Mulheres na educação superior no Brasil: estudo de caso do Curso de Sistema de Informação da Universidade Estadual de Montes Claros (2003/2008) Kátia Franciele Corrêa Borges12 Maria Helena de Souza Ide Sara Jane Alves Durães 3 Resumo A história da presença feminina nas instituições de ensino superior no Brasil tem início basicamente no século XIX. O acesso das mulheres a esta modalidade de educação foi gradativo e diversificado. Somente na segunda metade do século XX é que se observou um aumento considerável da presença feminina nestas instituições. Todavia, a entrada por sexo nos cursos universitários tem sido diferenciada, caracterizada por uma tendência à existência de carreiras masculinas, como nas áreas de ciências exatas e tecnológicas, e de carreiras femininas, como nas ciências humanas e da saúde, por exemplo. Tais diferenças têm conduzido muitos pesquisadores e pesquisadoras a afirmar que existe uma guetização sexual das carreiras profissionais no ensino superior brasileiro. Assim, diante deste escopo teórico, este artigo discute, a partir de uma análise teórica e quantitativa, a entrada por sexo mediante exame de vestibular no curso de Sistema de Informação da Universidade Estadual de Montes Claros, no período 2003/2008. Palavras-chave: Gênero, Sexo, Mulheres, Homens, Ensino Superior. 1 Aluna Regular do Programa de Pós -Graduação em Desenvolvimento Social – PPGDS – Universidade Estadual de Montes Claros. Email: [email protected] . 2 Doutora em Educação pela Georg-August -Universität Göttingen. Professora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros. Email: [email protected] . 3 Doutora em Educação pela PUC/SP. Professora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros. Email: [email protected] . 1 Introdução O presente artigo baseia-se na compreensão de gênero enquanto categoria analítica uma vez que permite um entendimento amplo dos fenômenos sociais. Partimos da premissa de que as relações de gênero construídas ao longo da história das mulheres no Brasil se edificaram e se alicerçaram pautadas nas relações de poder entre os sexos. Sobretudo no que se atribui à concepção de divisão sexual do trabalho, onde tais relações estabeleceram e ainda estabelecem diferenças e determinam as chamadas carreiras femininas e masculinas. Neste artigo, propomos analisar e discutir sobre a presença de mulheres nas áreas de ciências e tecnologia. Em especial, a presença de mulheres no Curso de Sistema de Informação da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Este estudo se justifica por dois motivos: Primeiro, porque, no período de 2003 a 2008, o percentual de mulheres aprovadas neste curso variou entre 0 % a 40%, enquanto o percentual de homens aprovados ficou entre 60% a 95%, o que nos levou a constatar que a presença feminina nesta área de formação é inferior à masculina. Segundo, porque o curso de Sistema de Informação faz parte da área de conhecimento de Tecnologia da Informação, classificada como Ciências Exatas. Logo, nosso interesse em pesquisar as relações de gênero baseiam-se em compreender o processo da escolha e da entrada de mulheres neste campo profissional. Neste sentido, tomaremos como base para a elaboração deste estudo a procura por respostas às seguintes questões: O que estaria na origem das diferenciações ou da igualdade entre mulheres e homens na inserção na Universidade, em especial, com relação à Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes e o Curso de Sistema de Informação? O fato de este curso ser diurno, e não noturno, seria a causa da baixa presença de mulheres? Existiria uma guetização das carreiras em masculinas e femininas? Assim, temos como hipótese que a pouca procura feminina para Curso de Sistema de Informação está ligada a fatores culturais. Ou seja, acredita-se que as mulheres deveriam buscar profissões nas áreas de saúde e humanidades, voltadas para o cuidado e para a educação, enquanto que os homens se encaixariam nas áreas de exatas. Essa crença foi responsável, no contexto histórico brasileiro, pela entrada tardia e diferenciada das mulheres no ensino superior. Os procedimentos metodológicos para a realização do estudo proposto residem em duas dimensões articuladas entre si, a saber: pesquisa bibliográfica