BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA ANO IV N° 05 -SETEMBRO- OUTUBRO 2011
Editorial
Palavras do Presidente
Este Boletim Informativo é um órgão relativamente pequeno,
considerando os padrões da imprensa, portanto, pode-se
dispensar, pelo menos temporariamente, o editorial clássico
com apresentação das matérias divulgadas. Ocupa-se melhor
o espaço com comentários, sugestões e criticas que possam
de alguma forma contribuir para o desenvolvimento de Gouveia.
Afinal, a Afago tem o compromisso com o objetivo definido no
artigo 1º do estatuto: “...fortalecendo os laços de união com
Gouveia e propugnar pelo desenvolvimento do município.”
Inicia-se a serie com o Bolsa Família. Bolsa Família é um
programa do governo federal, identificado como PBF, considerado
o maior programa de transferência de renda do mundo,
atendendo mais de 13 milhões de famílias beneficiárias, em
outubro de 2011. O PBF é executado pelo Ministério do
Desenvolvimento Social – MDS, em parceria com estados e
municípios, atende às famílias carentes, conforme os critérios
a seguir: valor fixo de R$70,00 para famílias com renda per capita
até R$70,00. Valores variáveis para famílias com renda per capita
até R$140,00: R$32,00 por cada filho menor de 15 anos, máximo
5 filhos; R$38,00 por cada filho adolescente com 16 e 17 anos,
máximo 2 filhos. Então, a família beneficiária recebe valores
entre R$32,00 e R$306,00. Aproximadamente, novecentas
famílias do município de Gouveia receberam, em setembro de
2011, cem mil reais, cerca de R$110,00 por família. O MDS
mantém um banco de dados, identificado como CadÚnico que
contem informações sobre as famílias, fornecidas pelos
municípios. Gouveia tem 1123 famílias cadastradas com renda
per capita menor do que R$140,00 e delas 888 são beneficiárias
do PBF. Por que a discrepância? Isso ocorre porque as famílias
com renda familiar per capita entre R$ 70,01 e R$ 140,00 só
têm direito ao benefício caso tenham filhos com idade entre 0 e
17 anos.
Naturalmente que se exige a contrapartida. As
Condicionalidades são os compromissos assumidos tanto pelas
famílias beneficiárias do PBF quanto pelo poder público para
ampliar o acesso dessas famílias a seus direitos sociais básicos.
Por um lado, as famílias devem assumir e cumprir esses
compromissos para continuar recebendo o benefício. Por outro
lado, as condicionalidades responsabilizam o poder público pela
oferta dos serviços públicos de saúde, educação e assistência
social. Este é o ponto que se pretende analisar: oferta dos
serviços pelo poder municipal.
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
IPEA, órgão do Ministério do Planejamento desenvolveram
metodologia de avaliação da pobreza e criaram o Índice de
Desenvolvimento da Família – IDF, justificando o trabalho da
seguinte forma “Embora insuficiência de renda seja um
importante indicador escalar de pobreza, ele certamente não é
o único possível. A ideia de construir um indicador escalar que
sintetize todas as dimensões relevantes da pobreza é antiga.
Não obstante, tomou verdadeiro impulso apenas após a criação
do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pelo PNUD, no
início da década de 1990. O IDH, entretanto, apresenta
deficiências largamente conhecidas e reconhecidas ... o objetivo
central deste estudo é demonstrar como é possível obter um
indicador sintético, no mesmo espírito do IDH, calculável no
nível de cada família e que possa ser facilmente agregado
para qualquer grupo demográfico”.
O IDF assume valores no intervalo: zero a um, é composto,
ao todo, por 6 dimensões: a) ausência de vulnerabilidade; b)
acesso ao conhecimento; c) acesso ao trabalho; d)
disponibilidade de recursos; e) desenvolvimento infantil; e f)
condições habitacionais. Não me preocupa o detalhamento
da forma de calcular o IDF, para tal, o interessado deve
acessar o site do MDS – www.mds.gov.br. Apenas, pequenos
exemplos para esclarecer algumas dimensões: a)
vulnerabilidade – duas famílias que têm a mesma renda per
capita e o mesmo número de elementos, com existência de
crianças na primeira e apenas adultos na segunda, então, a
primeira família é mais vulnerável do que a segunda e terá o
IDF menor. b) acesso ao conhecimento – duas famílias com
a mesma renda per capita e o mesmo número de elementos,
a primeira reside em Gouveia e a segunda em alguma cidade
pequena da região, a primeira tem acesso a melhores
colégios e, portanto, terá IDF maior do que a segunda. Os
indicadores, 48 no total, representam perguntas que se faz
à família, com respostas do tipo sim ou não, distribuídas de
forma a se poder conhecer cada uma das 6 dimensões.
Assim tem-se: a) a base de dados com informações sobre
as famílias, o CadÚnico, inclusive coletadas por agentes da
municipalidade; b) o modelo, a forma de calcular o Índice de
Desenvolvimento da Família - IDF; c) o programa de
computador para calcular o IDF, disponível no site do MDS.
Equipado com estes três componentes o gestor municipal
do PBF pode: 1) Gerar dados sobre as famílias, que permitam
ordenar informações da mesma comunidade em tempos
diferentes e analisar a evolução das famílias. 2) Fazer a
ordenação de dados de famílias de comunidades diferentes
e a análise comparativa das comunidades. 3) Fazer a análise
comparativa de valores das diferentes dimensões e verificar
qual delas pode dar maior retorno comparativo ao
investimento. 4) Enfim, constrói-se um instrumento que facilita
a formulação de politica pública segura e eficiente, com base
em dados reais, para atendimento às necessidades básicas
de educação, saúde e assistência social.
È importante ter presente que o Programa Bolsa Família
não tem o sentido de permanência; ele é mais instrumento
para alavancar o desenvolvimento de uma família que vive
uma fase de vulnerabilidade; é um instrumento para dar
músculos à família de modo que ela possa, atravessando a
faze de fragilidade, caminhar com as próprias pernas. Temse que ter em mente que, outras variáveis permanecendo
constantes, a administração do município com menor
percentagem de famílias no PBF é mais eficiente do que a
do município com maior percentagem; embora esta tenha
maior número de votos. É uma questão de imediatismo, de
valorizar o presente em detrimento do futuro, mas isto é outra
questão.
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Notícias & comentários
Síntese das principais mensagens postadas no sítio WWW.afagouveia.org.br
¾ 2-set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves:
Transcrevo e-mail recebido da srta. Ivanice Araujo, Assessora
de Comunicação da Prefeitura Municipal de Gouveia.
“Temos o prazer de partilhar com V.S. a notícia de que o Governador
do Estado de Minas Gerais, Antônio Augusto Junho Anastasia,
concederá ao Prefeito Municipal de Gouveia, Sr. Geraldo de
Fátima Oliveira, a Medalha Presidente Juscelino Kubitscheck.
A cerimônia de agraciamento será no dia 12 de setembro de
2011, segunda-feira, às 11 horas na Praça JK, em Diamantina/
MG. Gouveia e os gouveianos sentem-se lisonjeados com tal
honraria. Parabéns, Prefeito! Atenciosamente, Ivanice Araújo
(Nicinha)”
¾ Parabenizo o Senhor Geraldo de Fátima Oliveia, digno Prefeito
Municipal de Gouveia, pela honraria que lhe é concedida pelo
Senhor Governador do Estado de Minas Gerais, e, faço-o também,
em nome da Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia AFAGO.
¾ 19 set. Adilson Nascimento: Fantástica! Não há
outra expressão para me referir à exuberância do congraçamento
da Afago no sítio do diretor jurídico Manoel Luiz Ferreira de
Miranda, em matozinhos. Não só pela presença de gouveanos,
mas também, e principalmente, pela receptividade dos anfitriões
– Manoel, esposa e filhas e Milton Miranda -. São todos
excepcionais na arte de receber amigos. Isso sem falar na beleza
da propriedade. Eu como sou muito exigente para esse tipo de
encontro ainda senti falta de alguns associados como Álvaro,
Antônio Santiago, Carlos Maurício, Clovis de Souza, Gil Martins,
Gilberto, Taquinho, Ivo, João Saraiva, Silvio Miranda, Valdene,
Yolanda ribas, amigos que imaginava rever e não consegui. Não
faz mal. Outras oportunidades virão. Uma melhor reportagem
sobre o encontro certamente que virá por parte do pessoal
especializado, inclusive com fotos. Esta é minha, particular, para
agradecer ao Manoel e Milton, em meu nome e da minha família
que estava toda presente (mulher, filhos, genros e netos). Meu
irmão (Irany) ficou tão impressionado que procurou se associar
para participar das próximas por direito.
¾ 19
set. Guido Araújo: Um dos melhores, senão o
melhor encontro de gouveianos realizado até hoje. Aliás, estes
encontros estão melhorando ano a ano. O encontro nesta época
do ano é mais seguro de dar certo por ausência de chuva. Embora
inverno, o calor convidou a uma cervejinha mais gelada. Para os
diabéticos água ou suco. Muita gente animada, boa conversa,
caras novas. Estou falando do encontro de congraçamento da
Afago no Sitio “Nossa Casa”, dia 17/09/11, anfitrionado pelos
irmãos Miranda, da Diretoria da Afago.Fomos recebidos com
distinção, alegria e carinho. Enquanto a meninada se esbaldava
na piscina,no espaço social aos acordes das músicas executadas
por Lucigênio reinava a alegria dos re-encontros e encontros
de velhos amigos. Encontrei um professor da Escola de
Veterinária, Dr. Jadir Miranda. Foi para os afagueanos um
encontro de familia, da familia da Gouveia. Mas com raiz até no
Rio Grande do Sul. Ao final, saimos com vontade ficar, continuar...
Estou falando em meu nome e de minha mulher, para a agradecer
Boletim Informativo da AFAGO página 2
aos anfitriões o regozijo que nos proporcionaram e a
oportunidade de encontrar mais gente de Gouveia.
¾ 21 – set. Manuel Miranda: O ROMBO DA
PREVIDÊNCIA NACIONAL. Ao ler uma reportagem
sobre a previdencia Nacional, achei interessante fazer
um resumo para os amigos: O DÉFICIT DO INSS,
que atende 24 milhões de aposentados brasileiros
da iniciativa privada, é de R$42 bilhões.Já o déficit
da previdência dos servidores públicos que atende
apenas 1 milhão de trabalhadores,é hoje de
aproximadamente de R$51 bilhões.Para exemplificar
o tamanho desse rombo,em 2010 o gasto do governo
federal com a saúde foi de R$66 bilhões e com a
educação,de R$54 bilhões.Hoje tramita no Congresso
Nacional o projeto de lei 1992/2007,que cria o Fundo
de Previdência Complementar do funcionalismo
público e,se aprovado, fará com que este rombo pare
de crescer e com o decorrer do tempo comece a
diminuir,contribuindo para futura estabilização,e
evitar que o governo continue a tomar dinheiro
emprestado dos bancos a juros de 12% ao ano, o
que equivale a um juro real (taxa Selic descontada a
inflação) de 6% ao ano. Situação que tende a piorar
com as nababescas aposentadorias do funcionalismo
público.O projeto em tramitação determina um único
teto para as aposentadorias públicas e
privadas,permitindo quem quiser aposentar com um
rendimento acima do valor estipulado contribuir com
a previdência complementar privada.A nova regra
só valerá para os que estiverem iniciando uma carreira
pública após aprovação do projeto.O governo do
Estado de São Paulo acabou de aprovar um projeto
similar, voltado para o funcionalismo público
estadual.Seria muito bom que essa solução atingisse
o funcionalismo público em todas as esferas.Como
exemplo dessa iniciativa bem sucedida,temos a PREVI
dos funcionários do Banco do Brasil,que tem um
patrimônio de R$145 bilhões, graças seus
administradores e conselheiros, e tem suas gestões
fiscalizadas pelo previc,Ministério da
Previdência,CVM,Banco Central,Tribunal de Contas
e demais órgãos fiscalizadores do segmento.
¾ 23-set. Raimundo Nonato de Miranda
Chaves: Promessa Gouveiana: Victor, estudante
da E.E. Joviano de Aguiar, com 16 anos, segundo
ano médio, está participando do Parlamento Jovem.
Veja foto e texto enviados pela professora Sueli Vieira
que está sempre ao lado dos estudantes. Em tempo,
Sueli me informou que a turma está trabalhando para
representar sua escola no Prêmio Afago de Literatura.
Fica, aqui, o alerta para as concorrentes
Notícias & comentários
Victor, o Parlamentar de Gouveia
representação política e a liderança por meio de sua
Você merece, Víctor!
diplomação, posse e investidura em mandato político.
Víctor Augusto de Oliveira é filho de Roseanne Jaqueline e
À época em que o programa iniciou-se, a supervisora
Último de Oliveira. Tem 16 anos e cursa o 2 ano do Ensino
Margareth Costa apresentou-o aos professores do Ensino
Médio da E.E. Joviano de Aguiar. Aluno dedicado, é também
Médio .Em seguida, a professora de língua portuguesa, Sueli
exemplar no tratamento dispensado à colegas, professores
Vieira, sempre atenta ao protagonismo juvenil, levou a
e demais funcionários da escola. Com certeza, tudo isso
proposta aos alunos, conscientizando-os da importância do
contribuiu para que Vítor tenha sido agraciado com o mérito
projeto. “ Valorizar a opinião, a visão dos estudantes é
de estar entre os oito mineiros escolhidos, em todo o estado,
fundamental. Toda iniciativa que promova a atuação dos
para participar do Programa Parlamento Jovem Brasileiro. O
jovens merece atenção especial. O Programa Parlamento
estudante foi selecionado para representar Minas Gerais
Jovem tem o intuito de fortalecer as ações que promovam a
através do seu Projeto de Lei que institui desconto de 40%
inclusão, o exercício da participação democrática e o respeito
na compra de livros literários, para alunos das escolas
aos direitos humanos. Ideais dos quais também comungo,
públicas de todo o país. Uma forma de incentivar a leitura
enquanto educadora e cidadã. Acredito no potencial dos meus
entre os estudantes e melhorar o índice de venda de livros no
alunos e procuro incentivá-los e estar ao lado deles quando
Brasil.
oportunidades como essa aparecem.”, ressaltou Sueli.
