COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS
1º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013
Professor (a): Carlos Roberto
1ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA DE LITERATURA
ROTEIRO DE ESTUDO - GABARITO
Estudante: __________________________________ Turma: ____ Data: ___/___/____
________________________________________________________________________
1. Marque a alternativa CORRETA em que os fragmentos representam, respectivamente, os gêneros literários:
Fragmento de Texto 1
MARIA (falando baixo, entre risos) – Pronto, lá se foi o sapato... Enterrei o pé na lama...
TIÃO – Olha só como tá meu linho! (Passa a mão pela roupa, risonho. Para fora) Ei, Juvêncio! Tocando na chuva
estraga a viola! (Pausa. O violão afasta-se.) É um maluco... tocando na chuva.
MARIA – Fala baixo, tu acorda o pessoá!
Guarnieri, Gianfrancesco. Eles não usam black-tie.
Fragmento de Texto 2
abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri
antigamente eu era eterno
LEMINSKI, Paulo. Distraídos venceremos.
Fragmento de Texto 3
Seu Chico Brabo era solteiro, de meia-idade, grosso, baixo, na cara balofa e amarelenta uma barba ruiva, olhos
miúdos e de porco. Não me lembro de tê-lo visto nas cavaqueiras de proprietários e negociantes, que, depois do
vigário e do juiz, formavam a aristocracia do lugar e marcavam a distinção usando capotes e cachê-nez de lã no
inverno.
RAMOS, Graciliano. Infância.
a) Dramático, Lírico, Dramático.
b) Lírico, Dramático, Épico ou Narrativo.
c) Épico ou Narrativo, Dramático, Lírico.
d) Épico ou Narrativo, Lírico, Dramático.
e) Dramático, Lírico, Épico ou Narrativo.
2. Do poema de Vinicius de Moraes, é INCORRETO afirmar que
Soneto de separação
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
De repente, não mais que de repente
E das bocas unidas fez-se a espuma
Fez-se de triste o que se fez amante
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
E de sozinho o que se fez contente.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
a) apresenta, entre os procedimentos de construção, o uso de anáforas que dão o tom de cadência melódica e
de repetição.
b) apresenta uma métrica que imprime a todos os versos um ritmo cadenciado e forte, constituída,
exclusivamente, por decassílabos.
c) utiliza rimas que, quanto à posição, classificam-se, em todas as estrofes, como cruzadas ou alternadas.
d) emprega recursos de antítese para caracterizar mudanças bruscas e emoções fortes.
e) usa a expressão “de repente” como indicação de ruptura temporal e de mudança de estados anímicos.
3. Em geral, a lírica é vista como o gênero que se caracteriza por expressar sentimentos e ideias íntimas de um
sujeito poético. A poesia lírica seria, então, marcada sobretudo pela subjetividade, privilegiando o mundo interior
em face ao mundo exterior.
Assinale a alternativa em que o fragmento do poema NÃO apresenta um eu-lírico correspondente ao que foi
descrito acima.
a) “Mundo mundo vasto mundo,/ se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria uma solução./ Mundo
mundo vasto mundo,/ mais vasto é meu coração”. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia).
b) “É mineral o papel/ onde escrever/ o verso; [...] É mineral, por fim,/ qualquer livro:/ que é mineral a palavra
escrita, a fria natureza// da palavra escrita.” (MELO NETO, João Cabral. Psicologia da composição).
c) “Em que lugar ficou/ o que agora/ me faz falta/ o que não sei/ nem mais o nome/ o que antes foi tão querido/
[...] cercado por minha pele/ feito eu mesmo? (FREITAS FILHO, Armando. Longa vida).
d) “Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho/[...] Nem ama duas vezes a mesma mulher. [...] Ainda não
estamos habituados com o mundo/ Nascer é muito comprido.” (MENDES, Murilo. In: Os quatro elementos).
4.
