somos Revista para os profissionais do Grupo Telefônica no Brasil [ Nº 14 / março - abril 2011 ] Doação Cíntia Valadares: “Doar sangue é um gesto digno” Nós Somos Rogério Oliveira Castro vence a gula no ringue de boxe NÓS BLOGAMOS Com farta dose de dedicação, nossos colegas mantêm seus blogs ativos e agora seguem cartilha sobre como navegar com responsabilidade TelefônicaSonidos Dominguinhos revela quem será seu herdeiro musical bravo! somos nesta edição Revista para os profissionais do Grupo Telefônica no Brasil PUBLICAÇÃO Diretoria de Comunicação Corporativa Gerência de Comunicação Interna COORDENAÇÃO EXECUTIVA César Rua [email protected] EDITOR Ylton Amaral (Mtb 5.409) [email protected] PRODUÇÃO EDITORIAL LBT Produções [email protected] REDAÇÃO Ylton Amaral Francisco Fukushima (LBT) Márcia Vaisman (LBT) Rogério Henrique Jönck (revisão) COLABORADORES Thiago Grandjean (direção de arte – LBT) Carlos Della Rocca (fotografia) Denis Ribeiro (fotografia) Marco Azevedo (ilustração capa) Rosangela Petta Leandro Vieira IMPRESSÃO Eskenazi [email protected] Endereço da Redação: Rua Martiniano de Carvalho, 851 – 16º andar 01321-001 – São Paulo – SP Telefone: 11 3549-7475 carta aos leitores 3 investimento 4 g15 5 voluntários 6 capa 8 artigo 12 campanha 13 patrocínio 14 talentos 16 Leonardo, filho de Vanessa, é medalhista de xadrez… (16) nós somos18 comportamento 20 solidariedade 23 24 lado b Nova campanha contra a exploração sexual infantil… (13) carnaval somos 2 …Renata já se apresenta em restaurantes (24) 26 artigo 28 cartão postal 29 ensaio 30 Envie sugestões para: [email protected] Veja a SOMOS digital na intranet corporativa Galápagos, no ensaio de André Maier… (30) carta aos leitores Janelas abertas para a web Há pouco mais de dois anos, quando lançamos a SOMOS brasileira, encaramos o desafio de fazer uma capa sobre a nova Comunicação Interna, quando anunciávamos novos tempos dentro da empresa. Agora, retomamos o assunto na capa para apresentarmos os nossos colegas blogueiros, tendo como o mote mais uma mostra de transparência da nossa empresa: a possibilidade de se compartilhar notícias do Grupo Telefônica nas redes sociais. Um avanço comemorado por todos os que têm Facebook e Twitter. Aliás, quem circulou também nas ondas dessa nova mídia foi o sanfoneiro Dominguinhos, atração do TelefônicaSonidos em março, e que falou com exclusividade para a SOMOS, afirmando, entre outras coisas, ter trabalhado como motorista do saudoso Luiz Gonzaga. Um bate-papo cheio de boas revelações. Por falar em revelações, a reportagem sobre tatuagem também conta as histórias que se escondem atrás de flores, estrelas e dragões tatuados na pele das nossas colegas. Uma moda que ultrapassou os domínios masculinos e agora lota estúdios em todo o País. Vale a pena ainda conhecer os colegas, para quem a Quarta-feira de Cinzas não é hora de guardar a fantasia. Para eles, o carnaval merece um espaço generosos em suas agendas durante os 365 dias do ano. somos 3 investimento Alierta anuncia investimentos O presidente mundial do Grupo Telefônica, César Alierta, esteve no final de março passado com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para anunciar investimentos da ordem de R$ 24,3 bilhões no Brasil durante os próximos quatro anos (2011-2014). O presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Antonio Carlos Valente, também participou da reunião. Os recursos serão aplicados na modernização e expansão de redes e lançamento de produtos e serviços inovadores em telefonia e banda larga nas tecnologias fixa e móvel, TV por assinatura (incluindo redes de fibras ópticas domiciliares), principais setores de atuação do Grupo Telefônica no País. O investimento inclui também aquisições de licenças para operação. oferta somos 4 Nestes doze primeiros anos no Brasil (1998-2010), o investimento do Grupo no País atingiu R$ 57,4 bilhões. Assim, os recursos aportados no Brasil atingirão os R$ 82 bilhões até 2014, mantendo a Telefônica entre os maiores invescultura plataformas cliente tidores privados no País ao longo de quase duas décadas. g15 Converse com os diretores oferta plataformas cliente Dois executivos finalizam a série de entrevistas, onde respondem a dúvidas de profissionais de diversas áreas da Telefônica SP. Uma das estratégias do Segmento Empresas é conhecer melhor as ações de sustentabilidade da Telefônica e repassá-las aos nossos clientes. Qual ação ou ações o senhor tomaria de imediato e a longo prazo, visando reforçar estas estratégias? (Priscila Andreia Santana, CRSO) Vladimir Barbieri, diretor do Segmento Empresas – Priscila, a nossa primeira ação com relação aos empregados foi apresentar na Reunião Mensal de Resultados as ações que o Grupo Telefônica já executou. Com relação aos clientes, divulgamos o Informe de Responsabilidade Corporativa para um mailing específico da carteira do segmento. Uma segunda frente é listar todas as solicitações das RFPs para que possamos priorizar as próximas ações de sustentabilidade que serão adotadas pela empresa, em parceria com a área responsável por essas ações. Além disso, hoje já vendemos produtos TI Verde, como Telepresença, Virtualização de documentos e Web Conference. A partir de 2011, pretendemos adotar em todas as comunicações que impactam os clientes mensagens, posicionando esses produtos como sustentáveis e detalhando seus benefícios. Com relação aos empregados, desenvolveremos um material específico para Força de Vendas para que eles tenham na ponta da língua todas as ações de sustentabilidade e possam transmiti-las aos seus clientes. Além disso, temos programas que propiciam participação efetiva dos empregados, estimulando o engajamento necessário para fortalecer a construção de nosso projeto. Priscila Genilda Vladimir Renan De que forma a Telefônica está atuando para minimizar os riscos e garantir a qualidade dos novos lançamentos, tanto de produtos como de serviços? (Genilda Verice, BackOffice) Renan Leal, diretor de Estratégia, Qualidade e Atacado – Cara Genilda, existem grandes avanços na gestão da Telefônica. Em primeiro lugar, a empresa transformou completamente seu processo, que passou a funcionar por meio de uma ferramenta sistêmica de colaboração (workflow) que garante a aprovação formal de todas as áreas relevantes. Em segundo lugar, reforçou o funcionamento do Comitê de Aprovação de Produtos e Serviços para garantir que nenhuma promoção ou lançamento chegue ao mercado em desacordo com nossas aspirações de qualidade. Finalmente, um dos 10 Projetos Estratégicos da Telefônica em 2010, o “Melhoria de Contas”, liderado por Márcio Fabris, que tem a missão de garantir níveis de excelência no número de reclamações em conta de nossos clientes. Estes avanços estão realmente apresentando resultados excelentes de satisfação de nossos clientes. somos 5 cultura voluntários Veias solidárias Colegas falam da satisfação de doar sangue e de até salvar vidas. Diferentemente da maioria dos jovens, que espera ansiosamente completar 18 anos para ter sua Carteira Nacional de Habilitação, a analista de marketing da Telefônica, Cíntia Gomes Valadares, tinha outro motivo para contar os dias até atingir a maioridade: “Queria doar sangue”. Estranho? Não para ela, que desde pequena via a mãe frequentemente estender o braço para beneficiar amigos e até desconhecidos que precisavam de transfusão. “Esta vontade de imitar a minha mãe era muito forte”, recorda. Ao completar 18 anos, não perdeu tempo, e foi a um hemocentro, acompanhada pela mãe, que até hoje é doadora assídua. Mesmo passados 13 anos, Cíntia não se esqueceu da emoção e da ansiedade da primeira vez. “Toda pessoa deveria passar por esta experiência. É um gesto digno. Devemos pensar que, como hoje muitas pessoas precisam do nosso sangue, amanhã nós também poderemos necessitar. Então, a ajuda ao próximo deve começar agora”, propõe. Nem todos, lamentavelmente, pensam assim. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a média da população doadora de sangue deve estar entre 3% e 5% em relação ao total de habitantes no mundo. No Brasil, a média é de 1,8% da população, enquanto países, como Canadá e Inglaterra, já atingiram mais de 5%. Atualmente, no Brasil, são coletadas por ano – em média – 3,5 milhões de bolsas de sangue, segundo o Ministério da Saúde. Dados da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan) somos 6 revelam que, de cada 10 doadores, apenas três colaboram espontaneamente. Os demais doam a pedido de amigos, familiares ou conhecidos que precisam de transfusão. O programa Voluntários Telefônica promove ações de doação de sangue ao longo do ano. Felizmente, nem tudo está perdido: o brasileiro só não é doador frequente devido à falta de informação sobre a importância e a necessidade da doação, além da ausência de motivação e de uma cultura de doação regular, segundo os estudos. “Acho gratificante doar sangue porque é uma forma anônima de ajudarmos as pessoas que necessitam”, opina Raul Buzato Júnior, consultor econômico-financeiro da Telefônica, onde trabalha desde 1989. Ele informa que, ao longo dos últimos cinco anos, procura doar entre três e quatro vezes (limite máximo para os homens) a cada 12 meses. Vale lembrar que o aumento da demanda por sangue se deve não só às cirurgias médicas e ao atendimento de feridos em acidentes de trânsito, mas também aos casos de transplantes de órgãos. No ano passado, o número de transplantes e, por consequência, de doadores de órgãos aumentou 14% em relação a 2009. Balanço divulgado em março último pelo Ministério da Saúde mostra que o número de doadores efetivos (falecidos) de órgãos passou de 1.658 em 2009 para 1.896 no ano passado. Foi assim, para atender ao pedido do hospital que precisava de 25 doadores para reposição do san- voluntários Quer ser doador? • O voluntário deve procurar o hemocentro mais