Jornal Valor --- Página 1 da edição "20/01/2014 2a CAD A" ---- Impressa por pbarros às 19/01/2014@22:12:20
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 20/1/2014 (22:12) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Enxerto
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Segunda-feira, 20 de janeiro de 2014 | Ano 14 | Número 3427 | R$ 5,00
Xisto pode levar os
EUA à independência
energética A9
Migrações internas
deixam 61 milhões de
crianças longe dos
pais na China A9
Complexo nuclear de
Iperó, coordenado por
José Perrotta,
começa a sair
do papel A5
Destaques
Indústria começa o ano
com ligeiro viés otimista
Ecos das manifestações
Ressabiados com os protestos de rua de
junho e a proximidade do período eleitoral, prefeitos de todo o país estão relutantes em reajustar tarifas de ônibus, segundo levantamento da Associação Nacional
das Empresas de Transportes Urbanos. A4
Foco nas periferias
râmicos e papelão ondulado, que preveem crescimento de produção e vendas
neste ano, porque acreditam na continuidade do aumento do consumo. Entre
os pessimistas estão setores como os de
eletroeletrônicos, máquinas e têxteis.
Eles destacam a preocupação com a condução macroeconômica e o risco de a inflação afetar a renda dos consumidores.
Outras empresas colocaram em suas
projeções a ajuda extra que virá das exportações, já que as exportadoras contam, neste início de ano, com uma melhora na rentabilidade perdida ao longo dos últimos anos. Auxiliados pelo
câmbio e pelo aumento de preços, em
alguns casos, 13 de 23 setores da indústria de transformação estão com ope-
De São Paulo, Porto Alegre e Recife
Com a perspectiva de uma das eleições
mais fragmentadas da história, os pré-candidatos ao governo do Rio já elegeram seu
alvo prioritário: os eleitores dos bairros e
municípios da periferia da região metropolitana, na Baixada Fluminense. A6
Lula vai hoje ao Alvorada
A presidente Dilma Rousseff tem encontro hoje com o ex-presidente Lula, no
Palácio da Alvorada. O compromisso,
mantido sob sigilo na agenda presidencial, é para conversas sobre reforma ministerial e palanques estaduais. A7
Com aquisição, MCI amplia portfólio
A MCI Brasil, joint venture entre Alatur e a
suíça MCI, especializada em eventos para
empresas, fechou acordo para comprar a
JZ Brasil, voltada à organização de congressos para entidades de classe. B4
Entraves às economia digital
O Brasil está entre os países com mais
barreiras ao desenvolvimento da economia digital no mundo. O país ocupa a
52 a posição, entre 65 nações, em ranking da Boston Consulting Group. B4
Janeiro trouxe um pouco mais de otimismo à indústria. Empresas relatam encomendas maiores que as do início do
ano passado, em um movimento ainda
ancorado no mercado interno, embora o
câmbio seja um dos elementos da melhora do humor na indústria. Enquanto
as empresas Democrata, de calçados, e
Saccaro, de móveis, receberam pedidos
até 20% superiores aos de janeiro do ano
passado, os pedidos feitos à Marcopolo
garantem produção até o fim de março.
Em 2013, eles iam até fevereiro.
O tom mais otimista não é unanimidade, mas também aparece nas projeções
dos representantes de revestimentos ce-
rações mais rentáveis, o que lhes permite concorrer em melhor situação no
exterior e mesmo internamente em relação aos importados.
