3 2 1 Que fenómenos / situações estão a provocar a destruição da floresta Amazónica? Fotografias captadas via satélite permitiram constatar que os proprietários das terras, agricultores e madeireiros queimaram e cortaram grandes extensões, um recorde de 26.130 km² de bosques tropicais em 12 meses, até Agosto de 2004, segundo o Ministério do Ambiente do Brasil. Deste modo, e segundo estes dados, a destruição foi quase 6% maior do que no mesmo período em 2003, quando foram destruídos 24.600 km². As associações ambientalistas já se manifestaram surpreendidas com o novo balanço, apresentado um ano depois de o governo brasileiro ter anunciado um pacote de medidas de 140 milhões de dólares para combater a destruição. O cultivo de campos agrícolas e a expansão de empreendimentos turísticos estão a destruir grande parte da Amazónia. Até 2004, as autoridades brasileiras deram conta do desaparecimento de 20 por cento da floresta, mas as organizações ambientalistas temem que a área afectada continue a subir, caso o Governo brasileiro não tome medidas de prevenção. O pulmão do mundo está cada vez mais débil. Na floresta da Amazónia a área destruída não pára de aumentar, na sua maioria graças à plantação de campos de soja e à criação de gado na zona da Alta Floresta, em Mato Grosso. Só no último ano, a exportação de soja trouxe lucros na ordem dos 10 mil milhões de dólares, números que atraem os agricultores e que os levam a ocupar áreas verdes para ganhar dinheiro à custa da plantação de soja. A situação está a revoltar as organizações ambientalistas que acusam o Governo de ficar de braços cruzados. “Mato Grosso foi o Estado que mais destruiu florestas na Amazónia. O Governo Federal também tem a sua grande parcela de culpa. O plano do Governo tinha um ambicioso projecto de conter o desmatamento através da identificação imediata da destruição da floresta. O Governo não agiu e não deteve nada”, criticou Paulo Adario, coordenador da Greenpeace na Amazónia. Em Março de 2004, o Governo brasileiro criou o programa ambiental "Ibama" com o objectivo de vigiar todas as áreas protegidas da floresta amazónica, mas segundo um relatório da Greenpeace, só três dos 19 postos de vigia receberam apoio financeiro do Governo e apenas três funcionários vigiam uma área total de 56 mil quilómetros quadrados. Segundo o Governo brasileiro, a taxa de desflorestação na Amazónia já atingiu os 20 por cento, depois dos recordes de destruição atingidos entre 2003 e 2004. No espaço de um ano desapareceram mais de 26 mil metros quadrados de floresta, com impacto e consequências graves para a estabilidade do habitat da Amazónia Os problemas vêm de longa data e a cada dia ficam mais intensos. Segundo dados oficiais, da época do descobrimento do Brasil até 1978 os desmatamentos na Amazônia tinham atingido cerca de 15,3 milhões de hectares. Dez anos depois, a área total de devastação chegava a 37, 8 milhões de hectares. Ou seja, ocorreu um aumento de mais de 22 milhões de hectares de florestas devastadas, o que corresponde a uma área maior do que a destruída em toda a história da região até 1978. No entanto, a destruição da floresta continuou desenfreada e, em 1990, a área desmatada detectada já era de quase 41,5 milhões de hectares. Firme e cada vez mais forte, o desmatamento continua atualmente atingindo cerca de 2 milhões de hectares por ano. Animais e vegetais sofrem com esse processo ameaçador e covarde: várias espécies não existem mais e outras tantas brigam contra o processo de extinção, quase inevitável... Quais as consequências para o mundo da desflorestação da Amazónia Não é segredo que a Amazónia é um dos mais preciosos patrimónios naturais da Terra e que a sua preservação é da maior importância para o equilíbrio ambiental do nosso planeta. O problema é que muita gente se esquece deste facto. Só nos últimos 50 anos foram destruídos mais de 800 mil quilómetros quadrados de floresta e a devastação continua. Fenómenos como El Niño e o aumento das queimadas (que alteram o regime normal das chuvas) têm contribuido para o agravamento da situação. Com uma diversidade animal e vegetal levada ao extremo, a Amazónia luta também contra a extinção de algumas das suas espécies, provocada pela exploração desordenada, o desflorestamento, a caça predatória e a venda ilegal de animais. Por outro lado, a alta rendibilidade da extracção madeireira, a pecuária e a agroindústria explicam porque a eliminação dos subsídios não surtiu efeito sobre o aumento da taxa de desmatamento. Para combater o desaparecimento de uma floresta virgem cuja superfície é equivalente à da Europa Central é urgente ir além das palavras. É fundamental a definição de uma política coesa e articulada entre governos e sociedade civil. A Amazónia guarda maravilhas naturais