VIROSES FITOPATOGÊNICAS
- Os vírus e viróide: simples em termos de
composição e estrutura.
- Primeira notícia: quadros de pintores europeus
retratavam plantas de tulipa com sintomas de
variegação que foram identificadas causadas por
vírus.
Clusius -Holanda em 1576 e 1643 – descobriu que
essa variegação podia ser transmitida por enxertia.
- Plantas de Abutilon striatum importado para a
Europa em 1868 com sintomas de variegação
(Vírus do mosaico do abutilon)
- Morren da Bélgica e Lemoine de França (1869):
descobriram que essa variegação podia ser
também transmitida por enxertia.
- Adolf Eduard Mayer (Holanda 1882-1886):
consegui reproduzir a doença numa planta sadia
por meio de transmissão artificial – aplicação do
suco de plantas doentes com pequenos tubos
capilares de vidro.
Conclui: essa doença era causada não por um
desequilíbrio nutricional, mas sim por um agente
infeccioso, possivelmente um tipo de enzima
solúvel.
- 1892 - Ivanosvski (Rússia): conseguiu a
transmissão do agente causador do mosaico do
fumo do suco de plantas passado através de filtros
de porcelana capazes de reter as bactérias até
então conhecidas.
- 1898 Beijerink (Holanda): repetiu esse
experimento. Concluindo que esse era o menor
agente capaz de causar doenças em plantas e lhe
deu o nome de “Contagium vivum fluidum”.
- 1904- Baur: demonstrou que o agente causal da
variegação do Abutilon podia ser transmitido por
enxertia, mas não por inoculação mecânica. (vírus
filtráveis)
A palavra vírus era também empregada para qualquer
tipo de líquido venenoso ou de natureza infecciosa.
1900-1935- foram descobertas outras doenças de
natureza infecciosa (Micoplasma, espiroplasma e
mesmo algumas bactérias (raquitismo da soqueira em
cana-de-açúcar) que foram confundidas com vírus).
Critérios empregados:
- Sua natureza infecciosa.
- Natureza submicroscópica.
- Impossibilidade de ser cultivado “in vitro”.
- Primeiras décadas do sec XX- transmitidos por
insetos, uso de plantas indicadoras, métodos
bioquímicos e fisioquímicos no seu estudo.
Smith (1931) - utilizou insetos vetores e plantas
indicadoras – infecção mista em batata.
Beale (1928) – detectou um antígeno específico
em planta de fumo infectadas com o vírus do
mosaico.
Gratia (1933) – descobriu que plantas infectadas
com
vírus
diferentes
continham
antígenos
específicos diferentes.
Stanley (1939)- Obtenção de partícula viral.
Bawden
et
al,
(1936)-
determinação
dos
componentes da partícula viral como sendo de
natureza nucleoproteíca.
1939- Invenção do Microscópio eletrônico.
Matthews (1992)- definiu os estudo em 5 fases:
1890-1935- descritas muitas viroses, tendo os
estudos
dado
ênfase
ao
fato
dos
vírus
atravessarem filtros capazes de reter bactérias:
natureza desconhecida
1935-1956- o 1º vírus isolado em 1935 e
demonstrou ser uma ribonucleoproteína em 1936.
-Natureza físicas e químicas estudada.
- Todos eram constituídos de RNA e proteína.
1956- demonstrado que o RNA sozinho era
suficiente para causar infecção.
1956- 1970- descobertos vírus de RNA com
genoma multipartido e fitovírus com DNA de fita
dupla.
Principal avanço: Uso de Microscopia Eletrônica.
1970- 1980- cristalografia de alta resolução,
empregando raios X, permitiu o conhecimento da
estrutura tridimensional da capa protéica.
-Desenvolvimento do sistema de cultura de
protoplastos “in vitro”- permitiu o conhecimento
do modo como o vírus se replica nas células.
A tradução ‘in vitro’ permitiu o começo do
entendimento das estratégias da replicação viral.
1980-1990- desenvolvimento de métodos que
permitiram o sequenciamento de nucleotídeos do
RNA genômico.
Matthews (1992)- é um conjunto que contém uma
ou mais moléculas de ácido nucléico, normalmente
envolto por uma capa protetora de proteína ou
lipoproteína, que é capaz de promover a sua
própria replicação somente em células hospedeiras
específicas.
Dentro dessas células:
- A replicação é dependente do mecanismo celular
de síntese de proteínas.
