As pressões da produção do pré-sal brasileiro sobre o setor de refino nacional Yabiko R¹ Chicata F² Bone R³ Resumo: O artigo tem como objetivo analisar a capacidade produtiva atual do parque de refino brasileiro e o quanto essa deverá ser incrementada visando processar o óleo vindo da camada pré-sal. As variáveis observadas para as 17 refinarias foram: a capacidade de refino, o volume refinado, o fator de utilização das refinarias, o perfil de produção e o perfil da demanda interna por derivados. Com o cruzamento dos dados das refinarias (privadas ou da Petrobras) e seus perfis de produção, concluímos que a produção de petróleo ultrapassará o consumo interno. Entretanto, o volume refinado estará aquém da demanda, mesmo com os investimentos anunciados pela Petrobras, uma vez que as refinarias já estão operando perto da capacidade máxima. A crescente demanda brasileira por derivados fornece um estímulo ao setor. Portanto, para alcançar a autossuficiência, em meados de 2030, não obstante a ampliação das refinarias existentes, ainda seria necessária a implantação de duas refinarias com capacidade de refino de 200 mil barris de petróleo por dia cada. 1-Raíssa Fernandes Yabiko (e-mail: [email protected]) - Estudante de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. - Tel: (21) 39381860. 2-Fabíola Siomara Liboreiro Chicata (e-mail: [email protected]) - Estudante de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. - Tel: (21) 39381860. 3-Rosemarie Bröker Bone (e-mail: [email protected]) - Procuradora Educacional Institucional e Pesquisadora Institucional, Departamento de Engenharia Industrial/ Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. - Tel: (21) 39381860. 1 Introdução O processo de refino consiste em transformar o petróleo cru em derivados, ou seja, o óleo é separado em frações desejadas, resultando em produtos finais para o consumo (KIMURA, 2005). O parque de refino brasileiro é constituído, hoje, por 17 refinarias. Em 2013, estas somaram uma capacidade de refino de 2,2 milhões barris de petróleo por dia (bpd) e, no ano de 2014, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) iniciou sua produção, adicionando mais 230 mil bpd a esse número, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Dentre as 17 refinarias, 13 pertencem a Petrobras e 4 são da iniciativa privada. O fator de utilização de todas as refinarias em território brasileiro no ano de 2013 foi de 98,2%. Esse valor, atrelado a outros fatores citados a seguir, realça a urgência de projetos de ampliação para o parque de refino nacional. A partir do ano de 2008, o pré-sal brasileiro começou sua produção em ritmo vertiginoso – do ano de 2012 para 2013, o aumento do volume extraído desses campos foi de 76,9%. Ainda há muitos blocos nessa região esperando por licitação, fazendo com que a perspectiva produtiva seja positiva. Atualmente, o Brasil produz cerca de 2,4 milhões bpd e consome cerca de 3 milhões bpd (ANP, 2013). O objetivo geral deste artigo é analisar a capacidade de refino nacional frente ao aumento da produção de petróleo brasileira, prevista para os próximos anos. Como escopo específico, verificar se a demanda interna por derivados será atendida e, com isso, se ocorrerá a diminuição dos dispêndios com a importação, bem como, o aumento da receita com a exportação de produtos de alto valor agregado. 2 Parque de Refino Nacional Uma característica importante do setor de refino brasileiro é a sua elevada concentração espacial, pois a construção do parque nacional visou maximizar as economias de escala na produção e minimizar, simultaneamente, as deseconomias de escala na distribuição. O mapa 1 localiza geograficamente o parque de refino brasileiro e a área do pré-sal. Mapa1 Localização das refinarias brasileiras e o pré-sal Fonte: GoogleMaps 2015 Ao longo dos anos, as refinarias foram construídas em locais próximos aos principais centros consumidores e de produção; das 17 refinarias, 8 se encontram na região sudeste, maior consumidora de derivados de petróleo. Primeiramente, serão analisadas as refinarias privadas, visto que o cenário do setor de refino brasileiro é diferente para as refinarias da iniciativa privada e da Petrobras. 