CFE-2010: celebração dá início à Campanha da Fraternidade PÁGINA 03 Jornal da Arquidiocese “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8) Florianópolis, Março 2010 Nº 154 - Ano XIV Jovens iniciam missão na África Celebração de envio foi realizada no dia 31 de janeiro. Durante todo este ano os três jovens auxiliarão o Pe. Lúcio Espíndola em seus trabalhos de evangelização na Guiné-Bissau Erichson, Cláudia e Elaine sãos os jovens da Comunidade Divino Oleiro que, durante todo este ano, realizarão trabalho missionário na Paróquia de Empada, Diocese de Ba-fatá, na Guiné-Bissau. Lá, há três anos, Pe. Lúcio Espín- dola, nosso missionário na África, realiza trabalhos de evange-lização. Antes da viagem, eles tiveram uma audiência com o nosso arcebispo Dom Murilo e receberam a sua bênção. PÁGINA 16 Apelo para o Haiti teve resposta expressiva Dom Murilo dá a sua bênção aos três jovens da Comunidade Divino Oleiro, que partiram para a missão na Guiné-Bissau. Proposta é ficar um ano como experiência. Se der certo, será montada uma casa permanente Procissão do Senhor dos Passos empenhando em trazer mais jovens para participar da Procissão. É através deles que a tradição será garantida para as gerações futuras. Pastoral da Comunicação reinicia suas atividades Catedral terá encenação da Paixão e Morte de Jesus PÁGINA 03 Participe do Jornal da Arquidiocese PÁGINA 09 surpreso com o resultado da coleta, que demonstra a sensibilidade de nossos católicos para com a situação de nossos irmãos do Haiti”, disse o arcebispo Dom Murilo. “Em 2008 fomos ajudados, agora estamos ajudando”. PÁGINAS 03 Novo Seminário Propedêutico é inaugurado em Camboriú A mais tradicional manifestação religiosa do Estado será realizada dos dias 14 a 22 de março Pelo 244º ano consecutivo, a Irmandade promove a Procissão do Senhor dos Passos. A solenidade segue o mesmo modelo que a consagrou nesses anos, com uma diferença: a equipe de coordenação está se Em poucos dias da campanha SOS Haiti, a Arquidiocese mobilizou-se e arrecadou R$ 164.742,22. Desse montante, R$ 50 mil foram destinados aos seminários da Capital Porto Príncipe. O restante foi repassado à Cáritas Internacional. “Fiquei gratamente Mais de 20 mil participaram em 2009 PÁGINA 05 Solenidade foi realizada na noite do dia 12 de fevereiro, e contou com a presença dos Formadores das quatro casas de formação e dos 48 seminaristas da Arquidiocese. O nome Domingo de Ramos Fundo de Solidari- Dia Mundial da edade aprovou 27 Juventude projetos em 2009 PÁGINA 07 PÁGINA 10 do Seminário homenageia Mons. Valentim Loch, homem que dedicou boa parte dos seus 60 anos de sacerdócio à formação dos nossos padres. PÁGINA 15 Arquidiocese foi representada no MUTICOM PÁGINA 14 P O R C A R TA POR E-MAIL PELO SITE Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis [email protected] www.arquifln.org.br 2 Opinião Março 2010 Palavra do Bispo Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ Jornal da Arquidiocese Arcebispo de Florianópolis É tempo de amor Professores e funcionários públicos, desempregados e cobradores de ônibus, jovens e crianças que na Quarta-feira de Cinzas foram a uma de nossas igrejas, ouviram uma advertência: “Conver-tei-vos e crede no Evangelho” ou “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar!” Somos pó. Essa verdade nos obriga a deixar de lado a vaidade. Ajuda-nos a olhar o mundo, os homens e os acontecimentos com um olhar marcado pelo realismo. Se é verdade que somos pó, e que ao pó voltaremos, não menos verdade é que, em Jesus, também Deus se fez pó. Por isso, no tempo da Quaresma, a Igreja coloca diante de nós aquele que “esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo... Humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7-8). Pela sua cruz e obediência, conquistou para nós a salvação. Falta, agora, a nossa parte - aquele passo que somos convidados a dar, para segui-lo. Afinal, ele quer ser seguido apenas por pessoas livres. As penitências que a Igreja nos prescreve nesse tempo, tais como o jejum e a abstinência de carne em certos dias, e as que nosso amor nos inspirar, são justamente para que sejamos mais livres, menos apegados e mais generosos. Para alguns, tornar-se livre poderá significar maior fidelidade aos seus deveres na família, no trabalho ou na sociedade. Para outros, maior preocupação pela justiça, na linha do que o Senhor falou, através do profeta Palavra do Papa Isaías: “Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi: em romper os grilhões da iniqui-dade, em soltar as ataduras do jugo e pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo?” (Is 58,6). Para um terceiro grupo, poderá significar deixar de fumar, de beber e de divertir-se, tendo em vista os apelos transmitidos por outro profeta: “Agora, retornai a mim de todo o vosso coração, com jejum, com lágrimas e com lamentação. Rasgai, os vossos corações, e não as vossas roupas, retornais ao Senhor, vosso Deus, porque ele é bondoso e misericordioso, lento na ira e cheio de amor, e se compadece na desgraça” (Jr 2,12-13). A liberdade que conquistarmos com tais práticas não será Bento XVI A onipotência de Deus e o sofrimento Em Cristo, Deus se manifestou na sua verdade total (...). Também hoje muitos vivem distantes de Cristo, não conhecem seu rosto e, desse modo, a eterna tentação do dualismo (...) renova-se sempre, ou seja, que talvez não haja unicamente um princípio bom, mas também um princípio perverso, um princípio do mal; que o mundo está dividido, e são duas realidades igualmente fortes: e que o Deus bom é apenas uma parte da realidade. Também na teologia, compreendida a católica, difunde-se atualmente esta tese: Deus não seria onipotente. Desse modo, procura-se uma apologia de Deus, que assim não seria responsável pelo mal que encontramos amplamente no mundo. Mas que pobre apologia! Um Deus não onipotente! O mal não está nas suas mãos! E como é que poderíamos confiar-nos a este Deus? Como poderíamos ter a certeza do seu amor, se esse amor termina onde começa o poder do mal? Mas Deus já não é desconhecido: no rosto de Cristo Crucificado vemos Deus, e vemos a verdadeira onipotência, não o mito da onipotência. Para nós, humanos, a potência, o poder, é sempre idêntico à capacidade de destruir, de cometer o mal. Todavia, o verdadeiro conceito de onipotência que se manifesta em Cristo é precisamente o contrário: nele, a verdadeira onipotência consiste em amar até o ponto em que Deus pode sofrer: aqui apare- ce a sua verdadeira onipotência, que pode chegar ao ponto de um amor que sofre por nós. E desse modo vemos que Ele é o Deus verdadeiro, e o Deus verdadeiro que é amor, poder: o poder do amor. E nós podemos confiar-nos a seu amor todo-poderoso e viver nele, com esse amor onipotente. Penso que temos de meditar novamente sobre esta realidade, dar graças a Deus porque Ele se manifestou, porque conhecemos Seu rosto, face à face; não é mais como Moisés, que só podia ver o Senhor de costas. (...) Através de Cristo, Deus mostrou sua face, seu rosto. O véu do templo rasgouse, abriu-se, o mistério de Deus é visível. (...) Agora, no homem Cristo, podemos ver o rosto de Deus; podemos ver o ícone de Cristo e assim ver quem é Deus. “ Que pobre apo- logia! Um Deus não onipotente! Como poderíamos ter a certeza do seu amor, se esse amor termina onde começa o poder do mal?” Bento XVI, 12.02.10 um fim em si mesma. Quanto mais formos livres, melhores condições teremos de caminhar ao encontro daquele que, há muito tempo, tomou sua cruz e veio em nossa direção. Por causa dele repartiremos nosso pão com o faminto, recolheremos os pobres e desabrigados, e vestiremos aqueles que estiverem nus (cf. Is 58,7). “Se fizeres isto, a tua luz romperá como a aurora, a cura das tuas feridas se operará rapidamente, a tua justiça irá à tua frente e a glória do Senhor irá à tua retaguarda. Então clamarás e o Senhor te responderá, clamarás por socorro e ele te dirá: Eisme aqui!” (Is 58,8-9). Decididamente, Quaresma não é tempo de tristeza. É, antes, tempo de amor. “ As penitências que a Igreja nos prescreve nesse tempo são justamente para que sejamos mais livres, menos apegados e mais generosos.” Reflexão Vida Ativa e Vida Espiritual Fala-se de crise de fé no clero e no laicato apesar de, em nossos dias, termos como nunca, livros, programas de TV e rádio, instruindo no tema da fé. Existe muito empenho social, muitas obras: então, por que isso não é seguido de um grande florescimento da vida espiritual? Por acaso se pensa que ação é vida espiritual? Crise de fé é conseqüência de crise de oração. Os mestres espirituais não receiam em desafiar: "dize-me como rezas e eu te direi em que crês". Somente na oração o cristão tem verdadeiramente vida cristã. Quando os discípulos pediram a Jesus que lhes ensinasse a rezar, receberam como resposta a primeira oração cristã, o "Pai nosso", alimento do cristão: contemplar o Pai. A Palavra de Deus é verdade, não poesia: ela afirma que Deus volta seu rosto para nós, chamanos a si e pede que nós também lhe voltemos nosso rosto. E isso somente é possível no momento em que nos colocamos diante dele em corpo e alma, isto é, na oração aprendida com o próprio Jesus. A oração nos fará conhecer o Senhor e repousar em seu seio e, deste modo, seremos teólogos, saberemos falar de Deus. Ensinou-nos Evágrio (século V): “se rezas, és teólogo, se és teólogo, rezas”. Infelizmente para nós, cristãos, cavou-se um fosso entre a oração e a prática, entre a ação e a contemplação, identificando-se as "forças vivas" com as "forças ativas" e mergulhando no conceito pagão de "utilidade". Esse fosso nos priva de buscarmos o rosto de Deus, perdemos o rosto de filhos, entramos em crise espiritual, agindo febrilmente como autômatos para superar o vazio de fé que toma conta de nosso ser. Repetindo, sem buscarmos o rosto de Deus pela oração não encontraremos nosso rosto, nossa "imagem e semelhança", não haverá vida no Espírito. A oposição entre vida ativa e vida contemplativa, entre prática e contemplação é uma novidade que nega a tradição espiritual do cristianismo. São dois termos, e duas atitudes de vida, inseparáveis. A Igreja necessita de ambos, ou melhor, eles são um, pois um está em relação ao outro. O Antigo Testamento, ao apresentar a luta de Jacó com Deus, revela essa reciprocidade (cf. Gn 32, 2333)): lutando com o anjo, Jacó simboliza a vida ativa e, em seguida, contempla o rosto de Deus, simbolizando a contemplativa; muda o nome para Israel (o que lutou com Deus). Purificar-se das paixões para orar de verdade A oração é a contemplação do Deus Trindade e a ação é a preparação para ela. O mestre espiritual Evágrio Pôntico define vida prática como método espiritual que purifica as paixões. A finalidade da ação e da ascese (esmo- la e jejum) é recuperar na alma a saúde natural, a libertação das doenças ou paixões, para se libertar das ilusões. Podemos fazer uma comparação: do mesmo modo como não se cura doente da vista olhando para o sol, igualmente não há fruto na oração em espírito e verdade num coração impuro e tomado pelas paixões. Na grande tradição cristã, a esmola e o jejum simbolizam a vida ativa, a libertação do viver somente de pão e para o dinheiro/bens. Sem essas duas atitudes ascéticas (ascese é exercício, treino), é impossível atingir o grau da verdadeira oração, da alegria de dizer "Pai nosso", de contemplar-lhe o rosto. Mas, não devemos alimentar falsas pretensões: por mais que vivamos o esforço libertador na vida ativa, a oração contemplativa sempre será puro dom, carisma: dom do Pai, graça oferecida àqueles que Deus julgar dignos. Recuperar a vida espiritual significa recuperar a alegria da vida cristã das comunidades, significa sair do intelectualismo soberbo, do ativismo, e mergulhar na verdadeira sabedoria que brota daqueles que contemplam o rosto de Deus e assim se tornam teólogos. Podem falar de Deus porque, como Jacó/Israel, o viram face a face: “Vi Deus face a face, e minha vida foi poupada” (Gn 32,31). Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino Besen, Pe. Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br 22 mil exemplares mensais JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Depto. de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúsculo, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica Rio Sul Jornal da Arquidiocese Geral 3 Março 2010 Resultado da Campanha SOS Haiti surpreende Em poucos dias, contribuição dos fiéis somou R$ 164 mil que está beneficiando a população sofrida Divulgação/JA prédios destruídos. O dinheiro foi encaminhado por intermédio da instituição alemã: “Ajuda à Igreja que Sofre”. O restante, R$ 114.742,22, foi repassado ao Haiti via Caritas Internacional, para termos certeza de que chegará a seu destino. “Fiquei gratamente surpreso com o resultado da coleta, que demonstra a sensibilidade de nossos católicos para com a situação de nossos irmãos do Haiti. Como Deus não deixa nenhum dom sem recompensa, Ele saberá recompensar devidamente aqueles que ouviram as palavras de Seu Filho Jesus: ‘Eu estava com fome... com sede... estava nu... doente... e me socorrestes’”, disse Dom Murilo. Agradecimentos do povo sofrido Cruz em frente à Catedral foi uma das poucas coisas que não ruíram Em e-mail enviado ao nosso Arcebispo, o presidente da Conferência Episcopal do Haiti, Dom Louis Kebreau, agradeceu a ajuda enviada. “Quero expressar o mais profundo agradecimento em nome da Conferência Episcopal do Haiti e de todos os seminaristas”. Segundo ele, muitos seminaristas perderam a vida e outros estão recebendo atenção médi- Divulgação/JA Diante da tragédia que se abateu sobre o Haiti, na tarde do dia 12 de janeiro, pelo terremoto que destruiu a capital do país, a Arquidiocese mobilizou-se e criou a campanha SOS HAITI. As paróquias motivaram seus fiéis a fazerem doações em dinheiro e o resultado surpreendeu. No total foram arrecadados R$ 164.742,22. Desse valor, R$ 50 mil foi destinado aos Seminários de Porto Príncipe, já que perderam em torno de 40 seminaristas e vários dos que sobreviveram ficaram mutilados, além dos Catedral de Porto Príncipe não resistiu aos abalos e ruiu ca e psicológica, depois do terremoto que transformou a capital Porto Príncipe em ruínas. Ele também disse que o gesto de ajuda é um estímulo à retomada. “A ajuda que recebemos nos dá força, ânimo, esperança para reconstruir e unir nossos esforços para ir adiante, porque Deus é o ‘Salvador’ e está conosco”, disse Dom Kebreau. Retribuição Em 2008, a Arquidiocese havia decidido que a coleta da ce- lebração de encerramento das comemorações do Ano do Centenário seria encaminhada ao povo haitiano, pois, naquele ano, seu pais havia sido atingido por quatro grandes tempestades tropicais. Com o cancelamento da celebração por causa das inundações e desmoronamentos em nosso Estado, nosso povo é que recebeu ajuda de várias partes do Brasil e do mundo. A ação que realizamos agora foi uma retribuição à ajuda que recebemos no ano passado e em outros anos. Pastoral da Comunicação da Arquidiocese é reativada Comunicadores da Arquidiocese estiveram reunidos na manhã do dia 13 de fevereiro de 2010, no auditório da Cúria Metropolitana, em Florianópolis, para definir os rumos da Pastoral da Comunicação. O encontro reuniu 17 participantes, representando todas as mídias exis- tentes na Arquidiocese. Entre eles, estavam o nosso arcebispo, Dom Murilo Krieger, e o coordenador Arquidiocesano de Pastoral, Pe. Vitor Galdino Feller. O evento foi realizado atendendo ao pedido de Dom Murilo Krieger. Durante o encontro, os três participantes do “Muticom” Foto JA se apresentaram e falaram do trabalho que estão fazendo. Dom Murilo sugeriu que fosse formada uma equipe de coordenação composta por representantes dos Meios de Comunicação existentes na Arquidiocese. “Essa equipe ficará responsável por definir um cronograma de atividades da Pastoral para este ano”, disse. Sete pessoas que estavam presentes à reunião se puseram à disposição. Ao final do encontro, reuniram-se, definiram as atribuições de cada membro e a data para um próximo encontro, que foi realizado na tarde do dia 25 de fevereiro. Nesse dia, trocaram idéias e definiram um calendário mínimo de atividades para os meses de março, abril e maio. Próximos Passos Encontro foi solicitado pelo nosso Arcebispo, que se fez presente A equipe de coordenação definiu que serão realizados três encontros de formação no dia 30 de abril e no dia primeiro de maio. O evento terá a assessoria já confirmada da Irmã Élide Fogolari, coordenadora nacional da Pastoral da Comunicação. Serão três momentos distintos, aproveitando a assessora. A idéia é realizar uma formação específica para os padres na manhã do dia 30 de abril, sexta, em local a ser definido. No dia seguinte, a formação será destinada a todos os comunicadores da Arquidiocese. À tarde, a formação será destinada à equipe de coordenação.A proposta é aproveitar a presença da Irmã Élide para apresentar a equipe de coordenação, as propostas e trazer mais pessoas para participar das atividades. Mais informações sobre a Pastoral da Comunicação no site da Arquidiocese (www. arquifln.org.br), no link “Notícias” ou no link “Pastorais”, e clicar em “Comunicação”, ou ainda pelo e-mail: sedemirusj@ hotmail.com. Dom Irineu é o novo bispo de Lages A Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, acolheu centenas de fiéis e dezenas de padres que, na manhã do dia 28 de fevereiro, participaram da celebração de “posse” do Frei Irineu Andreassa como novo bispo da diocese serrana. Faixas e cartazes manifestavam as boas vindas ao novo pastor. A celebração contou com a presença de vários bispos, padres das outras dioceses do Regional Sul IV, e autoridades políticas, entre elas o Governador do Estado. A presença mais especial certamente foi a de Dom Oneres Marchiori, agora bispo emérito de Lages. Dom Oneres passou para seu sucessor, Dom Irineu, o báculo, símbolo do pastoreio do bispo. Em suas palavras, disse que estava emocionado mas tranqüilo. “Acho que, depois de tanto tempo, a gente tem que descansar”, revelou Dom Oneres, com 76 anos, e que foi bispo de Lages por 26 anos. Dom Irineu recebeu da comunidade uma cruz peitoral feita de nó de pinho, um símbolo da diocese. Ele revelou que já na primeira visita que fez a Lages, abençoou o povo serrano. “É o povo que Deus me confiou. Aqui Deus pediu que eu continuasse o gesto de amor para com Ele”, declarou o novo bispo. Desafio Ele agora terá o desafio de administrar a diocese com maior extensão territorial do Estado. Lages possui 23 municípios e igual número de paróquias, distribuídas em 502 comunidades. Por outro lado, é a diocese com menor população, com 333.906 fiéis. Divulgação/JA Dom Irineu é natural de Iacri, SP, onde nasceu a 15/11/49. Desde 2007 era pároco em Herculância, SP 4 Tema do Mês A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira santa à tarde, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já faz parte do Tríduo Pascal, os três dias mais importantes da fé cristã, quando se comemora a morte e a ressurreição do Senhor. Quaresma é tempo de preparação e expectativa diante da revelação de um fato novo, de um evento poderoso: o Mistério Pascal. Como diz o ditado: "o melhor da festa é a sua preparação". Uma boa e santa Quaresma já é meio caminho andado para a celebração festiva da Páscoa. Março 2010 ESPIRITUALIDADE DA QUARESMA A Quaresma é um grande retiro espiritual, no caminho rumo à Páscoa HISTÓRIA DA QUARESMA A festa da Páscoa começou a ser celebrada pelos cristãos pelos anos 30 de nossa era, logo nos primeiros anos depois da morte e da ressurreição de Cristo. Nas primeiras comunidades cristãs, celebrava-se semanalmente a Eucaristia, no domingo, dia do Senhor, como ação de graças pela salvação que, em Cristo e no Espírito Santo, Deus Pai havia ofertado à humanidade. Entre os anos 100 e 300, passouse a celebrar uma semana preparatória mais intensa para a Páscoa. Pelos anos 300, é que se começou a celebrar a Quaresma, como tempo necessário para preparar os catecúmenos - os novos fiéis - para o batismo, o qual só era administrado na noite pascal. Assim, com a preparação dos catecúmenos, toda a comunidade cristã também se preparava para a Páscoa do Senhor. UM GRANDE RETIRO ESPIRITUAL A Quaresma é um grande retiro espiritual, feito durante a caminhada diária, em casa, no trabalho, no estudo, com base na leitura diária da Palavra, no caminho rumo à Páscoa. Não fará boa Páscoa, quem não fizer uma boa Quaresma! Nesse grande retiro espiritual, toma-se consciência de que a nossa vida inteira é uma Quaresma, uma caminhada rumo à Páscoa definitiva, nossa morte e ressurreição. Nessa Quaresma que é a vida não é preciso ir atrás de sacrifício e sofrimento. Basta assumir com decisão e amor o que é próprio da vida - incômodos, fadigas, incompreensões, dúvidas, incertezas, aflições, crises, provações, privações, tormentos, sofrimentos, perseguições etc. - sempre em vista de um bem maior. É tempo de penitência, palavra confundida com algo triste e chato. Penitência é a atitude de quem bus- ca silêncio e reflexão, em vista de interiorização e autoco-nhecimento que levam à percepção das próprias fraquezas, misérias e pecados. Por isso, a penitência leva à contrição interior, ao arrependimento ou pesar pelas faltas cometidas, em vista da conversão, da mudança de vida. Temos em grego o termo metanóia (meta-noús: além da mente, outra mente), que indica o desejo e a prática de ir além das mesmices quotidianas e aponta para outro modo de pensar e viver, outra ordem de valores, centrada não nas coisas exteriores, mas no encontro com Deus no interior de si mesmo. A conversão é o reconhecimento cristão dos próprios pecados, visto que constituem ofensa aos desígnios divinos a nosso respeito. Trata-se de um temor de perder o amor de Deus, que é Pai. Daí a celebração do sacramento da reconciliação, também chamado precisamente de sacramento da penitência, que consiste na confissão ou acusação contrita dos próprios pecados, diante de “ O jejum é um apelo para a beleza de uma vida simples, sóbria, austera, em que se experimenta a bem-aventurança da pobreza”. um presbítero, a fim de obter o perdão divino expressado na absolvição. Deixar para a última hora a celebração do sacramento do amor de Deus pode revelar desinteresse de verdadeira conversão. Muita gente pensa: cometo todos os pecados que quero até a última hora, me confesso na última hora, tomo a comunhão... e continuo a pecar. Vem Páscoa e vai Páscoa e não há conversão, mudança de vida. JEJUM, ESMOLA E ORAÇÃO As práticas penitenciais clássicas são os três atos de piedade do bom judeu, na busca do que é essencial nas nossas relações básicas: a oração diante de Deus, a esmola, a caridade, a fraternidade na relação com o irmão necessitado, e o jejum na relação com o próprio eu e com a natureza. O jejum é um apelo para a beleza de uma vida simples, sóbria, austera, em que se experimenta a bem-aventurança da pobreza. No mundo do desperdício, o jejum nos ensina o verdadeiro cuidado do corpo, da saúde física e mental. Em meio ao consumismo e materialismo, ao hedonismo e individualismo, o jejum revela que nossa segurança está no essencial, o amor a Deus e ao próximo. Numa sociedade do supérfluo, do lixo, dos penduricalhos, o jejum é um chamado à simplicidade. É importante o jejum de comida e bebida. Mas descobre-se cada vez Jornal da Arquidiocese mais como é humano também o jejum da língua, dos olhos, dos ouvidos, das mãos, dos pés. O controle dos sentidos, o domínio das paixões, hoje tão fora de moda, é o primeiro passo para a formação do caráter e a educação da própria personalidade. A esmola, na forma de caridade fraterna, pode ser exercida de múltiplas formas: ajuda, consolo, ato de compreensão, palavra de perdão, conselho, partilha, visita a um doente ou preso, tempo para ouvir, acolhida, solidariedade com flagelados de desastres naturais etc. Não há limites para a caridade cristã. Esmola não é um trocadinho descomprometido dado a alguém, mas é um dar-se a si mesmo. Como Deus, em seu Filho, entregou-se por nós. Há 46 anos, a Igreja no Brasil sugere que a Quaresma seja um tempo de fraternidade e de solidariedade, em consonância com a Campanha da Fraternidade, como apelo à conversão pessoal e eclesial diante de problemas sociais graves do país. Neste ano, o tema da economia nos põe diante da grave questão do modelo econômico que gere a produção, o consumo e a distribuição de nossas riquezas. Quantas vidas estão a serviço da economia predatória e depredatória da natureza, da família, do sexo, do trabalho, enfim, de nossas relações pessoais e sociais! Em vez de a economia estar a serviço da promoção e da defesa da vida, sacrificam-se vidas diariamente no altar de Mamon, o deus dinheiro, o deus das riquezas que, como no tempo de Jesus, ainda hoje continua a exigir a matança de pessoas e de seres vivos para poder manter-se na crista da onda. A oração é a atitude de quem está permanentemente voltado para Deus, de onde nos vem a única segurança. Só ele é nosso amparo, fortaleza, escudo, rochedo. Num mundo de tantos deuses (dinheiro, status, fama, moda, mídia, mercado), é preciso retomar decididamente o caminho para o Deus vivo e verdadeiro, o Pai de Jesus e Pai nosso. É preciso converter-se para Deus, convergir para ele. Por isso, a Quaresma é também a retomada da graça e dos compromissos batismais, da consciência de estarmos e vivermos mergulhados em Deus e na sua Igreja. Pe. Vitor Galdino Feller Coord. Arquidiocesano de Pastoral, Prof. de Teologia e Diretor do ITESC Email: [email protected] Jornal da Arquidiocese