TATIANA DE ARRUDA CAMPOS BRASIL DE SOUZA Clonagem e Caracterização do gene Calmodulina de Phytomonas serpens LONDRINA 2006 ii TATIANA DE ARRUDA CAMPOS BRASIL DE SOUZA Clonagem e Caracterização do gene Calmodulina de Phytomonas serpens Dissertação apresentada ao curso de PósGraduação em Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito final à obtenção do título de Mestre. Orientadora: Profª Yamada Ogatta. LONDRINA 2006 Drª Sueli Fumie iii TATIANA DE ARRUDA CAMPOS BRASIL DE SOUZA Clonagem e Caracterização do gene Calmodulina de Phytomonas serpens Banca Examinadora: Profª Drª Sueli Fumie Yamada Ogatta. Universidade Estadual de Londrina Prof Dr Celso Vataru Nakamura. Universidade Estadual de Maringá Prof Dr Marco Aurélio Krieger Instituto de Biologia Molecular Londrina, 23 de fevereiro de 2006. iv “Para mim é preciso lutar sempre para viver a vida em plenitude e não pactuar com o que é cômodo. Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a pesquisar”. "Eu não sei o que eu posso parecer ao mundo, mas no que concerne a mim eu pareço ter sido apenas um menino brincando às margens do oceano, e me distraindo em ocasionalmente achar uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as comuns, enquanto o grande oceano da verdade permanece ainda a ser descoberto." Isaac Newton v Dedico: Aos meus pais Sérgio e Tereza Cristina, Às minhas irmãs: Rafaela e Talita. Por vocês, para vocês e sempre com vocês. Pelo amor incondicional, por valorizarem o que eu sou, os meus sentimentos, os meus sonhos e os meus ideais. Por compreenderem a minha ausência e as minhas renuncias. Que eu sempre saiba retribuir tudo o que eu recebo de vocês! vi Agradecimentos A Deus, que nunca me abandonou. Sei que estou em débito. A minha Orientadora, Dra. Sueli Fumie Yamada Ogatta, por ter sido a pesquisadora que me ensinou a metodologia, o ser humano que me mostrou o exemplo de conduta e a amiga que esteve presente em todos os momentos. “Não há modo de ensinar, mais forte e suave de que o exemplo: convence sem debate, todas as dúvidas, desata e corta caladamente todas as desculpas” (Pe Manuel Bernardes). Você é meu exemplo, tem a minha admiração, o meu respeito e minha eterna gratidão. Ao Dra. Shiduca Itow Jankevicius, pelo incentivo, carinho, pela oportunidade de estagiar em seu laboratório, possibilitando o surgimento da minha grande “paixão“ pela microbiologia. Á minha grande amiga Viviane Krominski Graça de Souza, que sempre esteve presente nestes últimos 4 (quatro) anos. Obrigada por TUDO: pela paciência, incentivo, convivência, confiança, grandes ensinamentos e principalmente pela amizade. A distância traz a saudade, mas nunca o esquecimento. Ao Dr. Marco Aurélio Krieger, pela correção desta dissertação, pela disponibilidade de seu laboratório para a realização de alguns experimentos e colaboração para realização deste trabalho. Ao Dr. Celso Vataru Nakamura pela correção desta dissertação, pela importância na minha formação intelectual como docente do curso de pós graduação e pelo auxílio no desenvolvimento deste trabalho. Aos professores do curso de Pós Graduação em Microbiologia: Dr. Benedito Prado Dias Filho, Dr. Carlos Mitihiko Nozawa, Dr. Eiko Nakagawa Itano, Dr. Galdino Andrade Filho, Dra. Halha Ostrensky Saridakis, Dra. Jacinta Sanchez Pelayo, Dra. Márcia Cristina Furlaneto, Dra. Marco Antonio Nogueira, Dra. Mariangela Hungria da Cunha, Dra. Rosa Elisa Carvalho Linhares, Dr. Sérgio Suzart dos Santos. Todos se mostraram importantes para minha formação intelectual. Ao Dr. Phileno Pinge Filho, pelo apoio, amizade, e ajuda na realização deste trabalho. A Viviane Monteiro Góes pela atenção, disponibilidade e ajuda nos ensaios de hibridação. vii Ao Paulo Lorca pelo auxílio no seqüenciamento do gene estudado. Aos meus Avós: Olavo de Arruda Campos, Alminda Perez Bêra e Maria de Lourdes Brasil Mendes de Souza, e ao meu padrinho: José Roberto Brasil de Souza, pelo apoio, carinho e torcida. Eu amo vocês. Ao Duque, pelo companheirismo. Aos meus colegas do curso de pós-graduação: Adriana Knob, Ariane Saito, Denise Scoaris, Evelyn Carignano, Flávia Spago, Gisele Lovato, Márcia Magalhães Mata, Raíssa Pedroso, e em especial aos meus grandes amigos do lado B:, Fabrício José Benati, Jesiane Batista da Silva , Lígia Carla Faccin, Narjara do Carmo Oliveira e Sérgio Paulo Dejato da Rocha pelo apoio nos momentos difíceis e pelas grandes alegrias .Vocês estarão sempre comigo. Aos funcionários do Departamento de Microbiologia: João Alexandre Lopes, Marinalva Moreira dos Santos, Rosilda Alvarenga, que sempre se mostraram dispostos a ajudar. Aos meus amigos: Angélica Martins Batista, Ediel Clementino da Costa, Érika Izumi, Fabio Francisco Hidalgo, Fernando César Bizerra, Graziela Navarro, Janaina Ferro, Luciana Furlaneto Maia, Natalia Botelho de Souza, Paulo Roberto Ceridório Corrêa, Rita de Cássia Pontello Rampazzo, Sergio Luiz Prolo, Vanessa Di Raimo, pelo companheirismo, pela amizade, por sempre estarem dispostos a ajudar e formar uma equipe unida, pelos momentos alegres e divertidíssimos no laboratório e por torcerem por mim. Conviver com vocês foi um privilégio. Á família Bulgacov: Yara, Sergio, Tatiana e Tamara, pela hospedagem, pelos momentos agradáveis em Curitiba, pela amizade, por tudo sempre. À Universidade Estadual de Londrina, a quem devo minha formação intelectual e científica. À CNPQ, pela bolsa de pesquisa concedida. A todos os meus familiares e amigos, que torcem pelo meu sucesso. viii Souza, T.A.C.B. Clonagem e caracterização do gene calmodulina de Phytomonas serpens. Dissertação de Mestrado do curso de Pós Graduação em Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina, 2006. Resumo Espécies do gênero Phytomonas, família Trypanosomatidae, podem parasitar o floema, tubos laticíferos, frutos e sementes de algumas famílias de plantas com ampla distribuição geográfica e importância econômica. Calmodulina é uma proteína ligante de cálcio ubíqua que pode regular a atividade de várias proteínas. Em P. serpens nenhuma informação relevante sobre essa proteína foi descrita até o momento. Nesse estudo, um fragmento de DNA de aproximadamente 450 pb, correspondendo à região codificante de calmodulina de P. serpens 15T foi clonado e sequenciado. A seqüência nucleotídica desse fragmento mostrou similaridade com a seqüência de calmodulina de vários organismos. O gene camP codifica um polipeptídeo acídico (pI 4,0) com uma massa molecular estimada de 16,8 kDa. Análises do tipo Southern blot, utilizando cromossomas de P. serpens separados através da eletroforese em campo de pulsos alternados indicaram que esse gene está presente em uma banda cromossômica de alta massa molecular. Análises do tipo Northern blot de RNA total e RNA poliA+ detectaram dois transcritos. Além disso, anticorpos policlonalis contra a proteína recombinante reconheceram uma proteína com massa molecular estimada de 17 kDa no extrato de formas promastigotas em fase de crescimento exponencial. E foi mostrado que CAMP recombinante apresenta atividade de proteína ligante de cálcio. Palavras-chave: Calmodulina, Proteína ligante de cálcio, Phytomonas serpens. ix Abstract Species of the Phytomonas genus, in Trypanosomatidae family, can parasitize phloem, laticiferous tubes, fruits and seeds of some plants families with a wide geographic distribution and great economic importance. Calmodulin is an universal Ca2+-binding protein which can regulate the activity of various proteins and in P. serpens no relevant information about this protein has been yet described. In this study, a 450 bp DNA fragment corresponding the coding sequence of calmodulin of P. serpens 15T (camP) was cloned and sequenced. The nucleotide sequence of this fragment showed similarity to calmodulin gene of various organisms. camP encodes an acidic polypeptide (pI 4.0) with an estimated molecular weight of 16.8 kDa. Southern blot analysis, using P. serpens chromosomes separated by pulsed-field gel electrophoresis, indicated that this gene is present on high molecular mass chromosomes Northern blot analyses using total and poliA+ RNA fractions of the flagellate detected two transcripts. In addition, we raised a polyclonal antiserum against the recombinant protein and the antibodies recognized a protein with estimated molecular weight of 17 kDa in log-phase promastigotes extracts. And it was demonstrated that recombinant CAMP retained its calcium-binding capacity. Key words: Calmodulin, Calcium-binding protein, Phytomonas serpens. x Sumário 1. Introdução ....................................................................... 1 1.1. Família Trypanosomatidae.......................................... 1 1.2. Phytomonas sp............................................................ 3 1.2.1. Caracterização biológica ............................................. 3 1.2.2. Caracterização molecular............................................ 9 1.3. Doença de Chagas...................................................... 13 1.4. Proteínas ligantes de cálcio ........................................ 18 2. Referências Bibliográficas............................................. 27 3. Artigo ............................................................................... 42 xi Lista de Figuras Figura 1: Morfologia dos tripanosomatídeos. A. Promastigota; B. Coanomastigota; C. Amastigota; D. Opistomastigota; E. Epimastigota; F. Tripomastigota; 1. Flagelo; 2. Bolsa Flagelar; 3. Cinetoplasto; 4. Núcleo; 5. Membrana ondulante.................... 2 Figura 2: Representação esquemática do ciclo biológico de P. serpens. No inseto, formas promastigotas colonizam o trato digestivo, atravessam a barreira intestinal e atingem as glândulas salivares através da hemolinfa. Essas formas são inoculadas em frutos maduros através da saliva no momento da picada. n: núcleo; c: cinetoplasto .......................................................................................................... 