A diretora da Escola Joviano de Aguiar, Dione Malaquias,
avalia que a participação do aluno Vítor propõe uma reflexão
sobre o papel de cada indivíduo na sociedade. “Nossa
comunidade precisa discutir questões voltadas para a
melhoria da sociedade. Essa proposta apresentada pelo
nosso estudante é importante, uma vez que tornará a leitura
mais acessível aos nossos alunos. E todos nós sabemos da
importância da leitura na formação dos nossos educandos.”,
disse a diretora.
Parabéns, Víctor! Brasília te aguarda e Gouveia se
orgulha de você!
Durante cinco dias, de 26 a 30 de setembro, os jovens
selecionados mergulharão no processo legislativo do país e
irão simular a rotina de trabalho dos parlamentares, conforme
o regimento interno da Casa.
De quase mil projetos enviados de todo o Brasil, 77 propostas
foram escolhidas pelos assessores da Câmara dos
Deputados. O Programa Parlamento Jovem tem como
objetivo propiciar aos alunos brasileiros a oportunidade de
conhecer a rotina dos trabalhos legislativos. Além disso,
possibilita aos estudantes exercer a cidadania, a
Boletim Informativo da AFAGO página 3
¾
23- set. Raimundo Nonato de Miranda Chaves: Maria
Auxiliadora de Paula Ribeiro, filha de Manoel de Paula e de dona
Antônia, professora emérita do Grupo Escolar Aurélio Pires nas
décadas de 40 e 50. Ela, também professora, poeta e contista
laureada, que saiu de Gouveia aos 11 anos de idade e só voltou à
terra natal, em 2010, quarenta e alguns anos depois da mudança
para Curvelo. Voltou, atendendo a convite da Afago para compor
a comissão de seleção e premiação dos trabalhos candidatos ao
concurso: Prêmio Afago de Literatura. Isto demonstra que a Afago
não está brincando quando se trata de motivar os gouveianos a
pensarem em Gouveia e a se envolverem nos acontecimentos da
terra onde nasceram.
Auxiliadora recebeu condecoração pelo conto “O Saber”,
concorrente ao concurso realizado em Aviz-Portugal. Não só, mas
também por este feito, ela foi homenageada no evento: Notáveis
do Ano do Centro-Norte de Minas, promoção do Jornal Folha de
Curvelo, como Empreendedora da Cultura. Caderno Especial
Setembro/2011 No mesmo evento, dentre os notáveis, está o senhor
prefeito de Gouveia: Geraldo de Fátima Oliveira na categoria
Administração Pública.
Notícias
A senhorita Ivanice Araujo, Assessora de Comunicação Social da
Prefeitura de Gouveia, participou da festa comandando a entrevista com
os notáveis. Nicinha, como é conhecida, atuando como entrevistadora,
como cantora ou como assessora de comunicação, não está neste grupo
de notáveis, mas nem por isso deixa de ser uma pessoa Notável.
23 set. Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro: No ensejo, ratifico o meu
compromisso de amor para com a minha terra-natal, transmitindo-lhes a
certeza de que procurarei elevar o nome de GOUVEIA em quaisquer
certames literários, que a vida possa me oferecer.Mais uma vez, agradeço
à repercussão dada pela nossa AFAGO, leia-se: (Dr. Raimundo Nonato,
presidente, Adilson do Nascimento e Guido Araújo de Oliveira, diretores),
ao meu 4º lugar dentre 670 obras literárias no Concurso do Concelho de
AVIZ, PORTUGAL. A nossa Associação, graças à sua diretoria, sob a
liderança do nosso insigne presidente tem se tornado grandiosa como
grandes e majestosos são os montes da terra que Deus nos deu por
berço. Jamais a deixemos se quedar ao peso das dificuldades financeiras
ou de qualquer outro obstáculo que se interponha em nosso caminho,
lembrando-nos de que, incrustada no mapa de Minas, está uma bucólica
cidadezinha, que faz pulsar de saudades o nosso coração! Busquemos
dela a altivez dos picos, a serenidade dos riachos, a majestade do sol
nascente, o esplendor do anoitecer, quando a lua passeia pelo firmamento
e as estrelas brincam de esconde-esconde.
Lembremo-nos de que tudo isso é muito nosso e contagiados por
tantas belezas e atributos naturais, lutemos para colocar Gouveia,
através de nossa Associação, no mais alto patamar de uma cidade
progressista e hospitaleira, ao lado da sua encantadora paisagem, tela
da Natureza, pintada por Deus. Agradecida e atenciosamente,
Auxiliadora”
Notáveis
Ano
2011
Centro-Norte de Minas
Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Empreendedora da Cultura!
Filha de Manoel Conceição de Paula
e Antônia Fernandes de Paula,
(falecidos), natural de Gouveia-MG, a
Empreendedora da Cultura, Maria
Auxiliadora de Paula Ribeiro,
curvelana de coração, é casada com
Wilson da Silva Ribeiro, com quem
teve os filhos: Wilson Júnior, casado
com Amanda; Luís Henrique, casado
com Valéria Laíse, e Aline Maria, noiva de Rapha. Concluiu o curso Normal
de Magistério em 1960, pelo antigo Orfanato de Santo Antônio, hoje,
Instituto Santo Antônio. Em 1961, foi professora regente na Escola.
Estadual “D. Joaquim”. Ainda no atual Instituto Santo Antônio, foi
professora de português para todas as séries. Nomeada para a Escola
Estadual Dr. Viriato Diniz Mascarenhas, lá trabalhou como regente de
classe até 1964, quando transferida para a Escola Estadual “Interventor
Alcides Lins,” onde se aposentou. Em 21 de maio do corrente ano, entre
670 obras literárias dos IX Jogos Florais do Conselho de Aviz, Portugal,
foi classificada em 4º lugar com o Conto “O SABER”, sob o pseudônimo
Marina, recebendo por Correio a condecoração.
Boletim Informativo da AFAGO página 4
Clarisse Pereira Fonseca Mendes
Revelação Jovem
Curvelana, filha do Engenheiro Civil Carlos Maurício Chaves Mendes e da Contadora
Geralda Lúcia Pereira Fonseca, a Revelação Jovem dos
Notáveis do Ano-2011,
Clarisse Pereira Fonseca Mendes, tem 16 anos e cursa o 2º
ano do Ensino Médio do Colégio Darwin. Dedicada aos
estudos, concluiu recentemente o curso de inglês. Profissionalmente, pretende graduar-se em Arquitetura e, posteriormente, em Odontologia.
Companheirismo, dinamismo, espontaneidade na comunicação e grande facilidade para trabalhar em equipe são
algumas de suas características mais marcantes. Simpatia
e meiguice também são seus traços importantes. Dedica a
sua juventude aos estudos, ao convívio familiar e aos
inúmeros amigos. Não lhe faltam determinação, coragem
e otimismo para enfrentar os desafios diversos e comuns
que se apresentam. Curte baladas, teatro, viagens e música, preferencialmente as internacionais. Tem os seus pais
como grande referência pessoal e profissional, dos quais
tem muito orgulho, respeito e carinho, extensivo à Neide e
ao seu irmão João Otávio
Geraldo
de
Fátima
Oliveira
Administração
Pública
Geraldo de Fátima
Oliveira (Fausto)
nascido
em
G o u v e i a - M G,
estudou na Escola
Estadual Joviano
de Aguiar até a
conclusão do curso
de Técnico em
Contabilidade e
posteriormente
Pedagogia
na
UEMG, em Diamantina. Foi professor de Ensino Médio na
E. E. Joviano de Aguiar. Foi por 2 anos Juiz de Paz da
cidade de Gouveia. De 2001 a 2004 foi Secretário Municipal
de Saúde de Gouveia, com um trabalho moderno e atuante.
Foi Presidente do Colegiado de Secretários de Saúde do
Alto Jequitinhonha. Em 2005, passou a prestar serviços
no Colegiado de Secretários Municipais de Saúde de
Minas Gerais, em Belo Horizonte, como secretário
executivo e membro da Junta de Recursos de Auditoria da
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais.
Atualmente é Prefeito Municipal de Gouveia, destacandose pelo dinamismo e competência à frente do município
que progride a olhos vistos. É também presidente do
CISAJE(Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto
Notícias
Ivanice Araújo comandará entrevistas
(Prestem atenção e visualizem o futuro dessa moça)
A jornalista Ivanice Araújo, hoje respondendo pela
Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de
Gouveia, estará circulando
pelo hall e pelos salões do
campestre fazendo espetaculares entrevistas com os
homenageados e convidados. Trata-se de um documentário especial que será elaborado – e
disponibilizado – para marcar ainda mais os 21 anos de crescente
sucesso do Notáveis do Ano do Centro-Norte de Minas.
¾ 24 set. Raimundo Nonato de Miranda
Chaves: Festa de Nossa Senhora da Conceição, em
Cuiabá, de 30/setembro a 10/outubro. Se depender da
garra e da habilidade de Ivanice Araujo, Nicinha, a festa
vai bombar. Vamos prestigiar nossa gente, nossos
costumes, nossa cultura
¾ A etapa final do Circuito Mineiro de Trekking está
programada para 16/10/2011, com largada às 9:30 horas
da Praça Estado de Minas, em Gouveia. Patrocinio da
MM Materiais de Construção. Mais um evento
comemorativo dos 100 anos do grupo MM. Nossos
parabéns aos
dirigentes e funcionários do grupo MM. Para ver o Cartaz
e a tabela de classificação das equipes
¾
26 set. Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro: “Curvelo, 26
de setembro de 2011. À AFAGO, na pessoa do nosso
emérito presidente, Dr. Raimundo de Miranda Chaves,
agradeço a ênfase dada à publicação de minha
condecoração, laureada que fui como “
EMPREENDEDORA DA CULTURA”, no Baile dos
Notáveis do Ano( Centro - Norte de Minas), que se
realizou em Curvelo, na memorável noite de gala de 2309-2011.
¾28 set. Guido Araújo: Um grupo de estudantes da
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
apresentou, no IV Congresso sobre o tema, o resultado
de um estudo que fez no Municipio de Gouveia, com o
concurso do Programa de Saúde da Familia do Municipio
de Gouveia (PSF). A pesquisa versou sobre a situação da
detecção do câncer de mama e da saude reprodutiva das
mulheres no Municipio de Gouveia e Presidente
Kubistchek. Nos dois estudos foram examinadas mais de
trezentas mulheres. Quem for à Escola de Medicina das
Ciências Médicas poderá ver os resultados no saguão.
Sugiro ao Prof. Raimundo Nonato expor os resultados
Boletim Informativo da AFAGO página 5
no site ou no Boletim, com a permissão dos autores. A
pesquisa está bem feita e chega a conclusões importantes.
¾ 30 set. Raimundo Nonato de Miranda
Chaves: Importante melhoramento em Vila Alexandre
Mascarenhas: Inauguração da Rede Adutora, trazendo
água do Rio Capivara, com captação acima da cachoeira,
cerca de 12 quilômetros da Vila, em altitude que permite
o abastecimento de água por gravidade. Salienta o
excelente trabalho de engenharia, principalmente, na
captação, com mangotes especiais fixados no paredão
da cachoeira.Nossos parabéns à administração da cidade
e aos executores dos trabalhos de implantação da rede
de abastecimento
¾ 1 out. Guido Araújo: Gouveia precisa mesmo é de educação
e saúde. Problemas sanitários são um escoadouro de
dinheiro público e quase só para apagar incêndios na
área. Importante é sanear e educar para prevenir. É o que
o Município de Gouveia está fazendo em Vila Alexandre
Mascarenhas, hoje, ao inaugurar a Adutora que
abastecerá de água potável a população. Outros
cuidados de prevenção poderão ser aplicados com a
educação. População saudável é um capital investido e
rendoso do Município. Congratulações.
¾ 4 out. José Moreira de Souza: Somente
aplausos não bastam. Vejam o trajeto da nossa Raquel
Luiza: “Prezado escritor, boa noite. “Se você está
recebendo este email é porque você é dos classificados
do Concurso. Parabéns! Porque chegar até aqui não foi
fácil, eram muitos trabalhos e todos muito bons. Estamos
felizes em saber que este concurso tem aproximado do
resultado que sempre sonhamos. Conforme anunciado
no edital, o resultado do V Concurso Crônica & Literatura:
prêmio literário Ferreira Gullar foi publicado ontem nos
endereços
eletrônicos:
http://
cronicaeliteratura.blogspot.com/ Orkut Assis Editora”
Que podemos fazer para apoiar essa menina?
¾ 4 out. Otomano Menezes: Aprendi a admirar Gouveia
ouvindo o meu mestre Adilson do Nascimento dizer que
é uma cidade um pouco menor que São Paulo e com uma
população equivalente a Tókio. Por isso acompanho os
sites Portal Gouveia e afagouveia.org.br. Acabo de ver o
último boletim da Afago onde o Presidente Raimundo
Nonato de Miranda Chaves em seu editorial faz uma
chamada para o artigo que fala da falta de
empreendimento na cidade, de autoria do meu guru. Para
mim não foi surpresa ver a qualidade do texto e a clareza
do assunto. Ele sempre disse para os seus estagiários
de direito que o advogado não tem que escrever bonito,
usando frases de efeito, principalmente buscadas do
latim. O advogado, dizia ele, principalmente esse
profissional, tem que ser assertivo e escorreito, fazendo
com que saíssemos da sua sala e fôssemos ao dicionário.
Portanto, fica fácil verificar que o que se pretende ali é
levar a mensagem, ainda que na forma de crítica, a um
assunto que se incomoda o autor deve também
incomodar aos administradores e responsáveis pela
qualidade de vida dos habitantes da cidade. Num certo momento
ele diz: “fica o alerta de quem mesmo não servindo de exemplo”.
