UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO ARLINDO ALVES DOS SANTOS JÚNIOR ANÁLISE ADMINISTRATIVA E PROPOSTA DE MELHORIA PARA A EMPRESA PORTAX TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS João Pessoa – PB agosto de 2009 1 ARLINDO ALVES DOS SANTOS JÚNIOR ANÁLISE ADMINISTRATIVA E PROPOSTA DE MELHORIA PARA A EMPRESA PORTAX Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Coordenação do Serviço de Estágio Supervisionado em Administração, do Curso de Graduação em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às Exigências para a Obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Kátia Virgínia Ayres João Pessoa – PB agosto de 2009 2 À Professora Orientadora Kátia Virgínia Ayres. Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Arlindo Alves dos Santos Júnior. João Pessoa, 17 de agosto de 2009. ____________________________ Prof. Rosivaldo de Lima Lucena Coordenador do SESA Parecer do Professor Orientador: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________________________________________ 3 ARLINDO ALVES DOS SANTOS JÚNIOR ANÁLISE ADMINISTRATIVA E PROPOSTA DE MELHORIA PARA A EMPRESA PORTAX Aprovado em: ______ de ________ de 2009. Banca Examinadora ____________________________ Profª. Kátia Virgínia Ayres Orientadora ____________________________ Prof. Walmir Rufino da Silva Examinador ____________________________ Profª. Roberia Cesar Souto Maior Examinador 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia aos meus pais, Arlindo Alves dos Santos e Maria da Conceição Trindade dos Santos. No momento em que cheguei a duvidar da conclusão do meu curso, quando pensei em desistir por causa das minhas atribuições no trabalho, meus pais seguraram a minha mão e me trouxeram de volta ao caminho certo. Quando eu imaginava impossível me ausentar do trabalho, meus pais me afastaram sumariamente da empresa, deram-me férias com tempo indeterminado para eu me dedicar plenamente aos estudos e concluir o curso. Esta monografia só tornou-se possível após a intervenção de vocês. Obrigado por terem me colocado de volta ao meu caminho. Essa monografia é dedicada a vocês. 5 AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Professora Kátia Virgínia Ayres, que me indicou os caminhos teóricos para a elaboração desta monografia. Gostaria de agradecer ao meu irmão Jacob Berzelius Trindade dos Santos. Obrigado por sempre ter me apoiado em meus projetos. Obrigado por ser tão atencioso comigo. Você viabilizou a conclusão desta monografia. Você quem proporcionou as condições para eu elaborar minha monografia. Afinal, só tive a tranqüilidade e a paz necessária para me dedicar aos estudos porque você foi minha retaguarda na empresa. Você quem me substituiu nesse período em que me ausentei na empresa para concluir minha monografia. Assumiu minhas funções. Somou com os seus, os meus problemas. Com certeza, foi muito difícil para você. Obrigado por ter sofrido pelos problemas na empresa, que deveriam ser meus. Obrigado por ter sofrido por mim. Sua contribuição foi fundamental para a conclusão da minha monografia. Agradeço também ao meu irmão Sérgio Francisco Trindade dos Santos. Essa monografia começou há muitos anos atrás, a partir de um estímulo provocado por você. Graças a você, eu tive o primeiro contato com uma obra de administração, Introdução à Teoria Geral da Administração, de Chiavenato. A partir daquele momento, consegui me identificar em um curso, e hoje, sou uma pessoa feliz e realizada na profissão que escolhi. Obrigado por ser um irmão tão protetor. Não tenho um melhor irmão, mas tenho um melhor amigo. De todos os amigos de colégio ou faculdade, nenhum lhe supera. Você foi o meu melhor amigo. Obrigado irmão. Obrigado por ter contribuído na escolha da minha profissão e na escolha do meu ser. 6 “Uma jornada de mil milhas deve começar com o primeiro passo.” (Provérbio Chinês) 7 RESUMO Este trabalho tem como título “Análise administrativa e proposta de melhoria para a empresa Portax”. A empresa “JSA – Indústria de Esquadrias Ltda” , nome fantasia “Portax”, foi fundada em meados de 2007. Durante os dois anos de sua existência, a Portax conquistou alguns resultados positivos, entre eles: a penetração em novos mercados; ampliação da linha de produtos; e crescimento médio anual de 50% em seu faturamento. Contudo, apesar do desempenho mercadológico positivo apresentado pela “Portax” no início de sua trajetória, nesse mesmo período a empresa não evoluiu sua gestão interna. Atualmente, a “Portax” não possui um setor administrativo definido e estruturado. A empresa precisa institucionalizar o setor administrativo para dar retaguarda e sustentáculo ao seu crescimento. O objetivo geral é organizar a gestão interna da empresa “Portax”, ou seja, buscar o desempenho eficiente e eficaz de suas atividades, visando à sobrevivência da empresa em um mercado altamente competitivo. Este estudo de pesquisa apresentou um caráter descritivo. A partir dos conhecimentos adquiridos na área de Sistemas e Métodos, foi realizada uma análise administrativa na empresa “Portax”, e o resultado dessa análise foi a definição da estrutura organizacional da “Portax” e a elaboração de instrumentos normativos para auxiliar no desenvolvimento das atividades administrativas da empresa. Como conclusão, observaríamos que a implementação dos instrumentos normativos nas organizações deve ser equilibrada, pois o excesso de burocratização pode prejudicar o funcionamento das organizações. Palavras-chave: Organizações. Análise Administrativa. Gestão Eficiente. 