Apreciação ergonômica de móveis estofados: sofás fabricados em pólos moveleiros de Minas Gerais Patrícia Bhering Fialho Doutoranda - (UFV) - [email protected] Amaury Paulo de Souza Professor Titular do Departamento de Engenharia Florestal - (UFV) - [email protected] Luciano José Minette Professor Adjunto III do Departamento de Engenharia de Produção - (UFV) - [email protected] Fabiana David Leite Ribeiro Mestre - (UFV) - [email protected] Emília Pio da Silva Doutoranda - (UFV) - [email protected] José de Castro Silva Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Florestal - (UFV) - [email protected] Resumo: Este trabalho teve como objetivo geral realizar uma apreciação ergonômica de móveis estofados - sofás fabricados em pólos moveleiros de Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada em vinte e dois sofás de dezesseis indústrias associadas ao Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá – INTERSIND e de uma indústria pertencente ao Pólo moveleiro de Carmo do Cajuru . Os critérios de conformidade ergonômica foram definidos de acordo com os princípios ergonômicos de antropometria e aspectos de segurança para o usuário. As medições foram confrontadas com dados antropométricos, recomendações existentes na literatura e com a NBR 15164:2004. Observou-se que os maiores problemas detectados nos sofás estavam relacionados às dimensões do assento e sua altura até o piso, onde 100% dos assentos apresentaram alturas superiores aos valores maximos recomendados em literatura e pela norma. Palavras-chave: Móveis estofados; Sofás; Ergonomia. 1. Introdução As tendências atuais revelam que os consumidores têm se preocupado cada vez mais em adquirir móveis que apresentem, além de um visual agradável, atributos como segurança, conforto e facilidade de manuseio. No ambiente doméstico, o sofá destaca-se como um dos móveis mais utilizados. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, órgão responsável pela normalização técnica no país, publicou em 2004 a ABNT/NBR 15164 para sofás. Esta norma tem como objetivo especificar as características físico-mecânicas de materiais e estabelecer métodos de IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 1 determinação de estabilidade, resistência e durabilidade; no entanto, ela não enfatiza a área ergonômica. A aplicação da ergonomia em sofás mostra-se importante, uma vez que esse tipo de móvel é utilizado por diferentes pessoas, com idades, tamanhos e comportamentos distintos. Os modelos de sofás produzidos nos pólos moveleiros de Ubá e de Carmo do Cajuru são variados; cada empresa fabrica uma linha especifica com formatos, tamanhos, cores e materiais diferentes. A maioria das fábricas pertencentes a esses pólos moveleiros já possuem sofás com boa aceitação no mercado, entretanto, muitos desses móveis apresentam problemas ergonômicos que necessitam ser corrigidos. A partir disso, os critérios de fabricação devem vincular as dimensões deste mobiliário às características antropométricas dos usuários, levando ainda em consideração aspectos como a segurança, funcionalidade o conforto ao usuário. Neste sentido, verifica-se a necessidade da realização de estudos voltados ao uso da ergonomia em projetos de móveis como os sofás. Dessa forma, agregar-se-ia mais um item de valor ao produto: a “qualidade ergonômica”, que oferece soluções práticas para projetos de móveis que sejam ergonomicamente adaptados a seus usuários e adequados ao uso diário. Este trabalho teve como objetivo geral realizar uma apreciação ergonômica de móveis estofados - sofás fabricados nos pólos moveleiros de Ubá e de Carmo do Cajuru, ambos em Minas Gerais. 2. Material e métodos 2.1 Coleta de dados e amostragem A coleta de dados para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada vinte e dois sofás de dezesseis indústrias associadas ao Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (INTERSIND) e uma indústria pertencente ao pólo moveleiro de Carmo do Cajuru, ambas em Minas Gerais. Para a realização desse trabalho foram escolhidos os modelos mais vendidos de cada indústria, visando, assim, abranger maior quantidade de características dos móveis disponíveis no mercado. 