forms are also widely present
across languages, especially signed languages. While recent
research has shown a role for sign iconicity in language processing,
research on the role of iconicity in sign language development
has been mixed.
In the present study we examined the degree to which iconicity
plays a role in determining which signs very young children (11-30
months) comprehend and produce. We analysed a large sample
of parental reports (from deaf parents only) of deaf children’s sign
production and comprehension from the British Sign Language
(BSL) Communicative Development Inventory (CDI, Woolfe, Herman, Roy, Woll, 2010). The results show that iconicity facilitates
sign learning from early development, rendering iconic signs
easier to learn. More specifically, iconicity predicts early sign
comprehension and production even taking into account familiarity,
phonological complexity, imagability, concreteness, and the type of
labels children acquire cross-linguistically (using data from British
English CDI, Hamilton et al. 2000).
The iconic links between our perceptual-motor experience
of the world and the form of a sign likely provide an imitative
mechanism to support early sign acquisition (i.e., highlighting
motor and perceptual similarity between actions and signs such
as the sign DRINK which is produced by tipping a curved hand
to the mouth simulating holding a cup and drinking from it).
Importantly, these results from sign language can also be applied
to spoken languages, where gestures, tone of voice, inflection,
and face-to-face communication can help make the link between
words and their meanings less arbitrary. We suggest that despite
the traditional focus on arbitrariness in language, iconicity is also
a fundamental property of all languages, providing scaffolding (a
middle-ground) to bridge the “great divide” between linguistic
form and bodily experience for both sign language and spoken
language learners.
References
1.
Hamilton, A., Plunkett, K., & Schafer, G. 2000. Infant vocabulary development assessed with a British Communicative Development Inventory.
Journal of Child Language 27, 689–705.
2.
Woolfe, T., Herman, R., Roy, P., Woll, B. 2010. Early vocabulary development in deaf native signers: a British Sign Language adaptation of the
communicative development inventories. Journal of Child Psychology
51, 322-331.
* [email protected]
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Aspectos da leitura e escrita de sinais:
estudos de caso com alunos da educação básica
e de universitários e ouvintes
Débora Campos Wanderley*
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo
A escrita de sinais, SignWriting, é um sistema de escrita que
registra a língua de sinais, como primeira língua usada por sujeitos
surdos e assim pode-se denominar, em algumas vezes, a segunda
língua usada por sujeitos ouvintes. O desenvolvimento do objetivo
geral da pesquisa é identificar os elementos que constituem a
compreensão e a produção dos textos em escrita de sinais,
os quais contribuíram para a elaboração desta dissertação. Os
objetivos específicos desta pesquisa foram seis: (1) comparar
crianças, que estão aprendendo a ler e escrever a Língua de
Sinais, com adultos universitários aprendendo a ler e escrever
Língua de Sinais; (2) comparar surdos e ouvintes universitários,
que estão aprendendo a ler e escrever a Língua de Sinais; (3)
identificar quais os elementos que constituem a leitura de um sinal
escrito (as configurações de mãos, os movimentos, a marcação
não-manual, a marcação do espaço, a pontuação); (4) identificar
quais os elementos que são produzidos em um Sinai escrito; (5)
analisar a relação da consciência fonológica com a produção dos
textos escritos em sinais; (6) analisar a estrutura de um texto
produzido em escrita de sinais considerando aspectos da coesão
e da coerência. Tais objetivos contribuíram para o aprendizado
das pesquisas realizadas através de questionários, aplicados nas
citadas categorias, em sala de aula. A partir dos resultados obtidos,
foram identificados importantes elementos, como: organização
de textos, facilitadores de comunicação dos leitores, respostas
relevantes e, principalmente, a produção criativa de cada sujeito
que contribuiu para alcançar o principal objetivo específico desta
pesquisa, ou seja, a forma e o método do lúdico a ser adotado
na alfabetização de pessoas em “Escrita de Sinais”
Referências
1.
Quadros, R. 2000. Alfabetização e o ensino da língua de sinais. Canoas:
Textura n.3, 53-62.
2.
Calgliari, L. 2002. Alfabetização & Linguística. São Paulo: Editora Scipione.
3.
Capovila, F. Raphael, W. 2001. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue
Língua de Sinais Brasileira. VOL. II: M a Z, USP.
4.
Chomsky, N. 1977. Language and Responsibility. New York, Pantheon,
1979. Tradução. Francesa de Langue linguistique politiqye: dialogues avec
Mitsou Ronat. Paris, Flammarion, I Ed.
* [email protected]
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Aspects of reading and signwriting:
case studies with deaf students of basic education
and deaf and hearing university
Débora Campos Wanderley*
Mestre de Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
Signwriting is a system that records sign language as the
first language used by deaf people and so it can be called, in
some cases, the second language used by hearing individuals.
The general goal development of the research is to identify the
elements that compose the comprehension and production of
texts in signwriting, which contributed to the grounding of this
dissertation. There were six specific objectives in this research:
(1) compare children who are learning to read and write in sign
language with adult college students learning to read and write
in Sign Language, (2) compare deaf and hearing college students
who are learning to read and write Sign Language, (3) identify
the elements that constitute the reading of a written sign (hand
configurations, movements, non-manual marking, the marking of
space, punctuation), (4) to identify which elements are produced
in a written sign, (5) analyze the relationship of phonological
awareness with the signwriting texts production, (6) analyze the
structure of a text produced in signwriting considering aspects of
cohesion and coherence. These goals contributed to the learning
of that referred writing and reading, as well as the analysis of the
observations and researches conducted through questionnaires
administered in the mentioned categories, while in the classroom.
From the results obtained, we identified important elements
such as: text organization, facilitating communication of readers,
relevant answers, and especially the creative output of each
individual which contributed to achieve the main specific goal of
this dissertation, that is the form and method of the ludic to be
adopted in the literacy of people in "SignWriting."
Keywords: Writing. Reading. Phonological Awareness. Textual
process.
References
1.
Quadros, R. 2000. Alfabetização e o ensino da língua de sinais. Canoas:
Textura n.3, 53-62.
2.
Calgliari, L. 2002. Alfabetização & Linguística. São Paulo: Editora Scipione.
3.
Capovila, F. Raphael, W. 2001. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue
Língua de Sinais Brasileira. VOL. II: M a Z, USP.
4.
Chomsky, N. 1977. Language and Responsibility. New York, Pantheon,
1979. Tradução. Francesa de Langue linguistique politiqye: dialogues avec
Mitsou Ronat. Paris, Flammarion, I Ed.
* [email protected]
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