6 Figura 3: Processamento do RNAm de tripanosomatídeos. (a) Representação esquemática de um transcrito policistrônico contendo os sítios de reconhecimento para trans-splicing (AG), poliadenilação (A) e o trato de polipirimidina (pir). (b) Reação de trans-splicing e poliadenilação. A seqüência do spliced leader (SL) está presente no transcrito SL-RNA (em azul) O diagrama em verde representa a maquinaria envolvida nos processos. (c) Produtos da reação de processamento. O SL e a cauda poli-A (A-A-A) estão representados nas extremidades 5’ e 3’ do RNAm, respectivamente. A região em vermelho representa a seqüência codificante do RNAm e está flanqueada por seqüências não traduzidas (5’ UTR e 3’ UTR) ...... 11 Figura 4: Representação esquemática da estrutura tridimensional de CaM. As setas indicam os motivos EF hand nos domínios globulares da proteína e em verde, os íons cálcio. A estrutura foi determinada através de difração de raios X e preparada com o programa MOLMOL. Fonte: Bouché et al., 2005....................................... 20 Figura 5: Diagrama simplificado de sinalização celular. PDE: cAMP fosfodiesterase; PIK: fosfotidilinositol quinase; PIPLC: fosfatidilinositídio fosfolipase C; PKA: proteina quinase dependente de cAMP; Ptdlns: fosfatidilinositol; SH2, região 2 homóloga a SRC. Setas pontilhadas e caixas verdes escuros indicam componentes ausentes. Setas contínuas e caixas verdes claro indicam componentes e conexões conhecidas. Fonte: adaptado de PARSONS; RUBEN (2000) .............................. 22 xii Lista de Tabelas Tabela 1: Gêneros da família Tripanosomatidae. As linhas descontínuas representam estágios relatados, mas não confirmados. Fonte: McGhee; Cosgrove (1980), com modificações .................................................................................... 4 Tabela 2 – Espécies definidas do gênero Phytomonas ...................................... 5 Tabela 3: Detecção e isolamento de tripanosomatídeos de plantas.................... 7 Tabela 4: Características das infecções causadas por Phytomonas sp .............. 8 Tabela 5: Classificação das RNAs polimerases de eucariotos de acordo com a resposta a α-amanitina e especificidade da transcrição (revisto por PALENCHAR; BELLOFATTO, 2006) ........................................................................................... 12 Tabela 6: Proteínas recombinantes ou peptídeos sintéticos de Trypanosoma cruzi com potencial clínico e epidemiológico ................................................................ 16 Tabela 7: Moléculas potencialmente envolvidas em mecanismos de transdução de sinal em tripanosomatídeos. Fonte: PARSONS; RUBEN, 2000........................... 21 Tabela 8: Exemplos de proteínas ligantes de cálcio em protozoários parasitas .. 23 1 1. INTRODUÇÃO 1.1. Família Trypanosomatidae A família Trypanosomatidae pertence à ordem Kinetoplastidae, e compreende organismos unicelulares e uniflagelados caracterizados pela presença do cinetoplasto, uma região especializada da mitocôndria rica em DNA, denominado kDNA, (LEVINE et al., 1980). Além disso, a presença de uma invaginação da membrana plasmática localizada na base do flagelo, denominada bolsa flagelar, é uma característica morfológica distinta dos tripanosomatídeos. Essa organela tem sido associada à atividade de endocitose e secreção de proteínas (revisto por LANDFEAR; IGNATUSHCHENKO, 2001). Esses protozoários são parasitas de animais invertebrados ou vertebrados e vegetais (VICKERMAN; PRESTON, 1976). Algumas espécies de tripanosomatídeos são agentes etiológicos de doenças que acometem animais vertebrados, inclusive o homem, como a doença de Chagas e leishmaniose. Outras espécies parasitam plantas de grande interesse econômico. O ciclo de desenvolvimento desses microrganismos pode ocorrer em apenas um hospedeiro (monoxênico) ou alternar-se entre um invertebrado e um vertebrado ou planta (heteroxênico). Os tripanosomatídeos heteroxênicos são transmitidos por insetos, porém, em contraste aos fortes efeitos que provocam em hospedeiros vertebrados ou vegetais, na maioria das associações não afetam o seu vetor (MOLYNEAUX; STILES, 1991). A localização do cinetoplasto em relação ao núcleo, bem como a presença ou ausência de membrana ondulante são as principais características que definem morfologicamente os diversos estágios evolutivos dos tripanosomatídeos (HOARE; WALLACE, 1966). As morfologias estáveis encontradas em tripanosomatídeos são (Figura 1): o Promastigota: forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo; o flagelo torna-se livre através da porção anterior da célula. 2 o Coanomastigota: estágio peculiar, geralmente com cinetoplasto antenuclear. O flagelo surgindo de um reservatório com formato de funil e emergindo no final da extremidade anterior do corpo (restrito ao gênero Crithidia). o Amastigota: forma arredondada ou oval, com flagelo que não se exterioriza. o Epimastigota: forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo; possui pequena membrana ondulante lateralmente . o Opistomastigota: estágio "tripanomórfico", representado (somente no gênero Herpetomonas) por formas alongadas com cinetoplasto pós-nuclear. O flagelo atravessa o corpo e emerge no final da extremidade anterior. o Tripomastigota: forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; o flagelo forma uma extensa membrana ondulante e torna-se livre na porção anterior da célula. Figura 1: Morfologia dos tripanosomatídeos. A. Promastigota; B. Coanomastigota; C. Amastigota; D. Opistomastigota; E. Epimastigota; F. Tripomastigota; 1. Flagelo; 2. Bolsa Flagelar; 3. Cinetoplasto; 4. Núcleo; 5. Membrana ondulante. 3 A combinação entre a morfologia e os hospedeiros (planta ou vertebrados) pode ser utilizada como critério preliminar para identificação dos tripanosomatídeos (Tabela 1). Os padrões morfológicos, tais como opistomastigotas e coanomastigotas podem ser úteis em identificar espécies dos gêneros Herpetomonas e Crithidia, respectivamente. No entanto, Phytomonas, Leptomonas, e Herpetomonas compartilham formas promastigotas indistinguíveis. Nesse sentido, vários outros critérios foram propostos para a identificação desses protozoários, como marcadores moleculares (CAMARGO, 1999), enzimas do ciclo ornitina-arginina (BATISTOTI et al., 2001) entre outros. 1.2. Phytomonas sp 1.2.1. Caracterização biológica O gênero Phytomonas foi inicialmente proposto para classificar tripanosomatídeos isolados dos tubos lactíferos de plantas (DONOVAN, 1909). Posteriormente, essa denominação passou a ser utilizada para os isolados de diferentes partes do tecido vegetal. Espécies do gênero Phytomonas (Tabela 2) são parasitas do floema, dos tubo lactíferos, frutos ou sementes de algumas famílias de plantas com ampla distribuição geográfica e de grande importância econômica (Tabela 3). Entretanto, somente os tripanosomatídeos encontrados no floema de algumas plantas como, coqueiro (PARTHASARATHY & SLOBBE, 1978), palmeiras (DOLLET; LOPES, 1978), cafeeiro (STAHEL, 1931) e mandioca (VAINSTEIN et al., 1984) causam fitopatologias fatais (Tabela 4). 4 Tabela 1: Gêneros da família Tripanosomatidae. As linhas descontínuas representam estágios relatados mas não confirmados. Fonte: McGhee; Cosgrove (1980), com modificações. Gênero Morfologia Hospedeiro Invertebrado Blastocrithidia Vertebrado Outro Amastigota (Laird, 1959) Epimastigota Crithidia (Léger, 1902) Coanomastigota Endotrypanum (Mesnil & Brimont, 1908) Promastigota Herpetomonas (Kent, 1880) Promastigota Epimastigota Tripomastigota Opistomastigota Leishmania (Ross, 1903) Promastigota Amastigota Promastigota Leptomonas (Kent, 1880) Promastigota Phytomonas (Donovan, 1909) Promastigota Promastigota (Planta) Promastigota (Solo) Proleptomonas (Woodcok, 1913) Rhyncoidomonas (Patton, 1910) Tripomastigota Trypanosoma (Gruby, 1843) Epimastigota Amastigota Tripomastigota 5 Tabela 2 – Espécies definidas do gênero Phytomonas Espécie Local de isolamento Phytomonas serpens Frutos Phytomonas sp. Látex Phytomonas françai Mandioca Phytomonas staheli Coqueiros e palmeiras Formas promastigotas do parasita podem ser transmitidas por insetos fitófagos infectados pertencentes às famílias Coreidae, Lygaeidae, Pyrrhocoridae e Pentatomidae (BATISTOTI et al., 2001) através da saliva no momento da picada. Esses flagelados colonizam o trato digestivo dos insetos, atravessam a barreira intestinal e atingem as glândulas salivares através da hemolinfa. No vegetal, são encontradas formas promastigotas e raramente formas amastigotas (Figura 2) (JANKEVICIUS et al., 1989). Além disso, tripanosomatídeos de tubos lactíferos foram transmitidos mecanicamente de tubo capilar para a planta hospedeira (DOLLET, 2001). Os tripanosomatídeos de plantas formam três grupos distintos de acordo com o local de infecção na planta e o tipo de cultivo axênico (DOLLET, 2001): 1. Floema: os parasitas estão sempre associados com síndromes patológicas e são de difícil cultivo axênico; 2. Tubos lactíferos: os tripanosomatídeos geralmente não causam doenças e podem ser cultivados in vitro com relativa facilidade; 3. Frutos ou sementes: os tripanosomatídeos permanecem concentrados ao redor do ponto de inoculação, são facilmente cultivados em cultura axênica, onde se multiplicam rapidamente. 