2.1 Refinarias da Iniciativa Privada A Refinaria de Petróleo Riograndense, inaugurada em 1937 no Rio Grande do Sul, e foi a primeira refinaria privada do Brasil. Suas instalações são preparadas para processar petróleo nacional, inclusive o proveniente do pré-sal. Com o início da exploração do petróleo em território brasileiro, em 1954 criou-se a Refinaria de Petróleos de Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro. A matéria-prima utilizada pela refinaria vai desde o petróleo leve (ºAPI maior que 30) até o pesado (ºAPI menor que 22), o que permite grande flexibilidade operacional. O pré-sal trará oportunidades para a Manguinhos, visto que a refinaria realiza dessalgação e desidratação (retirada do sal e água) do petróleo, operações que visam evitar o chamado ‘frete morto’, que é o transporte da água no lugar de óleo durante a exportação, uma operação vital para que os parceiros da Petrobras operem de uma forma eficiente. Recentemente entraram em operação mais duas refinarias. Em 2009, a Univen Refinaria de Petróleo iniciou suas atividades na região metropolitana de São Paulo e, em 2010, a Dax Oil Refino começou a operar no estado da Bahia. Ambas compram petróleo de produtores de blocos marginais e também importam; todavia, suas instalações podem trabalhar majoritariamente com petróleo de origem nacional. Com a entrada da produção do pré-sal no mercado, essas empresas poderão obter matéria-prima nacional com maior facilidade e ocupar a sua capacidade ociosa, evidenciada pelo baixo fator operacional dessas refinarias, que em 2013 foi de 31,3% em média (ANP, 2014). 2.1.1 Evolução das Refinarias da Iniciativa Privada no Refino Brasileiro Um problema enfrentado por todas as refinarias da iniciativa privada é a obtenção da matéria-prima e manter a competitividade dos seus produtos em relação à produção das refinarias da Petrobras. Em colaboração a uma política governamental, a estatal não repassa todos os encargos envolvidos no refino de combustíveis para o consumidor final. Assim, para fazerem frente a esta estrutura de custos e preços dos derivados, as refinarias privadas precisam ser altamente tecnológicas e produzir derivados de alto valor agregado. O gráfico 1 e a tabela 1 apresentam o panorama do setor. Capacidade de Refino em milhões de barris por ano Capacidade de Refino x Volume Refinado Dax Oil (BA) 15 Univen (SP) 10 Manguinhos (RJ) 5 Riograndense (RS) 0 Volume Refinado 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014¹ Gráfico1 Capacidade de refino x Volume refinado das Refinarias da Iniciativa Privada Fonte: ANP ¹Resultados preliminares Fator de Utilização (%) das Refinarias da Iniciativa Privada 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 87,5% 37,8% 33,7% 51,1% 26,4% 55,2% 73,1% 78,7% 72,3% 43,2% Tabela1 Fator de Utilização * (%) das Refinarias da Iniciativa Privada Fonte: ANP No gráfico 1, há três momentos de queda. O primeiro está relacionado ao fechamento da Manguinhos que, durante os anos de 2006 a 2009, abandonou a atividade de refino, pois enfrentou problemas com a falta de competitividade do seu produto final em detrimento às refinarias da Petrobras. O segundo corresponde à crise do petróleo e o terceiro à crise enfrentada por todas as refinarias privadas para obterem matéria-prima e produzirem derivados competitivos. Como mencionado anteriormente, essas refinarias possuem capacidade ociosa e são potenciais destinos para a produção vinda do pré-sal, que surge como uma esperança para o setor. 