BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA ANO IV N° 05 -SETEMBRO- OUTUBRO 2011 Editorial Palavras do Presidente Este Boletim Informativo é um órgão relativamente pequeno, considerando os padrões da imprensa, portanto, pode-se dispensar, pelo menos temporariamente, o editorial clássico com apresentação das matérias divulgadas. Ocupa-se melhor o espaço com comentários, sugestões e criticas que possam de alguma forma contribuir para o desenvolvimento de Gouveia. Afinal, a Afago tem o compromisso com o objetivo definido no artigo 1º do estatuto: “...fortalecendo os laços de união com Gouveia e propugnar pelo desenvolvimento do município.” Inicia-se a serie com o Bolsa Família. Bolsa Família é um programa do governo federal, identificado como PBF, considerado o maior programa de transferência de renda do mundo, atendendo mais de 13 milhões de famílias beneficiárias, em outubro de 2011. O PBF é executado pelo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, em parceria com estados e municípios, atende às famílias carentes, conforme os critérios a seguir: valor fixo de R$70,00 para famílias com renda per capita até R$70,00. Valores variáveis para famílias com renda per capita até R$140,00: R$32,00 por cada filho menor de 15 anos, máximo 5 filhos; R$38,00 por cada filho adolescente com 16 e 17 anos, máximo 2 filhos. Então, a família beneficiária recebe valores entre R$32,00 e R$306,00. Aproximadamente, novecentas famílias do município de Gouveia receberam, em setembro de 2011, cem mil reais, cerca de R$110,00 por família. O MDS mantém um banco de dados, identificado como CadÚnico que contem informações sobre as famílias, fornecidas pelos municípios. Gouveia tem 1123 famílias cadastradas com renda per capita menor do que R$140,00 e delas 888 são beneficiárias do PBF. Por que a discrepância? Isso ocorre porque as famílias com renda familiar per capita entre R$ 70,01 e R$ 140,00 só têm direito ao benefício caso tenham filhos com idade entre 0 e 17 anos. Naturalmente que se exige a contrapartida. As Condicionalidades são os compromissos assumidos tanto pelas famílias beneficiárias do PBF quanto pelo poder público para ampliar o acesso dessas famílias a seus direitos sociais básicos. Por um lado, as famílias devem assumir e cumprir esses compromissos para continuar recebendo o benefício. Por outro lado, as condicionalidades responsabilizam o poder público pela oferta dos serviços públicos de saúde, educação e assistência social. Este é o ponto que se pretende analisar: oferta dos serviços pelo poder municipal. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, órgão do Ministério do Planejamento desenvolveram metodologia de avaliação da pobreza e criaram o Índice de Desenvolvimento da Família – IDF, justificando o trabalho da seguinte forma “Embora insuficiência de renda seja um importante indicador escalar de pobreza, ele certamente não é o único possível. A ideia de construir um indicador escalar que sintetize todas as dimensões relevantes da pobreza é antiga. Não obstante, tomou verdadeiro impulso apenas após a criação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pelo PNUD, no início da década de 1990. O IDH, entretanto, apresenta deficiências largamente conhecidas e reconhecidas ... o objetivo central deste estudo é demonstrar como é possível obter um indicador sintético, no mesmo espírito do IDH, calculável no nível de cada família e que possa ser facilmente agregado para qualquer grupo demográfico”. O IDF assume valores no intervalo: zero a um, é composto, ao todo, por 6 dimensões: a) ausência de vulnerabilidade; b) acesso ao conhecimento; c) acesso ao trabalho; d) disponibilidade de recursos; e) desenvolvimento infantil; e f) condições habitacionais. Não me preocupa o detalhamento da forma de calcular o IDF, para tal, o interessado deve acessar o site do MDS – www.mds.gov.br. Apenas, pequenos exemplos para esclarecer algumas dimensões: a) vulnerabilidade – duas famílias que têm a mesma renda per capita e o mesmo número de elementos, com existência de crianças na primeira e apenas adultos na segunda, então, a primeira família é mais vulnerável do que a segunda e terá o IDF menor. b) acesso ao conhecimento – duas famílias com a mesma renda per capita e o mesmo número de elementos, a primeira reside em Gouveia e a segunda em alguma cidade pequena da região, a primeira tem acesso a melhores colégios e, portanto, terá IDF maior do que a segunda. Os indicadores, 48 no total, representam perguntas que se faz à família, com respostas do tipo sim ou não, distribuídas de forma a se poder conhecer cada uma das 6 dimensões. Assim tem-se: a) a base de dados com informações sobre as famílias, o CadÚnico, inclusive coletadas por agentes da municipalidade; b) o modelo, a forma de calcular o Índice de Desenvolvimento da Família - IDF; c) o programa de computador para calcular o IDF, disponível no site do MDS. Equipado com estes três componentes o gestor municipal do PBF pode: 1) Gerar dados sobre as famílias, que permitam ordenar informações da mesma comunidade em tempos diferentes e analisar a evolução das famílias. 2) Fazer a ordenação de dados de famílias de comunidades diferentes e a análise comparativa das comunidades. 3) Fazer a análise comparativa de valores das diferentes dimensões e verificar qual delas pode dar maior retorno comparativo ao investimento. 4) Enfim, constrói-se um instrumento que facilita a formulação de politica pública segura e eficiente, com base em dados reais, para atendimento às necessidades básicas de educação, saúde e assistência social. È importante ter presente que o Programa Bolsa Família não tem o sentido de permanência; ele é mais instrumento para alavancar o desenvolvimento de uma família que vive uma fase de vulnerabilidade; é um instrumento para dar músculos à família de modo que ela possa, atravessando a faze de fragilidade, caminhar com as próprias pernas. Temse que ter em mente que, outras variáveis permanecendo constantes, a administração do município com menor percentagem de famílias no PBF é mais eficiente do que a do município com maior percentagem; embora esta tenha maior número de votos. É uma questão de imediatismo, de valorizar o presente em detrimento do futuro, mas isto é outra questão. Raimundo Nonato de Miranda Chaves Notícias & comentários Síntese das principais mensagens postadas no sítio WWW.afagouveia.org.br ¾ 2-set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Transcrevo e-mail recebido da srta. Ivanice Araujo, Assessora de Comunicação da Prefeitura Municipal de Gouveia. “Temos o prazer de partilhar com V.S. a notícia de que o Governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Augusto Junho Anastasia, concederá ao Prefeito Municipal de Gouveia, Sr. Geraldo de Fátima Oliveira, a Medalha Presidente Juscelino Kubitscheck. A cerimônia de agraciamento será no dia 12 de setembro de 2011, segunda-feira, às 11 horas na Praça JK, em Diamantina/ MG. Gouveia e os gouveianos sentem-se lisonjeados com tal honraria. Parabéns, Prefeito! Atenciosamente, Ivanice Araújo (Nicinha)” ¾ Parabenizo o Senhor Geraldo de Fátima Oliveia, digno Prefeito Municipal de Gouveia, pela honraria que lhe é concedida pelo Senhor Governador do Estado de Minas Gerais, e, faço-o também, em nome da Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia AFAGO. ¾ 19 set. Adilson Nascimento: Fantástica! Não há outra expressão para me referir à exuberância do congraçamento da Afago no sítio do diretor jurídico Manoel Luiz Ferreira de Miranda, em matozinhos. Não só pela presença de gouveanos, mas também, e principalmente, pela receptividade dos anfitriões – Manoel, esposa e filhas e Milton Miranda -. São todos excepcionais na arte de receber amigos. Isso sem falar na beleza da propriedade. Eu como sou muito exigente para esse tipo de encontro ainda senti falta de alguns associados como Álvaro, Antônio Santiago, Carlos Maurício, Clovis de Souza, Gil Martins, Gilberto, Taquinho, Ivo, João Saraiva, Silvio Miranda, Valdene, Yolanda ribas, amigos que imaginava rever e não consegui. Não faz mal. Outras oportunidades virão. Uma melhor reportagem sobre o encontro certamente que virá por parte do pessoal especializado, inclusive com fotos. Esta é minha, particular, para agradecer ao Manoel e Milton, em meu nome e da minha família que estava toda presente (mulher, filhos, genros e netos). Meu irmão (Irany) ficou tão impressionado que procurou se associar para participar das próximas por direito. ¾ 19 set. Guido Araújo: Um dos melhores, senão o melhor encontro de gouveianos realizado até hoje. Aliás, estes encontros estão melhorando ano a ano. O encontro nesta época do ano é mais seguro de dar certo por ausência de chuva. Embora inverno, o calor convidou a uma cervejinha mais gelada. Para os diabéticos água ou suco. Muita gente animada, boa conversa, caras novas. Estou falando do encontro de congraçamento da Afago no Sitio “Nossa Casa”, dia 17/09/11, anfitrionado pelos irmãos Miranda, da Diretoria da Afago.Fomos recebidos com distinção, alegria e carinho. Enquanto a meninada se esbaldava na piscina,no espaço social aos acordes das músicas executadas por Lucigênio reinava a alegria dos re-encontros e encontros de velhos amigos. Encontrei um professor da Escola de Veterinária, Dr. Jadir Miranda. Foi para os afagueanos um encontro de familia, da familia da Gouveia. Mas com raiz até no Rio Grande do Sul. Ao final, saimos com vontade ficar, continuar... Estou falando em meu nome e de minha mulher, para a agradecer Boletim Informativo da AFAGO página 2 aos anfitriões o regozijo que nos proporcionaram e a oportunidade de encontrar mais gente de Gouveia. ¾ 21 – set. Manuel Miranda: O ROMBO DA PREVIDÊNCIA NACIONAL. Ao ler uma reportagem sobre a previdencia Nacional, achei interessante fazer um resumo para os amigos: O DÉFICIT DO INSS, que atende 24 milhões de aposentados brasileiros da iniciativa privada, é de R$42 bilhões.Já o déficit da previdência dos servidores públicos que atende apenas 1 milhão de trabalhadores,é hoje de aproximadamente de R$51 bilhões.Para exemplificar o tamanho desse rombo,em 2010 o gasto do governo federal com a saúde foi de R$66 bilhões e com a educação,de R$54 bilhões.Hoje tramita no Congresso Nacional o projeto de lei 1992/2007,que cria o Fundo de Previdência Complementar do funcionalismo público e,se aprovado, fará com que este rombo pare de crescer e com o decorrer do tempo comece a diminuir,contribuindo para futura estabilização,e evitar que o governo continue a tomar dinheiro emprestado dos bancos a juros de 12% ao ano, o que equivale a um juro real (taxa Selic descontada a inflação) de 6% ao ano. Situação que tende a piorar com as nababescas aposentadorias do funcionalismo público.O projeto em tramitação determina um único teto para as aposentadorias públicas e privadas,permitindo quem quiser aposentar com um rendimento acima do valor estipulado contribuir com a previdência complementar privada.A nova regra só valerá para os que estiverem iniciando uma carreira pública após aprovação do projeto.O governo do Estado de São Paulo acabou de aprovar um projeto similar, voltado para o funcionalismo público estadual.Seria muito bom que essa solução atingisse o funcionalismo público em todas as esferas.Como exemplo dessa iniciativa bem sucedida,temos a PREVI dos funcionários do Banco do Brasil,que tem um patrimônio de R$145 bilhões, graças seus administradores e conselheiros, e tem suas gestões fiscalizadas pelo previc,Ministério da Previdência,CVM,Banco Central,Tribunal de Contas e demais órgãos fiscalizadores do segmento. ¾ 23-set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Promessa Gouveiana: Victor, estudante da E.E. Joviano de Aguiar, com 16 anos, segundo ano médio, está participando do Parlamento Jovem. Veja foto e texto enviados pela professora Sueli Vieira que está sempre ao lado dos estudantes. Em tempo, Sueli me informou que a turma está trabalhando para representar sua escola no Prêmio Afago de Literatura. Fica, aqui, o alerta para as concorrentes Notícias & comentários Victor, o Parlamentar de Gouveia representação política e a liderança por meio de sua Você merece, Víctor! diplomação, posse e investidura em mandato político. Víctor Augusto de Oliveira é filho de Roseanne Jaqueline e À época em que o programa iniciou-se, a supervisora Último de Oliveira. Tem 16 anos e cursa o 2 ano do Ensino Margareth Costa apresentou-o aos professores do Ensino Médio da E.E. Joviano de Aguiar. Aluno dedicado, é também Médio .Em seguida, a professora de língua portuguesa, Sueli exemplar no tratamento dispensado à colegas, professores Vieira, sempre atenta ao protagonismo juvenil, levou a e demais funcionários da escola. Com certeza, tudo isso proposta aos alunos, conscientizando-os da importância do contribuiu para que Vítor tenha sido agraciado com o mérito projeto. “ Valorizar a opinião, a visão dos estudantes é de estar entre os oito mineiros escolhidos, em todo o estado, fundamental. Toda iniciativa que promova a atuação dos para participar do Programa Parlamento Jovem Brasileiro. O jovens merece atenção especial. O Programa Parlamento estudante foi selecionado para representar Minas Gerais Jovem tem o intuito de fortalecer as ações que promovam a através do seu Projeto de Lei que