Em relação à forma do poema, considere as afirmativas a seguir.
O tempo fecha.
Sou fiel aos acontecimentos biográficos.
Mais do que fiel, oh, tão presa! Esses mosquitos
que não largam! Minhas saudades ensurdecidas
por cigarras! O que faço aqui no campo
declamando aos metros versos longos e sentidos?
Ah que estou sentida e portuguesa, e agora não
sou mais, veja, não sou mais severa e ríspida:
agora sou profissional.
(CESAR, Ana Cristina. A teus pés. 6. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, s/d. p. 9.)
I.
II.
III.
IV.
Segue os padrões formais da poesia pelo uso de rimas interpoladas e de versos com métrica uniforme.
Está em sintonia com os preceitos da poesia moderna por utilizar versos sem métrica uniforme.
Estabelece ligações entre poesia e prosa, rompendo as fronteiras entre os gêneros.
Elimina a pontuação, o que torna o poema hermético e dificulta seu entendimento.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas II e III são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
5.
Considerando os recursos de composição utilizados no poema, assinale a alternativa correta.
O “Adeus” de Teresa
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...
Passaram tempos... séc’los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei!... descansa!...”
Ela, chorando mais que uma criança,
E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”
Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa...
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”
a)
b)
c)
d)
e)
E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”
(CASTRO ALVES, Antonio Frederico. Espumas flutuantes. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2005. p. 51.)
As reticências acentuam a emotividade do par amoroso e assinalam suspensões temporais.
O uso do verso decassílabo reproduz o ritmo da valsa que embala o casal durante todo o poema.
A alternância do comportamento de Teresa entre amor e ódio é marcada pelo refrão.
As inversões sintáticas são utilizadas para intensificar o sofrimento de Teresa.
O uso da comparação na primeira estrofe revela o caráter firme de Teresa.
6. Leia os textos:
Pedaços de mim
Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
15
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
20
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
5
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Eu sou
10
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
Tristeza
Minh’alma é como o deserto
De dúbia areia coberto,
Batido pelo tufão;
É como a rocha isolada,
5
Pelas espumas banhada,
Dos mares na solidão.
Nem uma luz de esperança
Nem um sopro de bonança
Na fronte sinto passar!
10
Os invernos me despiram
E as ilusões que fugiram
Nunca mais hão de voltar!
Quero morrer, que este mundo
Com seu sarcasmo profundo
15
Manchou-me de lodo e fel,
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
25
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
MEDREIROS, Marta. Pedaços de mim. Disponível em:
< http:// pensador.uol. com.br/mensagemde _marta_ Medeiros>.
Acesso em: 8 fev.2011 . Adaptado.
Porque meu seio gastou-se,
Meu talento evaporou-se
Dos martírios ao tropel!
Quero morrer: não é crime
20
O fardo que me comprime
Dos ombros lançar ao chão,
Do pó desprender-me rindo
E as asas brancas abrindo
Lançar-me pela amplidão!
25
Minh’alma é triste, pendida,
Como a palmeira batida
Pela fúria do tufão.
É como a praia que alveja,
Como a planta que viceja
30
Nos muros de uma prisão.
VARELA, Fagundes. Tristeza. Disponível em:
http://pt.wikisource.org/wiki/.> Acesso em : 14 jun. 2011. Adaptado.
Comparando-se os dois textos, pode-se afirmar:
A. Ambos pertencem a uma mesma geração de escritores, uma vez que apresentam estilos semelhantes na
elaboração do poema.
B. O texto “Pedaços de mim”, pela sua linguagem despojada, mantém distanciamento temático com o texto”
Tristeza”.
C. A presença de juízo de valor sobre si mesmo é um dado marcante nos dois poemas.
D. O sentimento de onipotência diante da vida é uma característica da personalidade dos dois poetas.
E. A sensação de aprisionamento da alma está mais evidente no poema “Pedaços de mim” que em “Tristeza”.
7. Leia o TEXTO:
A morte do jangadeiro
Pe. Antônio Tomás
Ao sopro do terral abrindo a vela
Na esteira azul das águas arrastada,
Segue veloz a intrépida jangada,
Entre os uivos do mar que se encapela.
Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.
Súbito, um raio o prostra e, furioso,
Da jangada o despeja na água escura
E, em brancos véus de espuma, desdiloso
Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.
No texto em questão há um verso que caracteriza os perigos que o jangadeiro enfrenta no mar, assinale a
alternativa em que ele está:
a) O vento, a chuva, os raios, a procela.
b) Contra os mil acidentes da jornada.
c) Ao sopro do terral abrindo a vela.
d) Envolve e traga a onda intumescida.
e) Súbito, um raio o prostra e, furioso.
8.
Quanto ao aspecto formal, é possível afirmar que trata-se de um texto do gênero:
Meu desejo
Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta....
Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escomilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!
Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra....
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra....
Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro....
Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios do teu leito;
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.
Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de languor!
Vocabulário: Langor – languidez, moleza, prostração.
(BUENO, A. (Org.). Obra Completa de Álvares de Azevedo. Nova Aguilar, 2000.)
a)
b)
c)
d)
e)
9.
lírico, com versos livres e brancos;
épico, com estrofes regulares;
dramático, com a presença de um eu-poético;
lírico, com a presença de rimas;
épico, com regularidade nas sílabas métricas.
Quanto ao aspecto formal, é possível estabelecer que se trata de um texto do gênero:
Macacos
Da primeira vez que tivemos em casa um mico foi perto do Ano Novo. Estávamos sem água e sem empregada,
fazia-se fila para carne, o calor rebentara — e foi quando, muda de perplexidade, vi o presente entrar em casa, já
comendo banana, já examinando tudo com grande rapidez e um longo rabo. Mais parecia um macacão ainda não
crescido, suas potencialidades eram tremendas. Subia pela roupa estendida na corda, de onde dava gritos de
marinheiro, e jogava cascas de banana onde caíssem. E eu exausta. Quando me esquecia e entrava distraída na
área de serviço, o grande sobressalto: aquele homem alegre ali. Meu menino menor sabia, antes de eu saber, que
eu me desfaria do gorila: “E se eu prometer que um dia o macaco vai adoecer e morrer, você deixa ele ficar? E se
você soubesse que de qualquer jeito ele um dia vai cair da janela e morrer lá embaixo?” Meus sentimentos
desviavam o olhar. A inconsciência feliz e imunda do macacão-pequeno tornava-me responsável pelo seu destino,
já que ele próprio não aceitava culpas. Uma amiga entendeu de que amargura era feita a minha aceitação, de que
crimes se alimentava meu ar sonhador, e rudemente me salvou: meninos de morro apareceram numa zoada feliz,
levaram o homem que ria, e no desvitalizado Ano Novo eu pelo menos ganhei uma casa sem macaco.
Um ano depois, acabava eu de ter uma alegria, quando ali em Copacabana vi o agrupamento. Um homem
vendia macaquinhos. Pensei nos meninos, nas alegrias que eles me davam de graça, sem nada a ver com as
preocupações que também de graça me davam, imaginei uma cadeia de alegrias: “Quem receber esta, que a
passe a outro”, e outro para outro, como o frêmito num rastro de pólvora. E ali mesmo comprei a que se chamaria
Lisette.
Quase cabia na mão. Tinha saia, brincos, colar e pulseira de baiana. E um ar de imigrante que ainda
desembarca com o traje típico de sua terra. De imigrante também eram os olhos redondos.
Quanto a essa, era mulher em miniatura. Três dias esteve conosco. Era de uma tal delicadeza de ossos. De
uma tal extrema doçura. Mais que os olhos, o olhar era arredondado. Cada movimento, e os brincos estremeciam;
a saia sempre arrumada, o colar vermelho brilhante. Dormia muito, mas para comer era sóbria e cansada. Seus
raros carinhos eram só mordida leve que não deixava marca.