8 ABSTRACT This work has as heading “administrative Analysis and proposal of improvement for the Portax company”. Company “JSA - Indústria de Esquadrias Ltda”, name fancy “Portax”, was established in 2007 middle. During the two years of its existence, the Portax conquered some positive results, between them: the penetration in new markets; magnifying of the line of products; e annual average growth of 50% in its invoicing. However, although the positive marketing performance presented by the “Portax” at the beginning of its trajectory, in this exactly period the company did not evolve its internal management. Currently, the “Portax” does not possess a definite and structuralized administrative sector. The necessary company to institutionalize the administrative sector to give to rear and structure to its growth. The general objective is to organize the internal management of the company “Portax”, that is, to search the efficient and efficient performance of its activities, aiming at to the survival of the company in a highly competitive market. This study of research it presented a descriptive character. From the knowledge acquired in the area of Systems and Methods, an administrative analysis in the company “Portax” was carried through, and the result of this analysis was the definition of the organizational structure of the “Portax” and the elaboration of normative instruments to assist in the development of the administrative activities of the company. As conclusion, we would observe that the implementation of the normative instruments in the organizations must be balanced; therefore the bureaucratization excess can harm the functioning of the organizations. Key-words: Organizations. Administrative Analysis. Efficient Management. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................14 2.1 Organizações................................................................................................... 14 2.2 Análise Administrativa...................................................................................... 14 2.2.1 Conceito........................................................................................................ 14 2.2.2 Objetivos....................................................................................................... 15 2.2.3 Metodologia: Ciclo PDCA............................................................................. 15 2.3 Estrutura Organizacional................................................................................. 17 2.3.1 Conceito........................................................................................................ 17 2.3.2 Objetivo......................................................................................................... 17 2.3.3 Departamentalização.................................................................................... 17 2.3.4 Representação Gráfica da Estrutura Organizacional................................... 18 2.4 Análise da Distribuição do Trabalho................................................................ 19 2.5 Processos Empresariais.................................................................................. 20 2.5.1 Conceito........................................................................................................ 20 2.5.2 Representação Gráfica do Processo Empresarial........................................ 21 2.6 Formulários...................................................................................................... 21 2.7 Manuais........................................................................................................... 22 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 24 3.1 Natureza da Pesquisa...................................................................................... 24 3.2 Método de Abordagem.................................................................................... 24 3.3 Método de Procedimento................................................................................. 