e análise de dados quantitativos. Estes dados foram coletados junto à Comissão Técnica de Concursos – COTEC, da Unimontes, órgão responsável pelos Processos Seletivos de Vestibulares, que foram realizados no período de 2003/2008. Neste sentido, a abordagem será uma análise quantitativa, uma vez que buscaremos “... organizar, sumarizar, caracterizar e interpretar os dados numéricos coletados”. (MARTINS; THEÓFILO, 2007, p.101). A pesquisa bibliográfica conduzirá todo o trabalho a ser desenvolvido neste estudo. Buscar-se-á identificar e compreender teorias e concepções trazidas por autores contemporâneos, através de livros, monografias, teses, dissertações, artigos, revistas entre outros, 2 cujo objetivo consistirá em adquirir os materiais bibliográficos, para constituição do referencial teórico indispensável à sequência das análises. Gênero e Sexo – Uma breve discussão A categoria gênero foi usada pela primeira vez por feministas inglesas com intuito de rejeitar um determinismo biológico implícito no uso dos termos sexo ou diferença sexual. Elas desejavam, afirma Scott (1995, p.72), realçar, por meio da linguagem “... o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo”. De acordo com Louro (2008, p. 21,22): Ao dirigir o foco para o caráter fundamentalmente social, não há, contudo, a pretensão de negar que o gênero se constitui com ou sobre corpos sexuados, ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada deliberadamente, a construção social e histórica produzida sobre as características biológicas. Dessa maneira, gênero, enquanto categoria analítica, deve ser compreendido além da explicação puramente biológica entre homens e mulheres. O conceito se fundamenta no âmbito das relações sociais onde os gêneros são construídos. (LOURO, 2008). Contudo, Casares (2008), ao estudar a antropologia do gênero, explica que ser mulher não é imprescindível nem determinante para incorporar uma perspectiva de gênero em uma pesquisa. Confirma, assim, a amplitude do conceito de gênero, uma vez que as representações de homens e mulheres são várias. Entretanto, o que pretendemos é esclarecer que sexo é uma variável enquanto gênero é uma categoria. Portanto, gênero deve ser pensado de modo plural, cujas concepções diferem entre as sociedades, os momentos históricos e principalmente no interior de uma determinada sociedade, quando se considera os “diversos grupos (étnicos, religiosos, raciais, de classe) que a constituem” (LOURO, 2008, p.23). Sendo assim, para Casares (2008, p.28): Tanto hombres como mujeres puedem y deben aplicar el enfoque de género a la investigación antropológica en lá búsqueda de la cientificidad; interpretar el sexo biológico como factor determinante para la investigación en el ámbito del género supondría, justamente, caer en el 1 mismo determinismo biológico que denuncian los estúdios de género . Não obstante, na abordagem deste artigo se aplica o enfoque do sexo biológico para avaliar a entrada de homens e mulheres no curso de Sistema de Informação da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. No entanto, acreditamos que não só em uma pesquisa antropológica, mas também em uma pesquisa histórico-social, como esta, a variável sexo não deve cair no mesmo determinismo biológico, conforme mencionado por Casares (2008). Sendo assim, avaliaremos a inserção por sexo, mas nossas discussões se pautaram nas relações entre gêneros, por corroborar que “a identidade de gênero vai-se construindo durante toda a vida. Na etapa adulta do processo de socialização, define-se por meio de distintas instituições e práticas sociais”. (CRUZ, 2002, p.124) 3 Uma análise da história da presença das mulheres no ensino superior brasileiro O contexto histórico brasileiro foi marcado por uma cultura patriarcal e conservadora, o direito para a mulher ter acesso ao ensino superior foi adquirido ainda no século XIX, precisamente, no dia 2 19 de Abril de 1879 , após o retorno dos Estados Unidos de duas jovens recém-formadas em Medicina. Pelos grandes centros urbanos 3 , daquele período também circulavam, através de periódicos, informações sobre o feminismo, reivindicando o ensino não diferenciado entre homens e 4 mulheres (primeira onda do feminismo) . Contudo, o ingresso de mulheres no