No terceiro dia estávamos na área de serviço admirando Lisette e o modo como ela era nossa. “Um pouco
suave demais”, pensei com saudade do meu gorila. E de repente foi meu coração respondendo com muita dureza:
“Mas isso não é doçura. Isto é morte”. A secura da comunicação deixou-me quieta. Depois eu disse aos meninos:
“Lisette está morrendo”. Olhando-a, percebi então até que ponto de amor já tínhamos ido. Enrolei Lisette num
guardanapo, fui com os meninos para o primeiro pronto-socorro, onde o médico não podia atender porque operava
de urgência um cachorro. Outro táxi — Lisette pensa que está passeando, mamãe — outro hospital. Lá deram-lhe
oxigênio.
E com o sopro de vida, subitamente revelou-se uma Lisette que desconhecíamos. De olhos muito menos
redondos, mais secretos, mais aos risos e na cara prognata e ordinária uma certa altivez irônica; um pouco mais
de oxigênio, e deu-lhe uma vontade de falar que ela mal aguentava ser macaca; era, e muito teria a contar.
Breve, porém, sucumbia de novo, exausta.
Mais oxigênio e dessa vez uma injeção de soro a cuja picada ela reagiu com um tapinha colérico, de pulseira
tilintando. O enfermeiro sorriu: “Lisette, meu bem, sossega!”.
O diagnóstico: não ia viver, a menos que tivesse oxigênio à mão e, mesmo assim, improvável. “Não se compra
macaco na rua” — censurou-me ele abanando a cabeça, — “às vezes já vem doente”. Não, tinha-se que comprar
macaca certa, saber da origem, ter pelo menos cinco anos de garantia do amor, saber do que fizera ou não fizera,
como se fosse para casar. Resolvi um instante com os meninos. E disse para o enfermeiro: “O senhor está
gostando muito de Lisette. Pois se o senhor deixar ela passar uns dias perto do oxigênio, no que ela ficar boa, ela
é sua”. Mas ele pensava... “Lisette é bonita!” — implorei eu. — “É linda” — concordou ele pensativo. Depois ele
suspirou e disse: “Se eu curar Lisette, ela é sua”. Fomos embora, de guardanapo vazio.
No dia seguinte telefonaram, e eu avisei aos meninos que Lisette morrera. O menor me perguntou: “Você acha
que ela morreu de brincos?”. Eu disse que sim. Uma semana depois o mais velho me disse: “Você parece tanto
com Lisette!”. “Eu também gosto de você”, respondi.
(LISPECTOR, Clarice. A Legião Estrangeira, São Paulo: Ática, 1977.)
a)
b)
c)
d)
e)
10.
épico, na forma de um conto;
épico, na forma de uma crônica;
dramático, na forma de um melodrama;
épico, na forma de uma novela;
dramático, na forma de uma tragédia.
Leia os textos:
Nós, os mutantes
De onde vieram os super-heróis que conhecemos na série X-Men, de Stan Lee? Da preguiça de seu autor, que
não encontrou uma explicação mais criativa do que simplesmente dizer que nasceram daquela forma. [...] Os
mutantes de Lee nascem com habilidades extraordinárias e com algumas características bizarras, também. Muitos
deles passaram boa parte da vida tentando esconder ou anular essas qualidades que os diferenciam do resto dos
seres humanos. Outros se tornaram vilões para vingar-se da sociedade que os despreza por puro preconceito. [...]