Como assim? Não servindo de exemplo? Para quem ocupava a
segunda posição da hierarquia da indústria de tecido que era a
maior fonte de renda e de emprego da cidade, como chefe de
escritório e ocupava a primeira posição hierárquica do legislativo
do município, como presidente da câmara, e deixou por absoluta
vontade própria tudo isto em busca de uma melhor qualificação
profissional e uma melhor condição de vida para si e seus
familiares e conseguiu brilhantemente alcançar posições
executivas em grandes empresas, como CENIBRA (subsidiária
da Vale), PRODEMGE (a maior empresa de informática do
Estado), e SISTEMA FINANCEIRO RURAL, onde seu cargo
de Superintendente de Recursos Humanos equivalia ao de
Diretor, para todo o Brasil, uma vez que diretor de banco por
exigência do Banco Central do Brasil há que ser acionista, seu
exemplo é ímpar e sua projeção pessoal um incentivo para a
cidade. Há que se aplaudir a coragem e a obstinação de quem
entende que o maior inimigo do crescimento pessoal é a
acomodação. Devo muito a ele. Digo isso a plenos pulmões.
Devo muito mesmo, embora ele nunca tenha cobrado. Sua
recompensa estava em fazer com que aprendêssemos. Certa
feita quando eu estava às voltas com a contestação de uma
ação de uma gerente do banco, em Maceió, que reclamava o
pagamento de horas extras, sob a alegação de que trabalhava
até as 22 horas, ele ao corrigir o meu texto, me disse que os
meus argumentos jamais convenceriam o juiz da ação e então
determinou que o gerente geral da agência se dirigisse até a
Secretaria da Faculdade de Letras da Universidade Federal de
Alagoas e conseguisse uma certidão de freqüência diária da
aluna. Com a declaração de freqüência diária de segunda a sexta,
das 19 às 22,30 horas, ficou fácil contestar a reclamação e fazer
com que o juiz determinasse a improcedência da ação. Foi
quando ele me disse e ficou marcado para sempre: “na justiça
tudo é prova ou a prova é tudo”.Aprendi técnicas de gestão
para resultados e principalmente para o relacionamento com as
pessoas. Aprendi muito mais em dois anos de estágio que
durante todo o tempo do curso. Hoje tenho meu escritório com
ótima clientela e estou me preparando para o concurso de juiz
do trabalho. Parabenizo a Afago por manter em seus quadros
esse exemplo de humildade, de competência e de honestidade e
o boletim por publicar artigos de tamanha profundidade, desse
“escritor brilhante”, como bem disse o presidente.
¾ 4 out. Adilson do Nascimento: Otomano Menezes,
vou tratá-lo assim em respeito a esse pseudônimo muito próximo
do técnico da seleção brasileira, embora a sua identidade esteja
tão clara para mim quanto o Ribeirão de Areia, o Rio Chiqueiro,
o Córrego da Reserva, o Córrego de Santo Antônio, ou o
Ribeirão de Areia, que circunda a Fábrica São Roberto, nos
quais pesquei, nadei, quase morri afogado, mas vivi tão
intensamente que jamais alguém teve ou terá uma infância igual,
para contar aos seus netos. A sua gratidão exposta nesses
traços aqui e em outros já postados demonstram muito mais as
suas qualidades de profissional receptivo e de pessoa humilde,
competente e inteligente, que a minha de orientador, até por
obrigação. De qualquer maneira fico imensamente grato pelo
seu incentivo. Tenho certeza que em breve teremos um novo
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz das Varas do Trabalho da
Capital, a tomar decisões rigorosas, porém justas, como compete
a um bom magistrado.
Boletim Informativo da AFAGO página 6
¾ 7 out. Raimundo Nonato de Miranda
Chaves: Esclarecimentos aos fãs de Ponteiro Geraldo Pinto de Carvalho - que,está passando
momentos dificeis: Foi submetido a cirurgia de
extração da próstata; caiu com o cavalo que, ao se
levantar, pisou nele, na altura do abdômen,e, mais
o braço quebrado em dois lugares. Ponteiro é forte,
saudável e vai se recuperar rapidamente. Ocorrencia
irreparável é o falecimento de Maristela, irmã dele,
ocorrido na segunda feira da semana passada,
aqui,em BH.
¾ 7 out. Raimundo Nonato de Miranda
Chaves: Começou Hoje, 7 de outubro, o Festival
de História de Diamantina
¾ 19 out. Afrânio Gomes: IMPORTAÇÃO
DE LIXO HOSPITALAR A importação de lixo não
coisa tão recente assim, lembro que no auge da
Guerra do Viatnã, chegavam aqui no Brasil
uniformes militares sujos de sangue e também
calças e jaquetas Lee e Leves que era o sonho de
consumo da meninada. Esses materiais eram
comercializados na forma que chegavam, sujos e
contaminados misturado a vários tipos de produtos.
GOUVEIA E A ESTAPARIA S/A NA
CONTRAMÃO. Agora puxando a sardinha pro
nosso lado, me lembro também que a Estamparia
exportava para os Estados Unidos um tecido
camuflado, não sei de tinha fins militares. Eu
trabalhava como faturista aqui no Escritório central
em Bhte e me lembro bem do volume dessas
exportações. Paralelamente a isso, o Dr. Caetano
Mascarenhas tinha um depósito de sempre-vivas
que vinham na sua totalidade de Gouveia e eram
exportadas para os Estados Unidos. Todos
questionavam a real finalidade dessas plantas lá,
alguns suspeitavam que seriam para fins militares.
O Sr. Adilson Nascimento deve se lembrar bem.
¾ 19 out. Adilson do Nascimento: Ao Afrânio e ao
Raimundo: realmente eu tenho farta lembrança da
suspeita que havia em se exportar aquela planta
seca para os EE.UU, mas nem mesmo com a amizade
que eu tinha com o Caetano consegui saber, com
certeza, qual a destinação dada às nossas sempre
vivas. Quem também levantava muita dúvida com
relação a isso era o João Grilo que as transportava
de Gouveia para Belo Horizonte. Até hoje penso
que para decoração não seria. Com relação à
história de João Baiano eu só lamento que ele não
tenha permanecido um pouco mais em São Roberto
para que o meu amigo Raimundo Nonato tivesse
nascido ali.
¾ 25 out. Dulcélia Maria Silva: Parabens
pela galeria de fotos antigas.Gostei muito das fotos
da galeria de fotos antigas e gostaria de contribuir
com fotos também gostaria de saber como faço.
Notícias & comentários
transformação da Praça da Liberdade em “Corredor
Cultural” não contemplou um espaço mínimo que seja
para a instituição pioneira de apoio à Cultura Mineira.
Confiram também:
¾
Fotos Antigas Haroldo Ribas
¾
Congraçamento Sítio de Manuel
Miranda
¾
Gouveia Rural – Planejamento
de 1984
¾
Laurindo Ferreira Entrevista
¾
Sala Doutor Waldir
Inauguração de Placa
–
¾
Grupo Mário Maria – 200 anos
¾
Notáveis do Centro Norte
¾
Comunidade Espinho
¾
AFAGO Socorre a Comissão
Mineira de Folclore
José Moreira de Souza
Os membros da Comissão em reunião informal
encarregaram o Diretor de Comunicação da AFAGO
que também é associado à Comissão Mineira de
Folclore para coordenar as ações que tornem viáveis
uma interlocução com o governo do Estado. Vê-se que
a AFAGO se dispõe a prestar um relevante serviço ao
desenvolvimento cultural de Minas Gerais, o qual vai
muito além dos interesses dos gouveianos.
Quem diria que um cobu preparado por gouveianos e
servido quentinho com café em sessão solene no ano
de 2004, pelo então presidente que se despedia do cargo,
renderia tamanha gentileza da parte da AFAGO tantos
anos depois.
No dia 22 de agosto de 2004, a sessão solene de
transmissão de cargo da diretoria da Comissão Mineira
de Folclore foi encerrada com uma lauta mesa de cobu
rodeado de muita história nas instalações do Palácio
das Artes em Belo Horizonte. Autoridades e
convidados puderam, então saborear um pedaço de
nossa Gouveia que agora retribui e lembra ao Governo
de Minas o respeito que se deve ao saber popular e
especialmente ao povo que cultiva esse saber
O senhor presidente da AFAGO, professor doutor
Raimundo de Nonato Miranda Chaves, cedeu as instalações
da sede dessa associação para reuniões da Comissão
Mineira de Folclore que vem ocorrendo mensalmente
desde outubro até dezembro do presente ano. Do mesmo
modo, o senhor diretor jurídico da AFAGO, doutor Manuel
Miranda, se dispôs a oferecer todos os recursos técnicos
para ajudar a regularizar a situação em que se encontra a
entidade.
A Comissão Mineira de Folclore foi a primeira entidade
de estudo e apoio à Cultura Popular criada nos estados do
Brasil no ano de 1948. Sua criação respondeu à da
Comissão Nacional de Folclore, fundada em dezembro de
1947, como resposta ao apelo da UNESCO.
A partir do ano de 2007, a Comissão Mineira passou por
dificuldades de regularização da posse de sua diretoria e,
recentemente, o Governo do Estado, por decisão da
Secretaria de Estado da Cultura, houve por bem não abrigála mais em suas instalações no Centro de Tradições
Mineiras. Curiosamente o Centro foi criado como resposta
a projetos de apoio e desenvolvimento da Cultura Popular
elaborados pela Comissão Mineira.
O impasse foi gerado pela transferência dos órgãos do
Estado para a Cidade Administrativa. Estranhamente, a
Boletim Informativo da AFAGO página 7
Sessão solene de transmissão de cargo da Diretoria da Comissão
Mineira de Folclore. Agosto de 2004. Da esquerda para a direita:
Madalena Diniz, presidente do Centro de Tradições Mineiras,
Kátia Cupertino, presidente eleita e empossada, Gustavo Pereira Cortez, secretário da diretoria anterior, José Moreira de Souza, presidente que deixa o cargo, Zanoni Eustáquio Roque Neves,
secretário da nova gestão.
HOMENAGEM
Discurso pronunciado pelo Diretor de finanças da
AFAGO na oportunidade de descerramento da placa que
eterniza o nome do Doutor Waldir nas instalações da
AFAGO.
Excelentíssima Senhora Elena Berenice Brum Ribas,
digníssima viúva do nosso queridíssimo e saudoso amigo e
primeiro presidente Doutor Waldir de Almeida Ribas.
Demais parentes presentes: Marcos, esposa e filhos; Dona
Antônia Ribas; Dona Irene Brum; meu querido Gilberto
Almeida.
Excelentíssimo Senhor Raimundo Nonato de Miranda Chaves,
digníssimo presidente da Afago.
Demais dirigentes e conselheiros, meus colegas.
Senhoras
e
Senhores.
Logo
após
participar do
velório
e
sepultamento
do
nosso
prezadíssimo
Doutor Waldir
eu, ainda muito
emocionado,
postei no site da Afago uma mensagem de condolência
à família que começava dizendo que pessoalmente eu
não o conhecia... Ouvia falar dele... por ser gouveano;
por ser médico - afinal, gouveano com diploma
universitário na sua época era uma raridade –; por ser
filho de Antônio de Almeida e, principalmente, por ser
irmão dos meus amigos Gilberto e Taquinho.
Isso até uma noite de novembro de 2006 quando a Ilda
me disse que ao telefone estava uma pessoa se dizendo
gouveano, velhinho e baixinho e queria falar comigo.
Minha primeira reação foi dizer que não iria falar com
alguém que se identificava apenas como gouveano...
velhinho... e baixinho. Porém, alguma coisa me disse:
atenda! Eu então pequei o telefone e disse: pois não!?
Ele se identificou, repetiu que era baixinho e velhinho,
disse que me conhecia e que havia sido colega de
“Aurélio Pires” do meu pai. Seguiu-se uma série de
apresentações quando eu lhe expus um mini currículo
Boletim Informativo da AFAGO página 8
começando pela minha amizade com os seus
irmãos, na adolescência.
E
m
seguida
e l e
disseme que
estava
reunindo
vários
gouveanos
residentes
n
a
Capital,
que fossem formadores de opinião, para auxiliálo na criação de uma entidade “que visava
promover a integração da comunidade gouveana
da região metropolitana de Belo Horizonte,
fortalecendo os laços de união com Gouveia;
velar pela preservação da memória histórica da
cidade e sua comunidade; criar na sede do
município um local que pudesse estruturar e
concretizar um Centro Histórico e Cultural da
Família Gouveana – a Casa do Gouveano – e
promover encontros freqüentes de
congraçamento entre os gouveanos residentes na
Capital e na Grande BH para estreitar os laços
de união e proporcionar um melhor
relacionamento” e que estava me convidando –
desde que eu entendesse aquele convite como
uma intimação – para fazer parte desse grupo e
compor a sua primeira diretoria. Eu lhe
apresentei uma série de contratempos e
dificuldades, inclusive minhas constantes
viagens, mas para todos ele tinha uma
argumentação contrária, de forma que eu não só
aceitei o convite como também prometi
colaborar, principalmente considerando a
grandiosidade do projeto.
A partir de então nos encontrávamos com certa
frequência e passamos a ter uma convivência muito
agradável, amistosa e cordial. Inclusive às vésperas
da Assembléia Geral da Afago que se deu em um
restaurante do bairro Planalto, na Pampulha, que ele
HOMENAGEM
se dispôs a conhecer antecipadamente, eu o conduzi até à
minha casa ali perto e fiquei admirado com o seu
entusiasmo e a sua sensibilização com as samambaias e
orquídeas que a Ilda cultiva, demonstrando enorme
preocupação ecológica.
Passei a admirar uma figura humana como conheço
poucas. De uma consciência coletiva sem par, tinha uma
preocupação constante com Gouveia e o seu povo.
Organizado, trazia sempre consigo uma pequena agenda
onde anotava endereços e telefones de todos os
gouveanos de Belo Horizonte e outras cidades, com os
quais mantinha contatos freqüentes. Sabia, por exemplo,
que na Capital e seus arredores existem mais de 3.000
gouveanos residentes. Sério, quase carrancudo, tinha uma
veia humorística de fazer inveja. Fazia piada com qualquer
assunto. Certa vez eu lhe perguntei se ele tinha o telefone
do Zé de Flora e ele simplesmente disse não; para logo
Belo Horizonte ou região metropolitana”, seria muito mais
difícil do que ele poderia imaginar e que a Casa do Gouveano,
um local para as artes e cultura, que pudesse registrar a história
de Gouveia, não avançava além da sua idéia inicial, e assim
via-se no seu semblante uma frustração por se sentir impotente
para realizar um sonho antigo.
