LEISHMANIOSE: DO DIAGNOSTICO AO TRATAMENTO
Glêndara Aparecida de Souza Martins¹ Maria Dilma de Lima²
1. Professora Assistente do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal
do Tocantins. Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela rede BIONORTE.
Mestre em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras. Graduada em
Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Tocantins.
([email protected])
2. Professora Adjunta da Universidade Federal do Tocantins – UFT.
Palmas/TO - Brasil
Recebido em: 06/05/2013 – Aprovado em: 17/06/2013 – Publicado em: 01/07/2013
RESUMO
O presente trabalho objetiva um estudo bibliográfico a cerca da leishmaniose,
abordando desde seu surgimento até o seu tratamento. A leishmaniose é considerada
um problema de saúde publica, pela Secretaria de Vigilância em Saúde, sendo seu
controle dificultado pela diversidade de agentes tais como de reservatórios e de vetores
que apresentam diferentes padrões de transmissão, tendo sua propagação
eminentemente ligada às interferências nos ecossistemas, afetando regiões com
desvantagens socioeconômicas, nas quais estão inclusos o Norte e o Nordeste do país.
Existe o empenho do Ministério da Saúde na tentativa de reduzir os casos através do
monitoramento em unidades territoriais, em regiões de maior incidência, buscando o
diagnostico precoce e tratamento imediato. Neste contexto, a biotecnologia tem atuado
no que tangem as inovações para o tratamento dessa patologia, porém, diversas são as
particularidades dos pacientes acometidos por ela o que dificulta a atuação
medicamentosa e a eficácia no tratamento, exigindo mais esforços por parte de todos
os envolvidos no clico de existência da leishmaniose.
PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose, biotecnologia, saúde pública, zoonose.
LEISHMANIASIS: FROM DIAGNOSIS TO TREATMENT
ABSTRACT
This paper aims to study literature about leishmaniasis, approaching from it’s inception
until his treatment. Leishmaniasis is considered a public health problem by the
Secretariat of Health Surveillance, whose control is hampered by the diversity of agents
such as reservoirs and vectors that have different transmission patterns, having spread
his eminently linked to interference in ecosystems, affecting regions with socioeconomic
disadvantages, which are included in the North and Northeast. There is a commitment
from the Ministry of Health in an attempt to reduce cases by monitoring the territorial
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units in regions of highest incidence, seeking early diagnosis and prompt treatment. In
this context, biotechnology has acted on that concern innovations to treat this condition,
however, there are several particularities of patients affected by it which hinders the
performance and effectiveness of drug treatment, requiring more effort from everyone
involved in the lifecycle of leishmaniasis.
KEYWORDS: Leishmaniasis, biotechnology, public health, zoonosis.
INTRODUÇÃO
A chamadas “Doenças Negligenciadas” consistem em um grupo de patologias
que afetam principalmente os países pouco desenvolvidos, podendo ser endêmicas em
países em desenvolvimento e grave ameaça para os países industrializados. No
entanto, o foco de projetos de pesquisa que objetivam a produção de medicamentos
está direcionado para outras doenças, marginalizando as negligenciadas, nas quais
encontra-se a leishmaniose (BASTOS, 2012).
A leishmaniose é uma doença infecciosa considerada zoonótica, amplamente
distribuída em todo mundo, desde a Ásia até a América, que afeta o homem e os
animais. A taxa de mortalidade associada a essa doença a tornou um caso de saúde
pública em pelo menos 88 países (ALVARENGA, 2010).
Causada por protozoários do gênero Leishmania, a doença é transmitida por
meio de vetores flebotomíneos infectados e possui um amplo aspecto de manifestações
clínicas, variando de acordo com a espécie de Leishmania envolvida (WHO, 2010).
