Amazónia É a maior floresta tropical do planeta, funde-se com o maior rio da terra, é recortada por uma gigantesca malha de 1100 rios e divide-se entre nove países – Brasil, Venezuela, Perú, Bolívia, Colômbia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. custa a crer, mas é mesmo assim... ou, a bem da verdade, bem mais impressionante que as palavras O O nome Amazonas nasce no século XVI, com Francisco Orelhana, conquistador espanhol que foi em busca do Eldorado e... encontrou o Amazonas. Partiu do Perú, perdeu-se depois naquele intrincado labirinto de rios, até que, algures, ele e os seus homens se defrontaram com uma tribo de mulheres guerreiras. Um índio que fazia parte da expedição foi feito prisioneiro mas, mais tarde, conseguiu escapar, regressando com histórias fabulosas sobre essas mulheres: contou que viviam no meio da selva, onde os homens só entravam quando elas precisavam de companhia masculina para as suas noites de prazer. Orelhana baptizou então o rio de Amazonas, em honra desta tribo de mulheres aguerridas. É um mundo de água, uma selva impenetrável, inacessível: uma lenda. Desde sempre misteriosa e imensa, a Amazónia despertou a curiosidade e a ganância de exploradores, aventureiros, missionários, contrabandistas, cientistas e estudiosos. Só se deveria falar da Amazónia pela positiva: o lugar é tão bonito, tão fantástico, tão desconhecido... Mas o homem, na sua insensatez, está a destruir um património único. Comecemos então pela desgraça para, depois, com calma, descobrirmos as belezas desta soberba região que – não pode ser mesmo por acaso – tem a sua maior área no Brasil. A desf lorestação avança a um ritmo intenso, e corresponde já a mais de 350 mil quilómetros quadrados: são 20 hectares Na Amazónia, números (às vezes incertos) desafiam a imaginação: existem mais de 300 espécies de árvores diferentes por hectare; 524 tipos de mamíferos; 517 espécies de anfíbios; 2.500 espécies de aves; mais de 2.500 espécies de árvores; 3.000 tipos de peixes, e outros tantos para classificar (na Europa são apenas conhecidas 200 espécies de peixes de água doce); 468 de répteis; e milhões de espécies de insectos (só borboletas são 1.200). Na selva, ostenta records quase inimagináveis: árvores com 60 metros de altura; violetas de 7,5 metros de altura; aranhas do tamanho de caranguejos; o maior roedor do mundo, a capivara, que chega a pesar 100 kg; peixes, como o pirarucu, que pode atingir os 2,5 metros, e pesar mais 150 kg; aqui vive a maior cobra do mundo, a sucuri, conhecida internacionalmente por anaconda, e que pode atingir os 15 metros de comprimento. O peixe-boi, o maior mamífero da Amazónia, pode chegar aos 500 quilos; formigas que chegam a medir mais de três cêntimetros... Amazónia poderia fornecer um litro de água a cada habitante do planeta. De Julho a Novembro, os rios vão baixando de volume, deixando aparecer nos seus leitos um sem número de praias f luviais. Na época das cheias, os rios podem subir mais de 10 metros, o que sucede entre Dezembro a Junho. Com uma largura média de 4 a 5 quilómetros – com pontos em que ultrapassa os 15 quilómetros de largura entre as margens –, causou uma impressão tão forte no conquistador Vicente Pinzon, que este o classificou de "Mar Dulce". destruídos por minuto, o que já originou o desaparecimento de várias espécies animais e de plantas, muitas delas sem terem sido sequer identificadas. Calcula-se que um quinto da f loresta já tenha sido destruída. E só há poucos anos é que a comunidade inernacional se começou a preocupar e a sensibilizar com esta devastação desenfreada... No Brasil, a Amazónia abrange os Estados do Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Rondónia, Pará, Roraima, Tocantis e o oeste do Maranhão e tem um quinto de toda a reserva de água doce da terra. É formada por mais de 6,2 milhões de quilómetros quadrados, e apenas a área brasileira concentra um território equivalente a 15 países europeus. Dos vinte maiores rios do mundo, dez estão na Amazónia, e o Amazonas é, desde 1994, considerado o maior rio do mundo, não apenas em volume, mas também em extensão, destronando o até então reconhecido como o maior rio do mundo, o Nilo dos faraós. Com 6.868 quilómetros de extensão desde a sua nascente, nos Andes peruanos, até ao Oceano Atlântico – sendo 3.600 em território brasileiro –, e com uma profundidade média de quase 100 metros, tem um volume de água gigantesco: em apenas 28 segundos A viagem de avião, desde Fortaleza até Manaus, demora tanto como de Lisboa a Fortaleza: seis horas