próximo; • Ter entre 18 e 65 anos de idade; • Ter peso acima de 50 quilos; • Apresentar documento com foto, válido em todo o território nacional; • O voluntário não deve ter diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade; • Não podem doar sangue: pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue (sífilis, AIDS, hepatite e doença de chagas); mulheres grávidas ou amamentando; usuários de drogas e as pessoas que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual – sem uso de preservativo. Recomendações • Não doe em jejum; • Faça repouso de no mínimo 6 horas na noite anterior à doação; • Evitar fumar por pelo menos duas horas antes da doação; • Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores; • Evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação. somos 7 Fonte: Coordenadoria Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde. gue no transplante de rins de uma prima, que a analista Keila Silva Souza, da Gerência de Planejamento e Estratégia da TeCíntia Gomes Valadares Raul Buzato Júnior Zilda Casagrande da Silva lefônica, se tornou doadora de sangue há 11 anos e recebeu até homenagem do Hospital das Clínicas pela impor- Portuguesa. Em Campinas, os beneficiados foram o tância da ação que realiza. A mais marcante, entre hospital da Unicamp e, na capital gaúcha, o Banco as três doações que faz anualmente, foi para sua de Sangue de Porto Alegre. própria mãe, que teve complicações em uma cirurgia e precisou de sangue. “Fiz imediatamente uma Assídua nas campanhas desde 2007, Zilda Casadoação diferente das habituais, pois a transfusão grande da Silva, secretária da Diretoria Geral da foi diretamente pra ela. Ficamos lado a lado, o que TGestiona, sabe de cátedra a importância de doar sangue. “Não existe desvantagem para quem doa. salvou a vida de minha mãe”, emociona-se. A vantagem está em saber que, por um gesto simOs bancos de sangue necessitam permanente- ples e rápido, podemos ajudar a salvar a vida de até mente de voluntários. “Nos períodos de férias três pacientes”, afirma Zilda, que procura sempre e do carnaval, os doadores se afastam de suas incentivar as pessoas a se tornarem doadoras. atividades normais, e as doações caem. Daí a necessidade de chamar a atenção das pessoas para É também o que Raul Buzato procura fazer entre se programarem para doar antes de viajar”, lem- amigos e colegas de trabalho. “Acho que deveriam bra Guilherme Genovez, coordenador nacional de ser realizadas palestras em todas as áreas de emSangue e Hemoderivados, do Ministério da Saú- presa para esclarecer dúvidas e desmistificar alde. Foi por isso que o programa Voluntários Tele- guns mitos que rondam a doação de sangue”, sugefônica, da Fundação, realizou durante o período re. Para ele, é muito mais gratificante poder doar de que abrangeu o carnaval mais uma campanha de forma voluntária, sem ter um receptor conhecido, amigo ou parente, pois só fortalece aquele velho doação de sangue. ditado: “Faça o bem sem olhar a quem”. Graças a esta iniciativa, em São Paulo, entre outras instituições públicas e privadas, receberam as doaTexto: Francisco Fukushima (LBT) ções dos nossos colegas o Hospital das Clínicas, a Santa Casa de São Paulo e o Hospital Beneficência Fotos:Denis Ribeiro capa Meu post tá bombando Empregados abrem seus blogs para a SOMOS e a Telefônica SP cria opção na Intranet para o compartilhamento de notícias da empresa em redes sociais. Assim como “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, no planeta dos tuiteiros e blogueiros quem não está nas redes sociais deve se sentir um surfista fora d’água. Nossos colegas internautas sabem disso e grande parte deles já criou blogs, páginas e perfis. Entre posts e retuites, eles compõem o universo pesquisado pela empresa comScore, cujo resultado dá conta de que 85,3% dos internautas brasileiros estão presentes em redes sociais e 71% deles acessaram blogs em 2010, superando a média mundial de 50%. Não por acaso, no final de março, a Telefônica lançou o hotsite “Você e a Telefônica Conectados às Redes Sociais” (http://intranetcorporativa/ RedesSociais), com palestra de Marcelo Tas que reuniu mais de 500 empregados no auditório da Martiniano. Agora, as notícias da empresa podem ser compartilhadas no Twitter e no Facebook, via Intranet Corporativa. No entanto, por medida de segurança, vale a pena atentar para alguns cuidados a serem tomados (leia tabela nesta matéria) para uma navegação responsável. Uma boa dose de precaução não faz mal algum. Aliás, somos 8 recentemente, dois jornalistas da Folha de S. Paulo foram demitidos por postarem comentários no Twitter sobre o jornal. De resto, é só curtir a integração que as redes sociais proporcionam, uma vez que qualquer pessoa pode criar sua página na internet, tanto para disseminar suas opiniões e informações quanto para compartilhar fotos, vídeos, notícias e outros. “Encontrei no meu blog, criado em 2009, uma forma de expor minhas ideias, críticas, crônicas, músicas preferidas e, se possível, coisas interessantes, seja para quem lê ou somente para mim”, informa o jornalista e repórter fotográfico Ricardo Carelli, consultor de marketing e mídias sociais da Telefônica, com 45 anos de idade, oito dos quais na empresa. Se, por um lado, nosso colega opta por uma linha editorial eclética, mais parecendo com uma revista digital, por outro, há blogs com foco específico, como é o caso do criado, em janeiro de 2010, pela jornalista e analista de comunicação da Telefônica, Aline Siqueira, em parceria com capa Os 10 mandamentos I - Não mentir. Seja honesto e transparente. Mentiras são facilmente descobertas no mundo digital. II - Não fazer comentários preconceituosos. Mensagens com tom discriminatório são mal recebidas na rede e você pode responder na justiça por manifestações de racismo ou de ofensa. III - Não copiar. Se for reproduzir texto, foto ou vídeo de autoria de terceiros, faça-o apenas com autorização expressa e dando o devido crédito. Evite acusações de plágio. IV - Não brigar. Evite entrar em discussões públicas. Nunca desrespeite outros internautas, tampouco utilize palavrões ou linguajar ofensivo. V - Não expor detalhes íntimos. Seja criterioso antes de publicar informações pessoais, pois você pode fornecer informações de sua vida para criminosos. Igualmente temático é o blog de Leandro Naim Oviedo, gestor de viagens da TGestiona, que oferece conteúdo sobre viagens corporativas em português e espanhol. “Decidi criá-lo em maio de 2010 porque, além de trabalhar na área, constatei que existem muitos sites com notícias de turismo em geral, mas não havia um só de informações gerais de viagens corporativas”, explica, ao destacar que recebe, em média, 80 visitas diárias. Quem, por sua vez, estiver interessado no mundo fashion, encontrará dicas de moda, beleza e novidades da área no blog de Ligia Dantas Costa, assistente admistrativa da Telefônica, onde trabalha desde outubro de 2010. Ela conta que, em setembro passado, colocou o endereço no ar para fazer amizade, ensinando até como fazer automaquiagem. O resultado foi a conquista de 1.070 seguidores. “A meta, agora, é profissionalizar o blog para atrair anunciantes.” Afinal, o blog não é apenas espaço para compartilhamento.Quem souber explorar as oportunidades que a internet oferece, também poderá ganhar um dinheirinho extra, unindo o útil ao agradável. Francisco Fukushima (LBT) VII - Não criticar a empresa. Não publique comentários negativos sobre a Telefônica, seus produtos, serviços e marcas comerciais. Zele pela reputação da companhia para que seja melhor percebida pelos seus contatos. VIII - Não desrespeitar sua equipe. Manifestações que exponham insatisfação no trabalho são prejudiciais. Questione-se: eu gostaria que meu chefe e meus colegas de trabalho lessem esse tipo de conteúdo? IX - Não expor outras pessoas. Evite comentários sobre terceiros, em especial colegas de trabalho, parceiros comerciais ou pessoas da sua rede de relacionamento profissional. Zele pela sua reputação online. X - Não afetar o seu ritmo de trabalho. É sua função garantir que as atividades online não sejam prejudiciais às tarefas diárias. Utilize a internet para obter novos conhecimentos relacionados à sua área de atuação. somos 9 Fonte: http://intranetcorporativa/RedesSociais a amiga Marielly Campos. O blog “Ache um Job”, como o nome sugere, é dedicado a novas oportunidades de trabalho. “A ideia partiu da minha amiga, e eu topei na hora, pois sempre comentávamos e trocávamos e-mails a esse respeito. O objetivo é ajudar quem pretende se recolocar profissionalmente ou encontrar novas possibilidades de trabalho”, informa Aline, na empresa desde 2004. VI - Não divulgar informações confidenciais. Na Telefônica, você dispõe de informações privilegiadas. Zele pela confidencialidade de tudo que não foi anunciado oficialmente pela companhia. capa Follow Aline da Silva Azevedo Analista de marketing da Telefônica http://coisasdachica.blogspot.com Conteúdo: Textos & idéias, vídeos, imagens e músicas. Aline Siqueira Analista de comunicação da Telefônica http://acheumjob.blogspot.com Conteúdo: Classificados & oportunidades de trabalho. Felipe Barral Analista sênior da Telefônica http://felipebarral.com/ Conteúdo: Informações e dicas sobre redes sociais. Keila de Oliveira Assistente de Logística da Telefônica http://keworld.com.br Conteúdo: Informações e comentários sobre design, ilustrações, lançamentos de filmes, tecnologia, seriados e outros. Analista de sistemas da Telefônica http://lucianasampaio.wordpress.com Conteúdo: Compartilhamento de informação sobre TI, com vídeos e posts relacionados com desenvolvimento profissional . Luis Fernando Alves de Mello Gonçalves Consultor de marketing da TVA http://blogdougy.blogspot.com Conteúdo: Informações e vídeos de música, design, publicidade e outros. Anderson Costa Leandro