2.2 Refinarias da Petrobras Há quatro refinarias da Petrobras instaladas no estado de São Paulo. A Refinaria de Paulínia (Replan) é a maior da empresa em capacidade de processamento de petróleo: 415 mil bpd. Sua produção corresponde a 20% de todo o refino de petróleo no Brasil e sua matéria-prima é 80% petróleo nacional, grande parte da Bacia de Campos (ANP, 2014). A Refinaria de Capuava (Recap) foi a primeira a processar o petróleo vindo do * 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑅𝑒𝑓𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 Todos os cálculos de fator de utilização fizeram uso da fórmula: (𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 × 0,95) × 100 pré-sal da Bacia de Santos, em 2009. A Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) tem capacidade instalada de 178 mil bpd e dentre seus principais produtos estão: gasolina A, gasolina Podium, coque de petróleo, gasolina de aviação e combustível para navios (bunker). Esses derivados são de alto valor no mercado e produzidos de acordo com padrões internacionais. A maior parte da matéria-prima usada provém da Bacia de Santos. A Refinaria Henrique Lage (Revap) é a terceira maior refinaria do país, sua matéria-prima é 80-90% nacional (Petrobras, 2015). Ainda na região Sudeste, instalada no Rio de Janeiro, está a Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Atualmente a refinaria utiliza cerca de 60% de petróleo nacional em sua matéria-prima, originária da Bacia de Campos (ANP, 2014). A Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Minas Gerais, tem capacidade para refinar 150 mil bpd, com perspectiva de aumentar em 10% esse volume nos próximos anos, com um projeto de ampliação das unidades de tratamento focando na produção de diesel. Esse investimento visa à produção do pré-sal, uma vez que a refinaria já trabalha com o petróleo da Bacia de Campos. Na região Sul do país há duas refinarias: a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), as duas refinarias têm em sua matériaprima uma mistura de petróleo nacional e importado, sendo o óleo brasileiro de maior participação. A Refinaria Landulpho Alves (RLAM) situa-se no Recôncavo Baiano e é a segunda maior do país. Ainda no Nordeste, está a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), localizada no Rio Grande do Norte, que em 2014, tornou-se o único estado do país autossuficiente na produção de todos os tipos de derivados do petróleo (ANP, 2014). Tanto a RPCC, quanto a RLAM refinam desde o petróleo pesado do pós-sal até o petróleo mais leve da camada do pré-sal, vindos da Bacia de Campos. Todas as refinarias citadas acima estão aptas a processar o petróleo vindo do pré-sal. Outras, no entanto, não se enquadram nesse perfil. A Refinaria Isaac Sabbá (Reman), por exemplo, está localizada no estado do Amazonas, em plena Floresta Amazônica. Sua matéria-prima é o petróleo de grau API mais alto (cerca de 30 ºAPI), não característico do pré-sal; além disso, há um problema de logística intransponível, que inviabiliza o deslocamento do óleo vindo do pré-sal como matéria-prima de entrada. Já a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no do Ceará, trabalha com petróleo ultra pesado proveniente do próprio estado e do Espírito Santo. Dessa forma, o petróleo vindo do pré-sal não é uma prioridade para essa refinaria, pois as propriedades deste óleo dificultariam a produção de seus derivados, que incluem lubrificantes de alto valor agregado para usos nobres. Na mesma linha de operação, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada em Pernambuco, começou suas operações em dezembro de 2014, tendo como objetivo principal produzir óleo diesel usando como matéria-prima o petróleo pesado (de 16ºAPI), proveniente do estado do Rio Grande do Norte. 