somos
Revista para os profissionais do Grupo Telefônica no Brasil
[ Nº 14 / março - abril 2011 ]
Doação
Cíntia Valadares: “Doar
sangue é um gesto digno”
Nós Somos
Rogério Oliveira Castro
vence a gula no ringue
de boxe
NÓS BLOGAMOS
Com farta dose de dedicação, nossos colegas mantêm
seus blogs ativos e agora seguem cartilha sobre como
navegar com responsabilidade
TelefônicaSonidos
Dominguinhos revela
quem será seu herdeiro
musical
bravo!
somos
nesta edição
Revista para os profissionais do Grupo Telefônica no Brasil
PUBLICAÇÃO
Diretoria de Comunicação Corporativa
Gerência de Comunicação Interna
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
César Rua
[email protected]
EDITOR
Ylton Amaral
(Mtb 5.409)
[email protected]
PRODUÇÃO EDITORIAL
LBT Produções
[email protected]
REDAÇÃO
Ylton Amaral
Francisco Fukushima (LBT)
Márcia Vaisman (LBT)
Rogério Henrique Jönck (revisão)
COLABORADORES
Thiago Grandjean (direção de arte – LBT)
Carlos Della Rocca (fotografia)
Denis Ribeiro (fotografia)
Marco Azevedo (ilustração capa)
Rosangela Petta
Leandro Vieira
IMPRESSÃO
Eskenazi
[email protected]
Endereço da Redação:
Rua Martiniano de Carvalho, 851 – 16º andar
01321-001 – São Paulo – SP
Telefone: 11 3549-7475
carta aos leitores
3
investimento
4
g15
5
voluntários
6
capa
8
artigo
12
campanha
13
patrocínio
14
talentos
16
Leonardo, filho de Vanessa, é medalhista de xadrez… (16)
nós somos18
comportamento
20
solidariedade
23
24
lado b
Nova campanha contra a exploração sexual infantil… (13)
carnaval
somos 2
…Renata já se apresenta em restaurantes (24)
26
artigo 28
cartão postal
29
ensaio
30
Envie sugestões para: [email protected]
Veja a SOMOS digital na intranet corporativa
Galápagos, no ensaio de André Maier… (30)
carta aos leitores
Janelas abertas
para a web
Há pouco mais de dois anos, quando lançamos a SOMOS brasileira, encaramos o
desafio de fazer uma capa sobre a nova
Comunicação Interna, quando anunciávamos novos tempos dentro da empresa.
Agora, retomamos o assunto na capa
para apresentarmos os nossos colegas
blogueiros, tendo como o mote mais
uma mostra de transparência da nossa
empresa: a possibilidade de se compartilhar notícias do Grupo Telefônica nas
redes sociais. Um avanço comemorado
por todos os que têm Facebook e Twitter.
Aliás, quem circulou também nas ondas dessa nova mídia foi o sanfoneiro Dominguinhos, atração do TelefônicaSonidos em março, e que falou com exclusividade para a SOMOS, afirmando, entre outras coisas, ter
trabalhado como motorista do saudoso Luiz Gonzaga. Um bate-papo cheio de boas revelações.
Por falar em revelações, a reportagem sobre tatuagem também conta as histórias que se escondem atrás
de flores, estrelas e dragões tatuados na pele das nossas colegas. Uma moda que ultrapassou os domínios
masculinos e agora lota estúdios em todo o País.
Vale a pena ainda conhecer os colegas, para quem a Quarta-feira de Cinzas não é hora de guardar a fantasia.
Para eles, o carnaval merece um espaço generosos em suas agendas durante os 365 dias do ano.
somos 3
investimento
Alierta anuncia investimentos
O presidente mundial do Grupo Telefônica, César Alierta, esteve no final de março passado com a presidente Dilma
Rousseff, em Brasília, para anunciar investimentos da ordem de R$ 24,3 bilhões no Brasil durante os próximos
quatro anos (2011-2014). O presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Antonio Carlos Valente, também participou
da reunião.
Os recursos serão aplicados na modernização e expansão de redes e lançamento de produtos e serviços inovadores
em telefonia e banda larga nas tecnologias fixa e móvel, TV por assinatura (incluindo redes de fibras ópticas domiciliares), principais setores de atuação do Grupo Telefônica no País. O investimento inclui também aquisições de
licenças para operação.
oferta
somos 4
Nestes doze primeiros anos no Brasil (1998-2010), o investimento do Grupo no País atingiu R$ 57,4 bilhões. Assim,
os recursos aportados no Brasil atingirão os R$ 82 bilhões até 2014, mantendo a Telefônica entre os maiores invescultura
plataformas
cliente
tidores privados
no País ao longo de quase duas décadas.
g15
Converse com os diretores
oferta
plataformas
cliente
Dois executivos finalizam a série de entrevistas, onde respondem
a dúvidas de profissionais de diversas áreas da Telefônica SP.
Uma das estratégias do Segmento Empresas é
conhecer melhor as ações de sustentabilidade
da Telefônica e repassá-las aos nossos clientes.
Qual ação ou ações o senhor tomaria de imediato
e a longo prazo, visando reforçar estas estratégias? (Priscila Andreia Santana, CRSO)
Vladimir Barbieri, diretor do Segmento Empresas
– Priscila, a nossa primeira ação com relação aos
empregados foi apresentar na Reunião Mensal de
Resultados as ações que o Grupo Telefônica já executou. Com relação aos clientes, divulgamos o Informe
de Responsabilidade Corporativa para um mailing
específico da carteira do segmento. Uma segunda
frente é listar todas as solicitações das RFPs para
que possamos priorizar as próximas ações de sustentabilidade que serão adotadas pela empresa, em
parceria com a área responsável por essas ações.
Além disso, hoje já vendemos produtos TI Verde,
como Telepresença, Virtualização de documentos
e Web Conference. A partir de 2011, pretendemos
adotar em todas as comunicações que impactam os
clientes mensagens, posicionando esses produtos
como sustentáveis e detalhando seus benefícios.
Com relação aos empregados, desenvolveremos
um material específico para Força de Vendas para
que eles tenham na ponta da língua todas as ações
de sustentabilidade e possam transmiti-las aos seus
clientes. Além disso, temos programas que propiciam participação efetiva dos empregados, estimulando o engajamento necessário para fortalecer a
construção de nosso projeto.
Priscila
Genilda
Vladimir
Renan
De que forma a Telefônica está atuando para
minimizar os riscos e garantir a qualidade dos
novos lançamentos, tanto de produtos como de
serviços? (Genilda Verice, BackOffice)
Renan Leal, diretor de Estratégia, Qualidade e Atacado – Cara Genilda, existem grandes avanços na
gestão da Telefônica. Em primeiro lugar, a empresa
transformou completamente seu processo, que
passou a funcionar por meio de uma ferramenta
sistêmica de colaboração (workflow) que garante a
aprovação formal de todas as áreas relevantes. Em
segundo lugar, reforçou o funcionamento do Comitê
de Aprovação de Produtos e Serviços para garantir
que nenhuma promoção ou lançamento chegue ao
mercado em desacordo com nossas aspirações de
qualidade. Finalmente, um dos 10 Projetos Estratégicos da Telefônica em 2010, o “Melhoria de Contas”, liderado por Márcio Fabris, que tem a missão
de garantir níveis de excelência no número de reclamações em conta de nossos clientes. Estes avanços
estão realmente apresentando resultados excelentes de satisfação de nossos clientes.
somos 5
cultura
voluntários
Veias
solidárias
Colegas falam da satisfação de
doar sangue e de até salvar vidas.
Diferentemente da maioria dos jovens, que espera ansiosamente completar 18 anos para ter
sua Carteira Nacional de Habilitação, a analista de
marketing da Telefônica, Cíntia Gomes Valadares,
tinha outro motivo para contar os dias até atingir a
maioridade: “Queria doar sangue”. Estranho? Não
para ela, que desde pequena via a mãe frequentemente estender o braço para beneficiar amigos e
até desconhecidos que precisavam de transfusão.
“Esta vontade de imitar a minha mãe era muito
forte”, recorda. Ao completar 18 anos, não perdeu
tempo, e foi a um hemocentro, acompanhada pela
mãe, que até hoje é doadora assídua. Mesmo passados 13 anos, Cíntia não se esqueceu da emoção
e da ansiedade da primeira vez. “Toda pessoa deveria passar por esta experiência. É um gesto digno.
Devemos pensar que, como hoje muitas pessoas
precisam do nosso sangue, amanhã nós também
poderemos necessitar. Então, a ajuda ao próximo
deve começar agora”, propõe.
Nem todos, lamentavelmente, pensam assim. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a média da
população doadora de sangue deve estar entre 3% e
5% em relação ao total de habitantes no mundo. No
Brasil, a média é de 1,8% da população, enquanto
países, como Canadá e Inglaterra, já atingiram mais
de 5%. Atualmente, no Brasil, são coletadas por
ano – em média – 3,5 milhões de bolsas de sangue, segundo o Ministério da Saúde. Dados da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan)
somos 6
revelam que, de cada 10 doadores, apenas três colaboram espontaneamente. Os demais doam a pedido
de amigos, familiares ou conhecidos que precisam de
transfusão. O programa Voluntários Telefônica promove ações de doação de sangue ao longo do ano.
Felizmente, nem tudo está perdido: o brasileiro só
não é doador frequente devido à falta de informação sobre a importância e a necessidade da doação,
além da ausência de motivação e de uma cultura de
doação regular, segundo os estudos. “Acho gratificante doar sangue porque é uma forma anônima de
ajudarmos as pessoas que necessitam”, opina Raul
Buzato Júnior, consultor econômico-financeiro da
Telefônica, onde trabalha desde 1989. Ele informa
que, ao longo dos últimos cinco anos, procura doar
entre três e quatro vezes (limite máximo para os homens) a cada 12 meses.
Vale lembrar que o aumento da demanda por sangue se deve não só às cirurgias médicas e ao atendimento de feridos em acidentes de trânsito, mas
também aos casos de transplantes de órgãos. No
ano passado, o número de transplantes e, por consequência, de doadores de órgãos aumentou 14%
em relação a 2009. Balanço divulgado em março último pelo Ministério da Saúde mostra que o número
de doadores efetivos (falecidos) de órgãos passou
de 1.658 em 2009 para 1.896 no ano passado.
Foi assim, para atender ao pedido do hospital que
precisava de 25 doadores para reposição do san-
voluntários
Quer ser doador?
