Mecânica dos Materiais Flexão pura Tradução e adaptação: Victor Franco Ref.: Mechanics of Materials, Beer, Johnston & DeWolf – McGraw-Hill. Mechanics of Materials, R. Hibbeler, Pearsons Education. Flexão pura Flexão pura: Viga que no troço CD está sujeita a flexão pura devida aos dois binários iguais e opostos que actuam no mesmo plano 4-2 Outros esforços que provocam flexão • Forças excêntricas: forças axiais cuja linha de acção não passa no centróide da secção produzem forças internas equivalentes a uma força axial e um momento. • Forças transversais: Forças concentradas ou distribuídas transversais produzem forças internas equivalentes a uma força de corte e um momento. 4-3 Vigas sujeitas a flexão e esforços transversos 4-4 Flexão pura 4-5 4-6 Viga simétrica sujeita a flexão pura • As forças internas em qualquer secção transversal são equivalentes a um binário. O momento desse binário é o momento flector M na secção. • Forças internas: Fx = ∫ σ x dA = 0 M y = ∫ zσ x dA = 0 M z = ∫ − yσ x dA = M z y 4-7 Deformações devidas a flexão pura Viga com um plano de simetria em flexão pura: • Secção da viga mantém-se simétrica • Deforma-se uniformemente formando um arco circular • Os planos da secção transversal passam pelo centro do arco e mantêm-se planos após deformação. • O comprimento da superfície superior diminui e o da superfície inferior aumenta • Tem de existir uma superfície neutra que é paralela às superfícies superior e inferior e para a qual o comprimento se mantém constante • As tensões e as deformações são negativas (compressão) acima da superfície neutra e positivas (tracção) abaixo da superfície neutra. 4-8 Deformações devidas a flexão Considere-se uma viga de comprimento L. Após deformação, o comprimento da superfície neutra mantém-se L. Nas outras secções: L′ = (ρ − y )θ δ = L'−L = (ρ − y )θ − ρθ = − yθ yθ y δ =− (deform. varia linearm.) εx = = − ρθ ρ L εx − y/ρ = ε max c/ ρ y c ε x = − ε max 4-9 Tensões devidas a flexão • Para um material linear e elástico: σx = E εx = − σx = − y E εm c y σmax (tensão varia linearm.) c • Para equilibrio estático: Fx = 0 = ∫ σ x dA = ∫ − 0=− σ max c y σ max dA c ∫ y dA O primeiro momento de área em relação à superficie neutra é zero. Assim, a superfície neutra tem necessariamente de passar no centróide da secção transversal. • Para equilibrio estático: y M = ∫ − yσ x dA = ∫ − y − σ max dA c σ σ I M = max ∫ y 2 dA = max c c Mc M σ max = = I S y Substituindo σ x = − σ max c M y σx = − I 4 - 10 Deformações numa secção transversal • A deformação devida ao momento flector M é quantificada pela curvatura da superfície neutra 1 ρ 1 ρ = ε max = σ max c Ec 1 M = ρ EI = 1 Mc Ec I • Embora as secções transversais se mantenham planas quando sujeitas a flexão, as deformações no plano são diferentes de zero: νy ρ νy ε z = −ν ε x = ρ ε y = −ν ε x = 4 - 11 Momento de inércia de uma secção - revisão • Second moments or moments of inertia of an area with respect to the x and y axes, I x = ∫ y 2 dA I y = ∫ x 2 dA • Evaluation of the integrals is simplified by choosing dΑ to be a thin strip parallel to one of the coordinate axes. • For a rectangular area, 2 h I x = ∫ y dA = ∫ y 2bdy = 13 bh 3 0 4 - 12 Raio de giração: • Consider area A with moment of inertia Ix. Imagine that the area is concentrated in a thin