6 Figura 2: Representação esquemática do ciclo biológico de P. serpens. No inseto, formas promastigotas colonizam o trato digestivo, atravessam a barreira intestinal e atingem as glândulas salivares através da hemolinfa. Essas formas são inoculadas em frutos maduros através da saliva no momento da picada. n: núcleo; c: cinetoplasto. O isolamento de formas promastigotas a partir de plantas e insetos fitófagos não é um critério suficiente para classificação no gênero Phytomonas, uma vez que essa forma evolutiva pode ser encontrada em outros gêneros como Herpetomonas e Leptomonas que também podem ser isolados dos mesmos hospedeiros (CAMARGO, 1999). Além disso, o isolamento de outros tripanosomatídeos em plantas tem sido relatado na literatura (CONCHON et al., 1989; CAMARGO, 1999; CATARINO et al., 2001). Vários critérios têm sido utilizados para classificar os tripanosomatídeos isolados de plantas, entre eles: reatividade com anticorpo monoclonal (TEIXEIRA; CAMARGO, 1989), atividade enzimática (UTTARO; SANCHEZ-MORENO; OPPERDOES, 1997), perfil enzimático do ciclo da uréia (CATARINO et al., 2001), fingerprinting de kDNA (FERNANDEZ-BECERRA et al., 1996), utilização da seqüência do mini exon ou spliced leader em reações de hibridação de DNA genômico (TEIXEIRA et al., 1996) e amplificação em cadeia pela polimerase (STURM; FERNANDES; CAMPBELL, 1995; SERRANO et al., 1999), homologia de seqüência com RNA ribossomal 5S (MARCHÉ et al., 1995; DOLLET et al., 2000). 7 Tabela 3: Detecção e isolamento de tripanosomatídeos de plantas Hospedeiro Referências Amora (Morus sp) CAVAZZANA et al., 1993 Bergamota (Citrus bergamia) CONCHON et al., 1989 Café (Coffea arábica) STAHEL, 1931; FELTS, 1981 Caruru (Amaranthus retroflexus) SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998 Cherimolia (Annona cherimolia) SÁNCHEZ-MORENO et al., 1995 Coqueiro PARTHASARATHY et al., 1976 Espécies de Euphorbia JANKEVICIUS et al., 1982; ATTIAS; DE SOUZA, 1986; FIORINI et al., 1993 Feijão guandu (Cajanus flavus) CAVAZZANA et al., 1993 Jiló (Solanum gilo) FIORINI et al., 1986 Laranja (Citrus aurantium) FIORINI et al., 1990; CARRARA et al., 1992 Leguminosas ITOW-JANKEVICIUS et al., 1987 Maçã (Malus sp) CAVAZZANA et al., 1995 Mandioca (Manihot palmata; M. esculenta) ARAGÃO, 1927; VAINSTEIN et al., 1984 Manga (Mangifera indica) SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998 Milho (Zea mays) ITOW-JANKEVICIUS et al., 1993 Palmeira DOLLET et al., 1977 Romã (Punica granatum) CATARINO et al., 1991 Tangerina (Citrus reticulata) CONCHON et al., 1989 Tomate (Solanum lycopersicum) GIBBS, 1957; FIORINI et al., 1986; 1993; JANKEVICIUS et al., 1987; SÁNCHEZMORENO et al., 1995 Trifolium glomeratum SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998 Urucum (Bixa orellana) ALMEIDA et al., 1990 Uva (Vitis vinifera) CARRARA et al., 1992 8 Tabela 4: Características das infecções causadas por Phytomonas sp. Patologia Hospedeiro Características Murcha do café ou Necrose do floema do cafeeiro Café Infecção aguda e crônica caracterizada pelo amarelamento das folhas Hartrot Coqueiro Amarelamento e queda total ou parcial das folhas. Chochamento da raiz Mandioca Desenvolvimento pobre do sistema radicular e clorose das partes aéreas. Perda significativa no teor de amido. Marchitez sorpressiva Palmeira Murchamento pela presença de parasitas nas placas crivadas do floema de palmas. Durante o crescimento exponencial, espécies do gênero Phytomonas utilizam preferencialmente glicose como fonte de carbono e energia (CHAMOUNT et al., 1994). E como em outros tripanosomatídeos, esse substrato é degradado através da via de Embden-Meyerhof, na qual as primeiras reações ocorrem em uma organela denominada glicossoma (SANCHEZ-MORENO et al., 1992). A mitocôndria de Phytomonas sp não contém um ciclo de Krebs funcional (SANCHEZ-MORENO et al., 1992; CHAMOUNT et al., 1994) e genes que codificam citocromo c oxidase e redutase não foram detectados nos maxicírculos do kDNA (MASLOV et al., 1999; NAWATHEAN; MASLOV, 2000). Contudo, o consumo de oxigênio é inibido por ácido salicil hidroxâmico (SHAM) mostrando a presença de uma ubiquinol-oxigênio oxiredutase, também conhecida como terminal oxidase alternativa (SANCHEZMORENO et al., 1992; VAN HELLEMOND et al., 1998). Phytomonas, juntamente com espécies dos gêneros Herpetomonas, Crithidia, Blastocrithidia e Leptomonas são denominados tripanosomatídeos inferiores (DOLLET, 1994). E esses organismos constituem-se em modelos experimentais úteis que auxiliam na compreensão da biologia, fisiologia e relação parasita hospedeiro de espécies patogênicas ao homem. 9 1.2.2. Caracterização molecular Os tripanosomatídeos apresentam características peculiares em relação a organização e expressão do seu genoma, que está contido no núcleo e na mitocôndria. Em células eucarióticas os genes geralmente, são formados por seqüências alternadas de exons (região codificadora) e introns. A transcrição gênica inicia-se em regiões específicas (promotor) localizadas a montante a região codificante e estende-se até a região terminadora ajusante. Os transcritos primários (pré-RNAs) são processados pela reação de cis-splicing, que remove as seqüências de introns, ligando os exons adjacentes, simultaneamente. Em genes nucleares que codificam para proteínas, o pré-RNAm é adicionalmente processado através da adição de um resíduo de metil guanosina trifosfato (m7Gppp – “cap”) ao primeiro nucleotídeo do transcrito e em seguida uma cauda poli A é inserida, via poliadenilação, em uma região específica da extremidade 3’ (ALBERTS et al., 2002). O genoma dos tripanosomatídeos é organizado em longas unidades policistrônicas, contendo várias cópias em tandem do mesmo gene, ou genes cujas funções são relacionadas ou não, e separados por regiões intergênicas curtas. Com poucas exceções, esses genes não contêm intron (BRINGAUD et al., 1998; revisto por PAYS, 2005). Após a transcrição, os pré-RNAs mensageiros policistrônicos são processados através de duas reações de clivagem, uma associada ao trans-splicing e outra a poliadenilação, que ocorrem na região intergênica e originam RNAm monocistrônicos (Figura 3). O processamento da extremidade 5’ do RNAm ocorre através da reação de trans-splicing. Esse mecanismo envolve a transferência de uma seqüência contendo cerca de 39 nucleotídeos denominada spliced leader (SL) ou mini-exon presente na extremidade 5’ do SL-RNA, um transcrito contendo 100 nucleotídeos para Phytomonas sp (NUNES et al., 1995). Como no cis-splicing, o dinucleotídeo AG, o qual é precedido por um motivo rico em polipirimidina (com cerca de 8 a 25 nucleotídeos), é o sítio aceptor do trans-splicing (HUANG; VAN DER PLOEG, 1991; revisto por LIANG et al., 2003). O mini-exon contém uma modificação na extremidade 5’, com propriedades similares ao “cap” encontrado no RNAm de outros eucariotos, e consiste de um resíduo de 7-metilguanosina seguido pela metilação dos quatro nucleotídeos 10 seguintes (“cap4”: trimetiladenosina-p-2’- m7GpppAmAmCmUm O- metil - -adenosina 7-metil-guanosina-ppp-N6,N6,2’-O-p-2’-O-metilcitosina-p-N3, 2’-O- dimetiluridina) (PERRY et al, 1987). A adição da cauda poliadenilada é essencial para processamento completo do RNAm. Em tripanosomatídeos esse processo está acoplado ao trans-splicing (LEBOWITZ et al., 1993; MATTHEWS et al, 1994) e não há uma seqüência sinal consenso conhecida para poliadenilação. Evidências sugerem que a reação ocorra dentro de uma região curta localizada a montante (cerca de 100 a 400 nucleotídeos) do motivo de polipirimidinas (MATTHEWS et al., 1994). Em T. brucei na maioria dos RNAm, a poliadenilação ocorre em uma posição contendo um ou mais resíduos de adenina localizada entre 80 a 140 nucleotídeos do motivo de polipirimidina (BENZ et al., 2005). As três polimerases clássicas de eucariotos, classificadas de acordo com a resposta a droga α-amanitina já foram identificadas em tripanosomatídeos (HODO; HATCHER, 1986; revisto por PALENCHAR; BELLOFATTO, 2006). A Tabela 5 mostra algumas características associadas às enzimas. Entretanto, poucos promotores de genes que codificam proteínas foram identificados até o momento. Gilinger & Bellofatto (2001) mostraram que a transcrição de genes de SL-RNA de Leptomonas seymouri é dependente de uma RNA polimerase II. Entretanto, vários resultados mostram que a RNA polimerase I e promotores ribossomais podem ser usados para transcrever genes que codificam proteínas em tripanosomatídeos (RUDENKO et al., 1991; ZOMERDIJK et al., 1991; OTSU et al., 1993; TYLERCROSS et al., 1995; BIEBINGER; CLAYTON, 1996; MARTINEZ-CALVILLO et al., 1997; DOWNEY; DONELSON, 1999; GUNZL et al., 2003). 11 Região intergênica a gene 1 A pir b AG SL gene 1 c A pir AAA gene 2 GU AG GU pir gene 2 AG AAA 5’UTR 3’UTR AAA Figura 3: Processamento do RNAm de tripanosomatídeos. (a) Representação esquemática de um transcrito policistrônico contendo os sítios de reconhecimento para trans-splicing (AG), poliadenilação (A) e o trato de polipirimidina (pir). (b) Reação de trans-splicing e poliadenilação. A seqüência do spliced leader (SL) está presente no transcrito SL-RNA (em azul) O diagrama em verde representa a maquinaria envolvida nos processos. (c) Produtos da reação de processamento. O SL e a cauda poli-A (A-A-A) estão representados nas extremidades 5’ e 3’ do RNAm, respectivamente. A região em vermelho representa a seqüência codificante do RNAm e está flanqueada por seqüências não traduzidas (5’ UTR e 3’ UTR). 