• O voluntário deve procurar o hemocentro mais
próximo;
• Ter entre 18 e 65 anos de idade;
• Ter peso acima de 50 quilos;
• Apresentar documento com foto, válido em
todo o território nacional;
• O voluntário não deve ter diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade;
• Não podem doar sangue: pessoas que estão
expostas a doenças transmissíveis pelo sangue (sífilis, AIDS, hepatite e doença de chagas);
mulheres grávidas ou amamentando; usuários
de drogas e as pessoas que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou
eventual – sem uso de preservativo.
Recomendações
• Não doe em jejum;
• Faça repouso de no mínimo 6 horas na noite
anterior à doação;
• Evitar fumar por pelo menos duas horas antes
da doação;
• Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores;
• Evitar alimentos gordurosos nas três horas que
antecedem a doação.
somos 7
Fonte: Coordenadoria Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.
gue no transplante de rins de
uma prima, que a analista Keila
Silva Souza, da Gerência de Planejamento e Estratégia da TeCíntia Gomes Valadares
Raul Buzato Júnior
Zilda Casagrande da Silva
lefônica, se tornou doadora de
sangue há 11 anos e recebeu até
homenagem do Hospital das Clínicas pela impor- Portuguesa. Em Campinas, os beneficiados foram o
tância da ação que realiza. A mais marcante, entre hospital da Unicamp e, na capital gaúcha, o Banco
as três doações que faz anualmente, foi para sua de Sangue de Porto Alegre.
própria mãe, que teve complicações em uma cirurgia e precisou de sangue. “Fiz imediatamente uma Assídua nas campanhas desde 2007, Zilda Casadoação diferente das habituais, pois a transfusão grande da Silva, secretária da Diretoria Geral da
foi diretamente pra ela. Ficamos lado a lado, o que TGestiona, sabe de cátedra a importância de doar
sangue. “Não existe desvantagem para quem doa.
salvou a vida de minha mãe”, emociona-se.
A vantagem está em saber que, por um gesto simOs bancos de sangue necessitam permanente- ples e rápido, podemos ajudar a salvar a vida de até
mente de voluntários. “Nos períodos de férias três pacientes”, afirma Zilda, que procura sempre
e do carnaval, os doadores se afastam de suas incentivar as pessoas a se tornarem doadoras.
atividades normais, e as doações caem. Daí a necessidade de chamar a atenção das pessoas para É também o que Raul Buzato procura fazer entre
se programarem para doar antes de viajar”, lem- amigos e colegas de trabalho. “Acho que deveriam
bra Guilherme Genovez, coordenador nacional de ser realizadas palestras em todas as áreas de emSangue e Hemoderivados, do Ministério da Saú- presa para esclarecer dúvidas e desmistificar alde. Foi por isso que o programa Voluntários Tele- guns mitos que rondam a doação de sangue”, sugefônica, da Fundação, realizou durante o período re. Para ele, é muito mais gratificante poder doar de
que abrangeu o carnaval mais uma campanha de forma voluntária, sem ter um receptor conhecido,
amigo ou parente, pois só fortalece aquele velho
doação de sangue.
ditado: “Faça o bem sem olhar a quem”.
Graças a esta iniciativa, em São Paulo, entre outras
instituições públicas e privadas, receberam as doaTexto: Francisco Fukushima (LBT)
ções dos nossos colegas o Hospital das Clínicas, a
Santa Casa de São Paulo e o Hospital Beneficência
Fotos:Denis Ribeiro
capa
Meu post
tá bombando
Empregados abrem seus blogs
para a SOMOS e a Telefônica SP
cria opção na Intranet para o
compartilhamento de notícias da
empresa em redes sociais.
Assim como “atrás do trio elétrico só não vai quem já
morreu”, no planeta dos tuiteiros e blogueiros quem
não está nas redes sociais deve se sentir um surfista
fora d’água. Nossos colegas internautas sabem disso e
grande parte deles já criou blogs, páginas e perfis. Entre
posts e retuites, eles compõem o universo pesquisado
pela empresa comScore, cujo resultado dá conta de
que 85,3% dos internautas brasileiros estão presentes em redes sociais e 71% deles acessaram blogs em
2010, superando a média mundial de 50%.
Não por acaso, no final de março, a Telefônica
lançou o hotsite “Você e a Telefônica Conectados
às Redes Sociais” (http://intranetcorporativa/
RedesSociais), com palestra de Marcelo Tas que
reuniu mais de 500 empregados no auditório da
Martiniano. Agora, as notícias da empresa podem
ser compartilhadas no Twitter e no Facebook, via
Intranet Corporativa. No entanto, por medida
de segurança, vale a pena atentar para alguns
cuidados a serem tomados (leia tabela nesta
matéria) para uma navegação responsável. Uma
boa dose de precaução não faz mal algum. Aliás,
somos 8
recentemente, dois jornalistas da Folha de S.
Paulo foram demitidos por postarem comentários
no Twitter sobre o jornal.
De resto, é só curtir a integração que as redes sociais
proporcionam, uma vez que qualquer pessoa pode
criar sua página na internet, tanto para disseminar
suas opiniões e informações quanto para compartilhar fotos, vídeos, notícias e outros. “Encontrei
no meu blog, criado em 2009, uma forma de expor
minhas ideias, críticas, crônicas, músicas preferidas e, se possível, coisas interessantes, seja para
quem lê ou somente para mim”, informa o jornalista
e repórter fotográfico Ricardo Carelli, consultor de
marketing e mídias sociais da Telefônica, com 45
anos de idade, oito dos quais na empresa.
Se, por um lado, nosso colega opta por uma linha
editorial eclética, mais parecendo com uma
revista digital, por outro, há blogs com foco específico, como é o caso do criado, em janeiro de
2010, pela jornalista e analista de comunicação
da Telefônica, Aline Siqueira, em parceria com
capa
Os 10 mandamentos
I - Não mentir. Seja honesto e transparente. Mentiras
são facilmente descobertas no mundo digital.
II - Não fazer comentários preconceituosos. Mensagens com tom discriminatório são mal recebidas na
rede e você pode responder na justiça por manifestações de racismo ou de ofensa.
III - Não copiar. Se for reproduzir texto, foto ou vídeo de
autoria de terceiros, faça-o apenas com autorização expressa e dando o devido crédito. Evite acusações de plágio.
IV - Não brigar. Evite entrar em discussões públicas.
Nunca desrespeite outros internautas, tampouco utilize palavrões ou linguajar ofensivo.
V - Não expor detalhes íntimos. Seja criterioso antes
de publicar informações pessoais, pois você pode fornecer informações de sua vida para criminosos.
Igualmente temático é o blog de Leandro Naim
Oviedo, gestor de viagens da TGestiona, que oferece
conteúdo sobre viagens corporativas em português
e espanhol. “Decidi criá-lo em maio de 2010 porque,
além de trabalhar na área, constatei que existem
muitos sites com notícias de turismo em geral, mas
não havia um só de informações gerais de viagens
corporativas”, explica, ao destacar que recebe, em
média, 80 visitas diárias.
Quem, por sua vez, estiver interessado no mundo
fashion, encontrará dicas de moda, beleza e
novidades da área no
blog de Ligia Dantas
Costa, assistente admistrativa da Telefônica, onde trabalha desde outubro de 2010. Ela
conta que, em setembro passado, colocou
o endereço no ar para fazer amizade, ensinando
até como fazer automaquiagem. O resultado
foi a conquista de 1.070 seguidores. “A meta,
agora, é profissionalizar o blog para atrair anunciantes.” Afinal, o blog não é apenas espaço para
compartilhamento.Quem souber explorar as
oportunidades que a internet oferece, também
poderá ganhar um dinheirinho extra, unindo o
útil ao agradável.
Francisco Fukushima (LBT)
VII - Não criticar a empresa. Não publique comentários
negativos sobre a Telefônica, seus produtos, serviços e
marcas comerciais. Zele pela reputação da companhia
para que seja melhor percebida pelos seus contatos.
VIII - Não desrespeitar sua equipe. Manifestações
que exponham insatisfação no trabalho são prejudiciais. Questione-se: eu gostaria que meu chefe e meus
colegas de trabalho lessem esse tipo de conteúdo?
IX - Não expor outras pessoas. Evite comentários
sobre terceiros, em especial colegas de trabalho, parceiros comerciais ou pessoas da sua rede de relacionamento profissional. Zele pela sua reputação online.
X - Não afetar o seu ritmo de trabalho. É sua função
garantir que as atividades online não sejam prejudiciais
às tarefas diárias. Utilize a internet para obter novos conhecimentos relacionados à sua área de atuação.
somos 9
Fonte: http://intranetcorporativa/RedesSociais
a amiga Marielly
Campos. O blog “Ache um Job”,
como o nome sugere, é dedicado a novas
oportunidades de trabalho. “A ideia partiu da
minha amiga, e eu topei na hora, pois sempre
comentávamos e trocávamos e-mails a esse
respeito. O objetivo é ajudar quem pretende se
recolocar profissionalmente ou encontrar novas
possibilidades de trabalho”, informa Aline, na
empresa desde 2004.
VI - Não divulgar informações confidenciais. Na Telefônica, você dispõe de informações privilegiadas. Zele
pela confidencialidade de tudo que não foi anunciado
oficialmente pela companhia.
capa
Follow
Aline da Silva Azevedo
Analista de marketing da Telefônica
http://coisasdachica.blogspot.com
Conteúdo: Textos & idéias, vídeos,
imagens e músicas.
Aline Siqueira
Analista de comunicação da
Telefônica
http://acheumjob.blogspot.com
Conteúdo: Classificados &
oportunidades de trabalho.
Felipe Barral
Analista sênior da Telefônica
http://felipebarral.com/
Conteúdo: Informações e dicas
sobre redes sociais.
Keila de Oliveira
Assistente de Logística da Telefônica
http://keworld.com.br
Conteúdo: Informações e
comentários sobre design, ilustrações,
lançamentos de filmes, tecnologia,
seriados e outros.
Analista de sistemas da Telefônica
http://lucianasampaio.wordpress.com
Conteúdo: Compartilhamento de
informação sobre TI, com vídeos e posts
relacionados com desenvolvimento
profissional .
Luis Fernando Alves
de Mello Gonçalves
Consultor de marketing da TVA
http://blogdougy.blogspot.com
Conteúdo: Informações e vídeos de
música, design, publicidade e outros.
Anderson Costa
Leandro Naim Oviedo
Paulo Bento
Bárbara Scarambone Leal
Leonardo Rodrigues
Renato Augusto Huard
Mendes Machado
Analista de marketing da Telefônica
http://andersoncosta.net.br
Conteúdo: Informações e ponto
de vista sobre economia, política,
carreira profissional, sustentabilidade
e outros.