Naim Oviedo Paulo Bento Bárbara Scarambone Leal Leonardo Rodrigues Renato Augusto Huard Mendes Machado Analista de marketing da Telefônica http://andersoncosta.net.br Conteúdo: Informações e ponto de vista sobre economia, política, carreira profissional, sustentabilidade e outros. Analista de marketing pleno da área de Internet da TVA http://fubap.org/boombop Conteúdo: Variedades musicais. Clayton Lisboa Khouri Analista de projetos sênior da Telefônica http://claytonkhouri.blogspot.com Conteúdo: Compartilhamento de informações para profissionais da área de TIC, de processos, continuidade de negócios e gestão do conhecimento. Siga a Telefônica Gestor de Viagens do Grupo, na TGestiona http://gestaodeviagens.blogspot.com Conteúdo: Informações sobre viagens corporativas, abrangendo cidades, agências, empresas, companhias aéreas, redes hoteleiras e outros. Analista de comunicação da Visão Prev http://www.skriba.com.br Conteúdo: Dicas de cursos ligados à área cultural, além de divulgar O Enigma da Bíblia, de autoria do próprio blogueiro. Ligia Dantas Costa Assistente administrativa da Telefônica http://ligiadiva.com.br Conteúdo: Dicas de moda, beleza e novidades da área. Quer manter seus amigos nas redes sociais conectados com o que acontece de mais importante na nossa empresa? Siga no Twitter @telefonicanaweb e curta no Facebook a nossa Fan Page facebook.com/telefonicanaweb. somos 10 Luciana Sampaio dos Santos Gerente da área de inteligência de rede da Telefônica http://bento11.wordpress.com Conteúdo: Relatos e notícias sobre ciclismo. Analista de negócios da Telefônica http://www.renatohuard.com.br Conteúdo: Variedades, como as tablaturas das músicas que o blogueiro coloca em seu canal do YouTube. Ricardo Carelli Consultor de marketing e mídias sociais da Telefônica http://ricardocarelli.wordpress.com Conteúdo: Informações e comentários sobre política, família, fotografia, fotojornalismo, carnaval, esportes, economia, ética e outros. capa Lendo com sons Deficiente visual, André Herculano criou blog para divulgar manuais que facilitam a vida de programadores cegos. Quem trabalha em TI convive diariamente com o desafio de estar permanentemente atualizado. As novidades da área não são poucas, nem raras. Agora, imagine-se na pele de um deficiente visual, que tem essa mesma necessidade, mas dificilmente encontra audiolivros em português ou títulos técnicos em braile. Foi pensando nessa carência que, em junho de 2010, o analista de sistema da Telefônica, André Herculano dos Santos, deficiente visual desde os primeiros anos de vida, decidiu criar um blog (http://poetasantos.wordpress.com) para divulgar manuais e apostilas que facilitam a vida dos programadores cegos. “Não tive muito apoio dos deficientes visuais nessa empreitada, talvez pela falta de divulgação, e achei melhor ampliar os objetivos do blog. Hoje, divulgo matérias, denúncias e orientações pertinentes aos cegos”, diz. O profissional, que trabalha na empresa desde agosto do ano passado, também conta um pouco de sua história na web, pois já apresentou muitas palestras sobre inclusão social do deficiente visual em faculdades. André informa que os visitantes do blog, nem todos cegos, dão retorno positivo e até apresentam novas ideias. Ele disponibilizou, por exemplo, os dois livros de poesia que escreveu – “Um passo para compreender”, de 1998, e “Repensar: O pensar e o agir”, de 2002 – para atender aos pedidos dos leitores. “Os livros nasceram das minhas reflexões acerca da sociedade, de sua exclusão, mas também da minha esperança por dias melhores. Pretendo lançar meu terceiro livro em breve”, anuncia. Para a manutenção do blog, ele gasta em média três horas por semana, praticamente o mesmo tempo que consome em leitura de outros sites. “O meu blog, por ser recente e também por ter ficado um bom tempo sem internet, ainda não teve divulgação massiva”, declara. Para navegar na web e atualizar, André usa o leitor de tela JAWS, software que sonoriza tudo aquilo que digita ou que percorre com as teclas, dispensando o uso do mouse. Esse programa, vendido por R$ 2,7 mil, é o mais popular do mercado, apesar da existência de versões similares gratuitas, como o NVDA. No entanto, segundo ele, muitos programas foram desenvolvidos fora do padrão e não permitem a sonorização de todo o conteúdo. O programa, por exemplo, não identifica imagens, que precisam vir acompanhadas de legenda para que o usuário compreenda o teor. Mesmo diante das dificuldades, André – que adora audiolivros de literatura, como os de Sidney Sheldon e Augusto Cure – conta que decidiu investir em TI porque começou a trabalhar com informática em educação, pois é formado em Pedagogia. Nesse trabalho, ele sentiu a necessidade de aprofundar o conhecimento, uma vez que pretendia criar alguns jogos para a educação de deficientes visuais. Foi isso que o levou a estudar análise de sistemas. “No começo até eu achava uma loucura, assim como os amigos”, conta. A família – pai, esposa e dois enteados – que mora em Santa Bárbara d’Oeste (SP), cidade em que nasceu e para onde viaja de ônibus todos os finais de semana, sempre o apoiou. Aos 31 anos, ele mora só numa pensão em São Paulo, vai ao trabalho de metrô sem ajuda de cão-guia, e se diz movido a desafios. “Mais apaixonado ficava pela profissão, à medida que surgiam as dificuldades. É assim até hoje. Sei que preciso me esforçar, pelo menos, o dobro em relação aos demais para dar produtividade e adaptar tudo o que necessito, mas é isso que me faz querer cada vez mais”, finaliza. Texto: Francisco Fukushima (LBT) Foto: Denis Ribeiro somos 11 artigo Síndrome de Foto: Mario Leite Odorico Paraguassu Rosangela Petta Foi divertido ver “O Bem Amado”, peça de Dias Gomes que fez sucesso como telenovela em 1973 e que a TV Globo transformou em microssérie em janeiro: lá vinha o palavroso Odorico Paraguassu, cuja mania de enfeitar as palavras descambava para os mais risíveis quiproquós linguísticos. Mas vamos ser honestos: quanta gente não sofre da síndrome de Odorico na hora de escrever? É comum perder a naturalidade e transformar o texto num trambolho incompreensível. E o problema é que cada vez mais somos obrigados a nos comunicar por escrito, sobretudo no trabalho, com e-mails. Se você tem esse tipo de dificuldade, saiba que escrever bem é questão de treinar. Para fazer um aquecimento, aí vão alguns princípios básicos: Objetividade. Não demore a entrar no assunto, vá logo ao que interessa já nas primeiras linhas. Um texto espichado, que enrola e não sai do lugar, passa a sensação de inconsistência, irrelevância – e o leitor desiste pela metade. Pense bem: quantas vezes você começou a ler o relatório anual, pulou todo o miolo e foi direto para a conclusão? Pois é. Interesse. Se quiser que alguém preste atenção no que você escreve, jogue fora as frases feitas. O lugar-comum é justamente isso, comum, tão comum que não chama atenção, passa batido, não desperta interesse. O que soa mais forte: “a maior performance de todos os tempos” ou “um lucro inédito de 34%”? Seja pontual, preciso, use números. E evite o excesso do uso do inglês (como brincou o escritor Humberto Werneck, “hoje em dia o coffee break é o único momento em que os executivos falam português”). somos 12 Economia. Para que montar uma fila interminável de palavras quando você pode se comunicar com poucas? Reduza um “Nós vamos estar enviando” para um brevíssimo “Enviaremos”, e acredite: além de certeiro, é mais elegante. Pratique a concisão lendo jornais, onde um título de poucas palavras resume toda a notícia; às vezes, uma única palavra: “Guerra”. Clareza. Palavras vagas e ambíguas são o caminho mais curto para o mal-entendido. É o que acontece, por exemplo, com “pesquisador”: trata-se do sujeito que coleta dados na rua ou de um cientista? Se for cientista, é um médico, físico, matemático? Procure a palavra específica, aquela que melhor se ajusta ao que você realmente quer dizer. Checagem. Muita gente usa palavras que desconhece – e passa vexame. Na dúvida, é melhor checar grafia e significado no velho e bom dicionário. Hoje, a falta de um dicionário à mão não é desculpa: há muitos disponíveis na internet. Leitura. Só existe um meio de melhorar o vocabulário: ler. Quem tem o hábito da leitura naturalmente amplia seu repertório de palavras e o conhecimento da gramática. Se você não costuma ler com frequência, comece aos poucos – uma ou duas reportagens de jornal por dia, um livro de contos ou de crônicas por semana, um romance curto de vez em quando. Logo você descobrirá o tipo de literatura que mais lhe agrada ou diverte. Taí, é uma ideia: que tal ler “O Bem Amado”? Rosangela Petta é jornalista, dramaturga e diretora da Oficina de Escrita Criativa, de cursos livres para escritores em formação e iniciantes (www.oficinadeescritacriativa.com.br). campanha Foto: Carlos Della Rocca Ladrões de sonhos Trinta cidades de São Paulo voltam em maio a assistir ao filme “Assalto” criado pela Young & Rubicam para a campanha publicitária que a Fundação Telefônica Jorge Iervolino lançou, em parceria com a Childhood Brasil, para sensibilizar a população sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes. Jorge Iervolino, que assina a direção de criação da campanha, ao lado de Mariângela Silvani e Rui Branquinho, VP de criação da Y&R, falou com exclusividade para a SOMOS sobre o filme, que pode ser visto na intranet corporativa. Como foi o processo de criação? Geralmente, o processo de criação começa com um briefing passado pelo cliente. Mas, como a gente sempre trabalha em sintonia com as necessidades do mesmo, muitas vezes, a agência até se antecipa ao pedido. A Young tem um grande orgulho do trabalho realizado até agora para a Fundação, e dar continuidade a ele sempre esteve na nossa pauta. Uma vez recebidas as novas diretrizes da comunicação, a equipe trabalhou