institui desconto de 40% inclusão, o exercício da participação democrática e o respeito na compra de livros literários, para alunos das escolas aos direitos humanos. Ideais dos quais também comungo, públicas de todo o país. Uma forma de incentivar a leitura enquanto educadora e cidadã. Acredito no potencial dos meus entre os estudantes e melhorar o índice de venda de livros no alunos e procuro incentivá-los e estar ao lado deles quando Brasil. oportunidades como essa aparecem.”, ressaltou Sueli. A diretora da Escola Joviano de Aguiar, Dione Malaquias, avalia que a participação do aluno Vítor propõe uma reflexão sobre o papel de cada indivíduo na sociedade. “Nossa comunidade precisa discutir questões voltadas para a melhoria da sociedade. Essa proposta apresentada pelo nosso estudante é importante, uma vez que tornará a leitura mais acessível aos nossos alunos. E todos nós sabemos da importância da leitura na formação dos nossos educandos.”, disse a diretora. Parabéns, Víctor! Brasília te aguarda e Gouveia se orgulha de você! Durante cinco dias, de 26 a 30 de setembro, os jovens selecionados mergulharão no processo legislativo do país e irão simular a rotina de trabalho dos parlamentares, conforme o regimento interno da Casa. De quase mil projetos enviados de todo o Brasil, 77 propostas foram escolhidas pelos assessores da Câmara dos Deputados. O Programa Parlamento Jovem tem como objetivo propiciar aos alunos brasileiros a oportunidade de conhecer a rotina dos trabalhos legislativos. Além disso, possibilita aos estudantes exercer a cidadania, a Boletim Informativo da AFAGO página 3 ¾ 23- set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro, filha de Manoel de Paula e de dona Antônia, professora emérita do Grupo Escolar Aurélio Pires nas décadas de 40 e 50. Ela, também professora, poeta e contista laureada, que saiu de Gouveia aos 11 anos de idade e só voltou à terra natal, em 2010, quarenta e alguns anos depois da mudança para Curvelo. Voltou, atendendo a convite da Afago para compor a comissão de seleção e premiação dos trabalhos candidatos ao concurso: Prêmio Afago de Literatura. Isto demonstra que a Afago não está brincando quando se trata de motivar os gouveianos a pensarem em Gouveia e a se envolverem nos acontecimentos da terra onde nasceram. Auxiliadora recebeu condecoração pelo conto “O Saber”, concorrente ao concurso realizado em Aviz-Portugal. Não só, mas também por este feito, ela foi homenageada no evento: Notáveis do Ano do Centro-Norte de Minas, promoção do Jornal Folha de Curvelo, como Empreendedora da Cultura. Caderno Especial Setembro/2011 No mesmo evento, dentre os notáveis, está o senhor prefeito de Gouveia: Geraldo de Fátima Oliveira na categoria Administração Pública. Notícias A senhorita Ivanice Araujo, Assessora de Comunicação Social da Prefeitura de Gouveia, participou da festa comandando a entrevista com os notáveis. Nicinha, como é conhecida, atuando como entrevistadora, como cantora ou como assessora de comunicação, não está neste grupo de notáveis, mas nem por isso deixa de ser uma pessoa Notável. 23 set. Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro: No ensejo, ratifico o meu compromisso de amor para com a minha terra-natal, transmitindo-lhes a certeza de que procurarei elevar o nome de GOUVEIA em quaisquer certames literários, que a vida possa me oferecer.Mais uma vez, agradeço à repercussão dada pela nossa AFAGO, leia-se: (Dr. Raimundo Nonato, presidente, Adilson do Nascimento e Guido Araújo de Oliveira, diretores), ao meu 4º lugar dentre 670 obras literárias no Concurso do Concelho de AVIZ, PORTUGAL. A nossa Associação, graças à sua diretoria, sob a liderança do nosso insigne presidente tem se tornado grandiosa como grandes e majestosos são os montes da terra que Deus nos deu por berço. Jamais a deixemos se quedar ao peso das dificuldades financeiras ou de qualquer outro obstáculo que se interponha em nosso caminho, lembrando-nos de que, incrustada no mapa de Minas, está uma bucólica cidadezinha, que faz pulsar de saudades o nosso coração! Busquemos dela a altivez dos picos, a serenidade dos riachos, a majestade do sol nascente, o esplendor do anoitecer, quando a lua passeia pelo firmamento e as estrelas brincam de esconde-esconde. Lembremo-nos de que tudo isso é muito nosso e contagiados por tantas belezas e atributos naturais, lutemos para colocar Gouveia, através de nossa Associação, no mais alto patamar de uma cidade progressista e hospitaleira, ao lado da sua encantadora paisagem, tela da Natureza, pintada por Deus. Agradecida e atenciosamente, Auxiliadora” Notáveis Ano 2011 Centro-Norte de Minas Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro Empreendedora da Cultura! Filha de Manoel Conceição de Paula e Antônia Fernandes de Paula, (falecidos), natural de Gouveia-MG, a Empreendedora da Cultura, Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro, curvelana de coração, é casada com Wilson da Silva Ribeiro, com quem teve os filhos: Wilson Júnior, casado com Amanda; Luís Henrique, casado com Valéria Laíse, e Aline Maria, noiva de Rapha. Concluiu o curso Normal de Magistério em 1960, pelo antigo Orfanato de Santo Antônio, hoje, Instituto Santo Antônio. Em 1961, foi professora regente na Escola. Estadual “D. Joaquim”. Ainda no atual Instituto Santo Antônio, foi professora de português para todas as séries. Nomeada para a Escola Estadual Dr. Viriato Diniz Mascarenhas, lá trabalhou como regente de classe até 1964, quando transferida para a Escola Estadual “Interventor Alcides Lins,” onde se aposentou. Em 21 de maio do corrente ano, entre 670 obras literárias dos IX Jogos Florais do Conselho de Aviz, Portugal, foi classificada em 4º lugar com o Conto “O SABER”, sob o pseudônimo Marina, recebendo por Correio a condecoração. Boletim Informativo da AFAGO página 4 Clarisse Pereira Fonseca Mendes Revelação Jovem Curvelana, filha do Engenheiro Civil Carlos Maurício Chaves Mendes e da Contadora Geralda Lúcia Pereira Fonseca, a Revelação Jovem dos Notáveis do Ano-2011, Clarisse Pereira Fonseca Mendes, tem 16 anos e cursa o 2º ano do Ensino Médio do Colégio Darwin. Dedicada aos estudos, concluiu recentemente o curso de inglês. Profissionalmente, pretende graduar-se em Arquitetura e, posteriormente, em Odontologia. Companheirismo, dinamismo, espontaneidade na comunicação e grande facilidade para trabalhar em equipe são algumas de suas características mais marcantes. Simpatia e meiguice também são seus traços importantes. Dedica a sua juventude aos estudos, ao convívio familiar e aos inúmeros amigos. Não lhe faltam determinação, coragem e otimismo para enfrentar os desafios diversos e comuns que se apresentam. Curte baladas, teatro, viagens e música, preferencialmente as internacionais. Tem os seus pais como grande referência pessoal e profissional, dos quais tem muito orgulho, respeito e carinho, extensivo à Neide e ao seu irmão João Otávio Geraldo de Fátima Oliveira Administração Pública Geraldo de Fátima Oliveira (Fausto) nascido em G o u v e i a - M G, estudou na Escola Estadual Joviano de Aguiar até a conclusão do curso de Técnico em Contabilidade e posteriormente Pedagogia na UEMG, em Diamantina. Foi professor de Ensino Médio na E. E. Joviano de Aguiar. Foi por 2 anos Juiz de Paz da cidade de Gouveia. De 2001 a 2004 foi Secretário Municipal de Saúde de Gouveia, com um trabalho moderno e atuante. Foi Presidente do Colegiado de Secretários de Saúde do Alto Jequitinhonha. Em 2005, passou a prestar serviços no Colegiado de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais, em Belo Horizonte, como secretário executivo e membro da Junta de Recursos de Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Atualmente é Prefeito Municipal de Gouveia, destacandose pelo dinamismo e competência à frente do município que progride a olhos vistos. É também presidente do CISAJE(Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Notícias Ivanice Araújo comandará entrevistas (Prestem atenção e visualizem o futuro dessa moça) A jornalista Ivanice Araújo, hoje respondendo pela Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Gouveia, estará circulando pelo hall e pelos salões do campestre fazendo espetaculares entrevistas com os homenageados e convidados. Trata-se de um documentário especial que será elaborado – e disponibilizado – para marcar ainda mais os 21 anos de crescente sucesso do Notáveis do Ano do Centro-Norte de Minas. ¾ 24 set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Festa de Nossa Senhora da Conceição, em Cuiabá, de 30/setembro a 10/outubro. Se depender da garra e da habilidade de Ivanice Araujo, Nicinha, a festa vai bombar. Vamos prestigiar nossa gente, nossos costumes, nossa cultura ¾ A etapa final do Circuito Mineiro de Trekking está programada para 16/10/2011, com largada às 9:30 horas da Praça Estado de Minas, em Gouveia. Patrocinio da MM Materiais de Construção. Mais um evento comemorativo dos 100 anos do grupo MM. Nossos parabéns aos dirigentes e funcionários do grupo MM. Para ver o Cartaz e a tabela de classificação das equipes ¾ 26 set. Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro: “Curvelo, 26 de setembro de 2011. À AFAGO, na pessoa do nosso emérito presidente, Dr. Raimundo de Miranda Chaves, agradeço a ênfase dada à publicação de minha condecoração, laureada que fui como “ EMPREENDEDORA DA CULTURA”, no Baile dos Notáveis do Ano( Centro - Norte de Minas), que se realizou em Curvelo, na memorável noite de gala de 2309-2011. ¾28 set. Guido Araújo: Um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais apresentou, no IV Congresso sobre o tema, o resultado de um estudo que fez no Municipio de Gouveia, com o concurso do Programa de Saúde da Familia do Municipio de Gouveia (PSF). A pesquisa versou sobre a situação da detecção do câncer de mama e da saude reprodutiva das mulheres no Municipio de Gouveia e Presidente Kubistchek. Nos dois estudos foram examinadas mais de trezentas mulheres. Quem for à Escola de Medicina das Ciências Médicas poderá ver os resultados no saguão. Sugiro ao Prof. Raimundo Nonato expor os resultados Boletim Informativo da AFAGO página 5 no site ou no Boletim, com a permissão dos autores. A pesquisa está bem feita e chega a conclusões importantes. ¾ 30 set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Importante melhoramento em Vila Alexandre Mascarenhas: Inauguração da Rede Adutora, trazendo água do Rio Capivara, com captação acima da cachoeira, cerca de 12 quilômetros da Vila, em altitude que permite o abastecimento de água por gravidade. Salienta o excelente trabalho de engenharia, principalmente, na captação, com mangotes especiais fixados no paredão da cachoeira.Nossos parabéns à administração da cidade e aos executores dos trabalhos de implantação da rede de abastecimento ¾ 1 out. Guido Araújo: Gouveia precisa mesmo é de educação e saúde. Problemas sanitários são um escoadouro de dinheiro público e quase só para apagar incêndios na área. Importante é sanear e educar para prevenir. É o que o Município de Gouveia está fazendo em Vila Alexandre Mascarenhas, hoje, ao inaugurar a Adutora que abastecerá de água potável a população. Outros cuidados de prevenção poderão ser aplicados com a educação. População saudável é um capital investido e rendoso do Município. Congratulações. ¾ 4 out. José Moreira de Souza: Somente aplausos não bastam. Vejam o trajeto da nossa Raquel Luiza: “Prezado escritor, boa noite. “Se você está recebendo este email é porque você é dos classificados do Concurso. Parabéns! Porque chegar até aqui não foi fácil, eram muitos trabalhos e todos muito bons. Estamos felizes em saber que este concurso tem aproximado do resultado que sempre sonhamos. Conforme anunciado no edital, o resultado do V Concurso Crônica & Literatura: prêmio literário Ferreira Gullar foi publicado ontem nos endereços eletrônicos: http:// cronicaeliteratura.blogspot.com/ Orkut Assis Editora” Que podemos fazer para apoiar essa menina? ¾ 4 out. Otomano Menezes: Aprendi a admirar Gouveia ouvindo o meu mestre Adilson do Nascimento dizer que é uma cidade um pouco menor que São Paulo e com uma população equivalente a Tókio. Por isso acompanho os sites Portal Gouveia e afagouveia.org.br. Acabo de ver o último boletim da Afago onde o Presidente Raimundo Nonato de Miranda Chaves em seu editorial faz uma chamada para o artigo que fala da falta de empreendimento na cidade, de autoria do meu guru. Para mim não foi surpresa ver a qualidade do texto e a clareza do assunto. Ele sempre disse para os seus estagiários de direito que o advogado não tem que escrever bonito, usando frases de efeito, principalmente buscadas do latim. O advogado, dizia ele, principalmente esse profissional, tem que ser assertivo e escorreito, fazendo com que saíssemos da sua sala e fôssemos ao dicionário. Portanto, fica fácil verificar que o que se pretende ali é levar a mensagem, ainda que na forma de crítica, a um assunto que se incomoda o autor deve também incomodar aos administradores e responsáveis pela qualidade de vida dos habitantes da cidade. Num certo momento ele diz: “fica o alerta de quem mesmo não servindo de exemplo”. Como assim? Não servindo de exemplo? Para quem ocupava a segunda posição da hierarquia da indústria de tecido que era a maior fonte de