12 Tabela 5: Classificação das RNAs polimerases de eucariotos de acordo com a resposta a α-amanitina e especificidade da transcrição (revisto por PALENCHAR; BELLOFATTO, 2006). Enzima Produto da transcrição Eucariotos RNA polimerase I RNAr (18S, 28S) Resposta a α-amanitina Tripanosomatídeos RNAr (5.8S,18S, 28S) Resistente VSG-RNAm PARP-RNAm RNA polimerase II RNAm RNAm RNAsn SL-RNA RNA polimerase III RNAsn RNAsn RNAsc RNAt RNAt RNAr (5S) Sensível Moderadamente Resistente RNAr (5S) RNA: ácido ribonucléico; RNAr: RNA ribossomal; RNAm: RNA mensageiro; RNAsn: pequenos RNAs nucleares (RNA small nuclear); RNAsc: pequenos RNAs citoplasmáticos (small cytoplasmic); RNAt: RNA transportador; SL-RNA: spliced leader RNA; VSG: glicoproteína variante de superfície (variant surface glycoprotein); PARP: prociclinas (procyclic acidid repetitive protein); S: Svedberg O kDNA representa cerca de 30% do total de DNA de Phytomonas sp (RIOU et al., 1987) e é constituído por moléculas organizadas em mini (1,45 kb) e maxicírculos (31kb) concatenados (MASLOV et al., 1998). Os maxicírculos da maioria dos tripanosomatídeos apresentam os genes responsáveis pela atividade mitocondrial da célula (SHAPIRO & ENGLUND, 1995). Genes que codificam para várias subunidades de NADH desidrogenase, subunidade 6 de ATPase, RNA ribossomais e várias proteínas de função desconhecidas estão presentes e são ativamente transcritos. Contudo, como mencionado anteriormente, os genes que codificam para citocromo c oxidase e redutase estão ausentes dos maxicírculos de Phytomonas (MASLOV et al., 1999; NAWATHEAN; MASLOV, 13 2000). Alguns pré-RNAm originados a partir dessas moléculas são modificados através de um mecanismo pós-transcricional denominado edição do RNA (NAWATHEAN; MASLOV, 2000). Em tripanosomatídeos esse mecanismo envolve a inserção e, com menor freqüência, a deleção de uridinas em uma determinada posição nos transcritos primários. A especificidade desse processo é controlada por pequenos RNA guias que são codificados pelos minicírculos (STUART et al, 1997). Dessa forma, pode ocorrer a correção da fase de leitura, ou mesmo a criação de uma fase de leitura completa, garantindo a produção de uma proteína funcional (SHAW et al., 1988). Os estudos sobre a biologia molecular de Phytomonas sp têm sido direcionado para taxonomia e identificação das espécies (MARCHÉ et al., 1995; STURM; FERNANDES; CAMPBELL, 1995; FERNANDEZ-BECERRA et al., 1996; TEIXEIRA et al., 1996; HOLLAR; MASLOV, 1997; SERRANO et al., 1999; DOLLET et al., 2000). Dessa forma, poucos genes desses tripanosomatídeos têm sido caracterizados até o momento. Recentemente, Pappas et al., (2005) obtiveram 2190 seqüências nucleotídicas a partir de uma biblioteca de cDNA de P. serpens 10T isolada de tomate. Essas seqüências resultaram em 697 grupamentos sendo 452 singletons (seqüências únicas) e 245 contigs (múltiplas seqüências) que foram categorizadas de acordo com a função baseando-se no banco de dados KOG (eukaryotic orthologous groups). Assim, cerca de 39,6% das seqüências geradas mostraram similaridade às proteínas que participam do processo de tradução e biogênese, bem como na formação dos ribossomas. 1.3. Doença de Chagas T. cruzi, um tripanosomatídeo heteroxênico, é o agente etiológico da Doença de Chagas (CHAGAS, 1909). O parasita pode ser naturalmente transmitido ao homem através de excretas do inseto hematófago infectado (vetor), que pertence à família Reduviidae, subfamília Triatominae (GARCIA; AZAMBUJA, 1991). Outras vias de transmissão são transfusão sangüínea, e com menos freqüência via transmissão congênita, acidentes de laboratório, transplante de órgãos e via oral (SCHMUÑIS, 2000). 14 Durante o ciclo de vida, o parasita sofre alterações morfológicas, ultraestruturais, funcionais e bioquímicas que resultam na diferenciação em duas formas replicativas, epimastigota e amastigota, e uma forma não replicativa e infectiva, os tripomastigotas. No hospedeiro vertebrado os parasitos encontram-se como tripomastigotas (no sangue) ou amastigotas (no interior das células de diversos tecidos), enquanto nos insetos (e também em cultivo acelular) encontramse no tubo digestivo principalmente como epimastigotas ou tripomastigotas metacíclicos (revisto por TYLER; ENGMAN, 2001). A Doença de Chagas caracteriza-se pela existência de uma fase aguda, pouco sintomática e na qual a parasitemia patente é comumente observada. Os casos não tratados geralmente evoluem para a fase crônica, onde a carga parasitária é controlada sem que o microrganismo seja eliminado. Nessa fase, cerca de 30% dos indivíduos infectados desenvolvem patologias que podem se manifestar por insuficiência cardíaca, distúrbios do ritmo e da condução cardíaca ou dilatação do trato digestivo (CUNHA-NETO, 1999). Esses sinais clínicos podem estar associados com a destruição extensiva de neurônios parassimpáticos e do plexo entérico, assim como a degeneração do músculo cardíaco (BRENNER, 1980; TAKLE; SNARY, 1993). Duas hipóteses são propostas para justificar a patogenia na infecção crônica pelo T. cruzi. A primeira defende que a persistência do parasita em locais específicos do hospedeiro infectado resulta em uma reatividade inflamatória crônica. A segunda, que a infecção pelo T. cruzi promove uma resposta inflamatória onde os alvos são os tecidos do hospedeiro e que a permanência in situ do parasita não é necessária para desencadear lesão tecidual (TARLETON, 2001). O papel exato do sistema imune do hospedeiro na patogênese da doença ainda não é compreendido inteiramente. Entretanto, a sua importância na proteção à infecção parasitária é sustentada pela evidência, ao menos em modelos experimentais, de que uma deficiência em respostas imunes celular e/ou humoral a esses parasitas contribuem para o progresso da doença (GRIMALDI; TRESH, 1993; TAKLE; SNARY;1993) Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença de Chagas e leishmanioses continuam como problemas de saúde pública, particularmente na 15 América Latina (GRISARD, 2000; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002). Apesar da importância sócio-econômica dessas doenças infecciosas, os esforços dirigidos para a descoberta de novas substâncias antitripanosomas e/ou vacinas são insuficientes (ENGERS, 1996; CROFT, 1997). Os fármacos atualmente em uso para a doença de Chagas (nifurtimox e benzonidazol) foram desenvolvidos há diversas décadas, apresentam efeitos colaterais sérios e baixa atividade em pacientes imunodeprimidos. Esses fármacos são ativos e indicados na fase aguda da doença (revisto por CROFT et al., 2005), embora o benzonidazol tenha sido eficaz no tratamento de crianças no ínício da fase crônica (SOSA ESTANI et al., 1998). Além disso, a existência de cepas naturalmente resistentes ou que apresentam suscetibilidade variada aos fármacos (FILARDI; BRENER, 1987; MURTA; ROMANHA, 1998) indicam a necessidade urgente para o desenvolvimento de novas substâncias eficazes, baratas e seguras para o tratamento da doença de Chagas. O diagnóstico da doença de Chagas pode ser realizado através da deteccão direta do parasita (microscopia ótica) ou seu DNA (reação em cadeia pela polimerase - PCR) em amostras de sangue do hospedeiro vertebrado; e da detecção indireta através: do xenodiagnóstico, hemocultura e ensaios sorológicos. Contudo, os métodos mais comumente utilizados envolvem a detecção de anticorpos anti-T. cruzi através de reações sorológicas, tais como fixação de complemento, hemaglutinação, ensaios de imunofluorescência, imunoprecipitação e reações imunoenzimáticas (SAEZ-ALQUEZAR, 1997; RABELLO, 1999). Atualmente, a maioria dos testes sorológicos comercialmente disponíveis no Brasil utiliza extratos totais dos parasitas ou frações subcelulares como preparações de antígenos. Nos últimos anos, diversos pesquisadores têm caracterizado antígenos específicos de T. cruzi e vários estudos estão mostrando o potencial desses antígenos para diagnóstico tanto na forma de proteínas recombinantes quando como peptídeos sintéticos (Tabela 6). 16 Tabela 6: Proteínas recombinantes ou peptídeos sintéticos de Trypanosoma cruzi com potencial clínico e epidemiológico. Antígeno Tamanho Diagnóstico/Epidemiológico 1F8 24 Infecções crônicas/controle de cura A13 230 Infecções crônicas e agudas FRASCH et al, 1991 Ag1 205 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 Ag13 85 Infecções crônicas e agudas Ag2 85 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 Ag30 180-225 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 Ag36 85 Infecções crônicas e agudas FRASCH et al, 1991 B12 200-230 Infecções crônicas GRUBER; ZINGALES, 1993 B13 116 -140 Infecções crônicas GRUBER; ZINGALES, 1993; UMEZAWA et al., 1999 CRA 225 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 CRA/FRA Referências FRASCH et al, UMEZAWA et al., 1999 FRASCH et al, UMEZAWA et al., 1999 1991; 1991; Infecções crônicas/ banco de sangue KRIEGER et al., 1992; GOMES et al., 2001; SILVA et al., 2002 cy-hsp 70 70 Infecções crônicas/controle de cura FRASCH et al, 1991; KRAUTZ et al, 1998 FCaBP 24 Infecções crônicas/controle de cura FRASCH et al, 1991 FL-160 160 Infecções crônicas/controle de cura CENTRON et al, 1992 FRA >300 Infecções crônicas FRASCH et al , 1991 H49 >300 Infecções crônicas COTRIM et al UMEZAWA et al., 1999 JL5 38 Formas clínicas cardíacas JL7 >170 Infecções crônicas FRASCH et al, UMEZAWA et al., 1999 1991; JL8 >170 Infecções crônicas FRASCH et al, UMEZAWA et al., 1999 1991; JL9 110 Infecções crônicas e agudas FRASCH et al, 1991 Infecções crônicas e agudas FRASCH et al, 1991 KRAUTZ et al, 1998 MAP 1995; FRASCH et al, 1991 mt-hsp 70 70 Infecções crônicas/controle de cura SA85-1 85 Infecções crônicas SAPA 105-205 Infecções congênitas e agudas FRASCH et al, 1991 srp-hsp 78 78 Infecções crônicas/controle de cura KRAUTZ et al, 1998 CENTRON et al, 1992 17 Continuação da Tabela 6 Tc-24 24 Infecções crônicas/controle de cura KRAUTZ et al, 1995 Tc-28 24 Infecções crônicas/controle de cura ABATE et al, 1993 Tc-40 38-100 Infecções crônicas LESENECHAL, 1997 Tc46 46 Infecções crônicas PEREIRA et al., 2000 Tc58 58 Infecções crônicas PEREIRA et al., 2000 TcD 260 Infecções crônicas e agudas TcE 35 Infecções crônicas HOUGHTON et al, 1999 TCR26 150 - 200 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 TCR39 82 Infecções crônicas FRASCH et al, 1991 BURNS et al, 1992 CRA: antígeno citoplasmático repetitivo; cy-hsp70: proteína de choque térmico citoplasmática de 70 kDa; FCaBP: proteína flagelar ligante de cálcio; FL-160: proteína flagelar de superfície de 160 kDa; FRA: antígeno flagelar repetitivo; grp-hsp78: proteína de choque térmico do retículo endoplasmático de 78 kDa; MAP: proteína associada ao microtúbulo; mt-hsp70: proteína de choque térmico mitocondrial de 70 kDa; SAPA: antígeno shed acute-phase antigen; SA85-1.1: proteína de superfície de 85 kDa; TCNA: Trypanosoma cruzi neuraminidase; TS: trans-sialidase; Tc: Trypanosoma cruzi Os ensaios imunológicos são bastante sensíveis, mas não são suficientemente específicos. Isso ocorre, principalmente, porque as preparações de antígenos empregadas atualmente são derivadas dos extratos do parasita e contêm epitopos que podem ser detectados por anticorpos do soro de pacientes com infecções por outros tripanosomatídeos e bactérias. A inclusão de antígenos recombinantes e de peptídeos sintéticos para o diagnóstico sorológico da infecção por T. cruzi foi um avanço claro em relação à especificidade. Aliado a isso, com o uso de associações de antígenos recombinantes, ou de peptídeos sintéticos ou de antígenos multi-epitopos houve um aumento da sensibilidade desses testes. Todos os produtos descritos, comercialmente disponíveis ou não, têm uma especificidade mais elevada que os testes convencionais, e vários deles requerem menos etapas, portanto, são mais rápidos. Entretanto, é recomendado o uso de uma dessas ferramentas em paralelo com um dos testes convencionais, obtendo assim, a especificidade desejada (obtido por um antígeno recombinante) e a sensibilidade requerida (obtido pelas preparações antigênicas cruas) (DA SILVEIRA et al, 2001). 