Apesar de estimarem desempenhos
diferentes, há algo em comum entre
os empresários otimistas e pessimistas: todos ecoam a ideia de que o governo precisa gastar melhor, com
prioridade ao investimento, e de que o
atual patamar do câmbio — estimado
pela maioria em até R$ 2,45 no fim do
ano — não é o ideal para uma forte recuperação da indústria. Para os empresários, a taxa que poderia alavancar mais a competitividade, segundo
estimativas feitas por eles, variou entre R$ 2,80 e R$ 3,50. Páginas A2 e A3
Falta de licença
ambiental
atrasa rodovias
Daniel Rittner
De Brasília
A demora na contratação dos estudos
de impacto ambiental (EIA-Rima) ameaça o cronograma de duplicação de algumas das rodovias concedidas à iniciativa
privada no ano passado. Todos os trechos
devem estar inteiramente duplicados em
até cinco anos. O governo, por meio da
Empresa de Planejamento e Logística, ficou responsável pela elaboração do EIARima em cada uma das estradas e pela
obtenção das licenças ambientais. A situação mais preocupante é a da BR-163,
no Mato Grosso, cujo leilão foi vencido
pela Odebrecht em dezembro. O estudo
que dá partida ao processo de licenciamento sequer foi contratado. Página B2
De bem com a logística
COE, uma nova
modalidade de
investimento
Tablet na escola deve sair do papel
A japonesa Marubeni discute com o governo a construção de mais um berço de atracação no porto de São Francisco do Sul (SC). O
investimento previsto é de R$ 200 milhões,
diz José Kfuri, que comanda a operação de
grãos e logística da trading no país. B12
Cacau avança para o Ceará
Depois do Pará, que se tornou o segundo maior produtor nacional de cacau —
a liderança continua com a Bahia, apesar da crise iniciada no fim dos anos 80 e
ainda não superada — o Ceará surge como novo polo de produção. B12
XP abre escritório em Miami
Há três anos com filial em Nova York, a XP
Investimentos acelera seu programa de internacionalização com um novo escritório
no EUA, em Miami. A intenção é assessorar
investidores brasileiros no exterior. C12
Novatos maduros
Conscientes das dificuldades para encontrar
emprego e da insuficiência de recursos para
uma aposentadoria tranquila, americanos
entre 55 e 64 anos se lançam ao empreendedorismo e respondem por um quarto das
novas empresas abertas nos EUA. D2
Mais uma sigla acaba de estrear no
portfólio do investidor: COE, o certificado de operações estruturadas, regulamentado em setembro. É uma modalidade de aplicação financeira que torna
mais baratas e eficientes, do ponto de
vista tributário, as operações que buscam ganhar com movimentos de curto
prazo, como a alta do dólar.
Até então, era preciso montar um fundo ou várias operações por meio de derivativos, como opções e índices futuros, para proteger ou alavancar um investimento.
O COE agrega as estratégias em um único
papel, mas é preciso avaliar o risco de crédito. O certificado é emitido por bancos e
não tem cobertura do FGC. Página D1
O que têm em comum Iracemápolis
e Itirapina, no interior paulista, e Araquari, em Santa Catarina? Além de
cidades pequenas, vão abrigar, daqui
a dois anos, fábricas de grandes mon-
Bovespa (17/01/14)
Dólar comercial
-1,04 %
Mercado
R$ 5,2 bi
2,3440/2,3460
(17/01/14)
Dólar turismo
BC
São Paulo
2,3595/2,3601
2,2600/2,5100
(17/01/14)
Euro
Rio
Reais/Euro (BC)
2,3200/2,4700
3,2035/3,2048
(17/01/14)
US$/Euro (BC)
1,3577/1,3579
O empresário da Bienal
Juro alto volta
a estimular
“carry trade”
O aumento da taxa básica de juros
(Selic) está provocando o retorno das
operações conhecidas como “carry trade”. Os investidores tomam empréstimos no exterior a juros muito mais baixos e aplicam os recursos em moedas
cujas taxas são mais altas. Com a elevação da Selic para 10,5% ao ano, o Brasil
passou a ter a terceira maior taxa nominal de juros do mundo, atrás apenas da
Venezuela e da Argentina.