strip parallel to the x axis with equivalent Ix. I x = k x2 A kx = Ix A kx = radius of gyration with respect to the x axis • Similarly, Iy = k y2 A J O = k O2 A ky = kO = Iy A JO A kO2 = k x2 + k y2 4 - 13 Teorema dos eixos paralelos • Consider moment of inertia I of an area A with respect to the axis AA’ I = ∫ y 2 dA • The axis BB’ passes through the area centroid and is called a centroidal axis. I = ∫ y 2 dA = ∫ ( y ′ + d )2 dA = ∫ y ′ 2 dA + 2d ∫ y ′dA + d 2 ∫ dA I = I + Ad 2 parallel axis theorem 4 - 14 Momentos de inércia de secções 4 - 15 Propriedades geométricas das secções normalizadas Perfis normalizados HEA, HEB σ max = M c M = I Wf I = momento de inércia da secção I W f = = módulo de resistenci a à flexão da secção c IPE UPN IPN 4 - 16 4 - 17 4 - 18 4 - 19 4 - 20 4 - 21 4 - 22 4 - 23 4 - 24 4 - 25 4 - 26 4 - 27 Exemplo 4.2 Resolução: • Calcular a localização do centróide da secção e o momento de inércia da secção: Y= ∑ yA ∑A ( I x′ = ∑ I + A d 2 • Calcular as tensões máximas: Um componente de ferro-fundido é sujeito a um Momento de 3 kN.m. Sabendo que E = 165 GPa e desprezando os raios de concordancia, calcular: (a) as tensões máximas em tracção e em compressão, (b) o raio de curvatura do componente deformado. Mc σmax = I • Calcular a curvatura: 1 ρ = M EI 4 - 28 ) Exemplo 4.2 cont. Localização do Centróide da secção: Area, mm 2 y , mm yA, mm3 1 20 × 90 = 1800 2 40 × 30 = 1200 ∑ A = 3000 50 20 90 ×103 24 ×103 3 ∑ yA = 114 ×10 3 ∑ yA 114 ×10 Y = = = 38 mm 3000 ∑A Momento de inércia da secção: ∑ (I + A d ) = ∑ ( bh + A d ) = ( 90 × 20 + 1800 × 12 ) + ( 30 × 40 2 I x′ = 1 12 3 3 1 12 2 1 12 -9 4 2 3 + 1200 × 18 2 ) I = 868 × 10 3 mm 4 = 868 ×10 m 4 - 29 Exemplo 4.2 cont. • Tensões máximas em compressão e em tracção: Mc I M c A 3 kN ⋅ m × 0.022 m σA = = I 868 × 10 −9 m 4 M cB 3 kN ⋅ m × 0.038 m σB = − =− I 868 × 10 −9 m 4 σ max = σ A = +76.0 MPa σ B = −131.3 MPa • Curvatura: 1 ρ = = M EI 3 kN ⋅ m (165 GPa )(868 ×10 -9 m 4 ) 1 = 20.95 ×10−3 m -1 ρ ρ = 47.7 m 4 - 30 Carrregamento axial descentrado • As tensões devidas a um carregamento axial descentrado, calculam-se sobrepondo a tensão normal axial com a distribuição linear causada pelo momento flector σ x = (σ x )normal axial + (σ x )flexão • Força descentrada F=P M = Pd P My = − A I • Esta sobreposição só é válida em regime elástico e para pequenas deformações, com efeito desprezável na geometria. 4 - 31 Exemplo 4.8 A tensão admissivel para a peça em ferro fundido representada na figura, é de 30 MPa em tracção e 120 MPa em compressão. Determinar a maior força P que pode ser aplicada à peça. A = 3 ×10−3 m 2 Y = 0.038 m I = 868 ×10−9 m 4 4 - 32 Exemplo 4.8 • Força descentrada e momento flector: d = 0.038 − 0.010 = 0.028 m P = força descentrada M = Pd = 0.028 P = momento flector • Sobreposição das tensões: P Mc A P (0.028 P )(0.022) = +377 P + =− + A I 3 × 10 −3 868 × 10 −9 P Mc A P (0.028 P )(0.038) = −1559 P σB = − − =− − A I 3 × 10 −3 868 × 10 −9 σA =− • Tensões críticas e forças máximas: P = 79.6 kN σ A = +377 P = 30 MPa σ B = −1559 P = −120 MPa P = 77 kN • Máxima força P admíssivel: P = 77.0 kN 4 - 33 Concentração de tensões Tensão máxima: σmax = K Mc I 4 - 34 4 - 35 4 - 36 Unsymmetric Bending • Analysis of pure bending has been limited to members subjected to bending couples acting in a plane of symmetry. • Members remain symmetric and bend in the plane of symmetry. • The neutral axis of the cross section coincides with the axis of the couple • Will now consider situations in which the bending couples do not act in a plane of symmetry. • Cannot assume that the member will bend in the plane of the couples. • In general, the neutral axis of the section will not coincide with the axis of the couple. 