Estou precisando de ajuda, da Tua mão que me conduza à compreensão daquilo que não estou podendo entender, pois contraria tudo o que me foi ensinado: que devíamos ser bons, generosos, e complacentes; amar a todos, indistintamente, e buscar, em cada um, a Tua presença, já que, para Ti, todos somos irmãos, e em todos os Teus filhos Tu estás. Aprendi também que deveríamos oferecer a outra face e perdoar aqueles que nos fazem mal; mas para isto, preciso que me indiques um lenitivo, qualquer que seja, para aplicar na face esquerda, tão inchada das pancadas recebidas, que mal posso mover o pescoço para oferecer a face direita, a fim de que me batam mais. Me ajuda a amar a todos neste mundo que se corrói no desamor. Como posso perdoar meus desafetos se não escolhi chamá-los de desafetos? Se até ontem os tinha como amigos e por eles eu sentia amor? E me explica o que faço com este amor que me é devolvido, de repente e que sou obrigada a implodir, assim, contra minha vontade? Estou com medo, Pai! Medo da tristeza que me invade a cada máscara que caí, a cada vez que Te procuro naqueles em quem confiava e não Te encontro mais lá. Me ajuda, Pai! Que eu possa Te encontrar também nos que me machucaram, e por eles sentir compaixão, ao invés de permanecer, aqui, sentindo apenas pena de mim. Mas se Tu julgares que não tenho que entender, nem compreender coisa nenhuma, e apenas perdoar, sem nada questionar; então permite que o perdão liberte não apenas os que me feriram, mas também meu coração, livrando-o dessas mágoas. E, for favor, não deixa, em nenhum momento, que a desilusão me tire a fé nos meus semelhantes. Pois se eu me tornar descrente como às vezes sinto que estou, a vida não vai ter nenhum significado. Sou infeliz, quando não posso amar! Texto: autor desconhecido Musica: Why worry- Dire Straits Ilustração: Ana Delia http://br.groups.yahoo.com/group/gruporosamistica2 / www.recados.aarao.nom.br/