Ao ser associada a fatores socioeconômicos observou-se, no Brasil, sua
ocorrência inicial na região Nordeste, sendo a primeira epidemia relatada no estado do
Piauí entre 1981 e 1982 se propagando para as demais cidades da região. No entanto,
a região norte não demorou a pontuar nas estatísticas relacionadas à Leishmaniose,
principalmente após a criação do estado do Tocantins, já havendo casos relatados na
cidade de Palmas, mesmo sendo a capital mais nova do Brasil (NETO, 2009).
Vários medicamentos e tecnologias vêm sendo desenvolvidos em prol do
diagnóstico precoce e tratamento eficaz, evitando a evolução da doença e o aumento
no número de pessoas infectadas que já está estimado em 12 milhões nos quatro
continentes (BASTOS, 2012). No entanto, a particularidade dos casos e os fatores
intrínsecos e extrínsecos de cada paciente dificultam o uso de um tratamento padrão
exigindo a interferência constante da ciência.
Apesar de não ser uma doença prioritária tanto para o setor público quanto para
o setor privado, a leishmaniose, desde o seu surgimento até os dias de hoje, tem se
propagado de forma assustadora devido às interferências nos ecossistemas e, por esse
fato, encontra-se classificada como problema de saúde pública, afetando regiões com
desvantagem socioeconômicas, nas quais estão inclusos o Norte e o Nordeste do país.
A biotecnologia tem atuado no que tangem as inovações para o tratamento dessa
patologia, porém diversas são as particularidades dos pacientes acometidos por ela o
que dificulta a atuação medicamentosa e a eficácia no tratamento, exigindo mais
esforços por parte de todos os envolvidos no ciclo de existência da leishmaniose.
Assim, este trabalho objetiva um levantamento bibliográfico atualizado acerca do
desenvolvimento e tratamento dessa doença.
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LEISHMANIOSE: DO SURGIMENTO AO TRATAMENTO
As leishmanioses são doenças oriundas de um parasita que está incluso em um
gênero de protozoários da ordem Trypanosomatida. No geral, os parasitos são
transmitidos aos hospedeiros mamíferos, inclusive o homem, pela picada de insetos,
que se alimentaram previamente em um reservatório infectado (RYAN et al., 1987). Os
agentes etiológicos dessa doença são protozoários da ordem Kinetoplastida, da família
Tripanosamatidae e gênero Leishmania que possui três espécies pertencentes ao
complexo donovani: Leishmania chagasi, Leishmania infantum e Leishmania donovani.
Os insetos transmissores dos parasitos são fêmeas hematófagas de diversas
espécies conhecidas genericamente como flebotomineos, da Ordem Díptera, Família
Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, subgêneros Nyssomyia e Psychodopygus
pertencentes a várias espécies e diferentes gêneros (Psychodopygus, Lutzomyia),
dependendo da localização geográfica. Nas Américas, existem aproximadamente 30
espécies de Lutzomyia com comprovada capacidade de transmitir Leishmania spp.
(COELHO, 2010). A transmissão e o ciclo de vida pode ser observado na Figura 1.
FIGURA 1: Ciclo de vida da Leishmaniose
Fonte: Laboratory Identification of Parasites (Adaptado)
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A distribuição dessa patologia ocorre em boa parte da América com abrangência
desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina (TAVARES-NETO et al.,
2003). No continente americano, a doença apresenta variações na forma clínica, sendo
conhecida tanto como leishmaniose tegumentar americana (LTA), que apresenta uma
incidência de milhões de casos/ano, quanto como leishmaniose visceral americana
(LVA) que possui incidência menor quando comparada com a LTA (ALMEIDA &
SANTOS, 2011).
KAWA et al., (2010) afirmam que a leishmaniose tegumentar é uma endemia que
apresenta elevada frequência no Brasil, sendo 2006, o ano com maior número de casos
novos registrados, perfazendo um total de 22.164. Já LOPES et al., (2010) destacam
que uma das formas desta doença presente nas cinco regiões do Brasil é a
leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar, sendo que, para os
autores, a rápida e extensa expansão da LV pode ser explicada pelas mudanças
ambientais, bem como pelas migrações intensas e desordenadas e pelas condições
precárias de vida inerentes aos centros urbanos, sendo o cão considerado o principal
reservatório doméstico.