renda e de emprego da cidade, como chefe de escritório e ocupava a primeira posição hierárquica do legislativo do município, como presidente da câmara, e deixou por absoluta vontade própria tudo isto em busca de uma melhor qualificação profissional e uma melhor condição de vida para si e seus familiares e conseguiu brilhantemente alcançar posições executivas em grandes empresas, como CENIBRA (subsidiária da Vale), PRODEMGE (a maior empresa de informática do Estado), e SISTEMA FINANCEIRO RURAL, onde seu cargo de Superintendente de Recursos Humanos equivalia ao de Diretor, para todo o Brasil, uma vez que diretor de banco por exigência do Banco Central do Brasil há que ser acionista, seu exemplo é ímpar e sua projeção pessoal um incentivo para a cidade. Há que se aplaudir a coragem e a obstinação de quem entende que o maior inimigo do crescimento pessoal é a acomodação. Devo muito a ele. Digo isso a plenos pulmões. Devo muito mesmo, embora ele nunca tenha cobrado. Sua recompensa estava em fazer com que aprendêssemos. Certa feita quando eu estava às voltas com a contestação de uma ação de uma gerente do banco, em Maceió, que reclamava o pagamento de horas extras, sob a alegação de que trabalhava até as 22 horas, ele ao corrigir o meu texto, me disse que os meus argumentos jamais convenceriam o juiz da ação e então determinou que o gerente geral da agência se dirigisse até a Secretaria da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas e conseguisse uma certidão de freqüência diária da aluna. Com a declaração de freqüência diária de segunda a sexta, das 19 às 22,30 horas, ficou fácil contestar a reclamação e fazer com que o juiz determinasse a improcedência da ação. Foi quando ele me disse e ficou marcado para sempre: “na justiça tudo é prova ou a prova é tudo”.Aprendi técnicas de gestão para resultados e principalmente para o relacionamento com as pessoas. Aprendi muito mais em dois anos de estágio que durante todo o tempo do curso. Hoje tenho meu escritório com ótima clientela e estou me preparando para o concurso de juiz do trabalho. Parabenizo a Afago por manter em seus quadros esse exemplo de humildade, de competência e de honestidade e o boletim por publicar artigos de tamanha profundidade, desse “escritor brilhante”, como bem disse o presidente. ¾ 4 out. Adilson do Nascimento: Otomano Menezes, vou tratá-lo assim em respeito a esse pseudônimo muito próximo do técnico da seleção brasileira, embora a sua identidade esteja tão clara para mim quanto o Ribeirão de Areia, o Rio Chiqueiro, o Córrego da Reserva, o Córrego de Santo Antônio, ou o Ribeirão de Areia, que circunda a Fábrica São Roberto, nos quais pesquei, nadei, quase morri afogado, mas vivi tão intensamente que jamais alguém teve ou terá uma infância igual, para contar aos seus netos. A sua gratidão exposta nesses traços aqui e em outros já postados demonstram muito mais as suas qualidades de profissional receptivo e de pessoa humilde, competente e inteligente, que a minha de orientador, até por obrigação. De qualquer maneira fico imensamente grato pelo seu incentivo. Tenho certeza que em breve teremos um novo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz das Varas do Trabalho da Capital, a tomar decisões rigorosas, porém justas, como compete a um bom magistrado. Boletim Informativo da AFAGO página 6 ¾ 7 out. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Esclarecimentos aos fãs de Ponteiro Geraldo Pinto de Carvalho - que,está passando momentos dificeis: Foi submetido a cirurgia de extração da próstata; caiu com o cavalo que, ao se levantar, pisou nele, na altura do abdômen,e, mais o braço quebrado em dois lugares. Ponteiro é forte, saudável e vai se recuperar rapidamente. Ocorrencia irreparável é o falecimento de Maristela, irmã dele, ocorrido na segunda feira da semana passada, aqui,em BH. ¾ 7 out. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Começou Hoje, 7 de outubro, o Festival de História de Diamantina ¾ 19 out. Afrânio Gomes: IMPORTAÇÃO DE LIXO HOSPITALAR A importação de lixo não coisa tão recente assim, lembro que no auge da Guerra do Viatnã, chegavam aqui no Brasil uniformes militares sujos de sangue e também calças e jaquetas Lee e Leves que era o sonho de consumo da meninada. Esses materiais eram comercializados na forma que chegavam, sujos e contaminados misturado a vários tipos de produtos. GOUVEIA E A ESTAPARIA S/A NA CONTRAMÃO. Agora puxando a sardinha pro nosso lado, me lembro também que a Estamparia exportava para os Estados Unidos um tecido camuflado, não sei de tinha fins militares. Eu trabalhava como faturista aqui no Escritório central em Bhte e me lembro bem do volume dessas exportações. Paralelamente a isso, o Dr. Caetano Mascarenhas tinha um depósito de sempre-vivas que vinham na sua totalidade de Gouveia e eram exportadas para os Estados Unidos. Todos questionavam a real finalidade dessas plantas lá, alguns suspeitavam que seriam para fins militares. O Sr. Adilson Nascimento deve se lembrar bem. ¾ 19 out. Adilson do Nascimento: Ao Afrânio e ao Raimundo: realmente eu tenho farta lembrança da suspeita que havia em se exportar aquela planta seca para os EE.UU, mas nem mesmo com a amizade que eu tinha com o Caetano consegui saber, com certeza, qual a destinação dada às nossas sempre vivas. Quem também levantava muita dúvida com relação a isso era o João Grilo que as transportava de Gouveia para Belo Horizonte. Até hoje penso que para decoração não seria. Com relação à história de João Baiano eu só lamento que ele não tenha permanecido um pouco mais em São Roberto para que o meu amigo Raimundo Nonato tivesse nascido ali. ¾ 25 out. Dulcélia Maria Silva: Parabens pela galeria de fotos antigas.Gostei muito das fotos da galeria de fotos antigas e gostaria de contribuir com fotos também gostaria de saber como faço. Notícias & comentários transformação da Praça da Liberdade em “Corredor Cultural” não contemplou um espaço mínimo que seja para a instituição pioneira de apoio à Cultura Mineira. Confiram também: ¾ Fotos Antigas Haroldo Ribas ¾ Congraçamento Sítio de Manuel Miranda ¾ Gouveia Rural – Planejamento de 1984 ¾ Laurindo Ferreira Entrevista ¾ Sala Doutor Waldir Inauguração de Placa – ¾ Grupo Mário Maria – 200 anos ¾ Notáveis do Centro Norte ¾ Comunidade Espinho ¾ AFAGO Socorre a Comissão Mineira de Folclore José Moreira de Souza Os membros da Comissão em reunião informal encarregaram o Diretor de Comunicação da AFAGO que também é associado à Comissão Mineira de Folclore para coordenar as ações que tornem viáveis uma interlocução com o governo do Estado. Vê-se que a AFAGO se dispõe a prestar um relevante serviço ao desenvolvimento cultural de Minas Gerais, o qual vai muito além dos interesses dos gouveianos. Quem diria que um cobu preparado por gouveianos e servido quentinho com café em sessão solene no ano de 2004, pelo então presidente que se despedia do cargo, renderia tamanha gentileza da parte da AFAGO tantos anos depois. No dia 22 de agosto de 2004, a sessão solene de transmissão de cargo da diretoria da Comissão Mineira de Folclore foi encerrada com uma lauta mesa de cobu rodeado de muita história nas instalações do Palácio das Artes em Belo Horizonte. Autoridades e convidados puderam, então saborear um pedaço de nossa Gouveia que agora retribui e lembra ao Governo de Minas o respeito que se deve ao saber popular e especialmente ao povo que cultiva esse saber O senhor presidente da AFAGO, professor doutor Raimundo de Nonato Miranda Chaves, cedeu as instalações da sede dessa associação para reuniões da Comissão Mineira de Folclore que vem ocorrendo mensalmente desde outubro até dezembro do presente ano. Do mesmo modo, o senhor diretor jurídico da AFAGO, doutor Manuel Miranda, se dispôs a oferecer todos os recursos técnicos para ajudar a regularizar a situação em que se encontra a entidade. A Comissão Mineira de Folclore foi a primeira entidade de estudo e apoio à Cultura Popular criada nos estados do Brasil no ano de 1948. Sua criação respondeu à da Comissão Nacional de Folclore, fundada em dezembro de 1947, como resposta ao apelo da UNESCO. A partir do ano de 2007, a Comissão Mineira passou por dificuldades de regularização da posse de sua diretoria e, recentemente, o Governo do Estado, por decisão da Secretaria de Estado da Cultura, houve por bem não abrigála mais em suas instalações no Centro de Tradições Mineiras. Curiosamente o Centro foi criado como resposta a projetos de apoio e desenvolvimento da Cultura Popular elaborados pela Comissão Mineira. O impasse foi gerado pela transferência dos órgãos do Estado para a Cidade Administrativa. Estranhamente, a Boletim Informativo da AFAGO página 7 Sessão solene de transmissão de cargo da Diretoria da Comissão Mineira de Folclore. Agosto de 2004. Da esquerda para a direita: Madalena Diniz, presidente do Centro de Tradições Mineiras, Kátia Cupertino, presidente eleita e empossada, Gustavo Pereira Cortez, secretário da diretoria anterior, José Moreira de Souza, presidente que deixa o cargo, Zanoni Eustáquio Roque Neves, secretário da nova gestão. HOMENAGEM Discurso pronunciado pelo Diretor de finanças da AFAGO na oportunidade de descerramento da placa que eterniza o nome do Doutor Waldir nas instalações da AFAGO. Excelentíssima Senhora Elena Berenice Brum Ribas, digníssima viúva do nosso queridíssimo e saudoso amigo e primeiro presidente Doutor Waldir de Almeida Ribas. Demais parentes presentes: Marcos, esposa e filhos; Dona Antônia Ribas; Dona Irene Brum; meu querido Gilberto Almeida. Excelentíssimo Senhor Raimundo Nonato de Miranda Chaves, digníssimo presidente da Afago. Demais dirigentes e conselheiros, meus colegas. Senhoras e Senhores. Logo após participar do velório e sepultamento do nosso prezadíssimo Doutor Waldir eu, ainda muito emocionado, postei no site da Afago uma mensagem de condolência à família que começava dizendo que pessoalmente eu não o conhecia... Ouvia falar dele... por ser gouveano; por ser médico - afinal, gouveano com diploma universitário na sua época era uma raridade –; por ser filho de Antônio de Almeida e, principalmente, por ser irmão dos meus amigos Gilberto e Taquinho. Isso até uma noite de novembro de 2006 quando a Ilda me disse que ao telefone estava uma pessoa se dizendo gouveano, velhinho e baixinho e queria falar comigo. Minha primeira reação foi dizer que não iria falar com alguém que se identificava apenas como gouveano... velhinho... e baixinho. Porém, alguma coisa me disse: atenda! Eu então pequei o telefone e disse: pois não!? Ele se identificou, repetiu que era baixinho e velhinho, disse que me conhecia e que havia sido colega de “Aurélio Pires” do meu pai. Seguiu-se uma série de apresentações quando eu lhe expus um mini currículo Boletim Informativo da AFAGO página 8 começando pela minha amizade com os seus irmãos, na adolescência. E m seguida e l e disseme que estava reunindo vários gouveanos residentes n a Capital, que fossem formadores de opinião, para auxiliálo na criação de uma entidade “que visava promover a integração da comunidade gouveana da região metropolitana de Belo Horizonte, fortalecendo os laços de união com Gouveia; velar pela preservação da memória histórica da cidade e sua comunidade; criar na sede do município um local que pudesse estruturar e concretizar um Centro Histórico e Cultural da Família Gouveana – a Casa do Gouveano – e promover encontros freqüentes de congraçamento entre os gouveanos residentes na Capital e na Grande BH para estreitar os laços de união e proporcionar um melhor relacionamento” e que estava me convidando – desde que eu entendesse aquele convite como uma intimação – para fazer parte desse grupo e compor a sua primeira diretoria. Eu lhe apresentei uma série de contratempos e dificuldades, inclusive minhas constantes viagens, mas para todos ele tinha uma argumentação contrária, de forma que eu não só aceitei o convite como também prometi colaborar, principalmente considerando a grandiosidade do projeto. A partir de então nos encontrávamos com certa frequência e passamos a ter uma convivência muito agradável, amistosa e cordial. Inclusive às vésperas da Assembléia Geral da Afago que se deu em um restaurante do bairro Planalto, na Pampulha, que ele HOMENAGEM se dispôs a conhecer antecipadamente, eu o conduzi até à minha casa ali perto e fiquei admirado com o seu entusiasmo e a sua sensibilização com as samambaias e orquídeas que a Ilda cultiva, demonstrando enorme preocupação ecológica. Passei a admirar uma figura humana como conheço poucas. De uma consciência coletiva sem par, tinha uma preocupação constante com Gouveia e o seu povo. Organizado, trazia sempre consigo uma pequena agenda onde anotava endereços e telefones de todos os gouveanos de Belo Horizonte e outras cidades, com os quais mantinha contatos freqüentes. Sabia, por exemplo, que na Capital e seus arredores existem mais de 3.000 gouveanos residentes. Sério, quase carrancudo, tinha uma veia humorística de fazer inveja. Fazia piada com qualquer assunto. Certa vez eu lhe perguntei se ele tinha o telefone do Zé de Flora e ele simplesmente disse não; para logo Belo Horizonte ou região metropolitana”, seria muito mais difícil do que ele poderia imaginar e que a Casa do Gouveano, um local para as artes e cultura, que pudesse registrar