em duas frentes: na criação dos roteiros, ao mesmo tempo em que buscava referências de estilos e técnicas para a animação. No final, chegamos a dois roteiros escolhidos, e o primeiro filme produzido foi o “Assalto”. Com um tema tão difícil, como foi a decisão de criar um desenho animado? A animação foi o formato utilizado na primeira fase da campanha, veiculada 5 anos atrás. Nos pareceu interessante manter o mesmo formato e estabelecer uma ligação com aquele momento, criando assim uma linguagem proprietária para a Fundação. Ele é rico e traz impacto para a mensagem porque une elementos opostos: utiliza a linguagem característica do universo infantil para passar uma mensagem séria e adulta. Quem é o público-alvo? Podemos dizer que nosso público-alvo são todos, essa é uma questão universal e, ao contrário do que muitas vezes imaginamos, atinge todas as classes. Quanto mais pessoas estiverem conscientes e atentas para a questão da exploração e abuso sexual da criança e do adolescente, maiores as chances de combater esse mal. Por que não se pensou em usar algum famoso? O uso de celebridades, apesar de largamente utilizado para chamar atenção para uma causa, muitas vezes tira o foco da mesma. No nosso caso, já tínhamos um histórico de sucesso usando a animação, que acabou tendo uma grande sinergia com a mídia impressa (onde usamos ilustrações com inspiração nos personagens). Portanto, nos pareceu mais do que pertinente continuarmos nesse caminho. O desenho tem um fundo um pouco escuro. Isso foi proposital? A luz do filme varia do começo ao fim, e isso foi proposital. A ideia é a de que, na medida em que os elementos relativos à infância das crianças vão sendo roubados, o cenário gradualmente adquire uma atmosfera mais sombria. No final, a luz volta a dominar o ambiente trazendo esperança, otimismo e alegria. Qual foi a participação da Childhood Brasil na decisão do roteiro? A Childhood Brasil nos deu toda a assessoria para que pudéssemos falar do tema com propriedade, e nesse processo nos ajudaram a chegar aos roteiros mais pertinentes. A trilha sonora remete ao som de caixinha de música. O objetivo é esse mesmo? A caixinha de música foi uma referência imediata, pois além de fazer todo o sentido quando falamos do universo infantil, com um tom alegre e pra cima, ela facilmente adquire um tom mais pesado, típico até de filmes de terror. Casou perfeitamente com a intenção e com o andamento do filme. somos 13 patrocínio No toque da Fazendo dueto com violino, Dominguinhos, aos 70 anos, arrebenta no palco do TelefônicaSonidos e confessa para a SOMOS quem será seu herdeiro musical. oferta plataformas cliente sanfona “Este cabra da peste é meu herdeiro artístico”, anunciou Luiz Gonzaga, o rei do baião, em 1957, apontando para o jovem Dominguinhos, o Neném, como até hoje o sanfoneiro é chamado por amigos e familiares. A profecia do velho Lua se confirmou, e aquele adolescente de 16 anos não só deu continuidade à obra do mestre, como também evoluiu e ampliou o legado da sanfona, passeando pelos mais diversos gêneros musicais. cultura Prova disso foi a dobradinha realizada com o violinista, compositor e arranjador Ricardo Herz na abertura do TelefônicaSonidos, desta vez dedicado ao jazz, no dia 27 de março, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O projeto inclui apresentações no mesmo local da cantora Fabiana Cozza, com músicas de Edith Piaf, em 17 de abril, e da norte-americana Carla Cook, um dos grandes nomes do jazz contemporâneo, no dia 29 de maio. A apresentação da dupla Dominguinhos e Herz, acompanhada pela Orquestra Jazz Sinfônica, também marcou a volta do pernambucano de Garanhuns ao palco. Ele teve princípio de enfarte e infecção urinária duas semanas antes de somos 14 comemorar 70 anos, em 12 de fevereiro último. Com a saúde totalmente restabelecida, o sanfoneiro recebeu a reportagem da SOMOS em seu apartamento do Morumbi, em São Paulo. Com simpatia e simplicidade nordestinas, contou um pouco sobre sua vida, seus projetos e a convivência mantida com o saudoso pai do baião, Luiz Gonzaga. Você abriu o projeto TelefônicaSonidos ao lado do Ricardo Herz. Já tocou outras vezes com orquestra sinfônica? Sim, muitas vezes, mas de jazz não. Foram três dias de ensaio. Uma experiência interessante porque reforça a importância da sanfona na música. Mas nem sempre foi assim. O instrumento perdeu espaço após a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Foi uma época difícil. A sorte mudou entre 1972 e 1973, quando recebi convite para acompanhar Gilberto Gil e Gal Costa no Midem (França). Acabei gravando o álbum Refazenda, do Gil, e a Gal me convidou para tocar no disco e no show Índia, pois ela substituiu o teclado pela sanfona. A partir daí, todos passaram a querer o acordeom. Tenho certeza que aquela entrada no grupo da Gal foi o marco do renascimento da sanfona. Por falar em sanfona, como você descobriu que a música seria o seu meio de sobrevivência? Foi natural porque o meu pai, Chicão, um agricultor, era sanfoneiro. Ele tocava nas festinhas e não se incomodava quando os filhos tocavam em seu instrumento. Meus pais tiveram 16 filhos. Seis morreram ainda pequeninos. Era a época em que se morria até com dor de barriga. Dos filhos, apenas três se interessaram pela música, e acabamos formando um trio: patrocínio Morais, o mais velho, na sanfoninha de oito baixos, eu no pandeiro e Valdomiro no melê. Eu tocava todo tipo de percussão. Sempre fiz de tudo, como autodidata, mas quem me ensinou os princípios básicos da música foi o acordeonista Orlando Silveira, do Regional do Canhoto, que já era maestro, no Rio de Janeiro. Como, quando e onde foi o seu primeiro encontro com o Luiz Gonzaga? Foi entre 1949 e 1950 em Garanhuns, onde nasci. Eu, com oito anos, tocava na porta do Hotel Tavares Correia com meus dois irmãos. Gonzaga viu, gostou, deu um dinheiro e um papel com seu endereço no Rio para entregarmos ao pai. Nem sabíamos quem era Luiz Gonzaga. O reencontro aconteceu quatro ou cinco anos depois. Por que essa demora? Nesse mesmo dia, também no hotel, conhecemos Almeirinda, dona de um internato e externato de Olinda, que ofereceu estudo pra gente. Ficamos internos por quase quatro anos. Lá, a gente ganhou uma sanfona de 48 baixos do dono da Rádio Clube de Pernambuco, o senhor Arnaldo Moreira Pinto, e a dona Almeirinda começou a empresariar a gente. Ela foi ganhando dinheiro com isso, mas nunca mandou nada para meu pai. Vestia a gente muito bem, com camisa branca, gravata borboleta e calça preta. Foi aí que surgiu o nosso nome artístico: Os Três Pinguins (risos). A gente estudava e trabalhava. Era a época da palmatória. Batiam na gente, geralmente na mão, por qualquer motivo, e isso gerou sindicância. A dona Almeirinda nos expulsou da escola. Ficou com os instrumentos e as roupas que usávamos. Voltamos a tocar nas feiras e porta de hotéis. Um dia, meu pai encontrou o endereço do Luiz Gonzaga e decidiu ir para o Rio. Viemos num pau-de-arara em 11 dias de viagem, comendo carne seca, farinha e rapadura. Como foi esse reencontro? O Luiz Gonzaga lembrou-se de vocês? Lembrou. Viu a gente e disse: “Ah, os meninos de Garanhuns”. Memória boa, né? No mesmo dia, ele deu ao pai uma sanfona vermelha de 80 baixos porque não tínhamos instrumentos. Luiz Gonzaga, além de generoso, foi um dos maiores compositores que a música brasileira teve. Ele sofreu muito para mostrar o seu trabalho, pois sendo negro, de chapéu de couro, querendo cantar na Rádio Nacional, ninguém deixava. Só o queriam como acompanhador dos cantores, mas depois foi vencendo. Posteriormente, entre 1967 e 1968, trabalhei como motorista dele. Eu dirigia a Kombi, abria os shows e percorria as ruas da cidade para anunciar as apresentações. Você tinha 16 anos quando ele o anunciou como herdeiro artístico. Como aconteceu? Um dia eu o acompanhei até a gravadora RCA Victor. Foi lá pra gravar Forró no Escuro. No estúdio, ele chega e diz, me chamando pelo apelido: “Neném, quero você no acompanhamento”. Depois da gravação, ele atendeu uma equipe da Radiolândia, revista famosa na época, que foi entrevistá-lo sobre a nova música. De repente, num rompante, ele anuncia, olhando pra mim: “Este cabra da peste é meu herdeiro artístico”. Ali, naquele momento, a revista me entrevistou, contando a minha história em duas páginas. Foi nessa ocasião que formamos o primeiro Trio Nordestino, mas não chegamos a gravar. E você, da sua parte, já tem o herdeiro artístico? Quem é? São muitos seguidores afeitos ao meu repertório, mas tenho um afilhado lá em Fortaleza, o Waldonys, piloto e sanfoneiro extraordinário que segue a mesma dinâmica minha e de Luiz Gonzaga. É o meu herdeiro artístico, afilhado verdadeiro, que eu crismei. Tem 22 anos de carreira, muitas gravações e DVD. Você é o personagem central do documentário O Milagre de Santa Luzia, no qual percorre diversas regiões do País. Por onde andou, o que você viu de curioso em termos musicais? Curioso mesmo foi o encontro que tivemos na estrada, perto de Serra Talhada. Vimos uma turma de vaqueiros, todos paramentados, que tinha saído de uma missa, no meio do mato. O diretor do filme disse: “Vamos ver se eles querem gravar alguma coisa”. Eles aceitaram. Peguei a sanfona e os acompanhei na boiada. Foi ao acaso e o resultado final foi extraordinário. Muito lindo. Você gravou o seu primeiro disco em 1964. Por que essa demora? Não tinha ambição de gravar. Um dia, eu estava na Rádio Nacional quando o Pedro Sertanejo, pai do Oswaldinho do Acordeom, chegou e disse: “Abri uma gravadora, a Cantagalo, e queria que você gravasse um LP de baião”. Agradeci e não aceitei, mas em 1964 fui a São Paulo e decidi gravar. Foi o Luiz Gonzaga quem sugeriu meu nome artístico. Ele dizia: “Neném é apelido que a mãe bota na gente. Precisa trocar”. Texto: Francisco Fukushima (LBT) Fotos: Carlos Della