O Projecto TOAP/Guimarães Jazz Colectivo é um espaço de recriação e de compromisso entre músicos,
uma plataforma de diálogo ancorada em valores que retomam a ideia de cumplicidade, “de fazer em
conjunto” e em colectivo, numa fórmula não impositiva nem direccionada a partir de objectivos e metas artísticas pré-definidas. Deseja-se construir um lugar onde se recupere um sentido de “utilidade”
(contribuir com qualquer coisa de útil para os outros) e que seja um laboratório de experimentação de
soluções sonoras. Quer-se evitar a produção de mais ruído retórico sobre o actual conceito de “novo”,
impedindo-se o aparecimento de mais erros de sobrecodificação numa realidade com excesso de ideias
musicais, impostas unilateralmente. Baseado num princípio de acordo com vantagens mútuas, o
projecto TOAP /Guimarães Jazz, apoiado no trabalho dos músicos, oferece a todos os que se interessam
pelo jazz, alguma coisa em troca. Através do resultado artístico situado numa diferente latitude de
liberdade, este modelo propicia o aparecimento de uma narrativa muito mais partilhada, permitindo
o aproveitamento do valor da experiência acumulada ao longo do tempo. Ivo Martins
The TOAP Project /Guimarães Jazz Collective is a space reserved for musicians, one of re-creation and
commitment, a platform for dialogue anchored in values which take up the idea of fellowship and of
“doing things together” as a collective whole, where no one feels imposed upon by anyone or guided
by predefined artistic goals or end-points. Our desire is to construct a space where a feeling of “utility”
(the notion of contributing something useful to others) can be had and which serves as a laboratory for
experimenting with ideas in sound. We wish to avoid the production of more rhetorical noise on the
current concept of “new,” and in doing so, we are preventing errors of over-codification from appearing
in a reality with an excess of unilaterally imposed musical ideas. Based on a principle of cooperation
for mutual advantage, the TOAP Project /Guimarães Jazz, supported by the hard work of the artists,
offers something in exchange to all those interested in jazz. With the artistic results we have achieved
in this area free of constraints, we endorse this model which offers a much more shared narrative and
allows all those involved to acknowledge the value of a person’s accumulated life experience and to
reap the greatest benefits. Ivo Martins
Um dos pontos que achei mais estimulante no conceito inicial do projecto TOAP Colectivo foi a possibilidade de, como músico, mas também como ouvinte de música poder observar o resultado da junção de
músicos que usualmente não se encontrariam no mesmo palco. O que aconteceria? Será que a Música
se elevaria e a soma das partes assumia uma autoridade que anularia preconceitos sobre os elementos
individuais, ou será que as peças não se encaixariam, e os músicos, por mais talentosos individualmente, não se misturariam como água e azeite? Ao longo das várias edições do projecto pude assistir, assim
como o público do festival Guimarães Jazz, à forma como os diferentes músicos se moldaram uns aos
outros, aos conceitos uns dos outros, e à música uns dos outros de forma surpreendente, não fora o facto
de à priori, intimamente já saber que o fariam. Já o sabia porque a história da Música nos demonstra
inúmeras vezes que quando o propósito de um grande músico é fazer música altruisticamente, e sem
preconceitos, a Música lhe responde, e assim se manifesta com leveza e profundidade. O quarto volume
deste projecto é, na minha opinião um exemplo magnífico desta realidade. Quatro músicos absolutamente excepcionais, cada um com uma fortíssima personalidade e originalidade, fundem-se num só
grupo que os une e transporta até nós, ouvintes, aquilo que a Música lhes disse, e não só aquilo que cada
um deles diria. André Fernandes
One of the most exciting aspects which I found in the initial concept of the TOAP Collective Project,
as a musician as well as a listener of the music, was the chance to see the result of a performance on
stage of musicians who would ordinarily not meet under normal circumstances. What might happen?
Is it possible that the music would take hold of them and that the sum of the parts would be the overriding power to cancel out any preconceived notions about the individual elements, or rather, would
the pieces fail to fit together with the musicians, as talented as they may well be, mixing like the
proverbial oil and water? During the various performances of the Project which I was able to attend,
I noted, just as the Guimarães Jazz audiences did, that the surprising way which the different musicians molded onto each other, each other’s concepts and each other’s music was not, a priori, due to
the fact that they knew what they were going to do. I suspected as much because the history of music
shows us countless instances of when a musician performs altruistically and without preconceived
notions, the music responds to him and manifests itself with lightness and depth. The fourth volume
of this Project is, in my opinion, a magnificent example of this reality: four absolutely exceptional
musicians, each one with extremely strong personality and originality blending into a group which
comes together and offers us, the listener, with what the music is telling them, not what each one of
them would say about the music. André Fernandes
OHAD TALMOR • SAXOFONE TENOR (TENOR SAX)
BERNARDO SASSETTI • PIANO
DEMIAN CABAUD • CONTRABAIXO (DOUBLEBASS)
DAN WEISS • BATERIA (DRUMS)
1 • MAGIC DOORS •
J.BAGGOT, G.P. BARROW, B.GIBBONS •
ARRANJO BERNARDO SASSETTI • 14.50
2 • BELA •
DAN WEISS • 5.34
3 • CASA DE MADEIRA BRANCA •
DEMIAN CABAUD • 10.47
4 • TABLA SUITE •
OHAD TALMOR • 19.10
5 • OLIVE TREE POLEN •
DEMIAN CABAUD • 9.14
6 • WHAT DO YOU WANT TO BE WHEN YOU GROW UP? •
DAN WEISS • 5.06
Produced by André Fernandes and Ivo Martins • Executive Production by TOAP and GuimarãesJazz •
Live concert recorded November 15 2009 by Luis Miguel • Mixed and Mastered by André Fernandes at Timbuktu Studio
TOAP/OJM039
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1 • magic doors • j.baggot, gp barrow, b.gibbons