a história de Gouveia, não avançava além da sua idéia inicial, e assim via-se no seu semblante uma frustração por se sentir impotente para realizar um sonho antigo. Nas nossas reuniões ele prestava muito atenção nas discussões dos presentes e pouco intervia, até que o assunto se encaminhava para longe dos seus propósitos e ele o trazia para os trilhos. Sempre queria conduzi-los para a finalidade de ajuda e apoio a Gouveia e aos gouveanos. Ficava entristecido quando propunha realizar um encontro de confraternização para proporcionar mais conterrâneos a se encontrarem e era informado, antes pelo tesoureiro Raimundo Nonato, depois por mim, que a entidade não dispunha de fundos para patrocinar o encontro e dependia da boa vontade dos associados, que sempre foram poucos, para participarem pelo sistema de adesão. Embora se confessando um analfabeto em tecnologia da informação demonstrava enorme alegria ao presenciar as discussões dos assuntos ligados à evolução do site afagouveia.org.br, criação do Professor Raimundo Nonato e ficava visivelmente emocionado com as apresentações do Professor José Moreira quanto à repercussão do Prêmio Afago de Literatura. Era a sua Afago lançando Gouveia para o mundo, por meio da internet e promovendo os gouveaninhos dos ensinos fundamental e médio, no cenário da cultura, para além dos muros das Escolas de Gouveia. em seguida dizer que tinha apenas o número, já que o telefone ficava na casa do Zé. Quando fazia a sua contribuição para adesão aos encontros festivos sempre perguntava brincando pelo seu percentual de desconto, alegando ser um ancião. De uma simplicidade incomum, em uma das nossas conversas ele disse-me que não entendia a razão pela qual certas pessoas se portam com tanta empáfia, demonstrando orgulho, vaidade e prepotência. E completava: - se todos tivessem consciência de para onde vamos ... Depois de ver a sua Afago instalada e funcionando ele percebeu que o seu sonho de “auxiliar, na medida do possível, os gouveanos que comprovadamente careçam de assistência financeira, social e afetiva em Boletim Informativo da AFAGO página 9 Naquela minha mensagem posterior à sua morte eu disse que nós, seus amigos, conterrâneos e familiares, haveremos de lhe HOMENAGEM render uma significativa homenagem, redobrando os nossos esforços para manter viva a sua Afago; opinião que mantenho hoje. Apesar de já havermos alcançado uma significativa evolução, reformulando o estatuto para que as decisões sejam mais ágeis; criado o título de Presidente de Honra, concedendo o primeiro exatamente a ele; além de reorganizar e regularizar toda a documentação oficial junto aos órgãos de fiscalização e regulamentação da Prefeitura, do Estado e da União, fruto de um trabalho desbravador dos advogados camilinhenses Milton e Manoel Miranda, ainda temos muito pela frente para conseguir um pouco do que idealizou o nosso fundador. Antes de começar a primeira reunião da Diretoria da Afago, após a sua morte, eu estava aqui, nesta sala, sozinho, e senti uma espécie de estremecimento, uma sensação estranha, muito forte, que me fez olhar atentamente para aquela cadeira que ele ocupava rotineiramente, exatamente à minha frente, como se ouvisse: - “olha eu estou aqui e você é um dos meus seguidores e não poderá deixar que o meu ideal tenha morrido comigo”. Iniciada a reunião eu pretendia comentar o que havia sentido, mas resolvi mudar o texto e dizer que estava propondo denominar esta sala, que sempre foi dele, usada por muito tempo como seu consultório de pediatria, enquanto na ativa, e sempre cedida graciosamente para a Afago, desde a sua criação, com o nome de “SALA DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS”, como forma de perpetuar a sua memória e proporcionar ao Secretário Guido Araújo iniciar todas as atas com o seguinte preâmbulo: “Aos tantos dias do mês tal reuniram-se os membros da diretoria e do conselho fiscal da Afago – Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia – na Sala Doutor Waldir de Almeida Ribas, localizada na Avenida Amazonas, 115 – 17º. Andar – em Belo Horizonte”. A idéia foi aprovada, unanimemente, e coube-me a incumbência de providenciar a confecção da placa. Ao me dirigir a uma indústria desse tipo de produto o gerente de comercialização mostrou-me uma série de modelos sofisticados. Eu então lhe disse que eu precisava de uma placa simples, modesta, sem qualquer resquício de ostentação, uma vez que pretendia prestar uma homenagem justa e significativa a quem havia feito tudo para merecer e justificar a honraria e não poderia usar um produto rebuscado para homenagear quem sempre primou pela modéstia e simplicidade. Também fiz questão de incorporar o seu título profissional ao seu nome mandando constar da placa: “Doutor Waldir de Almeida Ribas”, por extenso, sem aceitar apenas o DR tão usual; tudo por uma questão de justiça. A nossa placa não visa homenagear o médico, competente e caridoso, o benfeitor, o homem das letras, o zeloso marido, o dedicado pai, o carinhoso avô ou o cidadão ilustre de Gouveia, de onde inclusive já recebeu a Medalha Alexandre Mascarenhas, a maior honraria que é concedida em conjunto pela Prefeitura e Câmara Municipal a quem se destaca de forma especial na divulgação da cidade e na melhoria da qualidade de vida do seu povo. A nossa placa visa homenagear o idealizador, o criador, o fundador e primeiro presidente da nossa entidade, reconhecendo de uma forma humilde e simbólica a sua ousadia, a sua perspicácia, o seu ideal e a sua atuação Quem conheceu o Doutor Waldir e aqui todos conviveram com ele; uns mais, outros menos, sabe que a minha idéia, convertida em projeto e hoje tornada realidade, tem nada de extraordinário. Extraordinária foi a existência e o merecimento do nosso homenageado que dispensa maiores apresentações e referências. Parafraseando a sua neta Maria Eduardo eu diria: tenho dó de quem não o conheceu. Em meu nome particular, em nome de toda diretoria administrativa e dos membros do conselho fiscal da Afago eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês a esta reunião tão significativa para nós. Agradecer de modo especial a Dona Elena Berenice Brum Ribas, viúva do nosso homenageado, a quem convido para descerrar aquela faixa e inaugurar oficialmente a denominação de “SALA DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS” para a sede da nossa A F A G O – ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA. Muito obrigado. Adilson Nascimento Boletim Informativo da AFAGO página 10 ARTIGOS Desenterrando o Peixe Reflexões sobre as peculiaridades do Jubileu do Peixe na paisagem mineira Lúcia Tânia Augusto Como fenômeno religioso o Jubileu do Peixe instala, na realidade social de Minas Gerais, novas referências para interpretação das relações que se estabelecem em torno do aspecto simbólico da morte e suas variáveis perante os novos conceitos de patrimônio histórico-imaterial. Inútil essa reflexão para aqueles que entendem a morte somente como um evento pertencente ao ciclo da vida. Tentaremos colaborar com o tema ao identificar esses rituais como mobilizadores não só de aspectos afetivos em seus ritos, mas pontos latentes da discussão de questões como saúde pública, apontamentos das relações políticas entre clero, leigos e política local, assim como fundadora de inventários diferenciados entre os grupos sociais que articulam-se nas práticas rituais, principalmente, a “absolvição das almas”. Aspectos a serem considerados: Morte e enterramento Onde as pessoas morriam e os diferentes rituais de sepultamento. Atenção principal para os que morriam longe das capelas, em percurso ou distante do local de moradia. Há um poema célebre do século XIX de Castro Alves cujo título é “Cruz da estrada”. É de um escravo humilde sepultura, Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz. Deixa-o dormir no leito de verdura, Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs. Veja que o escravo a que Castro Alves se refere mereceu uma cruz. Haveria escravos simplesmente abandonados com animais? Cemitérios de escravos - a chave maior é compreender as diferenças dos cemitérios de escravos não protegidos pelas irmandades. Onde eram enterrados e o cuidado com o sepultamento. Este é o foco principal. Cemitérios em quilombos, cemitérios de irmandades, locais de enterro em locais ermos = clandestinos. A atenção para os cemitérios em “locais ermos” é a chave de “nãolugar” e a questão como se sacraliza o local ermo ou e isto que o sacraliza? Para isso, Posto que o aspecto simbólico será fundamental para a abordagem, Almas e São Miguel com seu exército serão referenciais Boletim Informativo da AFAGO página 11 fundamentais, incluiremos pontos de intercessão com as irmandades e a atuação de forma vinculada e desvinculada da igreja, tendo como local o cemitério do Peixe a partir de sua primeira. A relação com o local, tendo como evento principal, o Jubileu e os contornos traçados pelos rituais entre os “vivos”. Cabe a discussão sobre patrimônio material e imaterial e suas origens. Códigos de postura das cidades. Legislação vigente que trata do enterramento dos mortos ponto importante na organização da vida publica, na determinação dos responsáveis de fé e de direito. As práticas morais fazem de refém as práticas legais, entenderemos isto, em artigo posterior, quando identificaremos nos rituais as práticas que sustentam a identificação de respeito aos mortos (leia-se as almas dos antepassados) os laços de fidelidade em confronto com os riscos à saúde na construção de cemitérios nos seus vários locais, identificados ao longo das mudanças históricas do final de XIX, a partir de 1890 e inicio do século XX, em 1915, data que consideraremos fundadora do objeto, em função da construção da capela no local. solidariedade. Podemos dizer, em princípio, que a presença das almas, são determinantes para entendermos alguns aspectos das relações entre os homens. Até o final desse artigo, é o que pretendemos ter como ponto de reflexão. Analisado como local santo, onde trocas afetivas se estabelecemse, está entendido que o Cemitério do Peixe é um local coberto de identidade e significados, um local conversação entre os vários atores: os padres, os participantes dos rituais, os visitantes, os comerciantes e os grupos vindos de outras comunidades que vão dedicar o dia ás homenagens às almas. Dentro de uma estrutura em que se entende que “a morte iguala a todos” o Peixe contradiz essa máxima: na falta de lugar onde enterrar corpos de escravos, familiares e passantes, o local se torna referência dos excluídos independente da data e do seu mito fundador, dado que será mais trabalhado mais profundamente, quando apresentarmos as varias versões do surgimento do acontecimento. O anonimato possível de alguns de seus usuários, pode ser comparado ao anonimato dos freqüentadores do lado “externo” ao cemitério: carros com som no último volume, que tocam músicas bem distantes das ladainhas e cantos santos que compõem o encontro. O nome e suas versões Segundo os entrevistas, o nome correto do Jubileu é: Jubileu das Almas e São Miguel, porque, segundo estes, as almas são em primeiro lugar e o cemitério é anterior à Irmandade de São Miguel. Verificações a fazer, o que é interessante é a função das Irmandades de São Miguel seus desdobramentos desde, pelo menos, à idade média. A irmandadade é responsável por dar assistência e acompanhar todo o processo do viver, mas principalmente cuidar das “Almas dos Mortos”. De qualquer forma, a festa está completa de coerência, em que a ordem do nome não toca a sua essência; ARTIGOS Trocas profundas de espiritualidade até mesmo antes da instalação de uma capela ou igreja o ocorreram. Não se sabe exatamente o quanto o fato de ser entreposto de mercadorias, com a presença de soldados na vigília na passagem de mercadorias, pessoas e serviços, determinou a importância estratégica. O que há de certo é que os africanos, utilizados ali como escravos já possuíam habilidades na extração e tratamento do ouro em função dos locais de onde foram capturados na África. Fato importante é o volume de mão-de-obra especializada vindo para Minas Gerais, não só para trabalhar especificamente na produção mineral, como também na construção da infraestrutura dessa atividade que exigia um perfil mais urbano da localidade. Segundo Professor José Moreira de Souza,foi utilizado para depositar os corpos dos excluídos, sabe-se, por relatos e documentos do período que cobre entre 1890, com a primeira missa celebrada em cemitério pelo Padre Ernesto, pároco da Paróquia de Congonhas do Norte. Era comum que cada propriedade e sua família (proprietários e escravos) além do cemitério, possuíssem capela e escrivão e, em pelo menos uma vez por ano, promovessem suas festas. O objetivo ia além de uma simples comemoração e encontro. Era naquele momento do ano em que promovia trocas de produtos, vendas, batizados, casamentos, enterros e outras atividades que, coincidente com o período de colheita, se revestia de uma normatização dos rituais de passagem para nascimento, casamento e morte, com calendário alternava as propriedades em uma organização que se adequava à agenda dos párocos. No caso do Peixe, o que temos é uma situação diferente. É fato comprovado que não há mais que 3 moradores durante o