4 - 37 Unsymmetric Bending • 0 = Fx = ∫ σ x dA = ∫ − σ m dA y c or 0 = ∫ y dA neutral axis passes through centroid Wish to determine the conditions under which the neutral axis of a cross section of arbitrary shape coincides with the axis of the couple as shown. • The resultant force and moment from the distribution of elementary forces in the section must satisfy Fx = 0 = M y M z = M = applied couple y M = M = − y − σ m dA ∫ • z c σ I or M = m I = I z = moment of inertia c defines stress distribution • 0 = M y = ∫ zσ x dA = ∫ z − σ m dA y c or 0 = ∫ yz dA = I yz = product of inertia couple vector must be directed along a principal centroidal axis 4 - 38 Unsymmetric Bending Superposition is applied to determine stresses in the most general case of unsymmetric bending. • Resolve the couple vector into components along the principle centroidal axes. M z = M cosθ M y = M sin θ • Superpose the component stress distributions σx = − Mzy Myy + Iz Iy • Along the neutral axis, σx = 0 = − tan φ = (M cosθ ) y + (M sin θ ) y Mzy Myy + =− Iz Iy Iz Iy y Iz = tan θ z Iy 4 - 39 Example 4.08 SOLUTION: • Resolve the couple vector into components along the principle centroidal axes and calculate the corresponding maximum stresses. M z = M cosθ M y = M sin θ • Combine the stresses from the component stress distributions. Mzy Myy σx = − + Iz Iy A 1600 lb-in couple is applied to a rectangular wooden beam in a plane • Determine the angle of the neutral forming an angle of 30 deg. with the axis. vertical. Determine (a) the maximum y Iz tan φ tan θ = = stress in the beam, (b) the angle that the z Iy neutral axis forms with the horizontal plane. 4 - 40 Example 4.08 • Resolve the couple vector into components and calculate the corresponding maximum stresses. M z = (1600 lb ⋅ in ) cos 30 = 1386 lb ⋅ in M y = (1600 lb ⋅ in )sin 30 = 800 lb ⋅ in 1 (1.5 in )(3.5 in )3 = 5.359 in 4 I z = 12 1 (3.5 in )(1.5 in )3 = 0.9844 in 4 I y = 12 The largest tensile stress due to M z occurs along AB σ1 = M z y (1386 lb ⋅ in )(1.75 in ) = = 452.6 psi 4 Iz 5.359 in The largest tensile stress due to M z occurs along AD σ2 = M yz Iy = (800 lb ⋅ in )(0.75 in ) = 609.5 psi 0.9844 in 4 • The largest tensile stress due to the combined loading occurs at A. σ max = σ 1 + σ 2 = 452.6 + 609.5 σ max = 1062 psi 4 - 41 Example 4.08 • Determine the angle of the neutral axis. Iz 5.359 in 4 tan φ = tan θ = tan 30 4 Iy 0.9844 in = 3.143 φ = 72.4o 4 - 42 General Case of Eccentric Axial Loading • Consider a straight member subject to equal and opposite eccentric forces. • The eccentric force is equivalent to the system of a centric force and two couples. P = centric force M y = Pa M z = Pb • By the principle of superposition, the combined stress distribution is σx = P Mz y M yz − + A Iz Iy • If the neutral axis lies on the section, it may be found from My Mz P y− z= Iz Iy A 4 - 43