Rocca somos 15 talentos Pais corujas, filhos talentosos começa a colecionar títulos: o mais recente foi o vice no Campeonato Sub-11 de Guarulhos pelo “Sai de Baixo”, em São Paulo. O sucesso da garotada é motivo de orgulho para os pais que, conscientes das dificuldades enfrentadas pelos iniciantes, são unânimes em afirmar que, apesar de incentivar o desenvolvimento de suas aptidões, o estudo ainda é essencial para a formação do futuro dos filhos. Leonardo Cezarino Freire começa a colecionar medalhas de ouro como enxadrista mirim. Segunda parte da reportagem com filhos talentosos de empregados da Telefônica revela que, apesar das aptidões para a arte e o esporte, os pais ainda priorizam a educação. “Até eu fazia este”, gritou no estádio o revoltado garoto de quatro anos quando viu um jogador do seu time, o Palmeiras, perder o gol. Todos, inclusive o pai do menino, o coordenador especialista em telecomunicações da Telefônica, Mauro Henrique Baptista Pistore, caíram na gargalhada ao ver aquele “catatau” se colocando no lugar de um jogador profissional. O que nem todos sabiam é que o menino, João Vitor Trintim Pistore, já demonstrava habilidade diferenciada em campo desde aquela época, quando começou a jogar em equipe. “Ele tem o estilo do Jorginho, que jogou no Palmeiras na década de 80”, compara o pai. Pode até ser, mas o pequeno craque sonha em ser como Valdivia, que “joga bem e faz gols de craque”. O único obstáculo, segundo ele, é o seu porte físico. “Sou pequeno e os adversários são bem maiores”, reclama ele, hoje com 10 anos. Mesmo assim, com talento reconhecido pelos colegas, João Vitor somos 16 A escola, portanto, está em primeiro lugar. “Estudo de manhã, faço as lições após o almoço, e quando termino vou treinar no clube Sociedade Esportiva Sanjoanense”, exemplifica o tenista Guilherme Azeredo Mendes, ganhador de dois troféus de vice-campeão num recente certame local com quatro etapas e um máster na categoria 12 anos A. “No momento, quero mais é curtir o esporte, pois sei que a carreira de tenista é muito difícil. Além disso, o espaço para treinar é limitado e faltam patrocinadores”, avalia o único filho, de 13 anos, do analista de telecomunicações Noel Messias Mendes, na Telefônica desde 1983. “O mais importante na idade dele é praticar algum esporte, que dá disciplina e melhor qualidade de vida. Vamos apoiá-lo em tudo que for necessário para que, no futuro, o tênis seja pelo menos um hobby”, declara Noel. Se, de um lado temos um talentoso tenista que pretende ter o mesmo saque de Andy Roddick, um dos mais fortes do mundo, de outro encontramos um pintor que quer ser como Picasso. “É o meu pintor preferido. Vi algumas de suas obras e gostei muito. Isso acabou influenciando em alguns trabalhos, apesar de as minhas referências serem Romero Brito e Arena”, diz Marcus Vinícius dos Santos Gomes, hoje com nove anos. talentos Foi, porém, com seis anos que sua vida começou a mudar. “Percebemos, nessa época, que meu filho tinha jeito para desenho. Procuramos uma escola e o matriculamos no curso de pintura”, conta Maria Aparecida dos Santos Gomes, gerente de negócios da Telefônica, mãe de Marcus Vinícius. O resultado não demorou a aparecer: na exposição anual de pintura realizada pela escola, Marcus obteve medalha de bronze no primeiro ano, prata no segundo e ouro em 2010. Igualmente prematura foi a façanha de Leonardo Cezarino Freire, filho de seis anos de Vanessa Cristina Sitta Freire, analista de marketing II da Telefônica. O menino começou a ter, uma vez por semana, aula de xadrez em fevereiro de 2010 no colégio. Em Família Martins: unida pelo amor ao teatro na Fundação das Artes de São Caetano do Sul. agosto, foi convidado a participar do 3º Torneio Intercolegial de Xadrez no Colégio Santa Marcelina. “Meu filho foi um dos escolhidos para representar o seu colégio. Para nosso orgulho, ele trouxe para casa a medalha de ouro pelo primeiro lugar na categoria sub-6 masculino”, orgulha-se. “O segredo é prestar muita atenção para não cometer nenhum lance irregular e fazer xeque-mate. É assim que eu ganho”, revela o enxadrista mirim. Foi com essa receita que no último dia 30 de outubro conquistou outra medalha de ouro, desta vez no colégio onde estuda, seguindo os mesmos passos de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, o maior enxadrista brasileiro até o momento. Na arte cênica, as irmãs Luna, de 17, e Lorena Engelmann Martins, de 12, ambas estudantes de teatro, têm preferência por Wagner Moura, entre os atores nacionais, e Johnny Depp, entre os internacionais. “São profissionais que atuam muito bem em qualquer papel”, justifica Lorena. As duas jovens atrizes são filhas da analista administrativo da Telefônica, Luciana Engelmann Tognetti Martins, e têm aulas de teatro na Fundação das Artes, graças a uma parceria com a Prefeitura de São Caetano do Sul. Ela conta que tudo começou em 2002, quando a escola ofereceu aos alunos a possibilidade de frequentar as aulas. “Aceitei na hora. Agora, oito anos depois, nem sei contar em quantas peças atuei. Gosto muito do teatro, mas pretendo me profissionalizar Mauro Henrique acha que o filho João Vitor tem o estilo do jogador Jorginho. na área de mídia (Rádio, TV e Internet) para tentar o ramo de produção de vídeos musicais”, anuncia Luna. Foi graças a ela que a irmã enveredou pelo mesmo caminho, pois assistiu a muitas peças apresentadas por Luna e firmou amizade com o pessoal. “Já participei de cinco apresentações pelo projeto Viva Arte, da Fundação, e de outras pelo grupo de teatro da igreja que frequento”, informa Lorena. O mais interessante, de acordo com a mãe Luciana, é que o teatro uniu ainda mais a família, pois não só as duas filhas frequentam aulas de teatro na mesma escola, como também ela e o marido, mas em turmas separadas. “Agora só falta a minha filha de quatro anos. Ela não tem idade para participar das aulas, mas já gosta de assistir às peças”, informa, com jeito de quem torce para ter uma família igual à do casal Nicette Bruno e Paulo Goulart, em que todos são atores. Texto: Francisco Fukushima (LBT) Fotos: Carlos Della Rocca somos 17 nós somos Punhos inteligentes Impossível evitar. Toda vez que o analista de negócios da Telefônica, Rogério Oliveira Castro, chega ao trabalho com algum machucado no rosto, ele sabe exatamente o tipo de comentário que ouvirá dos colegas: “Esse cara apanha de mulher e depois diz que pratica boxe”. Gozações à parte, o fato é que desde junho de 2008 ele mantém a rotina de, após o trabalho no prédio da avenida Paulista, ir direto para a academia Underground Fight Team, na zona Oeste de São Paulo, para treinar até duas horas por dia durante quatro a cinco vezes por semana. Lá, ele passa por uma maratona de treinos técnicos, práticos e físicos, como bater saco, pular corda, correr e até sparrings com atletas da casa ou de outras academias, entre outros exercícios. A vida do nosso pugilista, porém, é bem diferente daquela que a gente vê em “O vencedor”, baseado em fatos reais e indicado este ano ao Oscar de melhor filme. Nele, o personagem Micky Ward, interpretado pelo ator Mark Wahlberg, constata que só poderá conquistar seu espaço como boxeador na medida em que se libertar das amarras de sua turbulenta família: a mãe que o empresaria, o irmão drogado que insiste em treiná-lo e as sete somos 18 irmãs intrometidas. Rogério, ao contrário do personagem, é filho único, e seus pais são avessos ao boxe. Eles não o apoiam em sua decisão de praticar o esporte e ainda não foram vê-lo nos treinos. “Um dia, após machucar o rosto num sparring, disse a eles que me cortei ao me barbear. Menti para evitar reclamações”, admite o atleta, solteiro, 30 anos, e que trabalha na empresa desde 2003. Rogério diz que o esporte surgiu ao acaso, como obra do destino. “Certo dia, em uma loja de suplementos alimentares, tomei conhecimento sobre a academia. Fui lá, fiz uma aula teste, gostei e não parei mais”, informa. A dedicação foi tanta que, na época, abriu mão do karatê, primeiro esporte que começou a praticar aos 14 anos. Ele diz que o boxe não é tão violento, como muitos insistem em simplificar, pois exige muita inteligência e destreza do lutador, assim como acontece no jogo de xadrez. Além disso, Rogério enumera os benefícios que o esporte proporciona, como resistência física, cardiorrespiratória, definição muscular, aumento dos reflexos, e melhoria na autoconfiança e na autoestima. “É um salto na qualidade de vida”, resume. Rogério Oliveira Castro relaxa ouvindo Buddy Guy, amou o filme Menina de Ouro, mas não hesita em mandar para a lona quem o desafia no ringue. Fotos: arquivo pessoal nós somos Estreia de Rogério no boxe amador, em fevereiro, foi vitoriosa. Foto: Carlos Della Rocca Ele está seguro no que diz. Apaixonado por esporte, Rogério conta que já passou, além do karatê, pela natação, duathlon, musculação e spinning. No caso do boxe, afirma que começou a praticá-lo porque, além de gostar, tem dificuldade para perder peso. Ou seja, procura unir o útil ao agradável. “Aprecio uma boa alimentação, e como de tudo, sem frescura”, confessa. Por conta disso, Rogério, com 1m73, atingiu o máximo de 97 quilos, e atualmente se mantém entre 80 e 82 quilos, peso que o coloca na categoria meio-pesado (até 81 quilos). Em fevereiro, ao ver o ponteiro da balança cravado no número certo para lutar, Rogério estreou no boxe amador. Ele venceu, por pontos, uma das lutas no torneio Forja dos Campeões, para a alegria do treinador Gustavo Otas, profissional conhecido e respeitado na área, com 16 anos de experiência no boxe. É justamente em seu treinador que procura se espelhar, assim como em Floyd Mayweather Jr, Arturo Gatti e Mike Tyson, que considera o melhor boxeador internacional de todos os tempos. Eder Jofre, para ele, ainda é o top do pugilismo brasileiro. “O bom lutador é aquele que tem