ano, nesse caso, Dona Lotinha e seus filhos. O “motivo” manifesto do encontro anual é religioso, sagrado: o objetivo é promover a “absolvição das almas” dos mortos. Portanto, os freqüentadores mais importantes e em maior número são as almas dos antepassados dos familiares que ali se encontram todos os anos. Dona Lotinha, explicita esse objetivo de forma contundente em dizer que não há chances do local se transformar em uma cidade ou povoado, que seja. O isolamento do cemitério, em terreno deserto e de aparência inóspita, às margens do Rio Paraúna acrescenta cor e colorido nestes dias que circundam o 15 de agosto (dia oficial). O aspecto estético não é fundamental e muito menos a justificativa da festa persistir, não importa, pois as almas são o aspecto fundamental. Todos se igualam na morte? A ressignificação do local de depósito dos mortos e arranjos para manter a audiência na busca absolvição das almas, com devoção principalmente aos escravos enterrados ali. Três lendas, para o surgimento desse espetáculo, são as mais ouvidas (coletadas em vídeos ou textos sobre o assunto). Boletim Informativo da AFAGO página 12 A moradora oficial do local – Dona Cotinha, filha de fazendeiros, tem o corpo dos seus antepassados enterrados nesse local. Ela conta que, segundo a sua bisavó, havia um padre que ia em direção à Conceição do Mato Dentro até adoecer no meio do caminho e morrer. Foi a própria bisavó, com a ajuda dos escravos que, segundo ela, oficialmente inaugura o cemitério, onde a partir daquele momento, passam a ser enterrados também os corpos dos escravos e todos os outros membros de sua família. Pela facilidade de encontrar pedras no local estas são utilizadas como efígies das almas dali. A segunda e mais conhecida versão é da ingestão de peixes estragados pelos soldados que vigiavam o local para evitar desvio da extração e que ali foram enterrados. E a terceira e última versão, trata da tortura de escravos, enterrados vivos. Essa versão é a menos oficial e mais provável pela própria condição de exclusão social do local e seus “moradores” e ainda, conforme o professor José Moreira, pela falta de presença institucional da igreja, até o ano de 1915, data oficial do evento, que consta como primeira celebração que dá origem ao culto aos mortos locais. Com suas permanências e interrupções, a festa já completará 100 anos, sustentada pela linguagem simbólica onde vemos seus desdobramentos na sociologia fenomenológica. Atípico, o Jubileu ocorre tendo como referência um cemitério: o Cemitério do Peixe, ocupando um espaço de trocas com as “almas de antepassados”, os rituais relacionados à morte e a presença dos seus atores, somente uma vez por ano, durante no máximo 5 dias, em homenagem primeiro às Almas, depois á São Miguel (protetor das almas na terra). Em função dos rituais ali situados, o local adquiriu um status privilegiado, ao arrebanhar para suas práticas, em torno de cinco mil pessoas por ano, dentre elas, familiares que retornam anualmente, por fidelidade à sua origem. Deserto, durante os outros dias do ano (360 no mínimo), possui nas construções de um cômodo ou barracas de camping, a construção do que chamarei de nãocidade. O Peixe, como princípio para esse trabalho configurase primeiro uma não-cidade, no melhor sentido da origem grega da palavra utopia. ARTIGOS João Baiano Raimundo Nonato de Miranda Chaves Dezoito de outubro de 1890, nasceu João, filho de Exupério e Ana Angélica Fernandes Chaves. Zona rural, comunidade de Bonito, hoje florescente cidade de Igaporã, sertão da Bahia a meio caminho entre Caetité e Bom Jesus da Lapa. Terra inóspita, comunidade pobre, família ainda mais pobre, criança lutando pela sobrevivência. Entre 1895 e 1897, aconteceu a grande seca, Exupério tomou importante decisão, juntou a família e partiu, caminhando pelos caminhos de Guanamby, Espinosa, Monte Azul e Riacho dos Machados. Andando para o sul e puxando para o nascente foi dar com os costados em Itamarandiba, vale do Jequitinhonha. Saltou da panela e caiu no fogo. Ali, em Itamarandiba, possivelmente cooptado por Juscelino Pio Fernandes, o coronel Sica, gerente da fábrica de São Roberto e genro de Leonel Alves Ferreira, um dos sócios da fábrica; certamente, arregimentando famílias numerosas para o trabalho. João, agora, é o moleque da casa de Sica. Moleque, aqui, tem nada a ver com pivete, moleque é o faz tudo, o pau para toda obra: apanhar lenha, varrer terreiro, arear panelas, dar recado, limpar e abastecer lamparinas de querosene e jogar pinico fora. Não propriamente o pinico, mas o conteúdo. João, ainda jovem, perdeu o pai e se fez o responsável pela família, na condição de filho mais velho. No ano de 1915, com o dinheiro juntado com perseverança, comprou um burro. E, agora, usando o tempo antes e depois do horário de trabalho como empregado, trazia lenha das matas do Batieiro para o fogão da mãe Ana Angélica e para vender na rua. Sua propriedade era apenas um animal, mas deveria ser marcado com ferro em brasa; era o seu burro e seu orgulho mandava que o marcasse. O costume é imprimir, a fogo, na perna direita do animal as iniciais do proprietário, mas João optou pelo ano de sua vitória e encomendou o carimbo 915. Naquele ano ele marcou um único animal, mas nos sessenta anos seguintes ele marcou milhares de bovinos, eqüinos e muares. Empregado de Sica e vendendo lenha juntou o suficiente para adquirir a segunda besta, a terceira e, assim, mais bestas maior condição de transporte, mais receita e mais bestas. Nesta altura, João, com dez bestas, já era dono de um Boletim Informativo da AFAGO página 13 lote e se transformou em tropeiro. Comprando café na Zona da Mata: Sabinópolis e Serro e transportando para Curvelo. Ali, vendia o café e comprava produtos industrializados, chegados pela estrada de ferro: farinha de trigo, cerveja, arame e querosene. João, de empregado a patrão, conduzia sua tropa do cerradão para a mata e vice-versa. No meio o famoso Espinhaço que sua tropa transpunha com galhardia, subindo e descendo serras, vadeando rios: O Rio das Velhas de balsa, o Paraúna de canoas e tantos outros menores que davam vau. Hermano, ainda adolescente, irmão de João era o cozinheiro e o sobrinho José Hipólito, caboclo forte, decidido, brigador, era o tocador. João cuidava de sua tropa. Ele sabia que animais saudáveis e bem alimentados era a garantia de continuidade do seu negócio. Só forçava a marcha quando necessário. Forçar para pousar em Camilinho era uma exceção. R a n c h o relativamente limpo, boa aguada, bons pastos, mas principalmente a residência da professora Zenilia, com quem João se casou em 1928. De tropeiro a fazendeiro, no ano de 1928, com a aquisição de metade da Fazenda Camilinho. A compra foi feita a Caniquinho e não ao sogro Niquinho, portanto, a história cantada na toada sertaneja: “casei com a fazenda e levei a moça de presente” não se aplica ao caso do fazendeiro João Baiano, como era conhecido. Ao fixar residência em Camilinho, trouxe de São Roberto a mãe e os irmãos solteiros que o ajudavam na lida da propriedade. Ali, em Camilinho, ele permaneceu até o final de sua vida no ano de 1975. Prosperou, hábil negociante de animais, tornou-se um dos maiores proprietários rurais da região com terrenos no Paiol, no Limoeiro, na Limeira e em Rodeador, alem da outra metade da fazenda Camilinho que ele começou a adquirir no longínquo 1928. Eu tenho orgulho de ser um dos cinco filhos do casal João Baiano x Zenilia. Que Deus os proteja! Comentário de Manuel Miranda: RAIMUNDO Parabens pela retrospectiva da vida de JOÃO BAIANO seu pai e meu padrinho na data de seu aniversário, porque permitiu-me tomar conhecimento de detalhes de sua vida que somente o enaltece. Infelizmente não tive a oportunidade de conviver mais com ele porque era muito criança,mas não esqueço das vezes que lhe tomava benção e ele enfiava a mão no bolso e tirava uma moeda e me dava, e o quando os peões estavam domando os animais que viam da região de Conceição De Mato Dentro e ele sempre nos mandava subir nas réguas do curral para assistir a doma.Graças a Deus os princípios morais dele foram transferidos para os descendentes CHAVES E MIRANDA. ARTIGOS “Tirando leite das pedras” Fernando Antônio Linhares de Araújo Na apuração de João Guimarães Rosa “Minas são muitas”. Brilhante e multifacetado, ele é artista de quilate na lapidação de palavras e reflexões. Seguindo esse caminho de reflexão em direção às origens, vamos encontrar no fundo da bateia ou em cima de uma peneira; melhor na busca do ouro e do diamante, iniciada há três séculos a vocação, o corpo e a alma, desta Minas Gerais. O Estado foi forjado em aspectos geopolítico, econômico e cultural através da exploração daqueles bens minerais. Hoje, um saboroso queijo do Serro, a arte e a arquitetura barroca, o maior parque siderúrgico do país, uma peça de tecido de grande manufatura, têm em comum o desenvolvimento alavancado por recursos gerados pela extração e comércio do ouro e diamante. Mesmo a rebeldia dos Inconfidentes contra os desmandos da Corte Portuguesa, surgiu da obstinação de homens que há 300 anos se fixaram neste rincão distante do mar para, na ventura, encontrar a sorte, no ofício da mineração. Este breve resgate da memória e da nossa história faz emergir a atualidade daqueles acontecimentos, para nossa realidade de região mineradora. Diamantina, Serro, Datas, Gouveia e outras mais, são cidades cujo extrativismo mineral é a principal renda, em alguns casos a única. Gerar renda próximo ao habitat do trabalhador, principalmente da área rural, é fundamental. É a “menina dos olhos” dos projetos sócioeconômicos de organizações do governo e também nãogovernamentais. Dignidade e cidadania nascem do trabalho e não de esmolas, e este é digno em qualquer degrau social. O êxodo histórico da região direcionado às periferias das grandes metrópoles, inchando as favelas e aumentando as estatísticas do desequilíbrio social, pode ser evitado e minimizado se incrementadas as ações da sociedade permitindo a inserção ao trabalho de pessoas que não têm categorização dentro dos mais diversos e perversos quadros de qualificação impostos pelas estruturas sociais modernas, às comunidades não suficientemente desenvolvidas. A extração mineral seja do ouro, diamante ou rocha ornamental como o quartzito abraça essa causa de uma maneira singular e objetiva. Não se pode prescindir de equipamentos nessa era moderna. Mas ainda hoje e por muito mais tempo o braço do trabalhador é prioritário. Desde o remoto passado da capitania, ainda se faz necessário e a presença do homem é cada vez mais relevante. E o mais importante, nesta atividade: sem a qualificação exigida por um mercado mais seletivo. Nossa cidade Gouveia não herdou proporcionalmente solos propícios à atividade agrícola e pastoril. Em compensação, temos um patrimônio rico, a ser explorado; é como um tesouro guardado em nosso subsolo. Atualmente existe uma legislação específica às questões ambientais. Órgãos gestores do meio ambiente, na esfera federal IBAMA, na escala estadual Copam, interagem com os empreendedores, orientando e fiscalizando os projetos, visando o equilíbrio entre o homem e o ambiente em que vive. As leis precisam e devem ser respeitadas. Mas a dignidade e o trabalho do homem precisam e devem ser preservados. Boletim Informativo da AFAGO página 14 Harmonizar leis, meio ambiente e geração de renda através do emprego da mão-de-obra local é um dos pilares de sustentação da parceria firmada entre o estado, o empreendedor e o trabalhador. Somos favoráveis, enquanto empreendedores, ao desenvolvimento econômico de atividade mineraria com vistas à preservação do meio ambiente. Na derradeira reunião do Copam (11-09-05) na cidade de Águas Vermelhas, na presença do presidente Dr. Shelley Carneiro, foi assinada e autenticada pelos conselheiros uma moção de desembargo das atividades da pedreira do Engenho, em nosso município. Decisão esta que, não se limitando às questões técnicas, contemplou com mais ênfase o enfoque humano. Deliberação que permitiu a mais de uma centena de famílias se alegrarem com a real possibilidade de retorno à liberdade de trabalho para seus homens. Pois no dizer de uma menina que reside no Engenho: “Como arranjar emprego para tantas pessoas? Então esta pedreira não pode parar, pois sem ela somos como um peixe fora da água”. Portanto defender o verde sim, apoiamos. Deixar o homem e a mulher “amarelo” de fome, não concordamos. Estamos aprendendo há vinte e cinco anos, a lidar com a natureza física e a natureza humana, na pedreira de sol quente e água pouca. Porém, se quisermos evoluir podemos sim, submetendo-nos e respeitando as leis da natureza. Pois assim sendo ela nos obedece. Parece um paradoxo, porém quem afirmou isso é o filósofo inglês Francis Bacon, há cerca de 400 anos. Algumas pessoas venho auxiliando não com o dinheiro, sim ao trabalho. Resgatando cidadania, auto-estima e dignidade. Praticamos há quatro anos o cooperativismo, a parceria. Agora sei que se fortalece o trabalho do indivíduo no trabalho de todos. Ganhos coletivos geram maiores ganhos individuais. Esse é um princípio norteador da economia solidária. Nasceu, pioneira, aqui em Gouveia, na forma de coexistência do sêmen de 23 pais os sócios fundadores, a COOPITA- Cooperativa dos