e meia. Sobrevoam-se as praias cearenses. A celebérrima Jericoacoara avista-se do ar. Mais adiante, já no estado do Maranhão, deslumbramo-nos com a visão do imenso deserto brasileiro, os Lençóis Maranhenses, mar de dunas salpicadas por azulíneas lagoas. A primeira escala é em S. Luis. Segue-se-lhe Belém do Pará. Começa então a sobrevoar-se a Amazónia. A última escala será Santarém. É curioso, emocionante mesmo, ouvir nomes portugueses de locais tão pequenos e em lugares tão longínquos: Alter do Chão, Porto de Mós, Santarém... – ali, no estado do Pará, são muitas as cidades e vilas com nomes trazidos de Portugal. Com Belém já para trás, começa a água, muita água. De cima, parece um imenso puzzle em que pedaços de terra são recortados ao acaso pelas águas do rio. Os rios Negro e Solimões correm agora lado, a lado, cada um com a sua cor, sem que as águas se misturem, a não ser bem mais à frente, no chamado "Encontro das Águas". O rio é negro, as águas escuras, impenetráveis à vista. O dominicano Gaspar de Carvajal, que acompanhava a expedição de Orelhana, escreveu acerca deste rio: "vimos uma boca de rio grande à nossa mão esquerda, que entrava no rio que nós navegávamos. Era negro como tinta, e por isso lhe demos o nome de Rio Negro”. Este fenómemo resulta de uma curiosidade química, pelo facto das nascentes carboníferas e dos ácidos se desprenderem das inúmeras folhas decompostas – isto faz com que não haja proliferação de mosquitos. Nos outros lugares da Amazónia, a quantidade de mosquitos torna o turismo impossível. O escritor Tom Sterling, autor do livro A Amazónia, recorda o dia em que foi obrigado a usar uma touca de banho para proteger a sua careca das picadas. "O efeito é cumulativo – escreve. Uma picada perturba, cinco são torturantes, dez enlouquecem, e mais de vinte deixam a pessoa incerta e quase indiferente à sobrevivência. Por mais amor que se tenha à natureza, não há bucolismo que aguente". Saímos pela manhã do hotel Tropical de Manaus. Entramos numa chalana, barco típico da Amazónia – tem algumas semelhanças com os antigos cacilheiros do Tejo –, de dois andares e todo construído em madeira. Navegamos nas águas escuras do Rio Negro, em direcção ao hotel Ariaú. A viagem é tranquila, lenta. Conforme avançamos, as margens vão ficando mais distantes, fazendo com que o volume das águas pareça cada vez maior. Perto de duas horas e meia depois, por entre denso arvoredo, avistam-se as torres circulares do hotel. A cada braçada de rio que se avança, o lodge torna-se mais presente, surpreendente, emergindo da f loresta com a sua estranha arquitectura. A primeira sensação é a de que entrámos no Adventureland da Disney, ou num cenário de um filme da série Indiana Jones. Equilibrado em palafitas, a 20 metros do solo (medida observada durante a época da seca) o Ariaú Amazon Towers é ligado por um sistema de passadeiras com 8 quilómertos de comprimento, entre pontes, torres, decks e casas – bungalows – construídas em cima das árvores. A ideia de fazer este hotel surgiu de uma conversa entre Jacques Cousteau e Francisco Ritta Bernardino, aquando da estadia do célebre explorador na Amazónia. Estávamos em 1982, e Cousteau achava que a construção de um hotel no meio da selva seria um desafio, além de que, pensava, com o virar do milénio o mundo começaria a preocupar-se com a preservação do meio ambiente e a devastação da f loresta. Visionário... Ritta Bernardino, que possuía terras naquela região, pegou na sugestão de Cousteau e, em 1987, inaugurou o hotel. E com tanto sucesso que, hoje, personalidades mundiais e estrelas brasileiras visitam regularmente o Ariaú: Bill Clinton, Arnold Schwarzenegger, Bill Gates, a rainha Sílvia da Suécia, Steven Spielberg, Kevin Costner, o rei Juan Carlos, Van Damme ou Helmut Kohl são apenas alguns nomes. Actualmente com 288 quartos (entre quartos, suites – localizados nas torres – e casas do Tarzan, tudo construído integralmente em madeira), o empreendimento já serviu de cenário para filmes, como Anaconda, ou para a série Survivor australiana, cuja produção, há dois anos atrás, alugou o hotel inteiro durante três meses. O Ariaú tem ainda 2 piscinas – pequenas –, duas torres de observação com 41 metros de altura, um auditório panorâmico, restaurantes, um bar, um cyber café e lojas de conveniência. Amazónia Os hóspedes alojam-se no hotel em regime de pensão completa: as refeições são no restaurante buffett, e são compostas por diversos pratos que incluem vários tipos de carnes, aves e peixes da região, massas, feijão, arroz, sopa, saladas, pães, sumos