HISTÓRIA DA IGREJA Antiguidade Antiguidade O nascimento e desenvolvimento do cristianismo teve lugar dentro do quadro cultural e político do Império romano. Durante três séculos Roma perseguiu os cristãos; mas seria errôneo pensar que o Império constituiu apenas um fator negativo para a difusão do Evangelho. A expansão do Cristianismo no mundo antigo adaptou-se às estruturas e modos de vida próprios da sociedade romana. A Roma clássica promoveu a difusão da vida urbana. Assim, as cidades foram sede das primeiras comunidades, que nelas constituíram igrejas locais. Antiguidade As comunidades cristãs estavam rodeadas por um ambiente hostil, que favorecia a sua coesão interna e a solidariedade entre os seus membros. A comunhão e comunicação entre as comunidades era real e todas possuíam um vivo sentido de se encontrarem integradas numa mesma Igreja universal, a única Igreja fundada por Jesus Cristo. Muitas igrejas do século I foram fundadas pelos Apóstolos, permaneceram sob a sua autoridade, dirigidas por um “colégio” de presbíteros que ordenava a vida litúrgica e disciplinar. Antiguidade Até ao século IV a grande maioria dos fiéis não eram filhos de pais cristãos, mas pessoas nascidas na gentilidade que se convertiam à fé de Jesus Cristo. O batismo constituía então o coroamento de um dilatado processo de iniciação cristã. Este processo, começado pela conversão, prosseguia ao longo do catecumenato, tempo de prova e de instrução catequética. A vida litúrgica dos cristãos tinha o seu centro na Santa Ceia que se oferecia pelo menos no dia do domingo, quer numa casa cristã – sede de alguma “igreja doméstica”– quer nos lugares destinados ao culto, que começaram a existir desde o século III. Antiguidade As antigas comunidades cristãs eram constituídas por todo tipo de pessoas, sem distinção de classe ou condição: judeus e gentios, pobres e ricos, livres e escravos. É certo que a maioria dos cristãos dos primeiros séculos foram pessoas de condição humilde (Celso falava com desprezo dos tecelões, sapateiros, lavadeiras e outras pessoas sem cultura). Mas, desde o século I personalidades da aristocracia romana abraçaram o Cristianismo. Dois séculos más tarde este fato revestia tal amplitude que um dos éditos do Imperador Valeriano foi dirigido especialmente contra os senadores, cavaleiros e funcionários imperiais que fossem cristãos. Antiguidade Cristãos com uma particular condição no seio das igrejas: as viúvas, os ascetas e as virgens (abraçavam o celibato). Haviam movimentos hereticos. Podem ser divididos em três grupos: 1) Judeo-cristianismo herético; 2) fanático rigorismo moral (ex.: Montanismo); 3) gnosticismo (ex.: Marcião). Antiguidade A liberdade chegou à Igreja quando ainda mal se tinham extinguido os ecos da última grande perseguição (Diocleciano, +305). Um primeiro édito foi o de Galério, em 311: não concedia aos cristãos plena liberdade religiosa, mas somente uma cautelosa tolerância. O trânsito da tolerância à liberdade religiosa produziu-se com rapidez e o seu principal autor foi o imperador Constantino. Em 313, os imperadores Constantino e Licínio outorgaram o chamado “Édito de Milão”: uma nova diretriz política fundamentada no pleno respeito pelas opções religiosas de todos os súbditos do Império, incluindo os cristãos. A Igreja, reconhecida pelo poder civil, recuperava os seus lugares de culto e propriedades de que tivesse sido despojada. Antiguidade O avanço do cristianismo não foi interrompido após a morte de Constantino, se se excetuar a frustrada tentativa de restauração pagã de Juliano, o Apóstata (+ 363). Os outros imperadores, inclusivamente aqueles que simpatizaram com a controvérsia ariana, foram resolutamente contrários ao paganismo. A evolução religiosa encerrou-se por obra do Impera dor Teodósio (378-395). O decreto Cunctos Populos, promulgadao 380, ordenou a todos os povos que aderissem ao Cristianismo, a partir de agora única religião do Império. Antiguidade Sob o Império Romano se reuniram grandes assembleias eclesiásticas (Concílios Universais): Oito tiveram lugar entre os séculos IV e IX. Particular importância se dá aos quatro primeiros: Niceia I (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedónia (451). A posição do Oriente cristão face a Roma, depois de Calcedônia: atribuição ao Papa da primazia de honra em toda a Igreja; reconhecimento da sua autoridade no terreno doutrinal; mas desconhecimento de qualquer poder disciplinar e jurisdicional sobre as igrejas orientais.