2.2 Dimensões e estrutura As dimensões dos sofás foram obtidas por meio de medições diretas dos móveis, utilizando instrumentos como trenas graduadas e fitas métricas. Os dados obtidos na coleta foram comparados entre si e confrontados com a Norma Brasileira ABNT NBR 15164:2004 Móveis estofados – Sofás, com recomendações de Panero e Zelnik (2002) e do Instituto de Biomecânica de Valência (1992) e com valores com base em dados antropométricos do Instituto Nacional de Tecnologia INT (1995). Para efeito de comparação, as dimensões dos móveis atenderam as principais variáveis IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 2 antropométricas, tais como: altura da fossa poplítea; largura do quadril e profundidade nádega – poplíteal para pessoa sentada. As dimensões avaliadas estão representadas nas figuras 1. Nos sofás, foram determinados ainda os materiais de estrutura interna. Profundidade útil do assento Altura do encosto ao assento Altura do apoio para os braços ~ Inclinaçao Assento/encosto Altura do assento ao piso Largura útil do assento Vista de perfil FIGURA 1 – Dimensões avaliadas em sofás 2.3 Aspectos de segurança Os aspectos de segurança do móvel foram avaliados com base em características como a presença de arestas cortantes e quinas salientes, que possam provocar cortes e hematomas. 3. Resultados e Discussão 3.1 Assento a) Altura do assento O Quadro 1 apresenta as recomendações encontradas quanto à altura de assentos. QUADRO 1 – Valores das alturas dos assentos com base em dados antropométricos e recomendações de autores e entidades Autores e Entidades Altura do assento recomendada (cm) NBR 15164:2004 42,0 Panero e Zelnik (2002) - altura poplíteal para mulheres com percentil 5, considerando 3, 8 cm de acréscimo devido aos sapatos. 39,4 Altura poplíteal para mulheres com percentil 5, considerando 2,5 cm de acréscimo devido aos sapatos, com base em dados antropométricos do INT (1995) 35,0 Panero e Zelnik (2002) recomendam que, do ponto de vista antropométrico, a altura adequada do assento é o valor referente à altura popliteal da população com as menores dimensões corporais (mulheres com percentil 5). Dessa forma, ao acomodar uma pessoa com IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 3 menor altura poplítea, ele estará, automaticamente, acomodando uma pessoa com maiores dimensões. Altura (cm) Quanto à altura de assentos, verificou-se que os sofás analisados não estavam em conformidade com a norma técnica NBR 15164:2004, uma vez que 100% dos sofás apresentaram alturas de assentos superiores às recomendações desta norma (42,0 cm). Por meio da Figura 2 verificou-se que houve casos em que a altura ultrapassa à indicada pela norma técnica em até 13,5 cm. A maior altura de assento foi de 55,5 cm e a menor de 45,0 cm, uma amplitude de 10,5 cm. 59 56 53 50 47 44 41 38 35 32 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas Valores medidos INT (1995) - Altura poplítea mulheres com p ercentil 5 - 35,0 cm Panero e Zelnik (2002) - Altura mínima de 39,4 cm NBR 15612:2004 - 42,0 cm FIGURA 2 – Comparação entre os valores das alturas dos assentos e recomenações encontradas. A partir deste resultado verificou-se que além destes sofás estarem em não conformidade com a norma NBR 15164:2004, em relação à altura de assento, os fabricantes destes móveis estão em desacordo com o Artigo 39 do código de defesa do consumidor, onde determina: É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro (BRASIL, 1990). Além dos aspectos anteriormente citados, as elevadas alturas dos assentos podem ocasionar vários problemas aos usuários, tais como o desconforto e a dificuldade de IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 4 circulação sanguínea na parte interna das coxas (Panero e Zelnik, 2002). As elevadas dimensões relacionadas à altura do assento ainda geram desperdício de materiais para fabricação de sofás, como madeira, tecidos, espuma, grampos etc. b) Largura útil do assento O Quadro 2 apresenta as recomendações relacionadas à largura interna individual por assento dos sofás. QUADRO 2 – Valores das larguras individuais dos assentos dos sofás com base em dados antropométricos e recomendações de autores e entidades Autores e Entidades Largura do assento recomendada (cm) NBR 15164:2004 - Largura mínima 42,5 IBV – Largura mínima 55,0 Panero e Zelnik (2002) 71,1 Largura corporal máxima (considerando percentil 95 para homens = 53,9 cm), com base em dados antropométricos do INT (1995) 53,9 Ao analisar os sofás, observou-se, que 95,5% apresentaram larguras individuais internas do assento superiores a largura mínima recomendada pela NBR 15164:2004 (42,5 cm), conforme Figura 3. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 5 Largura individual (cm) 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 1 2 3 4 5 6 Valores medidos 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas Panero e Zelnik (2002) - Largura mínima de 71,1 cm IBV (1992) - Largura mínima de 55,0 cm INT (1995) - Largura corporal máxima para o percentil 95 para homens - 53,9 cm NBR 15164:2004 - Largura mínima de 42,5 cm FIGURA 3 – Comparação entre os valores medidos das larguras individuais internas dos assentos com as recomendações de autores e entidades e o valor referente ao dado antropométrico do INT (1995). Ainda por meio desta mesma Figura verificou-se que 4,5% dos sofás apresentaram larguras internas dos assentos acima da recomendação de Panero e Zelnik (2002); 86,4% apresentaram larguras úteis inferiores ao valor recomendado pelo IBV (1992) e o valor com base no dado antropométrico do INT (1995) relacionado à largura corporal máxima, homem sentado percentil 95. c) Profundidade útil do assento No Quadro 4 encontram-se a recomendação da NBR 15164:2004 quanto à profundidade útil de assentos assim como os valores referentes às recomendações de Panero e Zelnik (2002), IBV (1992) e os valores com base nos dados antropométricos do INT (1995). QUADRO 4 – Valores das profundidades dos assentos dos sofás com base nos dados antropométricos e recomendações de autores e entidades Autores e Entidades NBR 15164:2004 Panero e Zelnik (2002) - comprimento nádega – poplíteal, percentil 5. Comprimento nádega – poplíteal para mulheres com percentil 5, com base nos dados antropométricos do INT (1995) Comprimento nádega – poplíteal para mulheres com percentil 50, com base nos dados antropométricos do INT (1995) IBV (1992) IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA Profundidade do assento recomendada (cm) 47,0 43,2 40,5 45,7 45 – 48 6 Os valores das profundidades dos assentos variaram entre 47,0 e 56,0 cm, o que corresponde a uma amplitude de 9,0 cm. Os dados contidos na Figura 4 demonstraram que, quanto à profundidade dos assentos, 100% dos sofás avaliados estavam em conformidade com a NBR 15164:2004, uma vez que apresentaram esta dimensão acima do mínimo recomendado por esta entidade (47,0 cm). Além desses sofás apresentarem a profundidade acima do mínimo estabelecido na norma, observou-se que eles apresentaram valores de profundidade acima do recomendando por Panero e Zelnik (2002) e dos valores com base nos dados antropométricos do INT (1995). Apesar das recomendações estabelecerem dimensões mínimas para profundidade de assentos, grandes acréscimos neste valor poderiam não ser adequados ergonomicamente para o usuário. Panero e Zelnik (2002) observaram que assentos com muita profundidade podem causar compressão nos tecidos internos da coxa e ocasionar irritações e desconforto ao usuário. Estes autores consideram, ainda, que, na antropometria, a medida ideal a ser utilizada para estabelecer a profundidade adequada do assento seria o comprimento nádega – popliteal, sentado, para mulheres com percentil 5. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 7 Profundidade (cm) 59 57 55 53 51 49 47 45 43 41 39 37 35 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas Valores medidos IBV (1992) - Profundidade máxima de 48,0 cm ABNT/NBR 15164 (2004) - 47,0 cm INT (1995) - Comprimento nádega – popliteal para mulheres com percentil 50 - 45,7 cm IBV (1992) - Profundidade mínima de 45,0 cm PANERO e ZELNIK (2002) - 43,2 cm INT (1995) - Comprimento nádega – popliteal para mulheres com percentil 5 - 40,5 cm FIGURA 4 – Comparação entre os valores medidos das profundidades dos assentos e os valores referentes aos dados antropométricos do INT (1995) e as recomendações de autores e entidades. 3.3 Encosto a) Altura do encosto Dentre as alturas dos encostos encontradas na coleta de dados, a maior foi 62,0 cm e a menor foi 34,0 cm, numa amplitude entre 28 cm. De acordo com os dados levantados, verificou-se que 100% dos sofás apresentaram altura do encosto superior à altura mínima recomenda pela NBR 15164:2004, estando assim em conformidade com esta norma. As alturas menores que 17,0 cm, segundo a mesma norma regulamentadora, não são consideradas como encosto, mas como apoio. A comparação entre os dados obtidos com a recomendação da NBR 15164:2004 pode ser visualizada na Figura 5. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 8 Altura (cm) 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas Valores medidos NBR 15164/2004 - altura mínima de 17,0 cm FIGURA 5 – Comparação entre os valores medidos das alturas dos encostos e a recomendação da NBR 15164:2004 d) Inclinação assento/ encosto De acordo com os dados encontrados neste trabalho, observou-se que as inclinações entre o assento e o encosto variaram entre 92° e 120°, numa amplitude entre 28°. Inclinação em graus Panero e Zelnik (2002) recomendaram que os ângulos formados entre o assento e o encosto, visando ao conforto, deveriam ser iguais a 105°, uma vez que ângulos menores poderiam causar desconforto. Grandjean, Pheasant e Chaffin (1978, 1986, 1984 apud INT, 1995) recomendaram que esta inclinação fosse de 110º. Ao comparar as inclinações obtidas na coleta de dados com as recomendações dos autores, verificou-se que somente 13,6% dos sofás atenderam a recomendação de Panero e Zelnik (2002), apresentando ângulo assento – encosto de 105°. Observou-se, ainda, que 18,8% atenderam à recomendação do INT, apresentando inclinações de 110°. As comparações entre os dados obtidos com as recomendações encontradas estão apresentadas na Figura 6. 