e frutas exóticas da Amazônia, doces e sobremesas regionais. O peixe é, como não poderia deixar de ser, a base da alimentação por ali. O tambaqui, por exemplo, é servido assado ou em caldeirada; o pirarucu – um dos maiores peixes de água doce e que pode atingir 2,5 metros de comprimento, e conhecido como o bacalhau da região pelo processo de conservação em que se utiliza o sal –, também pode ser servido assado ou em postas (durante séculos, os indígenas lixavam as suas unhas com as escamas deste peixe); há também o tucunaré, o jaraqui, matrinchã, surubim, pacu... uma lista infindável de peixes com nomes doces, mágicos, e de sabores irresistíveis. Para acompanhar as refeições, o ideal são os sumos de frutas regionais, que também servem de base para os doces, geleias e gelados de sabores deliciosos e bem diferentes: cupuaçu, graviola, taperebá, buriti, guaraná... O hotel apresenta diversos tipos de quartos. Alguns, como os standard, não dispõem de ar-condicionado, apenas de ventoinha. As suites, por seu lado, estão localizadas nos topos das torres. A suite Paz Mundial, por exemplo, localizada no último andar da Torre 1, é das que oferece melhores vistas. A suite Divina, no topo da Torre 5, e a Cósmica, instalada no último piso da Torre 6, possuem varandas com uma vista panorâmica de 360º... fantásticas! Mas as Casas do Tarzan são a opção mais condizente com o ambiente e, sem dúvida absolutamente nenhuma, as mais agradáveis e diferentes. Todas estão instaladas no topo de gigantescas árvores, a mais de 20 metros do chão – algumas mesmo chegam aos 40 metros de altura! E atingem-se subindo inclinadas escadas de madeira interrompidas aqui e ali por decks ou patamares, também em madeira, onde uma rede ou banco convidam à contemplação, à leitura ou ao descanso. Algumas oferecem ainda pequenas piscinas de fibra de vidro nos decks. No total são oito, e todas levam nomes: Discovery, Globo, Caras, Escala, Presidencial, Beatrix, Survivor, e Folha de São Paulo. A casa do Tarzan Folha de São Paulo é a maior, e é constituída por 4 andares. No térreo, uma sala com mesa e cadeiras. Dali parte uma passadeira que leva a uma piscina mínima. No primeiro andar, uma sala de jogos com mesa de snooker, ping-pong e tabuleiro de xadrez. No segundo, um quarto com 2 camas de solteiro, cozinha com mini-frigorífico, micro-ondas e lava-louças. E no último andar, outro quarto, este com cama de casal e banheira de hidromassagem. Todas as Casas de Tarzan têm televisão com antena parabólica, ar-condicionado, ventoinha, fax, computador com acesso à internet e redes nas varandas – algumas dispõem de banheira nos quartos de banho, outras apenas de duche: são estas as mordomias dos "tarzans da vida moderna". Das oito Casas do Tarzan, as duas únicas totalmente construídas sobre as copas das árvores são a Escala e a Globo. E foi a primeira que nos coube. Lembramo-nos imediatamente do Robinson Suiço, romance de Johann Wyss publicado em 1812 e adaptado para filme em 1960 por Walt Disney com o nome de O Robinson dos Mares do Sul – aliás, um dos países do Parque Disney em Paris, o Adventureland, tem uma casa instalda numa árvore a 27 metros de altura, a Cabana de Robinson. No alto de uma árvore com 40 metros – apesar da sua altura não ser tão evidente devido à construção das passarelas – é uma verdadeira casa na árvore. Sobem-se três lanços de escadas interrompidos por outros tantos patamares. Ao chegar ao topo, entre uma imensa e frondosa ramagem num deck com duas redes, uma mesa e cadeiras, uma casinha de madeira: a "casa na árvore" que toda a criança sonha ter! As portas (tem duas), devem estar sempre fechadas, mesmo quando se está na varanda, para evitar que os macacos entrem dentro do quarto: é que eles roubam o que vêem, e fazem uma autêntica bagunça. Lá dentro, janelas corridas a meia altura em todas as paredes, menos na que dá para a casa-de-banho. Abertos os cortinados, feitos à maneira indígena e com material local, tem-se a sensação de que as árvores querem entrar, mostrar-se, falar, acolher-nos na sua hospitalidade natural – aliás, num dos cantos do quarto, um tronco irrompe abruptamente do chão, tortuosamente, saindo depois, veloz, altivo, por uma das paredes. A casa de banho é pequena, mas vale a vista. Começou a cair uma chuvada, daquelas bem tropicais. O barulho da passarada, que é imenso, sossega com a chuva. Descemos para o almoço. Continua a chover. Muito. É assim por aqui, dizem-nos. Nada de mais. Perto das quatro da tarde saímos numa canoa motorizada, grande, comprida: vai começar a primeira verdadeira incursão à natureza amazónica.Quem nos acompanhou durante toda a estadia foi o guia Levir, 25 anos, há cinco a trabalhar ali – até aí trabalhava na lavoura –, e Fábio, 18, pescador, e que desde há um ano conduz os turistas do Ariaú nos seus passeios de canoa por um labirinto de "estradas f luviais". Ali, as estradas são um sem fim de lagos, rios e igarapés (pequenos rios) que entram repentinamente pela cerrada f loresta dentro, surgem depois vindos de uma margem que parece fechada, alargamse mais adiante em verdadeiros lagos – quase mares –, e se afastam e dividem depois, rápidos, como numa brincadeira de crianças, correndo para um lado e outro, escondendo-se na mata, galgando margens, desaparecendo no horizonte, enfim, que aqui e ali é bem próximo de nós. Amazónia O rio é escuro e limpo. E pensar que por baixo destas águas, deste rio aparentemente calmo, às vezes até bucólico, existe uma f loresta submersa, uma densa rede de raizes e árvores, uma vida voraz, com animais perigosos como as imensas sucuris, jacarés, piranhas, candirus... A chuva parou. O calor é húmido. Só se vê água e verde, muito verde, o verde das árvores que margeiam o rio. O tempo parece correr lento, como o rio. A primeira paragem é num sítio que pertence ao Ariaú e que funciona como uma espécie de orfanato/dispensário de animais: tem antas, capivaras, pacas, emas... Seguimos depois pelos igarapés, num labirinto de água e árvores que nascem bem no fundo do rio. Passamos por outro barco, também do hotel, com um grupo de portugueses em completo alvoroço: tinham acabado de ver uma cobra, uma sucuri, com cerca de 2 metros. Nada de novo, diz-nos Levir. Fábio sorri suavemente. Passeamos até ao entardecer por aquele imenso "mar doce", de correnteza lenta. Não se vêem animais em profusão, como se pode ver num safari africano. Embora a Amazónia possua uma quantidade imensa de animais – uma das faunas mais rica do planeta –, é mais velada, os animais estão escondidos, camuf lados no interior da quase impenetrável vegetação, ou nas profundezas dos rios. Estamos mesmo no meio da selva, da natureza em estado puro, intocada e implacável. A Amazónia é diferente de África. Aqui sentese bem mais fortemente o peso da natureza. Tudo aqui é imenso, poderoso, imprevisível: a altura das árvores, o volume das águas, a diversidade das espécies, o céu... À noite, ao jantar, ao Levir juntaram-se outros dois guias. Os seus nomes? Jonh Wayne e Aladino!, estamos no Brasil, sem dúvida! Fora a quantidade inestimável da flora e fauna por catalogar, existem tribos índias que vivem em lugares inacessíveis, e que nunca tiveram contacto com o homem branco. O rio amazonas tem mais de mil afluentes. na época das O dia amanheceu sem chuva mas cinzento. O barulho dos pássaros é ensurdecedor. Também se ouvem macacos: talvez sejam os macacos-gritadores, que projectam a sua voz a uma distância de quase três quilómetros. Enquanto se toma um banho nas alturas, a f loresta parece querer invadir-nos, tal a sua proximidade. Macacos-de-cheiro passeiam do lado de fora, observando os nossos movimentos. Começa a chegar uma "vizinhança curiosa". Aproxima-se das janelas. Um macaco-aranha espreita através dos vidros. Um bichopreguiça move-se lentamente nos ramos da nossa árvore: pendurado por um braço, o corpo pendente, imóvel, parece cheias, as águas avançam nas margens da floresta, atingindo, em alguns lugares, quase a altura da copa das árvores pensar se valerá a pena tomar a decisão de mover o outro braço para sair daquela posição. Estes lânguidos herbíveros nunca, nunca se apressam. Os seus movimentos parecem realizar-se em câmara lenta. Oito e meia da manhã. Saímos do hotel. Levir atendeu o meu pedido de querer ver uma cobra sucuri, (anaconda). Levou-nos então até uns casebres ribeirinhos, onde Pedro, um caboclo, guarda uma sucuri com mais de 4 metros. É a versão amazónica de um animal de estimação. É outra realidade, e fantástica. Seguimos depois até Acajatuba, um vilarejo ribeirinho. A primeira paragem é numa loja onde o proprietário tem fotos de uma imensa sucuri – 15 metros! – que engoliu um caboclo. Outra foto mostra o homem, já cadáver, dentro da cobra com a barriga aberta. O barco que faz o percurso entre a cidade e Acajatuba só ali vai duas vezes por semana. Por isso, quem tiver de ir a Manaus tem de pernoitar no barco até ao dia do regresso. Mas o barco serve também para trazer provisões. E é o proprietário da chalana que anota e entrega, depois, as encomendas aos nativos. O entretém ali