Analista de marketing pleno da área
de Internet da TVA
http://fubap.org/boombop
Conteúdo: Variedades musicais.
Clayton Lisboa Khouri
Analista de projetos sênior da
Telefônica
http://claytonkhouri.blogspot.com
Conteúdo: Compartilhamento de
informações para profissionais da área
de TIC, de processos, continuidade de
negócios e gestão do conhecimento.
Siga a Telefônica
Gestor de Viagens do Grupo, na
TGestiona
http://gestaodeviagens.blogspot.com
Conteúdo: Informações sobre viagens
corporativas, abrangendo cidades,
agências, empresas, companhias
aéreas, redes hoteleiras e outros.
Analista de comunicação da Visão Prev
http://www.skriba.com.br
Conteúdo: Dicas de cursos ligados à área
cultural, além de divulgar O Enigma da
Bíblia, de autoria do próprio blogueiro.
Ligia Dantas Costa
Assistente administrativa da
Telefônica
http://ligiadiva.com.br
Conteúdo: Dicas de moda, beleza e
novidades da área.
Quer manter seus amigos nas redes sociais conectados com o que acontece de mais importante na nossa empresa?
Siga no Twitter @telefonicanaweb e curta no Facebook a nossa Fan Page facebook.com/telefonicanaweb.
somos 10
Luciana Sampaio dos Santos
Gerente da área de inteligência de rede
da Telefônica
http://bento11.wordpress.com
Conteúdo: Relatos e notícias sobre
ciclismo.
Analista de negócios da Telefônica
http://www.renatohuard.com.br
Conteúdo: Variedades, como as
tablaturas das músicas que o
blogueiro coloca em seu canal do
YouTube.
Ricardo Carelli
Consultor de marketing e mídias
sociais da Telefônica
http://ricardocarelli.wordpress.com
Conteúdo: Informações e comentários
sobre política, família, fotografia,
fotojornalismo, carnaval, esportes,
economia, ética e outros.
capa
Lendo
com sons
Deficiente visual, André Herculano criou
blog para divulgar manuais que facilitam
a vida de programadores cegos.
Quem trabalha em TI convive diariamente com o
desafio de estar permanentemente atualizado.
As novidades da área não são poucas, nem raras.
Agora, imagine-se na pele de um deficiente visual,
que tem essa mesma necessidade, mas dificilmente
encontra audiolivros em português ou títulos técnicos em braile. Foi pensando nessa carência que,
em junho de 2010, o analista de sistema da Telefônica, André Herculano dos Santos, deficiente visual
desde os primeiros anos de vida, decidiu criar um
blog (http://poetasantos.wordpress.com) para
divulgar manuais e apostilas que facilitam a vida dos
programadores cegos.
“Não tive muito apoio dos deficientes visuais nessa
empreitada, talvez pela falta de divulgação, e achei
melhor ampliar os objetivos do blog. Hoje, divulgo
matérias, denúncias e orientações pertinentes aos
cegos”, diz. O profissional, que trabalha na empresa
desde agosto do ano passado, também conta um
pouco de sua história na web, pois já apresentou
muitas palestras sobre inclusão social do deficiente
visual em faculdades. André informa que os visitantes do blog, nem todos cegos, dão retorno positivo e
até apresentam novas ideias. Ele disponibilizou, por
exemplo, os dois livros de poesia que escreveu – “Um
passo para compreender”, de 1998, e “Repensar: O
pensar e o agir”, de 2002 – para atender aos pedidos
dos leitores.
“Os livros nasceram das minhas reflexões acerca da
sociedade, de sua exclusão, mas também da minha
esperança por dias melhores. Pretendo lançar meu
terceiro livro em breve”, anuncia. Para a manutenção
do blog, ele gasta em média três horas por semana,
praticamente o mesmo tempo que consome em leitura de outros sites. “O meu blog, por ser recente e
também por ter ficado um bom tempo sem internet,
ainda não teve divulgação massiva”, declara. Para
navegar na web e atualizar, André usa o leitor de tela
JAWS, software que sonoriza tudo aquilo que digita
ou que percorre com as teclas, dispensando o uso do
mouse. Esse programa, vendido por R$ 2,7 mil, é o
mais popular do mercado, apesar da existência de
versões similares gratuitas, como o NVDA.
No entanto, segundo ele, muitos programas foram
desenvolvidos fora do padrão e não permitem a sonorização de todo o conteúdo. O programa, por exemplo,
não identifica imagens, que precisam vir acompanhadas de legenda para que o usuário compreenda o teor.
Mesmo diante das dificuldades, André – que adora
audiolivros de literatura, como os de Sidney Sheldon e
Augusto Cure – conta que decidiu investir em TI porque
começou a trabalhar com informática em educação,
pois é formado em Pedagogia. Nesse trabalho, ele sentiu a necessidade de aprofundar o conhecimento, uma
vez que pretendia criar alguns jogos para a educação
de deficientes visuais.
Foi isso que o levou a estudar análise de sistemas.
“No começo até eu achava uma loucura, assim como
os amigos”, conta. A família – pai, esposa e dois enteados – que mora em Santa Bárbara d’Oeste (SP),
cidade em que nasceu e para onde viaja de ônibus
todos os finais de semana, sempre o apoiou. Aos
31 anos, ele mora só numa pensão em São Paulo,
vai ao trabalho de metrô sem ajuda de cão-guia, e
se diz movido a desafios. “Mais apaixonado ficava
pela profissão, à medida que surgiam as dificuldades. É assim até hoje. Sei que preciso me esforçar,
pelo menos, o dobro em relação aos demais para dar
produtividade e adaptar tudo o que necessito, mas é
isso que me faz querer cada vez mais”, finaliza.
Texto: Francisco Fukushima (LBT)
Foto: Denis Ribeiro
somos 11
artigo
Síndrome de
Foto: Mario Leite
Odorico Paraguassu
Rosangela Petta
Foi divertido ver “O Bem Amado”, peça de
Dias Gomes que fez sucesso como telenovela em 1973 e que a TV Globo transformou em microssérie em janeiro: lá vinha o
palavroso Odorico Paraguassu, cuja mania
de enfeitar as palavras descambava para
os mais risíveis quiproquós linguísticos.
Mas vamos ser honestos: quanta gente não
sofre da síndrome de Odorico na hora de
escrever? É comum perder a naturalidade
e transformar o texto num trambolho incompreensível. E o problema é que cada vez mais somos
obrigados a nos comunicar por escrito, sobretudo
no trabalho, com e-mails. Se você tem esse tipo de
dificuldade, saiba que escrever bem é questão de
treinar. Para fazer um aquecimento, aí vão alguns
princípios básicos:
Objetividade. Não demore a entrar no assunto, vá
logo ao que interessa já nas primeiras linhas. Um
texto espichado, que enrola e não sai do lugar, passa
a sensação de inconsistência, irrelevância – e o leitor desiste pela metade. Pense bem: quantas vezes
você começou a ler o relatório anual, pulou todo o
miolo e foi direto para a conclusão? Pois é.
Interesse. Se quiser que alguém preste atenção
no que você escreve, jogue fora as frases feitas.
O lugar-comum é justamente isso, comum, tão
comum que não chama atenção, passa batido,
não desperta interesse. O que soa mais forte: “a
maior performance de todos os tempos” ou “um
lucro inédito de 34%”? Seja pontual, preciso, use
números. E evite o excesso do uso do inglês (como
brincou o escritor Humberto Werneck, “hoje em dia
o coffee break é o único momento em que os executivos falam português”).
somos 12
Economia. Para que montar uma fila interminável de
palavras quando você pode se comunicar com poucas? Reduza um “Nós vamos estar enviando” para
um brevíssimo “Enviaremos”, e acredite: além de
certeiro, é mais elegante. Pratique a concisão lendo
jornais, onde um título de poucas palavras resume
toda a notícia; às vezes, uma única palavra: “Guerra”.
Clareza. Palavras vagas e ambíguas são o caminho
mais curto para o mal-entendido. É o que acontece, por exemplo, com “pesquisador”: trata-se do
sujeito que coleta dados na rua ou de um cientista?
Se for cientista, é um médico, físico, matemático?
Procure a palavra específica, aquela que melhor se
ajusta ao que você realmente quer dizer.
Checagem. Muita gente usa palavras que desconhece – e passa vexame. Na dúvida, é melhor checar
grafia e significado no velho e bom dicionário. Hoje,
a falta de um dicionário à mão não é desculpa: há
muitos disponíveis na internet.
Leitura. Só existe um meio de melhorar o vocabulário: ler. Quem tem o hábito da leitura naturalmente amplia seu repertório de palavras e o
conhecimento da gramática. Se você não costuma
ler com frequência, comece aos poucos – uma ou
duas reportagens de jornal por dia, um livro de contos ou de crônicas por semana, um romance curto
de vez em quando. Logo você descobrirá o tipo de
literatura que mais lhe agrada ou diverte. Taí, é
uma ideia: que tal ler “O Bem Amado”?
Rosangela Petta é jornalista, dramaturga e diretora da Oficina
de Escrita Criativa, de cursos livres para escritores em formação
e iniciantes (www.oficinadeescritacriativa.com.br).
campanha
Foto: Carlos Della Rocca
Ladrões de sonhos
Trinta cidades de São Paulo
voltam em maio a assistir
ao filme “Assalto” criado
pela Young & Rubicam para
a campanha publicitária
que a Fundação Telefônica
Jorge Iervolino
lançou, em parceria com
a Childhood Brasil, para
sensibilizar a população sobre a exploração sexual de
crianças e adolescentes. Jorge Iervolino, que assina a
direção de criação da campanha, ao lado de Mariângela Silvani e Rui Branquinho, VP de criação da Y&R,
falou com exclusividade para a SOMOS sobre o filme,
que pode ser visto na intranet corporativa.
Como foi o processo de criação?
Geralmente, o processo de criação começa com um
briefing passado pelo cliente. Mas, como a gente
sempre trabalha em sintonia com as necessidades
do mesmo, muitas vezes, a agência até se antecipa
ao pedido. A Young tem um grande orgulho do trabalho realizado até agora para a Fundação, e dar continuidade a ele sempre esteve na nossa pauta. Uma
vez recebidas as novas diretrizes da comunicação,
a equipe trabalhou em duas frentes: na criação dos
roteiros, ao mesmo tempo em que buscava referências de estilos e técnicas para a animação. No final,
chegamos a dois roteiros escolhidos, e o primeiro
filme produzido foi o “Assalto”.
Com um tema tão difícil, como foi a decisão de
criar um desenho animado?