Nas nossas reuniões ele prestava muito atenção nas discussões
dos presentes e pouco intervia, até que o assunto se
encaminhava para longe dos seus propósitos e ele o trazia
para os trilhos. Sempre queria conduzi-los para a finalidade
de ajuda e apoio a Gouveia e aos gouveanos. Ficava
entristecido quando propunha realizar um encontro de
confraternização para proporcionar mais conterrâneos a se
encontrarem e era informado, antes pelo tesoureiro Raimundo
Nonato, depois por mim, que a entidade não dispunha de
fundos para patrocinar o encontro e dependia da boa vontade
dos associados, que sempre foram poucos, para participarem
pelo sistema de adesão.
Embora se confessando um analfabeto em tecnologia da
informação demonstrava enorme alegria ao presenciar as
discussões dos assuntos ligados à evolução do site
afagouveia.org.br, criação do Professor Raimundo Nonato e
ficava visivelmente emocionado com as apresentações do
Professor José Moreira quanto à repercussão do Prêmio
Afago de Literatura. Era a sua Afago lançando Gouveia para
o mundo, por meio da internet e promovendo os gouveaninhos
dos ensinos fundamental e médio, no cenário da cultura, para
além dos muros das Escolas de Gouveia.
em seguida dizer que tinha apenas o número, já que o
telefone ficava na casa do Zé. Quando fazia a sua
contribuição para adesão aos encontros festivos sempre
perguntava brincando pelo seu percentual de desconto,
alegando ser um ancião. De uma simplicidade incomum,
em uma das nossas conversas ele disse-me que não
entendia a razão pela qual certas pessoas se portam com
tanta empáfia, demonstrando orgulho, vaidade e
prepotência. E completava: - se todos tivessem
consciência de para onde vamos ...
Depois de ver a sua Afago instalada e funcionando ele
percebeu que o seu sonho de “auxiliar, na medida do
possível, os gouveanos que comprovadamente
careçam de assistência financeira, social e afetiva em
Boletim Informativo da AFAGO página 9
Naquela minha mensagem posterior à sua morte eu disse que
nós, seus amigos, conterrâneos e familiares, haveremos de lhe
HOMENAGEM
render uma significativa homenagem, redobrando os nossos
esforços para manter viva a sua Afago; opinião que mantenho
hoje.
Apesar de já havermos alcançado uma significativa evolução,
reformulando o estatuto para que as decisões sejam mais ágeis;
criado o título de Presidente de Honra, concedendo o primeiro
exatamente a ele; além de reorganizar e regularizar toda a
documentação oficial junto aos órgãos de fiscalização e
regulamentação da Prefeitura, do Estado e da União, fruto de
um trabalho desbravador dos advogados camilinhenses Milton
e Manoel Miranda, ainda temos muito pela frente para conseguir
um pouco do que idealizou o nosso fundador.
Antes de começar a primeira reunião da Diretoria da Afago,
após a sua morte, eu estava aqui, nesta sala, sozinho, e senti
uma espécie de estremecimento, uma sensação estranha, muito
forte, que me fez olhar atentamente para aquela cadeira que ele
ocupava rotineiramente, exatamente à minha frente, como se
ouvisse: - “olha eu estou aqui e você é um dos meus seguidores
e não poderá deixar que o meu ideal tenha morrido comigo”.
Iniciada a reunião eu pretendia comentar o que havia sentido,
mas resolvi mudar o texto e dizer que estava propondo denominar
esta sala, que sempre foi dele, usada por muito tempo como seu
consultório de pediatria, enquanto na ativa, e sempre cedida
graciosamente para a Afago, desde a sua criação, com o nome
de “SALA DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS”, como
forma de perpetuar a sua memória e proporcionar ao Secretário
Guido Araújo iniciar todas as atas com o seguinte preâmbulo:
“Aos tantos dias do mês tal reuniram-se os membros da
diretoria e do conselho fiscal da Afago – Associação dos
Filhos e Amigos de Gouveia – na Sala Doutor Waldir de
Almeida Ribas, localizada na Avenida Amazonas, 115 – 17º.
Andar – em Belo Horizonte”.
A idéia foi aprovada, unanimemente, e coube-me a incumbência
de providenciar a confecção da placa. Ao me dirigir a uma
indústria desse tipo de produto o gerente de comercialização
mostrou-me uma série de modelos sofisticados. Eu então lhe
disse que eu precisava de uma placa simples, modesta, sem
qualquer resquício de ostentação, uma vez que pretendia prestar
uma homenagem justa e significativa a quem havia feito tudo
para merecer e justificar a honraria e não poderia usar um produto
rebuscado para homenagear quem sempre primou pela modéstia
e simplicidade. Também fiz questão de incorporar o seu título
profissional ao seu nome mandando constar da placa: “Doutor
Waldir de Almeida Ribas”, por extenso, sem aceitar apenas o
DR tão usual; tudo por uma questão de justiça.
A nossa placa não visa homenagear o médico, competente e
caridoso, o benfeitor, o homem das letras, o zeloso marido, o
dedicado pai, o carinhoso avô ou o cidadão ilustre de
Gouveia, de onde inclusive já recebeu a Medalha
Alexandre Mascarenhas, a maior honraria que é
concedida em conjunto pela Prefeitura e Câmara
Municipal a quem se destaca de forma especial na
divulgação da cidade e na melhoria da qualidade de
vida do seu povo. A nossa placa visa homenagear o
idealizador, o criador, o fundador e primeiro presidente
da nossa entidade, reconhecendo de uma forma
humilde e simbólica a sua ousadia, a sua perspicácia,
o seu ideal e a sua atuação Quem conheceu o Doutor
Waldir e aqui todos conviveram com ele; uns mais,
outros menos, sabe que a minha idéia, convertida em
projeto e hoje tornada realidade, tem nada de
extraordinário. Extraordinária foi a existência e o
merecimento do nosso homenageado que dispensa
maiores apresentações e referências. Parafraseando
a sua neta Maria Eduardo eu diria: tenho dó de quem
não o conheceu.
Em meu nome particular, em nome de toda diretoria
administrativa e dos membros do conselho fiscal da
Afago eu gostaria de agradecer a presença de todos
vocês a esta reunião tão significativa para nós.
Agradecer de modo especial a Dona Elena Berenice
Brum Ribas, viúva do nosso homenageado, a quem
convido para descerrar aquela faixa e inaugurar
oficialmente a denominação de “SALA DOUTOR
WALDIR DE ALMEIDA RIBAS” para a sede da
nossa A F A G O – ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS
E AMIGOS DE GOUVEIA.
Muito obrigado.
Adilson Nascimento
Boletim Informativo da AFAGO página 10
ARTIGOS
Desenterrando o
Peixe
Reflexões sobre as peculiaridades do
Jubileu do Peixe na paisagem mineira
Lúcia Tânia Augusto
Como fenômeno religioso o Jubileu do Peixe instala, na realidade
social de Minas Gerais, novas referências para interpretação das
relações que se estabelecem em torno do aspecto simbólico da
morte e suas variáveis perante os novos conceitos de patrimônio
histórico-imaterial. Inútil essa reflexão para aqueles que entendem
a morte somente como um evento pertencente ao ciclo da vida.
Tentaremos colaborar com o tema ao identificar esses rituais como
mobilizadores não só de aspectos afetivos em seus ritos, mas
pontos latentes da discussão de questões como saúde pública,
apontamentos das relações políticas entre clero, leigos e política
local, assim como fundadora de inventários diferenciados entre
os grupos sociais que articulam-se nas práticas rituais,
principalmente, a “absolvição das almas”.
Aspectos a serem considerados: Morte e enterramento Onde as pessoas morriam e os diferentes rituais de
sepultamento. Atenção principal para os que morriam
longe das capelas, em percurso ou distante do local de
moradia. Há um poema célebre do século XIX de Castro
Alves cujo título é “Cruz da estrada”.
É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia
atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe
compôs.
Veja que o escravo a que Castro Alves se refere mereceu
uma cruz. Haveria escravos simplesmente abandonados
com animais?
Cemitérios de escravos - a chave maior é compreender
as diferenças dos cemitérios de escravos não protegidos
pelas irmandades. Onde eram enterrados e o cuidado
com o sepultamento. Este é o foco principal. Cemitérios
em quilombos, cemitérios de irmandades, locais de
enterro em locais ermos = clandestinos. A atenção para
os cemitérios em “locais ermos” é a chave de “nãolugar” e a questão como se sacraliza o local ermo ou e
isto que o sacraliza?
Para isso, Posto que o aspecto simbólico será fundamental para a
abordagem, Almas e São Miguel com seu exército serão referenciais
Boletim Informativo da AFAGO página 11
fundamentais, incluiremos pontos de intercessão com as irmandades
e a atuação de forma vinculada e desvinculada da igreja, tendo como
local o cemitério do Peixe a partir de sua primeira. A relação com o
local, tendo como evento principal, o Jubileu e os contornos traçados
pelos rituais entre os “vivos”.
Cabe a discussão sobre patrimônio material e imaterial e suas origens.
Códigos de postura das cidades. Legislação vigente que trata do
enterramento dos mortos ponto importante na organização da vida
publica, na determinação dos responsáveis de fé e de direito.
As práticas morais fazem de refém as práticas legais, entenderemos
isto, em artigo posterior, quando identificaremos nos rituais as práticas
que sustentam a identificação de respeito aos mortos (leia-se as
almas dos antepassados) os laços de fidelidade em confronto com
os riscos à saúde na construção de cemitérios nos seus vários locais,
identificados ao longo das mudanças históricas do final de XIX, a
partir de 1890 e inicio do século XX, em 1915, data que consideraremos
fundadora do objeto, em função da construção da capela no local.
solidariedade. Podemos dizer, em princípio, que a presença das almas,
são determinantes para entendermos alguns aspectos das relações
entre os homens. Até o final desse artigo, é o que pretendemos ter
como ponto de reflexão.
Analisado como local santo, onde trocas afetivas se estabelecemse, está entendido que o Cemitério do Peixe é um local coberto de
identidade e significados, um local conversação entre os vários
atores: os padres, os participantes dos rituais, os visitantes, os
comerciantes e os grupos vindos de outras comunidades que vão
dedicar o dia ás homenagens às almas.
Dentro de uma estrutura em que se entende que “a morte iguala a
todos” o Peixe contradiz essa máxima: na falta de lugar onde enterrar
corpos de escravos, familiares e passantes, o local se torna referência
dos excluídos independente da data e do seu mito fundador, dado
que será mais trabalhado mais profundamente, quando apresentarmos
as varias versões do surgimento do acontecimento. O anonimato
possível de alguns de seus usuários, pode ser comparado ao
anonimato dos freqüentadores do lado “externo” ao cemitério: carros
com som no último volume, que tocam músicas bem distantes das
ladainhas e cantos santos que compõem o encontro.
O nome e suas versões
Segundo os entrevistas, o nome correto do Jubileu é: Jubileu das
Almas e São Miguel, porque, segundo estes, as almas são em primeiro
lugar e o cemitério é anterior à Irmandade de São Miguel. Verificações
a fazer, o que é interessante é a função das Irmandades de São
Miguel seus desdobramentos desde, pelo menos, à idade média. A
irmandadade é responsável por dar assistência e acompanhar todo o
processo do viver, mas principalmente cuidar das “Almas dos
Mortos”.
De qualquer forma, a festa está completa de coerência, em que a
ordem do nome não toca a sua essência;
ARTIGOS
Trocas profundas de espiritualidade até mesmo antes da
instalação de uma capela ou igreja o ocorreram.
Não se sabe exatamente o quanto o fato de ser entreposto de
mercadorias, com a presença de soldados na vigília na passagem
de mercadorias, pessoas e serviços, determinou a importância
estratégica. O que há de certo é que os africanos, utilizados ali
como escravos já possuíam habilidades na extração e tratamento
do ouro em função dos locais de onde foram capturados na
África. Fato importante é o volume de mão-de-obra
especializada vindo para Minas Gerais, não só para trabalhar
especificamente na produção mineral, como também na
construção da infraestrutura dessa atividade que exigia um perfil
mais urbano da localidade.
Segundo Professor José Moreira de Souza,foi utilizado para
depositar os corpos dos excluídos, sabe-se, por relatos e
documentos do período que cobre entre 1890, com a primeira
missa celebrada em cemitério pelo Padre Ernesto, pároco da
Paróquia de Congonhas do Norte.
Era comum que cada propriedade e sua família (proprietários e
escravos) além do cemitério, possuíssem capela e escrivão e,
em pelo menos uma vez por ano, promovessem suas festas. O
objetivo ia além de uma simples comemoração e encontro. Era
naquele momento do ano em que promovia trocas de produtos,
vendas, batizados, casamentos, enterros e outras atividades que,
coincidente com o período de colheita, se revestia de uma
normatização dos rituais de passagem para nascimento,
casamento e morte, com calendário alternava as propriedades
em uma organização que se adequava à agenda dos párocos.
No caso do Peixe, o que temos é uma situação diferente. É
fato comprovado que não há mais que 3 moradores durante o
ano, nesse caso, Dona Lotinha e seus filhos. O “motivo”
manifesto do encontro anual é religioso, sagrado: o objetivo é
promover a “absolvição das almas” dos mortos. Portanto, os
freqüentadores mais importantes e em maior número são as
almas dos antepassados dos familiares que ali se encontram
todos os anos.
Dona Lotinha, explicita esse objetivo de forma contundente em
dizer que não há chances do local se transformar em uma cidade
ou povoado, que seja.
O isolamento do cemitério, em terreno deserto e de aparência
inóspita, às margens do Rio Paraúna acrescenta cor e colorido
nestes dias que circundam o 15 de agosto (dia oficial).