são três balizas colocadas ao lado umas das outras (para homens, mulheres e crianças, apesar de serem mais usadas pelos homens e rapazes) para a marcação de penalties. Fazem-se torneios, apostas e, claro, festas. Dizem que, às vezes, os torneios duram até às seis da manhã. Hoje o prémio é uma grade de cerveja. Pode ser um porco, um boi, uma tartaruga, até mesmo reais, dizem. Enquanto ouvimos a narração daquele popular divertimento, o céu é cruzado por casais de belas araras – é curioso que estes pássaros são absolutamente fiéis na sua união, e voam sempre juntos. De volta para o almoço mais uma daquelas cargas de água a valer. A Amazónia é assim! À tarde, a ideia era... pescar piranhas. Há, dizem, pelo menos oito espécies diferentes de piranhas mas, como dizem também, são basicamente todas piranhas. Ou seja, cuidado! A pesca da piranha é obviamente um tour para turista. A coisa não tem assim nada de interesssante, para além do facto de que é uma tarde divertida. Cada pessoa tem uma pequena cana, rústica, coloca o isco no anzol, e espera depois que a piranha caia no engodo. Cada vez que isso acontece é uma festa, claro, mas é muito aconselhável que apenas os guias retirem a piranha do anzol e a devolvam ao rio. Não é fácil retirá-la do anzol e só eles têm a experiência e o conhecimento para o fazer sem problemas – a mordidela do pequeno peixe pode ser brutal. De regresso ao Ariaú cruzamo-nos com uma pequena piroga a remos com três homens. Um pede-nos boleia para tentar vender peixe no hotel. Enquanto fala, os outros riem-se, timidamente, Amazónia e gracejam connosco sobre as piranhas e as sucuris. São pescadores?, perguntamos ingenuamente. Encolhem os ombros, que sim, que não. A conversa corre sem pressas, sem tema, sem tempo. Mas compassadamente, no agradável ritmo da vontade e da necessidade: como as suas vidas. Trazem também uma carabina. Pra caçar capivara, tutu... afastamonos, depois, acenando. Ao fim da tarde fomos dar um passeio pelas passadeiras e pontes que cruzem o lodge para o conhecer um pouco melhor. No meio das passarelas, uma estranha estrutura: uma pirâmide de ferro e acrílico, que contrasta em forma e conteúdo com a paisagem que a rodeia. Obrigados a tirar os sapatos, aberta a porta baixa, depare-se-nos um espaço para meditar. O som dos pássaros ou o silêncio da selva, lá fora, é substituído por uma relaxante música. Esclarecem-nos mais tarde que na Pirâmide – assim se chama a estranha construção –, se realizam sessões de meditação com técnicas de neurolinguística, de concentração e imaginação, utilizando as sete cores do arco íris, e, no final, uma concentração nas técnicas hinduístas do Pranayama. Bem perto da pirâmide, um deck com quase 20 metros quadrados tem pintado no chão um enorme oito deitado – símbolo do infinito – com frases de boas-vindas em diversos idiomas. Espera silenciosamente a chegada de algum ovni... que até hoje não chegou. Mesmo, mesmo no finalzinho da tarde, não pode perder o fantástico espectáculo que é assistir ao pôr-do-sol do alto da torre de observação, 41 metros acima do rio Negro. Único. À hora de jantar, e a caminho do restaurante, começamos a ser "torpedeados" por nuvens negras de insectos, imparáveis, implacáveis – se aceita um conselho, nunca, mas mesmo nunca, vista roupa clara à noite. São milhares, aparecem em bandos ou isolados. Lembramo-nos imediatamente das palavras de Sterling... ou da bíblica praga dos gafanhotos. Perguntamos ao Aladino a razão desta praga: estão pedindo chuva, responde sorrindo. Na verdade, está uma noite estrelada, linda. Porquê mais chuva? Após o jantar saímos para um dos programas nocturnos mais apreciado, a focagem dos jacarés. A noite está mesmo incrível. O céu imenso, límpido, completamente decorado por estrelas, a Via Láctea tão visível, Marte a brilhar com uma cor laranja forte... O silêncio é perfeito. Só se ouve o ronronar suave do motor do barco. Nada mais. Tudo parece parado, como um imenso cenário negro iluminado aqui e ali pela luz da lanterna que Fábio acende, a espaços, sentado na proa da canoa, apontando ora para um lado, ora para o outro, como se de um farol se tratasse. Nas águas escuríssimas, também a espaços, os olhos dos jacarés como pequenas bolas luminosas. Aproximamo-nos suavemente de uma margem, motor desligado, embalados apenas pela corrente que nos conduz. De repente, para nossa surpresa e susto, Fábio mergulha de cabeça, de um salto, sem avisos, naquelas águas negras, escuras e perigosas. Descontraído, ágil, como se estivesse a mergulhar numa elegante