Geral 5 Março 2010 Grupo encena Paixão e Morte de Jesus Cristo Mais de 230 pessoas participam da encenação, que pela segunda vez será realizada na Catedral Arquivo/JA Grupo Aliança realiza a encena da Paixão há mais de dez anos isso e superou. E nós também poderemos superar, se tivermos fé no projeto do Pai", disse. Os ensaios já estão sendo realizados há mais de um mês. Tudo para garantir a qualidade da apresentação que já consagrou o Grupo Aliança. A encenação contará com 22 atos, divididos em 14 cenários, todos preparados pela equipe. A direção cênica está a cargo de Edson Patrício Aranha, formado em artes cênicas e coordenador do Grupo de Teatro Convivência. A apresentação contará com iluminação cênica e som especial. Os diálogos foram previa- mente gravados para garantir a qualidade da apresentação. Formado com o objetivo de evangelizar através da arte de encenar, o Grupo Aliança foi criado por lideranças leigas de pastorais e movimentos da paróquia de Sagrados Corações e comunidades próximas. Neste ano, o trabalho conta com a participação de sete paróquias das Comarcas de Biguaçu, Estreito e Ilha. Mais informações pelos fones (48) 9983-4592 ou 3257-8263, com Carlos Cruz, ou pelo e-mail: [email protected]. Apostolado da Oração reinicia encontros arquidiocesanos Os diretores paroquiais do Apostolado da Oração realizaram no dia 27 de fevereiro o seu encontro com as comarcas do sul da Arquidiocese. Esse foi o primeiro encontro do ano, sempre realizado no auditório da Cate- dral, em Florianópolis, no último sábado do mês, a partir das 14h. Participaram 75 lideranças, representando 30 paróquias das comarcas de Biguaçu, Estreito, Ilha, São José e Santo Amaro. Para as comarcas do norte, Divulgação/JA Realizado na Catedral, encontro reuniu 75 pessoas de 30 paróquias serão realizados dois encontros. As comarcas de Brusque e Itajaí estarão reunidas dia 13 de março, na Paróquia São Luiz Gonzaga. Já para as paróquias da Comarca de Tijucas, o encontro será realizado na Paróquia São Sebastião, no dia 08 de maio. “Todos os encontros terão a mesma temática. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus com o tema da Campanha da Fraternidade, a preparação para a Concentração Arquidiocesana do Apostolado, a ser realizada no dia 05 de setembro, no ‘Centro de Evangelização Angelino Rosa’, a ser inaugurado em Governador Celso Ramos”, informou Teresinha Nair da Rosa, responsável leiga pelo Apostolado. Mais informações, pelos fones (48) 3244-8477 ou 9968-2453, ou pelos e-mails: terezinhanairrosa @hotmail.com ou miron@ colegiocatarinense.g12.br Arquidiocese perde o Diácono José Severino Faleceu no dia 23 de fevereiro, na paróquia São Vicente de Paulo, nosso irmão e amigo diácono José Severino dos Santos, que dedicou 34 anos de sua vida à diaconia. Nascido no dia 09 de julho de 1936, em Luiz Alves, casou-se com a sra. Horacina e tiveram seis filhos. Deles, recebeu 10 netos e 05 bisnetos. Há 10 anos era viúvo. Foi aluno da 1ª turma da Escola Diaconal São Francisco de Assis e ordenado diácono permanente por Dom Afonso Niehues, no dia 15 de fevereiro de 1976, na então Capela São Judas Tadeu. Fez de sua vida serviço e oração, mesmo em situações adversas. No dia 28 de agosto de 1989, o diác. José Severino recebeu a provisão para exercer seu ministério diaconal na Comunidade São Vicente de Paulo, na época pertencente à Paróquia São João Batista. Sofrendo de ataraxia cerebelar (perda da coordenação dos movimentos musculares), há 14 anos utilizava cadeira de rodas e contava com a ajuda dos filhos para suas necessidades básicas. Mesmo com as dificuldades físicas, o diácono sempre teve uma palavra amiga, de conforto a quem o procurava. A todos recebia com muita alegria. Fez do seu leito um lugar de oração. Aceitava sua condição de sofrimento sem expressar tristeza ou revolta. Aguardou com paciência e mansidão seu encontro com o Pai. Dessa forma, ele deixounos um grande exemplo de perseverança, fé e amor. Divulgação/JA O Grupo Aliança Artes Sacras, cujo objetivo principal é a evangelização através da arte teatral, está preparando a encenação da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. O evento acontecerá no dia 02 de abril, às 20h, em frente à Catedral Metropolitana de Florianópolis. Neste ano, o evento estará em sua nona edição e contará com uma equipe de 238 pessoas, sendo 90 atores, interpretando 133 personagens. Os demais ajudarão na montagem dos palcos e em toda a estrutura da organização. Pela segunda vez, o projeto é realizado em parceria com o Grupo de Teatro Convivência, da Paróquia São Judas Tadeu, em São José. A cada apresentação, o grupo procura enfocar algum aspecto da Paixão. Neste ano, a encenação enfocará a tentação. Quatro momentos estão em evidência, quando o demônio se manifesta: a conspiração do Sinédrio; a expulsão dos vendilhões do templo; no horto das Oliveiras; e na crucificação. Segundo Carlos Cruz, coordenador do Grupo, o objetivo em enfocar as tentações está em mostrar que Jesus passou por essas provações. "O mundo vive muito em divisões, que são tentações do demônio. Queremos mostrar que Jesus passou por Apesar de estar em uma cadeira de rodas há 14 anos, atendia as pessoas que o procuravam Pastoral realiza formação para os visitadores dos enfermos A Pastoral dos Enfermos iniciou no dia 11 de fevereiro a formação para os agentes da pastoral e outros voluntários. O curso, ministrado pela médica-cirurgiã e terapeuta Jurema Torança Hartmann, teve como tema “Os recursos da Medicina Ayuvetica para uma vida saudável”. O encontro reuniu mais de 30 lideranças da Pastoral. As formações são sempre realizadas no Centro Arquidiocesano de Pastoral - CAP, no Largo São Sebastião, em Florianópolis. Durante a formação, a médica explicou os benefícios da medicina que é milenar. Criada há mais de cinco mil anos ela é aplicada na Índia com grandes benefícios às pessoas. As formações continuarão. O próximo encontro será no dia 16 de março, às 14h30, no CAP. O tema: “Quando e como utilizar o Serviço de Atendimento Móvel SAMU”. A formação será ministrada por um profissional da área. O objetivo é prestar orientações gerais sobre o serviço, que pode ser acessado por qualquer pessoa, independente de ter ou não plano de saúde. “Quando passam por um problema de saúde com a família ou alguém próximo, as pessoas ficam desorientadas, sem saber o que fazer. Com a formação, pretendemos mostrar quando e como acessar esse serviço”, disse Maria Luiza Nogueira, coordenadora da Pastoral dos Enfermos. As formações são gratuitas e estão abertas a todos os interessados, independente de ser ou não voluntário da Pastoral. Não há necessidade de fazer inscrição prévia. Mais informações pelo fone (48) 3225-3469 ou 9992-1537, ou pelo e-mail: [email protected]. 6 Bíblia Março 2010 Jornal da Arquidiocese Conhecendo o livro dos Salmos (24) Salmo 36 (35): Malícia Humana e Grandeza de Deus Arquivo/JA Pequena jóia do saltério, este salmo nos desconcerta à primeira vista. Começa descrevendo a malícia humana, a maldade do “ímpio”, em quatro versículos desalentados (vv. 2-5) e, de repente, exalta com entusiasmo a grandeza de Deus, da sua misericórdia, fidelidade, justiça, generosidade. Mais ainda: nele, em Deus, está a “fonte da vida” e, na sua luz, “vemos a luz” (vv. 6-10). Até aí, as duas primeiras partes, contrastantes, do salmo. A terceira parte é uma súplica, confiante, mas insistente, e que termina com a certeza, antecipada, de que os ímpios vão “cair”. Antes, já “caíram” (vv. 11-13). Abundância torrencial Malícia humana 2. Fala o pecado no coração do ímpio, / temor de Deus não existe para ele. 3. Pois ilude-se a si mesmo, / pensando que sua culpa não será / descoberta nem detestada. Como é que o mal se aloja no coração humano e o domina? O texto hebraico original, infelizmente incerto e, assim, não entendido nas versões, começa mencionando um “oráculo” do pecado, à semelhança do oráculo profético, isto é, uma afirmação solene feita pelo profeta em nome de Deus. Neste início do salmo, o “oráculo” é do próprio pecado, de certa forma personificado, e minando no coração do ímpio o fundamento da sabedoria, isto é, o “temor de Deus”, que “não existe para ele” (v. 2). No coração está a raiz de tudo, como alertou o Senhor Jesus: “É de dentro, do coração, que procedem as más intenções, a luxúria, os roubos, homicídios...” (Mc 7,22) Por tudo isso, como é importante “vigiar e orar” (cf Mc 14,38), para não permitir que o pecado entre no coração e aí domine, proclamando o seu “oráculo” enganador. Resultado de ouvir o “oráculo”: a ilusão de quem pensa que “sua culpa não será descoberta nem detestada” (v. 3). Maldade planejada 4. Maldade e engano são as palavras de sua boca, / recusa ser sensato e fazer o bem. 5. Trama no seu leito a maldade,/ obstina-se no seu mau caminho, / não quer rejeitar o mal. As palavras da boca do ímpio são “maldade e engano”, e ele chega ao ponto de recusar o sapiencial tra-se outras três vezes no saltério (Sl 17,8; Sl 57,1; Sl 63,7), sempre expressando o carinho paterno/materno do Senhor. e o ético, não querendo “ser sensato” nem “fazer o bem” (v. 4). De noite, deitado, medita e planeja o crime, como já o denunciara o profeta Miquéias: “Ai dos que planejam maldades e tramam iniqüidades em seus leitos!” (Mq 2,1) Durante o dia, “obstina-se no seu mau caminho”, e “não quer rejeitar o mal”, isto é, conscientemente obstina-se na maldade. Retomando os vv. 2-3, vemos que tudo parte do coração: o rechaço da religião, o desprezo da moralidade, a renúncia à sensatez. Excelsa bondade divina 6. Senhor, a tua misericórdia chega até os céus, / a tua fidelidade até as nuvens. 7. Tua justiça é como os montes mais altos; / teus julgamentos, como o grande abismo, / tu salvas homens e animais, Senhor! De repente, sem transição, o orante passa ao quadro oposto, à visão da bondade divina, expressa de maneira extraordinária. As qualidades de Deus são exaltadas por suas dimensões cósmicas. Vistas pelo ser humano, são altas como o céu, as nuvens ou as cordilheiras; e profundas, “como o grande abismo” (vv. 67). A grandeza sentida e não abarcada de Deus é projetada pelo poeta a dimensões espaciais, como em Ef 3,18, onde Paulo fala da “largura e comprimento, altura e profundidade” do amor de Cristo. Como falaremos nós, ante o universo com milhões de galáxias? O salmista não vê dificuldade em justapor “misericórdia” e “justiça”, pois em Deus a “justiça” é misericordiosa e a “misericórdia” não pode não ser justa, em favor de “homens e animais”, isto é, de todas as criaturas vivas. É como se o Criador cumprisse deveres de justiça para com suas criaturas e as acompanhasse com a sua misericórdia. Uma vez que lhes deu a vida, é também fiel às suas exigências, como belamente lembra o livro da Sabedoria: “Amas a todos os seres, e não desprezas nada do que fizeste. Pois, se houvesses odiado alguma coisa, não a terias criado” (Sb 11,24). O conjunto de “homens e animais” aparece várias vezes no relato do dilúvio e também em textos de Ezequiel e Sofonias, que falam de “aniquilá-los”, iluminando por contraste o nosso texto. À sombra de tuas asas 8. Como é preciosa a tua graça, ó Deus! / Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas. Da dilatada visão cósmica, o orante se recolhe a suas experiências no Templo, transcendendo os dados sensíveis num magnífico crescendo. Depois de exaltar ainda a “graça”, ou seja, o amor misericordioso e fiel de Deus, refere-se com ternura à acolhida aconchegante que “os humanos”, não mais os animais, encontram “à sombra das asas divinas”. Esta expressão encon- 9. Saciam-se da abundância da tua casa, / da torrente das tuas delícias lhes dás de beber. No Templo encontram os humanos a abundância dos bens do paraíso, de onde saía um rio, uma “torrente de delícias” que se repartia em quatro braços (Gn 2,10). E é dessa “abundância torrencial” que o Senhor nos dá de beber. Como não lembrar-nos aqui da sede da samaritana, saciada enfim pelo Único capaz de lhe dar a água que se transforma em “fonte que jorra para a vida eterna” (Jo 4,14)? Como não lembrar-nos também da água vitalizante que saiu do lado direito do Templo, na visão de Ezequiel (cf Ez 47,1-12), e transformou em jardim o deserto ? Vida e Luz 10. Pois em ti está a fonte da vida / e à tua luz vemos a luz. Versículo brevísssimo, que fecha com chave de ouro esta parte central do salmo, dedicada a exaltar a grandeza e bondade divinas. A fonte da “torrente de delícias” (v. 9) é “fonte de vida” (v. 10), que se encontra no próprio Deus ou “junto a Ele”, como diz o texto hebraico. Mas Deus é ainda a própria origem da luz, luz que é também vida, como se exprimirá João no prólogo do quarto evangelho: “Nele - isto é, no Logos, o Filho, a Palavra eterna estava a vida, e a vida era a luz dos humanos” (Jo 1,4). De fato, sem a luz, a luz do sol, não haveria a fotossíntese, responsável por toda a vida orgânica no planeta. Por isso mesmo, a luz é a primeira das criaturas de Deus (cf Gn 1,3: “Faça-se a luz!”). E é “na sua luz”, à luz de Deus, que nós podemos ver a luz, o que equivale a “viver”. De fato, não ver a luz é a morte, mas dela nos livra Aquele que é a própria Luz. Prolonga a tua misericórdia! 