Fantástico - Todos os programas - NOTÍCIAS - Lei Maria da Penha: delegacias não orientam mulheres notícias Globo.com esportes vídeos no Fantástico entretenimento central assine a todos os globo.com globo.com sites buscar no Fantástico ok denuncie | fale conosco | newsletter 18/07/2010 Compartilhar últimas edições 4 5 T Q 6 7 A+ publicidade Dez mulheres morrem, todos os dias, vítimas da violência. O Fantástico quer saber: por que a lei criada para protegê-las não consegue evitar tragédias como a de Eliza Samudio? jul 2010 S A- Lei Maria da Penha: delegacias não orientam mulheres 18/Jul D Tamanho da letra Q S S 1 2 3 8 9 10 JUSTIÇA Outubro de 2009 - com base na Lei Maria da Penha, a delegacia de atendimento à mulher pede à Justiça que o goleiro Bruno seja mantido longe de Eliza Samudio. "Ele pegou e falou: se eu te matar e te deixar em qualquer lugar não vão descobrir que fui eu", disse Eliza na época. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 programa na TV Primeira Página Últimas Edições Quadros Anjo da guarda Detetive Virtual Me Leva Brasil Menina Fantástica 2010 O Curioso O conciliador Pacato Cidadão Repórter por um dia « dê sua nota No começo desta semana, a juíza Ana Paula de Freitas explicou por que negou o pedido de proteção: “Tem que ter esta condição específica de uma relação íntima de afeto duradoura com o agressor. A declaração dela na delegacia foi que ela apenas ficou com ele. Mais adiante, ela esclarece que se resumiu a um encontro onde eles tiveram relações sexuais. Isso não se enquadra na Lei Maria da Penha”. Mas no documento, Eliza relata seis encontros com Bruno. Afirma ainda que os dois se falavam por telefone diariamente. Veja tudo sobre Copa 2010 Moda Daí a polêmica: a Lei Maria da Penha protege mulheres em relacionamentos eventuais? “A Lei Maria da Penha é uma lei bastante ampla, então são protegidos relacionamentos estáveis, relacionamentos eventuais”, explica a defensora pública do Núcleo da Mulher (SP) Carolina Bega. Música Saúde Grandes entrevistas Redação Newsletter Fale Conosco Envie seu Video rss No dia em que Eliza procurou a delegacia, estima-se que dez mulheres tenham sido assassinadas no Brasil. Esta é a média diária de mortes provocadas pela violência contra elas no país. Como Eliza, muitas procuram ajuda. Mas nem sempre conseguem. Confira os casos apresentados por Max Gehringer » Onde encontrar conciliação 30 ANOS ATRÁS Estrelas da » Visite o música e da TV blog homenageiam Vinicius ENIGMAS DA WEB “Eu pensei seriamente em desistir de tudo. Falei poxa vida, se eu cheguei neste ponto, está vendo minha situação, estou explicando, parece que não estão acreditando, não estão levando a sério”, conta uma vítima. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1607415-15605,00-LEI+MARIA+DA+PENHA+DELEGACIAS+NAO+ORIENTAM+MULHERES.html[19/07/2010 11:43:29] Fantástico - Todos os programas - NOTÍCIAS - Lei Maria da Penha: delegacias não orientam mulheres Canal F Blogs TELEJORNAIS Bom Dia Brasil Jornal Hoje Jornal Nacional Jornal da Globo Brasileiros Globo Mar Globo Repórter Globo Rural Profissão Repórter Pequenas Empresas DFTV RJTV SPTV Globo News todos os sites da globo.com O Fantástico gravou algumas imagens em delegacias de mulheres, e nós trouxemos o material para a defensoria pública. A defensora pública Carolina Bega vai analisar o atendimento que estas mulheres receberam na delegacia. “Ela simplesmente falou para orar porque não adianta, porque nenhum boletim de ocorrência vai me proteger. Para orar por ele. Ela não falou da questão da representação, nem o que significa”, aponta uma mulher. Veja os mistérios desvendados pelo Detetive Virtual » Envie sua sugestão Representar significa pedir para que o agressor seja investigado e só assim, punido. Sem a representação, o boletim de ocorrência é arquivado depois de seis meses. “Há esta falta de explicação para a mulher do que significa representação, porque quando você não representa aquele boletim de ocorrência, ele não vai adiante”, destaca a defensora pública do Núcleo da Mulher (SP) Carolina Bega. E mais: a mulher não precisa voltar à delegacia. “Quando ela vai lavrar o boletim de ocorrência, já pode dizer que quer representar naquele ato”, explica a defensora. A coordenadora das delegacias de defesa da mulher de São Paulo, Márcia Salgado, admite a falha: “Estamos nos reunindo para tentar propor que no nosso sistema de registros de ocorrência seja inserida uma forma de traduzir isto para a vítima” Uma mulher conta que está sendo perseguida pelo ex-namorado: “A delegada não queria abrir o boletim de ocorrência. Ela falou que não teve fato”. “Isso é muito comum dentro das delegacias. Ela acaba sendo discriminada ou abusada psicologicamente pela segunda vez”, comenta a representante no Brasil do Fundo das Nações Unidas para a Mulher Rebecca Reichmann Tavares. “Parece simplesmente absurdo que uma delegada diga que não tem o que fazer. Nós estamos voltando aos primórdios. Se não tem sangue, não tem crime”, aponta a delegada Márcia Salgado. A defensora analisa outro caso. “Se ele retornar à minha casa, ele vai ser preso”, conta uma mulher. “Esta medida de retirada do agressor do lar, separação de corpos também é uma medida protetiva prevista. Você percebe que ela foi muito bem orientada”, diz a defensora pública Carolina Bega. Em Belo Horizonte, a cabeleireira Maria Islaine também foi orientada corretamente. Denunciou o ex-marido, conseguiu a proteção da lei, mas não teve a real dimensão do perigo. Um erro comum, segundo especialistas. “Muitas vezes ela vai te trazer um fato que é extremamente ameaçador, perigoso para a integridade dela, e você não tem muito tempo para pensar, tem que ter uma rapidez de raciocínio e ser rápido na atuação”, explica a psicóloga da Unifesp Ana Paula Mallet Lima. O advogado de Maria Islaine pediu uma atitude rápida da Justiça. Avisou três vezes que o agressor descumpriu os limites de distância impostos pela Lei Maria da Penha. Não foi atendido com a urgência necessária. Em janeiro deste ano, as câmeras de segurança do salão de beleza registraram a execução da cabeleireira. “A Lei Maria da Penha é uma das leis mais avançadas no mundo inteiro sobre a questão da violência contra a mulher. Mas não está sendo cumprida da forma que deveria ser cumprida, em grande parte por falta de experiência e conhecimento dos aparatos de segurança pública”, conclui a representante no Brasil do Fundo das Nações Unidas para a Mulher Rebecca Reichmann Tavares. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1607415-15605,00-LEI+MARIA+DA+PENHA+DELEGACIAS+NAO+ORIENTAM+MULHERES.html[19/07/2010 11:43:29]