O aspecto estético não é fundamental e muito menos a
justificativa da festa persistir, não importa, pois as almas são o
aspecto fundamental.
Todos se igualam na morte?
A ressignificação do local de depósito dos mortos e arranjos
para manter a audiência na busca absolvição das almas, com
devoção principalmente aos escravos enterrados ali.
Três lendas, para o surgimento desse espetáculo, são as mais
ouvidas (coletadas em vídeos ou textos sobre o assunto).
Boletim Informativo da AFAGO página 12
A moradora oficial do local – Dona Cotinha, filha de
fazendeiros, tem o corpo dos seus antepassados
enterrados nesse local. Ela conta que, segundo a sua
bisavó, havia um padre que ia em direção à Conceição
do Mato Dentro até adoecer no meio do caminho e
morrer. Foi a própria bisavó, com a ajuda dos escravos
que, segundo ela, oficialmente inaugura o cemitério,
onde a partir daquele momento, passam a ser
enterrados também os corpos dos escravos e todos
os outros membros de sua família. Pela facilidade de
encontrar pedras no local estas são utilizadas como
efígies das almas dali.
A segunda e mais conhecida versão é da ingestão de
peixes estragados pelos soldados que vigiavam o local
para evitar desvio da extração e que ali foram
enterrados.
E a terceira e última versão, trata da tortura de
escravos, enterrados vivos. Essa versão é a menos
oficial e mais provável pela própria condição de
exclusão social do local e seus “moradores” e ainda,
conforme o professor José Moreira, pela falta de
presença institucional da igreja, até o ano de 1915,
data oficial do evento, que consta como primeira
celebração que dá origem ao culto aos mortos locais.
Com suas permanências e interrupções, a festa já
completará 100 anos, sustentada pela linguagem
simbólica onde vemos seus desdobramentos na
sociologia fenomenológica.
Atípico, o Jubileu ocorre tendo como referência um
cemitério: o Cemitério do Peixe, ocupando um espaço
de trocas com as “almas de antepassados”, os rituais
relacionados à morte e a presença dos seus atores,
somente uma vez por ano, durante no máximo 5 dias,
em homenagem primeiro às Almas, depois á São
Miguel (protetor das almas na terra).
Em função dos rituais ali situados, o local adquiriu um
status privilegiado, ao arrebanhar para suas práticas,
em torno de cinco mil pessoas por ano, dentre elas,
familiares que retornam anualmente, por fidelidade à
sua origem.
Deserto, durante os outros dias do ano (360 no mínimo),
possui nas construções de um cômodo ou barracas
de camping, a construção do que chamarei de nãocidade.
O Peixe, como princípio para esse trabalho configurase primeiro uma não-cidade, no melhor sentido da
origem grega da palavra utopia.
ARTIGOS
João Baiano
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Dezoito de outubro de 1890, nasceu João, filho de Exupério e Ana
Angélica Fernandes Chaves. Zona rural, comunidade de Bonito,
hoje florescente cidade de Igaporã, sertão da Bahia a meio caminho
entre Caetité e Bom Jesus da Lapa. Terra inóspita, comunidade
pobre, família ainda mais pobre, criança lutando pela
sobrevivência. Entre 1895 e 1897, aconteceu a grande seca,
Exupério tomou importante decisão, juntou a família e partiu,
caminhando pelos caminhos de Guanamby, Espinosa, Monte Azul
e Riacho dos Machados. Andando para o sul e puxando para o
nascente foi dar com os costados em Itamarandiba, vale do
Jequitinhonha. Saltou da panela e caiu no fogo. Ali, em
Itamarandiba, possivelmente cooptado por Juscelino Pio
Fernandes, o coronel Sica, gerente da fábrica de São Roberto e
genro de Leonel Alves Ferreira, um dos sócios da fábrica;
certamente, arregimentando famílias numerosas para o trabalho.
João, agora, é o moleque da casa de Sica. Moleque, aqui, tem
nada a ver com pivete, moleque é o faz tudo, o pau para toda obra:
apanhar lenha, varrer terreiro, arear panelas, dar recado, limpar e
abastecer lamparinas de querosene e jogar pinico fora. Não
propriamente o pinico, mas o conteúdo. João, ainda jovem, perdeu
o pai e se fez o responsável pela família, na condição de filho mais
velho.
No ano de 1915, com o dinheiro juntado com perseverança,
comprou um burro. E, agora, usando o tempo antes e depois do
horário de trabalho como empregado, trazia lenha das matas do
Batieiro para o fogão da mãe Ana Angélica e para vender na rua.
Sua propriedade era apenas um animal, mas deveria ser marcado
com ferro em brasa; era o seu burro e seu orgulho mandava que o
marcasse. O costume é imprimir, a fogo, na perna direita do animal
as iniciais do proprietário, mas João optou pelo ano de sua vitória
e encomendou o carimbo 915. Naquele ano ele marcou um único
animal, mas nos sessenta anos seguintes ele marcou milhares de
bovinos, eqüinos e muares. Empregado de Sica e vendendo lenha
juntou o suficiente para adquirir a segunda besta, a terceira e,
assim, mais bestas maior condição de transporte, mais receita e
mais bestas. Nesta altura, João, com dez bestas, já era dono de um
Boletim Informativo da AFAGO página 13
lote e se transformou em tropeiro. Comprando café na Zona da
Mata: Sabinópolis e Serro e transportando para Curvelo. Ali,
vendia o café e comprava produtos industrializados, chegados
pela estrada de ferro: farinha de trigo, cerveja, arame e querosene.
João, de empregado a patrão, conduzia sua tropa do cerradão
para a mata e vice-versa. No meio o famoso Espinhaço que sua
tropa transpunha com galhardia, subindo e descendo serras,
vadeando rios: O Rio das Velhas de balsa, o Paraúna de canoas e
tantos outros menores que davam vau. Hermano, ainda
adolescente, irmão de João era o cozinheiro e o sobrinho José
Hipólito, caboclo forte, decidido, brigador, era o tocador. João
cuidava de sua tropa. Ele sabia que animais saudáveis e bem
alimentados era a garantia de continuidade do seu negócio. Só
forçava a marcha quando necessário. Forçar para pousar em
Camilinho era
uma exceção.
R a n c h o
relativamente
limpo,
boa
aguada, bons
pastos, mas
principalmente
a residência da
professora
Zenilia, com quem João se casou em 1928. De tropeiro a fazendeiro,
no ano de 1928, com a aquisição de metade da Fazenda Camilinho.
A compra foi feita a Caniquinho e não ao sogro Niquinho,
portanto, a história cantada na toada sertaneja: “casei com a
fazenda e levei a moça de presente” não se aplica ao caso do
fazendeiro João Baiano, como era conhecido. Ao fixar residência
em Camilinho, trouxe de São Roberto a mãe e os irmãos solteiros
que o ajudavam na lida da propriedade. Ali, em Camilinho, ele
permaneceu até o final de sua vida no ano de 1975. Prosperou,
hábil negociante de animais, tornou-se um dos maiores
proprietários rurais da região com terrenos no Paiol, no Limoeiro,
na Limeira e em Rodeador, alem da outra metade da fazenda
Camilinho que ele começou a adquirir no longínquo 1928.
Eu tenho orgulho de ser um dos cinco filhos do casal João Baiano
x Zenilia.
Que Deus os proteja!
Comentário de Manuel Miranda:
RAIMUNDO Parabens pela retrospectiva da vida de JOÃO
BAIANO seu pai e meu padrinho na data de seu aniversário,
porque permitiu-me tomar conhecimento de detalhes de sua vida
que somente o enaltece. Infelizmente não tive a oportunidade de
conviver mais com ele porque era muito criança,mas não esqueço das vezes que lhe tomava benção e ele enfiava a mão no bolso
e tirava uma moeda e me dava, e o quando os peões estavam
domando os animais que viam da região de Conceição De Mato
Dentro e ele sempre nos mandava subir nas réguas do curral para
assistir a doma.Graças a Deus os princípios morais dele foram
transferidos para os descendentes CHAVES E MIRANDA.
ARTIGOS
“Tirando leite das pedras”
Fernando Antônio Linhares de Araújo
Na apuração de João Guimarães Rosa “Minas são muitas”. Brilhante
e multifacetado, ele é artista de quilate na lapidação de palavras e
reflexões.
Seguindo esse caminho de reflexão em direção às origens, vamos
encontrar no fundo da bateia ou em cima de uma peneira; melhor na
busca do ouro e do diamante, iniciada há três séculos a vocação, o
corpo e a alma, desta Minas Gerais.
O Estado foi forjado em aspectos geopolítico, econômico e cultural
através da exploração daqueles bens minerais. Hoje, um saboroso
queijo do Serro, a arte e a arquitetura barroca, o maior parque
siderúrgico do país, uma peça de tecido de grande manufatura, têm
em comum o desenvolvimento alavancado por recursos gerados pela
extração e comércio do ouro e diamante. Mesmo a rebeldia dos
Inconfidentes contra os desmandos da Corte Portuguesa, surgiu da
obstinação de homens que há 300 anos se fixaram neste rincão distante
do mar para, na ventura, encontrar a sorte, no ofício da mineração.
Este breve resgate da memória e da nossa história faz emergir a
atualidade daqueles acontecimentos, para nossa realidade de região
mineradora. Diamantina, Serro, Datas, Gouveia e outras mais, são
cidades cujo extrativismo mineral é a principal renda, em alguns casos
a única.
Gerar renda próximo ao habitat do trabalhador, principalmente da
área rural, é fundamental. É a “menina dos olhos” dos projetos sócioeconômicos de organizações do governo e também nãogovernamentais.
Dignidade e cidadania nascem do trabalho e não de esmolas, e este é
digno em qualquer degrau social.
O êxodo histórico da região direcionado às periferias das grandes
metrópoles, inchando as favelas e aumentando as estatísticas do
desequilíbrio social, pode ser evitado e minimizado se incrementadas
as ações da sociedade permitindo a inserção ao trabalho de pessoas
que não têm categorização dentro dos mais diversos e perversos
quadros de qualificação impostos pelas estruturas sociais modernas,
às comunidades não suficientemente desenvolvidas.
A extração mineral seja do ouro, diamante ou rocha ornamental como
o quartzito abraça essa causa de uma maneira singular e objetiva.
Não se pode prescindir de equipamentos nessa era moderna. Mas
ainda hoje e por muito mais tempo o braço do trabalhador é prioritário.
Desde o remoto passado da capitania, ainda se faz necessário e a
presença do homem é cada vez mais relevante. E o mais importante,
nesta atividade: sem a qualificação exigida por um mercado mais
seletivo.
Nossa cidade Gouveia não herdou proporcionalmente solos propícios
à atividade agrícola e pastoril. Em compensação, temos um patrimônio
rico, a ser explorado; é como um tesouro guardado em nosso subsolo.
Atualmente existe uma legislação específica às questões ambientais.
Órgãos gestores do meio ambiente, na esfera federal IBAMA, na
escala estadual Copam, interagem com os empreendedores, orientando
e fiscalizando os projetos, visando o equilíbrio entre o homem e o
ambiente em que vive.
As leis precisam e devem ser respeitadas. Mas a dignidade e o trabalho
do homem precisam e devem ser preservados.
Boletim Informativo da AFAGO página 14
Harmonizar leis, meio ambiente e geração de renda
através do emprego da mão-de-obra local é um dos
pilares de sustentação da parceria firmada entre o
estado, o empreendedor e o trabalhador.
Somos favoráveis, enquanto empreendedores, ao
desenvolvimento econômico de atividade mineraria com
vistas à preservação do meio ambiente.
Na derradeira reunião do Copam (11-09-05) na cidade
de Águas Vermelhas, na presença do presidente Dr.
Shelley Carneiro, foi assinada e autenticada pelos
conselheiros uma moção de desembargo das atividades
da pedreira do Engenho, em nosso município. Decisão
esta que, não se limitando às questões técnicas,
contemplou com mais ênfase o enfoque humano.
Deliberação que permitiu a mais de uma centena de
famílias se alegrarem com a real possibilidade de
retorno à liberdade de trabalho para seus homens. Pois
no dizer de uma menina que reside no Engenho: “Como
arranjar emprego para tantas pessoas? Então esta
pedreira não pode parar, pois sem ela somos como um
peixe fora da água”.
Portanto defender o verde sim, apoiamos. Deixar o
homem e a mulher “amarelo” de fome, não
concordamos.
Estamos aprendendo há vinte e cinco anos, a lidar com
a natureza física e a natureza humana, na pedreira de
sol quente e água pouca. Porém, se quisermos evoluir
podemos sim, submetendo-nos e respeitando as leis
da natureza. Pois assim sendo ela nos obedece. Parece
um paradoxo, porém quem afirmou isso é o filósofo
inglês Francis Bacon, há cerca de 400 anos.
Algumas pessoas venho auxiliando não com o dinheiro,
sim ao trabalho. Resgatando cidadania, auto-estima e
dignidade. Praticamos há quatro anos o cooperativismo,
a parceria. Agora sei que se fortalece o trabalho do
indivíduo no trabalho de todos. Ganhos coletivos geram
maiores ganhos individuais. Esse é um princípio
norteador da economia solidária. Nasceu, pioneira, aqui
em Gouveia, na forma de coexistência do sêmen de 23
pais os sócios fundadores, a COOPITA- Cooperativa
dos Extratores de Pedra da Serra do Espinhaço Ltda.
Veja quem e de onde estou falando. Até ontem era
empresário, patrão, antagonista. Hoje é minha idéia que
precede o advento de um novo tempo e um novo pacto
social. Uma região estigmatizada por relações servis
degradantes e mesmo de escravização, no passado
colonial. Hoje vivo essa realidade, ontem guardada em
meu sonho.
Sou como cunha, usada para separar as placas da pedra
mineira.
Sou como a alavanca de pouca valia, porém permite
ao homem que labora a rocha, tirar “leite das pedras”.
No universo social que vivo, sou como uma ninharia,
uma “nonada” no dizer do erudito e popular Guimarães
Rosa.
Contudo, perante o Criador desse grande universo, por
meus praticados junto aos homens da pedra, tenho
certeza que passo credibilidade.