piscina de um qualquer luxuoso hotel num radioso e claro dia de sol. Assim, simplesmente. A ideia, explicam-nos depois, era apanhar um jacaré. Não conseguiu dessa vez e subiu de novo para a canoa. Mais à frente novo mergulho. Emerge então com um pequeno jacaré com cerca de dois anos e dentes aguçados. Após uma breve explicação sobre os hábitos deste animal, é atirado de novo à água. Estava feita a focagem do jacaré, mas o passeio não se ficava por aí. Continuamos a percorrer as águas tranquilas do rio Negro. O silêncio só é quebrado pelo barulho da selva, pelo som de animais sem nome, pela vida que parece intensificar-se noite dentro. Nas margens, um sem fim de pirilampos parece querer competir com as estrelas do céu. Não há como não nos entregarmos à contemplação desta noite inesquecível! O dia amanheceu azul. Uma arara vermelha passeia-se no tronco da árvore próxima da janela da casa de banho. Papagueia, baixa a cabeça, vira-a na nossa direcção, anda calmamente pelo galho, de um lado para o outro, pára depois. Parece bem disposta. E completamente segura, sem medo. Saímos cedo para passar uma manhã bem no meio da selva. As águas pareciam um imenso espelho, ref lectindo as árvores das margens e as nuvens brancas do céu. De repente, na margem do rio, um imenso casarão – pelo menos assim nos pareceu, habituados a ver as modestas casas ribeirinhas dos caboclos. Aproximamo-nos. Um edifício branco, uma casa-fazenda com capela e de ar desabitado. O barco pára. Levir conta que esta terra, agora uma reserva (Terra Verde), pertence a Ritta Bernardino, e é a antiga fazenda S. Francisco, com 11 mil hectares – são 80 km até à cidade de Manacapuru Foram os jesuítas os primeiros a descobrir os remédios feitos com plantas pelos pajés. E foram eles que revelaram ao mundo ocidental a riqueza e o acervo das plantas da Amazónia. A Europa, nesta época (1616) dispunha de cerca de 100 remédios para tratar de todos os males. A farmácia dos índios tinha, já nessa altura, mais de 3 mil espécies de plantas, ervas, folhas e raízes para fabricarem os seus produtos. Muitos dos segredos, passados de geração em geração pelos pajés, sobrevivem ainda hoje no maior silêncio – antiga propriedade de um Barão da Borracha. Há uns tempos, continua Levir, um sócio polaco, que vivia na Casa Grande, foi-se embora porque não aguentou porque havia "muitos fantasmas". Aproveitamos o embalo da conversa, no remanso tranquilo das águas paradas do rio, para prolongar a conversa. Perguntamos-lhe sobre o Mapinguari, de que pouco sabemos. Mas a ideia romântica que dele fazemos é a de uma espécie de Yeti amazónico – que nos perdoem os especialistas. Levir descreve então este misterioso animal com o formato de um homem gigante que, por onde passa, quebra tudo. Você já viu o Mapinguari?, perguntamos. Graças a Deus, não!, responde. Mas meu pai já o ouviu. Foi na época em que trabalhava com a borracha. Estava lá no mato. na primeira noite começou a ouvir um grito muito alto do bicho. Na segunda noite, o grito tornou-se mais próximo e mais alto. Na terceira noite, os gritos eram tantos e tão horríveis que o meu pai e os outros homens foram obrigados a sairem dali. Dizem que tem pessoas que já o viram. É alto, os olhos na testa, tem o umbigo quase cá em baixo, e é muito peludo. Dizem que é capaz de matar uma pessoa só com o cheiro horrível que tem. Dizem que antes, o homem era um macaco. Pode ser que o Mapinguari seja um macaco meio homem, conclui Levir. Já que falávamos de lendas e mistérios puxamos a conversa para o boto rosa. Na mitologia amazónica, o boto emerge das águas à noite e adquire forma humana. De peixe transformase em um homem, cuja beleza, fala meiga, sedutora e magnetismo do olhar atraem irresistivelmente todas as mulheres. Por isso, todas as donzelas eram alertadas pelas suas mães para tomarem cuidado com piropos e afins que recebiam de belos rapazes em bailes ou festas. Por detrás deles poderia estar a figura do boto, um conquistador de corações, que poderia engravidá-las e abandoná-las. Também se mistura na comunidade, perseguindo as moças, surpreendendo-as na roça, nos banhos ou viagens pelos igarapés, onde quer que estejam, e acabam, a maioria das vezes, por lhe atribuir o primeiro filho. Seduzidas, as mulheres mantém encontros furtivos com esta entidade que, ao amanhecer, regressa ao fundo dos rios, onde reside. Por esssas ou por outras, o boto, basicamente um golfinho, está hoje em extinção. E mais? Queríamos saber mais sobre essas personagens lendárias que, no imaginário destes caboclos, são tão