P002 P003 Anestesia Geral em Criança com Angioedema Hereditário a profilaxia a curto prazo é o CC1-inib. Os factores potencialmente desencadeantes devem ser minimizados. É importante a colaboração da Imuno-Alergologia na abordagem destes casos. Cristina Pacheco*, Nuno Fernandes** 16 * Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar de Coimbra E. P. E. ** Hospital Infante D. Pedro E.P.E. Resumo Introdução: O angioedema hereditário (AEH) é uma doença rara mas potencialmente fatal, para a qual até recentemente não existia consenso quanto à abordagem diagnóstica e terapêutica, encontrando-se relatados poucos casos na literatura anestésica internacional. O concentrado de C1inibidor (CC1-inib), um derivado do plasma humano, está actualmente indicado na profilaxia de crises em doentes submetidos a procedimentos estomatológicos, endoscópicos e cirúrgicos programados. Caso clínico: É relatado o caso clínico de uma criança de 12 anos proposta para exérese de quisto mandibular, com AEH dianosticado aos 3 anos de idade e sem outros antecedentes. Tinha história de múltiplos episódios de angioedema, de frequência e gravidade progressivamente menores ao longo dos anos, tendo nos últimos 6 anos apenas apresentado quadros ligeiros de vómitos e dores abdominais desencadeados por infecções ou traumatismos e não se encontrando no momento a efectuar qualquer medicação profilática. Foi feita uma cuidadosa avaliação pre-anestésica e pedida a colaboração do Serviço de Imuno-Alergologia. A criança foi proposta para primeiro tempo cirúrgico, tendo sido administrado CC1-inib iv uma hora antes de ir para o bloco operatório. Foi realizada uma anestesia geral equilibrada com intubação orotraqueal. Antes da indução foram administrados corticóides iv. A indução foi feita com propofol, fentanil e cisatracúrio e na manutenção usou-se sevoflurano. A cirurgia e a anestesia decorreram sem intercorrências. Durante a estadia prolongada na UCPA, apresentou queixas de dores abdominais e um vómito mucoso, pelo que foi feita nova administração iv de CC1inib com resolução dos sintomas. Ficou posteriormente monitorizada na enfermaria com oximetria de pulso e teve alta para o domicílio no dia seguinte. Conclusões: A chave para uma anestesia segura nos doentes com história de angioedema hereditário é uma profilaxia adequada. À luz dos conhecimentos actuais, o agente de eleição para Revista SPA ‘ vol. 16 ‘ nº 1 ‘ Fevereiro 2007 Anestesia para Endoscopia Respiratória Pediátrica: Experiência do Serviço de Anestesia do Hospital de Santa Maria M M Marques, F Lima Serviço de Anestesia, Hospital Santa Maria Resumo Introdução e Objectivos: A realização de intervenções endoscópicas respiratórias têm vindo a aumentar não só em adultos mas também em crianças. Apresentamos a experiência do Serviço, na anestesia para endoscopia respiratória no grupo etário pediátrico. Metodologia: Análise retrospectiva das fichas de anestesia, referentes à actividade do Serviço na Unidade de Endoscopia Respiratória, entre 2001 e 2006. Foram recolhidos os dados dos doentes com idade inferior a 18 anos. Resultados: Foram realizados 131 actos anestésicos, sendo 69 realizados durante a actividade de rotina (3,4% do total dos actos anestésicos efectuados na Unidade). Na distribuição por idades 44% dos doentes tinham menos de 3 anos, sendo o doente mais novo um prematuro de 26 semanas com 3 meses de vida. Na patologia associada salientam-se cardiopatias congénitas complexas, um doente em lista de transplante cardíaco urgente, o mesmo doente já transplantado e as lesões traqueo-brônquicas, tendo 24% dos doentes sido classificados ASA III e IV. As intervenções efectuadas foram na grande maioria broncoscopias rígidas (78%) tendo também sido efectuadas broncoscopias flexíveis (18%), 4 toracoscopias e 1 drenagem torácica. Das indicações para o procedimento salientam-se a aspiração de corpo estranho (56%), lesão traumática da traqueia (11%), compressão cardio-vascular da via aérea (2 doentes, 5