Priscila Mª Colombo da Luz (BIC/UCS) ; Edegar Fronza; Wilson Sampaio de Azevedo Filho; Alexandre Specht e Neiva M. de Barros A região Neotropical exibe a maior diversidade de Lepidoptera, contudo o grupo apresenta lacunas taxonômicas e poucas informações sobre a morfologia e/ou biologia das espécies inviabilizando avanços nas pesquisas básicas ou aplicadas. A subfamília Plusiinae (Noctuidae), com aproximadamente 400 espécies, apresenta larvas conhecidas como “falsasmedideiras”. O gênero Rachiplusia Hampson (1913) inclui quatro espécies sendo R. nu (Guenée, 1852) a única a ocorrer no Brasil. Trata-se de uma espécie polífaga que pode causar prejuízos econômicos em áreas agrícolas. Este trabalho teve como objetivo caracterizar morfologicamente a cápsula cefálica da larva de último instar de R. nu . Para a caracterização morfológica foram utilizadas 30 larvas de último instar, provenientes da criação do Laboratório de Controle de Pragas do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. Após a retirada da cápsula cefálica dos espécimes foi realizada a descrição morfológica, incluindo a quetotaxia da mesma em comparação com o mapa setal de Hinton (1946) atualizado posteriormente por Stehr (1987). As ilustrações foram confeccionadas com o auxílio de microscópio estereoscópico equipado com câmara clara. MD3 MD3 1 MD2 2 MD2 MD1 MD1 P2 Fiandeira P2 AF2 L1 P1 L1 P1 AF1 A3 F1 Fa 3 AF2 S2 Palpo maxilar S2 A2 S3 A1 A2 AF1 S3 A1 F1 S1 an2 A1 C1 M1 an3 A3 Região Proximolateral C2 C2 S1 6 La1 M2 M3 La2 4 an1 5 Figs. R. nu 1) cápsula cefálica, vista frontal; 2) vista lateral; 3) Labro, vista externa; 4) Mandíbula direita, vista interna; 5) Antena e 6) Complexo Hipofaringeano. A cápsula apresenta pigmentação em padrões circulares de colaração marrom nas áreas oculares, onde estão presentes seis ocelos dispostos de maneira curvada; a sutura adfrontal é larga sendo conspícua e elevada até a sutura epicranial (Fig. 1). Verificou-se a presença das setas A1, A2 e A3, bem como P1 e P2 localizadas no epicrânio (Figs. 1-2). Próximos aos ocelos estão presentes as setas S1, S2 e S3. Também foram localizadas a seta lateral L1 e as setas médio-dorsais MD1, MD2 e MD3 (Figs. 1-2) não descritas por outros autores no modelo de Heinrich (1916). O labro é bilobado possuindo 10 cerdas na parte externa (Fig. 3), a mandíbula apresenta seis cúspides bem definidas na região superior (Fig. 4), o complexo hipofaringeano (Fig.6) apresenta duas linhas de espinhos agudos e evidentes variando entre 20-26 na região proximolateral e uma forte esclerotinização circular na região distal, a fiandeira tem formato cônico com a presença das setas stipular na base. Os dados morfológicos obtidos representam uma importante ferramenta no reconhecimento e diferenciação das larvas de R. nu que, geralmente, são confundidas com as de outras espécies em culturas como algodão, feijão, soja e hortaliças. ANGULO, A.O.; OLIVARES, T.; WEIGER G.T.H. (2008). Estados inmaduros de Lepidópteros Nóctuidos de importancia agrícola y forestal en Chile y claves para su identificación (Lepidoptera: Noctuidae).Universidad de Concepción: Concepción. 3 ed. 154p BARBUT, J. (2008) Révision du genre Rachiplusia (Hampson, 1913) (Lepidoptera, Noctuidae, Plusiinae). Bulletin de la Société entomologique de France, v.113, n.4, p.445-452 DIAS, M. M. (2006). Lepidoptera, 175–204. In: Cleide Costa; Sérgio Ide; Carlos Estevão Simonka. (Eds.). Insetos Imaturos. Metamorfose e Identificação. 1ª. Ed. Ribeirão Preto, Editora Holos, 249 p. HINTON, H.E. (1946). On the homology and nomenclature of the setae of lepidopterous larvae, with some notes on the phylogeny of the Lepidoptera. Transactions of the Royal Entomological Society of London, pp.1-37. STEHR, F. W. (1987). Order Lepidoptera. p. 288–596. In: F.W. Stehr (Ed.).Immature Insects. Duboque, Kendall Hunt, 754 p.