11. Prolonga a tua misericórdia para com os que te reconhecem, / e a tua justiça, para com os retos de coração. Após o entusiasmo do louvor, o salmista faz seu pedido. Primei- Faça como José Clemente, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: [email protected] ro, no plural, em favor dos que “reconhecem” a Deus, isto é, o temem e o amam, e são “retos de coração” (v. 11). E o pedido é para que Deus “prolongue” a sua misericórdia e a sua justiça, isto é, as duas qualidades divinas mencionadas junto com a fidelidade, nos vv. 6 e 7. Esse “prolongamento” da misericórdia vem também expresso no magnífico oráculo de Jeremias: “Com amor eterno eu te amei, e por isso prolongo a minha misericórdia para contigo” (Jr 31,3). Deus, que é “rico em misericórdia” (Ef 2,4), não deixará de demonstrá-la e “prolongá-la” em favor dos que nele confiam. Cuida de mim! 12. Não deixes que me pisoteie o pé dos soberbos, / não me ponha em fuga a mão dos malvados. 13. Caíram os que praticam a iniquidade, / prostrados, não podem reerguer-se. Só agora, depois de ter intercedido pelos que “reconhecem” a Deus e são “retos de coração”, o salmista pede que o Senhor olhe para ele em particular, e não permita que os “malvados”, dos quais traçou um retrato tão carregado nos vv 2-5, o derrubem e afugentem. Que o “pé dos soberbos” não pisoteie o orante, nem a “mão dos malvados” o ponha em fuga (v. 12). Por último, a certeza do futuro já realizado, do perigo passado, da ameaça superada: Eles, “os que praticam a iniqüidade”, já “caíram”; “prostrados” pelo poder de Deus, “não podem reerguer-se” (v. 13). Assim termina este salmo impressionante, que faz com que a humilde súplica individual do v. 12 seja precedida por tão profunda contemplação da bondade divina e da malícia humana. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: [email protected] Para refletir: 1) A “malícia humana”, descrita pelo salmista, é só dos outros? Como você a vê? 2) Como entender a justiça e a misericórdia, no próprio Deus? 3) Que diz você da nossa participação na “vida” e na “luz” de Deus? 4) De que maneira Deus “prolonga” a sua misericórdia? 5) A súplica individual fica perdida, num salmo de tanta amplitude? Jornal da Arquidiocese Juventude 7 Março 2010 Batendo um papo sobre... Formação A Pulseira do Sexo Na trilha do Grupo de Jovens Moda entre os adolescentes, o que seria apenas um adereço, tornou-se um estímulo à promiscuidade Divulgação/JA A sociedade assistiu perplexa nos noticiários à mais nova brincadeira das nossas crianças e adolescentes, chamada de “pulseiras do sexo”. A brincadeira consiste em um pacto firmado por certo grupo, aonde uma menina usa várias pulseiras de cores variadas e os meninos têm a tarefa de com o dedo arrebentar uma dessas pulseiras, dependendo da cor a mesma vale o pagamento de uma prenda que vai desde um beijo até uma relação sexual. A informação é que a brincadeira se originou na Inglaterra e de forma rápida chegou às escolas de todo o país, gerando uma nova preocupação para as instituições de ensino, as famílias e aos governos. Em nenhuma fase da vida de uma pessoa se justifica um pacto nesse sentido. Porém, quando se trata de jovens de 13, 14 anos, a nossa consciência nos pergunta, onde estamos? Como chegamos a isso? E para aonde vamos? Perguntas essas que nos fazem refletir sobre o papel das instituições, seja a família, a escola, o governo ou a igreja, e qual o comportamento desses organismos frente às novas gerações. Precisamos aproveitar a onda de que a nossa juventude está fazendo pactos promíscuos, para também propormos um novo pacto. É necessário chamar pais, professores, governantes, líderes espirituais, e formar um novo pacto social de valorização da nossa juventude, “Não basta amar os jovens, eles têm que se sentir amados.” São João Bosco já dizia isso a seus educadores há tempos atrás. É urgente unirmos Meninas de 13 e 14 anos utilizam as pulseiras. Meninos do grupo puxam e arrebentam: dependendo da cor, pode significar até relação sexual nossos esforços e criarmos novas referências para a juventude, pois essa brincadeira leviana foi somente o símbolo de toda uma sociedade, onde o jovem tem como referência políticos corruptos, adultos individualistas e galãs sem escrúpulos. Precisamos demonstrar, através do exemplo, que o verdadeiro valor está no ser e não no ter. Vamos valorizar a família para que nela o jovem encontre seu modelo e seu reduto, que a família seja a primeira instituição a educar os nossos jovens, que as escolas formem bons cristãos e honestos cidadãos, e que a Igreja deixe o jovem se sentir parte dela, e que é possível atender ao pedido do Papa João Paulo II, que chama todos à santidade. Que aprendamos com essa brincadeira de mau gosto que os caminhos adversos estão ao nos- so lado, para que saibamos que há um outro caminho para escolher, que as instituições existem para serem preservadas, e que a falência de qualquer uma delas pode desequilibrar toda uma cadeia. Dom Bosco, há mais de cem anos dizia que o sistema mais correto é o preventivo e nos alertava “Não existem jovens maus. Se os há, é porque não houve nenhum adulto que se interessasse por eles”. Assim, façamos nossa parte nos colégios, nos clubes, nas igrejas ou na casa de cada um, mas façamos alguma coisa. Não podemos mais permitir a perda dos nossos jovens. Sem jovem não há esperança, sem esperança não há futuro e, sem futuro, para que estamos vivendo o presente? Eduardo Assis, Assessor do Grupo São Judas Tadeu, Itajaí Domingo de Ramos - Dia mundial da Juventude Por iniciativa de João Paulo II, o Domingo de Ramos vem sendo celebrado como “Dia Mundial da Juventude”. De quatro em quatro anos, numa cidade determinada, como o será Madrid no ano que vem, mas cada ano, a começar de Roma, em cada diocese. Aqui em Florianópolis será feita a comemoração do DMJ na Catedral, no sábado, 27, véspera do Domingo de Ramos, em forma de Vigília, na Catedral, a começar das 20h. A coordenação do evento está com o Pe. Vânio da Silva, Coordenador da Pastoral Vocacional e Reitor do Seminário Teológico da Arquidiocese. Todos os jovens estão convidados. Na Vigília, se refletirá sobre a mensagem do Papa Bento XVI para esse Dia. Compareçam! O Centro de Capacitação da Juventude, em São Paulo, lançou uma coleção de livros apropriados. A coleção pode ser adquirida na secretaria da Pastoral da Juventude, por R$ 15,00 (os cinco livros), ou por e-mail: [email protected]. Como Desenvolver a Integração do Grupo de Jovens? Os temas tratados neste caderno estão centrados no processo de integração do grupo nas relações com a pessoa, com a comunidade, com a cultura, com o cuidado e com o planeta. O Lugar Místico é Betânia, que nos convida a visitar a casa dos amigos e amigas, assim como Jesus, para jantar, gastar tempo, contar histórias e viver a experiência do amor. Como cuidar da pessoa no grupo de jovens? Na mística de Nazaré. O processo de personalização é o eixo por onde os pontos de reflexão vão ajudar o/a jovem a responder perguntas sobre quem participa do grupo. O lugar místico é Nazaré. O convite busca vivenciar o cotidiano da vida de Jesus para, com ele, perceber valores, posturas e escolhas que foram feitas ao longo de sua trajetória em uma vida oculta. Assim, nossa vida também pode ser marcada por escolhas e valores da construção do Reino. Como desenvolver a participação social no grupo de jovens? Na Mística de Jerusalém. Uma das dimensões mais desafiadoras para o trabalho com jovens, hoje, é a política. Ela nos convida a participar, a sair dos nossos mundos particulares e ir na dire- ção do/a outro/a e dos interesses sociais, ou seja, políticos. O lugar místico é Jerusalém. No caminho com Jesus, devemos assumir a dureza das escolhas, de tal modo que haja mudança nas estruturas. Isso exige firmeza, compromisso, coragem, entrega, oração, para que a vida vença a morte. Como dinamizar um grupo de jovens? Na Mística de Emaús. Este caderno traz vários pontos sobre o processo de capacitação técnica, trabalhando desde a pessoa do/a jovem, projeto de vida e comunidade eclesial, até o planejamento mais amplo. Esses temas são propostos a partir da mística de Emaús, caminhando com o Ressuscitado e celebrando em comunidade a floração da vida. Como vivenciar a fé e a mística no grupo de jovens? Na mística da Samaria. Assumir uma mística que dê sentido à vida, é uma das exigências do ser humano hoje. Os pontos de reflexão provocam o grupo de jovens a refletirem sobre os referenciais da fé e da mística cristã no seguimento a Jesus e no compromisso a partir da Samaria. Esse lugar é o encontro com as diversas culturas, buscando contemplar Deus que cria o diverso e o diferente, reconhecendo esse mesmo Deus nas pessoas e nas culturas, cultivando uma postura de respeito e encantamento. Juventude em ação... Pula, Sai do Chão, meu carnaval foi mais Cristão A cada ano que passa, aumenta o número de pessoas que prefere aderir aos eventos paralelos ao carnaval, organizados pela Igreja Católica. Na Arquidio-cese, foram muitas as iniciativas que levaram a juven- tude a retiros, encontros de carnaval e outros eventos. Acompanhamos cinco desse encontros. Confira as fotos através da Arquidiocese: www.arquifln. org.br, clicar em “Galerias” no alto da página. 8 CF-2010 Março 2010 Jornal da Arquidiocese Abertura da CFE-2010 envolveu quatro Igrejas Realizada no Centro Ecumênico da UFSC, solenidade teve a presença de representantes de quatro Igrejas Cristãs laram sobre a importância da Campanha da Fraternidade e receberam a imprensa para uma entrevista coletiva. Desde que foi criada, em 1964, esta é a terceira vez que a Campanha da Fraternidade é Ecumênica. As outras foram em 2000 e em 2005, e se repete a cada cinco anos com uma nova temática. Neste ano, o tema é “Economia e Vida”, e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). “O dinheiro se transformou num Deus para muita gente. Trabalha-se, vive-se como se ele fosse a finalidade em si. O dinheiro é necessário, como um meio para o sustento, para a vida. Tanto que não vamos levar desta vida tudo o que acumulamos”, justificou Dom Murilo. Bênção das Cinzas Mais tarde, às 18h15min, nosso Arcebispo presidiu a celebração da Bênção das Cinzas na Catedral. Em sua homilia, Dom Murilo falou que a Quares- Foto JA Uma celebração, realizada na tarde do dia 17 de fevereiro, no Centro Ecumênico da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, marcou o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 (CFE2010) na Arquidiocese de Florianópolis. O encontro contou com a presença de representantes de quatro igrejas cristãs. Estiveram no evento: o arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, representando a Igreja Católica, o Pastor Sigolf Grevel, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, a Pastora Regina Niura Silva do Amaral, da Igreja Presbiteriana Independente, e Dom Clovis Ely Rodrigues, bispo emérito da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. O encontro contou também com a presença do reitor da UFSC, Antônio Toubes Prata, e do Professor Alexandre Marino Costa, Vice-Reitor do Centro Sócio Econômico da UFSC. Antes da celebração, os participantes fa- Eventos ainda estão programados para a CFE-2010 Alguns eventos já foram realizados em relação à Campanha da Fraternidade. Já aconteceu o Seminário de Preparação para a Campanha, além de celebrações ecumênicas em três locais. A próxima celebração será no dia 23 de abril no Templo Ecumênico, em Jurerê Internacional, Florianópolis. Durante a abertura na UFSC, representantes das Igrejas falaram sobre a CFE, participaram de celebração ecumênica e deram entrevista à imprensa ma é o momento favorável de conversão. "Durante a imposição das cinzas, dizemos: 'Convertei-vos e crede no Evangelho'. Isso significa mudar a direção no sentido da vida. Não um 'verniz', mas uma mudança radical”, disse. Segundo ele, a tendência hoje é deixar-se levar pelas propostas do mundo. A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 nos faz este desafio: “Que uso fazemos do dinheiro?”, pergunta e responde: “O dinheiro pode fazer um grande bem, se bem utilizado, mas não podemos tornarnos seus escravos”. Sessão Solene No dia 08 de março, às 19h, a Assembléia Legislativa de Santa Catarina realizará uma solenidade alusiva à Campanha da Fraterni-dade. O evento, já tradicional, é promovido pelo Deputado Padre Pedro Baldissera, e contará com