ensino superior foi gradativo, limitado, diferenciado e marcado pela exclusão tanto social quanto econômica. (BLAY e CONCEIÇÃO, 1991; HAHNER, 2003; QUEIROZ, 2000). Queiroz (2000, p.2), ao pesquisar as mulheres no ensino superior na Bahia, nos Cursos de Medicina, Direito e Engenharia, notou que a presença feminina “era muito pouco expressiva para caracterizar o ensino superior como um espaço de livre trânsito das mulheres”. Para ela, a presença de mulheres no ensino superior teve “um avanço considerável” mediante a criação do curso de Filosofia, em 1942. Porém, adverte a autora, tal avanço se fez dentro de certos limites, ao passo que as características do curso reafirmavam estereótipos sobre a mulher, contribuindo para a divisão das carreiras por gênero. Dessa forma, era estabelecido de “modo tácito, que aos homens estariam destinadas as áreas de ‘valor social’ e possibilidades econômicas e às mulheres aquelas voltadas à preparação para o ensino secundário e à ‘cultura humanística’” (QUEIROZ, 2000, p.2,3). Uma observação parecida fez Trigo (1994), ao analisar a formação da Universidade de São Paulo, em 1934, tendo como epicentro a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, e detectar que a população estudantil mudou de forma significativa passando a ter na sua composição mulheres e filhos de imigrantes: “[...] foi o marco histórico da entrada das mulheres na universidade” (TRIGO, 1994, p.91). No entanto, salienta a autora, este fato ocorreu porque a classe média teve acesso à universidade e foi a principal responsável por essa alteração da posição feminina no campo social, “verificando-se, portanto, um entrelaçamento das categorias de gênero e classe”. (TRIGO, 1994, p.92). Após a segunda metade no século 20, com a crescente necessidade de recursos humanos para atividades estratégicas, como as ciências e o movimento de liberação feminina (2ª onda do 5 movimento feminista) , com a publicação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional, no final dos anos de 1960, aumentou a procura das mulheres por uma formação profissional, especialmente na universidade. Contudo, a partir da década de 1980, com a expansão de instituições de ensino superior tanto pública quanto privada, aconteceu o que Leta (2003) denominou de evolução do número de mulheres matriculadas no ensino superior. Para esta autora, “é evidente 4 a mudança na universidade brasileira no que diz respeito à frequência de mulheres: diferente de algumas poucas décadas atrás, elas hoje são a maioria em boa parte dos cursos de graduação do país”. (LETA, 2009, p. 274). Atualmente, segundo o Censo do Ensino Superior do Ministério da Educação, entre os anos de 1991 a 2005, do percentual de estudantes que concluíram os cursos de graduação presenciais no Brasil, 59,9% foram mulheres. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ao apresentar 6 a Síntese de Indicadores Sociais de 2007 , concluiu: As mulheres também estão à frente quando o assunto é ensino superior e a tendência é ao aumento da qualificação da parcela feminina da população brasileira. Em 1996, do conjunto das pessoas que frequentavam estabelecimentos de ensino superior, a proporção de mulheres era de 55,3%, passando para 57,5%, em 2006. Isto mostra que os homens estão perdendo espaço no processo de escolarização, pelo menos no que tange a taxa de escolarização superior. Por fim, pesquisas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP (2006) salientam que, nos últimos treze anos, o número de mulheres matriculadas em instituições de ensino superior cresceu 22% a mais que as 7 matrículas de homens . Carreiras Masculinas ou Carreiras Femininas? Para Cruz (2002, p.127), “todas as sociedades humanas têm algum tipo de divisão sexual do trabalho: decidem quais trabalhos os homens realizam e quais se situam dentro da órbita feminina”. Assim se moldaram as relações de gêneros no âmbito das profissões. Para tanto, depreendemos o termo profissão, neste contexto, conforme a definição de Pierre Bourdieu, ao tornar notável que “profissão é uma construção social, produto de todo um trabalho social de construção de um grupo e de uma representação dos grupos, que se insinuou docemente no mundo social”. (BOURDIEU, 2002, p.40). Contudo, percebemos tal