reais como as piranhas ou as sucuris. Tem a Curupira!, continua Levir. É um animal com formato de pessoa-mulher. Cabelo comprido, tem é os pés para trás. É dificil de ser vista, é do mato, ela!, mas muita gente já viu as suas pegadas. Entrámos então f loresta dentro, num mundo intocado pelo homem. O céu azul desaparece de repente. Raios dourados, fortes, quentes, surgem aqui e ali, iluminando pedaços, pormenores. O calor é fortíssimo, a humidade quase insuportável. A vegetação é densa, as árvores, na sua maioria, gigantescas. A solidão, absoluta. Sob os nossos pés, camadas e camadas e mais camadas de folhas sobrepostas, um alcolchoado tapete, inseguro, traiçoeiro. O sol aparece agora filtrado pela renda das ramagens das árvores. O céu parece verde. Envolvem-nos samaumas e macucus, enormes árvores de porte imenso mas de madeira suave. Começa então a nossa aula de selva. Primeira lição: a f loresta dá tudo. Segunda e última lição: não a devemos ofender. Com a perplexidade estampada no rosto, lá fomos caminhando. Levir vai na frente, Fábio fecha a "caravana". Passada a surpresa da lição de vida que nos tinha sido seca e duramente transmitida, começamos então a perceber o que a f loresta dá. A árvore-lacre, por exemplo. Os índios utilizam a tinta que ela deita como cicatrizante,ou para pintarem o rosto ou o corpo; ou a árvore-sucuva. Levir faz um corte no tronco, de onde sai uma seiva que, passada em cima da pele e depois de seca, ganha uma consistência dura, tipo gesso, e serve para tratar distenções musculares; a palmeira, uma espécie de palha branca, com que se fazem as coberturas das casas – dura pelo menos três anos; ou a pariri, outra espécie de palmeira que tem um pó branco utilizado como pó de talco na prevenção das assaduras das crianças. As suas folhas Amazónia pele seca, de uma sucuri. Dorian explica: foi uma danada que comeu o meu cachorro. Quando voltámos à nossa casa da árvore, cinco pequeninos macacos espreitavam, curiosos, de dentro de um buraco da árvore. São macacos da noite, de tamanho bem pequeno e olhos enormes. Parecem-se um pouco com morcegos, pensamos. Na manhã seguinte, antes de regressarmos à civilização, um enorme boto rosa! Parecia ter esperado a altura certa para se despedir. Bem à nossa frente, brincava, pulava, nadava, corria: que belíssimo bailado aquático. Sedutor, como na lenda, atraente, escolheu o momento mais doce. O da partida. Tomou-nos para dançar, seduz-nos agora com a sua magia, irresistível. Também como na lenda, levou-nos até à margem do rio. Agora, regressará ou desaparecerá para sempre. Os homens, injuriados, continuarão a persegui-lo; as mulheres, a suspirar. A lenda persiste. A Amazónia é soberba. Que o homem não destrua nunca o que Deus criou. O Q UE postas no chão indicam o caminho, entre o emaranhado de árvores. É que elas brilham com a luz da lua. Ainda, partindo o caule, que serve de caneta, dá para escrever na folha; ou a matámatá, que serve para fazer cordas; ou a carapanaúba. As lascas do seu tronco são boas para o fígado. Dela também se pode fazer chá; ou a acuapá, de que se usa um leite, para fazer xarope, bom para a garganta e inf lamações. A sua raiz é muito vermelha; ou a arabá que, com os seus ramos enormes de cipó, funciona como as lianas do Tarzan (mais encorpadas); ou a folha da palmeira ubim, serve para assar peixe; da folha da palmeira de abacaba, entrançada, faz-se uma corda para subir às árvores e colherem-se os frutos; a sapupema, por seu lado, é o telefone da f loresta. Batendo no tronco, o seu som grave ecoa dois a três quilómetros dentro da f loresta; ou a inajá, palmeira com pequenas sementes que criam larvas brancas e que, se comidas vivas, têm muitas proteínas. Se tiver coragem, experimente este "petisco": sabe a leite de coco; ou ainda a árvore louro rosa, uma das fixadoras do perfume Chanel n.º 5; ou o cipó d’àgua que dentro do seu tronco armazena água perfeitamente pura e fresca; ou a breu branco. A sua seiva serve de repelente para os mosquitos, e dela se pode fazer incenso ou velas; ou a benguê, árvore de onde se extrai um dos componentes do celebérrimo o Vick VapoRub; ou a sorva, cujo leite é usado para tratar a diarreia, e utilizada também para fazer pastilha elástica. Muitas destas árvores, conta Levir, estão patenteadas por grandes empresas europeias, e há um sem fim de organizações que envia pesquisadores para junto de tribos indígenas para aprender fórmulas medicinais com os pajés. Após colherem exemplares das plantas, levam-nas para os seus países e patenteiam-nas como suas. O