Prof. Dr. Mauro Parolin
Bioma TAIGA
TAIGA
A Taiga, também conhecida como floresta de coníferas ou floresta boreal, localiza-se
exclusivamente no Hemisfério Norte, encontra-se em regiões de clima frio e com pouca
humidade. Distribui-se ao longo de uma faixa situada entre os 50 e 60 graus de latitude
Norte e abrange áreas da América do Norte, Europa e Ásia.
Temperatura e Precipitação nos Principais
Biomas
A vegetação é pouco diversificada devido às baixas temperaturas registadas (a
água do solo encontra-se congelada), sendo constituída sobretudo por coníferas abetos (como o Abeto do Norte) e pinheiros (como o Pinheiro silvestre), cujas folhas
aciculares e cobertas por uma película cerosa, as ajuda a conservar a umidade e o
calor durante a estação fria. Outra conífera que também pode aparecer é o Larício
europeu de folha caduca - Lárice. Em certas condições também podem aparecer
Bétulas e Faias pretas.
Larício
Faia preta
Betula
As florestas boreais demoram muito tempo a
crescer e há pouca vegetação rasteira.
Aparecem no entanto, musgos, líquens e
alguns arbustos. As árvores demonstram a
existência de adaptações ao meio.
Sendo de folha persistente, conservam,
quando a temperatura baixa, a energia
necessária à produção de novas folhas e
assim que a luz solar aumenta, podem
começar de imediato a realizar a
fotossíntese.
Embora haja precipitação, o solo gela
durante durante os meses de Inverno e as
raízes das plantas não conseguem água.
A adaptação das folhas à forma de agulhas
limita, então, a perda de água, por
transpiração. Também a forma cónica das
árvores da Taiga contribui para evitar a
acumulação da neve e a subseqüente
destruição de ramos e folhas.
Os animais aqui existentes são alces, renas,
veados, ursos, lobos, raposas, linces,
arminhos, martas, esquilos, morcegos,
coelhos, lebres e aves diversas como por
exemplo pica-paus e falcões.
Os charcos e pântanos que surgem no Verão
constituem um ótimo local para a procriação
de uma grande variedade de insetos. Muitas
aves migradoras vêm até à Taiga para
nidificar e alimentar-se desses insetos Tal
como na Tundra, não aparecem répteis
devido aos grandes frios.
Muitos animais, sobretudo aves, migram para
climas mais quentes assim que a temperatura
começa a baixar. Outros ficam, encontrandose adaptados através das penas, pêlos e
peles espessas que os protegem do frio. Por
vezes adaptam-se à mudança de estação
através da mudança de cor das suas penas
ou pêlos. A pele do arminho, por exemplo,
muda de castanho escuro para branco, no
Inverno, contribuindo assim para ajudar o
animal a camuflar-se e a proteger-se dos seus
predadores.
A zona boreal propriamente dita começa no ponto em que o clima se torna muito
desfavorável para as espécies decíduas latifoliadas, ou seja, onde os verões ficam
muito curtos e os invernos muito longos.
Variações do clima frio dentro dessa zona condicionados pela proximidade ou não
do oceano.
As florestas de coníferas da América do Norte e na Ásia Oriental contêm uma grande
quantidade de espécies diferentes, ao passo que aquelas da região Euro-Siberiana contêm
pouquíssimas espécies diferentes.
Picea mariana (Miller)
Europa Setentrional, é típica a floresta de abetos-vermelhos conhecida como taiga, que
ocorre em solos podzólicos com uma camada de húmus bruto, horizonte eluvial
descorado e horizonte B compacto.
A serrapilheira
formada pelos abetosvermelhos (förna) não se decompõe
rapidamente e situa-se acima do horizonte
A0 que consiste numa massa orgânica de
rizomas e raízes entrelaçadas dos arbustos
anões, e também de micélios fungicos.
À parte do estrato arbóreo das florestas de abetos-vermelhos, podem estar presentes um
estrato herbáceo e um denso estrato de musgo.
vaccinium myrtillus
Vaccinium itis-idaea
Nos lugares em que o lençol freático esta elevado, acumula-se maior quantidade de húmus
bruto e forma-se turfa, que, por sua vez, provoca a formação de pântanos elevados, onde, a
princípio, no estrato de musgo, predomina Polytrichum, que mais tarde é desalojado pelo
musgo-de-turfeira (Sphagnum).
Polytrichum
Sphagnum
Se estiver presente um lençol freático fluente e bem
oxigenado, as florestas de abeto-vermelho são
substituídas por florestas de planície alunvial.
Além das florestas de abeto-vermelho, a proporção de pinheirais (Pineta) na zona boreal é
sempre muito alta, com a espécie Pinus sylvestris fazendo recuar o abeto nos “habitats”
áridos. O estrato herbáceo dessas florestas esparsas consiste em urze (Colluna vulgaris) e
arandeiros, além de outras espécies.
Após os incêndios florestais, que podem ser causados por relâmpagos, as superfícies
queimadas, no começo, são colonizadas pelo pinheiro, mesmo se o “habitat” for de um
tipo normalmente favorável ao abeto-vermelho. Nesses lugares queimados, sugem
misturas das espécies
Molinia coerulea, Calamagrostis epigeios ou Pteridium
aquilinum, que aparecem na ordem em que foram mencionadas de acordo com o
aumento da secura do “habitat”.
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