Na vida real, as mutações genéticas são constantes, inevitáveis e fizeram de nós o que somos hoje. Toda a
evolução da humanidade – e do resto dos animais também – é consequência das confusões que nosso organismo
faz na hora da autoduplicação do DNA. Ciência pura. Os mutantes estão por aí. O que não quer dizer que a gente
vá encontrar um Wolverine andando pela rua assim tão fácil. [...] Mutações acontecem a todo momento. Alguns
cientistas estimam que cada um de nós carregue cerca de 300 delas, se compararmos nosso genoma aos de
nossos pais. Mas a maior parte não terá efeito nenhum sobre nossas características, porque 98,5% do material
genético é "DNA inútil" – são íntrons, trechos que não codificam proteínas, mas que, apesar do apelido, são
absolutamente úteis e necessários para a regulação do genoma. [...]
À medida que o estudo do genoma humano revela a localização das mutações que causam doenças, ou que nos
protegem delas, é possível aprimorar a técnica usada nos laboratórios. De acordo com o geneticista Péricles
Hassun, "através da terapia gênica, cientistas de várias áreas têm conseguido bons resultados no tratamento de
doenças, como hipertensão, isquemia, câncer, diabetes e mesmo doenças coronarianas.[...]
Vira e mexe uma história toma a mídia e gera burburinho e bate-boca no meio científico. São raros, mas há
casos de humanos com características que parecem indicar alguns passos adiante na evolução. Físico mais
resistente, habilidades psíquicas inexplicáveis, características adaptativas inéditas. Ninguém garante, mas esses
podem ser indícios do nosso futuro.
(Inês Silveira. revista Para saber e conhecer, setembro de 2011. Adaptado)
Mutante
Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como um mutante
No fundo sempre sozinha
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!
(Rita Lee e Roberto de Carvalho)
(http: //www.vagalume.com.br/rita-lee/mutante.html Acesso em: 25.09.2011. Adaptado.)
Relacionando as informações dos textos e analisando sua forma e conteúdo, pode-se afirmar que
a) ambos os textos apresentam predomínio de linguagem metafórica.
b) o eu lírico, em ambos os textos, é uma figura feminina que emprega linguagem emotiva.
c) as ideias apresentadas na canção constituem uma argumentação convincente.
d) a ficção científica veiculada em ambos os textos assume um formato narrativo.
e) os conteúdos apresentam intertextualidade, mas distanciam-se pelo gênero textual.
11. TEXTO
“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
sem nenhuma cobertura. Nem estima nenhuma coisa cobrir nem mostrar suas vergonhas; e estão acerca disso
com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. […] Porém a terra em si é de muito bons ares, […]. E em tal
maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”
O texto apresenta fragmentos:
a) do “Diálogo sobre a conversão dos gentios”, do Pe. Manuel da Nóbrega.
b) das “Cartas” dos missionários jesuítas, escritas nos dois primeiros séculos.
c) da “Carta” de Pero Vaz de Caminha e El-Rey D. Manuel, referindo-se ao descobrimento de uma nova terra e
às primeiras impressões do aborígene.
d) da “Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, do jesuíta Fernão Cardim.
e) do “Diário de Navegação”, de Pero Lopes de Souza, escrivão do primeiro colonizador, o de Martim Afonso de
Souza.
12. A carta escrita pelo Padre Manuel da Nóbrega, notificando a chegada da primeira missão jesuítica, por ele
chefiada, em 1549, inaugura que tipo de literatura no Brasil?
a) Hábitos da cultura européia.
b) A das relações estabelecidas entre os românticos.
c) Informativa dos jesuítas no Brasil.
d) A das influências que Luís de Camões exerce sobre os escritores de Língua Portuguesa.
13. Nos séculos XVI e XVII, ocorreram no Brasil as chamadas “manifestações literárias”, representadas sobretudo
por cartas, tratados descritivos, relatórios e textos categóricos. O conjunto dessas manifestações permite afirmar
que, nessa época,
a) já está constituído um sistema literário de alta expressão.
b) os estilos barroco e o arcádico disputam a preferência do público leitor.
c) a produção escrita é reveladora de nossa condição colonial.
d) as teses do indianismo ganham força entre os escritores.
e) os sentimentos nacionalistas representam-se em todos os gêneros literários.