A animação foi o formato utilizado na primeira fase
da campanha, veiculada 5 anos atrás. Nos pareceu
interessante manter o mesmo formato e estabelecer uma ligação com aquele momento, criando
assim uma linguagem proprietária para a Fundação. Ele é rico e traz impacto para a mensagem porque une elementos opostos: utiliza a linguagem
característica do universo infantil para passar uma
mensagem séria e adulta.
Quem é o público-alvo?
Podemos dizer que nosso público-alvo são todos,
essa é uma questão universal e, ao contrário do que
muitas vezes imaginamos, atinge todas as classes.
Quanto mais pessoas estiverem conscientes e atentas para a questão da exploração e abuso sexual da
criança e do adolescente, maiores as chances de
combater esse mal.
Por que não se pensou em usar algum famoso?
O uso de celebridades, apesar de largamente utilizado para chamar atenção para uma causa, muitas
vezes tira o foco da mesma. No nosso caso, já tínhamos um histórico de sucesso usando a animação,
que acabou tendo uma grande sinergia com a mídia
impressa (onde usamos ilustrações com inspiração
nos personagens). Portanto, nos pareceu mais do
que pertinente continuarmos nesse caminho.
O desenho tem um fundo um pouco escuro. Isso
foi proposital?
A luz do filme varia do começo ao fim, e isso foi proposital. A ideia é a de que, na medida em que os elementos
relativos à infância das crianças vão sendo roubados,
o cenário gradualmente adquire uma atmosfera mais
sombria. No final, a luz volta a dominar o ambiente
trazendo esperança, otimismo e alegria.
Qual foi a participação da Childhood Brasil na
decisão do roteiro?
A Childhood Brasil nos deu toda a assessoria para que
pudéssemos falar do tema com propriedade, e nesse
processo nos ajudaram a chegar aos roteiros mais
pertinentes.
A trilha sonora remete ao som de caixinha de
música. O objetivo é esse mesmo?
A caixinha de música foi uma referência imediata,
pois além de fazer todo o sentido quando falamos
do universo infantil, com um tom alegre e pra cima,
ela facilmente adquire um tom mais pesado, típico
até de filmes de terror. Casou perfeitamente com a
intenção e com o andamento do filme.
somos 13
patrocínio
No toque da
Fazendo dueto com violino,
Dominguinhos, aos 70
anos, arrebenta no palco do
TelefônicaSonidos e confessa
para a SOMOS quem será seu
herdeiro musical.
oferta
plataformas
cliente
sanfona
“Este cabra da peste é meu herdeiro artístico”, anunciou Luiz Gonzaga, o rei do baião, em 1957, apontando para o jovem Dominguinhos, o Neném, como
até hoje o sanfoneiro é chamado por amigos e familiares. A profecia do velho Lua se confirmou, e aquele
adolescente de 16 anos não só deu continuidade à
obra do mestre, como também evoluiu e ampliou o
legado da sanfona, passeando pelos mais diversos
gêneros musicais.
cultura
Prova disso foi a dobradinha realizada com o violinista, compositor e arranjador Ricardo Herz na
abertura do TelefônicaSonidos, desta vez dedicado
ao jazz, no dia 27 de março, na plateia externa do
Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O projeto inclui
apresentações no mesmo local da cantora Fabiana
Cozza, com músicas de Edith Piaf, em 17 de abril,
e da norte-americana Carla Cook, um dos grandes
nomes do jazz contemporâneo, no dia 29 de maio.
A apresentação da dupla Dominguinhos e Herz,
acompanhada pela Orquestra Jazz Sinfônica,
também marcou a volta do pernambucano de
Garanhuns ao palco. Ele teve princípio de enfarte
e infecção urinária duas semanas antes de
somos 14
comemorar 70 anos, em 12 de fevereiro último. Com
a saúde totalmente restabelecida, o sanfoneiro recebeu a reportagem da SOMOS em seu apartamento do
Morumbi, em São Paulo. Com simpatia e simplicidade
nordestinas, contou um pouco sobre sua vida, seus
projetos e a convivência mantida com o saudoso pai
do baião, Luiz Gonzaga.
Você abriu o projeto TelefônicaSonidos ao lado
do Ricardo Herz. Já tocou outras vezes com
orquestra sinfônica?
Sim, muitas vezes, mas de jazz não. Foram três dias de
ensaio. Uma experiência interessante porque reforça
a importância da sanfona na música. Mas nem sempre foi assim. O instrumento perdeu espaço após a
Bossa Nova e a Jovem Guarda. Foi uma época difícil.
A sorte mudou entre 1972 e 1973, quando recebi
convite para acompanhar Gilberto Gil e Gal Costa
no Midem (França). Acabei gravando o álbum Refazenda, do Gil, e a Gal me convidou para tocar no disco
e no show Índia, pois ela substituiu o teclado pela
sanfona. A partir daí, todos passaram a querer o acordeom. Tenho certeza que aquela entrada no grupo da
Gal foi o marco do renascimento da sanfona.
Por falar em sanfona, como você descobriu que a
música seria o seu meio de sobrevivência?
Foi natural porque o meu pai, Chicão, um agricultor, era sanfoneiro. Ele tocava nas festinhas e não
se incomodava quando os filhos tocavam em seu
instrumento. Meus pais tiveram 16 filhos. Seis
morreram ainda pequeninos. Era a época em
que se morria até com dor de barriga. Dos
filhos, apenas três se interessaram pela
música, e acabamos formando um trio:
patrocínio
Morais, o mais velho, na sanfoninha de oito baixos,
eu no pandeiro e Valdomiro no melê. Eu tocava todo
tipo de percussão. Sempre fiz de tudo, como autodidata, mas quem me ensinou os princípios básicos da
música foi o acordeonista Orlando Silveira, do Regional do Canhoto, que já era maestro, no Rio de Janeiro.
Como, quando e onde foi o seu primeiro encontro
com o Luiz Gonzaga?
Foi entre 1949 e 1950 em Garanhuns, onde nasci.
Eu, com oito anos, tocava na porta do Hotel Tavares
Correia com meus dois irmãos. Gonzaga viu, gostou,
deu um dinheiro e um papel com seu endereço no
Rio para entregarmos ao pai. Nem sabíamos quem
era Luiz Gonzaga.
O reencontro aconteceu quatro ou cinco anos
depois. Por que essa demora?
Nesse mesmo dia, também no hotel, conhecemos
Almeirinda, dona de um internato e externato de
Olinda, que ofereceu estudo pra gente. Ficamos
internos por quase quatro anos. Lá, a gente ganhou
uma sanfona de 48 baixos do dono da Rádio Clube
de Pernambuco, o senhor Arnaldo Moreira Pinto, e
a dona Almeirinda começou a empresariar a gente.
Ela foi ganhando dinheiro com isso, mas nunca
mandou nada para meu pai. Vestia a gente muito
bem, com camisa branca, gravata borboleta e calça
preta. Foi aí que surgiu o nosso nome artístico: Os
Três Pinguins (risos). A gente estudava e trabalhava. Era a época da palmatória. Batiam na gente,
geralmente na mão, por qualquer motivo, e isso
gerou sindicância. A dona Almeirinda nos expulsou
da escola. Ficou com os instrumentos e as roupas
que usávamos. Voltamos a tocar nas feiras e porta
de hotéis. Um dia, meu pai encontrou o endereço
do Luiz Gonzaga e decidiu ir para o Rio. Viemos
num pau-de-arara em 11 dias de viagem, comendo
carne seca, farinha e rapadura.
Como foi esse reencontro? O Luiz Gonzaga lembrou-se de vocês?
Lembrou. Viu a gente e disse: “Ah, os meninos de
Garanhuns”. Memória boa, né? No mesmo dia, ele
deu ao pai uma sanfona vermelha de 80 baixos porque não tínhamos instrumentos. Luiz Gonzaga, além
de generoso, foi um dos maiores compositores que
a música brasileira teve. Ele sofreu muito para mostrar o seu trabalho, pois sendo negro, de chapéu de
couro, querendo cantar na Rádio Nacional, ninguém
deixava. Só o queriam como acompanhador dos
cantores, mas depois foi vencendo. Posteriormente,
entre 1967 e 1968, trabalhei como motorista dele.
Eu dirigia a Kombi, abria os shows e percorria as ruas
da cidade para anunciar as apresentações.
Você tinha 16 anos quando ele o anunciou como
herdeiro artístico. Como aconteceu?
Um dia eu o acompanhei até a gravadora RCA Victor. Foi lá pra gravar Forró no Escuro. No estúdio, ele
chega e diz, me chamando pelo apelido: “Neném,
quero você no acompanhamento”. Depois da gravação, ele atendeu uma equipe da Radiolândia, revista
famosa na época, que foi entrevistá-lo sobre a nova
música. De repente, num rompante, ele anuncia,
olhando pra mim: “Este cabra da peste é meu herdeiro artístico”. Ali, naquele momento, a revista me
entrevistou, contando a minha história em duas
páginas. Foi nessa ocasião que formamos o primeiro
Trio Nordestino, mas não chegamos a gravar.
E você, da sua parte, já tem o herdeiro artístico?
Quem é?
São muitos seguidores afeitos ao meu repertório,
mas tenho um afilhado lá em Fortaleza, o Waldonys,
piloto e sanfoneiro extraordinário que segue a mesma
dinâmica minha e de Luiz Gonzaga. É o meu herdeiro
artístico, afilhado verdadeiro, que eu crismei. Tem 22
anos de carreira, muitas gravações e DVD.
Você é o personagem central do documentário
O Milagre de Santa Luzia, no qual percorre diversas regiões do País. Por onde andou, o que você
viu de curioso em termos musicais?
Curioso mesmo foi o encontro que tivemos na estrada,
perto de Serra Talhada. Vimos uma turma de vaqueiros,
todos paramentados, que tinha saído de uma missa,
no meio do mato. O diretor do filme disse: “Vamos ver
se eles querem gravar alguma coisa”. Eles aceitaram.
Peguei a sanfona e os acompanhei na boiada. Foi ao
acaso e o resultado final foi extraordinário. Muito lindo.
Você gravou o seu primeiro disco em 1964. Por
que essa demora?
Não tinha ambição de gravar. Um dia, eu estava na
Rádio Nacional quando o Pedro Sertanejo, pai do
Oswaldinho do Acordeom, chegou e disse: “Abri uma
gravadora, a Cantagalo, e queria que você gravasse
um LP de baião”. Agradeci e não aceitei, mas em 1964
fui a São Paulo e decidi gravar. Foi o Luiz Gonzaga
quem sugeriu meu nome artístico. Ele dizia: “Neném
é apelido que a mãe bota na gente. Precisa trocar”.