2.2.1 Evolução das Refinarias da Petrobras no Refino Brasileiro O problema enfrentado pela Petrobras na atividade de refino é o alto fator de utilização de suas refinarias. Esse cenário positivo é justificado pela fácil obtenção de matériaprima, visto que a empresa também atua no setor de exploração e produção (E&P) e faz uso das economias de escala inerentes ao setor. O gráfico 2 e a tabela 2 demonstram esse cenário. Capacidade de Refino em milhões de barris por ano Capacidade de Refino x Volume Refinado 900 Lubnor (CE) 800 RPCC (RN) 700 Reman (AM) 600 Recap (SP) Regap (MG) 500 RPBC (SP) 400 Refap (RS) 300 Repar (PR) 200 Reduc (RJ) 100 Revap (SP) RLAM (BA) 0 Replan (SP) Volume Refinado Gráfico2 Capacidade de refino x Volume refinado das Refinarias da Petrobras Fonte: ANP ¹Resultados preliminares Fator de Utilização (%) das Refinarias da Petrobras 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 90,3% 90,4% 91,1% 91,9% 91,4% 91,8% 91,6% 93,0% 97,1% 99,3% Tabela 2 Fator de Utilização (%) das Refinarias da Petrobras Fonte: ANP Desde o ano de 2008, o fator de utilização das refinarias só cresceu, conforme mostra a tabela 2. Do gráfico 2, percebe-se que nem mesmo com a crise econômica mundial, o volume refinado chegou a apresentar grande queda. A produção de derivados nas refinarias brasileiras da Petrobras atingiu, em 2014, 2,17 milhões bpd, o que representou um aumento de 2,1% em relação a 2013. Esse recorde se deve ao Programa de Produção de Médios e Gasolina (Promega), implantado pela empresa para maximizar o volume de derivados produzidos das frações médias do petróleo, através da atualização e modernização de suas refinarias (PORTAL BRASIL, 2014). 3 Produção de Petróleo e Derivados e a Demanda Interna O perfil das refinarias mostra em quais produtos são especializadas. Isso também evidencia quais derivados são mais demandados pelo mercado nacional. Os gráficos (3) a seguir mostram quanto se produz de um conjunto de derivados, escolhidos de acordo com sua relevância, e quanto se consome de cada um deles. GLP (em milhões de barris por ano) Gasolina A (em milhões de barris por ano) Nafta (em milhões de barris por ano) 250 100 100 200 80 80 150 60 60 100 40 40 50 20 0 20 0 2010 2011 2012 2013 Demanda 2014 ¹ 0 2010 Produção 2011 2012 2013 Demanda Óleo Diesel (em milhões de barris por ano) 2014 ¹ 2010 Produção 2013 2014 ¹ Produção Óleo Combustível (em milhões de barris por ano) 400 50 120 300 40 100 Potencial de Exportação 80 30 2012 Demanda QAV (em milhões de barris por ano) 200 2011 60 20 100 10 0 0 2010 2011 Demanda 2012 2013 2014 ¹ Produção 40 20 0 2010 2011 2012 Demanda 2013 2014 ¹ Produção 2010 2011 Demanda 2012 2013 2014 ¹ Produção Gráfico 3 Demanda interna x Produção nacional Fonte: Ministério de Minas e Energia (2014) ¹Considerando valor médio para dezembro/2014 De acordo com os gráficos (3), nota-se que, dentre esse conjunto importante de derivados, o Brasil exporta apenas óleo combustível, caracterizando-se como forte importador. O Plano Estratégico até 2030 disponibilizado pela Petrobras, em 2014, afirma que a demanda por derivados no Brasil há de crescer 20% até o ano de 2020, garantindo sempre estímulo ao setor de refino. E com base em dados disponibilizados pela ANP, no ano de 2013, o país teve um dispêndio de US$ 19.600.385.382,00 com a importação de derivados de petróleo e uma receita de US$ 9.941.619.795,00 com a exportação dos mesmos levando a um déficit de US$ 9.658.765.587,00. Apesar do cenário desfavorável apresentado acima, o Brasil tem um potencial para ser autossuficiente em derivados nos próximos anos. O gráfico 4 mostra a evolução da produção de petróleo até o ano de 2014 e também apresenta uma projeção de crescimento até o ano de 2040, conforme a Organization of the Petroleum Exporting Countries (OPEC) apud MME (2014). Curva de Produção de Petróleo (em milhões de barris por ano) 2000 1500 1000 500 0 Projeção Gráfico 4 Evolução da curva de produção de petróleo e projeção para os próximos anos Fonte: ANP (2015) e OPEC (2014) apud MME (2014) Com essas informações, pode-se concluir que o grande entrave para a autossuficiência em relação aos derivados de petróleo do Brasil é a limitação da produção do parque de refino nacional. Algumas medidas para sanar essa questão já estão sendo tomadas, por exemplo: (a) investimentos em novas refinarias e (b) ampliações das existentes (Petrobras, 2014). 