- É derivada do “pool” de componentes básicos
necessários, não de fissão binária.
- É localizado em sítios que não são separados do
conteúdo da célula do hospedeiro por uma
camada dupla de lipoproteína.
Características Gerais e Especiais
- possuem composição e estrutura bastante
semelhante.
- são numerosos e mais de 94% das espécies
conhecidas não tem envelope e possuem como
ácido nucléico o RNA.
- só são capazes de infectar plantas e invertebrados
(alguns insetos vetores).
- só penetra na célula por ferimentos (parede
celulósica impermeável aos vírus).
Tipos de vírus e sua integração com a planta
hospedeira
- Maioria tem como ácido nucléico o RNA de fita
simples.
-Existem alguns de RNA de fita dupla, DNA de fita
simples e também DNA de fita dupla.
O ácido nucléico é encapsulado dentro de uma
capa protéica (capsídeo).
Ácido nucléico
Capsídeo
Os capsídeos se combinam para formarem o
capsômero.
Capsômero
Essa subunidade é repetida em arranjos variáveis
ao redor do ácido nucléico para protegê-lo.
A maioria dos fitovírus não possui envelope.
Funções dos Componentes da partícula viral
• Ácido nucléico: carrega as informações
genéticas
• Capa protéica: envolve e protege o ácido
nucléico, transporte do vírus, patogenicidade,
- Famílias Rhabidoviridae e Buniaviridae possuem envelope lipoprotéica envolvendo o
capsídeo (pelpos- formado por subunidades
denominadas peplômeros).
Uma partícula “madura”, completa é denominada
de vírion.
Morfologia da partícula viral
E diferente para cada grupo/gênero de vírus:
-
isométrica,
alongada flexível.
baciliforma,
alongada,
rígida,
Nomenclatura e Ortografia
• ICTV (International Comittee on Taxonomy of
Viruses) :
• Inglês com o nome do hospedeiro, sintoma típico,
localidade onde o vírus foi isolado a primeira vez e
o termo virus.
• Gênero:
• Tobamovirus (Tobacco mosaic virus)
• Espécies:
• Tobaccomosaic virus (TMV)
• Mosaico do fumo
Componentes nas partículas virais: ácido nucléico
e proteínas, água, poliaminas, lipídeos e íons
metálicos.
Multiplicação e Translocação dos vírus nas
plantas:
1) Para se estabelecer na planta: tem que entrar
na célula através de ferimento.
Célula: precisa estabelecer uma interação inicial
vírus-célula  perda da capa protéica (ácido
nucléico seja introduzido)  replicação a partir da
mensagem genética que são envolvidas na síntese
de proteínas e ácidos nucléicos.
Sintomas
- Nem todos os vírus causam sintomas nas plantas.
- A maioria das infecções viróticas é sistêmica e
persiste na planta por toda a vida.
- Tem um ciclo de hospedeiras que pode ser mais
amplo ou mais restrito, dependendo do tipo e da
estirpe do vírus.
Podem causar dois tipos de sintomas ou infecção:
LOCALIZADA E SISTÊMICA
• Sintomas localizados: São lesões cloróticas e
necróticas nos pontos de penetração;
• Sintomas sistêmicos: Afetam a planta em vários
aspectos de sua morfologia e fisiologia;
• Ex. mosaico, mosqueado, distorção foliar, mancha
anelar,
amarelecimento,
superbrotamento
e
nanismo – como conseqüência destes sintomas
ocorre a queda de produção.
1) Alterações apresentadas por hospedeiras
suscetíveis.
- Planta: varia de acordo com a espécie da planta e
com a idade que essa foi infectada.
Plantas mais jovens: são mais suscetíveis e
apresentam sintomas mais severos.
Plantas infectadas após a metade de seu ciclo
vegetativo:
podem
não
apresentar
perdas
significativas e os sintomas variam com o tipo e
estirpe de vírus.
Plantas geralmente apresentam 3 tipos de
sintomas:
a) Morfológicos ou externos: mais comuns são
amarelecimento ou clorose, morte dos tecidos e
mudanças na forma de crescimento das plantas
(superbrotamento,
enfezamento
retardamento
do
ou
nanismo,
crescimento
e
subdesenvolvimento de órgãos (folhas, flores e
frutos e alteração na coloração.
Mosaico: é o sintoma mais comum em plantas
infectadas
com
aparecimento
vírus,
de
se
cores
caracteriza
pelo
verde-normais
entremeadas com cores verde-escuras ou com
cores verde-claras ou amarelas, variando de um
amarelo pálido até amarelo dourado.
