Goiânia, sexta-feira, 30 de janeiro de 2015 NOVO PRESIDENTE DO TRT-18 ASSUME A FUNÇÃO COM O DESAFIO DE CONTINUAR A APROXIMAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO COM A SOCIEDADE O desembargador Aldon do Vale Alves Taglialegna assume nesta sexta-feira (30/01) a presidência do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-18),para o biênio 20152016. Mineiro de Tupaciguara, o magistrado, que já foi vice-presidente do TRT-18, chega ao cargo com o desafio de dar continuidade à política de aproximação da Justiça do Trabalho goiana com a sociedade, facilitar o aprimoramento do processo judicial eletrônico (PJE), além de criar ambiente propício para o combate à morosidade. Ao lado de Taglialegna, o desembargador Breno Medeiros assume a vice-presidência. Já estão confirmadas para a sessão solene de posse as presenças da ministra Dora Maria da Costa, que representará o presidente do TST, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, dos ministros do TST Márcio Eurico Amaro, Douglas Rodrigues e Delaíde Miranda, e do governador de Goiás Marconi Perillo. A solenidade será realizada no auditório do Fórum Trabalhista, 1º andar, às 17h30. Confira entrevista concedida por Taglialegna ao Portal Rota Jurídica: Como o senhor chegou à magistratura? Fui membro do Ministério Público Mineiro, lotado na cidade de Uberlândia (MG). Aprovado em concurso para docente em Direito Penal e Processo Penal na Universidade Federal de Uberlândia, por questões administrativas, me foi designada a disciplina de Direito do Trabalho. Já gostava da matéria e o desafio me deu a oportunidade de ter um contato mais íntimo com este ramo do direito. Daí veio a ideia de prestar concurso para juiz do trabalho, já que estava sempre estudando a matéria para ministrar aulas. Inscrevi-me então no primeiro concurso do recém criado Tribunal Regional do Trabalho de Goiás, tendo obtido aprovação junto com outros colegas. Tomei posse no cargo de Juiz do Trabalho Substituto no início do ano de 1992. O Senhor esperava chegar à presidência do TRT-18? E Qual o sentimento ao ocupar essa função? Confesso que nunca pensei muito nisso. Nunca foi o meu objetivo principal de vida. Queria ser apenas um magistrado do trabalho para distribuir justiça, operando o ramo do direito com o qual tinha afinidade. Nunca havia cogitado acerca do exercício de atividades administrativas. Ao integrar o Tribunal como desembargador, passei a pensar mais na oportunidade que a vida poderia me oferecer, e daí a decisão foi amadurecendo com o passar dos anos. Qual experiência o senhor traz do período em que foi vice-presidente do TRT-18? O exercício da vice-presidência e da função de corregedor foi um aprendizado para o exercício do cargo de Presidente porque passei a ter conhecimento da estrutura do tribunal, a ter um maior contato com os servidores e dialogar mais com todos os magistrados. Sempre fui uma pessoa aberta ao diálogo, porque entendo que a ação comunicativa pode produzir consenso e construir um caminho para a paz. O sentimento de ocupar a função é uma grande emoção no sentido de poder realizar um trabalho em prol da comunidade jurídica goiana e também de toda a sociedade destinatária dos bens e serviços públicos. Quais os principais desafios junto à presidência do TRT-18? Como desafio, pretendo dar continuidade à política de aproximação da Justiça do Trabalho Goiana com a sociedade. O nosso tribunal sempre teve um modelo de gestão continuada, com foco em um profícuo aprimoramento da instituição em prol da sociedade. Pretendo levar esse espírito adiante, agilizar a prestação jurisdicional, otimizar a utilização dos recursos financeiros e orçamentários, tentar melhorar nossas taxas de congestionamento e demais indicadores, facilitar o aprimoramento do processo judicial eletrônico, criar ambiente propício para o combate à morosidade e contribuir para a produção e gerenciamento de informações. Enfim levar a cabo o cumprimento da missão prevista em nosso planejamento estratégico, qual seja, “Promover a paz social, mediante a solução dos conflitos trabalhistas com qualidade, efetividade e satisfação da sociedade”, com o olhar firme para a visão proposta neste mesmo plano. Como será a sua gestão em relação aos servidores do tribunal? Temos um quadro seleto de magistrados e servidores, muito comprometidos e capacitados, mas esse quadro apresenta-se deficitário, o que acarreta uma sobrecarga de serviço que afeta a nossa qualidade vida. É por isso que existe um projeto no Congresso Nacional para o aumento desses cargos e também do número de funções comissionadas. Pretendo lutar junto à nossa bancada no Congresso Nacional para a aprovação desse projeto, porque, somente assim, poderemos distribuir melhor a carga de trabalho entre os servidores do Tribunal. Então, hoje faltam servidores no TRT-18? Posso dizer que faltam servidores nos Gabinetes dos Desembargadores, nas Varas do Trabalho e nos setores administrativos. Meu objetivo é resolver esse problema, porque com mais auxiliares, os magistrados terão condições de produzir com maior celeridade, minimizando os danos emergentes da instalação apressada do PJE e os servidores poderão ter mais qualidade de vida e disposição para os novos desafios. O meu relacionamento com os servidores sempre foi e será no sentido de aproveitar suas boas sugestões e ideias que forem ao encontro do interesse público, valorizando suas aptidões, as boas práticas e o resultado do trabalho desenvolvido, com consequente estimulo à criatividade e aperfeiçoamento, além de tentar adotar medidas que possam contribuir para diminuir o estresse e melhorar a satisfação pessoal por trabalhar na Justiça do Trabalho de Goiás. Como o senhor avalia o desempenho hoje do Tribunal? O que é preciso melhorar? O Tribunal Regional do Trabalho enfrentou as dificuldades de instalação do Processo Judicial Eletrônico, que é um sistema que nos foi cedido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), com o espoco de uniformizar as ferramentas de TI em todo o país. Como sempre fomos um Tribunal de vanguarda, modelar, exógeno e paradigmático, já tínhamos um processo digital próprio mais ágil e bastante eficiente. Tivemos então que capacitar magistrados e servidores para um sistema que não tinha ainda todas as funcionalidades necessárias para manter a prestação de serviços no mesmo patamar que vinha sendo entregue. Temos um cronograma para finalização da implantação do PJE em todo o interior do Estado até o final do ano de 2015. Como dirigente do Tribunal, tenho que propiciar os meios adequados para que essa expansão do PJE ocorra, velando por uma prestação jurisdicional célere e eficaz. Além disso, vou lutar para o retorno dos prazos médios anteriores ao início da implantação do PJE no Estado, em todas as unidades jurisdicionais, inclusive no segundo grau de jurisdição. Quais outras metas a serem seguidas em sua gestão? No mais, pretendo dar continuidade às obras do complexo trabalhista de Goiânia, que são fundamentais para o bom acolhimento dos cidadãos que diariamente buscam os serviços da Justiça do Trabalho na Capital, bem como envidarei todos os esforços para melhorar as instalações das unidades do interior, o que é fundamental para a priorização do primeiro grau de jurisdição, procurando dotá-las de meios necessários para o atingimento da nossa missão constitucional com eficiência e de forma célere.