Extratores de Pedra da Serra do Espinhaço Ltda. Veja quem e de onde estou falando. Até ontem era empresário, patrão, antagonista. Hoje é minha idéia que precede o advento de um novo tempo e um novo pacto social. Uma região estigmatizada por relações servis degradantes e mesmo de escravização, no passado colonial. Hoje vivo essa realidade, ontem guardada em meu sonho. Sou como cunha, usada para separar as placas da pedra mineira. Sou como a alavanca de pouca valia, porém permite ao homem que labora a rocha, tirar “leite das pedras”. No universo social que vivo, sou como uma ninharia, uma “nonada” no dizer do erudito e popular Guimarães Rosa. Contudo, perante o Criador desse grande universo, por meus praticados junto aos homens da pedra, tenho certeza que passo credibilidade. ARTIGOS Festa no Fagundes Afrânio Gomes Era costume de os músicos de Gouveia irem animar a festa. Naquele tempo, (década de 30) não tinha luz elétrica e muito menos os potentes sons automotivos. Ao aproximar a data, os moradores daquela localidade começaram a se aproximar dos instrumentistas e informar a data da Festa. Eles, já antevendo o fato, combinaram fazer uma maldade. Quanto procurados pelos festeiros todos os músicos alegaram já ter compromissos naquele dia e outros não manifestaram boa vontade ignorando a realização da festa. Na noite da festa Zezé Paulino “Piston”, Chico de Sá Bernardina “Bobardino”, Antonio Augusto “Violino” Zé de Dico “violão” Sebastião Aguiar “Trombone” dentre outros músicos afinaram os instrumentos em Gouveia e partiram para o Fagundes na calada da noite. Planejaram chegar lá bem no meio da festa quando todos já estavam reunidos. Aproximaram ao máximo e com muito cuidado para não serem notados. A Banda escondida entre os arbustos na noite escura observava a desolação de todos. Tristes em volta da fogueira, o desânimo era total. Alguns já manifestavam sono e vontade de irem embora. Paira Bailar José Moreira de Souza Eram os anos de 1960. O Brasil vivia mudanças; no dia 21 de abril, fora inaugurada a nova capital. A juventude se movimentava. O biquíni das moças assustava pessoas educadas nos antigos padrões de recato. Bossa Nova e Ieieiê embalavam a juventude. Principalmente o ieieiê, cópia brasileira do rock. Cada jovem queria construir sua guitarra e um baixo. No final dos anos cinqüenta, Gouveia inventa o jaz-band Lua Azul, de curta duração, mas de memória permanente. Os salões do Aurélio Pires se transformam em clube dançante. Era o prenúncio de uma nova geração. Gouveia respondia à onda de modernidade, abrindo e calçando ruas, embelezando praças e demolindo a histórica igreja do Rosário, os emblemáticos cruzeiros, a velha matriz e a capela de São Francisco. Era momento propício para animar a cidade com teatro e música. Para angariar fundos para a construção da nova matriz, inventou-se um grupo de teatro que se autointitulou MAB – Moreira, Ávila, Bittencourt. Como teatro sem música não faz sentido, reuniram-se ao grupo de teatro, os jovens Lucigênio, Paulo Loddi, Nilson e José Vieira. O sucesso dos músicos chegou à televisão e, sob o nome de “Rock Fingers”, gravaram um long play - feito heróico para aquela época. Os jovens se tornaram adultos, constituíram família e correram em busca da própria subsistência, mas a música se fixou nas profundidades do ser. Lucigênio fixou-se em São João Del Rei, Paulo continuou em Belo Horizonte, Nilson após pequenas andanças, retornou a Gouveia e José Vieira continuou animando as noites nos modernos salões do clube Gouveiano. Musica já escolhida o maestro deu as ordens, A surpresa foi total, pessoas que ali não estavam saíram de suas casas animados com a presença dos músicos. A alegria contagiou a localidade. Divertiram a noite inteira, comeram, beberam dançaram e agradeceram emocionados a presença de todos. Esta sem duvida foi a melhor festa do Fagundes. A AFAGO convida todos os amigos a conhecerem as peripécias que mantêm próximos, apesar da distância esses jovens dos tempos heróicos. Boletim Informativo da AFAGO página 15 ARTIGOS Professor José Moreira de Souza, um gouveiano ilustre Raimundo Nonato de Miranda Chaves Aconteceu, há algum tempo. Certa noite, depois da reunião do Conselho de Administração da Afago, ainda na sala de reuniões, eu pedi ao professor Moreira – José Moreira de Souza – permissão para fazer um comentário pessoal. Quem era Bibi de Hermano, hoje, é doutor Geraldo Fabiano. Quem era Kepo de Popô, hoje, é doutor Cleuber. Você continua sendo Zé, Zé de Flora ou Zé de Chica! Dia destes recebi e-mail de Roberto Alves Nunes no qual fazia referencia a José de Flora. Pensei, menos mal, mas ainda não me satisfaz. Eu sei que Zé é sincope de José, de onde pode derivar Zeca, Zequinha, Zequito, Zezé ou Zezinho. O que não entendo é porque os pais vão ao cartório registram os nomes dos filhos e depois eles mesmos os alteram, assim, Sebastião é Tião ou Tatão; Manoel é Maneco, Neco, Neneco, Nico ou Niquinho; Antônio é Tonho, Totônio ou Tonico; Filomena é Filó; Francisco é Chico, Chiquinho ou Chiquito e José é qualquer um nome dos citados anteriormente. Eu sei que é costume, é um hábito enraizado, mas deve ter um limite. Imagine alguém, mesmo freqüentador assíduo da Igreja de São José, seja a suntuosa de Belo Horizonte ou a despretensiosa da Mandaçaia, a dizer assisti à missa na Igreja de São Zé! E o édito de El Rei Dom Zé I, ou a visita de Sua Excia. Revma. Dom Zé Maria Pires. Ora, qualquer jovem interiorano, conhecido como Zé, Tião, Neco ou Totonio que sai de sua cidade e retorna, cinco anos depois, com diploma universitário, no dia seguinte, a comunidade já se refere ao recém chegado como doutor Sebastião, doutor Antônio ou doutor José. Professor Moreira, os gouveianos sabem realmente quem você é? O que você já fez e o que faz na vida? Sempre, em Gouveia, quando faço referencia ao professor Moreira, procuro me certificar se o interlocutor sabe de quem estou falando. Na maioria das vezes, sinto que o interlocutor fica em dúvida, então, completo, e Zé de Flora, você conhece? Respostas, sempre positivas: conheço muito, é meu amigo. Eu continuo, como ferrinho de dentista, como é que pode: o homem é seu amigo e você nem mesmo sabe o nome dele? Por isso estou usando este espaço para esclarecimentos Com todo o respeito, à memória da senhora dona Flora e à senhora dona Chica – por que não dona Francisca? Mas, as coisas se inverteram, hoje é mais correto identificar dona Flora ou dona Francisca como tias do eminente sociólogo professor José Moreira de Souza. Tenho certeza que ambas ficariam honradas se apresentadas como tal. Quando ainda, universitário, presidente do Diretório Acadêmico, fui chamado à sala do Diretor da Escola Superior de Agricultura de Viçosa, ilustre professor Carlos Socias Schlotfeld. Sobre a mesa dele, dez cópias do livro de Pierre Weil “Relações Humanas na Família e no Trabalho”, hoje, esgotada a 50ª. edição. O diretor me entregou as dez cópias do livro, para a biblioteca do Diretório e pediu-me que divulgasse e insistisse com os estudantes para a leitura dele. O livro contém grande quantidade de desenhos que, de forma humorística, sublinham as teses defendidas e explicadas. Estes desenhos me causaram tanto impacto que hoje, sessenta anos depois, ainda tenho alguns na memória. Uma das figuras era a do patrão, gordo, de terno preto, gravata borboleta, barriga saliente, paletó desabotoado, se sentindo o dono do mundo, grosso charuto na mão, Ele se encontrava bem à frente de sua Boletim Informativo da AFAGO página 16 indústria, com o queixo saliente, olhava o horizonte, sem ver seu empregado, Este, cabisbaixo, ombros caídos, figura de derrotado, com uma caixa às costas, pendurada como mochila. Nela estava escrito, melhor, manuscrito: “zé eletricista”. A figura seguinte mostrava o patrão no mesmo lugar, com a mesma roupa, o mesmo charuto, mas agora, fazendo vênia para cumprimentar seu empregado; que caminhava confiante, ereto, elegante no seu macacão de trabalho, sorrindo e respondendo ao cumprimento do patrão. A caixamochila agora, moderna maleta de ferramentas onde se lia “José, Chefe do Departamento de Eletricidade”. As figuras representavam a dicotomia: o errado e o certo. Neste dia eu jurei que jamais chamaria alguém de Zé. Minha premissa é que todos o conhecem, enquanto, Zé de Flora, portanto, escreverei sobre o desconhecido José Moreira de Souza, sua cultura, sua competência sua importância para as comunidades de Gouveia, de Pinhões e de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte, também, de sua importância no meio acadêmico pelos seus trabalhos na área de pesquisa, de ensino, de administração e de orientação de estudantes. A Universidade Federal de Minas Gerais, das mais importantes do país, lhe concedeu o Certificado de Mestre em Ciência em Sociologia Quantos gouveianos têm certificado de Mestre em Ciência? Conte nos dedos, Duas mãos são suficientes? Talvez, apenas uma delas. A dissertação de mestrado, que você produziu “Cidade Momentos e Processos: Serro e Diamantina na formação do Norte Mineiro no Século XIX” recebeu o galardão de melhor tese do ano: Prêmio José Albertino Rodrigues. Publicada em livro pela ed. São Paulo: ANPOCS/MARCO ZERO. Quantas teses de mestrado são publicadas em livros? Sabe-se que a maioria, quase totalidade, é apenas ornamento nas prateleiras das bibliotecas. Não estou redigindo o currículum vitae de Moreira, portanto, não me preocupo com regras preestabelecidas de redação de currículo. Eu me refiro ao Moreira como professor, porque ele lecionou em entidades renomadas e, mais ainda, porque conversar com ele é sempre uma oportunidade de aprendizagem em virtude de sua imensa cultura. Em relação à atividade de ensino, apenas citarei as Instituições às quais ele serviu, sem preocupação com as disciplinas lecionadas, implicitamente, nas áreas de sua especialização, nos níveis de graduação e pós graduação. • Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, órgão da Fundação João Pinheiro • Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira, ICNPF. • Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. • Centro Universitário de Belo Horizonte, UNIBH. ARTIGOS As linhas de pesquisa desenvolvidas pelo professor Moreira são muitas, mas elas têm como denominador comum o Planejamento Urbano, a Gestão Urbana e a Governança. Com aplicações tanto na Grande Belo Horizonte quanto na pequena Gouveia. Salienta a grande preocupação com a desigualdade social, com a inclusão social com a metropolização da pobreza e com a mobilidade social. O que pode ser comprovado nas suas publicações • • • • • • • • • • “Universalismo e focalização na política de atenção à pessoa com deficiência”, São Paulo, Revista Saúde e Sociedade, Faculdade de Saúde Pública da USP, “Moradia popular e política pública na Região Metropolitana de Belo Horizonte: revisitando a questão do déficit habitacional” Belo Horizonte, PUCMinas 2007 in Gestão e Avaliação de Políticas Públicas no Brasil. Desigualdade sócio-espacial e mobilidade intra-urbana na região metropolitana de Belo Horizonte. Cadernos Metrópoles, São Paulo, 1999 Agentes da Formação do Estado: Impasses recentes na RMBH. Caderno de Filosofia e Ciências Humanas, v. IV, 1996. Cidade, momentos e processos: Serro e Diamantina na formação do Norte Mineiro no século XIX. 1. ed. São Paulo: ANPOCS/MARCO ZERO, 1993. v. 2000. 