ARTIGOS
Festa no Fagundes
Afrânio Gomes
Era costume de os músicos de Gouveia irem animar a festa.
Naquele tempo, (década de 30) não tinha luz elétrica e
muito menos os potentes sons automotivos. Ao aproximar
a data, os moradores daquela localidade começaram a se
aproximar dos instrumentistas e informar a data da Festa.
Eles, já antevendo o fato, combinaram fazer uma maldade.
Quanto procurados pelos festeiros todos os músicos
alegaram já ter compromissos naquele dia e outros não
manifestaram boa vontade ignorando a realização da festa.
Na noite da festa Zezé Paulino “Piston”, Chico de Sá
Bernardina “Bobardino”, Antonio Augusto “Violino” Zé de
Dico “violão” Sebastião Aguiar “Trombone” dentre outros
músicos afinaram os instrumentos em Gouveia e partiram
para o Fagundes na calada da noite. Planejaram chegar lá
bem no meio da festa quando todos já estavam reunidos.
Aproximaram ao máximo e com muito cuidado para não
serem notados. A Banda escondida entre os arbustos na
noite escura observava a desolação de todos. Tristes em
volta da fogueira, o desânimo era total. Alguns já
manifestavam sono e vontade de irem embora.
Paira Bailar
José Moreira de Souza
Eram os anos de 1960. O Brasil vivia mudanças; no dia 21 de
abril, fora inaugurada a nova capital. A juventude se
movimentava. O biquíni das moças assustava pessoas
educadas nos antigos padrões de recato. Bossa Nova e Ieieiê
embalavam a juventude. Principalmente o ieieiê, cópia brasileira
do rock. Cada jovem queria construir sua guitarra e um baixo.
No final dos anos cinqüenta, Gouveia inventa o jaz-band Lua
Azul, de curta duração, mas de memória permanente. Os salões
do Aurélio Pires se transformam em clube dançante. Era o
prenúncio de uma nova geração.
Gouveia respondia à onda de modernidade, abrindo e calçando
ruas, embelezando praças e demolindo a histórica igreja do
Rosário, os emblemáticos cruzeiros, a velha matriz e a capela de
São Francisco. Era momento propício para animar a cidade com
teatro e música.
Para angariar fundos para a construção da nova matriz,
inventou-se um
grupo de teatro
que se
autointitulou
MAB – Moreira,
Ávila,
Bittencourt.
Como teatro sem
música não faz
sentido,
reuniram-se ao
grupo de teatro,
os jovens
Lucigênio, Paulo
Loddi, Nilson e
José Vieira.
O sucesso dos
músicos chegou à televisão e, sob o nome de “Rock Fingers”,
gravaram um long play - feito heróico para aquela época. Os
jovens se tornaram adultos, constituíram família e correram em
busca da própria subsistência, mas a música se fixou nas
profundidades do ser. Lucigênio fixou-se em São João Del Rei,
Paulo continuou em Belo Horizonte, Nilson após pequenas
andanças, retornou a Gouveia e José Vieira continuou animando
as noites nos modernos salões do clube Gouveiano.
Musica já escolhida o maestro deu as ordens, A surpresa
foi total, pessoas que ali não estavam saíram de suas casas
animados com a presença dos músicos. A alegria contagiou
a localidade. Divertiram a noite inteira, comeram, beberam
dançaram e agradeceram emocionados a presença de
todos. Esta sem duvida foi a melhor festa do Fagundes.
A AFAGO convida todos os amigos a conhecerem as peripécias
que mantêm próximos, apesar da distância esses jovens dos
tempos heróicos.
Boletim Informativo da AFAGO página 15
ARTIGOS
Professor José Moreira de Souza, um
gouveiano ilustre
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Aconteceu, há algum tempo. Certa noite, depois da reunião do Conselho
de Administração da Afago, ainda na sala de reuniões, eu pedi ao
professor Moreira – José Moreira de Souza – permissão para fazer um
comentário pessoal.
Quem era Bibi de Hermano, hoje, é doutor Geraldo Fabiano. Quem era
Kepo de Popô, hoje, é doutor Cleuber. Você continua sendo Zé, Zé de
Flora ou Zé de Chica! Dia destes recebi e-mail de Roberto Alves Nunes
no qual fazia referencia a José de Flora. Pensei, menos mal, mas ainda não
me satisfaz.
Eu sei que Zé é sincope de José, de onde pode derivar Zeca, Zequinha,
Zequito, Zezé ou Zezinho. O que não entendo é porque os pais vão ao
cartório registram os nomes dos filhos e depois eles mesmos os alteram,
assim, Sebastião é Tião ou Tatão; Manoel é Maneco, Neco, Neneco,
Nico ou Niquinho; Antônio é Tonho, Totônio ou Tonico; Filomena é
Filó; Francisco é Chico, Chiquinho ou Chiquito e José é qualquer um
nome dos citados anteriormente.
Eu sei que é costume, é um hábito enraizado, mas deve ter um limite.
Imagine alguém, mesmo freqüentador assíduo da Igreja de São José, seja
a suntuosa de Belo Horizonte ou a despretensiosa da Mandaçaia, a dizer
assisti à missa na Igreja de São Zé! E o édito de El Rei Dom Zé I, ou a
visita de Sua Excia. Revma. Dom Zé Maria Pires.
Ora, qualquer jovem interiorano, conhecido como Zé, Tião, Neco ou
Totonio que sai de sua cidade e retorna, cinco anos depois, com diploma
universitário, no dia seguinte, a comunidade já se refere ao recém chegado
como doutor Sebastião, doutor Antônio ou doutor José.
Professor Moreira, os gouveianos sabem realmente quem você é? O que
você já fez e o que faz na vida?
Sempre, em Gouveia, quando faço referencia ao professor Moreira, procuro
me certificar se o interlocutor sabe de quem estou falando. Na maioria
das vezes, sinto que o interlocutor fica em dúvida, então, completo, e Zé
de Flora, você conhece? Respostas, sempre positivas: conheço muito, é
meu amigo. Eu continuo, como ferrinho de dentista, como é que pode: o
homem é seu amigo e você nem mesmo sabe o nome dele?
Por isso estou usando este espaço para esclarecimentos
Com todo o respeito, à memória da senhora dona Flora e à senhora dona
Chica – por que não dona Francisca? Mas, as coisas se inverteram, hoje
é mais correto identificar dona Flora ou dona Francisca como tias do
eminente sociólogo professor José Moreira de Souza. Tenho certeza que
ambas ficariam honradas se apresentadas como tal.
Quando ainda, universitário, presidente do Diretório Acadêmico, fui
chamado à sala do Diretor da Escola Superior de Agricultura de Viçosa,
ilustre professor Carlos Socias Schlotfeld. Sobre a mesa dele, dez cópias
do livro de Pierre Weil “Relações Humanas na Família e no Trabalho”,
hoje, esgotada a 50ª. edição. O diretor me entregou as dez cópias do
livro, para a biblioteca do Diretório e pediu-me que divulgasse e insistisse
com os estudantes para a leitura dele.
O livro contém grande quantidade de desenhos que, de forma humorística,
sublinham as teses defendidas e explicadas. Estes desenhos me causaram
tanto impacto que hoje, sessenta anos depois, ainda tenho alguns na
memória. Uma das figuras era a do patrão, gordo, de terno preto, gravata
borboleta, barriga saliente, paletó desabotoado, se sentindo o dono do
mundo, grosso charuto na mão, Ele se encontrava bem à frente de sua
Boletim Informativo da AFAGO página 16
indústria, com o queixo saliente, olhava o horizonte, sem
ver seu empregado, Este, cabisbaixo, ombros caídos, figura
de derrotado, com uma caixa às costas, pendurada como
mochila. Nela estava escrito, melhor, manuscrito: “zé
eletricista”.
A figura seguinte mostrava o patrão no mesmo lugar, com
a mesma roupa, o mesmo charuto, mas agora, fazendo vênia
para cumprimentar seu empregado; que caminhava
confiante, ereto, elegante no seu macacão de trabalho,
sorrindo e respondendo ao cumprimento do patrão. A caixamochila agora, moderna maleta de ferramentas onde se lia
“José, Chefe do Departamento de Eletricidade”. As figuras
representavam a dicotomia: o errado e o certo. Neste dia
eu jurei que jamais chamaria alguém de Zé.
Minha premissa é que todos o conhecem, enquanto, Zé de
Flora, portanto, escreverei sobre o desconhecido José
Moreira de Souza, sua cultura, sua competência sua
importância para as comunidades de Gouveia, de Pinhões
e de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte,
também, de sua importância no meio acadêmico pelos seus
trabalhos na área de pesquisa, de ensino, de administração
e de orientação de estudantes.
A Universidade Federal de Minas Gerais, das mais
importantes do país, lhe concedeu o Certificado de Mestre
em Ciência em Sociologia
Quantos gouveianos têm certificado de Mestre em Ciência?
Conte nos dedos, Duas mãos são suficientes? Talvez,
apenas uma delas.
A dissertação de mestrado, que você produziu “Cidade
Momentos e Processos: Serro e Diamantina na formação
do Norte Mineiro no Século XIX” recebeu o galardão de
melhor tese do ano: Prêmio José Albertino Rodrigues.
Publicada em livro pela ed. São Paulo: ANPOCS/MARCO
ZERO. Quantas teses de mestrado são publicadas em
livros? Sabe-se que a maioria, quase totalidade, é apenas
ornamento nas prateleiras das bibliotecas.
Não estou redigindo o currículum vitae de Moreira,
portanto, não me preocupo com regras preestabelecidas
de redação de currículo.
Eu me refiro ao Moreira como professor, porque ele lecionou
em entidades renomadas e, mais ainda, porque conversar
com ele é sempre uma oportunidade de aprendizagem em
virtude de sua imensa cultura.
Em relação à atividade de ensino, apenas citarei as
Instituições às quais ele serviu, sem preocupação com as
disciplinas lecionadas, implicitamente, nas áreas de sua
especialização, nos níveis de graduação e pós graduação.
•
Escola de Governo Professor Paulo Neves
de Carvalho, órgão da Fundação João
Pinheiro
•
Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira,
ICNPF.
•
Universidade Federal de Minas Gerais,
UFMG.
•
Centro Universitário de Belo Horizonte, UNIBH.
ARTIGOS
As linhas de pesquisa desenvolvidas pelo professor Moreira
são muitas, mas elas têm como denominador comum o
Planejamento Urbano, a Gestão Urbana e a Governança.
Com aplicações tanto na Grande Belo Horizonte quanto na
pequena Gouveia. Salienta a grande preocupação com a
desigualdade social, com a inclusão social com a
metropolização da pobreza e com a mobilidade social. O
que pode ser comprovado nas suas publicações
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
“Universalismo e focalização na política de atenção à
pessoa com deficiência”, São Paulo, Revista Saúde e
Sociedade, Faculdade de Saúde Pública da USP,
“Moradia popular e política pública na Região
Metropolitana de Belo Horizonte: revisitando a questão
do déficit habitacional” Belo Horizonte, PUCMinas 2007
in Gestão e Avaliação de Políticas Públicas no Brasil.
Desigualdade sócio-espacial e mobilidade intra-urbana
na região metropolitana de Belo Horizonte. Cadernos
Metrópoles, São Paulo, 1999
Agentes da Formação do Estado: Impasses recentes na
RMBH. Caderno de Filosofia e Ciências Humanas, v. IV,
1996.
Cidade, momentos e processos: Serro e Diamantina na
formação do Norte Mineiro no século XIX. 1. ed. São
Paulo: ANPOCS/MARCO ZERO, 1993. v. 2000. 265 p.
Homem, ser que se projeta: ensaios de introdução à
pesquisa científica. , 1977.
Organização Metropolitana e estrutura social: o caso de
Belo Horizonte. O futuro das metrópoles: desigualdade
e governabilidade. Rio de Janeiro: 2000, v. , p. 285-317.
“O Mercado da Terra na RMBH, estudo de caso no
entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves” –
Relatório de Pesquisa em três volumes, trabalho
encomendado pela SEDRU - Governo de Minas Gerais –
consultor juntamente com Virgínia Renó dos Mares Guia,
Vicente Eustáquio da Rocha et. al.
Prefácio da obra: “América Latina: fatores ideológicos
da colonização” dissertação de mestrado PUC-RS de
Antônio de Paiva Moura publicada pela FUDAC-BH,
2007.
Prefácio: à obra da professora Rosana Figueiredo Vieira
“Identidade arquivada: vida e morte nas práticas
asilares”. [dissertação de mestrado em Psicologia] Belo
Horizonte, Editora Newton Paiva, 2004.
Boletim Informativo da AFAGO página 17
O professor Moreira atuou, também, em entidades além das
universidades e Institutos já relacionados, principalmente,
coordenando e desenvolvendo pesquisas. Vale citar
•
Escritório de Planejamento Urbano de Contagem,
EPUC, Atuou como Coordenador da Pesquisa
Sócio Econômica e elaboração do sistema de
informações.
•
Superintendência de Desenvolvimento da Região
Metropolitana Belo Horizonte, PLAMBEL onde
atuou na coordenação de pesquisa e
sistematização, como responsável pela
concepção e implementação do Setor
•
Fundação João Pinheiro – FJP
•
Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Regional e Política Urbana – S E D R U
O professor José Moreira exerceu outras funções.
• Presidente da Comissão Mineira de Folclore, com
trabalhos publicados nos anais do Congressos Brasileiros
de Folclore. A Comissão Mineira de Folclore, fundada em
1948, presidida inicialmente pelo acadêmico e jornalista
Ayres da Mata Machado Filho.