Texto: Francisco Fukushima (LBT)
Fotos: Carlos Della Rocca
somos 15
talentos
Pais corujas,
filhos talentosos
começa a colecionar títulos: o mais recente foi o
vice no Campeonato Sub-11 de Guarulhos pelo “Sai
de Baixo”, em São Paulo. O sucesso da garotada
é motivo de orgulho para os pais que, conscientes
das dificuldades enfrentadas pelos iniciantes, são
unânimes em afirmar que, apesar de incentivar o
desenvolvimento de suas aptidões, o estudo ainda é
essencial para a formação do futuro dos filhos.
Leonardo Cezarino Freire começa a colecionar
medalhas de ouro como enxadrista mirim.
Segunda parte da reportagem
com filhos talentosos de
empregados da Telefônica revela
que, apesar das aptidões para a
arte e o esporte, os pais ainda
priorizam a educação.
“Até eu fazia este”, gritou no estádio o revoltado
garoto de quatro anos quando viu um jogador do
seu time, o Palmeiras, perder o gol. Todos, inclusive o pai do menino, o coordenador especialista
em telecomunicações da Telefônica, Mauro Henrique Baptista Pistore, caíram na gargalhada ao ver
aquele “catatau” se colocando no lugar de um jogador profissional. O que nem todos sabiam é que o
menino, João Vitor Trintim Pistore, já demonstrava
habilidade diferenciada em campo desde aquela
época, quando começou a jogar em equipe. “Ele
tem o estilo do Jorginho, que jogou no Palmeiras na
década de 80”, compara o pai.
Pode até ser, mas o pequeno craque sonha em ser
como Valdivia, que “joga bem e faz gols de craque”.
O único obstáculo, segundo ele, é o seu porte físico.
“Sou pequeno e os adversários são bem maiores”,
reclama ele, hoje com 10 anos. Mesmo assim,
com talento reconhecido pelos colegas, João Vitor
somos 16
A escola, portanto, está em primeiro lugar. “Estudo de
manhã, faço as lições após o almoço, e quando termino vou treinar no clube Sociedade Esportiva Sanjoanense”, exemplifica o tenista Guilherme Azeredo
Mendes, ganhador de dois troféus de vice-campeão
num recente certame local com quatro etapas e um
máster na categoria 12 anos A. “No momento, quero
mais é curtir o esporte, pois sei que a carreira de
tenista é muito difícil. Além disso, o espaço para treinar é limitado e faltam patrocinadores”, avalia o único
filho, de 13 anos, do analista de telecomunicações
Noel Messias Mendes, na Telefônica desde 1983.
“O mais importante na idade dele é praticar algum
esporte, que dá disciplina e melhor qualidade de
vida. Vamos apoiá-lo em tudo que for necessário
para que, no futuro, o tênis seja pelo menos um
hobby”, declara Noel. Se, de um lado temos um
talentoso tenista que pretende ter o mesmo saque
de Andy Roddick, um dos mais fortes do mundo, de
outro encontramos um pintor que quer ser como
Picasso. “É o meu pintor preferido. Vi algumas de
suas obras e gostei muito. Isso acabou influenciando em alguns trabalhos, apesar de as minhas
referências serem Romero Brito e Arena”, diz Marcus
Vinícius dos Santos Gomes, hoje com nove anos.
talentos
Foi, porém, com seis anos que sua vida começou a
mudar. “Percebemos, nessa época, que meu filho tinha
jeito para desenho. Procuramos uma escola e o matriculamos no curso de pintura”, conta Maria Aparecida
dos Santos Gomes, gerente de negócios da Telefônica,
mãe de Marcus Vinícius. O resultado não demorou a
aparecer: na exposição anual de pintura realizada pela
escola, Marcus obteve medalha de bronze no primeiro
ano, prata no segundo e ouro em 2010.
Igualmente prematura foi a façanha de Leonardo
Cezarino Freire, filho de seis anos de Vanessa Cristina Sitta Freire, analista de marketing II da Telefônica. O menino começou a ter, uma vez por semana,
aula de xadrez em fevereiro de 2010 no colégio. Em
Família Martins: unida pelo amor ao teatro na Fundação
das Artes de São Caetano do Sul.
agosto, foi convidado a participar do 3º Torneio
Intercolegial de Xadrez no Colégio Santa Marcelina.
“Meu filho foi um dos escolhidos para representar o
seu colégio. Para nosso orgulho, ele trouxe para casa
a medalha de ouro pelo primeiro lugar na categoria
sub-6 masculino”, orgulha-se.
“O segredo é prestar muita atenção para não cometer nenhum lance irregular e fazer xeque-mate. É
assim que eu ganho”, revela o enxadrista mirim. Foi
com essa receita que no último dia 30 de outubro
conquistou outra medalha de ouro, desta vez no
colégio onde estuda, seguindo os mesmos passos
de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, o maior
enxadrista brasileiro até o momento. Na arte cênica,
as irmãs Luna, de 17, e Lorena Engelmann Martins, de 12, ambas estudantes de teatro, têm preferência por Wagner Moura, entre os atores nacionais, e
Johnny Depp, entre os internacionais.
“São profissionais que atuam muito bem
em qualquer papel”, justifica Lorena.
As duas jovens atrizes são filhas da
analista administrativo da Telefônica,
Luciana Engelmann Tognetti Martins,
e têm aulas de teatro na Fundação das
Artes, graças a uma parceria com a Prefeitura de São Caetano do Sul. Ela conta que
tudo começou em 2002, quando a escola
ofereceu aos alunos a possibilidade de
frequentar as aulas. “Aceitei na hora.
Agora, oito anos depois, nem sei contar
em quantas peças atuei. Gosto muito do
teatro, mas pretendo me profissionalizar
Mauro Henrique acha que o filho João Vitor
tem o estilo do jogador Jorginho.
na área de mídia (Rádio, TV e Internet) para tentar o
ramo de produção de vídeos musicais”, anuncia Luna.
Foi graças a ela que a irmã enveredou pelo mesmo
caminho, pois assistiu a muitas peças apresentadas
por Luna e firmou amizade com o pessoal. “Já participei de cinco apresentações pelo projeto Viva Arte, da
Fundação, e de outras pelo grupo de teatro da igreja
que frequento”, informa Lorena. O mais interessante, de acordo com a mãe Luciana, é que o teatro
uniu ainda mais a família, pois não só as duas filhas
frequentam aulas de teatro na mesma escola, como
também ela e o marido, mas em turmas separadas.
“Agora só falta a minha filha de quatro anos. Ela não
tem idade para participar das aulas, mas já gosta de
assistir às peças”, informa, com jeito de quem torce
para ter uma família igual à do casal Nicette Bruno e
Paulo Goulart, em que todos são atores.
Texto: Francisco Fukushima (LBT)
Fotos: Carlos Della Rocca
somos 17
nós somos
Punhos
inteligentes
Impossível evitar. Toda vez que o analista de negócios da Telefônica, Rogério Oliveira Castro, chega
ao trabalho com algum machucado no rosto, ele
sabe exatamente o tipo de comentário que ouvirá
dos colegas: “Esse cara apanha de mulher e depois
diz que pratica boxe”. Gozações à parte, o fato é que
desde junho de 2008 ele mantém a rotina de, após
o trabalho no prédio da avenida Paulista, ir direto
para a academia Underground Fight Team, na zona
Oeste de São Paulo, para treinar até duas horas por
dia durante quatro a cinco vezes por semana. Lá, ele
passa por uma maratona de treinos técnicos, práticos e físicos, como bater saco, pular corda, correr e
até sparrings com atletas da casa ou de outras academias, entre outros exercícios.
A vida do nosso pugilista, porém, é bem diferente
daquela que a gente vê em “O vencedor”, baseado em fatos reais e indicado este ano ao Oscar
de melhor filme. Nele, o personagem Micky Ward,
interpretado pelo ator Mark Wahlberg, constata
que só poderá conquistar seu espaço como boxeador na medida em que se libertar das amarras de
sua turbulenta família: a mãe que o empresaria, o
irmão drogado que insiste em treiná-lo e as sete
somos 18
irmãs intrometidas. Rogério, ao contrário do personagem, é filho único, e seus pais são avessos ao
boxe. Eles não o apoiam em sua decisão de praticar o esporte e ainda não foram vê-lo nos treinos.
“Um dia, após machucar o rosto num sparring,
disse a eles que me cortei ao me barbear. Menti
para evitar reclamações”, admite o atleta, solteiro, 30 anos, e que trabalha na empresa desde
2003.
Rogério diz que o esporte surgiu ao acaso, como obra
do destino. “Certo dia, em uma loja de suplementos alimentares, tomei conhecimento sobre a academia. Fui lá, fiz uma aula teste, gostei e não parei
mais”, informa. A dedicação foi tanta que, na época,
abriu mão do karatê, primeiro esporte que começou
a praticar aos 14 anos. Ele diz que o boxe não é tão
violento, como muitos insistem em simplificar, pois
exige muita inteligência e destreza do lutador, assim
como acontece no jogo de xadrez. Além disso, Rogério enumera os benefícios que o esporte proporciona,
como resistência física, cardiorrespiratória, definição
muscular, aumento dos reflexos, e melhoria na autoconfiança e na autoestima. “É um salto na qualidade
de vida”, resume.
Rogério Oliveira Castro relaxa
ouvindo Buddy Guy, amou o
filme Menina de Ouro, mas não
hesita em mandar para a lona
quem o desafia no ringue.
Fotos: arquivo pessoal
nós somos
Estreia de Rogério no boxe amador,
em fevereiro, foi vitoriosa.
Foto: Carlos Della Rocca
Ele está seguro no que diz. Apaixonado por esporte,
Rogério conta que já passou, além do karatê, pela
natação, duathlon, musculação e spinning. No caso
do boxe, afirma que começou a praticá-lo porque,
além de gostar, tem dificuldade para perder peso. Ou
seja, procura unir o útil ao agradável. “Aprecio uma
boa alimentação, e como de tudo, sem frescura”,
confessa. Por conta disso, Rogério, com 1m73, atingiu o máximo de 97 quilos, e atualmente se mantém
entre 80 e 82 quilos, peso que o coloca na categoria
meio-pesado (até 81 quilos). Em fevereiro, ao ver o
ponteiro da balança cravado no número certo para
lutar, Rogério estreou no boxe amador. Ele venceu,
por pontos, uma das lutas no torneio Forja dos Campeões, para a alegria do treinador Gustavo Otas,
profissional conhecido e respeitado na área, com 16
anos de experiência no boxe.