a presença de representantes das igrejas cristãs participantes da Campanha. ITESC realizou Jornada Pastoral sobre a Campanha Foto JA Evento reuniu mais de 70 participantes que ouviram dos expositores suas reflexões sobre a Campanha da Fraternidade deste ano Evento contou com a exposição de representantes de três igrejas cristãs, que fizeram uma leitura crítica do Texto-Base da CFE-2010 O Instituto Teológico de Santa Catarina - ITESC, realizou na manhã do dia 26 de fevereiro, uma “Jornada Pastoral” sobre a CFE 2010. O evento era aberto a todos os interessados, e contou com a participação de mais de 80 pessoas, entre alunos e professores do ITESC, e outros interessados. Foram expositores: Pe. Dr. Vilmar Adelino Vicente, professor do ITESC e representante da instituição no evento; Professor Dr. Armando Lisboa, professor do Centro Sócio Econômico da Uni- versidade Federal de Santa Catarina - UFSC; Pe. Roque Favarin, da Cáritas Nacional; Pastor Clori Trindade de Oliveira, da Igreja Metodista; e Pe. Elias Wolff, representante do Ecumenismo na CNBB e membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC. Num segundo momento, os participantes puderam fazer perguntas aos expositores. Para o Pe. Elias, as três Campanhas Ecumênicas têm uma intima ligação. Segundo ele, as três têm conotação social. “Elas concla- mam as Igrejas a terem um compromisso de transformação da sociedade em vista da construção do Reino de Deus no mundo de hoje”, refletiu. Para o Prof. Ms. Celso Loraschi, coordenador do encontro, o evento foi bastante positivo, tanto pelo número de participantes quanto pela qualidade das exposições e do debate. "Demonstrou o espírito crítico dos expositores com relação à economia hoje e apontando caminhos para uma economia verdadeiramente solidária", avaliou. Encontro reuniu padres que representaram 38 paróquias Jornal da Arquidiocese Geral 9 Março 2010 Procissão do Senhor Jesus dos Passos A mais tradicional manifestação religiosa do Estado busca envolver cada vez mais os jovens Divulgação/JA A Mesa Administrativa da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, em Florianópolis, promoverá, nos dias 20 e 21 de março, sábado e domingo, pelo 244º ano consecutivo, a Procissão do Senhor dos Passos. A solenidade inicia no dia 14, com a investidura dos novos irmãos e irmãs, com eventos todos os dias, e segue até o dia 22 de março com a missa de ação de graças. Os dois pontos fortes são a procissão de translado, realizada no dia 20, sábado: a partir das 20h, translado do Imagem do Senhor dos Passos e, às 21 h, o da imagem de Nossa Senhora das Dores, para a Catedral. No dia 21, domingo, às 16 h terá início a procissão do Encontro, que culmina na frente da Catedral. Após o Encontro, terminado o sermão alusivo, as imagens, carregadas pelos Irmãos, retornam para a Capela do Menino Deus, junto ao Hospital de Caridade. A Irmandade do Senhor dos Passos conta atualmente com cerca de 900 irmãos que, através do pagamento de anuidade, mantêm A devoção ao Senhor Jesus dos Passos começou aqui a partir da chegada da imagem, talhada em madeira por Francisco Chagas, escultor baiano. Os registros dizem que, em 1764, uma embarcação levava a imagem para Rio Grande, RS. Após três tentativas frustradas de atravessar a Barra do Rio Grande, por causa das fortes tempestades, a nave atracou definitivamente na então Desterro. O povo interpretou a dificuldade de a imagem chegar ao seu destino inicial como um sinal do céu. E assim o capitão do barco e os moradores acertaram as despesas da confecção da imagem e seu transporte. A partir de então, a imagem foi colocada na Capela Menino Deus, construída pela beata Joana de Gusmão, e ali foi criada a Irmandade do Senhor Jesus dos Passos. Divulgação/JA Encontro entre as duas imagens é o momento mais marcante. No ano passado, mais de 20 mil pessoas acompanharam a Procissão Participação dos Jovens ção. É através da participação deles que a tradição da Procissão, mais que bicentenária, será garantida para as gerações futuras. A comissão organizadora da Procissão busca envolver os jovens cada vez mais. Segundo a equipe, grupos e movimentos estão sendo visitados, para incentivá-los a participar dessa celebra- Mais informações com Rita Peruchi, pelo fone (48) 32217588 ou pelo email rita@ hospitaldecaridade.com.br, ou no site www.hospitaldecaridade. com.br, clicar em “Irmandade”. a administração do Imperial Hospital de Caridade. Mensagem do Papa aos colégios católicos No ano passado, entre os dias 26 de novembro a 10 de dezembro, nosso arcebispo Dom Murilo participou, em Roma, da Visita ad limina dos Bispos da CNBB - Regionais Sul 3 e 4. Na manhã do dia 5 de dezembro, ao receber todo o grupo, Sua Santidade, o Papa Bento XVI, dirigiu uma mensagem aos bispos presentes, extensiva aos demais bispos do Brasil. Ele abordou o tema “A universidade e a escola católica”. Entre outras coisas, advertiu: “... é precisamente na referência explícita, e compartilhada de todos os membros da comunidade esco- Uma história com 244 anos lar... à visão cristã, que a escola é “católica”, já que nela os princípios evangélicos tornam-se normas educativas, motivações interiores e metas finais”. “Num mundo e numa época que querem tirar do horizonte da vida social qualquer referência ao transcendente, qualquer sinal religioso - inclusive os crucifixos, maior símbolo que temos do amor de Deus por nós! -, mais e mais se faz necessário firmarmos nossa identidade. Os fundadores de Congregações Religiosas e os Bispos que nos antecederam não teriam fundado escolas e universidades se não estivessem convic- tos de que era e é necessário "promover aquela unidade entre fé, cultura e vida, que constitui a finalidade fundamental da educação cristã” (Bento XVI, 05.12.09). Cópia do discurso papal completo foi encaminhado a todos os colégios católicos com um documento de Dom Muilo. “Sei quanto os senhores e as senhoras precisam de apoio e orientação, dadas as dificuldades de sua missão. Agradeço o trabalho que desempenham em nossa Igreja Particular, desejo-lhes muita disposição e alegria nas atividades ao longo deste ano de 2010, e envio-lhes minha bênção”, disse nosso Arcebispo. Hino celebra a Anunciação do Senhor A Catedral Metropolitana de Florianópolis, juntamente com o Coral Santa Cecília, realizará no dia 25 de março, às 20h, a tradicional Celebração Mariana da Solenidade da Anunciação do Senhor, com o hino “AKÁTHISTOS”, em honra da Mãe de Deus. A celebração será presidida por nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. “AKÁTHISTOS”, palavra grega que significa “não sentado”, indica a forma como o Hino deve ser cantado: de pé. Ele salienta o momento em que Maria recebeu o anúncio de que fora escolhida para gerar o Salvador, permanecendo Virgem. A data, 25 de mar- ço, ocorre exatamente nove meses antes do nascimento de Jesus Cristo, no Natal, 25 de dezembro. Em 1987, Ano Mariano, quis o Papa João Paulo II, que esse “poderoso e dulcíssimo hino” fosse cantado em todas as catedrais do mundo. Assim, pela primeira vez, graças ao Coral Santa Cecília, Akáthistos foi cantado em nossa Catedral, estando também gravado em CD. Desde então vem sido cantado anualmente, sempre no dia da Anunciação do Senhor. Todas as pessoas são convidadas a participar, em especial as congregações religiosas e movimentos que ostentam o nome de Maria. 10 Ação Social Jornal da Arquidiocese Março 2010 FAS apoiou 27projetos sociais em 2009 Recursos do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade apoiaram projetos somando um valor de R$ 83 mil Arquivo/JA No ano de 2009 a Coleta da Solidariedade arrecadou um total de R$ 144.099,59, sendo que desse total R$ 57.639,83 (40%) foram encaminhados para o Fundo Nacional de Solidariedade e R$ 86.459,76 (60%) ficaram no Fundo Arquidiocesano de Solidariedade. Através desses recursos foi possível apoiar 27 projetos sociais, aplicando um total de R$ 83.371,30. Entre os 27 projetos apoiados, 07 foram para programas e projetos com crianças e adolescentes, 07 na área de formação para o exercício da cidadania, 05 para qualificação profissional e geração de trabalho e renda, 02 para fortalecimento da rede de trabalhos sociais, 03 para divulgação da temática da CF 2009, 01 para povos indígenas e 01 para Enchentes no Norte e Nordeste do Brasil. Foram atendidas, com os projetos apoiados, mais de 10 mil pessoas. Segundo Fernando Anísio Batista, da Ação Social Arquidiocesana, nos onze anos de existên- Projetos apoiados em 2009 PROJETOS SOCIAIS Projeto “Centro de Educação Infantil Anjo da Guarda”, trabalho realizado pela comunidade do Pedregal, no Bairro Ipiranga, pertencente à Paróquia Sagrados Corações, em Barreiros, São José, foi um dos beneficiados pelo FAS. Trabalho atende 194 pessoas, na creche e no atendimento pedagógico cia do FAS, o ano de 2009 foi um marco em sua história, pois foi o ano que mais arrecadou na Coleta e o ano em que houve o maior número de projetos apoiados. Ele destaca que este é resultado do trabalho realizado com as paróquias e com as ações sociais paroquiais, as quais entendem que o Fundo tem um papel estratégico na Arquidiocese: o de fortalecimento dos trabalhos sociais. Proponente Valor Fisioterapia para Pessoas com Deficiência Visual Associação Catarinense de Integração do Cego 4.985,25 Informática e Cristo.com Paróquia São Judas Tadeu - Brusque 5.000,00 Saúde e Educação na Comunidade Ação Social São João Indígena Garani Yvy Ju Miri Evangelista - Biguaçu 5.000,00 Famílias que Integram as ComuniAssistência Social São dades de Atendimento da Ação SoLuiz cial São Luiz: perfil e necessidades 2.100,00 A informática ao alcance dos mais carentes Ação Social Paroquial Santa Cruz 3.730,80 Projeto Orquestra Ação Social da Trindade 4.215,35 Curso Balé Clássico e Moderno para Centro Loyola Amar e Formação Integral Servir 2.000,00 Aquisição de Equipamentos e Mobiliários de Cozinha, Refeitório e Dis- Ação Social de Barreiros pensa para o Projeto Social Pedregal 5.000,00 Tocando e Cantando com Aledria ASP N. Sra. do Rosário - SJ 2.125,00 Grupo Abada Capoeira Rosário ASP NSra. do Rosário - SJ 3.488,00 Casa de Caridade Madre Tereza de Ação Social Santo Calcutá Antônio Arquivo/JA Arquivo/JA Percepções da sexualidade infantoCasa-Lar Nossa Senhora juvenil nas Casas-Lares NSra. do do Carmo e Casa-Lar São Carmo e São João da Cruz de João da Cruz Florianópolis (primeira parcela) Aprendendo a Dançar Ação Social da Trindade 4.936,36 1.560,00 4.500,00 Geração de Trabalho e Renda Curso de Corte e Costura para Geração de Renda e Cidadania Centro Loyola Amar e Servir 2.000,00 Mulheres em Ação Pela Superação Ação Social Neotrentina 1.182,25 Divulgação do Grupo Criando e Costurando ASP NSra da Lapa Florianópolis 1.249,10 Costurar ASP Sta Terezinha Menino Jesus - Fpolis 2.000,00 II Feira Regional de Economia Solidária Ação Social Arquidiocesana 4.927,00 Formação e Mobilização Curso de Balé é oferecido a mais de 80 jovens no bairro Monte Cristo, região continental de Florianópolis, e as ensina a dançar artisticamente A Ação Social Neotrentina, da Paróquia São Virgílio, em Nova Trento, ensina mais de 50 mulheres a costurar e conseguir renda a partir desse aprendizado Dia 28 acontecerá a Coleta da Solidariedade 60% do valor arrecadado fica na Arquidiocese e compõe o FAS No Domingo de Ramos, que será dia 28 de março, incluindo a véspera, dia 27 à tarde e noite, acontecerá a Coleta da Solidariedade, que é o “gesto concreto” da Campanha da Fraternidade. Dos recursos arrecadados, 40% constituem o Fundo Nacional de Solidariedade, que se destina a apoiar projetos ligados à temática da Campanha de cada ano e os outros 60% constituem o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, que se destina a apoiar projetos sociais e de geração de trabalho e renda em nossa Arquidiocese. Os recursos arrecadados são distribuídos de forma organizada para as comunidades empobrecidas da Arquidiocese, apoiando iniciativas que apontem para a superação das estruturas de pobreza e injustiça presentes na sociedade. Sua contribuição fará a diferença para muitas pessoas que necessitam. Participe!!! Dia Nacional da Juventude Pastoral da Juventude 2.410,00 Promotoras Legais Populares (primeira parcela) Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas 1.276,19 Formação em Políticas Públicas ASA 2.100,00 Para ser voluntário é preciso mais que amor é preciso formação Ação Social São João Evangelista - Biguaçu 570,00 Oficina de Sustentabilidade e Elaboração de Projetos Ação Social Arquidiocesana 930,00 Mobilização, Sensibilização CF-2009 Coord. Arquid. CF-2009 700,00 Fortalecendo a Rede Municipal de Brusque 786,00 Ações Sociais Paroquiais do Município de Brusque PNAS e o Reordenamento das entida- Ação Social des de Assistência Social - 1º Etapa Arquidiocesana 3.600,00 Emergência Social