Mosaico das nervuras e o mosaico internerval.
Mosaico causado pelo Cucumber mosaic virus
(CMV).
Variegação: ausência de cor em parte dos tecidos
de folhas, flores ou frutos.
Mosqueado: trata-se de uma variegação difusa
em tecidos foliares.
Sintomas de mosqueado e ondulação da borda
da folha de pimenteira causado pelo PYMV
Manchas
de
diferentes
formas:
circulares,
anelares e irregulares, alongadas ou não.
• Clorose generalizada ou localizada em partes
específicas da folha
ORSV – Odontoglossum Ringspot Virus (syn. TMV-O)
Identificado primeiramente em Odontoglossum grande, causando lesões circulares
nas folhas
Manchas de diferentes formas anelares
Avermelhamento
Virose do intumescimento dos ramos - avermelhamento da folha em cultivar tinta
Grapevine leafroll-associated virus, GLRaV
Bronzeamento
Virescência: aparecimento de clorofila em órgãos
normalmente aclorofilados.
Sintomas necróticos: streak ou riscas, stripe ou listras,
manchas concêntricas e lesões circulares. Necrose do
topo, necrose de nervuras.
Estrias cloróticas e necrose causada pelo Banana
streak virus (BSV).
b) Fisiológicos: causam redução da translocação,
acúmulo de carboidratos e inibição da fotossíntese,
diminuição do conteúdo de clorofila e aumento da
respiração.
EX: O peso de folhas infectadas com o vírus do
nanismo da cevada aumenta consideravelmente e
esse aumento parece ser ligado ao acúmulo de
amido e de açúcares, como frutose, glicose,
sacarose, etc.
EX: A diminuição da área foliar, geralmente causada
pelo enfezamento da planta, aliada a sua
descoloração, provoca uma diminuição natural da
atividade fotossintética (devido
carboidrato nos tecidos)
ao acúmulo de
c) Histológicos
- As células podem diminuir (hipoplasia)
- Aumentar em número (hiperplasia)
- Diminuir em tamanho (hipotrofia)
- Aumentar em tamanho (hipertrofia)
- Podem morrer ou mostrar diversos tipos de
alterações em suas organelas.
EX: malformação dos tilacóides de cloroplatos
infectados com o vírus do mosaico-dourado do
feijoeiro.
EX:
Vesículas
marginais
em
cloroplastos
infectados com Tymovírus e as modificações,
observadas em mitocôndrias infectadas com
Tobacco ratlle vírus.
Algumas células infectadas apresentam inclusões
que estão ausentes em células sadias
EX: Inclusões em forma de catavento (Potyvírus)
Corpos de inclusão: estão ligado `a replicação do
vírus na célula
EX: Viroplasmas: corpos X em células infectadas
com o vírus do mosaico do fumo, ou Tobacco
mosaic vírus – TMV.
TMV
Sintomas apresentados por hospedeiras
resistentes
Dois tipos:
a) Extrema hipersensibilidade: a multiplicação do
vírus é limitada às células inicialmente infectadas
porque o vírus não consegue se translocar de
uma célula para outra.
- Nenhum tipo de alteração pode ser observada a
olho nu.
b) Hipersensibilidade: a infecção é limitada pela
resposta da hospedeira nas células vizinhas à que
foi inicialmente infectada, geralmente dando
origem a uma lesão necrótica local que impede o
movimento sistêmico do vírus.
Processos relacionados com a indução da doença
1) Mudança na atividade dos hormônios de
crescimento
provocada
pela
diminuição
ou
aumento da síntese, translocação e efetividade
desses hormônios, redução na capacidade de
fixação de C e redução do número e superfície das
folhas – podendo levar ao enfezamento da planta;
2) crescimento irregular das 2 superfícies da folha,
levando
a
uma
curvatura
para
baixo,
provavelmente devido a uma excessiva produção
de etileno, logo pós o início da infecção- levando a
epinastia e abscisão foliar;
Vírus do Mosaico do Tabaco
3) Aparecimento de tumores, comuns na família
reovirdae- não se sabe como isso ocorre;
4) Aparecimento do padrão de mosaico: não se
sabe se isso ocorre pela ausência de vírus ou pela
presença de estirpes defectivas.