disciplina, força de vontade e perseverança”, sintetiza. São estes os valores que tradicionalmente estão presentes nos roteiros dos filmes, principalmente os norte-americanos, sobre boxeadores, e a que Rogério nunca perde a oportunidade de assistir. O que mais gostou foi Menina de Ouro, dirigido por Clint Eastwood e vencedor do Oscar de melhor filme em 2005. Engana-se, porém, quem imagina que Rogério só pensa em boxe. Fora da academia, ele gosta mesmo é de relaxar, ouvindo blues, como os interpretados por mestres como Sonny Boy, Little Walter, Buddy Guy, Muddy Waters, B.B. King e outros, além de Robson Fernandes, seu ex-professor de gaita. Outro hobby é assistir a desenhos animados, como Wolverine, X-Men, Avatar, Liga da Justiça, Batman e alguns produzidos no Japão, sem contar a leitura de livros e de revistas de histórias em quadrinhos. “Fui colecionador das revistas do Wolverine”, conta. Rogério também gosta de viajar, sair com os amigos, ir ao cinema, ao teatro de comédia e, confirmando a fama de bom prato, conhecer bons restaurantes. Afinal, como resistir à tentação da gula? Francisco Fukushima (LBT) somos 19 comportamento Você não precisa fazer como Deborah Secco, que apagou do pé direito o nome do ex-amado, nem tampouco virar um gibi ambulante. Como tudo na vida, é o bom senso que deve dominar os arroubos de paixão e os ataques de fashionismo. A dermatologista Daniela Ferrari Cesarino alerta: quem se deixa levar por desejos fugazes corre o risco de acabar sob um feixe de raio laser como fez a atriz global. E o preço machuca… o bolso. Uma sessão sai, em média, R$ 400. “Há pessoas que precisam de mais de 10 sessões para retirar o desenho e, mesmo assim, o resultado não é garantido”, diz. Vanessa Cristina Matarazzo Márcia Assis Santos A figura do menino do Rio, dragão tatuado no braço, da canção de Caetano Veloso, já pode ganhar uma versão feminina. São as mulheres que agora lotam os estúdios de tatuagens. somos 20 Mas, a julgar pelo crescente número de mulheres tatuadas, isso é mero acidente de percurso. Na Telefônica, por exemplo, vira e mexe, cruzamos com alguma colega que se rendeu à moda e deixa, orgulhosa, escapar uma ponta do desenho. Se para o universo masculino, a tatuagem tem uma história que remonta a séculos, o que leva hoje as nossas colegas de trabalho, parentes e esposas a suportar, com resignação, as centenas de picadas que viram dragões, sabiás, serpentes e flores por pernas, tornozelos e costas? A secretária da Gerência de Novos Negócios da Telefônica, Jesabete Marques, fez sua primeira tatuagem aos 47 anos, influenciada pela filha, Carolina. Hoje, aos 54 anos, ela ostenta duas. “Já que fiz, tenho mais é que mostrar”, admite. Para a primeira, uma borboleta, foi a filha quem buscou o desenho na internet. “Ela sabe que eu adoro borboletas.” Agora, ela está de olho num terceiro desenho. “Só que eu mesma estou escolhendo porque não quero me arrepender.” Cada vez mais, os estúdios de tatuagem lotam com a presença de mulheres. Com experiência de 15 anos e dois estúdios na Galeria Ouro Fino, em São Paulo, Thiago Yoshio Shiguemiti (conhecido como Chico), de 32 anos, comenta que seu público é composto 50% por eles e 50% por elas. “As mulheres vêm mais porque suas tatuagens são pequenas, em geral. Os homens, por sua vez, escolhem desenhos enormes, que exigem que ele volte ao estúdio mais vezes para completá-los”, diz. Érica Braga Srmukznc comportamento mesmo jeito que esse desenho está no meu corpo para sempre, ela estará no meu coração”, confessa. Ana Carolina Schiola Mas há exceções. A analista de Regulatório da Gerência de Planejamento e Orçamento da Telefônica, Márcia Assis Santos, 36 anos, submeteu-se a várias sessões só para ter um belo – e enorme – dragão tatuado nas costas. “Sempre gostei de dragões. Na minha visão, são símbolo de força, controle e liberdade”, comenta. Ela já tem quatro – três nas costas e uma no pé – e diz que todas refletem um pouco da sua identidade. “Se alguém acha estranho eu nem ligo, pois não admito preconceitos.” Foi também movida pelo sentimento que a analista de Marketing da Telefônica, Vanessa Cristina Matarazzo, de 38 anos, escolheu a sua segunda, terceira e quarta tatuagens. Incentivada pelo namorado, na época com 13 desenhos espalhados pelo corpo, resolveu fazer uma tribal com uma rosa no centro, na região da nuca. Vanessa não esquece a reação da mãe, dez anos atrás: “Ela perguntou se eu havia ficado louca e ficou uns dois dias sem conversar comigo, até a tattoo desinchar e cicatrizar. Daí, mudou de ideia e acabou admitindo que estava bonita e que se ela fosse mais nova também faria uma”. Qualquer que seja o desenho, a verdade é que a moda ainda é o grande arrebanhador de almas para o mundo da tatuagem, segundo Chico. Locais, como virilha, pélvis, parte interna do braço, pulso e área próxima dos seios, estão em alta. Os desenhos variam, mas o que se mantém são as histórias que estão por trás deles. A moda, neste caso, não é nem coadjuvante. As outras três – nos dois ombros e na panturrilha esquerda – representam etapas de vida que Vanessa quis eternizar, como a maternidade e a fé que ela tem na sua religião, o budismo. A da perna foi, de longe, a mais dolorida. “É uma região sensível por onde passam muitos vasinhos e parece que estão enfiando um estilete quente na pele. Doeu tanto, que demorei muito tempo para encarar a sessão de preenchimento com tinta”, admite. Mesmo assim, depois de dois anos, ela a refez totalmente e acrescentou mais detalhes. Aos 20 anos, a analista de Canais Externos da Telefônica, Ana Carolina Schiola, fez sua primeira e única tatuagem. Em homenagem à recém-falecida avó materna, mandou tatuar na nuca a frase “Amor Eterno”, imitando a letra da irmã mais nova. “O A tem três significados para mim: amor, Antonieta, que era o nome dela, e Anjo, pois ela costumava me chamar de Meu Anjinho”, lembra hoje, aos 25 anos. Ana Carolina não teve tempo de mostrar o desenho para a avó. “Porém, acredito que, de onde ela estiver, entendeu que do Comedida, só depois que foi a um estúdio com boas referências no mercado é que a consultora de Marketing da Gerência de Publicidade da Telefônica Érica Braga Srmukznc, de 31 anos, resolveu tatuar uma flor na nuca. “Logo que me casei, resolvi desenhar meu pescoço, claro, com o apoio do meu marido”. Na época, os pais dela até brincaram quando viram: “Agora que você saiu de casa nem podemos mais reclamar”, lembra. O desenho ficou lindo, só não gostou da dor. “Não dava para pensar em nada enquanto ele me tatuava, tamanha era a dor.” Mesmo assim, Érica pensa em mandar desenhar um gato, mas ainda não sabe quando. Para a consultora de Recursos Humanos, Roberta Nogueira, de 34 anos, a tatuagem mais dolorida foi a que estampa o nome do seu filho, no pé. “Apesar da dor, é uma sensação muito boa. Fico sempre pensando qual será a próxima”, comenta ela, que já tem quatro espalhadas pelo corpo. No entanto, o momento mais difícil foi o encontro como o tatuador, até então desconhecido. “Você tem de confiar em uma pessoa que não conhece e ter fé que seu desenho fique lindo. No meu caso, adorei o resultado e quero mais!” Texto: Márcia Vaisman (LBT) Fotos: Denis Ribeiro / Carlos Della Rocca Jesabete Marques Roberta Nogueira somos 21 comportamento Tattoo nos trinques “A tatuagem, muitas vezes, se torna um acessório no look”, Adriana Viviani, analista de negócios da Gerência de Áreas Financeiras da Telefônica. “Nunca me passou pela cabeça ter uma tatuagem. Fiz por influência da Laurinha, da Telefônica. Adorei meu desenho, mas não vou fazer outro porque dói demais”, admite Maria Cecília da Silva, secretária da Diretoria de Comunicação Corporativa e Diretoria de Desenvolvimento de Negócios, 49 anos. Ela tem uma tatuagem na perna. somos 22 Mas qual o segredo para se manter a tatuagem nos trinques? “Ter uma pele maravilhosa e protegê-la do sol com um bom protetor solar”, avisa o tatuador Chico. Para a cicatrização, ele recomenda lavar e secar bem. “A tattoo deve ser cuidada como qualquer ferimento superficial. Por isso, banhos quentes e saunas devem ser evitados para não abrir os poros e descaracterizar a cor original”, orienta. Peles com propensão a formar queloides não são indicadas. Qualquer um pode fazer uma tattoo, desde que não seja menor de idade. A Lei estadual n.º 9.828, de 1997, sob autoria do então deputado Campos Machado (PTB), proíbe tatuagens e piercing em menores. E atenção: se você está pensando em fazer um desenho, fique de olho em referências. “É importante procurar um profissional conhecido no mercado, que tenha um estúdio com sala limpa, sem tintas à mostra, que use agulhas descartáveis e que seu material seja todo esterilizado por autoclave”, ressalta Chico. “Quando fui fazer minha tatuagem no pescoço, meu marido, que não gosta de tattoos, achou que íamos acompanhar uma amiga ao estúdio, mas quando cheguei lá, escolhi o meu desenho e fiz”, Ana Laura Paiva, secretária da Diretoria de Regulamentação da Telefônica. “Minhas tatuagens simbolizam passagens da minha vida. Elas não ficam aparentes no dia-a-dia, mas quando saio ou vou à praia sempre os meus desenhos atraem um olhar perdido”, Camila Camargo, analista de marketing da Diretoria de Publicidade da Telefônica. solidariedade Quem conta um conto… aumenta um sonho O índice de evasão do curso de contação de histórias é alto, mas quem fica sabe da importância do que faz para a qualidade de vida de seu público. Uma coisa é contar histórias num ambiente festivo, ou mesmo numa escolinha para crianças; outra, bem diferente, é fazer a mesma coisa, mas tendo como ouvinte alguém deitado no leito de um hospital. O que parecia uma simples tarefa de interpretação, com cuidado na entonação vocal, vira um exercício em que doação, disciplina e perdas caminham juntas. Que o digam os 1.200 voluntários da organização