I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO - QUÍMICA E SENSORIAL DE LINGUIÇAS FRESCAIS DE CARNE DE FRANGO SABORIZADA COM PEQUI SOARES, Jackeline Cintra (Estudante IC)1; MINAFRA, Cibele Silva (Orientador)1; VIANA, Letícia Fleury (Colaborador)2; SILVA, Marco Antônio Pereira(Colaborador)2; GUIMARÃES,Kátia Cylene (Colaborador)2; VACCARI, Isabel Cristina Mores(Colaborador)2. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Câmpus Rio Verde - GO. [email protected]; 2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Câmpus Rio Verde - GO. RESUMO: Dentre os produtos à base de frango mais comercializados está à linguiça, produto cárneo industrializado. O pequi por ser cultivado em todo o cerrado brasileiro e por possuir vantagens nutricionais pode ser um ótimo aditivo na preparação de linguiças frescais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a caracterização físico-química e sensorial de linguiças frescais de carne de frango saborizada com níveis crescentes de pequi. A caracterização sensorial não foi influenciada com níveis de pequi, podendo-se acrescentar até 7,5%, já a análise físico química foi alterada para proteína bruta, sendo grupo sem pequi foi menor valor de 37,96% e para extrato etéreo em que maiores níveis de pequi de 5 e 7,5% apresentaram valores superiores de 11 e 16%, respectivamente e estão de acordo com o regulamento técnico de Identidade e Qualidade de Linguiça, Anexo III da Instrução Normativa nº 4, de 31 de março de 2000, que as características físico-químicas das linguiças frescais deve ser:gordura (máx): 30%; proteína (mín): 12%, sendo o pequi um alimento com alto valor nutricional energético. Palavras-chave adicionais: carne de frango, linguiça frescal, pequi. INTRODUÇÃO O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, atingindo 9.353,7 mil toneladas em 2006, ficando atrás dos EUA com produção de 16.162 e da China com 10.350 mil toneladas (AVISITE, 2007; ABEF, 2007). Segundo a legislação, linguiça "é o produto cárneo industrializado obtido de carnes de animais de açougue, adicionado ou não de tecidos adiposos, ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial e submetido ao processo tecnológico adequado" (BRASIL,2000). A linguiça do tipo frescal destaca-se dentre os produtos cárneos embutidos por sua aceitação e comercialização. O processo de produção utiliza carnes de animais de açougue, adicionadas ou não de tecidos adiposos, e o processamento pode ocorrer em estabelecimentos de micro, pequeno, médio e grande porte. Ao processo, agregam-se aditivos utilizados para melhorar as características sensoriais do produto. O pequi por ser cultivado em todo o cerrado brasileiro e por possuir vantagens nutricionais pode ser um ótimo aditivo na preparação de linguiças frescais. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a caracterização físico-química e sensorial de linguiças frescais de carne de frango saborizada com níveis crescentes de pequi. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Produtos de Origem Animal e laboratório de análise sensorial do Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, GO. As carnes de frango foram adquiridas através do 1 I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. abate de aves do Setor de Avicultura do Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, GO. Foram realizados quatro tratamentos para a produção de linguiças frescais saborizadas com pequi. Os tratamentos foram: Tratamento 1 (T1): Controle – sem pequi; Tratamento 2 (T2): 2,5 % de pequi adicionado a linguiça frescal; Tratamento 3 (T3): 5% de pequi adicionado a linguiça frescal; Tratamento 4 (T4): 7,5% de pequi adicionado a linguiça frescal. Na análise sensorial foram utilizados 42 provadores para julgar o grau de gostar ou de desgostar do produto. As amostras foram codificadas com três dígitos e aleatorizadas, foram apresentadas aos provadores para avaliar o quanto gosta ou desgosta das linguiças frescais saborizadas com pequi através da escala hedônica facial. Os dados coletados foram avaliados estatisticamente pela análise de variância multivariada, ANOVA. Foram realizados análises de matéria seca, proteína, cinzas, extrato etéreo e matéria mineral. As análises foram realizadas segundo AOAC (HORWITZ, 2005). A análise estatística foi realizada pelo programa estatístico SAEG (Versão 9.5), de acordo com a