265 p. Homem, ser que se projeta: ensaios de introdução à pesquisa científica. , 1977. Organização Metropolitana e estrutura social: o caso de Belo Horizonte. O futuro das metrópoles: desigualdade e governabilidade. Rio de Janeiro: 2000, v. , p. 285-317. “O Mercado da Terra na RMBH, estudo de caso no entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves” – Relatório de Pesquisa em três volumes, trabalho encomendado pela SEDRU - Governo de Minas Gerais – consultor juntamente com Virgínia Renó dos Mares Guia, Vicente Eustáquio da Rocha et. al. Prefácio da obra: “América Latina: fatores ideológicos da colonização” dissertação de mestrado PUC-RS de Antônio de Paiva Moura publicada pela FUDAC-BH, 2007. Prefácio: à obra da professora Rosana Figueiredo Vieira “Identidade arquivada: vida e morte nas práticas asilares”. [dissertação de mestrado em Psicologia] Belo Horizonte, Editora Newton Paiva, 2004. Boletim Informativo da AFAGO página 17 O professor Moreira atuou, também, em entidades além das universidades e Institutos já relacionados, principalmente, coordenando e desenvolvendo pesquisas. Vale citar • Escritório de Planejamento Urbano de Contagem, EPUC, Atuou como Coordenador da Pesquisa Sócio Econômica e elaboração do sistema de informações. • Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana Belo Horizonte, PLAMBEL onde atuou na coordenação de pesquisa e sistematização, como responsável pela concepção e implementação do Setor • Fundação João Pinheiro – FJP • Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – S E D R U O professor José Moreira exerceu outras funções. • Presidente da Comissão Mineira de Folclore, com trabalhos publicados nos anais do Congressos Brasileiros de Folclore. A Comissão Mineira de Folclore, fundada em 1948, presidida inicialmente pelo acadêmico e jornalista Ayres da Mata Machado Filho. • Diretor de Comunicação da Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia – AFAGO, desde sua fundação, em dezembro de 2006. No site da Associação, na página do Boletim Informativo eu escrevi: Créditos pela edição do Boletim são atribuídos ao Sociólogo José Moreira de Souza, competente e dedicado Diretor de Comunicação Social da AFAGO.José Moreira de Souza não é somente o Editor; é também, o redator-chefe que nos apresenta inteligentes editoriais em quase todas as edições; é o jornalista que registra acontecimentos e notícias do período. Mas é, principalmente, o historiador arguto, atento e minucioso a pesquisar, recompor e contar a história de Gouveia. A respeito da história recomendase, enfaticamente, a leitura da publicação: “Gouveia e seus Mitos” do autor: José Moreira de Souza. As idéias e os ideais de José Moreira se voltam também para o futuro e, na sua imaginação, antevê uma comunidade organizada, educada e saudável, e, por isso, investiu alto na elaboração do Plano Diretor de Gouveia, atuando como coordenador e principal redator, apoiado por equipe de Gouveia, na etapa de levantamento de dados e por equipe da Fundação João Pinheiro na análise e síntese das informações; também na elaboração do Diagnóstico e das propostas de solução; Ainda, coordenou as audiências públicas para apresentação do Plano Diretor e a redação de projetos de leis pertinentes. Gouveia reconhece o trabalho do Sociólogo e Historiador José Moreira de Souza e o agracia com a Medalha Alexandre Mascarenhas, no mais alto grau - Grande Medalha. A honraria concedida pelo Conselho da Medalha lhe é entregue, durante solenidade em Gouveia, no dia oito de dezembro de 2008. Além de Prêmio e homenagem citados, Moreira recebeu homenagem dos alunos do XIII CESAP - Curso superior de Administração Pública, no dia da colação de grau. E também a ARTIGOS homenagem da Fundação João Pinheiro/Escola de Governo durante a comemoração dos dez anos da Escola. O professor Moreira, pesquisador consistente, incentivador do desenvolvimento cultural, da melhoria da educação, respira Gouveia, no dizer de Adilson do Nascimento, durante vinte e quatro horas por dia. Ele atua, diretamente, como pesquisador e, indiretamente, estimulando as pesquisas de outros. Idealizador e coordenador dos projetos: Prêmio Afago de Monografia e Prêmio Afago de Literatura. Estimulou, sugeriu temas, indicou e emprestou bibliografia para inúmeros universitários gouveianos elaborarem monografia de final de curso. Ajudou pósgraduandos de universidades de Brasília e de Belo Horizonte a desenvolverem pesquisas para teses de mestrado e de doutorado, abordando temas das comunidades de Espinho e de Cuiabá. Atualmente está envolvido com os projetos de estudantes, com pretensões a cursos de pós-graduação, explorando temas como Sociedade e Meio Ambiente ou Cidades Fantasmas com enfoque no caso do Cemitério do Peixe. Repetindo, durante vinte e quatro horas, Moreira respira Gouveia, mas enquanto isto ele cuida também de se relacionar com • O pessoal de Paracatu, uma associação virtual de intelectuais Paracatuenses que, residindo em cidades diferentes, estão sempre ligados, atentos, discutindo e escrevendo sobre Paracatu e região. Daí, obras didáticas da melhor qualidade sobre a história e a geografia locais; levando o mestre Moreira a sonhar quando algum gouveiano usará isto como lição. • Do noroeste para o nordeste, de Paracatu para Araçuaí. O pessoal do Jequitinhonha, representado por Frei Xico e Tião Rocha, homens da cozinha de Moreira. Frei Xico – assim ele escreve –, franciscano holandês veio para o Brasil, como diz Moreira, com instruções de “obsequioso silêncio” por se • encontrar em terra desconhecida. Hoje, conhece o Vale como qualquer brasileiro da região, talvez, muito mais; considerado o maior estudioso do Vale do Jequitinhonha. Todos estamos ansiosos esperando o seu “Dicionário da Religiosidade Popular” com mil e oitocentas páginas, já no prelo. Tião Rocha revolucionou a cultura na região de Araçuaí, incentivando a leitura, despertando o interesse dos jovens para a educação. Sempre mostrado, na TV, na sombra de uma mangueira secular, rodeado de jovens e ensinando. E Moreira sonha com Gouveia absorvendo os exemplos. Do nordeste de Minas para o sul. Moreira me diz entre entusiasmado e ansioso: A próxima é a semana de São Roque, e, num certo desabafo, lá se fala com reitores com padres e com Boletim Informativo da AFAGO página 18 bispos sem pedir audiência. A turma do Ibaté é a Associação dos ex-alunos do antigo Seminário do Ibaté – São Roque – SP. (desativado, na década de 1970) De lá, depois de uma semana de congraçamento e recordações e atualização das conversas e dos comes e bebes, menos o Moreira que só bebe água mineral com “Mazaher”, coisas da esposa Adélia de origem árabe. Então, Moreira, de lá, traz o álbum duplo Recreio do Ibaté II gravado em mp3. com músicas do tempo do seminário e junto Moreira gera a idéia de gravar um disco com músicos de Gouveia. Esta idéia ainda vai se concretizar porque ele não costuma deixar as coisas pela metade. Professor Moreira volta de São Roque. Tem que voltar porque nós da Afago precisamos dele como o eficiente Diretor de Comunicação Social. A Região Metropolitana de BH precisa dele como conhecedor profundo de todo este entrelace de grande metrópole. A Associação Mineira de Folclore precisa dele porque está quase desativada e a Assembléia, em atitude de lúcida, designou Moreira como presidente ad-hoc com a função de reestruturar a Associação. A Comunidade de Pinhões, município de Santa Luzia, precisa dele porque é o amigo e conselheiro. Ali Moreira é considerado e ouvido, em 2010 foi escolhido Rei das festas do Rosário; certamente uma grande distinção para um residente na comunidade, mas não originário dela. E, tantos outros eventos que requerem sua participação ativa. Difícil enumerar todos. Citarei os mais recentes: Entrevista no programa televisivo “Bom Dia Minas” para falar sobre São João Batista; Pronuncia o sermão do Descendimento da Cruz na encenação teatral da sexta feira santa, em Pinhões. Realiza conferencia no Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável, na PUCMinas. Participa do evento: Lançamento de documentário “Carinhanha – Um Rio do Grande Sertão” de Dênistron Diamantino, na condição de apresentador do vídeo. Batalha para levar associados da Afago aos encontros sociais no Jequitibar, programa “Quinta da Viola” organizado pelos amigos Luiz Trópia e Tadeu Martins. Certo dia tentei falar, ao telefone, com Moreira. Atendeu-me, gentilmente, a Adélia que me informou: Moreira saiu com pesquisadores da Universidade de Columbia (Canada), eles estão preparando trabalho para apresentar no congresso internacional sobre regiões metropolitanas, a se realizar no Rio de Janeiro. À tarde, posso encontra-lo? Não é muito certo, respondeu ela, Moreira está dando consultoria no SEDRU e ARTIGOS possivelmente fique por lá. Amanhã? eu pergunto. E ela, talvez, amanhã está agendada conferencia para os vereadores da Região Metropolitana. Ai, o homem de sete instrumentos que é dado, também, à leitura. Isto quando consegue entrar na sua biblioteca que só não tem livros no teto. Mas, eu estava comentando que Moreira tem que voltar de São Roque, porque também, precisam dele, os amigos e a família: Dona Adélia, também, professora; Nicia, prestigiada pesquisadora da Fundação João Pinheiro, seguindo o caminho percorrido pelo pai – Cavaco não salta longe do tronco, como costuma dizer a minha filha – Nicia é mãe de Fernanda de 9 anos. Dáfnis, casado com Amanda são os pais de Igor de 5 anos e Flora de 3 anos. Moreira é filho de Raimundo Moreira de Souza, conhecido como Raimundo de Fulosina (Euflosina), para quem ele entregou Moreira, com oito meses de idade, em virtude da doença da esposa Sebastiana dos Santos que veio a falecer, pouco tempo depois, com idade de 28 anos. Na casa de Euflosina, Moreira recebeu a especial e providencial atenção das tias: Flora e Francisca (Chica). Para finalizar, registro que submeti este artigo à apreciação de Nicia e ela me respondeu, entre outras coisas: “Flora é uma figura muito forte na nossa família. Ela é uma das pessoas mais importantes da mudança de trajetória de vida da nossa família (minha sobrinha também leva seu nome). Grande parte do que meu pai alcançou e no que ele se transformou resulta da grande dedicação, amor e confiança que ela depositou nele. Realmente sem ela e tia Chica, as tias-mães do meu pai, nossa estória seria muito diferente.” Que Deus proteja Dona Flora e Dona Francisca pelo que elas fizeram. Boletim Informativo da AFAGO página 19 Um dia na vida da gente – não é novela Raimundo Nonato de Miranda Chaves No dia vinte e três de setembro, soa a campainha do telefone — Alô tio! Fogo, procedente da vereda, entrou nos seus pastos e queimou tudo. — Geraldo! E o gado? — Está bem tio! Nelore nem fogo segura! O gado se enrolou na fumaça e chamuscado saiu do outro lado. . — Geraldo! Se o fogo veio da vereda, então, o pasto do Cafundó, do outro lado da estrada de rodagem, estava protegido. — Tio! No Cafundó o fogo foi mais intenso, a vegetação estava muito alta, agora, está reduzido a cinzas e fumaça dos troncos de madeira ainda em brasa. O fogo transpôs a estrada, queimou o que tinha pela frente, saltou o Córrego da Raiz e subiu em direção à Serra Grande torrando o pasto de Cristiano. — Geraldo! E do lado do Córrego Seco? — Tio! Queimou tudo. O fogo saltou a estrada de rodagem Camilinho-Cedro, queimou os meus campos e toda minha plantação de eucalipto. Só foi contido nos terrenos de Amarildo, onde a pastagem estava mais baixa e ele, ajudado pelos vizinhos, conseguiu salvar a casa e o curral. Verifiquei, in loco, a gravidade do d e s a s t r e . Solução? Vender o gado. Tentei. Compradores de Gouveia, de Sabinópolis, de Curvelo, até de Brumadinho a p a r e c e u interessado. O lote de nelore uniforme com idade de dois anos e meio, castrado e proteinado – recebendo suplementação de mistura múltipla. Exigi preço de mercado e não consegui vender, mesmo na balança, bois com cinco dias, praticamente, sem comer, mas eu tinha uma carta na manga e decidi lançar mão dela. Telefonei para meu sobrinho Helder Moura que tem terras de um lado e outro do Rio Paraúna desde o Rio da Capivara até a foz. O Paraúna termina, mas as terras dele continuam margem do Rio das Velhas, já no distrito de Senhora da Gloria. Começa nos municípios de Gouveia e de Presidente Juscelino, atravessa o município de Monjolos e entra no de Santo Hipólito. — Alô Helder! Meus pastos estão todos queimados. Tentei vender o gado e não consegui. Compradores estão sem pasto, outros, vendo terra arrasada tentam comprar abaixo do preço. Vou embarcar o gado para sua fazenda, anoto o peso e quando os vender dividiremos, igualmente, o acréscimo no peso. ARTIGOS — Sua benção tio! Aqui nas minhas terras o senhor não paga. Pode mandar quantos bois o senhor quiser e deixar aqui o tempo que for necessário. Diga-me o dia que o senhor quer embarcar o gado e quantas carretas são necessárias, eu telefono agora para carreteiros de Curvelo. — Helder! Os carreteiros cobram por quilômetros rodados. Você tem uma estimativa para que eu os pague, aqui. — Tio! Esqueça. Eu pago tudo aqui. Solucionado o problema dos bois, dispensei os peões que cuidavam da roçada dos pastos. Roçar o que? E voltei pensando na segurança do produtor rural. Quanto é roto este manto! Dizem que de médico e de louco todos nós temos um pouco. Eu digo que temos um pouco, também, de ambientalista, tema sobre o qual todos dão palpite, portanto sinto-me no direito de dar o meu e assim continuo meu artigo. Com firme disposição, continuo a criar gado na minha roça – a Serra das Abóboras. Chamei os peões de volta, afinal temos que recuperar os estragos causados pelo fogo. Susto maior passaram os bois e os peões frente à possibilidade do desemprego. . No mês passado, na condição de membro titular do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraúna, senti a necessidade de divulgar ações daquele colegiado e mais, informar ao público como a nação está enfrentando os problemas do desenvolvimento sustentável e a conservação do meio ambiente. O artigo está publicado no site www.portalgouveia.com.br e dele, transcrevo o t e x t o seguinte: “As nações ou, pelo m e n o s , governos e entidades organizadas da sociedade, no mundo inteiro, estão conscientes, ou em processo de conscientização, que o modelo atual de desenvolvimento está levando o planeta à ruína. A emissão de Boletim Informativo da AFAGO página 20 gazes da indústria, de escapamentos dos veículos; dos fornos de carvão, do arroto ou flatulência de bovinos, ovinos e suínos provocam o efeito estufa e daí o aquecimento global. Conseqüências: degelo nos pólos e elevação do nível dos oceanos. O desmatamento inconseqüente deixa o solo desprotegido da camada vegetal, De um lado, secam as nascentes; de outro, quando chove, as águas correm de uma vez em grandes enxurradas que levam tudo de roldão, formando as voçorocas e os assoreamentos. Nas concentrações urbanas o lixo sólido deixado nos esgotos e nos cursos d”água entopem os bueiros, formam barreiras ao escoamento das águas. Ao descompasso, a natureza reage de forma violenta às intervenções indevidas do homem; são tsunamis, ciclones, tufões, inundações e secas. Conscientizadas, as nações correm