Fatores que influenciam o curso da infecção e
doença:
- idade e o genótipo da planta
- fatores ambientais: luz, temperatura, nutrição,
época do ano, interação com outros agentes ou com
o vírus.
Mecanismos de transmissão de Vírus em Planta
Transmissão: é a passagem do vírus de uma planta
infectada para outra planta sadia.
Perpetuação de material infectado: é a passagem
de material infectado de uma geração clonal para
outra, por meio de métodos de multiplicação
vegetativa.
a) Naturais: ocorrem mais frequentemente e sem a
intervenção do homem e poderiam ocorrer
considerando-se o estado selvagem da planta na
natureza;
a.1) Sementes
EX: (Vírus do mosaico comum da alface (Lettuce
mosaic virus- LMV), vírus do mosaico comum do
feijoeiro (Common bean Virus- CBMV), vírus do
mosaico comum da soja (Soybean mosaic vírusSMV) ou pólen.
a.2) Por meio da união de tecidos (raro): a enxertia
de duas raízes de árvores vizinhas diferentes que se
unem durante seu desenvolvimento e permitem
assim a passagem do vírus de uma planta para
outra.
EX: transmissão de soroses dos citrus por enxertia
de raízes.
a.3) Transmissão mecânica natural: ocorre por
meio de atrito entre duas plantas vizinhas,
provocado pelo vento, no caso de ser uma planta
infectada ao lado de outra sadia.
a.4) Através de vetores:
Vetores aéreos: são responsáveis pela transmissão
da maioria dos vírus na natureza.
EX: Vírus do nanismo do arroz (Rice dwarf vírusRDV) x cigarrinha (Inazuma dorsalis e Nephotettix
cinctceps).
EX: Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic
virus – CMV) x pulgão (Aphis gossypii).
As relações entre vetores e vírus envolvem
diferentes formas de transmissão.
Myzus persicae / Cowpea severe mosaic virus
(CPSMV)-Abóbora não circulativa
- Transmissão não-persistente: ocorre através da
contaminação do aparelho bucal e é considerada
um processo mecânico.
A aquisição do vírus em uma planta infectada e a
inoculação numa planta sadia é bastante rápidas
(segundos), geralmente realizadas durante a
picada de prova.
O inseto torna-se infectivo imediatamente após
sua alimentação em plantas portadoras de vírus,
não havendo período de incubação ou latência no
vetor; o agente transmissor perde rapidamente a
capacidade infectiva; o vetor deixa de ser infectivo
quando sofre ecdise;
Os vírus não-persistentes são, de modo geral,
facilmente transmissíveis por inoculação mecânica;
o jejum, antes do período de aquisição, aumenta a
eficiência da transmissão.
Os tecidos superficiais da planta hospedeiras:
epiderme e parênquima.
-Transmissão semi-persistente: o vírus não circula
no vetor.
- Este, porém pode transmitir o vírus por períodos
relativamente longos, como 3 a 4 dias.
Após a aquisição do vírus pelo inseto,pode ocorrer
de imediato a sua transmissão, não havendo
necessidade de um período de incubação, de modo
geral.
- Os vírus estão presentes no floema, implicando
em picada de prova mais demorada e o alcance de
tecidos mais profundos, o vetor perde sua
capacidade infectiva quando passa por ecdise; a
especificidade vírus-vetor é maior, neste caso,
quando comparada com a transmissão nãopersistente, o jejum antes do período de aquisição
não aumenta a eficiência da transmissão.
- Transmissão persistente: ocorre uma alta
especificidade na relação vírus-vetor.
O período de aquisição do vírus pelo inseto é
relativamente longo (minutos a horas).
Uma vez adquirido o vírus, o inseto torna-se
infectivo por, no mínimo uma semana.
Em alguns casos o inseto atua como transmissor
durante toda a sua vida, o vetor necessita de um
período de incubação de, pelo menos, 12 horas
para iniciar a transmissão do vírus; a infectividade
não é perdida mesmo quando o inseto passa por
várias ecdises; o jejum antes da aquisição não
aumenta a eficiência de transmissão.
Vírus circulativos: o vírus adquirido pelo vetor
passa através das paredes do trato intestinal e vai
para a hemolinfa, sendo levado para a glândula
salivar, onde promove a contaminação da saliva,
assim quando o inseto se alimenta numa planta
sadia, o vírus é transmitido via saliva contaminada.
Vírus propagativo: o vírus é replicado pelo vetor,
que passa a transmiti-lo durante toda sua vida, em
alguns casos o inseto transmite o vírus também á
sua progênie, através dos ovos (Transmissão
transovariana).