24 3.4 Técnicas de Pesquisa...................................................................................... 24 3.5 Instrumentos de Pesquisa............................................................................... 25 3.6 Análise dos Dados........................................................................................... 25 4 ESTUDO DE CASO: PORTAX.......................................................................... 26 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS.................................... 29 5.1 Análise Administrativa...................................................................................... 29 5.2 Estruturação do Setor Administrativo.............................................................. 34 5.3 Ferramentas de Gestão................................................................................... 36 10 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 56 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 58 11 1 INTRODUÇÃO A organização pode ser entendida como sendo um sistema aberto que importa recursos do ambiente, transforma os recursos e exporta produtos para o ambiente. A partir desse enfoque sistêmico da organização, podemos verificar a existência de dois ambientes que se relacionam entre si: o ambiente interno e o ambiente externo. De acordo com Cury (2007, p. 119), “a interdependência da organização (microssistema) do meio social em que se integra (macrosistema) é o fundamento básico do moderno enfoque das organizações como sistemas abertos”. Baseado nessa abordagem, concluímos que a empresa deve manter seu foco sob duas perspectivas: nos aspectos de sua ambiência interna e nas mudanças constantes do seu ambiente externo. Não basta uma determinada empresa ter uma operação eficiente, se não houver demanda no mercado para o seu produto. Assim como não adianta a empresa ter um departamento de marketing eficiente, se não possuir mecanismos de controle financeiro interno, pois a empresa pode atingir seu público-alvo e encerrar o período com prejuízo financeiro. Para uma empresa obter sucesso e consolidar-se no mercado, ela deve possuir uma gestão interna eficiente e anteciparse às rápidas mudanças do ambiente externo que influenciam sobre o seu sistema organizacional. A empresa “JSA – Indústria de Esquadrias Ltda” , nome fantasia “Portax”, foi fundada em meados de 2007. Com apenas dois anos de existência, a Portax conquistou os seguintes resultados positivos: • Penetração em novos mercados. No início, a Portax atendia apenas aos Estados de Pernambuco e Alagoas. Atualmente, a empresa já distribui seus produtos por toda a região Nordeste, com exceção apenas dos Estados do Ceará e Sergipe; • Ampliação da linha de produtos. Além das linhas de produção em série e sob encomenda e a unidade de revenda de portas lisas já existentes desde sua fundação, a Portax teve a iniciativa de agregar novas linhas de produtos, como a revenda de forras e madeiras para construções e a fabricação de portas lisas, proporcionando uma expectativa de aumento no montante de vendas; • Crescimento médio anual de 50% em seu faturamento. 12 Quando analisamos esse início de trajetória da Portax, verificamos a expansão de seus negócios, a consolidação de sua marca no mercado e o crescimento de suas receitas. Contudo, quando nos aprofundamos na análise e nos debruçamos sobre o ambiente interno da Portax, identificamos um desempenho ineficiente na gestão interna da empresa, contrapondo-se com o seu desempenho mercadológico bemsucedido. Ou seja, enquanto a empresa vem rompendo fronteiras no mercado desde sua fundação, sua gestão interna não acompanhou seu desempenho externo. A empresa ampliou sua área de atuação, dobrou suas receitas, mas não evoluiu em termos administrativos. O setor administrativo da Portax não possui uma estrutura organizada. Sabemos que o administrador deve ter uma visão ampla da organização, conceber a empresa como um sistema aberto, gerir de forma eficaz as ambiências interna e externa da organização e as trocas existentes entre esses ambientes. Atualmente, vivemos em uma época de complexidades, mudanças e incertezas, onde a competitividade torna-se cada vez mais acirrada entre as organizações. Nesse contexto, as organizações devem buscar a excelência no desempenho de suas atividades para vencer a concorrência e assegurar sua sobrevivência em um mercado altamente concorrido. Se o administrador centralizar-se apenas no ambiente externo da organização, focar-se apenas no mercado, e negligenciar o ambiente interno da organização, ele estará contribuindo para a obtenção de uma gestão interna ineficiente, e que poderá comprometer a sobrevivência de sua empresa. Em virtude disso, a Portax precisa aperfeiçoar e fortalecer sua gestão interna. Portanto, o problema identificado na Portax é a ausência de um setor administrativo na empresa. Para solucionar esse problema, buscamos alternativas de melhoria na gestão interna da empresa. O foco do estudo foi sobre os aspectos formais da administração, como a estrutura organizacional, processos administrativos, fluxogramas, formulários e manuais, conhecimentos adquiridos na área de Sistemas e Métodos do curso de Administração da Universidade Federal da Paraíba. O objetivo geral desta monografia é organizar a gestão interna da empresa “Portax”, com a finalidade de buscar o desempenho eficiente e eficaz das atividades, visando à sobrevivência da empresa em um mercado altamente competitivo. 