atrás do prejuízo, em busca do Desenvolvimento Sustentável. O Brasil tem feito o dever de casa, Para comprovar a afirmativa: O país foi anfitrião da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, Ao evento, conhecido como Rio 92, realizado no Rio de Janeiro, compareceram 117 chefes de estado e representantes de nove mil entidades organizadas. O país criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama que congrega os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. São órgãos do Sisnama, no nível federal: O Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA, além dos Conselhos que são órgãos colegiados deliberativos. Ao nível do Estado de Minas Gerais: O Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Sisema..que é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Semad. A Semad desenvolve atividades relativas à proteção e à defesa do meio ambiente, à gestão dos recursos hídricos e à articulação das políticas de gestão dos recursos ambientais para o desenvolvimento sustentável. Para operacionalizar as ações a Semad trabalha com três Agendas; A Agenda Marrom de responsabilidade da Fundação Estadual do Meio Ambiente – Feam que atua no âmbito das atividades industriais, minerárias e de infraestrutura, A Agenda Verde de responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas – IEF que atua no âmbito da cobertura vegetal. A Agenda Azul de responsabilidade do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM que atua no âmbito dos recursos hídricos. ARTIGOS Ao nível do município de Goveia, A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais, atualmente, sob o comando do Secretário Municipal Último de Oliveira “ Colocada a visão de um membros de colegiado de entidade ecológica analisemos a visão do pequeno produtor rural da Serra das Abóboras na Comunidade de Camilinho. O pequeno produtor, hoje, com o desenvolvimento da tecnologia de comunicação sabe que, no Congresso Nacional, ruralistas e ambientalistas tentam encontrar o ponto de equilíbrio entre produção agrícola e conservação ambiental, cada grupo puxando a brasa para sua sardinha. Congressistas discutem o código florestal neste modelo de cabo de guerra, cada grupo numa ponta da corda. No impasse, o poder executivo manda parar tudo até que os ânimos se acalmem. Lá, na roça, segundo o código velho ou novo, o produtor rural se sente perdido no emaranhado de siglas, entidades, leis, normas, portarias e fiscais. Para ter sua propriedade regularizada e poder usar empréstimos nos bancos oficiais, para vender ou doar para os filhos o produtor tem que satisfazer determinadas condições: Parte de sua propriedade deve constituir a Reserva Legal. Determinada percentagem, da propriedade, variando de acordo com o bioma, constitui a reserva legal e deve ser georreferenciada. Você não entendeu? Ele, também, não. Lá na escritura, no cartório, está escrito que a terra é livre e desambargada de qualquer ônus. O produtor sabe que a reserva legal é área sagrada, de lá, nem um pé de pau ele pode cortar. Todos os bichos selvagens vivem ali naquela paz, todos gozam de livre ir e vir naquela área, menos o proprietário. Proprietário? Quem é o proprietário daquela gleba? O governo? A nação? O produtor rural pode até ficar mais tranqüilo porque a poderosa nação brasileira, em sendo proprietária das terras vizinhas, pode lhe dar segurança contra fogo e contra semterras. Mas, ele tem ainda uma dúvida: não sendo o proprietário porque ele tem que arcar com as despesas do tal georefenciamento? Quem paga o agrimensor? Os registros em cartório? As despesas de viagens? As cercas? Além de ficar sem parte significativa de sua gleba original. Área de Preservação Permanente, conhecida como APP. A lei diz: áreas nas margens dos cursos d’água com largura definida em função da largura do curso d’água; áreas nas encostas com declividade superior a quarenta e cinco graus e áreas nos topos dos morros são intocáveis e têm que ser recuperadas e preservadas de forma permanente. As normas e a burocracia criam situações inusitadas: O produtor, pressionado pela agenda marrom, proibido de garimpar nos córregos, decide por uma pequena lavoura irrigada. Depois de muita luta, muitas viagens, muito papel e muita paciência, ele consegue, depois de um a dois anos, a autorização da agenda Boletim Informativo da AFAGO página 21 azul, chamada outorga pelo uso da água. Para atingir o curso d’água tem, forçosamente, que passar pela APP e isto, é problema da agenda verde. Portanto, o produtor começa novo calvário. Depois de um a dois anos, talvez ele consiga. Fantasia do articulista? Bem! Informem-se com os plantadores de morango de Datas. E assim, o produtor, depois de muitas idas e vindas, com o agrimensor, na propriedade; sozinho, nos cartórios, no fórum a romper o emaranhado burocrático, consegue regularizar suas terras, pelo menos, o que sobrou delas. Mas, tem ainda que cercar as APPs e a Reserva Legal. Depois de tudo é aguardar a tropa de choque. O pessoal da agenda marrom vem fiscalizar qualquer atividade mineradora, o da agenda azul, a captação de água e, o da agenda verde, qualquer roçada nos pastos. Sempre e todos usam a mesma política, “multa primeiro e pergunta depois”. Tem ainda a policia florestal, truculenta e desafiadora, com a mesma política preconizada pelo ex-presidente Figueiredo: “Prendo e arrebento”. Finalmente, os ambientalistas, gente da cidade que decidiu dar pitaco nas coisas do campo, sem entender muito do riscado, capaz de cortar assa-peixe para lenha de cozinha ou embaúba para moirão de cerca. Gente de palavra fácil e usando expressões de impacto a cada dia agrega mais adeptos. Gente que sonha com a vegetação exuberante da era pré cabralina. Tudo é mata e sub bosque e vegetação rasteira. Produção agrícola? Isto não importa. Comida compra-se nos supermercados e nas feiras. O que fica esquecido é que na região há período distinto de chuvas e de secas. Vegetação vigorosa e exuberante nas chuvas torna-se combustível nas secas. Mais vigorosa, mais combustível. Aí, vem o fogo e destrói até os sonhos. Será coincidência que quase todos os parques, as reservas do estado foram reduzidos a cinzas. Segundo o IEF, o proprietário é responsável pela segurança de sua terra. Mas, na roça, dizem: “Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher ...” bem deixa pra lá. A realidade é que fogo se combate de forma preventiva. Não se apaga fogo sob condições de vento e de vegetação luxuriante. O Parque da Serra do Rola Moça é um caso recente, com avião, helicóptero, bombeiros, brigadistas, voluntários e que tais e o parque reduzido a 10%. Na minha Serra das Abóboras o fogo saltou a rodovia em diferentes locais, saltou o córrego, queimou o local brejado. Qual deve ser a largura do acero para proteger a propriedade? Dia destes, meteorologista entrevistado na TV, falou com autoridade de quem conhece do assunto: São três os motivos dos focos de incêndio: Seca – muitos dias sem chuva –, temperatura elevada, baixa umidade relativa do ar. Graças a Deus! Ele não falou em combustão espontânea, na região, não hà condições para combustão espontânea. Conclusão: há um incendiário. Tem que haver, pode ser imbecil, irresponsável ou criminoso, mas sempre há um incendiário. Este é o ponto, é o lugar da ação preventiva. Alguém já viu ou ouviu, no noticiário, algum incendiário preso??? Poesias TERNURAS! No Dia das Crianças, minha homenagem aos meus netos, Lucas e Gabriel! Amores de seus pais, De minha vida, intenso amor! Pássaros multicores, Infância, cheirando a flor! Folguedos de meninos, Do meu existir, terno folguedo! No dia das crianças, De brinquedos repleto, Em vocês, a esperança De um futuro promissor! Da vovó, recebam o coração, Por vocês, cheio de afeto! Aceitem, pois, no meu amor E no meu beijo, queridos, Do meu carinho, a expressão! Da vovó, embora distante, Seja o meu abraço, Portador de minha emoção! xxx Viva o Dia das Crianças! Vivam Lucas e Gabriel, netos da Vovó Auxiliadora! Curvelo, 12 de outubro de 2011. Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro Boletim Informativo da AFAGO página 22 VENTO Este vento que acalma até o recôndito d‘alma me fez perguntar: - donde vens? - para onde vais? Solto, livre e fugaz um sussurro eu ouvi: - não te preocupes Estou aqui! ( Cunha 0508/2011) EL NIÑO “ ... desde el fondo de ti, y arrodillado, un niño triste como yó, nos mira... ( Neruda) Aquela criança que se ajoelha em meu profundo ser acordou de madrugada e fez o sol nascer. Hoje, pela estrada solidão e poeirada o menino da madrugada em só cansaço e torpor não faz mais o sol nascer e, sim, o sol se por! ( Cunha 05/08/2011) Getulino do Espírito Santo Maciel Especial para a AFAGO No Roseiral da Esperança Aniversariantes Aniversariantes Outubro Cleuber Alves Monteiro Júnior – 5 Luiz Flávio Cardoso de Oliveira – 5 Ivone de Lourdes de Oliveira - 7 Maria Terezinha Santos - 7 Neuber Rodrigo Pereira - 10 Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro – 13 Clemilson Alves Monteiro – 15 Audrey Regina P. Carvalho Oliveira - 17 Gilmar Miranda – 19 Raul Martins de Oliveira – 22 Laenne Oliveira Santos - 28 Terezinha Rosa Ferreira – 29 Geraldo Fabiano Chaves – 31 Novembro Rita Alves Ferreira – 1 Serafim Antônio de Souza - 1 Carolina Albuquerque Oliveira – 3 Claudinei Almeida Oliveira – 4 Maria Claudia Ribas – 9 Juanna Carvalho Oliveira – 14 Dalva Ribas -17 Werly Oliveira – 18 Neuza de Miranda Ribas – 20 Alvanir Alves de Lima – 22 Rosely - 28 Walkiria & Franco Zaghen – 10 de setembro Adilson Nascimento, Diretor de Finanças da AFAGO, dedicou o fim de semana para uma visita à Gouveia. Objetivo: abraçar sua sobrinha, após a cerimônia matrimonial celebrada na Matriz de Gouveia. Os convidados foram tão numerosos que todos os hotéis de Gouveia acusaram ocupação máxima. Paloma & Jéferson 1 de outubro O casal recebeu a bênção matrimonial na igreja São José Operário do bairro Santa Cruz em Contagem. Paloma é filha de Osmar Martins de Oliveira e Maria da Glória Malaquias de Oliveira, sobrinha de nossos associados, Gil Martins de Oliveira e João Martins de Oliveira. Keila & Edvaldo 22 de outubro Cerimônia comovente. O pai do noivo, Jésus de Paula, conduziu solenemente a linda Keila para entregá-la ao filho, Edvaldo. Nenhuma surpresa. Jésus é tio-avô da nora. Edvaldo é neto de José Vicente de Paulo – Juca de Celina, o Sacristão da Gouveia - e Keila, bisneta. O segundo ponto alto da cerimônia se destacou no sermão comovente proferido pelo Cônego Paulo Nicolau Franco. Ao adotar Keila como irmã, registrou também o empenho da noiva na prestação dos serviços na paróquia de Gouveia. Herança de família. Keila é filha de Terezinha Bernardete Tameirão que, juntamente com o pai partiram para a eternidade. Boletim Informativo da AFAGO página 23 Boletim da AFAGO Festejos religiosos em Gouveia e exercício de empreendedorismo Órgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos da Gouveia Ano IV – N ° 05-11 - SETEMBRO- OUTUBRO 2011. Diretor Responsável – Raimundo Nonato de Miranda Chaves Tanto no sítio www.afagouveia.org.br, em Editoração Gráfica: José Moreira de Souza www.portalgouveia.com.br, quanto neste Boletim podemos Crédito das Fotos: Acervo Afrânio Gomes, Raimundo acompanhar a programação das festas religiosas promovidas Nonato de Miranda Chaves, José Moreira de Souza pela Paróquia de Santo Antônio, sob liderança do Cônego Paulo Nicolau do Prado Franco. À parte a importância Diretoria da AFAGO Presidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas in religiosa, merece destaque o processo de organização. A Memoriam comissão de festeiros compõe um núcleo que promove a Presidente: Raimundo Nonato de Miranda Chaves articulação local com todos os agentes comunitários. Nota- Secretário: Guido de Oliveira Araújo se, portanto, uma intensa participação dos agentes locais na Diretor de Finanças: Adilson Nascimento preparação das festas. A organização da festa se torna neste Comissão Editorial Guido de Oliveira Araújo. todos os aspectos. José Moreira de Souza Se a comunidade decidir aproveitar a oportunidade para fixar Raimundo Nonato de Miranda Chaves momento exercício de estruturação das relações locais, sob a aprendizagem, logo, logo, essa forma de organização poderá se expandir para outros setores, consolidando o núcleo mais importante e se expandir para outros setores. No cerne da organização da festa repousa o espírito empreendedor. Merece destacar alguns pontos: o festeiro assume o lugar de diretor. A partir desse momento, ele deve sondar o poder de colaboração, e consequentemente, sua condição de liderança. Cada colaborador procurado oferece-lhe oportunidade de avaliar a receptividade de sua liderança. Quanto maior o número de pessoas qualificadas segundo sua inserção, tanto mais efetiva a liderança do festeiro. Todos os grupos que colaboram com a organização da festa se habilitam a coordenar atividades complexas nas próximas festas e, também, a expandir esse IMPRESSO saber para outras oportunidades. Conclusão: O festeiro conhece na prática o poder da cadeia produtiva local. Isto é uma lição para o desenvolvimento enconômico a partir do conhecimento prático da cultura local. REMETENTE AFAGO - Associação dos Filhos e Amigos da Gouveia Avenida Amazonas 115 - sala 1709 CEP: 30.180 - 000 - BELO HORIZONTE - MG