Diante dos apontamentos da condição geográfica como fator favorável à
propagação da Leishmaniose, KAWA et al., (2010) discorre que os lugares não são
apenas pontos de referência cartográfica, mas unidades de grande complexidade e
dinamismo, exigindo uma análise que não seja limitada às particularidades regionais.
Os autores exemplificam essa teoria fazendo uso de casos autóctones diagnosticados
no Rio de Janeiro desde o início do século XX, uma vez que a primeira epidemia foi
registrada em 1922 na região central da cidade e apenas após 50 anos novos casos
foram diagnosticados em outras áreas da cidade, nas quais observou-se matas de
formação secundária e atividades agrícolas residuais.
No contexto histórico da Leishmaniose, FIGUEIREDO et al., (2010) apontam que
os anos 80 marcam a transformação epidemiológica da LVA, uma vez que essa
doença, anteriormente restrita à áreas rurais, avançou para outras regiões indenes
alcançando a periferia dos grandes centros urbanos. Os autores recordam, ainda, que a
partir dos anos 90 o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Pará passaram a
participar significativamente nas estatísticas de LVA no Brasil.
A região nordeste, de acordo com DOURADO et al., (2007), sempre apresentou
maior incidência no Brasil, no entanto, os autores afirmam que com a criação do estado
do Tocantins em 1989 o aumento da incidência de LAV foi evidente em decorrência das
modificações ecoepidemiológicas, como a construção da capital, o intenso fluxo
migratório e a falta de estrutura sanitária que proporcionaram um ambiente adequado à
urbanização do vetor e a propagação da doença. Os autores afirmam, ainda, que a
ocorrência da doença em uma determinada área depende basicamente da presença do
vetor susceptível e de um hospedeiro/reservatório igualmente susceptível, sendo que a
possibilidade de que humanos, principalmente crianças desnutridas, sejam fontes de
infecção pode levar a um aumento da complexidade da transmissão da LV.
Dados recentes mostram que a média de casos de LV no Brasil desde 2005 é
cerca de 3.679 casos/ano, com a maior taxa de letalidade registrada no ano de 2009
com 5,8% (PELISSARI et al., 2011). Quanto a LTA, a média é de 24.684 casos
confirmados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan).
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Aspectos gerais da transmissão
A LTA é definida como uma zoonose, sendo que atualmente ela pode ser
detectada tanto no ambiente silvestre quanto periurbano (COELHO, 2010). De maneira
geral, as zoonoses podem ser classificadas de acordo com o ecossistema no qual se
apresentam.
Em ambientes silvestres a transmissão ocorre em área de vegetação primária e
é considerada uma zoonose de animais silvestres, que pode acometer o ser humano
quando em contato com este ambiente. COELHO (2010) descreve que o ambiente de
lazer também é propício á transmissão, uma vez que esses locais estão associados à
exploração desordenada da floresta e derrubada de matas para edificações e
instalação de povoados, envolvendo atividades madeireiras e agropecuárias. Para
MARZOCHI (1992) outro ecossistema que deve ser considerado na transmissão da
Leishmaniose é a área rural, haja vista que há um relacionamento direto com o
processo migratório, ocupação de encostas e aglomerados em centros urbanos,
vinculados a matas secundárias ou residuais.
LAINSON & SHAW (1998) afirmam que com a destruição das matas nativas, os
habitats naturais dos insetos transmissores são alterados, provocando a resistência à
condições adversas por parte das espécies que, a partir de então, conseguem explorar
novos ambientes. Outro fator de destaque no que tange as alterações ambientais
envolve a redução na biodiversidade de mamíferos que pode levar a uma concentração
da transmissão de Leishmania pela pressão exercida nos vetores de se alimentarem no
homem e em reservatórios sinantrópicos (CAMPBELL-LENDRUM et al., 2001).