não-governamental Viva e Deixe Viver que atuam em 83 hospitais de nove Estados brasileiros contando histórias. O caminho é longo até a leitura das primeiras linhas. É quase um ano de estudos compostos por palestras quinzenais, que vão de fevereiro a julho, quando o candidato a contador de histórias aprende a lidar com o ambiente da saúde e a tornar-se um agente transformador. “Fazemos vários workshops com profissionais da saúde e mostramos, em dinâmicas, que eles têm de saber lidar com as perdas. Afinal, estamos em um hospital, onde há pessoas doentes”, enfatiza Valdir Cimino que fundou a ONG em 1997. Nessas palestras, os participantes também aprendem a administrar seu tempo. “Aos sábados, meus compromissos têm início a partir das 11 horas, quando saio do Hospital Santa Marcelina, onde conto histórias”, afirma a engenheira da Gerência de Desempenho de Rede da Telefônica, Aline Amescua, de 29 anos. No curso, aprende-se o que a criança e o adolescente gostam de ouvir numa leitura. Por isso, eles promovem alguns saraus, nos quais há troca de livros e também de experiências. “O que vale é cada um encontrar o seu melhor jeito de contar histórias, seja usando um nariz de palhaço ou roupas engraçadas”, diz Cimino. Aline gosta de vestir um avental que ela customizou cheia de bichinhos. Para descobrir o melhor jeito de “atuar” na contação de histórias, os voluntários que ainda demonstrarem interesse no curso fazem um estágio monitorado nos hospitais, de agosto a novembro. Muitos desistem ao longo do tempo, pois é preciso um comprometimento, que se traduz ainda no aprendizado. Ninguém pode faltar a uma palestra, porque se eles – na atuação real – não comparecem à contação de histórias deixarão suas crianças desapontadas. A relevância que Cimino dá à presença no curso vem de sua própria experiência, nos Estados Unidos, quando participou de um processo seletivo e de treinamento de voluntários, em Nova York. “Os jovens norte-americanos são engajados nas práticas sociais já que 67% deles estão envolvidos em uma causa. No Brasil, este índice é de 17%”, comenta. Este cenário fica bem evidente na turma que se formou em 2010. Dos 400 interessados, restaram apenas 70 no final do curso. Aline foi uma das formandas do ano passado. Aline Amescua Uma vez que começa a atuar, o diretor-fundador afirma que o voluntário doa cerca de 9 horas por mês para a contação de histórias e mais 7 horas em outros atos voluntários. Tudo por vontade própria. “É uma transformação de consciência e eles acabam levando as suas histórias também para creches e asilos que não são vinculados a nós.” Somente em 2010, a ONG contabilizou 71 mil horas em contação de histórias pelos hospitais do País. “Nós treinamos tão bem nossos indivíduos que hoje somos reconhecidos como profissionais do hospital e até auxiliamos algumas áreas, como a Nutrição, já que criança mais feliz se alimenta melhor”, explica Cimino. Texto: Márcia Vaisman (LBT) Fotos: Denis Ribeiro somos 23 lado b Dançando com Jade Foto: Globo / CDOC Bastava Giovanna Antonelli, na pela de Jade Rashid, aparecer na TV para a jovem Renata Brito Santana, pular do sofá e ali mesmo começar a imitar os movimentos de mãos e o balouçar dos quadris da namorada de Lucas, na novela O Clone. A trama de Glória Perez, que está sendo reprisada desde janeiro em “Vale a Pena Ver de Novo” não só inundou os camelódromos com pulseirinhas de dedo, como também lotou escolas de dança do ventre em todo o País. No final de 2001, aos 18 anos, – hoje, há seis anos, na Telefônica como analista de atendimento comercial e residencial – Renata entrou, literalmente, na dança: comprou adereços, maquiagem, decorou a trilha sonora da novela e ensaiou os primeiros passos naquilo que viria a ser a principal forma de expressar seus sentimentos: a dança do ventre. Qual a sua rotina de trabalho? Trabalho na área de atendimento comercial cliente residencial. Faço parte da equipe responsável pela Plataforma de Reconhecimento de Voz 10315, desenvolvo projetos dentro da URA Rec Voz, junto à área fornecedora. Realizo também propostas de melhorias para direcionamento das chamadas, garantindo o atendimento na célula correta e a satisfação do cliente. Estou há pouco mais de 6 anos na empresa. Renata faz aula sem parar e já se apresenta em restaurantes árabes de São Paulo. somos 24 Como a dança entrou na sua vida? Desde criança, sempre me interessei pela dança, quando adolescente participei de aulas de jazz e dança de salão. Aos 18 anos, tive meu primeiro contato com a dança do ventre. Mas, foi há 3 anos que resolvi levar essa arte a sério. Matriculei-me em uma escola de danças árabes e me apaixonei. A partir daí comecei a participar das aulas e workshops com mestres nacionais e internacionais. Comecei lado b a me interessar cada dia mais pela cultura árabe, além de estudar os ritmos musicais. Há quase um ano, a professora e bailarina Mahira Hasan montou um grupo de danças árabes e me convidou para ser integrante com mais 5 meninas. Hoje, nosso grupo se apresenta em shows, eventos particulares, bares e restaurantes. Fazemos apresentações em grupo e solo e participamos também de vários concursos e festivais de danças. Fez curso durante quanto tempo? Há três anos faço aulas, ininterruptamente, para me aperfeiçoar. É necessário algum pré-requisito para se começar a fazer dança do ventre? Qualquer mulher em qualquer idade pode praticar a dança do ventre. Porém, ela requer muita dedicação, há uma infinidade de movimentos que devemos aprender, sempre temos algo a mais para se aperfeiçoar. Os movimentos são compostos por vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem o corpo como um todo. Como em qualquer atividade física, dependendo da idade, é importante um atestado de boas condições de saúde. o apoio principalmente do meu marido, eu quero continuar me aperfeiçoando e divulgando essa arte que traz alegrias e cultura para o público. As roupas, a maquiagem, os acessórios como a espada, véus, candelabros e bastões fazem com que o público possa apreciar vários ritmos diferentes da dança do ventre. Aliás, o ventre dá nome à dança, qual o significado disso? A dança do ventre é muito antiga. É a primeira dança feminina de que se tem registro. Os movimentos de ondulação e contração foram desenvolvidos pelas mulheres com o intuito de aliviar as cólicas menstruais e fortificar os músculos para sustentação da gestação. O ventre em evidência está diretamente ligado à fertilidade da mulher. um pouco essa timidez, até mesmo no trabalho. A minha autoconfiança aumentou. A prática desenvolve também a agilidade mental, concentração e principalmente a coordenação motora. Como você concilia o trabalho na Telefônica com suas apresentações? É um pouco corrido, por conta do trabalho, mas quando chega a hora, a paixão pela dança fala mais alto e esqueço o cansaço. É isso que me faz conciliar as duas atividades com tranquilidade. O grupo do qual participo nasceu em abril de 2010. Em 8 meses, fizemos cerca de 30 apresentações. Hoje, na Alibabar, uma das mais tradicionais casas árabes em São Paulo, nos apresentamos pelo menos duas vezes por semana. Quais os benefícios para quem faz dança do ventre? Um dos benefícios é ganhar consciência corporal, alívio do estresse e aumento da autoestima. Para mim, os benefícios foram muitos. Eu me considerava uma pessoa tímida, ainda sou um pouco (risos), mas a dança tem me ajudado muito a perder Há uma certa sensualidade nos movimentos da dança do ventre, como você lida com isso? Existem movimentos sensuais, assim como existem em qualquer outra dança, como o tango e o Zouk. Tudo, porém, depende de como a bailarina se comporta. Acredito que a dança do ventre deva ser apreciada pelo seu charme, encantamento. O que se espera é que em uma apresentação o espectador fique vislumbrado somente com os movimentos. A minha família e meu marido não têm qualquer preconceito quanto à dança do ventre, pelo contrário, sempre se divertem com as apresentações. Com somos 25 s carnaval A folia que não quer acabar cliente cultura somos 26 Nil Falconi Fernando Augusto Schwab Cinthia Mazziero Quartarolo Luís Paulo dos Santos carnaval Foliões da Telefônica provam que a paixão pelo carnaval não termina na Quarta-feira de Cinzas. Engana-se quem pensa que a paixão pelo carnaval é como amor de praia que “não sobe a Serra”. Nem bem sai da avenida, uma multidão já começa os preparativos para o próximo desfile. Faz parte desse bloco o consultor de TI da Telefônica, Nil Falconi, de 50 anos, que é coordenador de evolução da Mocidade Alegre e há 21 anos veste a fantasia da sua escola de coração. “Costumo dizer que lá em casa qualquer um pode torcer por um time diferente de futebol, mas escola de samba é só uma: a Mocidade Alegre”, diz, entre risadas. o ano da sua fundação, em 1995, quando ainda era apenas um bloco carnavalesco. Quatro anos depois, ele resolveu desfilar, mas foi somente em 2001 que a Mancha Verde transformou-se em escola de samba. “É indescritível falar sobre a emoção de quem desfila pela avenida. Fica difícil até conter as lágrimas, principalmente, com todo aquele público saudando e vibrando enquanto passamos. Só dá para entender quem vivencia.” Outro que também tem samba no sangue é o gerente de Negócios, Luís Paulo dos Santos, 47 anos, compositor da Escola de Samba Unidos de Vila Maria. “Preciso me envolver na composição com os meus parceiros e já pensar no próximo samba-enredo”, comenta, revelando que sempre pede uma ajudinha a seu santo de devoção, São Jorge, assim que pisa na passarela do Sambódromo. Veterano de mais de 20 carnavais, em 2008, ganhou nota 10 com o tema “100 Anos de Imigração Japonesa”. “Chegamos ao vice-campeonato. Foi memorável”, comenta, lembrando que “em casa, todo mundo desfila – filha e esposa”. As fantasias da Mancha Verde estão entre as mais baratas do grupo especial