É justamente em seu treinador que procura se espelhar, assim como em Floyd Mayweather Jr, Arturo
Gatti e Mike Tyson, que considera o melhor boxeador internacional de todos os tempos. Eder Jofre,
para ele, ainda é o top do pugilismo brasileiro. “O
bom lutador é aquele que tem disciplina, força de
vontade e perseverança”, sintetiza. São estes os
valores que tradicionalmente estão presentes nos
roteiros dos filmes, principalmente os norte-americanos, sobre boxeadores, e a que Rogério nunca
perde a oportunidade de assistir. O que mais gostou
foi Menina de Ouro, dirigido por Clint Eastwood e
vencedor do Oscar de melhor filme em 2005.
Engana-se, porém, quem imagina que Rogério só
pensa em boxe. Fora da academia, ele gosta mesmo
é de relaxar, ouvindo blues, como os interpretados
por mestres como Sonny Boy, Little Walter, Buddy
Guy, Muddy Waters, B.B. King e outros, além de
Robson Fernandes, seu ex-professor de gaita. Outro
hobby é assistir a desenhos animados, como Wolverine, X-Men, Avatar, Liga da Justiça, Batman e alguns
produzidos no Japão, sem contar a leitura de livros
e de revistas de histórias em quadrinhos. “Fui colecionador das revistas do Wolverine”, conta. Rogério
também gosta de viajar, sair com os amigos, ir ao
cinema, ao teatro de comédia e, confirmando a fama
de bom prato, conhecer bons restaurantes. Afinal,
como resistir à tentação da gula?
Francisco Fukushima (LBT)
somos 19
comportamento
Você não precisa fazer como Deborah Secco, que
apagou do pé direito o nome do ex-amado, nem
tampouco virar um gibi ambulante. Como tudo na
vida, é o bom senso que deve dominar os arroubos
de paixão e os ataques de fashionismo. A dermatologista Daniela Ferrari Cesarino alerta: quem se deixa levar por desejos fugazes corre o risco de acabar
sob um feixe de raio laser como fez a atriz global. E
o preço machuca… o bolso. Uma sessão sai, em média, R$ 400. “Há pessoas que precisam de mais de
10 sessões para retirar o desenho e, mesmo assim,
o resultado não é garantido”, diz.
Vanessa Cristina Matarazzo
Márcia Assis Santos
A figura do menino do Rio, dragão
tatuado no braço, da canção de
Caetano Veloso, já pode ganhar
uma versão feminina.
São as mulheres que agora lotam
os estúdios de tatuagens.
somos 20
Mas, a julgar pelo crescente número de mulheres
tatuadas, isso é mero acidente de percurso. Na Telefônica, por exemplo, vira e mexe, cruzamos com
alguma colega que se rendeu à moda e deixa, orgulhosa, escapar uma ponta do desenho. Se para o
universo masculino, a tatuagem tem uma história
que remonta a séculos, o que leva hoje as nossas
colegas de trabalho, parentes e esposas a suportar,
com resignação, as centenas de picadas que viram
dragões, sabiás, serpentes e flores por pernas, tornozelos e costas?
A secretária da Gerência de Novos Negócios da
Telefônica, Jesabete Marques, fez sua primeira
tatuagem aos 47 anos, influenciada pela filha,
Carolina. Hoje, aos 54 anos, ela ostenta duas. “Já
que fiz, tenho mais é que mostrar”, admite. Para
a primeira, uma borboleta, foi a filha quem buscou o desenho na internet. “Ela sabe que eu adoro
borboletas.” Agora, ela está de olho num terceiro
desenho. “Só que eu mesma estou escolhendo
porque não quero me arrepender.”
Cada vez mais, os estúdios de tatuagem lotam
com a presença de mulheres. Com experiência de
15 anos e dois estúdios na Galeria Ouro Fino, em
São Paulo, Thiago Yoshio Shiguemiti (conhecido
como Chico), de 32 anos, comenta que seu público
é composto 50% por eles e 50% por elas. “As mulheres vêm mais porque suas tatuagens são pequenas, em geral. Os homens, por sua vez, escolhem
desenhos enormes, que exigem que ele volte ao
estúdio mais vezes para completá-los”, diz.
Érica Braga Srmukznc
comportamento
mesmo jeito que esse desenho está no meu corpo
para sempre, ela estará no meu coração”, confessa.
Ana Carolina Schiola
Mas há exceções. A analista de Regulatório da Gerência de Planejamento e Orçamento da Telefônica,
Márcia Assis Santos, 36 anos, submeteu-se a várias
sessões só para ter um belo – e enorme – dragão
tatuado nas costas. “Sempre gostei de dragões. Na
minha visão, são símbolo de força, controle e liberdade”, comenta. Ela já tem quatro – três nas costas
e uma no pé – e diz que todas refletem um pouco
da sua identidade. “Se alguém acha estranho eu
nem ligo, pois não admito preconceitos.”
Foi também movida pelo sentimento que a analista
de Marketing da Telefônica, Vanessa Cristina Matarazzo, de 38 anos, escolheu a sua segunda, terceira
e quarta tatuagens. Incentivada pelo namorado,
na época com 13 desenhos espalhados pelo corpo,
resolveu fazer uma tribal com uma rosa no centro,
na região da nuca. Vanessa não esquece a reação
da mãe, dez anos atrás: “Ela perguntou se eu havia
ficado louca e ficou uns dois dias sem conversar comigo, até a tattoo desinchar e cicatrizar. Daí, mudou
de ideia e acabou admitindo que estava bonita e que
se ela fosse mais nova também faria uma”.
Qualquer que seja o desenho, a verdade é que a moda
ainda é o grande arrebanhador de almas para o mundo da tatuagem, segundo Chico. Locais, como virilha,
pélvis, parte interna do braço, pulso e área próxima
dos seios, estão em alta. Os desenhos variam, mas
o que se mantém são as histórias que estão por trás
deles. A moda, neste caso, não é nem coadjuvante.
As outras três – nos dois ombros e na panturrilha
esquerda – representam etapas de vida que Vanessa quis eternizar, como a maternidade e a fé que ela
tem na sua religião, o budismo. A da perna foi, de
longe, a mais dolorida. “É uma região sensível por
onde passam muitos vasinhos e parece
que estão enfiando um estilete quente
na pele. Doeu tanto, que demorei muito
tempo para encarar a sessão de preenchimento com tinta”, admite. Mesmo assim,
depois de dois anos, ela a refez totalmente e acrescentou mais detalhes.
Aos 20 anos, a analista de Canais Externos da Telefônica, Ana Carolina Schiola, fez sua primeira e única
tatuagem. Em homenagem à recém-falecida avó materna, mandou tatuar na nuca a frase “Amor Eterno”,
imitando a letra da irmã mais nova. “O A tem três significados para mim: amor, Antonieta, que era o nome
dela, e Anjo, pois ela costumava me chamar de Meu
Anjinho”, lembra hoje, aos 25 anos. Ana Carolina não
teve tempo de mostrar o desenho para a avó. “Porém,
acredito que, de onde ela estiver, entendeu que do
Comedida, só depois que foi a um estúdio
com boas referências no mercado é que
a consultora de Marketing da Gerência
de Publicidade da Telefônica Érica Braga
Srmukznc, de 31 anos, resolveu tatuar
uma flor na nuca. “Logo que me casei, resolvi desenhar meu pescoço, claro, com o
apoio do meu marido”. Na época, os pais
dela até brincaram quando viram: “Agora
que você saiu de casa nem podemos mais
reclamar”, lembra. O desenho ficou lindo, só não
gostou da dor. “Não dava para pensar em nada enquanto ele me tatuava, tamanha era a dor.” Mesmo
assim, Érica pensa em mandar desenhar um gato,
mas ainda não sabe quando.
Para a consultora de Recursos Humanos, Roberta Nogueira, de 34 anos, a tatuagem mais dolorida foi a que
estampa o nome do seu filho, no pé. “Apesar da dor,
é uma sensação muito boa. Fico sempre pensando
qual será a próxima”, comenta ela, que já tem quatro
espalhadas pelo corpo. No entanto, o momento mais
difícil foi o encontro como o tatuador, até então desconhecido. “Você tem de confiar em uma pessoa que
não conhece e ter fé que seu desenho fique lindo. No
meu caso, adorei o resultado e quero mais!”
Texto: Márcia Vaisman (LBT)
Fotos: Denis Ribeiro / Carlos Della Rocca
Jesabete Marques
Roberta Nogueira
somos 21
comportamento
Tattoo nos trinques
“A tatuagem, muitas
vezes, se torna um
acessório no look”,
Adriana Viviani, analista de negócios da Gerência de Áreas Financeiras da Telefônica.
“Nunca me passou pela cabeça ter uma tatuagem.
Fiz por influência da Laurinha, da Telefônica. Adorei meu desenho, mas não vou fazer outro porque
dói demais”, admite Maria Cecília da Silva,
secretária da Diretoria de Comunicação Corporativa e Diretoria de Desenvolvimento de Negócios, 49
anos. Ela tem uma tatuagem na perna.
somos 22
Mas qual o segredo para se manter a tatuagem nos trinques? “Ter uma pele maravilhosa e protegê-la do sol com
um bom protetor solar”, avisa o tatuador Chico. Para a
cicatrização, ele recomenda lavar e secar bem. “A tattoo
deve ser cuidada como qualquer ferimento superficial.
Por isso, banhos quentes e saunas devem ser evitados
para não abrir os poros e descaracterizar a cor original”,
orienta. Peles com propensão a formar queloides não são
indicadas. Qualquer um pode fazer uma tattoo, desde
que não seja menor de idade. A Lei estadual n.º 9.828, de
1997, sob autoria do então deputado Campos Machado
(PTB), proíbe tatuagens e piercing em menores.
E atenção: se você está pensando em fazer um desenho,
fique de olho em referências. “É importante procurar um
profissional conhecido no mercado, que tenha um estúdio com sala limpa, sem tintas à mostra, que use agulhas
descartáveis e que seu material seja todo esterilizado
por autoclave”, ressalta Chico.
“Quando fui fazer minha tatuagem no pescoço,
meu marido, que não gosta de tattoos, achou
que íamos acompanhar uma amiga ao estúdio,
mas quando cheguei lá, escolhi o meu desenho e
fiz”, Ana Laura Paiva, secretária da Diretoria de
Regulamentação da Telefônica.
“Minhas tatuagens
simbolizam passagens
da minha vida. Elas
não ficam aparentes no dia-a-dia, mas quando saio
ou vou à praia sempre os meus desenhos atraem um
olhar perdido”, Camila Camargo, analista de marketing da Diretoria de Publicidade da Telefônica.
solidariedade
Quem conta um conto…
aumenta um sonho
O índice de evasão do curso de contação de
histórias é alto, mas quem fica sabe da importância
do que faz para a qualidade de vida de seu público.