18 A relação antigênica entre T. cruzi e tripanosomatídeos inferiores tem sido relatado por vários autores (VATTUONE; YANOVSKY, 1971; SOUZA et al., 1974; SANTOS et al., 1975; DE SOUZA et al., 1980; LOPES et al., 1981; MONTEÓN et al., 1997). Recentemente, Breganó et al., (2003) observaram que camundongos BALB/c imunizados com P. serpens e posteriormente desafiados com T. cruzi obtinham proteção parcial, com aumento de sobrevida e parasitemia diminuída. Essa proteção foi dependente da produção de óxido nítrico e foi capaz de reduzir o número de amastigotas no coração dos camundongos infectados. Além disso, a imunização com P. serpens não foi capaz de gerar qualquer tipo de reação inflamatória no tecido cardíaco, como ocorre com a inoculação de proteínas isoladas do T. cruzi (PINGEFILHO et al., 2005). A presença de antígenos comuns entre T. cruzi e P. serpens tinha sido mostrada anteriormente com a utilização de soros de pacientes chagásicos por Graça e Jankevicius (2002). E recentemente, Santos et al., (2006) mostraram que anticorpos policlonais contra cruzipaína de T. cruzi reconhecem, no extrato protéico de P. serpens 9T, dois polipeptídeos de aproximadamente 38 e 40 kDa, sendo este caracterizado como uma cisteína peptidase. Dessa forma, a ocorrência de relação antigênica entre T. cruzi e P. serpens, aliado ao fato de que esses parasitas de vegetais não se desenvolvem a 37 oC (GUTHER et al., 1988), multiplicam-se rapidamente e são facilmente cultivados in vitro (DOLLET, 1984), são lisados pelo sistema complemento e induzem uma resposta imune específica (CARRARA; JANKEVICIUS, 1994) implica em vários aspectos de interesse prático, tais como: obtenção e utilização de antígenos de microrganismos inócuos ao homem para diagnóstico imunológico da doença de Chagas, bem como o desenvolvimento de novas estratégias de imunização contra a infecção pelo T. cruzi. 1.4. Proteínas ligantes de cálcio As células são constantemente expostas a diferentes estímulos ambientais. Respostas a esses sinais são mediadas por vias de sinalização que coordenam 19 diferentes processos envolvidos no crescimento, diferenciação e funcionamento celular. Os componentes desses mecanismos de sinalização podem ser agrupados em moléculas sinalizadoras extracelulares e seus respectivos receptores na superfície celular; moléculas sinalizadoras intracelulares que distribuem o sinal para moléculas efetoras responsáveis pelo processamento específico do estímulo recebido. Em eucariotos, esses circuitos regulatórios envolvem a atividade de proteínas quinases e fosfatases, proteínas que se ligam ao GTP (GTP-binding proteins) e mensageiros secundários (ALBERTS et al., 2002). O íon cálcio (Ca2+) intracelular possui um papel crucial como mensageiro no controle de uma variedade de funções celulares em eucariotos, incluindo contração muscular, secreção de moléculas, divisão e diferenciação celular, transporte de sódio e potássio. A concentração intracelular de Ca2+ de diferentes organismos é bastante baixa quando comparada com o meio extracelular. Prolongado aumento intracelular desse íon pode causar efeitos deletérios, tais como morte celular programada (TRUMP; BEREZESKY, 1995). Assim, a concentração intracelular desse cátion é controlada pela atividade de canais de cálcio, ATPases dependentes de Ca2+ presentes na membrana plasmática ou em membranas de organelas, tais como mitocôndria, retículo endoplasmático e complexo de Golgi (CLAPHAN et al, 1995; MORENO; DOCAMPO, 2003). Uma vez no interior da célula, íons Ca2+ podem interagir com proteínas ligadoras de cálcio ou serem seqüestrados para dentro de organelas, como retículo endoplasmático e mitocôndria. Elevações transientes de cálcio citosólico são sinalizadas através de proteínas moduladoras de cálcio (ROBERTS et al, 1992), dentre as quais a calmodulina (CaM) é a melhor caracterizada. CaM é uma molécula sensora de cálcio multifuncional, que participa de diversos processos celulares, modulando a atividade de diferentes proteínas (LI et al., 2004). Além de ser encontrada em diferentes organismos, é a mais abundante proteína envolvida nos processos mediados por íons Ca2+. A estrutura básica de CaM (Figura 4) é composta por dois domínios globulares conectados por uma extensa α-hélice. Cada domínio globular contém dois motivos EF hand que se ligam ao íon cálcio. Esses motivos consistem em cerca de 29 aminoácidos arranjados em 20 uma estrutura do tipo hélice-alça-hélice e são bastante conservados entre plantas e animais (NATALIE et al., 1989). A porção α-hélice entre os domínios globulares pode estar envolvida em interações da calmodulina com outras moléculas (BABU et al, 1985). N- terminal C- terminal Figura 4: Representação esquemática da estrutura tridimensional de CaM. As setas indicam os motivos EF hand nos domínios globulares da proteína e em verde, os íons cálcio. A estrutura foi determinada através de difração de raios X e preparada com o programa MOLMOL. Fonte: Bouché et al., 2005 As proteínas que compõem a família das EF hands podem ser funcionalmente divididas em dois grandes grupos: moléculas sinalizadoras e moléculas transportadoras/tamponantes. As proteínas sinalizadoras, após a ligação de íons cálcio, sofrem mudanças conformacionais resultando na ligação ou ativação de diferentes proteínas e nesse grupo encontramos a CaM. Várias moléculas alvo de CaM foram caracterizadas em eucariotos, entre elas quinases e fosfatases, proteínas do sistema de transporte de cálcio, proteínas estruturais e fatores transcricionais (ARAZI et al., 1995). A fosforilação de proteínas mediada por CaM é um dos principais mecanismos pelo 21 qual células eucarióticas traduzem sinais extracelulares em respostas intracelulares (TAKEZAWA et al., 1996). Diferentes classes de importantes moléculas associadas aos mecanismos de transdução de sinais encontradas em eucariotos superiores estão ausentes em tripanosomatídeos, tais como: receptores serpentina, proteínas G heterotriméricas, domínios de interação do tipo SH2 e SH3, vários tipos de receptores catalíticos e fatores transcricionais. Entre as moléculas envolvidas nas interações específicas com ligantes extracelulares, apenas receptores catalíticos do tipo adenilato ciclase foram encontrados nesses parasitas. Além disso, várias classes de proteínas quinases e fosfatases também foram detectadas no genoma de T. brucei, T. cruzi e L. major (EL-SAYED et al., 2005) (Figura 5 e Tabela 7). Contudo, pouco é sabido a respeito de moléculas sinalizadoras extracelulares capazes de modificar o comportamento desses parasitas. Tabela 7: Moléculas potencialmente envolvidas em mecanismos de transdução de sinal em tripanosomatídeos. Fonte: PARSONS; RUBEN, 2000. Moléculas Função Reguladores e efetores modulados por cAMP Diferenciação celular Reguladores e efetores modulados por Ca2+ Invasão das células do hospedeiro Morte celular Inositol fosfato e fosfatidilinositol fosfato Via desconhecida Domínios PH Via desconhecida Quinases da fase de mitose e reguladores Controle do ciclo celular Proteína-quinases estágio-específicas Via desconhecida Alvos de proteínas quinases (fosfoproteínas) Via desconhecida Fosfatases Controle do ciclo celular Proteínas de choque térmico Diferenciação celular Chaperoninas 22 Canais de Ca2+ PtdIns Adenilato ciclase Receptor serpentina Receptor catalítico Receptor ligante MB ProteínaG trimérica PIK PIPLC PDE Domínio PH cAMP Ca 2+ Domínios SH2, SH3 RAS PKA InsP Quinases solúveis CaBPs Estoque intracelular Ca2+ Quinaseassociada ao receptor Fatores transcricionais Fosfoproteínas Núcleo Fosfatases Figura 5: Diagrama simplificado de sinalização celular. PDE: cAMP fosfodiesterase; PIK: fosfotidilinositol quinase; PIPLC: fosfatidilinositídio fosfolipase C; PKA: proteina quinase dependente de cAMP; Ptdlns: fosfatidilinositol; SH2, região 2 homóloga a SRC. Setas pontilhadas e caixas verdes escuro indicam componentes ausentes. Setas contínuas e caixas verdes claro indicam componentes e conexões conhecidas. Fonte: adaptado de PARSONS; RUBEN (2000). Os íons Ca2+ também são utilizados como a principal molécula sinalizadora em uma variedade de protozoários parasitas como T. cruzi, T. brucei, Leishmania spp., Plasmodium spp, Toxoplasma gondii, Cryptosporidium parvum, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Trichomonas vaginalis (MORENO; DOCAMPO, 2003). 