• Diretor de Comunicação da Associação dos Filhos e
Amigos de Gouveia – AFAGO, desde sua fundação, em
dezembro de 2006. No site da Associação, na página do
Boletim Informativo eu escrevi: Créditos pela edição do
Boletim são atribuídos ao Sociólogo José Moreira de
Souza, competente e dedicado Diretor de Comunicação
Social da AFAGO.José Moreira de Souza não é somente
o Editor; é também, o redator-chefe que nos apresenta
inteligentes editoriais em quase todas as edições; é o
jornalista que registra acontecimentos e notícias do
período. Mas é, principalmente, o historiador arguto,
atento e minucioso a pesquisar, recompor e contar a
história de Gouveia. A respeito da história recomendase, enfaticamente, a leitura da publicação: “Gouveia e
seus Mitos” do autor: José Moreira de Souza. As idéias
e os ideais de José Moreira se voltam também para o
futuro e, na sua imaginação, antevê uma comunidade
organizada, educada e saudável, e, por isso, investiu alto
na elaboração do Plano Diretor de Gouveia, atuando como
coordenador e principal redator, apoiado por equipe de
Gouveia, na etapa de levantamento de dados e por equipe
da Fundação João Pinheiro na análise e síntese das
informações; também na elaboração do Diagnóstico e
das propostas de solução; Ainda, coordenou as
audiências públicas para apresentação do Plano Diretor
e a redação de projetos de leis pertinentes. Gouveia
reconhece o trabalho do Sociólogo e Historiador José
Moreira de Souza e o agracia com a Medalha Alexandre
Mascarenhas, no mais alto grau - Grande Medalha. A
honraria concedida pelo Conselho da Medalha lhe é
entregue, durante solenidade em Gouveia, no dia oito de
dezembro de 2008.
Além de Prêmio e homenagem citados, Moreira recebeu
homenagem dos alunos do XIII CESAP - Curso superior de
Administração Pública, no dia da colação de grau. E também a
ARTIGOS
homenagem da Fundação João Pinheiro/Escola de Governo durante a
comemoração dos dez anos da Escola.
O professor Moreira, pesquisador consistente, incentivador do
desenvolvimento cultural, da melhoria da educação, respira Gouveia, no
dizer de Adilson do Nascimento, durante vinte e quatro horas por dia. Ele
atua, diretamente, como pesquisador e, indiretamente, estimulando as
pesquisas de outros. Idealizador e coordenador dos projetos: Prêmio
Afago de Monografia e Prêmio Afago de Literatura. Estimulou, sugeriu
temas, indicou e emprestou bibliografia para inúmeros universitários
gouveianos elaborarem monografia de final de curso. Ajudou pósgraduandos de universidades de Brasília e de Belo Horizonte a
desenvolverem pesquisas para teses de mestrado e de doutorado,
abordando temas das comunidades de Espinho e de Cuiabá.
Atualmente está envolvido com os projetos de estudantes, com
pretensões a cursos de pós-graduação, explorando temas como
Sociedade e Meio Ambiente ou Cidades Fantasmas com enfoque no
caso do Cemitério do Peixe.
Repetindo, durante vinte e quatro horas, Moreira respira Gouveia, mas
enquanto isto ele cuida também de se relacionar com
• O pessoal de Paracatu, uma associação virtual de intelectuais
Paracatuenses que, residindo em cidades diferentes, estão
sempre ligados, atentos, discutindo e escrevendo sobre
Paracatu e região. Daí, obras didáticas da melhor qualidade
sobre a história e a geografia locais; levando o mestre Moreira
a sonhar quando algum gouveiano usará isto como lição.
• Do noroeste para o nordeste, de Paracatu para Araçuaí. O
pessoal do Jequitinhonha, representado por Frei Xico e Tião
Rocha, homens da cozinha de Moreira. Frei Xico – assim ele
escreve –, franciscano holandês veio para o Brasil, como diz
Moreira, com instruções de “obsequioso silêncio” por se
•
encontrar em terra desconhecida. Hoje, conhece o Vale como
qualquer brasileiro da região, talvez, muito mais; considerado o
maior estudioso do Vale do Jequitinhonha. Todos estamos
ansiosos esperando o seu “Dicionário da Religiosidade Popular”
com mil e oitocentas páginas, já no prelo. Tião Rocha
revolucionou a cultura na região de Araçuaí, incentivando a
leitura, despertando o interesse dos jovens para a educação.
Sempre mostrado, na TV, na sombra de uma mangueira secular,
rodeado de jovens e ensinando. E Moreira sonha com Gouveia
absorvendo os exemplos.
Do nordeste de Minas para o sul. Moreira me diz entre
entusiasmado e ansioso: A próxima é a semana de São Roque, e,
num certo desabafo, lá se fala com reitores com padres e com
Boletim Informativo da AFAGO página 18
bispos sem pedir audiência. A turma do Ibaté é a
Associação dos ex-alunos do antigo Seminário do
Ibaté – São Roque – SP. (desativado, na década de
1970) De lá, depois de uma semana de congraçamento
e recordações e atualização das conversas e dos
comes e bebes, menos o Moreira que só bebe água
mineral com “Mazaher”, coisas da esposa Adélia de
origem árabe. Então, Moreira, de lá, traz o álbum duplo
Recreio do Ibaté II gravado em mp3. com músicas do
tempo do seminário e junto Moreira gera a idéia de
gravar um disco com músicos de Gouveia. Esta idéia
ainda vai se concretizar porque ele não costuma deixar
as coisas pela metade.
Professor Moreira volta de São Roque. Tem que voltar porque
nós da Afago precisamos dele como o eficiente Diretor de
Comunicação Social. A Região Metropolitana de BH precisa
dele como conhecedor profundo de todo este entrelace de
grande metrópole. A Associação Mineira de Folclore precisa
dele porque está quase desativada e a Assembléia, em atitude
de lúcida, designou Moreira como presidente ad-hoc com a
função de reestruturar a Associação. A Comunidade de
Pinhões, município de Santa Luzia, precisa dele porque é o
amigo e conselheiro. Ali Moreira é considerado e ouvido, em
2010 foi escolhido Rei das festas do Rosário; certamente uma
grande distinção para um residente na comunidade, mas não
originário dela. E, tantos outros eventos que requerem sua
participação ativa. Difícil enumerar todos. Citarei os mais
recentes: Entrevista no programa televisivo “Bom Dia Minas”
para falar sobre São João Batista; Pronuncia o sermão do
Descendimento da Cruz na encenação teatral da sexta feira
santa, em Pinhões. Realiza conferencia no Seminário sobre
Desenvolvimento Sustentável, na PUCMinas. Participa do
evento: Lançamento de documentário “Carinhanha – Um Rio
do Grande Sertão” de Dênistron Diamantino, na condição de
apresentador do vídeo. Batalha para levar associados da Afago
aos encontros sociais no Jequitibar, programa “Quinta da
Viola” organizado pelos amigos Luiz Trópia e Tadeu Martins.
Certo dia tentei falar, ao telefone, com Moreira. Atendeu-me,
gentilmente, a Adélia que me informou: Moreira saiu com
pesquisadores da Universidade de Columbia (Canada), eles
estão preparando trabalho para apresentar no congresso
internacional sobre regiões metropolitanas, a se realizar no Rio
de Janeiro. À tarde, posso encontra-lo? Não é muito certo,
respondeu ela, Moreira está dando consultoria no SEDRU e
ARTIGOS
possivelmente fique por lá. Amanhã? eu pergunto. E ela, talvez,
amanhã está agendada conferencia para os vereadores da Região
Metropolitana. Ai, o homem de sete instrumentos que é dado,
também, à leitura. Isto quando consegue entrar na sua biblioteca
que só não tem livros no teto. Mas, eu estava comentando que
Moreira tem que voltar de São Roque, porque também, precisam
dele, os amigos e a família: Dona Adélia, também, professora;
Nicia, prestigiada pesquisadora da Fundação João Pinheiro,
seguindo o caminho percorrido pelo pai – Cavaco não salta longe
do tronco, como costuma dizer a minha filha – Nicia é mãe de
Fernanda de 9 anos. Dáfnis, casado com Amanda são os pais de
Igor de 5 anos e Flora de 3 anos. Moreira é filho de Raimundo
Moreira de Souza, conhecido como Raimundo de Fulosina
(Euflosina), para quem ele entregou Moreira, com oito meses de
idade, em virtude da doença da esposa Sebastiana dos Santos
que veio a falecer, pouco tempo depois, com idade de 28 anos. Na
casa de Euflosina, Moreira recebeu a especial e providencial
atenção das tias: Flora e Francisca (Chica).
Para finalizar, registro que submeti este artigo à apreciação de
Nicia e ela me respondeu, entre outras coisas: “Flora é uma figura
muito forte na nossa família. Ela é uma das pessoas mais
importantes da mudança de trajetória de vida da nossa família
(minha sobrinha também leva seu nome). Grande parte do que
meu pai alcançou e no que ele se transformou resulta da grande
dedicação, amor e confiança que ela depositou nele. Realmente
sem ela e tia Chica, as tias-mães do meu pai, nossa estória seria
muito diferente.” Que Deus proteja Dona Flora e Dona Francisca
pelo que elas fizeram.
Boletim Informativo da AFAGO página 19
Um dia na vida da gente – não é novela
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
No dia vinte e três de setembro, soa a campainha do telefone
— Alô tio! Fogo, procedente da vereda, entrou nos seus pastos e
queimou tudo.
— Geraldo! E o gado?
— Está bem tio! Nelore nem fogo segura! O gado se enrolou na
fumaça e chamuscado saiu do outro lado. .
— Geraldo! Se o fogo veio da vereda, então, o pasto do Cafundó,
do outro lado da estrada de rodagem, estava protegido.
— Tio! No Cafundó o fogo foi mais intenso, a vegetação estava
muito alta, agora, está reduzido a cinzas e fumaça dos troncos de
madeira ainda em brasa. O fogo transpôs a estrada, queimou o
que tinha pela frente, saltou o Córrego da Raiz e subiu em direção
à Serra Grande torrando o pasto de Cristiano.
— Geraldo! E do lado do Córrego Seco?
— Tio! Queimou tudo. O fogo saltou a estrada de rodagem
Camilinho-Cedro, queimou os meus campos e toda minha
plantação de eucalipto. Só foi contido nos terrenos de Amarildo,
onde a pastagem estava mais baixa e ele, ajudado pelos vizinhos,
conseguiu salvar
a casa e o curral.
Verifiquei, in loco,
a gravidade do
d e s a s t r e .
Solução? Vender o
gado.
Tentei.
Compradores de
Gouveia,
de
Sabinópolis, de
Curvelo, até de
Brumadinho
a p a r e c e u
interessado. O lote de nelore uniforme com idade de dois anos e
meio, castrado e proteinado – recebendo suplementação de
mistura múltipla. Exigi preço de mercado e não consegui vender,
mesmo na balança, bois com cinco dias, praticamente, sem comer,
mas eu tinha uma carta
na manga e decidi
lançar mão dela.
Telefonei para meu
sobrinho
Helder
Moura que tem terras
de um lado e outro do
Rio Paraúna desde o
Rio da Capivara até a
foz. O Paraúna termina,
mas as terras dele
continuam margem do
Rio das Velhas, já no
distrito de Senhora da
Gloria. Começa nos
municípios de Gouveia e de Presidente Juscelino, atravessa o
município de Monjolos e entra no de Santo Hipólito.
— Alô Helder! Meus pastos estão todos queimados. Tentei
vender o gado e não consegui. Compradores estão sem pasto,
outros, vendo terra arrasada tentam comprar abaixo do preço.
Vou embarcar o gado para sua fazenda, anoto o peso e quando os
vender dividiremos, igualmente, o acréscimo no peso.
ARTIGOS
— Sua benção tio! Aqui nas minhas terras o senhor não paga. Pode
mandar quantos bois o senhor quiser e deixar aqui o tempo que for
necessário. Diga-me o dia que o senhor quer embarcar o gado e quantas
carretas são necessárias, eu telefono agora para carreteiros de Curvelo.
— Helder! Os carreteiros cobram por quilômetros rodados. Você tem uma
estimativa para que eu os pague, aqui.
— Tio! Esqueça. Eu pago tudo aqui.
Solucionado o problema dos bois, dispensei os peões que cuidavam da
roçada dos pastos. Roçar o que? E voltei pensando na segurança do
produtor rural. Quanto é roto este manto!
Dizem que de médico e de louco todos nós temos um pouco. Eu digo que
temos um pouco, também, de ambientalista, tema sobre o qual todos dão
palpite, portanto sinto-me no direito de dar o meu e assim continuo meu
artigo.
Com firme disposição, continuo a criar gado na minha roça – a Serra das
Abóboras. Chamei os peões de volta, afinal temos que recuperar os
estragos causados pelo fogo. Susto maior passaram os bois e os peões
frente à possibilidade do desemprego. .
No mês passado, na condição de membro titular do Subcomitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraúna, senti a necessidade de divulgar ações
daquele colegiado e mais, informar ao público como a nação está
enfrentando os problemas do desenvolvimento sustentável e a
conservação do meio ambiente.
O artigo está publicado no site www.portalgouveia.com.br e dele,
transcrevo o
t e x t o
seguinte:
“As nações
ou,
pelo
m e n o s ,
governos e
entidades
organizadas
da sociedade,
no
mundo
inteiro, estão
conscientes,
ou
em
processo de
conscientização,
que o modelo
atual de desenvolvimento está levando o planeta à ruína. A emissão de
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gazes da indústria, de escapamentos dos veículos; dos
fornos de carvão, do arroto ou flatulência de bovinos,
ovinos e suínos provocam o efeito estufa e daí o
aquecimento global. Conseqüências: degelo nos pólos e
elevação do nível dos oceanos. O desmatamento
inconseqüente deixa o solo desprotegido da camada
vegetal, De um lado, secam as nascentes; de outro, quando
chove, as águas correm de uma vez em grandes enxurradas
que levam tudo de roldão, formando as voçorocas e os
assoreamentos. Nas concentrações urbanas o lixo sólido
deixado nos esgotos e nos cursos dӇgua entopem os
bueiros, formam barreiras ao escoamento das águas.
Ao descompasso, a natureza reage de forma violenta às
intervenções indevidas do homem; são tsunamis, ciclones,
tufões, inundações e secas.
Conscientizadas, as nações correm atrás do prejuízo, em
busca do Desenvolvimento Sustentável. O Brasil tem feito
o dever de casa, Para comprovar a afirmativa: O país foi
anfitrião da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Humano, Ao evento,
conhecido como Rio 92, realizado no Rio de Janeiro,
compareceram 117 chefes de estado e representantes de
nove mil entidades organizadas.