SOS Norte e Nordeste Cáritas Brasileira Total de Recursos Aplicados em Projetos 10.000,00 83.371,30 TUDO EM 5 X SEM JUROS = Jóias - Relógios - Óculos = = Diversas Marcas = Florianópolis - Fone Centro, Shopping Itaguaçu e Shopping Iguatemi Santa Catarina (48) 3222-8680 Jornal da Arquidiocese GBF 11 Março 2010 Livreto reflete sobre o Tempo Quaresmal Subsídio está pronto e encontros já estão sendo realizados Neste tempo quaresmal de 2010, o livreto dos Grupos Bíblicos em Família, com o título: “A VIDA NOVA EM CRISTO”, quer nos proporcionar uma grande reflexão sobre o nosso estilo de vida, indicando o caminho do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. Que saibamos responder sim a mais este chamado que Deus nos faz de colaborar na construção do seu Reino de justiça, amor, paz e fraternidade, para que o seu projeto de vida seja vivenciado por todos os seus filhos e filhas. Palavra do nosso Arcebispo aos Grupos Bíblicos em Família: Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro A Campanha da Fraternidade faz parte do calendário anual de nossas dioceses. Promovida pela CNBB, essa Campanha procura inquietar a sociedade com reflexões sobre temas sociais, especialmente aqueles que estejam prejudicando a vida fraterna. Neste ano de 2010, há uma particularidade: novamente será ecumênica - isto é, assumida, também, por outras igrejas cristãs. O tema escolhido para a CF 2010 é: Economia e vida; e o lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24). Seu objetivo geral é o de unir as Igrejas cristãs e as pessoas de boa vontade na promoção de uma economia que esteja a serviço da vida, em vista da construção da paz. É um objetivo ousado. Mas como não ser ousados diante das injustiças que nascem de uma economia em que o lucro está em primeiro lugar, e o ser humano não passa, muitas vezes, de um "produto", útil apenas enquanto ajuda o crescimento dessa mesma economia? Como ficar indiferentes diante de uma "máquina" econômica que gera desigualdades, miséria, fome e morte? Realizada na quaresma, a CF quer "acordar" a sociedade, motivando-a a uma profunda conversão. Afinal, a Vida é um valor mais importante que os interesses do mercado. Há os que perguntarão: tem sentido as Igrejas cristãs tratarem de um tema como esse? Não haveria outros temas mais interes- santes e urgentes, temas que seriam mais "religiosos"? Tudo o que é importante para o ser humano é importante para o Evangelho. Por isso é que Jesus se preocupou não somente com temas ditos "religiosos", mas também com a fome, com as doenças e injustiças. Nossos Grupos Bíblicos em Família fazem bem, pois, em participar das reflexões da Campanha da Fraternidade. Se quisermos mudar o mundo, precisamos começar mudando nosso coração. Assim, pela conversão de nosso coração, estaremos dando um passo importante para viver a Páscoa do ano da graça de 2010. Dom Murilo Krieger Arcebispo Metropolitano CEBs e GBFs, um jeito de ser Igreja Cronograma de reuniões e encontros - 2010 “Lá vem o trem das CEB,s caminhando com seu povo. Escute, meu amigo, venha ver o que há de Novo” (Terezinha do Brejão - MA). REUNIÕES DE ARTICULAÇÃO No 10º Encontro Estadual que se realizou em 2008, na Diocese de Lages, com o tema: “Ecologia e Missão”, e o lema: “CEBs, povo de Deus cuidando da Vida”, foi escolhida a Arquidio- cese de Florianópolis para sediar o próximo encontro estadual em 2012. Portanto, desde lá a Arquidiocese de Florianópolis formou uma equipe de articulação, que vem se encontrando e preDivulgação/JA Equipe de coordenação é a responsável por preparar a 11º Encontro Estadual das CEBs, que será realizado em 2012 em Florianópolis parando os trilhos (caminhos) para a chegada e a recepção dos vagões das comunidades eclesiais de todo o Regional Sul IV, que formarão o trem das CEBs em 2012. Animados pelo espírito renovador do Intereclesial das CEBs, que aconteceu em julho de 2009, em Rondônia, na cidade de Porto Velho, com o tema: “CEBs, Ecologia e Missão”, e o lema: “Do ventre da terra o grito que vem da Amazônia”, continuamos com entusiasmo nossa caminhada das Comunidades Eclesiais de Base em unidade com os Grupos Bíblicos em Família, com o compromisso de articular todas as pequenas comunidades em âmbito Arquidiocesano. Para melhor organizarmos, celebrarmos e partilharmos a vida em comunidade, traçamos um planejamento de atividades com temas de estudos para este ano de 2010. DATA LOCAL 25/04 Comunidade do Mocotó 26/06 Comunidade da Praia (Ponte do Maruim) 22/08 Comunidade de Mont Serrat 24/10 Comunidade da Penitenciária 04/12 Comunidade do Alto da Caieira ENCONTROS DE FORMAÇÃO DATA LOCAL e TEMÁTICA 28/03 Encontro das CEBs: Identidade, Espiritualidade e Missão das CEBs - Comunidade do Mont Serrat 25/07 Encontro das CEBs: CEBs, Fé e Política - Com. Quilombo 04/12 Encontro - Sinais de CEBs presentes em nosso meio Comunidade do Alto da Caieira Os encontros e as reuniões serão orientadas e assessoradas pelo Pe. Vilson Groh, Moacir Alburquerque e Roberto Iunskovski. Contamos com a participação das comunidades que já vêm colaborando conosco desde 2009: Alto da Caieira, Mocotó, Campeche, Ingleses, Vila Aparecida, Forquilhinha, Praia da Ponte do Maruim, Serrinha, Morro do Quilombo, Nova Esperança, Morro da Queimada, Pastoral da Ju- ventude, animadores(as) dos GBF e todas as lideranças que queiram conhecer o nosso trabalho evangelizador na Arquidiocese. A presença de todos e todas é de grande valia, para reavivar a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base. “Lá vem o trem das CEBs, caminhando com seu povo...” Edson Mendes Articulador arquidioc. das CEBs 12 Artigos Março 2010 Jornal da Arquidiocese Centenário Padre Sérgio Maykot - um padre a serviço dos menores Sérgio Maykot nasceu no Estreito, Florianópolis, em 1º de maio de 1948, filho dos descendentes de poloneses André Maykot e Olga Podiacki Maykot, originários de Pinheiral, Nova Trento. Seu pai abriu no Estreito conhecida loja de ferragens, cujo lucro reverteu na formação dos filhos e na aquisição de numerosos lotes de terra. Foi um empresário bem sucedido. Sérgio ingressou no Seminário de Azambuja com 10 anos de idade, ali se distinguindo pela simplicidade, lealdade com os amigos, dons musicais de cantor e violinista, organizador de saraus literários. Desempenhou a contento a função de mestre de cerimônias nos Pontificais e Missas gregorianas. Provindo de família de posses, não fazia exigências, tudo o deixava satisfeito. Aprendeu a escrever bem, com estilo e bom humor. Seguindo para Curitiba em 1967, ali cursou filosofia e teologia. Foi o difícil tempo das adaptações ao espírito do Concílio Vaticano II encerrado em 1965: tudo parecia ser provisório e ter de ser mudado... Com as dificuldades superadas positivamente, Sérgio foi ordenado presbítero na igreja de Fátima, no Estreito, em 1º de fevereiro de 1973. Permaneceu um ano em Curitiba a fim de concluir estudos de Filosofia na Universidade Federal. O início apostólico dedicação e amor aos pequenos Em 15 de janeiro de 1974 foi vigário paroquial de Tijucas, trabalhando com Mons. Augusto Zucco, à época chamado de "domador" de padres novos... Pe. Sérgio não tinha dificuldade de submeter-se com bom humor a esse controle. Em sete de janeiro de 1976 foi provisionado pároco do Divino Espírito Santo, em Camboriú, desenvolvendo ótimo trabalho junto aos jovens e, especialmente, às crianças. Sua memória é ali recordada no “Jardim de Infância Padre Sérgio Maykot”. Em 10 de janeiro de 1980, para surpresa de muitos, recebeu o, à época, glorioso encargo de pároco do Santíssimo Sacramento de Itajaí. Nunca um padre ainda jovem recebera essa missão. Na sua humildade e desapego, Pe. Sérgio não viu nada de glorioso no trabalho, além de ter muito trabalho. Espírito agregador, procurou a cada sábado reunir os padres da cidade para uma conversa e preparação da homilia. Os frutos foram muito positivos. Em fevereiro de 1986 foi nomeado pároco de São Francisco Xavier, Saco Grande, paróquia que abrangia todo o norte da Ilha de Santa Catarina e que hoje está dividida em três. Trabalhou com zelo e abnegação, sem deixar de ser enérgico diante de autoridades quase vitalícias que, há décadas, comandavam algumas comunidades. Substituiu-as, sem receio de críticas. Sempre ligado à fraternidade presbiteral, desde o início do ministério semanalmente reunia amigos padres em casa da família no Ribeirão da Ilha. Depois se pensou numa As- Pe. Sérgio Maykot, padre, psicólogo, amigo com dedicação especial aos jovens, às crianças e as vocações sociação de Presbíteros, com sede própria. Assim, em 1987 nasceu a APAZ - Associação Padre Augusto Zucco - com sede em Barreiros, São José, da qual sempre foi entusiasta incentivador. Estudante de psicologia em Roma Desde padre jovem, Pe. Sérgio nutria dois sonhos: estudar psicologia e trabalhar no Seminário. Um sonho que era um: trabalhar na formação presbiteral. Dom Afonso Niehues permanecia reticente ao ouvir essa conversa: achava que Pe. Sérgio era pouco enérgico e não teria muita autoridade como formador. Enfim, cedeu e em 13 de fevereiro de 1992 Pe. Sérgio foi para Roma, cursar Psicologia na Pontifícia Universidade Salesiana. Hospedado no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, reviveu com carinho e compromisso os velhos tempos de Seminário. Na Semana Santa de 1998 estava de volta ao Brasil. Em 27 de março assumiu como vigário paroquial da Catedral e como pároco em fevereiro de 1999. Simultaneamente passou a lecionar no ITESC e tinha uma grande agenda de atendimentos na linha de psicologia. Os últimos anos de uma breve existência Finalmente, em 22 de junho de 2001 saiu a provisão tão desejada: formador dos estudantes de Filosofia no Seminário “Edith Stein”, em Barreiros. Sempre desejara exercer esse ministério e agora, com a preparação pelos estudos de Psicologia, poderia viver essa experiência. A bem da verdade, sentiu-se frustrado, e pediu para retornar ao ministério paroquial. Em nove de dezembro de 2003 foi provisionado pároco de Nossa Senhora Aparecida, Procasa, São José. Humilde e pobre paróquia, mas onde viveu a consagração pastoral com muita alegria. Nesse tempo foi também Coordenador da Comissão Preparatória do Centenário da Diocese de Florianópolis (1908-2008), cuja grande celebração foi a trágica enchente de novembro/dezembro de 2008. Sempre disponível, em 1º de fevereiro de 2009 assumiu como pároco de São José, sendo recebido com alegria por aquele povo. Seus primeiros passos de reunir e escutar as lideranças despertaram forte esperança. Infelizmente, pouco mais de um mês depois, em seis de março, faleceu repentinamente, vítima de infarto, ao retornar de consulta médica e entrar na casa paroquial. Todos choraram essa vida precocemente ceifada. Doía o coração ver as crianças - as sempre amadas crianças - depositando flores em sua urna funerária. Padres e povo choravam a perda de um amigo, uma presença sempre forte e exemplar. No dia seguinte, sábado à tarde, após comovente Missa exequial, seu corpo foi depositado no cemitério de Coqueiros, onde descansa junto a seus pais. Escrever essas linhas foi uma necessidade para mim, que privei de sua amizade por 49 anos. Foi graça fecunda tê-lo como amigo no Seminário e companheiro de ministério. Pe. José Artulino Besen pejabesen.wordpress.com Ecumenismo Foi-me solicitado escrever algumas palavras sobre o ecume-nismo. Então, resolvi escrever sobre a minha própria experiência ecumênica. Fui ensinada na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana até a minha adolescência, sendo batizada e preparada para a Eucaristia, frequentando assiduamente as missas e outras atividades na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Estreito, Florianópolis. Durante a minha infância fui levada algumas vezes pelos avós maternos ao Centro Espírita, para tomar passes e ouvir algumas palestras. Confesso que entendia muito pouca coisa do que estava sendo feito e falado. Também durante as missas, era esse o sentimento. Meus pais nos faziam, a mim e aos meus irmãos, irmos à missa no domingo pela manhã. Essa ida à Igreja nos dava o direito de, pela tarde, irmos ao cinema. Para meu pai e minha mãe, a única igreja verdadeira era a Igreja Católica Apostólica Romana. Até hoje não entendo como os meus avós EU, ECUMÊNICA? conseguiram me levar ao Centro Espírita. Não sei se meus pais sabiam ou não dessas visitas. Até aos dezesseis anos, não me lembro de ter conhecido alguém que freqüentasse outra igreja ou religião que não fosse a Igreja Católica Apostólica Romana. Foi então que, em 1980, comecei a namorar um rapaz que, para minha surpresa, era protestante. Fiquei muito curiosa e fui com ele assistir a um culto na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, na qual estou até hoje. E agora, como pastora de uma comunidade (aproximadamente há dez anos), no bairro Coloninha, em Florianópolis. Por que resolvi fazer este relato? Porque a mesma idéia que eu trouxe da Igreja Católica, eu a transferi para a Igreja Protestante: de que o "meu Deus" era o único verdadeiro e a minha tradição dentro da qual eu me relaciono com Ele era a única verdadeira. Continuei pensando que os membros de outras igrejas e religiões não deveriam ser considerados, e muito menos deveria ter qualquer tipo de diálogo ou comunhão com esses irmãos. Minha mudança aconteceu quando fui fazer o mestrado na área de Teologia Prática, em um seminário interdenominacional. Durante as conversas com meus companheiros de curso (pessoas de outras tradições religiosas), comecei a entender como eu era preconceituosa, radical, funda-mentalista, ignorante, desrespeitosa, soberba e presunçosa, achando-me dona da verdade. Entendi que, assim como eu, eles também tinham recebido uma missão da parte de Deus. A missão de vivenciar o amor de Deus neste mundo e torná-lo um lugar onde todos tenham vida e vida em abundância. Essa era a missão de Jesus e é também a nossa missão, independentemente de nossas diferen- ças e compreensões. O mais interessante é que a própria palavra "ecumenismo" nos ensina essa verdade, pois ela tem sua origem no vocábulo grego “oikoumene” que, por sua vez, é derivado da palavra “oikos”, que significa casa, lugar onde se vive, espaço onde se desenvolve a vida doméstica, onde as pessoas têm um mínimo de bem-estar. O caderno do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) “A Palavra na Vida, nº 227 - “Em nome da Identidade: uma leitura de gênero, ecumenismo e negritude” - nos diz: “O movimento ecumênico teve seu ponto de partida no movimento missionário. No século XIX a fé cristã se expandiu de uma forma jamais vista. Entretanto, assim como crescia muito o trabalho missionário, também ao longo do tempo foi-se criando uma rivalidade entre as igrejas. Os missionários pregavam sobre Cristo, mas também aspiravam a construir sua própria igreja. Aos poucos, começou-se a sofrer por causa dessa desunião. Os missionários e líderes concluíram que havia chegado o momento de dialogar" (p. 16). Daí surgiram encontros, conferências e até a criação de um órgão que congrega as Igrejas Cristãs em todo o planeta: o Conselho Mundial de Igrejas - CMI. Diálogo. Creio ser esta a palavra que durante muito tempo em minha vida ficou faltando. Dialogar: falar, e também ouvir o outro. Hoje, em minha vida, busco uma vivência mais ecumênica, procurando dialogar com todas as pessoas. Não é fácil. Mas creio que o ecumenismo é um dos instrumentos que pode tornar este mundo um lugar onde o "Shalom" de Deus se torne realidade para todos. Sim, eu sou ecumênica! Regina Niura Silva do Amaral Pastora da Igreja Presbiteriana Independente do Bairro Coloninha Florianópolis. Jornal da Arquidiocese Missão 13 Março 2010 A Missão de Comunicar a Alegria Pascal A nossa Arquidiocese quer avançar no uso dos MCS. É algo possível e urgente para o anúncio da Boa Nova COMUNICADORES COMPETENTES Mas, para que se realize o Divulgação/JA Bento XVI, numa mensagem dirigida a toda Igreja, apresentou sua visão pastoral sobre as novas mídias como sendo “instrumentos indispensáveis” para a sua missão evangelizadora, pois as novas tecnologias ajudam a instaurar formas de diálogo de maior alcance. Bento XVI lança hoje a mesma pergunta que o apóstolo Paulo lançou aos primeiros cristãos empenhados no anúncio de Cristo: Como hão de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? (Rm 10,14). O mundo digital, afirma o Papa, abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento paulino: Ai de mim se não anunciar o Evangelho! (1Cor 9,16). Com o Evangelho nas mãos e no coração, insiste o Papa, é preciso reafirmar que é tempo de preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, tendo uma particular atenção por aqueles que se encontram em condição de busca e aos que não acreditam, mas que cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas. Essa mensagem, que o papa Bento XVI lançou no dia dos Meios de Comunicação Social, surpreendeu favoravelmente e motivou sacerdotes e comunidades a encararem e usarem adequadamente os meios poderosíssimos de comunicação para a evangelização do mundo contemporâneo. Solidariedade entre Igrejas Iraque: quatro cristãos assassinados em quatro dias. Patriarca caldeu pede ajuda à comunidade internacional Papa Bento XVI incentiva o uso dos meios de comunicação que considera “instrumentos indispensáveis” para a evangelizadora da Igreja que o Papa pede, há necessidade de que o mundo católico acorde e se preocupe mais com a formação de bons e competentes comunicadores. Nossas rádios e TVs, em seu conjunto, ainda carecem de comunicadores maduros em sua fé e tecnicamente mais aprimorados. Será que em nossas universidades e em milhares de colégios católicos existe uma preocupação concreta em descobrir jovens que possuem valores no campo da comunicação? Será que nesses ambientes, como também nas comunidades paroquiais, nos grupos e movimentos, existe a coragem de investir no aprimoramento de futuros comunicadores? Será que, para isso, existe um forte estímulo de cima? São esses fatores muito sérios se quisermos que a nossa evangelização midiática se aprimore e consiga transmitir a menFoto JA Encontro reativou a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese sagem de Cristo e da Igreja, de forma moderna e cativante, em todos os ambientes e nos lares, muitos deles descristianizados. Está na hora de despertar e partir para ações concretas que nos permitam sair do amadorismo. Se isso acontecer na Igreja dos cinco continentes, o “ide pelo mundo inteiro, pregai o evangelho a todas as criaturas” tornarse-á uma realidade maravilhosa e confortadora. Nenhuma dificuldade deve nos impedir de que a Boa Nova chegue às extremidades da terra! EQUIPE DE COMUNICAÇÃO No dia 13 de Fevereiro, reuniuse um grupo seleto de comunicadores de nossa Arquidiocese. Estava presente o nosso Arcebispo Dom Murilo e Pe. Vitor Feller, coordenador da Pastoral Arquidiocesana. O assunto era: Pastoral da Comunicação Diocesana. Ouve uma apresentação do que já existe e, em seguida, buscou-se abrir novos horizontes para a nossa comunicação. O encontro foi muito proveitoso e, finalizando, foi escolhido um grupo de comunicadores que se encarregarão de movimentar ainda mais a nossa Pastoral da Comunicação. Pedimos a Deus para que dê a essa equipe a coragem e a criatividade necessárias para uma missão tão importante. Pe. Paulo de Coppi - PIME [email protected] MOSUL, domingo, 21 de fevereiro. Nesta semana, quatro cristãos foram assassinados a sangue frio em Mosul (Iraque). “A situação é trágica”, alertou Warduni e “o governo iraquiano não está fazendo o que deveria, para acabar com esse massacre. Precisamos que a comunidade internacional faça pressão sobre seus próprios governos e estes sobre o governo iraquiano”. O último cristão assassinado é um jovem estudante universitário. Interceptado por dois homens que se diziam das forças de ordem, mataram-no a tiros. O Arcebispo declarou: “Nós, cristãos, somos inocentes, não causamos dano a ninguém, só queremos viver em paz em nosso país. Se querem nos erradicar de nossa terra, que o digam. Se não, que nos deixem em paz”. Amigos e amigas cristãos, rezemos para esses nossos irmãos perseguidos. Aumenta o número de católicos no Mundo O Anuário Pontifício 2010, apresentado a Bento XVI, apresenta um aumento do número de católicos no mundo, bem como o de sacerdotes e seminaristas, especialmente na Ásia e na África Em 2008, foram registrados 1 bilhão e 166 milhões de fiéis batizados, com um aumento de 19 milhões (+1,7%) em relação ao ano anterior. Mesmo considerando o aumento da população mundial, que atingiu um total de 6 bilhões e 700 milhões de pessoas, observa-se um discreto aumento da população católica em termos percentuais (de 17,33 para 17,40 %). Aumentou também o número de bispos, que passou de da 4.946 em 2007 para 5.002 em 2008. Houve também um discreto aumento no número de sacerdotes, seja diocesanos ou religiosos, da ordem de 1% no período entre 2000 a 2008. Aumentou também, em nível global, o número de candidatos ao sacerdócio, passando de 115.919 em 2007 para 117.024 em 2008. Tal aumento foi mais pronunciado na África (+3,6%), na Ásia (+4,4%) e na Oceania (+6,5), enquanto que a Europa registrou uma queda no número de candidatos ao sacerdócio de 4,3%. ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA No dia 21 de 02, a Animação Missionária deu seus primeiros passos com o encontro regional dos assessores da Infância e Adolescência Missionária, na cidade de Mafra. No dia 07 de Março, das 8.30 às 16.30, em Tijucas, haverá o Iº encontro de formação missionária para todos os animadores missionários da Arquidiocese. Contamos com a participação de todos. Informações com Dalva, pelo fone (48) 8411-3896. 14 Geral Março 2010 Jornal da Arquidiocese Florianópolis é representada no Muticom Evento reuniu mais de dois mil participantes de 37 países da América Latina e do Caribe Foto JA Nos dias 03 a 07 de fevereiro, a cidade de Porto Alegre sediou o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe (Muticom). Promovido pela CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para Educação, Cultura e Comunicação, pelo CELAM e pela OCLACC, o evento reuniu mais de dois mil participantes de 37 países latinoame-ricanos e caribenhos. O Regional Sul IV da CNBB (Santa Catarina) esteve representado por 18 pessoas. A Arquidiocese de Florianópolis teve a presença de três jovens. Com o tema “Processos de Comunicação e Cultura Solidária”, o MUTICOM promoveu espaços de diálogo sobre os processos de comunica- Dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, representou o Papa no evento ção à luz da cultura solidária, na construção de uma sociedade comprometida com a justiça, a liberdade e a paz. O evento contou com palestras, painéis, conferências, oficinas, apresentações culturais e artísticas. Elas tiveram como referência os maiores especialistas em comunicação da Igreja Católica no mundo. “Foi um momento raro para nós, participarmos de um evento como esse em que comunicadores de referência mundial puderam trazer-nos suas experiências”, disse Zulmar Faustino, jornalista da Arquidiocese. Pela primeira vez, o evento foi antecedido pelo “Encontro continental de jovens comunicado- res”. Na tarde dos dias 02 e 03 de fevereiro, os jovens contaram com um espaço só seu. Na tarde do dia 02, houve um painel com o tema “Dialogando e transmitindo cultura solidária”, realizado pelo músico uruguaio Daniel Drexler e por Elson Faxina, ex-assessor de comunicação e colaborador da Pastoral da Criança. O próximo Mutirão Brasileiro de Comunicação será realizado no Rio de Janeiro, nos dias 17 a 22 de julho de 2011. Será a sétima edição do evento, com o tema: “Comunicação e Vida: Diversidade e Mobilidade”. Ao final do Muticom em Porto Alegre, a equipe do Rio fez a apresentação de como será a próxima edição. Jovens da Arquidiocese criaram site para divultar o evento Foto JA Os três participantes da Arquidiocese no Muticom, inquietados em apenas participar, decidiram colocar suas habilidades em prática e criaram um blog do evento. Através do endereço http://floripanomuticom. wordpress.com, em apenas duas horas já noticiavam tudo o que acontecia no Mutirão. A idéia surgiu a partir da experiência de cada um deles. Com talentos diferentes, mas que se completam, os três decidiram unir suas habilidades e colocá-las em prática para mostrar o que acontecia no Muticom. Eram eles: Zulmar Faustino, jornalista da Arquidiocese, Guilherme Pon- tes, coordenador da Pastoral da Juventude, e Felipe dos Santos, do movimento Água Viva Jovens, da Paróquia NSra. da Boa Viagem, em Florianópolis. Os três foram foram agraciados com uma menção honrosa, pelo seu trabalho. O prêmio foi entregue ao nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, que acompanhou o Muticom através do blog dos jovens. De Florianópolis, ele mandou a seguinte mensagem: "Quando esses meios forem colocados a serviço da evangelização, os “pés” dos evangelizadores serão mais rápidos, em condições de alcançar em menor tempo e com mais eficácia o apressado ser humano de hoje. Vivam intensamente essa experiência e, ao voltar, motivem outros a colocar tão ricas ferramentas a serviço da Boa Nova de Jesus", escreveu Dom Murilo. Os três jovens integram a equipe da “Pascom”, a Pastoral da Comunicação, da Arquidiocese. Eles pretendem oferecer uma oficina aos representantes de pastorais e paróquias. Nela, demonstrarão sobre o uso dos meios eletrônicos na transmissão de informações. Mais informações no site do evento ou pelo e-mail: jornal@ arquifln.org.br. Retalhos do Cotidiano Preocupações Como é que aquela fonte, tão pequena, poderia pensar que um dia seria capaz de chegar ao mar? Como é que aquela fonte, quase invisível, poderia supor que se transformaria no maior rio do mundo? Também nós: não pensemos tão pouco do grandioso destino que nos espera! Fomos criados do nada para, no amor, viver com Deus pelos tempos sem fim. “A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34). Para quantos de nós a vida seria bela se vivêssemos bem esse conselho de Jesus... Por que deixar que o passado nos vergue as costas e o futuro nos preocupe tanto, se só temos o presente para viver? Convivência Não nos permitamos conviver como estranhos. Tempo Do tempo só se colhe o que nele se planta. E, se não se planta nada, o que se haverá de colher? Se não se planta, está perdido o tempo destinado à plantação. Vela A vela acesa ficou à disposição de todas as que lhe foram apresentadas. Acendeu uma a uma, para que também pudessem iluminar. E as trevas se afastaram. Os homens e as mulheres que têm em si a luz de Cristo, quanta escuridão espantam! Alegria Não deixemos a alegria se despedir de nós e ir para terras longínquas. Carlos Martendal Divulgação/JA Fonte Iniciativa dos três jovens foi recompensada pela equipe de comunicação Deu-se tanto, o sapato, que se acabou. E, no entanto, foi quando já estava para ser descar tado que começou a mais bela etapa da vida: a de dar flores! Números Parece que, para Deus, números não importam. Também para os santos. Irmã Emanuele relatou ao Padre Pierre, em Paris, sua alegria por já haver salvo sete mil crianças. A resposta daquele que vivia no meio do lixo, junto aos lixeiros, surpreendeu-a: “E as outras?”