23 Em tripanosomatídeos sistemas de transporte de cálcio, tais como canais de cálcio e ATPases dependentes de Ca2+ estão presentes nas membranas, plasmática e mitocondrial, e retículo endoplasmático. Além disso, esses protozoários apresentam uma organela altamente especializada contendo cálcio, polifosfatos e outros cátions, denominada acidocalcissoma. O armazenamento de cálcio em compartimentos é de grande importância para a propagação de sinais em tripanosomatídeos parasitas, já que o citoplasma do hospedeiro vertebrado possui baixos níveis desse íon (revisto por DOCAMPO, MORENO, 1999; MIRANDA et al., 2005). Esses íons desempenham um papel regulatório importante em tripanosomatídeos, tais como coordenação dos eventos do ciclo celular de T. brucei (WU et al., 1994), diferenciação celular de L. donovani (MORROW et al., 1981), movimento flagelar em C. oncopelti (HOLWILL; MCGREGOR, 1975), transporte de cálcio em membrana mitocondrial (DOCAMPO; VERCESI 1989), e atividades de cAMP fosfodiesterase dependente de calmodulina e cálcio (TÉLLEZ-IÑÓN et al., 1985), proteína kinase (PKC) (GÓMEZ et al., 1989) e ATPase (Ca2+-Mg2+) (BENAIM et al., 1991). E em T. cruzi, a elevação de Ca2+ intracelular é importante durante a multiplicação e diferenciação celular (LAMMEL et al., 1996) e requerida para invasão das células do hospedeiro pelas formas infectivas (MORENO et al., 1994; DOCAMPO; MORENO, 1996). Proteínas ligantes de Ca2+ têm sido detectadas em tripanosomatídeos (Tabela 8) (ENGMAN et al., 1989; LEE et al., 1990; CHUNG; SWINDLE, 1990; OGUETA et al., 1994; WU et al., 1994; PORCEL et al., 1996; FLAWIÁ et al., 1997; MALDONADO et al., 1997; BENAIM et al., 1998; FERREIRA et al., 2004). Muitas dessas proteínas têm sido localizadas no flagelo, uma organela importante nos mecanismos de sinalização celular mediados por Ca2+ nesses organismos (ENGMAN et al., 1989; WU et al., 1994; PORCEL et al., 1996; MALDONADO et al., 1997; GODSEL; RIDGLEY et al., 2000; BUCHANAN et al., 2005). Uma proteína ligante de Ca2+ (FCaBP – “flagellar calcium-binding protein”) foi detectada no flagelo de T. cruzi (ENGMAN et al., 1989) e de outros tripanosomatídeos (PORCEL et al., 1996; MALDONADO et al., 1997). A proteína de T. cruzi apresenta uma massa molecular estimada de 24 kDa (ENGMAN et al., 24 1989), é altamente imunogênica e tem sido utilizada como antígeno para reações de imunodiagnóstico (GODSEL et al., 1995) e controle de cura da doença de Chagas (KRAUTZ et al., 1995). Tabela 8: Exemplos de proteínas ligantes de cálcio em protozoários parasitas. Protozoa Nome Número de Acesso* CaM M96551 Sinalização celular FcaBP D87512 Desconhecida Calreticulina AF107115 Armazenamento de cálcio/ imunógeno/ processamento de glicoproteínas Leishmania major CaM AL445944 Sinalização celular L. donovani Calreticulina U49191 Armazenamento de cálcio CaM X56511 Sinalização celular Calflagina U06644 Desconhecida T. brucei gambiense CaM K02944 Sinalização celular P. falciparum CaM AE014950 Sinalização celular T. gondii CaM Y06376 Sinalização celular C. parvum CaM AQ842812* Sinalização celular EhCaBP M84155 Grainina 1 e 2 AF085196/AF082530 G. lamblia CaM AF359239 Sinalização Celular T. vaginalis CaM U38756 Sinalização Celular T. cruzi T. brucei E. histolytica Função Desconhecida/citoplasmática * Seqüência depositada no banco de dados GenBank. Fonte: MORENO; DOCAMPO, 2003. Como em outros organismos, várias dessas proteínas ligantes de Ca2+ podem modular a atividade de outras proteínas, entre elas encontra-se a calmodulina (CHUNG; SWINDLE, 1990; OGUETA et al., 1994; FLAWIÁ et al., 1997; BENAIM et 25 al., 1998). A concentração intracelular de CaM em tripanosomatídeos é bastante alta, variando entre 5 μM e 20 μM nas espécies de Leishmania e Trypanosoma analisadas (KAUR; RUBEN, 1994; BENAIM, 1996; BENAIM et al., 1998). Em T. brucei foram descritos três genes, denominados A, B e C, que codificam para CaM. Eles estão distribuídos em dois loci, contendo três e quatro unidades, e são ativamente transcritos gerando um RNAm de aproximadamente 0,8 kb (TSCHUDI et al., 1985; TSCHUDI; ULLU, 1988). Em T. cruzi foram descritas duas famílias de calmodulina, CalA (5 genes) e CalB (3 genes), cujos genes geram transcritos de aproximadamente 1,6 e 1,1 kb. Como em T. brucei, esses genes estão presentes em dois loci no genoma do parasita e cada locus contém representantes, em tandem e alternados, de cada família (CHUNG; SWINDLE, 1990). A análise da seqüência de aminoácidos mostrou uma única substituição na posição 109 entre CaM de T. cruzi (presença de um resíduo de valina) e T. brucei (presença de um resíduo de isoleucina) (CHUNG; SWINDLE, 1990). Entretanto, quando comparada com a seqüência de CaM bovina, TcCaM e TbCaM apresentam 18 e 19 substituições de aminoácidos, respectivamente (BENAIM et al., 1998). Sítios de fosforilação também foram detectados na seqüência de CaM dos tripanosomatídeos e esses se constituem de nove resíduos de serina e nove treoninas (TSCHUDI et al, 1985; CHUNG; SWINDLE, 1990). Dessa forma, o padrão de fosforilação de CaM desses parasitas difere daquele obtido para CaM bovina, que contém 4 resíduos de serina e 12 resíduos de treonina. Essas diferenças sugerem que CaM pode contribuir para interações moleculares ou vias de sinalização distintas no parasita (BENAIM et al., 1998). Como mencionado em outros eucariotos, efeitos mediados por CaM são realizados principalmente através da ativação de quinases multifuncionais que fosforilam substratos distintos. Nesse sentido, OGUETTA et al, 1994 descreveram a presença de uma proteína quinase dependente de calmodulina em formas epimatigotas de T. cruzi. Essa proteína estava presente em frações do axonema, sugerindo um papel importante no movimento flagelar. Ridgley et al., (2000) mostraram a presença de CaM no flagelo de T. brucei e também sugerem uma função no movimento flagelar do parasita. Além dessa importância, CaM também pode estar envolvida na diferenciação celular uma vez 26 que proteínas ligadoras de calmodulina são expressas diferencialmente durante as formas evolutivas do T. cruzi presentes no hospedeiro vertebrado (ORR et al, 1992). Nesse sentido, Lammel et al., (1996) mostraram que a incubação de formas epimastigotas de T. cruzi com homogenato intestinal de Triatoma infestans induz a um aumento na concentração intracelular de Ca2+. Esse aumento não foi afetado pela presença de (EGTA) no meio de incubação, contudo a depleção extracelular de íons Ca2+ promoveu inibição do crescimento de formas epimastigotas. Por sua vez, inibidores de calmodulina foram capazes de bloquear a metaciclogênese do parasita. E finalmente, clomipramina, um fármaco com atividade antidepressiva, antitripanotiona redutase e anti-calmodulina foi capaz de aumentar a sobrevida de camundongos Swiss infectados com T. cruzi (RIVAROLA et al., 2005). Como mencionado anteriormente, os protozoários da família Trypanosomatidae possuem uma relação antigênica entre si. Dentre diversas proteínas de P. serpens que podem estar envolvidas nesta relação antigênica, foi verificada, através de uma análise proteômica, a presença de uma proteína com similaridade a calmodulina de alguns organismos, dentre eles Phytophtora infestans, T. cruzi e T. brucei. Até o momento, não há relato na literatura a respeito de CaM em Phytomonas sp. Dessa forma, a caracterização do gene que codifica para calmodulina em P. serpens pode fornecer subsídios para o melhor entendimento da fisiologia do parasita. Além disso, pode ser útil na investigação dos mecanismos envolvidos na proteção conferida por P. serpens à infecção causada pelo T. cruzi, detectada em estudos anteriores. E assim, permitirá a realização de estudos que conduzam a produção de antígenos úteis para o desenvolvimento de testes diagnósticos e imunoprofilaxia. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ABATE T, ROSENBERG M, ALDAO RR, SLEZYNGER TC. 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Yamada-Ogatta) 43 Abstract Species of the genus Phytomonas, in the family Trypanosomatidae, can parasitize the phloem, laticiferous tubes, fruits and seeds of some plant families with a wide geographic distribution and of great economic importance. Calmodulin is a universal Ca2+-binding protein which can regulate the activity of various proteins, and in P. serpens no relevant information about this protein has yet been described. In this study, a 450-bp DNA fragment corresponding to the coding sequence of calmodulin of P. serpens 15T (camP) was cloned and sequenced. The nucleotide sequence of this fragment showed similarity to the calmodulin gene of various organisms. camP encodes an acidic polypeptide (pI 4.0) with an estimated molecular weight of 16.8 kD. Southern blot analysis, using P. serpens chromosomes separated by pulsed-field gel electrophoresis, indicated that this gene is present on two different chromosomes. Northern blot analyses using total and polyA+ RNA fractions of the flagellate detected two transcripts. In addition, we raised a polyclonal antiserum against the recombinant protein, and the antibodies recognized a protein with an estimated molecular weight of 17 kD in log-phase promastigote extracts. It was also demonstrated that recombinant CAMP retains its calciumbinding capacity. Keywords: Phytomonas serpens, Calmodulin, Calcium-binding protein. 