de valor inestimável (das quais apenas lhe mostramos uma pequeníssima parte nas páginas que se seguem) e impõe a todos nós um grande desafio: o de evitar que o chamado “pulmão do mundo” seja afectado por um cancro sem tratamento possível. As consequências da desflorestação não se resumem ao enfraquecimento da relação entre vida animal e vegetal. O aquecimento global do planeta e a diminuição da biodiversidade são outros efeitos da destruição dos espaços florestais. A intervenção humana pode causar rapidamente a destruição das florestas. Com a desflorestação de grandes áreas é praticamente impossível recolocar as mesmas espécies acabando por originar zonas de ervas e de vegetação de baixo porte, e eventualmente, terras áridas.A destruição das florestas tropicais tem-se tornado um assunto de particular preocupação devido à potencial perda de várias espécies de plantas e animais, que habitam as florestas tropicais de todo o mundo. Embora estas florestas cubram apenas 7% da Terra, elas contêm, pelo menos, metade das espécies de animais e plantas, muitas das quais ainda nem sequer foram identificadas.A desflorestação em larga escala contribui ainda para a emissão de CO2 para a atmosfera (cerca de 10 a 30% por ano). Este é um dos principais gases de estufa envolvidos no aquecimento global do planeta. Por outro lado, as florestas em crescimento removem o CO2 da atmosfera, fixando-o nas árvores e no solo. Por exemplo, as vastas áreas florestais da Sibéria, que cobrem uma área do tamanho dos EUA, contêm cerca de metade do CO2, relativamente à floresta amazónica. O corte de várias áreas de floresta tropical reduz a quantidade de CO2 que é reciclado para a atmosfera. Assim, inadvertidamente, as actividades humanas estão a associar-se para aumentar a acumulação de gases captadores de calor. Para além disso, a destruição de florestas – que leva, em muitos casos, à expansão de zonas urbanas e de desertos áridos e erodidos – também modifica a superfície terrestre, e assim afecta o clima ao alterar as quantidades de energia solar que são absorvidas e reflectidas. Ainda estamos a tempo de evitar? Uma exploração cuidada, uma exploração sustentável da madeira aparece como uma das alternativas mais apoiadas e relativamente benigna.Talvez essa seja a única maneira de não transformar a Amazónia num imenso deserto de solos degradados e miséria.Finalmente, parece que o senso começou a entrar na cabeça de muitas pessoas.Especialmente de pessoas que resolveram, de alguma maneira, participar em campanhas que apoiam a causa quase perdida destas florestas.Todos nos podemos ajudar nesta campanha pela conservação das florestas. Quer através de apoios financeiros a organizações como a The Rainforest Action Network, quer pressionando as autoridades e participando em campanhas que tenham em vista a preservação das florestas, ou simplesmente através de um simples boicote. Porque não substituir as madeiras exocticas usadas em mobiliário, tábuas ou contraplacados e obtidas pelo abate de milhões de árvores numa floresta onde elas são tão necessárias, por outras madeiras, mais comuns e, quem sabe, mais baratas?Não pense que, por na Europa não existirem florestas tropicais, estas não são necessárias. E que você, por não morar perto de alguma, é incapaz de contribuir para a sua preservação.Porque somos responsáveis pelos erros que cometemos, e para que mais tarde esses erros não se transformem na perdição dos nossos descendentes, não podemos ficar parados. De que modo podemos contribuir para que tal desastre não ocorra? Hoje há consenso de que a defesa da região e do país cabe não só aos militares como a todo o povo brasileiro. Assim, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica procuram fortalecer a presença militar na fronteira da Amazónia brasileira (Projecto Calha Norte) e, ao mesmo tempo, começam a pôr em prática uma estratégia de resistência que envolve a participação da sociedade civil.Com esse objectivo foram realizados recentemente dois simpósios sobre "Estratégia de Resistência e Mobilização da Vontade Nacional em Defesa da Amazônia" , em Boa Vista e em Manaus. O terceiro simpósio será dentro em breve, em Belém. Participam desses simpósios representantes da sociedade civil e oficiais generais das três armas, inclusive o Comandante Militar da Amazónia, Gen. Valdésio Guilherme de Figueiredo. As soluções para combater a desflorestação incluem, por exemplo: devastar em igual proporção ao crescimento; conservar as plantas e animais das florestas tropicais, através da protecção dos habitats; investir na reflorestação de modo a criar novas fontes de madeira e reabilitar as áreas florestais degradadas. Trabalho realizado : Rafael Resende Nº 11ºD Ricardo Neves Nº17 11ºD Ricardo Pina Nº18 11ºD Tiago Rodrigues Nº21 11ºD