de São Paulo, custando em média R$ 250. O preço para quem desfila no chão pode ir até R$ 650. E os destaques chegam a alguns mil reais, segundo os próprios foliões. Para a analista de economia do Financeiro, Andreza Barbosa Lima, de 27 anos, a vestimenta saiu a custo zero. “A escola pela qual desfilo – Império da Casa Verde – dá a fantasia aos seus foliões fiéis”, comenta. Desde que começam os primeiros batuques na quadra, Andreza já cai no samba. “Vou todos os fins de semana até o carnaval e, às vezes, durante a semana também, pois é nesse período que a quadra fica lotada de gente que realmente gosta e se entrega à escola.” Quem também apela para uma forcinha celestial é Fernando Augusto Schwab, 32 anos. O ritual do analista de marketing da área de Planejamento e Orçamento da Telefônica pede uma reza compenetrada, que começa na concentração e vai até a hora de pisar na avenida. “Antes de passar a faixa amarela do início da pista, concentro-me para pisar com o pé direito”, admite. Fernando é fanático pela Mancha Verde, desde Desde pequena, ela adora sambar. “Nasci em pleno carnaval. Minha mãe achava que eu era um menino de tanto que me mexia dentro da barriga dela”, revela, brincando. Porém, os pais só a deixaram frequentar este agito depois que ela cresceu. A analista já recebeu convites para desfilar em outros grupos. “Mas não dá tempo de sair e desfilar no mesmo dia, então acabo sempre escolhendo a que está no meu coração.” Como ainda não é casada, Andreza arrisca dizer que é muito importante ter um companheiro que incentive a paixão do folião pela escola. “Namorei, certa vez, um rapaz que participava da harmonia e ele me fez entender o carnaval com um olhar mais crítico, encontrando o que não estava bom e exaltando as qualidades dos grupos. Isso foi muito bom.” Analista da Telefônica, Cinthia Mazziero Quartarolo, de 23 anos, partilha da mesma opinião de Andreza: “O carnaval é uma festa linda e não gostaria de namorar alguém que me privasse disso”. Ela pisou na avenida pela primeira vez este ano. “Meu professor de academia participa da Águia de Ouro há 15 anos e me convidou. Como não fiz planos de viagem, resolvi aceitar.” Com uma boa noite de sono e alimentação reforçada, ela pisou na avenida. “Nunca fui muito fã da folia, mas este ano, tudo mudou e quero mais é me divertir na passarela nos próximos carnavais.” Diversão e emoção se misturam na avenida. A consultora da Diretoria de Operações de Campo, Mônica Rocha, de 37 anos, por exemplo, lembra de um momento marcante: “Estava na concentração aguardando para iniciar o desfile (na Rosas de Ouro) e um jovem, deficiente visual, de outra ala da escola, pediu para ver a minha fantasia. Ele ficou encantado, tocou toda a minha roupa e disse que a minha fantasia era linda. Fiquei tão emocionada!” Márcia Vaisman (LBT) Fotos: Carlos Della Rocca somos 27 artigo Nenhum outro personagem do cinema ou televisão é tão eficaz quanto Jack Bauer, protagonista do seriado “24 Horas”. O que temos a aprender com ele? Em apenas um dia, Jack Bauer consegue salvar os Estados Unidos de ataques terroristas – não apenas uma, mas diversas vezes, evita atentados à vida do presidente, identifica traidores, interroga suspeitos, invade embaixadas, foge de Leandro Vieira prisões, infiltra-se em grupos inimigos e, no fim de 24 horas, consegue dar conta de todos os desafios. Nenhum outro personagem do cinema ou televisão é tão eficaz quanto Jack Bauer. Peter Drucker foi, sem dúvida, o pensador que mais bateu na tecla sobre a importância da eficácia. Segundo o pai da administração moderna, eficácia significa fazer as coisas acontecerem. Só isso? Exatamente. Parece simples, mas poucos são os profissionais que realmente têm a capacidade de fazer o que tem que ser feito e entregar resultados satisfatórios. A boa notícia é que a eficácia é um hábito que podemos adquirir como adquirimos qualquer outro hábito, ou seja: a partir da prática. Drucker aponta cinco práticas essenciais para qualquer pessoa se tornar um profissional eficaz. Vamos ver como Jack Bauer lida com cada uma delas? Gerenciar o tempo – O tempo é um recurso limitante e totalmente irrecuperável. “Se você não souber gerenciar o seu tempo, não poderá gerenciar coisa alguma”, diria o professor Drucker. Em 24 Horas, o relógio corre literalmente contra Jack Bauer, o que faz da gestão do tempo uma questão de vida ou morte para o agente da CTU. somos 28 Você é um profissional Jack Bauer? Esforçar-se para dar contribuições – O foco na contribuição é a chave da eficácia. Significa transferir a atenção do profissional de sua própria função, de sua especialidade específica, para o desempenho da empresa como um todo. Drucker recomenda que se faça sempre a seguinte reflexão: “que tipo de contribuição posso oferecer que afetará de forma significativa o desempenho e os resultados da empresa em que trabalho?”. Bauer tem uma clara noção do todo. O personagem nunca se esquiva de uma missão importante com a desculpa de que “isso não faz parte do meu trabalho, não sou pago para isso”. Tornar produtivos os pontos fortes da organização – Nada se constrói sobre a fraqueza e, para conseguir resultados, devemos usar todas as forças disponíveis – a dos colegas, a dos superiores e a nossa própria. O executivo eficaz não toma decisões sobre pessoal para diminuir fraquezas, e sim para aumentar a força da empresa. Nesse ponto, o personagem de Jack Bauer encarna o verdadeiro gerente eficaz de Drucker. Bauer costuma tomar a frente das operações, faz questão de trabalhar apenas com os seus melhores colegas (e respeita e reconhece as competências de cada um), questiona e influencia a ordem de seus superiores – o que inclui até mesmo o presidente dos Estados Unidos! – e, por fim, tem consciência de seus próprios pontos fortes e os coloca totalmente a serviço da “organização” (no caso, a CTU e os EUA). Concentrar seus esforços nas tarefas mais importantes para atingir resultados – Um dos segredos da eficácia reside na concentração dos esforços. Primeiro, o mais importante. Devemos saber lidar com a realidade de que sempre há mais coisas a fazer do que tempo disponível para realizá-las. Para sermos eficazes, devemos saber estabelecer prioridades e, também, posterioridades – aquelas tarefas que adiamos ou até mesmo abandonamos. Jack Bauer é um mestre nessa prática. Uma das 24 frases mais ditas em todas as temporadas da série é justamente “I don’t have time for this!” (“não tenho tempo para isso!”). Bauer, inclusive, costuma passar por cima de algumas normas e regras burocráticas que podem travar e comprometer o cumprimento de suas missões (um alerta: não tente fazer isso na sua organização!). Tomar decisões eficazes – Drucker observa que a decisão certa exige tanto análise quanto coragem. Cada decisão é um julgamento de risco: é um comprometimento de recursos presentes com um futuro incerto e desconhecido. Se o processo de tomada de decisão for cuidadosamente observado e as medidas necessárias forem tomadas, diminui-se o risco e aumenta-se a chance de a decisão ser bem-sucedida. Todas as decisões de Bauer são extremamente difíceis e arriscadas, mas o personagem tem consciência de sua importância e não sucumbe com o peso de seu fardo – e não se exime de tomá-las, mesmo que tenha que arcar com severas consequências posteriormente. Leandro Vieira é mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Certificado em Empreendedorismo pela Harvard Business School. Editor do Portal www.administradores.com.br. cartão postal A cidade perdida Foi durante minhas férias, em junho de 2010, que tive a oportunidade de conhecer a extraordinária Machu Picchu, no Peru. Localizada no topo de uma montanha, a 2.400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, a chamada “Cidade Perdida dos Incas” data da era pré-colombiana. Um cenário perfeito para fotos. Marcio Valente Feitosa , Centro de Operações Comerciais – Telefônica SP Participe desta seção Mande também uma foto de, no mínimo 3 Mp, de algum lugar interessante de sua cidade ou que você conheceu, como fez Marcio Valente Feitosa, para a [email protected], e aguarde a publicação. somos 29 s ensaio 1 - Pinacle Rock 2 - Piscina natural 3 - Iguanas marinhas, somente encontradas em Galápagos 4 - Encontro de um casal de leões marinhos – Ilha Bartolome 5 - Tartaruga nativa, somente encontrada em Galápagos 6 - Focas tirando uma soneca no banco da praça central, na ilha de Santa Cruz 1 Belos selvagens das ilhas Galápagos cliente “Costumo dizer que a minha primeira câmara fotográfica veio espetada no cultura doce”, diz André Maier para falar da sua Kodak S Series analógica, com a qual começou a clicar o mundo à sua volta, lá pelo final da década de 90. Uma época em que se conjugava, com frequência e prazer, o verbo revelar, ato-contínuo ao final do filme de 24 ou 36 poses. O consultor de marketing do Segmento Negócios da Telefônica sabe que as analógicas têm seu charme nostálgico, mas considera suas versões modernas mais humanas, por permitirem a correção de erros. O tempo passou nas lentes de André e hoje ele captura emoções com sua Canon SX110 IS, um equipamento somos 30 2 semiprofissional que lhe garante a qualidade das quase mil fotos que faz por mês. Essa vontade de eternizar momentos remete a observações de fotos antigas, quando o tio costumava registrar cenas familiares. Percepção aguçada para quem, ainda assim, não se considera fotógrafo. Não é por acaso que esse paulistano da Aclimação elege Bob Wolfenson e seu homônimo americano como seus fotógrafos preferidos. São características comuns a estes mestres, como sensibilidade, intuição e talento, que fazem André Maier produzir ensaios de dimensões artísticas admiráveis, como este sobre as ilhas Galápagos, no Equador. Mais fotos podem ser vistas em: http://www.flickr.com/photos/andremaier. 3 ensaio 5 4 6 somos 31