O país criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente –
Sisnama que congrega os órgãos e instituições ambientais
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. São órgãos do Sisnama, no nível federal: O
Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA, além dos
Conselhos que são órgãos colegiados deliberativos.
Ao nível do Estado de Minas Gerais: O Sistema Estadual
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Sisema..que é
coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – Semad.
A Semad desenvolve atividades relativas à proteção e à
defesa do meio ambiente, à gestão dos recursos hídricos e
à articulação das políticas de gestão dos recursos ambientais
para o desenvolvimento sustentável.
Para operacionalizar as ações a Semad trabalha com três
Agendas; A Agenda Marrom de responsabilidade da
Fundação Estadual do Meio Ambiente – Feam que atua no
âmbito das atividades industriais, minerárias e de infraestrutura, A Agenda Verde de responsabilidade do Instituto
Estadual de Florestas – IEF que atua no âmbito da
cobertura vegetal. A Agenda Azul de responsabilidade do
Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM que atua
no âmbito dos recursos hídricos.
ARTIGOS
Ao nível do município de Goveia, A Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Recursos Naturais, atualmente, sob o comando do
Secretário Municipal Último de Oliveira “
Colocada a visão de um membros de colegiado de entidade
ecológica analisemos a visão do pequeno produtor rural da Serra
das Abóboras na
Comunidade de Camilinho. O pequeno produtor, hoje, com o
desenvolvimento da tecnologia de comunicação sabe que, no
Congresso Nacional, ruralistas e ambientalistas tentam encontrar
o ponto de equilíbrio entre produção agrícola e conservação
ambiental, cada grupo puxando a brasa para sua sardinha.
Congressistas discutem o código florestal neste modelo de cabo
de guerra, cada grupo numa ponta da corda. No impasse, o poder
executivo manda parar tudo até que os ânimos se acalmem. Lá, na
roça, segundo o código velho ou novo, o produtor rural se sente
perdido no emaranhado de siglas, entidades, leis, normas, portarias
e fiscais. Para ter sua propriedade regularizada e poder usar
empréstimos nos bancos oficiais, para vender ou doar para os
filhos o produtor tem que satisfazer determinadas condições: Parte
de sua propriedade deve constituir a Reserva Legal. Determinada
percentagem, da propriedade, variando de acordo com o bioma,
constitui a reserva legal e deve ser georreferenciada. Você não
entendeu? Ele, também, não. Lá na escritura, no cartório, está escrito
que a terra é livre e desambargada de qualquer ônus.
O produtor sabe que a reserva legal é área sagrada, de lá, nem um
pé de pau ele pode cortar. Todos os bichos selvagens vivem ali
naquela paz, todos gozam de livre ir e vir naquela área, menos o
proprietário. Proprietário? Quem é o proprietário daquela gleba? O
governo? A nação? O produtor rural pode até ficar mais tranqüilo
porque a poderosa nação brasileira, em sendo proprietária das
terras vizinhas, pode lhe dar segurança contra fogo e contra semterras. Mas, ele tem ainda uma dúvida: não sendo o proprietário
porque ele tem que arcar com as despesas do tal georefenciamento?
Quem paga o agrimensor? Os registros em cartório? As despesas
de viagens? As cercas? Além de ficar sem parte significativa de
sua gleba original.
Área de Preservação Permanente, conhecida como APP. A lei diz:
áreas nas margens dos cursos d’água com largura definida em
função da largura do curso d’água; áreas nas encostas com
declividade superior a quarenta e cinco graus e áreas nos topos
dos morros são intocáveis e têm que ser recuperadas e preservadas
de forma permanente. As normas e a burocracia criam situações
inusitadas: O produtor, pressionado pela agenda marrom, proibido
de garimpar nos córregos, decide por uma pequena lavoura irrigada.
Depois de muita luta, muitas viagens, muito papel e muita paciência,
ele consegue, depois de um a dois anos, a autorização da agenda
Boletim Informativo da AFAGO página 21
azul, chamada outorga pelo uso da água. Para atingir o curso
d’água tem, forçosamente, que passar pela APP e isto, é problema
da agenda verde. Portanto, o produtor começa novo calvário.
Depois de um a dois anos, talvez ele consiga. Fantasia do
articulista? Bem! Informem-se com os plantadores de morango de
Datas.
E assim, o produtor, depois de muitas idas e vindas, com o
agrimensor, na propriedade; sozinho, nos cartórios, no fórum a
romper o emaranhado burocrático, consegue regularizar suas terras,
pelo menos, o que sobrou delas.
Mas, tem ainda que cercar as APPs e a Reserva Legal. Depois de
tudo é aguardar a tropa de choque. O pessoal da agenda marrom
vem fiscalizar qualquer atividade mineradora, o da agenda azul, a
captação de água e, o da agenda verde, qualquer roçada nos pastos.
Sempre e todos usam a mesma política, “multa primeiro e pergunta
depois”. Tem ainda a policia florestal, truculenta e desafiadora,
com a mesma política preconizada pelo ex-presidente Figueiredo:
“Prendo e arrebento”.
Finalmente, os ambientalistas, gente da cidade que decidiu dar
pitaco nas coisas do campo, sem entender muito do riscado, capaz
de cortar assa-peixe para lenha de cozinha ou embaúba para moirão
de cerca. Gente de palavra fácil e usando expressões de impacto a
cada dia agrega mais adeptos. Gente que sonha com a vegetação
exuberante da era pré cabralina.
Tudo é mata e sub bosque e vegetação rasteira. Produção agrícola?
Isto não importa. Comida compra-se nos supermercados e nas
feiras. O que fica esquecido é que na região há período distinto de
chuvas e de secas. Vegetação vigorosa e exuberante nas chuvas
torna-se combustível nas secas. Mais vigorosa, mais combustível.
Aí, vem o fogo e destrói até os sonhos. Será coincidência que
quase todos os parques, as reservas do estado foram reduzidos a
cinzas. Segundo o IEF, o proprietário é responsável pela segurança
de sua terra. Mas, na roça, dizem: “Água morro abaixo, fogo morro
acima e mulher ...” bem deixa pra lá. A realidade é que fogo se
combate de forma preventiva. Não se apaga fogo sob condições
de vento e de vegetação luxuriante. O Parque da Serra do Rola
Moça é um caso recente, com avião, helicóptero, bombeiros,
brigadistas, voluntários e que tais e o parque reduzido a 10%. Na
minha Serra das Abóboras o fogo saltou a rodovia em diferentes
locais, saltou o córrego, queimou o local brejado. Qual deve ser a
largura do acero para proteger a propriedade?
Dia destes, meteorologista entrevistado na TV, falou com
autoridade de quem conhece do assunto: São três os motivos dos
focos de incêndio: Seca – muitos dias sem chuva –, temperatura
elevada, baixa umidade relativa do ar. Graças a Deus! Ele não falou
em combustão espontânea, na região, não hà condições para
combustão espontânea. Conclusão: há um incendiário. Tem que
haver, pode ser imbecil, irresponsável ou criminoso, mas sempre
há um incendiário. Este é o ponto, é o lugar da ação preventiva.
Alguém já viu ou ouviu, no noticiário, algum incendiário preso???
Poesias
TERNURAS!
No Dia das Crianças, minha homenagem aos meus netos,
Lucas e Gabriel!
Amores de seus pais,
De minha vida, intenso amor!
Pássaros multicores,
Infância, cheirando a flor!
Folguedos de meninos,
Do meu existir, terno folguedo!
No dia das crianças,
De brinquedos repleto,
Em vocês, a esperança
De um futuro promissor!
Da vovó, recebam o coração,
Por vocês, cheio de afeto!
Aceitem, pois, no meu amor
E no meu beijo, queridos,
Do meu carinho, a expressão!
Da vovó, embora distante,
Seja o meu abraço,
Portador de minha emoção!
xxx
Viva o Dia das Crianças!
Vivam Lucas e Gabriel, netos da Vovó
Auxiliadora!
Curvelo, 12 de outubro de 2011.
Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
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VENTO
Este vento
que acalma
até o recôndito d‘alma
me fez perguntar:
- donde vens?
- para onde vais?
Solto, livre e fugaz
um sussurro eu ouvi:
- não te preocupes
Estou aqui!
( Cunha 0508/2011)
EL NIÑO
“ ... desde el fondo de ti,
y arrodillado, un niño triste
como yó, nos mira... ( Neruda)
Aquela criança
que se ajoelha
em meu profundo ser
acordou de madrugada
e fez o sol nascer.
Hoje, pela estrada
solidão e poeirada
o menino da madrugada
em só cansaço e torpor
não faz mais o sol nascer
e, sim, o sol se por!
( Cunha 05/08/2011)
Getulino do Espírito Santo Maciel
Especial para a AFAGO
No Roseiral da Esperança
Aniversariantes
Aniversariantes
Outubro
Cleuber Alves Monteiro Júnior – 5
Luiz Flávio Cardoso de Oliveira – 5
Ivone de Lourdes de Oliveira - 7
Maria Terezinha Santos - 7
Neuber Rodrigo Pereira - 10
Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro – 13
Clemilson Alves Monteiro – 15
Audrey Regina P. Carvalho Oliveira - 17
Gilmar Miranda – 19
Raul Martins de Oliveira – 22
Laenne Oliveira Santos - 28
Terezinha Rosa Ferreira – 29
Geraldo Fabiano Chaves – 31
Novembro
Rita Alves Ferreira – 1
Serafim Antônio de Souza - 1
Carolina Albuquerque Oliveira – 3
Claudinei Almeida Oliveira – 4
Maria Claudia Ribas – 9
Juanna Carvalho Oliveira – 14
Dalva Ribas -17
Werly Oliveira – 18
Neuza de Miranda Ribas – 20
Alvanir Alves de Lima – 22
Rosely
- 28
Walkiria & Franco Zaghen – 10 de setembro
Adilson Nascimento, Diretor de Finanças da AFAGO, dedicou o fim de semana para uma visita à Gouveia. Objetivo:
abraçar sua sobrinha, após a cerimônia matrimonial celebrada na Matriz de Gouveia. Os convidados foram tão
numerosos que todos os hotéis de Gouveia acusaram ocupação máxima.
Paloma & Jéferson 1 de outubro
O casal recebeu a bênção matrimonial na igreja São José Operário do bairro Santa Cruz em Contagem. Paloma é filha de
Osmar Martins de Oliveira e Maria da Glória Malaquias de Oliveira, sobrinha de nossos associados, Gil Martins de
Oliveira e João Martins de Oliveira.
Keila & Edvaldo 22 de outubro
Cerimônia comovente. O pai do noivo, Jésus de Paula, conduziu solenemente a linda Keila para entregá-la ao filho,
Edvaldo. Nenhuma surpresa. Jésus é tio-avô da nora. Edvaldo é neto de José Vicente de Paulo – Juca de Celina, o
Sacristão da Gouveia - e Keila, bisneta. O segundo ponto alto da cerimônia se destacou no sermão comovente proferido
pelo Cônego Paulo Nicolau Franco. Ao adotar Keila como irmã, registrou também o empenho da noiva na prestação dos
serviços na paróquia de Gouveia. Herança de família. Keila é filha de Terezinha Bernardete Tameirão que, juntamente
com o pai partiram para a eternidade.
Boletim Informativo da AFAGO página 23
Boletim da AFAGO
Festejos religiosos em Gouveia e
exercício de empreendedorismo
Órgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos
da Gouveia
Ano IV – N ° 05-11 - SETEMBRO- OUTUBRO 2011.
Diretor Responsável – Raimundo Nonato de Miranda
Chaves
Tanto no sítio www.afagouveia.org.br, em
Editoração Gráfica: José Moreira de Souza
www.portalgouveia.com.br, quanto neste Boletim podemos Crédito das Fotos: Acervo Afrânio Gomes, Raimundo
acompanhar a programação das festas religiosas promovidas Nonato de Miranda Chaves, José Moreira de Souza
pela Paróquia de Santo Antônio, sob liderança do Cônego
Paulo Nicolau do Prado Franco. À parte a importância Diretoria da AFAGO
Presidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas in
religiosa, merece destaque o processo de organização. A
Memoriam
comissão de festeiros compõe um núcleo que promove a Presidente: Raimundo Nonato de Miranda Chaves
articulação local com todos os agentes comunitários. Nota- Secretário: Guido de Oliveira Araújo
se, portanto, uma intensa participação dos agentes locais na Diretor de Finanças: Adilson Nascimento
preparação das festas. A organização da festa se torna neste
Comissão Editorial
Guido de Oliveira Araújo.
todos os aspectos.
José Moreira de Souza
Se a comunidade decidir aproveitar a oportunidade para fixar Raimundo Nonato de Miranda Chaves
momento exercício de estruturação das relações locais, sob
a aprendizagem, logo, logo, essa forma de organização poderá
se expandir para outros setores, consolidando o núcleo mais
importante e se expandir para outros setores. No cerne da
organização da festa repousa o espírito empreendedor.
Merece destacar alguns pontos: o festeiro assume o lugar de
diretor. A partir desse momento, ele deve sondar o poder de
colaboração, e consequentemente, sua condição de liderança.
Cada colaborador procurado oferece-lhe oportunidade de
avaliar a receptividade de sua liderança. Quanto maior o número
de pessoas qualificadas segundo sua inserção, tanto mais efetiva
a liderança do festeiro. Todos os grupos que colaboram com
a organização da festa se habilitam a coordenar atividades
complexas nas próximas festas e, também, a expandir esse
IMPRESSO
saber para outras oportunidades.
Conclusão: O festeiro conhece na prática o poder da cadeia
produtiva local. Isto é uma lição para o desenvolvimento
enconômico a partir do conhecimento prático da cultura local.
REMETENTE
AFAGO - Associação dos Filhos
e Amigos da Gouveia
Avenida Amazonas 115 - sala
1709
CEP: 30.180 - 000 - BELO HORIZONTE - MG
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BI 2011: Lúcia Tânia