44 1. Introduction The family Trypanosomatidae is composed of obligatory parasitic species of a wide range of animals, plants and insects [47]. Members of this family are causative agents of important vector-borne human diseases, such as Chagas’ disease (American trypanosomiasis), sleeping sickness (African trypanosomiasis) and leishmaniasis. The genus Phytomonas has been arbitrarily proposed to include all plant trypanosomatids [16]. Promastigote forms of these flagellates have been found in the phloem of trees, tubes of laticiferous plants, mature fruits and seeds of several families of plants with a wide geographic distribution. In fruits and laticiferous plants, they apparently are harmless organisms, but phloem-restricted isolates can cause lethal diseases in plants of great economic importance, such as coconut, oil palm, coffee and cassava [9]. These flagellates are transmitted to their plant hosts by the saliva of phytophagous hemipterans during feeding [21,24]. Calcium íons (Ca2+) are used as signaling molecules in a diverse range of eukaryotic cells, including members of the family Trypanosomatidae, such as T. cruzi, T. brucei and Leishmania spp. [31]. Cell viability requires perfect functioning of the mechanisms involved in the control of Ca2+ homeostasis, and the disruption of these can lead to cell death [45]. Increased intracellular Ca2+ concentration in various parasitic protozoa is known to be involved in the invasion of host cells, which is crucial for maintaining their life cycles [10,28,29,32]. In addition, Ca2+ signaling is thought to be involved in T. cruzi growth and differentiation [26]. In these parasites, responses to changes in intracellular levels of Ca2+ are modulated by calcium–binding proteins. Several Ca2+-binding proteins have been reported in trypanosomatids [4,12,18,30,34,37,46,48], and various are located in the flagellum of the parasite [8,18,30,37,48], an important organelle with many functions such as motility, chemotaxis, nutrition and cell signaling. The activity of these proteins can be divided in two major groups including proteins with direct Ca2+ activation enzyme activity [14] or those that can modulate the activity of other proteins [34,38]. In the latter group, calmodulin, a universal Ca2+-binding protein which can regulate the activity of various proteins, is the best studied. Although several Ca2+-binding proteins have been detected in trypanosomatids, very little is known about the function of most proteins. In addition, in P. serpens no relevant information about calmodulin has yet been described. Until this study, Maldonado et al. [30] detected by Southern blot analysis the homolog genes of 24-kD flagellar Ca2+-binding 45 proteins of T. cruzi in genomes of other trypanosmatids, including P. serpens. In addition, the sequencing of expressed sequence tags (ESTs) from P. serpens 10T showed the presence of EST with similarity to calmodulin of T. cruzi [35]. Taking these findings into consideration, we decided to clone the orthologous gene in P. serpens 15T, and we describe here the characterization of the calmodulin gene (named calmP) of this plant flagellate. The function of the protein remains to be elucidated. 2. Materials and Methods 2.1. Reagents The reagents used in this study were obtained from the following companies. Applied Biosystems (Foster City, USA): Big Dye® Terminator v.3.1 Cycle Sequencing Kit. Difco (New Jersey, USA): D-glucose, KCl, NaCl, peptone, tryptone, and yeast extract. Invitrogen-Gibco (N.Y, USA): AccuPrime Taq DNA polymerase, BenchMark Protein Ladder, boric acid, dNTPs, EDTA (ethylenediaminetetraacetic acid), isopropyl-β-Dthiogalactopyranoside (IPTG), mouse monoclonal anti-His, Nick Translation System, oligonucleotide primers, Tris base, and 0.24-9.5 kb RNA Ladder. Promega (Wisconsin, USA): phosphatase alkaline-conjugated anti-human IgG, and RQ1 DNase. Qiagen Inc. (Valencia, USA): Oligotex mRNA kit, pQE30 expression vector, and RNAeasy mini kit. Sigma Chemical Co. (St Louis, USA): agarose, Calcon, ethidium bromide, Freud’s complete adjuvant, hemin, nitroblue tetrazolium, phosphatase alkaline–conjugated anti-mouse IgG, Pulse Marker, and 5-bromo-4chloro-3-indozyl phosphate. Stratagene (La Jolla, USA): pBluescript® II KS+. 2.2. Microorganism P. serpens 15 T was isolated from Solanum lycopersicum in Londrina, Paraná, Brazil [23]. Promastigote forms of the flagellate were maintained at 28 oC in GYPMI medium [21]. Escherichia coli TOP10F’ (Invitrogen-Gibco) was used as the host for subcloning and plasmid purification. E. coli M15 (Qiagen Inc.) was used for expression and purification of recombinant CaMP. 2.3. Nucleic acid isolation and analysis Genomic DNA and total RNA were extracted from log-phase promastigote cultures (1 x 1010 cells/ml). Total RNA fraction was prepared using the RNAeasy mini kit and was treated with RQ1 DNAse (RNase free) for 1 h. PolyA+ mRNA was extracted by using an 46 Oligotex mRNA kit. Northern blot analysis (5-10 μg RNA per slot) was performed with denaturing agarose gels [27]. Total DNA was extracted following procedures described previously [20]. Total chromosomal DNA (1 x 107 flagellates) was separated by pulsed-field gel electrophoresis (running conditions: pulses of 90 s and 150 s for 50 h at 150 V) in a LKB 2015 Pusaphor System apparatus (GE Healthcare Life Sciences) with 1.2% agarose gels and 0.5X TBE buffer. The coding region of camP was radiolabeled (32P) by nick translation using Nick Translation System. Nucleic acids were blotted onto Hybond N membranes (GE Healthcare Life Sciences) and hybridized for 12 h with the probe under high stringency conditions, as described elsewhere [40]. 2.4. Cloning and sequencing of calmP gene Calmodulin coding sequence was amplified by PCR using AccuPrime Taq polymerase, total DNA from P. serpens 15T and the oligonucleotide primers CAMPF (5’– CGCGGATCCATGGCTGATCAGCTCTCTAAC-3’) and CAMPR (5’- CGCAAGCTTCTACTTGCTCATCATCATCTT-3’). These oligonucleotides were designed based on the calmodulin coding sequence of P. serpens strain 10T (GenBank/EMBL databases acession number: GI:58333643). In addition, EcoRI and HindIII restriction sites were added at the 5’ and 3’ ends of the PCR product, respectively. The amplified gene sequence was inserted into the EcoRI/HindIII sites of pBluescript® II KS+. The insert was sequenced with 3100 Genetic Analyzer (Applied Biosystems, Foster City, USA) using Big Dye® Terminator v.3.1 Cycle Sequencing Kit. Sequence analysis was performed with the University of Wisconsin GCG software package [15]. Search for homologies in the GenBank/EMBL databases was carried out with the Blast algorithm [1]. The deduced amino acid sequence was analyzed using Pfam database - Protein families database of alignments and HMMs [3]. 2.5. Expression of calmP in E. coli and protein purification The coding region of calmP cloned in pBluescript KS+ vector was digested with EcoRI and HindIII, and the resulting fragment was inserted into pQE30 expression vector. Positive clones were selected by PCR and transformed in E. coli M15 strain. Expression was induced by adding IPTG to a final concentration of 1.0 mM to log-phase cultures incubated at 37 oC. The protein was purified on a Ni2+-nitrilotriacetic acid column with the Qiaexpressionist procedure (Qiagen Inc.), under non denaturing conditions, following the 47 manufacturer’s instructions. The concentration of the recombinant protein was determined by the Bradford assay [6]. 2.6. Calcium binding assay The recombinant protein was incubated with 0.1 M CaCl2 at 28 oC for 30 min, and the solution was loaded onto a Ni2+-nitrilotriacetic acid column. The concentration of Ca2+ ion in the effluent was assayed by complex-forming titrations using Calcon as indicator. The CaCl2 solution, under the same conditions except for the addition of recombinant protein, was used as control. This assay was carried out in duplicate on two different occasions. 2.7. Production of immune sera and Western blot analysis Balb/c mice were inoculated weekly with 10 μg of recombinant CALMP in Freud’s complete adjuvant. The animals received 4 weekly intradermic inoculations, and serum was obtained after 1 week the last boost. For immunoblotting, P. serpens 15T protein extracts were prepared by resuspension of the washed flagellates (final concentrations of 1 x 108) in SDS-PAGE sample buffer [25]. Parasite protein extracts and purified recombinant CAMP were separated by electrophoresis in 15% SDS-polyacrylamide gels and electrotransferred onto Hybond-C membranes (GE Healthcare Life Sciences) according to standard procedures [44]. The membranes were blocked by incubation in 5% skim milk powder in PBS (150 mM NaCl, 10 mM Tris–HCl, pH 8.0) containing 0.05% Tween-20. The blots were probed using 1: 5,000 dilution of mouse monoclonal anti-His and 1: 40 dilution of mouse polyclonal antirecombinant protein. Bound antibodies were detected with 1: 7,000 dilution of phosphatase alkaline–conjugated anti-mouse IgG and developed with 5-bromo-4-chloro-3-indoxyl phosphate and nitroblue tetrazolium. 3. Results and Discussion 3.1. Cloning and sequence analysis of calmP gene of P. serpens 15T The PCR-product obtained from genomic DNA of P. serpens 15T was approximately 450 bp (data not shown). The nucleotide sequence of this fragment showed similarity to the calmodulin gene of various organisms, including T. brucei and T. cruzi. These results indicate that the cloned PCR product corresponds to the open reading frame of calmodulin from P. serpens 15T, so we named it calmP. The nucleotide sequence of this gene was deposited at the GenBank under acession number DQ503481. 