construção no processo de inserção das mulheres no ensino superior brasileiro. Trigo (1994), por exemplo, sustenta que o ideário da Faculdade de Filosofia de São Paulo, durante a década de 1930, colaborou para que as famílias de classe média concordassem com o acesso de suas filhas ao ensino superior. Acreditavam que o ensino proposto naquela faculdade “não se visava a um encaminhamento para uma profissão considerada masculina; pelo contrário, seus ideais eram menos imediatistas e almejavam a divulgação de um saber desinteressado”. (TRIGO, 1994, p. 94). De acordo com estudos de Queiroz (2000), as chamadas “carreiras ‘femininas” foram definidas culturalmente como tipo de profissões mais “apropriadas” à mulher. Por isso, o crescimento da participação feminina na universidade não aconteceu de forma homogênea. O que sinalizou, segundo a autora, uma tendência à chamada “guetização” das mulheres em certas carreiras consideradas 5 8 “tipicamente femininas”. Assim, a autora corrobora com Rosemberg (1994) , ao explicar que: Apesar da igualdade de oportunidade no acesso e permanência de homens e mulheres no sistema de ensino brasileiro, (...) o sistema de ensino trata de forma diferenciada homens e mulheres, articulando-se ao princípio da divisão sexual do trabalho (ROSEMBERG, 1994 apud QUEIROZ, 2008, p. 4). Não obstante, a historiadora Louro (2008) argumenta que as mulheres foram historicamente guiadas, através de uma segregação social e política, para um processo de produção de sua invisibilidade como sujeito da Ciência. Porém, adverte que os discursos que caracterizaram a esfera do privado, o mundo doméstico como verdadeiro universo da mulher, estão gradativamente sendo rompidos por algumas mulheres, estudiosas feministas inclusive, que demonstram e denunciam “a ausência feminina nas ciências, nas letras, nas artes”. (LOURO, 2008, p.17). Dessa forma, nos dias atuais, com a presença feminina nas áreas de ciências e tecnologia, percebemos que cada vez mais as mulheres estão ocupando carreiras que até então eram prioritariamente ocupadas por homens. (LETA, 2009). No entanto, alerta Hirata (2004), a globalização se trata de uma obra coletiva, cujos atributos masculinos e femininos presentes nos círculos da vida política e social mudaram conjuntamente “as formas de desigualdade entre mulheres e homens”. (HIRATA, 2004, p.14). Para esta autora, as mulheres “têm menos acesso às novas tecnologias de informação e da comunicação, menos acesso à formação profissional e técnica, embora desfrutem mais da educação hoje que no passado”. (HIRATA, 2004, p.14). Logo, observamos que o termo carreiras masculinas esteve, ao longo da história, ligado ao espaço público e aos cargos de chefia, enquanto as carreiras femininas foram associadas às profissões ligadas ao espaço privado e aos cargos secundários (secretária, balconista...). Entretanto, os trabalhos desenvolvidos por pesquisadoras de gênero têm demonstrado, a partir de dados empíricos, certas mudanças e empenhos para mudar este contexto. (LOURO, 2008). Assim, concordamos com Bruschini, Lombardi e Unbehaum (2006, p.64) ao afirmarem que “a expansão da escolaridade e o ingresso nas universidades viabilizaram o acesso das mulheres a novas oportunidades de emprego e renda”. Curso de Sistema de Informação da Unimontes – Guetização sexual das carreiras na Universidade? A Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes está localizada na região do Norte de Minas Gerais. Sua origem está ligada a um sentimento regionalista que tinha “Montes Claros como eixo central de uma região extensa e distante dos grandes centros urbanos” (JARDIM, et al. 2002, p.17). A Unimontes, nos termos da lei, é uma universidade relativamente jovem, o seu caminho foi preparado pela FUNM (Fundação Norte Mineira de Ensino superior), grupo que integrava cinco 6 faculdades, hoje transformadas em centros. (MAIA e CORDEIRO, 2002). Assim como aconteceu com as faculdades da Bahia e de São Paulo, a antiga Faculdade de Filosofia - FAFIL foi pioneira para a formação de docentes para o município, chegando a apresentar, nos primeiros anos de sua fundação, na década de 1960, números de matrículas femininas superior aos números de matrículas masculinas. (ROTA JÚNIOR, 2009) Tabela 1 ANO 1964 