Acerca da transmissão de LTA no Brasil, as principais espécies de flebotomíneos
envolvidas são: Lutzomyia flaviscutetta, L. whitmani, L. umbratilis, L. intermédia,
L.wellcomei, L. migonei, L. neivai e L. fischeri. De acordo com RANGELS & LAINSON
(2003) essas espécies de flebotomineos são definidas como vetores por atenderem aos
critérios que atribuem a uma espécie a competência vetorial. No entanto, os autores
ressaltam que o papel vetorial de cada uma dessas espécies dependerá da espécie de
Leishmania presente no intestino.
Quando se trata da Amazônia observa-se uma ampla cadeia de focos
geograficamente diferentes e uma diversidade de reservatórios mamíferos e espécies
de vetores. LAINSON et al., (1992) aborda as espécies registradas como reservatórios
de Leishmania, são elas: alguns marsupiais, roedores, desdentados, procionídeos,
canídeos e primatas. Os autores afirmam, ainda, que raras infecções foram
identificadas em morcegos, e nenhum registro em pássaros, répteis e anfíbios. Já para
as espécies de vetores considerados transmissores da doença no Amazonas, GUERRA
et al., (2006) e BRASIL (2007) descrevem os seguintes: Lutzomyia umbratilis, L.
anduzei, as mais importantes e L. flaviscutellata para L.(L.) amazonensis, e ainda L.
welcomei. No caso específico de Manaus as espécies envolvidas são L. umbratilis
envolvidos na transmissão da L(V.) guyanensis e L. anduzei.
Os ciclos de transmissão da LTA variam de acordo com a diversidade de
espécies de parasito, vetores, reservatórios e hospedeiros.
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose potencialmente fatal, de caráter crônico
e debilitante. A transmissão dessa doença é feita pelos mosquitos Lutzomyia longipalpis
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e Lutzomyia cruzi (MISSAWA & LIMA, 2006), e o carrapato Rhipicephalus sanguineus
pode albergar o parasita, mas ainda não se sabe se pode ser um transmissor da
doença (DANTAS-TORRES et al., 2011). DANTAS-TORRES (2007) afirmam que o cão
é considerado o reservatório da doença. No entanto, VIDES et al., (2011) descrevem
que também foram encontradas outras espécies de canídeos silvestres naturalmente
parasitadas no Brasil, incluindo espécies Chysocyan brachyurus, Cerdocyon thous,
Chrysocyon brachyurus, Lycalopex vetulus e Spheotos venaticus, algumas espécies de
marsupiais (Didephis albiventris e Didelphis marsupialis) e de roedores (Cercomys
cunicularis, Dasyprocta agouti e Orysomis eliurus).
Manifestações Clínicas e Diagnóstico
As manifestações clínicas da LTA podem variar desde infecções assintomáticas,
apresentação de lesões cutâneas simples, úlceras muco-cutâneas até a forma difusa,
considerada a apresentação mais enérgica da doença e de difícil tratamento. Já para a
LVA os autores afirmam que os casos podem ocorrer de forma assintomática,
oligossintomática ou clássica, levando, inclusive, à morte quando não tratada (FRANKE
et al., 1990; COELHO, 2010 e ALMEIDA & SANTOS, 2011).
Em 2009, de acordo com PELISSARI et al., (2011), dos casos notificados no
Sinan para a LTA, 93,7% dos casos apresentaram forma clínica cutânea e 6,2%
manifestaram clínica mucosa, sendo que, do total de pacientes, apenas 73,5%
evoluíram para cura, 16 foram a óbito e 21,2% não possuía informação sobre a
evolução do caso.
Para GRIMALDI & TESH (1993) a gama de manifestações clínicas é
consequência da interação parasito/hospedeiro que é considerada complexa e sem
padrão. COELHO (2010) descreve a importância desta doença que vem sendo
debatida há décadas em função do aumento no número de casos e formas da doença,
bem como da associação da infecção pelo HIV com a Leishmania spp. BRASIL (2002)
aponta que a relação Leishmania/HIV deve-se à superposição geográfica das duas
infecções, como consequência da urbanização das leishmanioses e da interiorização da
infecção pelo HIV.