125 120 115 110 105 100 95 90 85 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Valores medidos 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas PANERO e ZELNIK (2002) - inclinação de 105° Grandjean, Pheasant e Chaffin (1978, 1986, 1984 apud INT, 1995) - inclinação de 110° FIGURA 6 – Comparação entre as inclinações dos encostos em relação aos assentos e recomendações encontradas. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 9 3.4 Apóia-braço Altura (cm) Nas medições realizadas nos sofás, as alturas do apóia-braço variaram entre 9,0 cm e 24,5 cm, numa amplitude de 15,5 cm. Panero e Zelnik (2002) recomendaram que a altura do apoio-braço ao assento deveria ser entre 21,6 cm e 22,9 cm. Por meio da Figura 7 observou-se que 100% dos sofás não se enquadraram na recomendação destes autores. 29 27 25 23 21 19 17 15 13 11 9 7 5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Número de peças medidas Valores medidos Panero e Zelnik (2002) - Altura mínima de 21,6 cm Panero e Zelnik (2002) - Altura máxima de 22,9 cm FIGURA 7 – Comparação entre os valores medidos das alturas dos apoios para os braços e recomendações de Panero e Zelnik (2002). 3.5 Material Neste trabalho verificou-se que 100% dos sofás apresentaram estofamento em espuma. Em relação aos materiais de estrutura interna, observou-se que um sofá possuía sua estrutura em aço galvanizado e os demais apresentavam suas estruturas em madeira. 3.6 Aspectos de segurança Dentre os sofás analisados, 100% apresentaram quinas e bordas arredondadas. Essa característica é positiva, uma vez que quinas e bordas retas podem causar danos físicos ao usuário. Na avaliação verificou-se ainda que 100% dos sofás apresentaram borda frontal do assento arredondada. Este aspecto também é positivo, uma vez que, como citam Panero e Zelnik (2002), as bordas de assentos arredondados facilitam a mudança de posições e diminuem o desconforto do usuário. 4. Considerações finais A apreciação ergonômica realizada neste trabalho permite concluir que os móveis estofados - sofás analisados, de maneira geral, atenderam as recomendações estabelecidas no trabalho quanto à altura de encosto, a largura individual e a profundidade útil de assento. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 10 Todos os sofás, no entanto, apresentaram problemas quanto à altura do assento ao piso. Dessa forma, esses valores demonstraram-se inadequados aos dados antropométricos e em não conformidade com os valores estabelecidos pela norma brasileira, o que pode acarretar além de um desperdício de matéria prima, problemas de ordem ergonômica nos usuários. Outro aspecto observado foi a pouca adequação das alturas dos apóia-braços e das inclinações entre assento e encosto com as recomendações encontradas na literatura. Diante disso, este trabalho destaca a necessidade da realização de pesquisas sobre o uso da ergonomia e de normas técnicas em projetos de sofás. 5. Agradecimentos À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, pelo apoio com bolsas e suporte financeiro a este projeto; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pela bolsa de doutorado a primeira autora e pelo apoio com bolsa de produtividade em pesquisa aos segundo e terceiro autores; à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, pela bolsa de mestrado da quarta autora e pela bolsa de doutorado da quinta autora e ao Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais - SINDIMOV de Carmo do Cajuru e ao Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá – INTERSIND, pelo apoio logístico. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15164: Móveis estofados – sofás. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRASIL. Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/cdc.htm>. Acesso em: 10 mar. 2006. INSTITUTO DE BIOMECÂNICA DE VALÊNCIA. Guia de recomendaciones para el Diseño de Mobiliario Ergonomico. Valência: IBV, 1992. 187 p. INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA – INT. Ergokit. Rio de Janeiro: INT, 1995. CD-ROM. PANERO, J.; ZELNIK, M. Dimensionamento humano para espaços interiores. Barcelona: Gustavo Gili, 2002. 320p. IV WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - UFV I ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA 11