14. Durante o século XVI, as primeiras manifestações literárias ocorridas no Brasil representaram-se sobretudo na
forma de:
a) poemas patrióticos e discursos políticos.
b) sermões religiosos e poemas arcádicos.
c) canções líricas e dramaturgia barroca.
d) sátiras políticas e hinos religiosos.
e) documentos informativos e relatos de viagem.
15. (UNIFOR CE)
Considerando-se a natureza e a finalidade dos textos literários do período colonial
reconhecidos como "literatura de informação", é correto afirmar que a linguagem neles predominante é a:
a) da sátira aos poderosos da colônia.
b) dos poemas líricos.
c) da épica indianista.
d) dos tratados descritivos.
e) das cartas e diários íntimos.
16. Assinale a opção que melhor preencha as lacunas.
Alguns autores consideram que a literatura brasileira tenha nascido com a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita
em 1º de maio de 1500. Outros acham que foi com _____________, autor do poema De Beata Virgine, de 1563.
Outros ainda acham que _____________ pertencente ao Grupo Pernambucano, autor de Prosopopéia de 1601,
tenha sido verdadeiramente o precursor da nossa literatura. Finalmente, há os mais radicais que atribuem o seu
início ao __________, a cuja escola literária pertenceu ______________, autor de Primeiros Cantos, em 1847.
a) Padre Anchieta – Bento Teixeira – Romantismo – Gonçalves Dias.
b) Padre Manuel da Nóbrega – Gregório de Matos Guerra – Arcadismo – Cláudio Manuel da Costa.
c) Padre Anchieta – Gregório de Matos Guerra – Arcadismo – Tomás Antônio Gonzaga.
d) Padre Manuel da Nóbrega – Bento Teixeira – Romantismo – Castro Alves.
e) Pedro Magalhães Gândavo – Padre Fernão Cardim – Arcadismo – Cláudio Manuel da Costa.
17. (UNIFOA MG)
Entende-se por literatura informativa no Brasil:
a) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
b) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
c) os poemas do Padre José de Anchieta.
d) os sonetos de Gregório de Matos.
e) conjunto de relato de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
18. (UNIFOA MG)
Constitui característica fundamental da literatura dos viajantes:
a) Análise crítica da política portuguesa em relação ao Brasil.
b) Discurso laudatório sobre a política econômica do país.
c) Discurso muito eloqüente e muito ufanista na descrição da terra brasileira.
d) Análise profundamente psicológica do homem brasileiro.
e) Alto valor literário nas obras eminentemente regionais.
19. (UNIFOA MG)
Além da literatura dos catequistas, cita-se no século XVI, a literatura dos viajantes. Dentre os nomes mais
famosos destes últimos, podemos lembrar:
a) Silva Alvarenga
b) Padre Eusébio de Matos
c) Pero Lopes e Souza
d) José Bonifácio
e) Alvarenga Peixoto
20. Faça uma pesquisa e construa uma breve biografia de Ana Miranda, autora de Desmundo.
21. O sistema colonial, no qual Oribela estava inserida (século XVI), exigia-lhe submissão, virtude e fidelidade. Ela
cumpre essas exigências? Justifique sua resposta com fragmentos do texto.
22. Por que Oribela foi trazida ao Brasil?
23. “A Igreja pregava que a mulher, por “derivar-se do homem”, devia-lhe obediência e os homens, respaldados
por uma sociedade patriarcal, utilizavam-se de sua autoridade para controlar e oprimir os desejos e os
comportamentos femininos.” Exemplifique com dois fragmentos do livro a afirmação acima.
24. Caracterize os personagens Francisco de Albuquerque e Ximeno. Exemplifique com fragmentos do texto.
25. Compare os dois personagens, principalmente, em relação ao papel desempenhado na narrativa.
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