4 Investimentos no Parque de Refino Brasileiro A Petrobras planeja até 2020 suprir o mercado brasileiro de derivados, alcançando a autossuficiência em relação aos derivados de petróleo. Para atingir essa meta, dois investimentos já estão em andamento. O primeiro é finalizar a construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), para que a refinaria possa operar com 95% da capacidade – atualmente o máximo é de 64%. E o segundo é completar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que terá como principais produtos finais: óleo diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação, coque e GLP. A previsão de entrada em operação do primeiro trem de refino é agosto de 2016, com capacidade instalada de refino de 165 mil bpd. A empresa também pretende continuar com o Promega, que já demonstrou resultados aumentando a eficiência das refinarias. Todavia, com o recente cancelamento de mais dois investimentos da Petrobras, as refinarias Premium I e Premium II, que teriam capacidade de processar 600 e 300 mil bpd respectivamente, essa meta dificilmente será alcançada. Considerando a perspectiva de crescimento para a demanda interna, que mesmo com a possível retração da economia brasileira, em 2020 chegará a 3,5 milhões bpd, o Brasil precisará adicionar mais 695 mil bpd a sua capacidade de refino existente, o que corresponderia à implementação de mais duas refinarias nos moldes da Refinaria Landulpho Alves – que tem como principais produtos finais os derivados no topo da lista de importação brasileira: gasolina, diesel, nafta petroquímica e querosene de aviação – e capacidade instalada de 350 mil bpd aproximadamente, a fim de atingir a esperada autossuficiência. Quanto às refinarias privadas, ainda não há planos concretos de expansão. Porém, a melhor maneira de aumentar o volume será o uso total de sua capacidade instalada, que pode chegar até cerca de 40 mil bpd, mais que o dobro do volume do ano de 2013. 5 Conclusão A produção do pré-sal cresce a um ritmo acelerado; assim como o consumo. Segundo a ANP, a demanda interna cresceu 5,6% em 2014 e tem uma previsão de aumentar entre 3 e 5% em 2015, apesar da possível retração na economia nacional, visto que o crescimento da demanda está atrelado ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Esse panorama é ideal para que o Brasil evite o que acontece com países como o México e o Irã, que são exportadores de petróleo e importadores de derivados. Todavia, os investimentos no setor de refino vêm encontrando diversos obstáculos no caminho. O Plano Estratégico até 2030 da Petrobras previa um Brasil autossuficiente em gasolina e diesel até 2020, quando a capacidade de refino do país atingiria 3 milhões bdp. Porém, com o cancelamento das refinarias Premium I e Premium II, esse cenário otimista encontra-se distante. No cenário atual, a inauguração do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a finalização das obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e o aumento do fator de utilização das refinarias privadas, não serão suficientes para que o país alcance a autossuficiência em relação aos derivados do petróleo. Investimentos como a construção de novas refinarias, ampliação das existentes, bem como o uso eficiências das refinarias privadas, se farão necessários. Referências AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. ANP. Disponível em: < www.anp.gov.br/>. Acesso em: 20 jan. 2015 PETROBRAS. Refinarias. Disponível em: <www.petrobras.com.br/pt/nossas- atividades/principais-operacoes/refinarias/>. Acesso em: 03 set. 2014. KIMURA, Renata Megumi. Indústria Brasileira de Petróleo: Uma Análise da Cadeia de Valor Agregado. Rio de Janeiro, IE/UFRJ – 2005. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Relatório do Mercado de Derivados de Petróleo, Número 108, Dezembro de 2014. Brasília: Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Departamento de Combustíveis Derivados de Petróleo. Relatório disponível em PDF. BRASIL, Portal. Promega contribui para os recordes de refino. Disponível em: <www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/04/promega-contribui-para-osrecordes-de-refino>. Acesso em: 30 nov. 2014.