Outras manifestações clínicas relatadas como as mais frequentes da doença
são: alterações dermatológicas, onicogrifose, linfadenopatia, esplenomegalia, hiporexia
e apatia. O quadro dermatológico ocorre na maioria dos casos e o animal afetado pode
apresentar um quadro clínico caracterizando desde alopecia focal ou generalizada até
lesões crostosas descamação furfurácea entre outros sinais (CAMINHA & SOTOBLANCO, 2008).
Quando se trata do reconhecimento e identificação da doença, DOURADO et al.,
(2007) afirmam que nas áreas endêmicas, afastadas dos grandes centros, há carência
de profissionais para a realização do diagnóstico da LV, levando em consideração
características clínicas e aspectos epidemiológicos. Os autores relatam, ainda, que no
estado do Tocantins muitos municípios não possuem profissionais qualificados para
realização do diagnóstico parasitológico direto (PD), havendo uma sobrecarga nos
principais hospitais do estado.
Nesse contexto, GONTIJO et al., (2004) destacam que existem diferentes
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metodologias para o diagnostico de LV humana, sendo o requisito básico e
determinante no diagnóstico laboratorial a documentação de formas amastigotas em
material obtido da punção de medula óssea ou baço. Os autores afirmam que a
especificidade desses métodos é de 100%, no entanto a sensibilidade é muito variável,
em torno de 60% a 85%, em punção de medula óssea (PMO), e 95% em punção
esplênica, sendo que ambas as punções são consideradas invasivas e exigem
ambientes adequados a coleta o que dificulta o estudo em larga escala.
Em casos onde a demonstração das formas amastigotas de Leishmania chagasi
apresenta-se difícil, a sorologia é útil. Diversas são as técnicas sorológicas que podem
ser utilizadas para diagnosticar a LV. A partir da década de 70 houve o surgimento de
metodologias de enzimaimunoensaio e suas variações (Dot- ELISA, Fast-ELISA e micro
ELISA) que utilizam antígenos crus ou purificados, sendo que para melhorar a
sensibilidade e a especificidade do diagnóstico PELISSARI (2011) recomenda a
utilização de antígenos recombinantes ou purificados, como as glicoproteínas de
membrana gp63, gp70 e rK39, específicas do gênero Leishmania.
De maneira geral, DOURADO et al., (2007) destaca que as metodologias diferem
basicamente quanto à sensibilidade e à especificidade, à sua aplicação prática nas
condições de campo e à disponibilidade de reagentes. Porém, os autores destacam que
essas técnicas possuem limitações de uso, uma vez que os anticorpos podem
permanecer presentes após o tratamento (cicatriz sorológica), limitando a avaliação da
resposta terapêutica. Outro aspecto a ser observado é a possibilidade de ocorrência de
reações cruzadas com outras doenças, como tripanossomíase, hanseníase, malária,
esquistossomose, tuberculose e outras leishmanioses (GONTIJO & CARVALHO.,
2003).
A década de 1980 constitui-se um marco no estudo das metodologias
diagnóstico devido ao uso da biologia molecular para identificação do gênero
Leishmania. GENARO (2002) afirma que este é um método de hibridização por meio de
sondas específicas, que pode apresentar sensibilidade em torno de 94%, e técnicas de
amplificação de ácidos nucleicos, incluindo a reação em cadeia da
polimerasetranscriptase reversa (RT PCR) para detecção de RNA e a PCR para
detecção de DNA. O DNA de Leishmania chagasi é encontrado em pequena
quantidade nas amostras clínicas obtidas de punção medular, esplênica ou hepática e,
em maiores quantidades, nas células mononucleares do sangue periférico.