1965 1966 H M H 1967 CURSO / SEXO M H M M HISTÓRIA 15 11 2 8 7 5 11 PEDAGOGIA 37 8 10 2 27 1 LETRAS 16 22 4 3 6 GEOGRAFIA 8 12 7 4 CIÊNCIAS SOCIAIS - - - MATEMÁTICA - - FILOSOFIA - TOTAL 76 1968 H M H 1 23 4 26 0 49 1 0 5 4 22 8 8 4 5 5 12 1 - - - - - 24 7 - - - - - - 15 46 - - - - - - - 0 10 53 23 17 48 10 47 10 145 77 Tabela 1: Distribuição dos candidatos, mulheres e homens, ingressantes na FAFIL/FUNM, entre 1964 e 1968. Fonte: ROTA JÚNIOR, César - A escola das meninas: reflexões acerca da feminização discente na Este fato ocorreu por diferentes motivos: primeiro, porque a criação da FAFIL esteve ligada ao objetivo de formar professores e professoras para a expansão do ensino secundário. Segundo, o interesse para fundar esta faculdade partiu de mulheres, que buscaram apoio da sociedade e da política local, como nos informam Maia e Cordeiro (2002, p. 51): A criação da Faculdade de Filosofia tinha como objetivo auxiliar na reestruturação dos cursos secundários, a fim de evitar a evasão escolar dos jovens do Norte de Minas, uma região com ensino precário, carente de professores habilitados, principalmente na área de humanas; a grande maioria de professores era leiga. Neste ano de 2010, a Unimontes possui 31 cursos de graduação, de caráter regular e participa de 9 vários programas considerados de integração institucional . Nosso universo de pesquisa é o curso de Sistema de Informação, situado no Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro 10 . Fizemos levantamentos dos concursos de vestibulares tradicionais, ocorridos nos anos de 2003 a 2008. Nesta modalidade de concurso, acontecem dois processos seletivos por ano, totalizando doze processos no final do período avaliado. Observamos que existiu uma diferença entre o número de homens e 7 mulheres aprovados (as) nestes processos, como mostra o gráfico a seguir: Gráfico 1 25 20 mulheres 15 homens 10 Total 5 0 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05 jul/05 jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 ju/08 Gráfico 1 - Candidatos (as) aprovados (as) nos Processos Seletivos ocorridos nos períodos de 2003 a 2008. Fonte: Comissão Técnica de Concursos – COTEC da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. O gráfico mostra que, no período de 2003 a 2008, nos 12 processos seletivos de vestibulares realizados pela Unimontes, as mulheres aprovadas para o curso de Sistema de Informação representaram uma escala de 0 a 10 do total de aprovados (as), enquanto os homens aprovados representam uma escala de 0 a 20. O que poderia estar implícito nestes processos de vestibulares que fizeram com o que o número de aprovados do sexo masculino fosse superior ao feminino? Poderíamos afirmar que existiu uma segregação entre mulheres e homens? Ou um processo de guetização das carreiras? Começamos por avaliar a quantidade exata de homens e mulheres aprovados no curso de Sistemas de Informação, como demonstra a tabela 2. Tabela 2 Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo H % 18 18 90% 90% H 17 19 % 85% 95% H 14 17 % 70% 85% H 20 16 % 100% 80% H 17 18 % 85% 90% H 12 16 % 60% 80% 2003 M 2 2 2004 M 3 1 2005 M 6 3 2006 M 4 2007 M 3 2 2008 M 8 4 % TOTAL 10% 10% 20 20 % 15% 5% TOTAL 20 20 % 30% 15% TOTAL 20 20 % 0% 20% TOTAL 20 20 % 15% 10% TOTAL 20 20 % 40% 20% TOTAL 20 20 8 Tabela 2: Distribuição dos(as) candidatos(as) aprovados(as), mulheres e homens, Curso 06 - Sistema de Informação no período de 2003 a 2005. Fonte: Comissão Técnica de Concursos – Cotec da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Assim, observamos que, nos anos de 2003, 2004, 2006, e 2007, o percentual de mulheres aprovadas permaneceu estável entre 0 % a 15% para com o percentual de homens aprovados, que ficou entre 85% a 95%. Somente nos anos de 2005 e 2008 é que notamos que o percentual de mulheres aprovadas subiu entre 15% a 40% em relação ao percentual de homens, que baixou para 60% a 85%. Mas, mesmo assim, o percentual de homens ainda continuou superior ao percentual de mulheres. De acordo com Hirata (2001), considerando o contexto atual, é possível compreender que as transformações tecnológicas e organizacionais sofreram impactos complexos e contraditórios sobre o trabalho, principalmente sobre o trabalho feminino, ocasionando