Uma coisa é contar histórias num ambiente festivo,
ou mesmo numa escolinha para crianças; outra,
bem diferente, é fazer a mesma coisa, mas tendo
como ouvinte alguém deitado no leito de um hospital. O que parecia uma simples tarefa de interpretação, com cuidado na entonação vocal, vira um exercício em que doação, disciplina e perdas caminham
juntas. Que o digam os 1.200 voluntários da organização não-governamental Viva e Deixe Viver que
atuam em 83 hospitais de nove Estados brasileiros
contando histórias.
O caminho é longo até a leitura das primeiras
linhas. É quase um ano de estudos compostos
por palestras quinzenais, que vão de fevereiro a
julho, quando o candidato a contador de histórias aprende a lidar com o ambiente da saúde e
a tornar-se um agente transformador. “Fazemos
vários workshops com profissionais da saúde
e mostramos, em dinâmicas, que eles têm de
saber lidar com as perdas. Afinal, estamos em
um hospital, onde há pessoas doentes”, enfatiza
Valdir Cimino que fundou a ONG em 1997. Nessas palestras, os participantes também aprendem a administrar seu tempo. “Aos sábados,
meus compromissos têm início a partir das 11
horas, quando saio do Hospital Santa Marcelina,
onde conto histórias”, afirma a engenheira da
Gerência de Desempenho de Rede da Telefônica,
Aline Amescua, de 29 anos.
No curso, aprende-se o que a criança e o adolescente
gostam de ouvir numa leitura. Por isso, eles promovem
alguns saraus, nos quais há troca de livros e também
de experiências. “O que vale é cada um encontrar o seu
melhor jeito de contar histórias, seja usando um nariz
de palhaço ou roupas engraçadas”, diz Cimino.
Aline gosta de vestir um avental que ela customizou
cheia de bichinhos. Para descobrir o melhor jeito de
“atuar” na contação de histórias, os voluntários que
ainda demonstrarem interesse no curso fazem um
estágio monitorado nos hospitais, de agosto a novembro. Muitos desistem ao longo do tempo, pois é preciso
um comprometimento, que se traduz ainda no aprendizado. Ninguém pode faltar a uma palestra, porque se
eles – na atuação real – não comparecem à contação
de histórias deixarão suas crianças desapontadas.
A relevância que Cimino dá à presença no curso vem
de sua própria experiência, nos Estados Unidos,
quando participou de um processo seletivo e de treinamento de voluntários, em Nova York. “Os jovens
norte-americanos são engajados nas práticas
sociais já que 67% deles estão envolvidos em uma
causa. No Brasil, este índice é de 17%”, comenta.
Este cenário fica bem evidente na turma que se
formou em 2010. Dos 400 interessados, restaram
apenas 70 no final do curso. Aline foi uma das formandas do ano passado.
Aline Amescua
Uma vez que começa a atuar, o diretor-fundador
afirma que o voluntário doa cerca de 9 horas por
mês para a contação de histórias e mais 7 horas em
outros atos voluntários. Tudo por vontade própria.
“É uma transformação de consciência e eles acabam
levando as suas histórias também para creches e
asilos que não são vinculados a nós.”
Somente em 2010, a ONG contabilizou 71 mil horas
em contação de histórias pelos hospitais do País. “Nós
treinamos tão bem nossos indivíduos que hoje somos
reconhecidos como profissionais do hospital e até
auxiliamos algumas áreas, como a Nutrição, já que
criança mais feliz se alimenta melhor”, explica Cimino.
Texto: Márcia Vaisman (LBT)
Fotos: Denis Ribeiro
somos 23
lado b
Dançando com Jade
Foto: Globo / CDOC
Bastava Giovanna Antonelli, na pela de Jade Rashid,
aparecer na TV para a jovem Renata Brito Santana,
pular do sofá e ali mesmo começar a imitar os movimentos de mãos e o balouçar dos quadris da namorada de Lucas, na novela O Clone. A trama de Glória
Perez, que está sendo reprisada desde janeiro em
“Vale a Pena Ver de Novo” não só inundou os camelódromos com pulseirinhas de dedo, como também
lotou escolas de dança do ventre em todo o País.
No final de 2001, aos 18 anos, – hoje, há seis anos,
na Telefônica como analista de atendimento comercial e residencial – Renata entrou, literalmente, na
dança: comprou adereços, maquiagem, decorou
a trilha sonora da novela e ensaiou os primeiros
passos naquilo que viria a ser a principal forma de
expressar seus sentimentos: a dança do ventre.
Qual a sua rotina de trabalho?
Trabalho na área de atendimento comercial cliente
residencial. Faço parte da equipe responsável pela
Plataforma de Reconhecimento de Voz 10315,
desenvolvo projetos dentro da URA Rec Voz, junto
à área fornecedora. Realizo também propostas de
melhorias para direcionamento das chamadas,
garantindo o atendimento na célula correta e a
satisfação do cliente. Estou há pouco mais de 6
anos na empresa.
Renata faz aula sem parar e já se
apresenta em restaurantes árabes
de São Paulo.
somos 24
Como a dança entrou na sua vida?
Desde criança, sempre me interessei pela dança,
quando adolescente participei de aulas de jazz
e dança de salão. Aos 18 anos, tive meu primeiro
contato com a dança do ventre. Mas, foi há 3 anos
que resolvi levar essa arte a sério. Matriculei-me em
uma escola de danças árabes e me apaixonei. A partir daí comecei a participar das aulas e workshops
com mestres nacionais e internacionais. Comecei
lado b
a me interessar cada dia mais pela cultura árabe,
além de estudar os ritmos musicais. Há quase um
ano, a professora e bailarina Mahira Hasan montou
um grupo de danças árabes e me convidou para
ser integrante com mais 5 meninas. Hoje, nosso
grupo se apresenta em shows, eventos particulares, bares e restaurantes. Fazemos apresentações
em grupo e solo e participamos também de vários
concursos e festivais de danças.
Fez curso durante quanto tempo?
Há três anos faço aulas, ininterruptamente, para
me aperfeiçoar.
É necessário algum pré-requisito para se começar a fazer dança do ventre?
Qualquer mulher em qualquer idade pode praticar a
dança do ventre. Porém, ela requer muita dedicação,
há uma infinidade de movimentos que devemos
aprender, sempre temos algo a mais para se aperfeiçoar. Os movimentos são compostos por vibrações,
impacto, ondulações e rotações que envolvem o
corpo como um todo. Como em qualquer atividade
física, dependendo da idade, é importante um atestado de boas condições de saúde.
o apoio principalmente do meu marido, eu quero
continuar me aperfeiçoando e divulgando essa arte
que traz alegrias e cultura para o público. As roupas,
a maquiagem, os acessórios como a espada, véus,
candelabros e bastões fazem com que o público
possa apreciar vários ritmos diferentes da dança
do ventre.
Aliás, o ventre dá nome à dança, qual o significado disso?
A dança do ventre é muito antiga. É a primeira dança
feminina de que se tem registro. Os movimentos de
ondulação e contração foram desenvolvidos pelas
mulheres com o intuito de aliviar as cólicas menstruais e fortificar os músculos para sustentação da
gestação. O ventre em evidência está diretamente
ligado à fertilidade da mulher.
um pouco essa timidez, até mesmo no trabalho. A
minha autoconfiança aumentou. A prática desenvolve também a agilidade mental, concentração e
principalmente a coordenação motora.
Como você concilia o trabalho na Telefônica
com suas apresentações?
É um pouco corrido, por conta do trabalho,
mas quando chega a hora, a paixão pela
dança fala mais alto e esqueço o cansaço.
É isso que me faz conciliar as duas atividades
com tranquilidade. O grupo do qual participo
nasceu em abril de 2010. Em 8 meses, fizemos cerca de 30 apresentações. Hoje, na
Alibabar, uma das mais tradicionais casas
árabes em São Paulo, nos apresentamos
pelo menos duas vezes por semana.
Quais os benefícios para quem faz dança do
ventre?
Um dos benefícios é ganhar consciência corporal,
alívio do estresse e aumento da autoestima. Para
mim, os benefícios foram muitos. Eu me considerava uma pessoa tímida, ainda sou um pouco
(risos), mas a dança tem me ajudado muito a perder
Há uma certa sensualidade nos movimentos da
dança do ventre, como você lida com isso?
Existem movimentos sensuais, assim como existem em qualquer outra dança, como o tango e o
Zouk. Tudo, porém, depende de como a bailarina se
comporta. Acredito que a dança do ventre deva ser
apreciada pelo seu charme, encantamento. O que
se espera é que em uma apresentação o espectador
fique vislumbrado somente com os movimentos. A
minha família e meu marido não têm qualquer preconceito quanto à dança do ventre, pelo contrário,
sempre se divertem com as apresentações. Com
somos 25
s
carnaval
A folia
que não quer acabar
cliente
cultura
somos 26
Nil Falconi
Fernando Augusto Schwab
Cinthia Mazziero Quartarolo
Luís Paulo dos Santos
carnaval
Foliões da Telefônica provam que a paixão pelo
carnaval não termina na Quarta-feira de Cinzas.
Engana-se quem pensa que a paixão pelo carnaval é
como amor de praia que “não sobe a Serra”. Nem bem
sai da avenida, uma multidão já começa os preparativos para o próximo desfile. Faz parte desse bloco o consultor de TI da Telefônica, Nil Falconi, de 50 anos, que é
coordenador de evolução da Mocidade Alegre e há 21
anos veste a fantasia da sua escola de coração. “Costumo dizer que lá em casa qualquer um pode torcer por
um time diferente de futebol, mas escola de samba é
só uma: a Mocidade Alegre”, diz, entre risadas.
o ano da sua fundação, em 1995, quando ainda era
apenas um bloco carnavalesco. Quatro anos depois,
ele resolveu desfilar, mas foi somente em 2001 que a
Mancha Verde transformou-se em escola de samba.
“É indescritível falar sobre a emoção de quem desfila
pela avenida. Fica difícil até conter as lágrimas, principalmente, com todo aquele público saudando e
vibrando enquanto passamos. Só dá para entender
quem vivencia.”
Outro que também tem samba no sangue é o
gerente de Negócios, Luís Paulo dos Santos, 47
anos, compositor da Escola de Samba Unidos de
Vila Maria. “Preciso me envolver na composição
com os meus parceiros e já pensar no próximo
samba-enredo”, comenta, revelando que sempre pede uma ajudinha a seu santo de devoção,
São Jorge, assim que pisa na passarela do Sambódromo. Veterano de mais de 20 carnavais, em
2008, ganhou nota 10 com o tema “100 Anos de
Imigração Japonesa”. “Chegamos ao vice-campeonato. Foi memorável”, comenta, lembrando que
“em casa, todo mundo desfila – filha e esposa”.