48 Calmodulin, a highly conserved and ubiquitous Ca2+-binding protein, is the most prominent Ca2+ transducer in eukaryotes, regulating the activity of several proteins with diverse functions [11]. This protein has been identified in several trypanosomatids [4,12,19,34,46], and has been shown to have a role in cellular differentiation and motility [26,34,38]. Overall, calmodulin is a small acidic protein (16 to 18 kD) with two globular domains connected with a long flexible helix. Each globular domain contains two or more helix-loophelix motifs (EF hand) intimately linked, and each motif binds a single molecule of Ca2+. There are two primary classes of EF hand protein: the sensor proteins which transduce Ca2+ signals and the buffering/transport proteins which participate in Ca2+ homeostasis. In the sensor proteins, like calmodulin, ion-binding induces an open conformational change resulting in the exposure of hydrophobic patches which interact with target proteins. On the other hand, members of the second class remain in a tight conformation upon Ca2+-binding [33]. The sequence of calmP encodes a putative acidic polypeptide (pI 4.0) with an estimated molecular weight of 16.8 kD. As shown in Fig. 1A, four EF hand motifs were found in the deduced amino acid sequence of the polypeptide encoded by calmP gene. The alignment of various calmodulin sequences (Fig. 1B) showed that the P. serpens 15T encoded polypeptide displayed high amino acid identity to homolog proteins of P. serpens 10T (96.7%) [35], T. cruzi CL strain (96%) [17] and L. major (95%) [22]. CALMP contains 5 amino acid substitution, as compared with the homologous protein from P. serpens 10T, and these can be attributed to strain polymorphism of the nucleotide sequences. The NetPhos 2.0 server [5] found nine potential phosphorylation sites in CALMP, including six serine (S), two threonine (T) and one tyrosine (Y) amino acid residues. Calmodulin amino acid sequence of T. cruzi contains nine serine residues which can be the sites for protein-serine/threonine kinase mediated phosphorylation [4]. Calmodulin phosphorylation is known to affect protein function induced by a conformational change [42]. However, more investigations are needed to demonstrate whether this protein can be phosphorylated and how it affects the physiology of P. serpens. A search in the "DAS" Transmembrane Prediction server [13] showed no membrane-targeted signal, suggesting a cytoplasmic localization. Also, no other particular features on analysis of the amino acid sequence of CALMP were identified. 3.2. Genomic localization of CaMP and analysis of calmP transcript 49 By using pulsed-field gel electrophoresis it is possible to separate intact chromosomes of trypanosomatids species, which lack of condensed chromosomes during cell division. These species have highly plastic genomes with considerable size variation of chromosomal bands [2]. Southern blot analysis of chromosomal DNA of P. serpens 15T showed that camP gene is located on a high molecular mass chromosomal band (Fig. 2). In order to investigate whether camP is transcribed, we carried out a Northern blot analysis with total RNA and polyA+ RNA fractions of the exponentially growing promastigotes. Two transcripts of around 1.0 kb and 2.0 kb were found in both RNA fractions (Fig. 3). These results suggest that there are two families of calmodulin gene as is the case for other Trypanosomatidae members. The genome of T. cruzi possesses two families of calmodulin genes, CalA (five units) and CalB (three units), also localized in two chromosomes. Each calmodulin locus consists of alternating tandem arrays of CalA and CalB genes, and two transcripts can also be detected in polyA+ RNA fractions [12]. In T. brucei, calmodulin is encoded by a small family of tandemly repeated genes consisting of three to four units localized in two chromosomal loci. All members of this family are actively expressed [46]. Another possible explanation for these findings is likely that the higher-molecularweight RNA possesses larger untranslated regions. As we know, the trypanosomatid genome is organized into long polycistronic units and post-transcriptionally modified to produce mature mRNA. Despite their common primary transcription, individual genes can show different expression patterns, and the untranslated regions of their mRNA molecules are thought to be involved in this regulation [43]. 3.3. Expression of calmP in P. serpens 15T We also investigated whether calmP is translated in P. serpens. Beforehand, we expressed calmP in E. coli using pQE30 vector. The resulting construction was used to produce recombinant protein containing a six-histidine tail at the amino-terminal end. This feature is used to purify the protein by chromatography on nickel columns. A small quantity of CALMP partitioned to the soluble fraction of the bacterial lysate after sonication, and was then purified under non-denaturing conditions. The recombinant protein was confirmed by Western blot analysis using anti-His monoclonal antibodies (data not shown). The 50 recombinant CALMP was used as antigen to obtain polyclonal antisera and in Ca2+-binding assay. The capacity of CALMP to bind to Ca2+ was determined by a complex-forming titration method. This assay is based on the ability of EDTA to form a complex with Ca2+ present in the solution, and the calculated concentration of CALMP-ligated calcium was found to be 0.95 M per mg of protein. The polyclonal antiserum raised against recombinant protein was used to determine whether mRNA encoding CALMP was translated. Western blot analysis of log-phase promastigotes with this antiserum recognized a protein with an estimated molecular weight of 17 kD, corresponding to the expected molecular weight of CALMP (Fig. 4). In this study we showed that CALMP displays high similarity in amino acid sequence to calmodulin from T. cruzi, suggesting that both share similar functions. As mentioned, the homolog proteins in other trypanosomatids are thought to be involved in many relevant functions, such as cell differentiation and motility [34,38]. Calmodulin inhibitors, such as clomipramine, have trypanocidal effects and are able to prevent the development of the chronic phase in mice infected with T. cruzi [39]. In addition, it was demonstrated that antigens of P. serpens were strongly recognized by human sera from patient with Chagas´ disease and induced protective immunity in Balb/c mice [7]. This protection could be dependent upon enhanced nitric oxide production during the acute phase of T. cruzi infection [36]. Moreover, recently, anti-cruzipain polyclonal antibodies were shown to recognise two polypeptides of P. serpens [41]. Therefore, the occurrence of a biochemical pathway common to both trypanosomatids can be exploited to detect relevant targets for chemotherapy and immunoprophylaxis of the diseases caused by these parasites. On the other hand, there is no effective chemotherapy against Phytomonas sp diseases, and calmodulin could be used as a target for new developments in this area, although much work is needed to confirm this. In view of this, we can use P. serpens as a biological model because it is a non-pathogenic trypanosomatid and is more readily cultivated in axenic conditions. Further studies are warranted to understand the biological significance of this protein, and such investigations are currently underway in our laboratory. Acknowledgement We thank Paulo Rodrigo Claure Arauco for help in camP nucleotide sequencing. We also thank Dr. Albert Leyva for reading this manuscript. This work was supported by grants from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 51 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Pronex-Fundação Araucária and Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação (PROPPG) of Universidade Estadual de Londrina (UEL). This work is part of T.A.C.B.S. M.Sc. manuscript. References [1] S.F. Altschul, T.L. Madden, A.A. Schäffer, J. Zhang, Z. Zhang, W. Miller, D.J. Lipman, Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of protein database search programs, Nucleic Acids Res. 25 (1997) 3389–3402. [2] S. Aymerich, S. Goldenberg, The karyotype of Trypanosoma cruzi Dm28c: comparison with other T. cruzi strains and trypanosomatids, Exp. Parasitol. 69 (1989) 107-115. [3] A. Bateman, L. Coin, R. Durbin, R.D. Finn, V. Hollich, S. Griffiths-Jones, A. Khanna, M. Marshall, S. Moxon, E.L. Sonnhammer, D.J. Studholme, C. Yeats, S.R. Eddy, The Pfam protein families database, Nucleic Acids Res. 32 (2004) D138-D141. [4] G. Benaim, V. Cervino, A. Villalobo, Comparative phosphorylation of calmodulin from trypanosomatids and bovine brain by calmodulin-binding protein kinases, Comp. Biochem. Physiol. C Pharmacol. Toxicol. Endocrinol. 120 (1998) 57-65. [5] N. Blom, S. Gammeltoft, S. 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T....................DM...........V............................ T D... P. serpens 10T ... T....................DM........... I............................ T D... T. cruzi Fig. 1. (A) Deduced amino acid sequence of P. serpens 15T CAMP. Boxes indicate the putative EF-hand Ca2+-binding loop. The potential phosphorylation sites are highlighted in bold. The underlined residues indicate the amino acids differences between CAMP and the homolog proteins of P. serpens 10T and T.cruzi, and are showed in (B). 58 Fig. 2. Genomic localization of the gene encoding CAMP of P. serpens 15T. Pulsed-field gel electrophoresis of P. serpens 15T chromosomes blotted onto nylon membranes and hybridized with the specific probe. Size markers are Saccharomyces cerevisiae chromosomes (Pulse Marker) and are indicated in kb at the left. 59 a b 9,49 7,46 4,40 2,37 1,35 0,24 Fig. 3. Northern blot analysis of RNA extracted from promastigotes forms of P. serpens 15T. (a) 5 μg/ml of poliA+ and (b) 10 μg/ml of total RNA fractions were separated in agarose gel containing formaldehyde, blotted onto nylon membranes, and hybridized with the specific probe. The positions of RNA Ladder size standards are indicated in kb at the left. 60 Fig. 4. Western blot analysis of P. serpens 15T CAMP. E. coli M15 extracts from uninduced cells (a), purified recombinant protein (b), and crude extract of promastigotes forms of P. serpens 15T (c) were subjected to SDS-PAGE, electrotransfered onto nitrocellulose membranes and incubated with the polyclonal antiserum (1:40) raised against the recombinant protein. The arrow indicates the calmodulin protein. Positions of molecular mass standards (BenchMark Protein Ladder) in kD are shown at the left.