o que alguns pesquisadores denominam de “transformação paradoxal do trabalho”. (HIRATA, 2001, p.145). Logo, pressupomos que a busca por cursos nas áreas tecnológicas, a partir da década de 1990, sofreram procuras consideráveis, mas de forma diferenciada para ambos os sexos. (HIRATA, 2001; CRUZ, 2002) Contudo, por que no caso do curso de Sistema de Informação da Unimontes o número de mulheres aprovadas é inferior ao número de homens aprovados? Uma das hipóteses de que partimos corrobora com a análise de Cruz (2002) sobre a socialização de gênero. Para a autora, no processo desse tipo de socialização, “desenvolve e reforça a aproximação do homem a processos tecnológicos (jogos de armar e desarmar, brinquedos com carrinhos etc.), enquanto as meninas são alijadas de tais práticas”. (CRUZ, 2002, p.128). Assim, depreendemos que esse alijamento poderia ser um dos motivos da baixa aprovação de mulheres em relação aos homens para o curso de Sistema de Informação. Ou essa baixa aprovação de mulheres estaria ligada a pouca procura pelo público feminino por este curso, como demonstra a tabela 3, a seguir? Tabela 3 Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo H 183 256 % 78,54% 77,34% H 248 181 % 81,31% 80,80% H 223 149 % 80,79% 77,20% H 181 124 % 78,69% 76,54% 2003 M 50 75 2004 M 57 43 2005 M 53 44 2006 M 49 38 % 21,45% 22,65% TOTAL 233 331 % 18,68% 19,19% TOTAL 305 224 % 19,20% 22,79% TOTAL 276 193 % 21,30% 23,45% TOTAL 230 162 9 Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo Ano Sexo 1º Processo Seletivo 2 º Processo Seletivo H 192 109 % 82,75% 78,41% H 193 136 % 79,09% 81,92% 2007 M 40 30 2008 M 51 30 % 17,24% 21,58 TOTAL 232 139 % 20,90% 18,07% TOTAL 244 166 Tabela 3: Distribuição dos(as) candidatos(as), mulheres e homens, ao Curso de Sistema de Informação no período de 2003 a 2008. Fonte: Comissão Técnica de Concursos – Cotec da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Observe que, nos anos de 2003 a 2008, o percentual de homens que prestaram exames de vestibulares por este curso variou entre 76,54% a 82,75%, enquanto o número de mulheres ficou entre 18,07% a 22,79%. Inclusive, nos anos de 2005 e 2008, quando o percentual de mulheres aprovadas oscilou entre 15% a 40%, o número de inscrições de mulheres para os processos seletivos continuou estável. Em 2005, nos dois processos seletivos, o percentual de candidatas ficou entre 19,20% a 22,79% para percentual de candidatos, que ficou entre 77,20% a 80,79%. Em 2008, o percentual de candidatas ficou entre 18,07% a 20.90% para o percentual de candidatos, que ficou entre 79,09% a 81,92%. As características deste curso, segundo a página eletrônica do Departamento de Ciências da Computação (2010), propõem: “formar profissionais capazes de planejar e gerenciar a estrutura do processamento de informações de empresas e órgãos, além de permitir a participação na pesquisa científica em todos os ramos” 11 . O campo de atuação aponta que: [...] o profissional está apto a atuar em desenvolvimento de projetos de sistemas computacionais em empresas públicas e privadas, grupos financeiros, empresas de consultoria, gerenciar centros de processamento de dados e centros de sistema de informações e 12 empresas de próprio empreendimento . Logo, observamos que a baixa procura de mulheres para este curso não está ligada às suas características ou ao seu campo de atuação. O curso de Sistema de Informação trata-se de um curso ligado à área das Ciências Exatas e Tecnológicas. A editora da Revista INFO Exame, Kátia Arima, (2009), fez um levantamento em algumas das principais instituições de ensino superior do Brasil, e constatou o seguinte: A situação é a mesma nas outras instituições de ensino. A participação de mulheres nas salas de aula é de 10% no curso de Engenharia de Computação no ITA, 10% em Ciência da Computação da Unesp de Bauru (SP) e 10% em Engenharia de Computação da Universidade Federal de Itajubá (MG). Nos cursos de treinamento técnico da Impacta Tecnologia, apenas 30% dos inscritos são mulheres. "Nos anos 80 chegamos a ter 50% de participação feminina, mas infelizmente o número de alunas tem diminuído. Nunca há mais de dez por turma", diz o professor Routo Terada, coordenador do curso de Ciência da Computação da