Estão associados ao floema.
Raramente transmitidos por inoculação mecânica
através da seiva.
b)
Artificiais:
quase
sempre
resultam
da
intervenção do homem e, geralmente, como
resultado
dos
métodos
utilizados
para
a
multiplicação, cultivo e colheita de certas culturas;
b.1)
Métodos
associados
ao
plantio
e
a
mutiplicação.
EX: corte de tubérculo de batata x PVX
Toletes de cana-de-açúca x Mosaico comum da cana
de açúcar
Mudas de fumo e tomate podem ser contaminadas
pelo TMV.
b.2) Métodos associados aos tratos culturas:
desbaste, poda, repicagem, amarração, etc.
b.3) Métodos associados à colheita: importantes
em plantas perenes e semi-perene ou em plantas
nas quais se faz mais de uma colheita durante o
ciclo vegetativo.
EX: flores (orquídeas), furtas (maçãs, peras, etc) e
verduras (abobrinha, tomate,etc.)
c)
Experimentais:
são
métodos
usualmente
empregados na investigação de uma certa doença
ou patógeno.
c.1) Transmissão mecânica
c.2) Enxertia
c.3) Transmissão através do vetor.
Manejo
Medidas preventivas: considera-se o tipo de
disseminação: semente, propagação vegetativa,
vetores.
1)Exclusão: visa o impedimento da entrada do vírus
numa área que esteja isenta do vírus
a)Emprego de material propagativo livre de vírus
EX: PLRV e LMV
b) Manutenção de estoques vegetativos livres de
vírus
EX: Vírus da Sorose (não possuem vetor na
natureza- só são disseminados via borbulha
infectada.
2) Remoção de fontes de infecção
Hospedeiras vivas para o vírus e para o vetor.
•Hospedeiras selvagens perenes;
•Hospedeiras selvagens não perenes, mas que
transmitem o vírus pelas sementes;
•Hospedeiras selvagens escalonadas (sobreposição
de ciclo vegetativo: início de um com o final do
anterior);
•Plantas ornamentais perenes;
•Outras culturas (Ex: batata e jiló);
•Soca de cultura anterior;
•Culturas bianuais
EX: beterraba atinge a maturidade por ocasião da
emergência das plantas no plantio posterior.
Manipulação e Direcionamento das Práticas
Agriculturais
1) Quebra de um ciclo de infecção: deve-se
retardar o plantio para esperar eliminação das
plantas da cultura anterior ou realizar um controle
rigoroso dos vetores na cultura que está no final do
ciclo para impedir a sua migração para a cultura
mais nova.
2) Mudança da época de plantio
EX: São Paulo, nos meses de dezembro a fevereiro,
que são quentes e chuvosos, observa-se uma maior
incidência do vírus do vira-cabeça-do-tomateiro em
alface.
3) Espaçamento da cultura
Podem ser eficiente por que:
a)A relação entre a população do vetor disponível e o
número de plantas reduzida, havendo maior chance
de que muitas plantas escapem infecção;
b) O espaçamento mais fechado pode levar a um
microclima desfavorável ao vetor, reduzindo a
transmissão dentro da plantação;
c) A melhor cobertura do terreno pode reduzir a
descida dos pulgões e de outros vetores;
d) A maior densidade pode levar a certa
competição entre as mudas novas, aumentando a
sua resistência de campo.
EX: incidência de plantas de amendoim infectadas
com
Groundnut
rosette
virus
diminuiu
consideravelmente com o aumento da densidade
de plantio.
e) Plantio de grandes áreas
f) Isolamento do campo: A porcentagem de plantas
doentes na lavoura diminui com a distância entre
esta e a fonte de inóculo.
g) Colheita precoce
EX: batata semente
h)Erradicação das plantas doentes ou “roguing”
tomar a precaução de coletar as plantas arrancadas,
imediatamente, em um saco e depois eliminá-las
longe da plantação.
Proteção da População de Plantas
1) Controle do vetor: conhecer a interação vírusvetor
Vetores aéreos (inseto) e de solo (fungos e
nematóides)
a) Controle dos vetores aéreos: controle químicoimpede a disseminação dentro do campo e fora do
campo.
Fora para dentro do campo: se o vetor chegar ao
campo trazendo o vírus, o inseticida terá pouco
valor.
b) Controle de vetores de solo:
Nematóide: controle eficiente, porém antieconômico e a desvantagem de deixar resíduos
químicos no solo.