manancial de informação é tão grande, a selva tão impressionante, o lugar tão implacavelmente fantástico que nos sentimos no meio de uma autêntica farmácia natural. A sensação de presença de animais desconhecidos é também muito forte. E eles estão mesmo por ali. De volta ao hotel paramos numa casa ribeirinha.Pertence a Dorian. Oferece-nos castanha do pará e bolo de mandioca. Faz umas bebidas, mezinhas, com estranhos nomes, como "banho de jacaré", para o reumatismo, ou "banho de cobra", para sarar cicatrizes de algumas cobras. Na parede, uma ainda FALTA SABER COMO IR A B foi com a TAP (707 205 700) até Fortaleza, e depois com a Varig (21 424 5170) de Fortaleza a Manausque voa em code share com a TAM. O acesso ao hotel pode ser feito por barco regional (2h30) com saída do hotel Tropical Manaus, de helicóptero (15 minutos), ou por lancha rápida (50 minutos). OPERADORES que vendem este destino Abreu com preços por pessoa em quarto duplo desde 295 euros* (inclui transfers de e para aeroporto de Manaus, 2 dias de alojamento, um em Manaus e outro no Ariaú – em regime de pensão completa no Ariaú). Vende também outros programas para a Amazónia. Clube Viajar com programa de um cruzeiro na Amazónia com preços por pessoa em quarto duplo desde 590 euros* (inclui 4 dias, alojamento em regime de tudo incluído). Vende também outros programas para a Amazónia. Mundo Vip com programa com preços por pessoa em quarto duplo desde 1.363 euros* (inclui voos ida e volta desde o Rio de Janeiro, transfers, 2 noites de alojamento no Tropical de Manaus com pequeno-almoço e 3 noites no Ariaú em regime de pensão completa). Vende também outros programas para a Amazónia. Lusanova com programa para o Ariaú com preços por pessoa em quarto duplo desde 454 euros* (inclui passagem aérea desde Salvador ou Recife, 2 noites de alojamento no Ariaú em regime de pensão completa, transfers). Vende também outros programas para a Amazónia. TerraBrasil com programa com preços por pessoa em quarto duplo desde 455 euros* (inclui transfers de e para o aeroporto de Manaus, 3 dias de alojamento, um em Manaus em regime de APA e dois no Ariaú, em regime de pensão completa). Vende também outros programas para a Amazónia. *estes preços podem ser alterados. EXCURSÕES OPCIONAIS Sobrevivência na selva · Técnicas de sobrevivência na selva como construção de abrigos, obtenção de alimentos e água. Dia: R$ 150,00 por pessoa; Pernoite: R$ 200,00 por pessoa Ritual Indígena · Visita à comunidade indígena que fará uma apresentação com dança e comida. R$ 35,00 por pessoa (mínimo 10 pessoas). Sobrevôo · Vôo panorâmico em helicóptero pela área do hotel. Os passeios duram de sete a 12 minutos. desde R$ 147,00 por pessoa *estes preços podem ser alterados Pode também fazer um Cruzeiro Fluvial a bordo de um dos diferentes tipos de embarcações que o Ariaú dispõe. Inclui acomodação em cabines standard (beliche) com ar-condicionado, pensão completa (excepto bebidas), excursões e guia. Algumas fazem o encontro das águas (dos rios Negro e Solimões), pesca recreativa, passeio pelo arquipélago de Anavilhanas – o maior arquiélago f luvial do mundo, com mais de 400 ilhas. Roteiros sujeitos a alteração de acordo com as condições climatéricas e/ou períodos do ano. DICAS ÚTEIS Electricidade: 110 volts; Diferença horária: menos 5 horas que em Portugal Continental; O que levar: roupa leve, chapéu, impermeável (leve de preferência), botas e sapatos confortáveis, protector solar, repelente de mosquitos e óculos escuros; Para as senhoras: o hotel não tem secador de cabelo nos quartos nem touca de banho; Saúde: aconselhável realizar a profilaxia da malária e tomar vacina da febre amarela; Clima: equatorial. Quente e húmido. Janeiro e Fevereiro são os meses mais chuvosos. Melhor época para visitar a Amazónia: entre Julho e Setembro, quando o rio começa a baixar; de Outubro a Dezembro, altura em que está mais baixo, é a melhor época para quem gosta de pesca. ficha técnica Web Adress: www.ariau.tur.br Nº de quartos: 288 quartos (apartamentos e suItes) e 9 casas do Tarzan Serviços: 2 piscinas, restaurante, bar, lojas de conveniência e de souvenirs, duas torres de observação com 41 metros de altura, auditório panorâmico com vista para o Rio Negro para até 450 pessoas, 1 cyber-café Actividades: excursões e pesca Preço balcão por quarto duplo: desde Inclui: alojamento em regime de pensão completa em restaurante estilo buffett (não inclui bebidas) Onde fica: desde Manaus, por barco regional (2 horas), helicóptero (15 minutos), lancha rápida (50 minutos)