USP, que oferece 50 vagas por turma. O fenômeno não se restringe ao Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 18% dos alunos de graduação de Computação e Ciências da Informação são mulheres, de acordo com o National Center for Women and Information 13 Technology (NCWIT) . Assim, “se cada lugar é, a seu modo, a reprodução de uma realidade que é global” (CRUZ, 2002, p.123) é possível constatar que o percentual de procura e aprovação de mulheres para o curso de 10 Sistema de Informação da Unimontes não se trata de um fenômeno isolado. Mas, a nosso ver, os motivos poderiam ser diversos, entre eles podemos citar, por exemplo: os estudos que relatam que “as escolhas das mulheres continuam a recair preferencialmente sobre áreas do conhecimento tradicionalmente femininas, como educação, saúde e bem-estar social, humanidades e artes” (BRUSCHINI; LOMBARDI; UNBEHAUM, 2006, p.70). Ou ainda, os estudos tomam base à difusão das inovações organizacionais e tecnológicas nos anos 80 e 90 no Brasil, argumentando que esta se deu “de forma desigual, afetando principalmente as grandes empresas do setor dinâmico e, no âmbito dessas, o contingente de trabalhadores qualificados do sexo masculino”. (CRUZ, 2002, p.132). Por fim, seria possível preconizar que a divisão sexual do trabalho está presente neste âmbito. De um lado, temos o perfil masculino, associado às profissões de raciocínios lógicos, enquanto do outro temos o perfil feminino associado às profissões com raciocínios subjetivos. (HIRATA, 2001; LETA, 2009; LOURO, 2008). Considerações Finais Ao analisar a presença feminina no curso de Sistema de Informação da Unimontes, verificamos que sua inserção ocorreu de forma diferenciada da inserção masculina. Todavia, embora ainda observássemos discussões acerca da divisão sexual do trabalho, que determinam as chamadas carreiras femininas e masculinas, percebemos que o número de mulheres vem crescendo em algumas áreas que até então eram ocupadas prioritariamente por homens. No contexto atual, devido a algumas mudanças ocorridas como a globalização, o crescimento das ciências e tecnologia, a necessidade crescente de mão-de-obra especializada, entre outros fatores, percebemos que existe sim uma transformação paradoxal do trabalho. Esta transformação, a nosso ver, contribuiu para mudanças significativas nas relações de gênero, inserindo cada vez a mulher no mercado de trabalho. Porém, ao fazermos a análise da presença de mulheres no Curso de Sistema de Informação da Unimontes, não notamos crescimento na procura do sexo feminino pelo referido curso. Acreditamos ser necessária uma pesquisa oral, de cunho qualitativo, com as mulheres que prestam vestibulares ou que já estão inseridas no curso para compreendermos os reais motivos da baixa presença feminina. Por ora, concordamos que as profissões tradicionalmente femininas (educação, saúde e bemestar social, humanidades e artes) são as responsáveis, neste estudo de caso, pela pouca demanda de mulheres. Enfim, a análise deste curso nos mostrou que ainda há muito a ser pesquisado sobre as relações de gênero no ensino superior. Portanto, entendemos que é preciso continuar a empenhar esforços no sentido de ampliar as análises e reflexões sobre os motivos que fazem certas carreiras serem classificadas como carreiras masculinas ou femininas. 11 Notas 1 Tanto homens como mulheres podem e devem aplicar o enfoque de gênero em uma pesquisa antropológica na pesquisa científica; interpretar o sexo biológico como um fator determinante para a investigação em matéria de gênero seria justamente cair no mesmo determinismo biológico que relataram estudos de gênero. (Tradução livre) 2 O acesso das mulheres no Ensino Superior foi adquirido no final do século 19, exatamente em 19 de abril de 1879, quando um Decreto de lei sancionado por D. Pedro II aprovou a lei que autorizou o ingresso das mulheres em tal modalidade. Para maior aprofundamento, ver: QUEIROZ, Delcele Mascarenhas. Mulheres no Ensino Superior no Brasil. Sitio http://www.anped.org.br/reunioes/23/textos/0301t.PDF. Acessado em 05/06/2009 às 17h40min. 3 Os principais centros urbanos do século XIX e XX eram as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo; para maiores detalhes, ver HAHNER, June Edith. Emancipação do Sexo Feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil - 1850-1940. Florianópolis, Ed. Mulheres; Santa Cruz do Sul / EDUNISC, 2003. 