História DO MEU C A B E L O anasofiacorreia.com Nasci no dia 30 de Janeiro às 8h30 na maternidade Alfredo da Costa. De cabelo preto, forte e de franja aos bicos. Conta a minha mãe que estava na maternidade uma cabeleireira que tinha dado à luz um menino, e que ela estava apaixonada pelo meu cabelo e não me largava. Ao fim de um mês o meu cabelo estava muito mais claro e já tinha crescido bastante. Com um ano o cabelo era bem forte e crescia a olhos vistos. Por volta dos 5 anos era muito, castanho claro e pelos ombros. Aos 7 anos e na sequência de mudanças o fio do meu cabelo tornou-se mais liso e menos maleável. Na minha menarca a 9 de Agosto de 1994, lua nova o meu cabelo estáva comprido e era mais que muito. Senti-me no momento da minha menarca diferente, mulher, poderosa com uma forma de andar diferente, embora não soubesse o que fazer com aquele poder todo. Lembro-me na altura de se usar molas a apanhar o cabelo e no meu caso não ser possível pois precisaria de umas 3 molas, tal a quantidade de fio de cabelo que tinha. Aos 13 sentia-me diferente, a minha roupa mudou e pela primeira vez corto o cabelo curto. O meu primeiro e único irmão tão desejado tinha nascido e tinha sete meses. claro com alguns brancos. O cabelo cresceu e aos 14 anos fui novamente corta-lo, mas aqui a ideia era dar corte para deixar crescer. A Cabeleireira cortou-me com um corte à tigela e quando terminou as lágrimas corriam-me pelo rosto. Senti-me violentada, não queria acreditar. Foi um processo difícil mas como todos passou. Aos 15 anos o meu cabelo já estava pelos ombros liso com jeitos e ai comecei a pinta-lo de preto. A meio dos 16 anos com um relacionamento de um ano, sinto novamente vontade de me voltar para mim e corto novamente o cabelo curto, mas deixo uma ponta comprida. Quase uma ligação ligação a ele apesar do processo ser comigo. No fim da relação corto a ponta e o cabelo começa a crescer. No fim dos 17 anos começo um novo relacionamento e a história repetisse. No final dos 21 começa o meu processo de descoberta, de despertar, de ganhar consciência, aí corto a franja muito curta como ainda hoje uso. Desde essa idade o meu cabelo já esteve enorme, curto, grande de um lado curto do outro. A franja essa com muitas variações mas sempre muito curta. Acho que ela me lembra do processo que iniciei aos 21 anos. Leva-me para dentro, faz-me continuar. O meu cabelo mudou muito desde aí, ficou mais encaracolado, mais claro com alguns brancos. A história do meu cabelo é muito importante para mim, lembra-me o que vivi e o quanto cresci. Uso-o como uma ferramenta que me mostra a cada momento o que se passa dentro de mim e que utilizo em conjunto com outras ferramentas como o caso das luas e dos ciclos menstruais. Ana Sofia Correia, Cabeleireira Holística