Nematicidas:
fumigantes
(1,3-D
(1,3
Dicloropropano), Brometo de metila, EDB
(dibrometo de etileno) e DBCP (1,2-dibromo 3cloropropano)) e não fumigantes (aldicarbe,
oxamyl, plenamiphose e quintozone).
Fungos: não é muito estudado.
2) Emprego de variedades resistentes ( ao vírus ou
o vetor)ou tolerantes.
3) Proteção pelo uso de estirpes fracas: pré-
imunização.
- Consiste na proteção de uma planta pela
inoculação de uma estirpe fraca do vírus.
-
Após a invasão sistêmica da planta pela estirpe
fraca, a estirpe forte não consegue infectá-la.
Medidas Curativas
Só podem ser aplicadas em plantas individuais e só se
justificam para plantas propagadas vegetativamente.
a)Termoterapia: é a manutenção da planta inteira ou
uma de suas partes (tubérculos, bulbos, etc) tanto
tempo quanto possível numa faixa de temperatura
entre 35oC a 40oC.
EX: Batata à 37oC por várias semanas tornam livre do
PLRV.
b) Cultura de meristema
c) Obtenção de clones nucleares
EX: clones nucleares de citrus (regeneração a partir
do tecido nucelar em citros )
Classificação e Taxonomia de Vírus
•Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV)
(1966)
•Um sistema universal para a classificação dos vírus
e uma taxonomia uniforme, foi discutido e
proposto.
•A exploração de novos nichos e o aumento da
sensibilidade e especificidade nas técnicas de
detecção têm expandido a lista de novos vírus.
•ICTV reconhece cerca de 3000 espécies, 71
famílias, 11 subfamílias e 175 gêneros.
•Base de dados para pesquisadores – ICTVdB desde
1991.
Ordem (com sufixo -virales);
Família (sufixo -viridae);
Subfamília (sufixo -virinae)
Gênero (sufixo -virus)
Espécie (por ex. Tobacco mosaic virus)
Os critérios taxonômicos mais importantes para
diferenciação entre as Ordens, Famílias e Gêneros,
são:
-Tipo e organização do genoma viral;
- Estratégia da replicação viral;
- Estrutura do virion.
As características para diferenciação entre espécies
de vírus, são:
Relação entre a sequência do genoma;
Hospedeiro;
Tropismo celular (significa a propensão que um vírus
tem em infectar determinado tipo de célula ou
tecido em especial);
Patogenicidade e citopatologia;
Modo de transmissão;
Propriedades fisico-químicas dos vírions;
Propriedade antigênica das proteínas virais.
Vírus que infectam as plantas
Vírus de DNA:
dsDNA (RT) – Caulimovirus e Badnavirus
ssDNA- Geminividae – Subgrupo I, II e III Geminivirus
Vírus de RNA:
dsRNA:
Reoviridae,
Oryzarius,
Phytoreovirus,
Partitiviridae,
Fojivirus,
Alphacryptovirus,
Betacryptovirus.
ssRNA
(-):
Rhabdoviridae,
Cytorhabdovirus,
Nucleorhabdovirus, Bunyaviridae, Tospovirus e
Tenulvirus.
Vírus de RNA:
ssRNA
(+):
Dianthovirus,
Sequiviridae,
Luteovirus,
Tombusviridae,
Machiomovirus,
Marativirus, Necrovirus, Sobemovirus, Tymovirus,
Bromoviridae, Cucumovirus, Bromovirus, Ilarvirus,
Alfamovirus,
Tobravirus,
Comoviridae,
Hordelvirus,
Furovirus,
tobamovirus,
Potexvirus,
capillovirus, trichovirus, carlav´rus, Potyviriade,
Closterovirus.
Viróides
- menores agentes infecciosos conhecidos
- compostos somente de RNA simples (circular)
- sem capa protéica
- sem genes codificando enzimas
- total dependência do hospedeiro
- localizados no núcleo: interferência direta com a
regulação gênica
- possível origem: riborganismos
exemplo:
(coqueiro)
agente
da
doença
cadang-cadang
Príons (proteinaceous infectious particles)
- somente proteínas (?) ou AN não detectado (?)
- localizam-se nas céluas do SNC (crônica)
- incubação longa (anos)
- alta resistência a UV e calor
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VIROSES FITOPATOPGÊNICAS