4 Conforme Pedro (2005), o movimento de mulheres, como movimento social evidente, viveu algumas fases. A “primeira onda” surgiu e se desenvolveu no final do século 19 e centrou-se nas reivindicações dos direitos políticos (direito ao voto), os direitos sociais e econômicos (trabalho remunerado, estudo, propriedade, herança). Já a “ segunda onda ” emergiu depois da Segunda Guerra Mundial, e priorizou as lutas pelo direito ao corpo, ao prazer, e contra o patriarcado – entendido como o poder dos homens na subordinação das mulheres. Para a autora “naquele momento, uma das palavras de ordem era: ‘o privado é político’” (PEDRO, 2005, p.79). Idem. Para maiores informações, acessar o endereço eletrônico: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhoje.html 7 Para maiores detalhes, ver Trajetória da Mulher Na Educação Brasileira - 1996-2003. Encontrado no endereço eletrônico: http://www.inep.gov.br/estatisticas/trajetoria_mulher/default.htm. Acessado 5/9/2009. 8 ROSEMBERG, Fúlvia. Educação e gênero no Brasil nos anos 80 (versão preliminar). Porto Alegre, 1994, (mimeo.) 9 A Universidade Estadual de Montes Claros é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, com sede e foro na cidade de Montes Claros, resultante da transformação da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior, de acordo com o parágrafo 3º, do artigo 82 do Ato das Disposições Consti tucionais Transitórias, da Constituição do Estado de Minas Gerais, de 21/09/1989, instituída pelo Decreto Estadual n.º 30.971, de 09/03/1990, é uma entidade autárquica estadual de regime especial, na forma da lei, reconhecida como Universidade pelo Parecer n.° 232/94, de 12/04/1994 do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais e pela Portaria n.° 1.116, de 21/07/1994, do Ministério da Educação e do Desporto, cuja organização administrativa é prevista nas Leis Estaduais n.ºs 11.517, de 13/07/1994, 11.660, de 02/12/1994, 12.154, de 21/05/1996 e 12.648, de 22/10/1997, com autonomia didático-científica, administrativa, financeira e disciplinar, se rege pelo presente Regimento Geral, por seu Estatuto aprovado pelo Decreto Estadual n.º 39.820 de 19/08/98 e pela legislação pertinente. Para maiores detalhes consultar http://www.unimontes.br/noticias.php?id=5088&menu=1. 10 Definição de Campus, de acordo com a Coordenadoria do Espaço Físico da Universidade de São Paulo, um campus é uma área institucional, voltada para a educação. Segundo o dicionário Aurélio, campus é o conjunto de edifícios e terrenos de uma Universidade. Assim, ao relatarmos que o Curso de Sistema de Informação da está situado no Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro - Vila Mauricéia - Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Caixa Postal 126 - CEP 39401-089 5 6 11 Explicação digitalizada na página eletrônica do Departamento de Ciências Sociais - endereço: http://www.dcc.unimontes.br/sistemasdeinformacao/ idem Reportagem: Procuram-se mulheres de TI! Produção - Kátia Arima, editora da revista INFO para Boletim eletrônico CARREIRA. Publicada na Quinta-feira, 30 de julho de 2009 - 17h41 – site http://info.abril.com.br/noticias/carreira/procuram-semulheres-de-ti-30072009-37.shl 12 13 Referências ARIMA, Kátia. Procuram-se mulheres de TI!. Revista INFO para Boletim eletrônico CARREIRA. Publicada na Quinta-feira, 30 de julho de 2009 - 17h41 – Disponível em: http://info.abril.com.br/noticias/carreira/procuram-se-mulheres-de-ti-30072009-37.shl acessado 27/01/2010 BRASIL, Ministério da Educação. Trajetória da Mulher na Educação Brasileira 1996-2003. Disponível em: http://www.inep.gov.br/estatisticas/trajetoria_mulher/default.htm. Acessado 5/9/2009. BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais. 2007. Disponível em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/mulher/mulherhoje.html acessado dia 15/01/2009. BLAY, Eva Alterman e CONCEIÇÃO, Rosana R. da. A mulher como tema nas disciplinas da USP. Cadernos de Pesquisa, n° 76, fev. p. 50-56, 1991. BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 6ª ed. 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