Na sexta-feira, a Nomura Securities
destacou em relatório oportunidade
de compra da moeda brasileira contra
o peso do Chile, cujo banco central tem
sinalizado a possibilidade de reduzir
os juros, hoje em 4,5%. A estratégia consiste na venda de dólar ante o real e na
compra da moeda americana frente ao
peso chileno por meio de contrato a
termo, de um mês, sem entrega física
da moeda. O retorno esperado na operação é de 4% por ano. Página C2
Indicadores
fabricantes de carros vão buscar tanto
fornecedores de autopeças e serviços
como mão de obra qualificada para
suas linhas de montagem.
Escolas técnicas, conjuntos habitacionais e principalmente um grande salto
nas arrecadações municipais são os principais benefícios esperadas. Página B3
Combate ao
lixo oceânico
exige ação
conjunta
Daniela Chiaretti
De Montego Bay, Jamaica
Carlos Lessa
Não está claro o rumo do país com Dilma reeleita: refazer o equilíbrio dos anos Lula ou
manter o conflito com os mercados. A11
tadoras internacionais de veículos.
Somados, os investimentos da Honda em Itirapina, da Mercedes em Iracemápolis e da BMW em Araquari, atingirão R$ 2,1 bilhões e devem mudar o
perfil agrícola desses municípios.
As três cidades são próximas a polos
industriais já estabelecidos, onde as
Eduardo Laguna
De São Paulo
Silvia Rosa
De São Paulo
Luiz Carlos Mendonça de Barros
A Avon voltou a crescer no Brasil, seu maior mercado no mundo. O colombiano David Legher, há dois anos na presidência da empresa no país,
diz ter superado o apagão logístico que derrubou as vendas de cosméticos e garante que hoje 98% dos pedidos são entregues em dia. Página B1
Honda, BMW e Mercedes no interior
Ideias
O Brasil parece não perceber a Argentina como país parceiro para construir
uma América do Sul integrada. A11
SILVIA COSTANTI/VALOR
Expansão do Terlogs
Luciana Seabra
De São Paulo
LEONARDO RODRIGUES/VALOR
Para finalmente levar os tablets às salas
de aula, o governo deve distribuir neste
ano, pela primeira vez, 460 mil aparelhos. E passou a exigir das editoras que
participam das licitações de livros didáticos a produção de conteúdo digital. B6
Com gestão menos personalista, Luis Terepins, da Even, garante estabilidade à Fundação
Bienal de São Paulo, que organiza exposição em outubro com proposta colaborativa. Página D4
O impacto das atividades terrestres
nos mares revela um cenário desanimador: esgotos, produtos químicos e plásticos estão transformando as costas em lixões, reduzindo a biodiversidade marinha e aumentando as zonas mortas em
todos os oceanos. “Os mares estão sofrendo e as soluções não podem vir de
um único país; exigem ação conjunta”,
disse Elizabeth Maruma Mrema, vice-diretora do Departamento de Implementação de Políticas Ambientais do Pnuma.
Não há números precisos, mas estimase que o lixo que chega aos oceanos atinja até 6 milhões de toneladas anuais. Outras projeções dizem que há 13 mil pedaços de lixo plástico flutuando em cada
quilômetro quadrado de oceano e que
90% dos esgotos dos países em desenvolvimento cheguem, sem tratamento, aos
rios, lagos e mares. Existem 405 “zonas
mortas” nos mares. Página A12
Novo perfil do Fed fica mais ortodoxo
Roberta Costa e Aline Oyamada
De São Paulo
Depois da confirmação de Janet Yellen
na presidência do Federal Reserve (Fed),
os olhos se voltam agora para a composição do Comitê de Política Monetária
(Fomc, na sigla em inglês) em 2014.
A área de pesquisa econômica do Credit
Suisse estudou a diretoria do Fed e concluiu que, com a nova composição, aumentará a influência dos que se preocupam
mais com a inflação. Na formação anterior,
predominava o grupo menos ortodoxo,
que tendia a defender mais o emprego do
que a estabilidade dos preços.
Além de Yellen, o presidente Barack
Obama já confirmou a indicação de
Stanley Fischer e Lael Brainard. Como vice-presidente, Fisher terá a função de
substituir a própria Yellen. Página C1
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