As fantasias da Mancha Verde estão entre as mais
baratas do grupo especial de São Paulo, custando
em média R$ 250. O preço para quem desfila no chão
pode ir até R$ 650. E os destaques chegam a alguns
mil reais, segundo os próprios foliões. Para a analista de economia do Financeiro, Andreza Barbosa
Lima, de 27 anos, a vestimenta saiu a custo zero. “A
escola pela qual desfilo – Império da Casa Verde – dá
a fantasia aos seus foliões fiéis”, comenta. Desde que
começam os primeiros batuques na quadra, Andreza
já cai no samba. “Vou todos os fins de semana até o
carnaval e, às vezes, durante a semana também, pois
é nesse período que a quadra fica lotada de gente que
realmente gosta e se entrega à escola.”
Quem também apela para uma forcinha celestial é
Fernando Augusto Schwab, 32 anos. O ritual do analista de marketing da área de Planejamento e Orçamento da Telefônica pede uma reza compenetrada,
que começa na concentração e vai até a hora de pisar
na avenida. “Antes de passar a faixa amarela do início
da pista, concentro-me para pisar com o pé direito”,
admite. Fernando é fanático pela Mancha Verde, desde
Desde pequena, ela adora sambar. “Nasci em pleno
carnaval. Minha mãe achava que eu era um menino
de tanto que me mexia dentro da barriga dela”, revela,
brincando. Porém, os pais só a deixaram frequentar
este agito depois que ela cresceu. A analista já recebeu
convites para desfilar em outros grupos. “Mas não dá
tempo de sair e desfilar no mesmo dia, então acabo
sempre escolhendo a que está no meu coração.” Como
ainda não é casada, Andreza arrisca dizer que é muito
importante ter um companheiro que incentive a paixão do folião pela escola. “Namorei, certa vez, um rapaz
que participava da harmonia e ele me fez entender o
carnaval com um olhar mais crítico, encontrando o que
não estava bom e exaltando as qualidades dos grupos.
Isso foi muito bom.”
Analista da Telefônica, Cinthia Mazziero Quartarolo,
de 23 anos, partilha da mesma opinião de Andreza: “O
carnaval é uma festa linda e não gostaria de namorar
alguém que me privasse disso”. Ela pisou na avenida
pela primeira vez este ano. “Meu professor de academia participa da Águia de Ouro há 15 anos e me convidou. Como não fiz planos de viagem, resolvi aceitar.”
Com uma boa noite de sono e alimentação reforçada,
ela pisou na avenida. “Nunca fui muito fã da folia, mas
este ano, tudo mudou e quero mais é me divertir na
passarela nos próximos carnavais.”
Diversão e emoção se misturam na avenida. A consultora da Diretoria de Operações de Campo, Mônica
Rocha, de 37 anos, por exemplo, lembra de um
momento marcante: “Estava na concentração aguardando para iniciar o desfile (na Rosas de Ouro) e um
jovem, deficiente visual, de outra ala da escola, pediu
para ver a minha fantasia. Ele ficou encantado, tocou
toda a minha roupa e disse que a minha fantasia era
linda. Fiquei tão emocionada!”
Márcia Vaisman (LBT)
Fotos: Carlos Della Rocca
somos 27
artigo
Nenhum outro personagem do
cinema ou televisão é tão eficaz
quanto Jack Bauer, protagonista do
seriado “24 Horas”. O que temos a
aprender com ele?
Em apenas um dia, Jack
Bauer consegue salvar os
Estados Unidos de ataques
terroristas – não apenas
uma, mas diversas vezes,
evita atentados à vida do
presidente, identifica traidores, interroga suspeitos,
invade embaixadas, foge de
Leandro Vieira
prisões, infiltra-se em grupos inimigos e, no fim de 24 horas, consegue dar conta
de todos os desafios. Nenhum outro personagem do
cinema ou televisão é tão eficaz quanto Jack Bauer.
Peter Drucker foi, sem dúvida, o pensador que mais
bateu na tecla sobre a importância da eficácia. Segundo
o pai da administração moderna, eficácia significa fazer
as coisas acontecerem. Só isso? Exatamente. Parece
simples, mas poucos são os profissionais que realmente têm a capacidade de fazer o que tem que ser feito
e entregar resultados satisfatórios. A boa notícia é que a
eficácia é um hábito que podemos adquirir como adquirimos qualquer outro hábito, ou seja: a partir da prática.
Drucker aponta cinco práticas essenciais para qualquer pessoa se tornar um profissional eficaz. Vamos
ver como Jack Bauer lida com cada uma delas?
Gerenciar o tempo – O tempo é um recurso limitante
e totalmente irrecuperável. “Se você não souber
gerenciar o seu tempo, não poderá gerenciar coisa
alguma”, diria o professor Drucker. Em 24 Horas, o
relógio corre literalmente contra Jack Bauer, o que faz
da gestão do tempo uma questão de vida ou morte
para o agente da CTU.
somos 28
Você é um profissional
Jack Bauer?
Esforçar-se para dar contribuições – O foco na
contribuição é a chave da eficácia. Significa transferir
a atenção do profissional de sua própria função, de
sua especialidade específica, para o desempenho da
empresa como um todo. Drucker recomenda que se
faça sempre a seguinte reflexão: “que tipo de contribuição posso oferecer que afetará de forma significativa o desempenho e os resultados da empresa em
que trabalho?”. Bauer tem uma clara noção do todo.
O personagem nunca se esquiva de uma missão
importante com a desculpa de que “isso não faz parte
do meu trabalho, não sou pago para isso”.
Tornar produtivos os pontos fortes da organização – Nada se constrói sobre a fraqueza e, para
conseguir resultados, devemos usar todas as forças disponíveis – a dos colegas, a dos superiores e a
nossa própria. O executivo eficaz não toma decisões
sobre pessoal para diminuir fraquezas, e sim para
aumentar a força da empresa. Nesse ponto, o personagem de Jack Bauer encarna o verdadeiro gerente
eficaz de Drucker. Bauer costuma tomar a frente das
operações, faz questão de trabalhar apenas com os
seus melhores colegas (e respeita e reconhece as
competências de cada um), questiona e influencia a
ordem de seus superiores – o que inclui até mesmo
o presidente dos Estados Unidos! – e, por fim, tem
consciência de seus próprios pontos fortes e os
coloca totalmente a serviço da “organização” (no
caso, a CTU e os EUA).
Concentrar seus esforços nas tarefas mais
importantes para atingir resultados – Um dos
segredos da eficácia reside na concentração dos
esforços. Primeiro, o mais importante. Devemos
saber lidar com a realidade de que sempre há
mais coisas a fazer do que tempo disponível para
realizá-las. Para sermos eficazes, devemos saber
estabelecer prioridades e, também, posterioridades – aquelas tarefas que adiamos ou até mesmo
abandonamos. Jack Bauer é um mestre nessa prática. Uma das 24 frases mais ditas em todas as temporadas da série é justamente “I don’t have time for
this!” (“não tenho tempo para isso!”). Bauer, inclusive, costuma passar por cima de algumas normas
e regras burocráticas que podem travar e comprometer o cumprimento de suas missões (um alerta:
não tente fazer isso na sua organização!).
Tomar decisões eficazes – Drucker observa que a
decisão certa exige tanto análise quanto coragem.
Cada decisão é um julgamento de risco: é um comprometimento de recursos presentes com um futuro
incerto e desconhecido. Se o processo de tomada de
decisão for cuidadosamente observado e as medidas necessárias forem tomadas, diminui-se o risco e
aumenta-se a chance de a decisão ser bem-sucedida.
Todas as decisões de Bauer são extremamente difíceis e arriscadas, mas o personagem tem consciência de sua importância e não sucumbe com o peso
de seu fardo – e não se exime de tomá-las, mesmo
que tenha que arcar com severas consequências
posteriormente.
Leandro Vieira é mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Certificado em Empreendedorismo pela Harvard Business School. Editor do Portal
www.administradores.com.br.
cartão postal
A cidade
perdida
Foi durante minhas férias, em junho de 2010, que tive a oportunidade de conhecer a extraordinária Machu Picchu, no Peru. Localizada no topo de uma montanha, a 2.400 metros de altitude, no
vale do rio Urubamba, a chamada “Cidade Perdida dos Incas” data
da era pré-colombiana. Um cenário perfeito para fotos.
Marcio Valente Feitosa ,
Centro de Operações Comerciais – Telefônica SP
Participe desta seção
Mande também uma foto de, no mínimo 3 Mp,
de algum lugar interessante de sua cidade ou
que você conheceu, como fez Marcio Valente
Feitosa, para a [email protected], e
aguarde a publicação.
somos 29
s
ensaio
1 - Pinacle Rock
2 - Piscina natural
3 - Iguanas marinhas, somente encontradas em Galápagos
4 - Encontro de um casal de leões marinhos – Ilha Bartolome
5 - Tartaruga nativa, somente encontrada em Galápagos
6 - Focas tirando uma soneca no banco da praça central, na
ilha de Santa Cruz
1
Belos selvagens das ilhas
Galápagos
cliente
“Costumo dizer que a minha primeira
câmara fotográfica veio espetada no
cultura
doce”, diz André Maier para falar da sua
Kodak S Series analógica, com a qual
começou a clicar o mundo à sua volta, lá pelo final
da década de 90. Uma época em que se conjugava,
com frequência e prazer, o verbo revelar, ato-contínuo
ao final do filme de 24 ou 36 poses. O consultor de
marketing do Segmento Negócios da Telefônica sabe
que as analógicas têm seu charme nostálgico, mas
considera suas versões modernas mais humanas, por
permitirem a correção de erros.
O tempo passou nas lentes de André e hoje ele captura
emoções com sua Canon SX110 IS, um equipamento
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semiprofissional que lhe garante a qualidade das
quase mil fotos que faz por mês. Essa vontade de eternizar momentos remete a observações de fotos antigas, quando o tio costumava registrar cenas familiares.
Percepção aguçada para quem, ainda assim, não se
considera fotógrafo.
Não é por acaso que esse paulistano da Aclimação elege
Bob Wolfenson e seu homônimo americano como seus
fotógrafos preferidos. São características comuns a
estes mestres, como sensibilidade, intuição e talento,
que fazem André Maier produzir ensaios de dimensões
artísticas admiráveis, como este sobre as ilhas Galápagos, no Equador. Mais fotos podem ser vistas em:
http://www.flickr.com/photos/andremaier.
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