UFV (2007), sendo as médias avaliadas pela análise de variância multivariada, ANOVA. RESULTADO E DISCUSSÃO Os resultados obtidos da análise sensorial de linguiças frescais de carne de frango saborizadas com pequi a 0, 2,5, 5 e 7,5% estão apresentadas na tabela abaixo, tabela 1. Tabela 1:Médias da análise sensorial Níveis de Pequi Médias 0 4,19 2,5 4,33 5 3,98 7,5 4,07 Valor de F 1,97 Valor de F tabelado 2,76 Sendo F calculado foi maior que o F encontrado, não houve nível de significância, ou seja, com os níveis de 0 a 7,5% de pequi adicionados nas linguiças de frango, os julgadores não sentiram a diferença de sabor entre os tratamentos. Os resultados obtidos nas análises físico químicas estão apresentados na tabela abaixo, tabela 2. Houve diferença significativa em relação à proteína (prot) e extrato etéreo (ee), já em relação à matéria seca (ms), cinza (cinz) e matéria mineral (mm) não houveram diferença significativa. Tabela 2. Médias encontradas nas análises físico química. Níveis de pequi 0 MS PRO CINZ EE MM 44,45 37,9b 2,86 11.65b 2,53 2,5 41,13 45,72a 2,69 11.59b 2,43 5,0 43,68 44,25a 2,63 11.79ab 2,52 7,5 42,22 45,63a 2,71 16.25a 2,52 CV 4,55 1.95 5.79 8.632 2.012 Valor de P 0,43 0.00 >0,05 0.032 0.267 Médias acompanhadas de letras diferentes, na mesma coluna, apresentam diferença significativa (p <0,05) pelo teste de Tukey. De acordo com Cavalheiro. et. al, 2011, que trabalhou com embutido curado fermentado com adição de carne de avestruz associada à de suíno, notou-se que os valores de umidade total após a fabricação das peças ficaram entre 28,99 e 32,34%, havendo diferença significativa.Para os valores de proteína, não foi encontrada diferença significativa entre os tratamentos 19,08% e 38,34% de carne de avestruz.Já em relação ao teor de gordura foram estatisticamente diferentes (P<0,05) entre o tratamento controle e o tratamento 1 e revelaram médias entre 34,14 e 36,72%. Esses valores não se enquadram na legislação, que permite, no máximo, teor de 32% de gordura (BRASIL, 2000). A análise das médias de cinzas evidenciou que estatisticamente não houve diferenças significativas, e os resultados variaram entre 5,38 e 5,57%, e a maior quantidade foi encontrada no tratamento com maior teor de carne de avestruz. 2 I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. CONCLUSÃO A caracterização sensorial não foi influenciada com níveis de pequi, podendo ser acrescido até 7,5%. Nas análises físico química foram alteradas para proteína bruta, sendo grupo sem pequi foi menor valor de 37,96% e para extrato etéreo em que maiores níveis de pequi de 5 e 7,5% apresentaram valores superiores de 11 e 16%, respectivamente, sendo o pequi um alimento com alto valor nutricional energético Portanto os valores obtidos nas análises físico química em linguiças frescais de carne de frango saborizada com pequi estão de acordo Legislação da Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Linguiça, Anexo III da Instrução Normativa no 4, de 31 de março de 2000, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em que as características físico químicas das linguiças frescais devem ser: Umidade (máx): 70%; Gordura (máx): 30%; Proteína (mín): 12%; Cálcio (base seca) (máx): 0,1%. AGRADECIMENTOS Ao PIBIC/CNPq – agência financiadora. AVISITE. AviSite Estatísticas e Preços. Disponível em <http://www.avisite.com.br/economia/estatistica.a sp?acao=carnefrango/>. Acesso em: 24 junho.2012 BRASIL. Instrução Normativa n.4, de 31 de março de 2000. Aprova os regulamentos técnicos de identidade e qualidade de carne mecanicamente separada, de mortadela, de linguiça e de salsicha. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p.6, 05 abr. 2000. Seção 1. CAVALHEIRO, C.P. et al. Características físicoquímicas de embutido curado fermentado com adição de carne de avestruz associada à de suíno, . Ciencia Rural, v.40, n.2, p.447-452,2011. HORWITZ, W. ed. Official methods of analysis of Association of Official Analytical Chemists, 18th ed., Gaithersburg, Maryland, AOAC International, 2005. SAEG Sistema para Análises Estatísticas, Versão 9.1: Fundação Arthur Bernardes - UFV - Viçosa, 2007. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEF. Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango. Disponível em <http://www.abef.com.br/Estatisticas/MercadoM undial/MercadoMundial.asp/>. Acesso em: 24 junho.2012. 3