Na década de 1990, observou-se a união das técnicas imunoenzimáticas com a
cromatografia, originando, assim, a imunocromatografia. Em geral, as técnicas
imunoenzimáticas permitem a quantificação de antígenos ou anticorpos que possam
ser marcados com enzimas, sendo um procedimento rápido, de custo baixo e
extremamente sensível, embora haja reações cruzadas com outras doenças (SUNDAR
& RAI, 2002). A cromatografia padrão mostra um excelente desempenho para análises
quantitativas, é uma técnica com elevado investimento, podendo, por esse fato
demandar tempo (WELLER, 2000).
A imunocromatografia tornou-se um método mais sensível, rápido e com custo
menor. Esta metodologia pode ser empregada nos diagnósticos de doenças como a
leishmaniose visceral e a leishmaniose dérmica pós calazar (SUNDAR & RAI, 2002;
SUNDAR et al., 2002).
Quando se trata da LTA, o desenvolvimento de métodos sensíveis e específicos
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para o diagnóstico vem sendo cada vez mais abordado. Assim como para a LV, os
recentes avanços em biologia molecular vêm possibilitando uma identificação cada vez
mais precisa no que tange respeito ao reconhecimento da espécie da Leishmania
(CARDOSO et al.,1998).
O diagnostico laboratorial da leishmaniose se constitui fundamentalmente de três
grupos de exames (BRASIL, 2000, 2002, 2007): Exames parasitológicos, imunológicos
e moleculares.
O exame parasitológico consiste primeiramente na pesquisa microscópica das
formas amastigotas em material obtido da borda da lesão, a posterior ocorre o
isolamento em cultivo in vitro para confirmação do agente etiológico e posterior
identificação da espécie de Leishmania spp envolvida e, por fim, o isolamento in vivo
através da inoculação em animais (RODRIGUEZ- GONZÁLEZ et al., 2006).
Quanto aos exames imunológicos a primeira etapa consiste no teste de
intradermorreação de Montenegro (IDRM) ou da leishmanina, fundamentando-se na
visualização da resposta de hipersensibilidade celular retardada, em uma segunda
etapa são realizados testes sorológicos para detectar anticorpos anti-Leishmania
circulantes no soro dos pacientes (BRITO et al., 2009). Já os exames moleculares
baseiam-se na análise do DNA do parasito por meio da técnica de amplificação pela
Reação da Cadeia da Polimerase (PCR).
Tratamento
COELHO (2010) discute o tratamento da leishmaniose iniciando pelo diagnóstico
clínico-parasitológico-epidemiológico que permite a avaliação e combate em muitos
casos, mas também destaca a importância da perspicácia da população em reconhecer
que as lesões causadas pelo parasito de Leishmania spp são um complemento
diagnóstico, muito forte para o sucesso da cura clínica.
O tratamento da leishmaniose envolve terapias, fármacos e recentemente a
fotodinâmica. Para o tratamento medicamentoso, observa-se o uso de antimoniais
pentavalentes, sendo que, de acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, o
comercializado é o antimoniato N-metil glucamina (Glucantime®) como droga de
primeira escolha, e a anfotericina B e derivados como drogas de segunda escolha.
O início do tratamento dessa doença exige cautela pois, segundo ALVARENGA
et al., (2010), alguns cuidados devem ser observados, são eles: avaliação e
estabilização das condições clínicas e co-morbidades presentes no diagnóstico da
leishmaniose visceral, além da realização do eletrocardiograma (ECG). Os autores
citam, ainda, o Glucantime® é contra indicado em pacientes que fazem uso de betabloqueadores e drogas antiarrítmicas, com insuficiência renal ou hepática, em mulheres
grávidas nos dois primeiros trimestres de gestação, o que preconiza mais uma vez a
importância da correta avaliação das condições gerais antes de iniciar o tratamento.
A compilação dos medicamentos utilizados para o tratamento da LV e LTA foi
realizada por PELISSARI et al., em 2011 e segue descrita (figura 2) com suas
respectivas doses e via de aplicação. No entanto, os autores, afirmam que a escolha de
cada um deles deverá considerar critérios como a faixa etária, presença de gravidez,
comorbidades e o perfil de toxicidade das drogas.