. Educação Pais que se dedicam à educação dos filhos dão-lhes um grande tesouro. Quando se educa cristãmente, com amor exigente, moldam-se os filhos à feição de Deus e, então, o mundo não será capaz de deformá-los. Caminho O caminho das facilidades desemboca na estrada das tristezas; a alegria implica desinstalação, serviço, renún- cia, lava-pés. Quanto mais alegria damos aos outros, tanto mais alegres nos tornamos nós mesmos! Competência Ao descobrir em nós a capacidade - que vem de Deus (cf. 2 Cor 3,5) -, alguém poderá descobrir, também, o Deus que nos habita. Jornal da Arquidiocese Geral 15 Março 2010 Propedêutico inaugurado em Camboriú Seminário homenageia Mons. Valentim, que dedicou os seus 60 anos de ministério à formação do nosso clero O Seminário Propedêutico é um espaço de formação para os Durante a celebração, nosso arcebispo Dom Murilo posou para foto com todos os 48 seminaristas, que estão nas quatro casas de formação da Arquidiocese neste ano, com seus respectivos formadores jovens que terminaram o ensino médio ou superior e passam por um ano de preparação para entrar na Filosofia. São chamados de vocações adultas. “É uma re- alidade nova, que não existia há 30, 40 anos. É um período em que o jovem faz uma experiência comunitária. Ele estuda o fundamental para depois apro- veitar melhor os anos seguintes", informou Dom Murilo. Pe. Josemar Silva é o Reitor do Seminário. Natural de Camboriú, ele foi ordenado presbítero há nove anos, oito deles trabalhando como missionário na Paróquia de Oliveira dos Brejinhos, na Bahia. Um dos motivos para a escolha do seu nome para assumir o Propedêutico é por ele também ser uma vocação adulta, já que entrou no Seminário aos 25 anos, assim como os rapazes que estarão aos seus cuidados. Os nove seminaristas têm idades que variam entre 18 e 30 anos. Segundo ele, a Igreja orienta que a formação para o Propedêutico deve ser realizada em um local distinto. “Deve ser local apropriado para eles aprofundarem a vida comunitária, espiritua-lidade e se prepararem para a formação filosófica", informou Pe. Josemar. O Seminário foi instalado em uma casa cedida pela Paróquia de Camboriú. A casa era ocupada pelas Irmãs Catequistas Franciscanas, que por 40 anos auxiliaram nos trabalhos pastorais da Paróquia. Com a saída delas para a nova Paróquia do Senhor Bom Jesus, a casa ficou disponível para o Seminário. Arquivo JA Vocações Adultas Foto JA Uma celebração, realizada na noite do dia 12 de fevereiro, marcou a criação do Seminário Propedêutico “Monsenhor Valentim Loch”. Foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, e concelebrada por vários padres e diáconos da Arquidiocese, na Igreja Matriz da Paróquia Divino Espírito Santo, de Camboriú. A igreja estava completamente lotada. No início da celebração, foi lida a provisão em que Pe. Josemar Silva foi nomeado reitor do Propedêutico. Ele terá a seus cuidados nove seminaristas “propedeutas”. O Seminário foi instituído no dia primeiro de janeiro. A celebração marcou a abertura das atividades acadêmicas. Participaram da celebração os 48 seminaristas das quatro casas de formação do clero arquidiocesano: Menor (12); Propedêutico (9); Filosofia (16); e Teologia (11), com os respectivos padres formadores. Os “propedeutas” provêm de Florianópolis (4), Camboriú (2), Itajaí (2) e Brusque (1). Em sua homilia, Dom Murilo enalteceu as virtudes de Mons. Valentim Loch. Disse que ele foi formador de praticamente todos os padres da Arquidiocese. “Era um homem que nos olhava do alto, isso por causa da sua altura e nós, pequenos por ainda sermos crianças. Mas quando o conhecíamos, víamos o seu carinho, simplicidade e atenção a todos”, disse. Dom Murilo convocou a comunidade a participar da formação e da vida do Propedêutico. "O êxito deste Seminário depende de Deus, que nos dará a sua graça, dos formadores, bispo e padres que farão o acompanhamento, e do povo através das suas orações e também da ajuda material", esclareceu Dom Murilo. Quem era Monsenhor Valentim? Nascido em São Ludgero em 10 de outubro de 1921, ainda na infância perdeu o pai e, pouco depois, a mãe. Assim, Valentim Loch viveu privado de pais, irmãos, sobrinhos, solidão ocupada pela dedicação integral à vocação presbiteral. Entre 1939-1945 estudou Filosofia e Teologia com os Jesuítas de São Leopoldo, RS, e foi ordenado presbítero no Santuário de Azambuja em 8 de dezembro de 1945. Dedicou 45 anos de seu ministério à formação presbiteral. Em 1946 foi nomeado professor e prefeito de disciplina em Azambuja; em 1950, professor e diretor espiritual; em 1959, quarto reitor do Seminário, com a eleição de Mons. Afonso Niehues a bispo coadjutor de Lages. Continuando a obra do antecessor, levou a instituição a seu mais brilhante período de formação intelectual. Com a morte repentina de Mons. Frederico Hobold, em 1970, Pe. Valentim veio para Florianópolis, com a missão de Vigário Geral (1970-1986) e Coordenador de Pastoral (1970-1977). De 1978 a 1982 foi Subsecretário do Regional Sul-IV da CNBB, enfrentando inúmeras reuniões e viagens pelo território catarinense. Aos 66 anos de idade, em 1987, iniciou o último período ministerial, novamente no Seminário de Azambuja. Foi professor e Assistente dos Estu- dantes de Filosofia. A comunidade e os doentes de Azambuja estimavam a figura já histórica do “Monsenhor”. Deus chamou-o a si em 2 de junho de 2006, tendo ele chegado aos 85 anos de idade. No dia seguinte, véspera de Pentecostes, acompanhado de muitos presbíteros e diáconos e de emocionado povo, seu corpo foi depositado ao lado do túmulo de sua mãe, no Jardim da Paz em Azambuja. Mons.Valentim participando da Reunião Geral do Clero poucos anos antes de sua morte 16 Geral Março 2010 Jornal da Arquidiocese Comunidade envia seis jovens para a missão Três jovens deram início à missão na Guiné-Bissau, África, e outros três continuarão trabalho na Bahia Foto/JA A Comunidade Católica Divino Oleiro realizou, no dia 31 de janeiro, o envio missionário de seis jovens que, desde os primeiros dias de fevereiro, realizam o seu trabalho na Guiné-Bissau, na África, e na Bahia. A celebração foi realizada às 19h30min, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luís, na Agronômica, em Florianópolis, presidida pelo Pe. Márcio Vignoli e concelebrada pelo Pe. Paulo De Coppi. Durante a celebração, foram apresentados os jovens que seguirão para a missão: Simone Cristina de Souza; Patrícia Lemes; e Adilson da Silva Lino, seguem para Muquém do São Francisco, na Bahia, onde há três anos a Comunidade está presente. Erichson Stueber, Cláudia Conceição dos Santos e Elaine Vier, iniciarão a missão na Paróquia de Empada, Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, África. Eles ajudarão Pe. Lúcio Espíndola, que lá está realizando trabalho missionário em nome da Arquidiocese. Em sua homilia, Pe. Márcio disse que os jovens estão sendo enviados para proclamar e anunciar a Palavra em missão. “O pro- feta anuncia o Reino de Deus. Assim são também os missionários. Eles irão para proclamar a verdade que é a Palavra de Deus. Desejamos aos missionários que sejam felizes, fecundos e santos”, disse Pe. Márcio. Pe. Paulo De Coppi lamentou não haver mais jovens na celebração. “Que bom se todos os jovens da Arquidiocese fossem convocados a participar desta celebração! Certamente alguns deles seriam motivados a seguir o exemplo destes jovens”, disse. Missão na África O trabalho dos três jovens que seguiram para a África será de ajudar no hospital, alfabetizar os adultos, ministrar aulas de informática e na evangelização, seguindo o carisma da RCC. A missão atende a um apelo do Pe. Lúcio. Em sua visita à Arquidiocese, realizada em novembro de 2009, ele falou ao Pe. Márcio Alexandre Vignoli, diretor e fundador da Comunidade, que precisava da ajuda de outras pessoas em seu trabalho. “Realizaremos esse trabalho missionário por fazer parte do Durante a celebração, os seis jovens receberam o Envio Missionário carisma da Comunidade. Entendemos que a semente amontoada apodrece, espalhada ela frutifica e cresce”, disse Pe. Márcio. Segundo ele, a Comunidade, ainda que sendo pequena, dá de sua pequenez. Segundo ele, os jovens realizarão uma experiência no país africano até dezembro deste ano. Se o trabalho der certo, a Comunidade formará uma fraternidade permanente na Guiné-Bissau. Foi o que aconteceu no trabalho realizado em Muquém do São Francisco, na Bahia. Em 2007, três jovens foram enviados para realizar a experiência missionária. O trabalho deu certo e já está em seu quarto ano. Mais fotos da celebração no site www.arquifln.org.br, clicar em “Galerias” no alto da página. Dom Murilo concede sua bênção aos missionários Foto JA Nosso arcebispo recebeu os três jovens que seguiram para a África Na manhã do dia seguinte, os três jovens que seguiram para a África foram recebidos pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger. Eles estavam acompanhados do Pe. Márcio. Durante o encontro, Dom Murilo deu uma bênção especial aos três jovens pelo trabalho que irão receber. “Em 2008, a Arquidiocese celebrou o centenário de sua criação como diocese. O evento tinha como lema ‘De graça recebestes, de graça dai’ (Mt 10,8). Era, ao mesmo tempo, uma lembrança dos inúmeros missionários que tinham vindo da Europa ou de outros continentes para evangelizar nosso povo, e um convite a retribuir à Igreja um pouco do muito que havíamos recebido. Espero que o Senhor acolha o gesto destes jovens da Comunidade Divino Oleiro como uma expressão de nossa gratidão”, disse Dom Murilo. A Arquidiocese de Florianópolis, através do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade FAS, ajudou os jovens missionários na ida para a África através da compra das passagens aéreas. O FAS é formado pelos recursos da coleta da Campanha da Fraternidade, realizada na Quarta-Feira de Cinzas. Correios lançam selo em homenagem a Drª Zilda Arns A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lançará um selo em homenagem a Zilda Arns, vítima do terremoto que atingiu o Haiti, em janeiro deste ano. O lançamento está previsto para o próximo dia 24 de março, na Catedral Basílica Menor da Nossa Senhora da Luz, em Curitiba (PR). A tiragem será de 600 mil exemplares e o valor facial será de R$1,45. A ilustração do selo é obra da artista plástica Thereza Regina Barja Fidalgo. No selo, o rosto da fundadora da Pastoral da Criança divide o espaço com o desenho de famílias e com um coração branco, que representa a paz. Dentro dele, a frase “Para que todas as crianças tenham vida”. Embaixo do coração, uma criança com os braços abertos em sinal de vitória. Thereza e Zilda já haviam se conhecido no final da década de 80. A artista foi convidada para fazer as ilustrações de uma das primeiras edições do Catecismo “Crescendo com Jesus em comunidade”, adotado pela arquidiocese do Rio de Janeiro. Zilda era médica pediatra e sanitarista, fundou e coordenou a Pastoral da Criança. Ela era irmã do arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns. Ela dedicou sua vida a trabalhos de solidariedade, combatendo as doenças infantis e a desnutrição. Doutora Zilda Arns morreu aos 75 anos.