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FIGURA 2: Tratamento da Leishmaniose
Fonte: PELISSSARI, et al., (2011)
ALVARENGA et al., (2010) ao estudar o tratamento em pacientes portadores de
doenças renais hepáticas ou cardíacas observou que o Glucantime® mesmo que contra
indicado, foi a droga de escolha para cerca de 57% dos acometidos no grupo de análise,
havendo relatos de 85% de letalidade.
Um outro estudo conduzido por PELISSARI et al., (2011) apontou o antimoniato de
meglumina como fármaco de primeira escolha, observando-se um intervalo de um dia a um
ano entre os primeiros sintomas e o tratamento. Os autores destacam, ainda, que, em
relação às unidades federadas no Brasil o medicamento mais solicitado é o anfotericina B
lipossomal, principalmente nos estados de Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso do Sul,
Maranhão e Tocantins. Esse destaque provavelmente ocorre pelo fato
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de que a anfotericina B lipossomal é um fármaco recomendado para casos graves e como
alternativa terapêutica.
BASTOS et al., (2012) destacam que algumas drogas disponíveis com atividade
leishmanicida apresentam seu uso limitado devido à alta toxicidade e ao aparecimento de
resistências. No entanto, os autores afirmam que, no geral, os medicamentos de primeira
linha para o tratamento são complexos de íon antimônio pentavalente, antimoniato de
meglumina e estibogluconato de sódio para os quais foram apresentadas, recentemente as
formas químicas descritas na figura 3.
FIGURA 3: Fármacos de primeira linha no tratamento à leishmaniose.
Na ausência da eficácia no tratamento, a segunda possibilidade, de acordo com
MEDDA et al., (1999) consiste no uso de pentamidina, paromomicina, iltefosina e
anfotericina B, administrados por via parenteral. Para os autores, as formulações de
Anfotericina B mostram maior eficácia no tratamento da LV quando associadas a lipídeos,
no entanto, o custo torna-se um aspecto desfavorável por ser elevado quando comparado
aos demais. Os fármacos de segunda opção descritos por MEDDA et al., (1999) estão
apresentados na figura 4.
FIGURA 4: Fármacos de segunda linha no tratamento à leishmaniose.
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O uso da crioterapia também tem se tornado uma importante estratégia no combate
à leishmaniose, por possuir boa tolerabilidade e baixo custo (ASILIAN, 2004;
SALMANPOUR, 2006).
A terapia fotodinâmica (TFD) vem sendo estudada nos últimos anos associada ao
tratamento da leishmaniose. A TFD envolve a administração intravenosa de um
fotossensibilizador que se liga as ligopoteínas de baixa densidade da corrente sanguínea
(BASTOS et al., 2012). Esta terapia apresenta vantagens quando comparada às
convencionais por ser um tratamento local que não é limitado pelo tamanho ou número de
lesões. No entanto, por serem uma técnica relativamente nova, várias controvérsias estão
associadas a ela, gerando a necessidade de uma gama maior de estudos e comparações
relacionadas aos tratamentos convencionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de não ser uma doença prioritária tanto para o setor público quanto para
o setor privado, a leishmaniose, desde o seu surgimento até os dias de hoje, tem se
propagado de forma assustadora devido às interferências nos ecossistemas e, por esse
fato, encontra-se classificada como problema de saúde pública, afetando regiões com
desvantagem socioeconômicas, nas quais estão inclusos o Norte e o Nordeste do país.
A biotecnologia tem atuado no que tangem as inovações para o tratamento dessa
patologia, porém diversas são as particularidades dos pacientes acometidos por ela o
que dificulta a atuação medicamentosa e a eficácia no tratamento, exigindo mais
esforços por parte de todos os envolvidos no ciclo de existência da leishmaniose.
REFERENCIAS
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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, N.16; p. 2566
Vigilância
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leishmaniose: do diagnostico ao tratamento