13 Os objetivos específicos foram definir a estrutura organizacional da Portax e elaborar os instrumentos normativos e ferramentas de gestão para auxiliar no desenvolvimento das atividades administrativas da empresa. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Organizações Atualmente, vivemos em um mundo dependente de instituições que denominamos organizações. De acordo com Chiavenato (2000, p. 1): O mundo atual é uma sociedade institucionalizada e composta de organizações. Todas as atividades voltadas para a produção de bens (produtos) ou para a prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas dentro de organizações. (...) A vida das pessoas depende das organizações e estas dependem do trabalho daquelas. As pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, se divertem, são tratadas e morrem dentro das organizações. As organizações variam de tamanho e de complexidade das suas operações. Segundo Chiavenato (2000, p. 1), “por seu tamanho e pela complexidade de suas operações, as organizações, ao atingirem um certo porte, precisam ser administradas (...).” Chiavenato (2000, p. 7) “ conceitua administração como sendo a condução racional das atividades de uma organização, através do planejamento, estruturação, direção e controle de todas as atividades que ocorrem dentro da organização”. 2.2 Análise Administrativa 2.2.1 Conceito Um dos processos envolvidos nas organizações é o processo de análise administrativa. Em seguida, veremos o conceito de análise administrativa, segundo Cury (2007, p.281): A análise administrativa é um processo de trabalho, dinâmico e permanente, que tem como objetivo efetuar diagnósticos situacionais das causas e estudar soluções integradas para os problemas administrativos, envolvendo, portanto, a responsabilidade básica de planejar as mudanças, aperfeiçoando o clima e a estrutura organizacionais, assim como os processos e os métodos de trabalho. 15 Portanto, identificado um problema administrativo na organização, deve ser iniciado o processo de análise administrativa. A partir do conceito citado acima, podemos sintetizar o processo de análise administrativa em três fases: diagnóstico situacional das causas dos problemas; estudo das soluções para os problemas; e implementação das mudanças. 2.2.2 Objetivos Segundo Cury (2007, p. 284), a análise administrativa possui um amplo campo de aplicações, e pode ser utilizada para “aprovar uma estrutura organizacional, seja de uma empresa, de um departamento, uma fábrica ou outra unidade qualquer da organização, de nível setorial”, assim como para “elaborar e/ou rever instrumentos normativos diversos, como manuais, normas, instruções, rotinas etc.” Portanto, o processo de análise administrativa também é utilizado para definir a estrutura organizacional da empresa, assim como a delimitação dos seus setores e seções. 2.2.3 Metodologia: Ciclo PDCA De acordo com Cury (2007, p. 283), “a análise administrativa deve ser realizada por meio da adoção de uma metodologia que procure o constante aperfeiçoamento das práticas de trabalho e a renovação organizacional, condições indispensáveis à sobrevivência de uma empresa na sociedade contemporânea, de grandes, complexas e rápidas mudanças em todos os setores.” A metodologia utilizada neste processo de análise administrativa da Portax, foi a metodologia denominada Ciclo PDCA. Marshall, Cierco, Rocha, Mota, Leusin (2006, p. 88), conceituam o Ciclo PDCA como sendo um método gerencial para a promoção da melhoria contínua. De acordo Marshall, Cierco, Rocha, Mota, Leusin (2006, p. 92), “Uma das aplicações mais usuais do ciclo PDCA é utilizá-lo na análise e na solução de problemas.” Segundo Marshall, Cierco, Rocha, Mota, Leusin (2006, p. 91), “Para implantar a prática da melhoria contínua, assim como criar uma cultura de padronização por 16 toda a empresa, a alta administração tem que estar insatisfeita com o desempenho passado e precisa ter coragem para mudar. Tem que estar ansiosa para altera seu estilo de administração.” De acordo com Marshall, et. al., (2006, p. 92), “o ciclo PDCA pode ser desdobrado em etapas ou passos.” A seguir, estão os passos do ciclo PDCA para solução de problemas, segundo os autores citados: • Passo 1 – Identificação do problema • Passo 2 – Observação • Passo 3 – Análise • Passo 4 – Plano de Ação • Passo 5 – Ação • Passo 6 – Verificação • Passo 7 – Padronização • Passo 8 – Conclusão Durante as etapas do Ciclo PDCA o analista poderá utilizar outras ferramentas gerenciais para auxiliá-lo no processo de análise e solução do problema. Como cita Marshall et. al., (2006, p. 94), “Ao longo dos passos desta metodologia utilizam-se várias ferramentas, como: diagrama de causa e efeito, lista de verificação, estratificação, diagrama de Pareto, braistorming, diagrama de dispersão, entre outras.” Segundo Marshall et. al., (2006, p. 100), “O diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama espinha de peixe, é uma ferramenta de representação das possíveis causas que levam a um determinado efeito.” A ferramenta 5W2H, que representa as iniciais das palavras, em inglês, why (por que), what (o que), where (onde), when (quando), who (quem), how (como) e how much (quanto custa), é utilizada, segundo Marshall, et. al., (2006, p. 108, 109), para mapear e padronizar processos, para elaborar planos de ação e para estabelecer procedimentos associados a indicadores, e buscar o fácil entendimento através da definição de responsabilidades, métodos, prazos, objetivos e recursos associados. 17 2.3 Estrutura Organizacional 2.3.1 Conceito Segundo Cury (2007, p. 216): “A estrutura é o arranjo dos elementos constitutivos de uma organização, ou seja, é a forma mediante a qual estão integrados e se apresentam os elementos componentes de uma empresa.” O mesmo autor acrescenta que a palavra estrutura pode ser apresentada sob duas perspectivas: as partes físicas da empresa (edifícios, unidades de trabalho) relacionadas com o espaço e equipamento que lhe são pertinentes; o sistema de organização, ou seja, a organização do trabalho. Ou seja, de acordo com Cury (2007, p. 217), “A estrutura não deve envolver apenas o esqueleto, o arcabouço, mas todo o organismo da empresa, como deveres, responsabilidades, os sistemas de autoridade e de comunicações existentes na organização.” Portanto, durante a concepção de uma organização, assim como no processo de análise administrativa da mesma, o administrador deve considerar as duas perspectivas que envolvem a estrutura da organização: a estrutura física e o sistema organizacional. 2.3.2 Objetivo Segundo Cury (2007, p. 249), “a estrutura é a ferramenta utilizada pela empresa para permitir, de maneira eficiente, a execução de sua estratégia.” Ou seja, a estrutura é o meio que o administrador dispõe para atingir os objetivos da organização. 2.3.3 Departamentalização De acordo com Cury (2007, p. 183): Dentro da ambiência interna de uma empresa, pública ou privada, um dos fatores estruturais mais críticos é a natureza da divisão das novas funções em departamentos ou unidades organizacionais de níveis inferiores, correspondendo à forma como o trabalho da organização é dividido em unidades semi-autônomas, ao longo da estrutura interna da empresa. 18 Segundo Cury (2007), o processo de institucionalização de unidades organizacionais quaisquer (departamentos, divisões, seções etc.) por meio da divisão do trabalho geral em suas funções componentes e grupamento de atividades homogêneas é denominado departamentalização. O processo de departamentalização não segue um modelo exato e universal para todas as organizações. Cury (2007, p.191): Tanto o método de divisão do trabalho como o de grupamento de atividades homogêneas estão longe de serem atividades precisas ou exatas – aliás, premissa não encontradiça em nenhuma atividade na administração – sendo mais fácil encará-las como resultado de uma arte, exigindo do analista organizacional, além de bom relacionamento com pessoas, conhecimento da ambiência administrativa, das teorias e dos modelos de análise organizacional e, finalmente, grande habilidade na composição final da estrutura, verdadeiro trabalho artesanal. Daí dever a matéria receber tratamento casuístico, altamente flexível, pela inexistência óbvia de padrões ou modelos que se ajustem a todas as situações, pela diversidade de cultura e de infra-estrutura das diversas empresas. Condições para iniciar o processo de departamentalização em uma organização, de acordo com Cury (2007, p. 188): “ao levar a efeito o processo de departamentalização, partindo da concepção de divisão do trabalho, o analista deve identificar (...) as funções principais da empresa, as quais ensejam a departamentalização básica ou primária, culminando com a criação de unidades denominadas departamentos.” Segundo Cury (2007, p. 198), “o objetivo da departamentalização não é preparar um belo organograma da organização, com bastante equilíbrio estético, mas o de agrupar as atividades de madeira que melhor contribuam para que sejam alcançados racionalmente os propósitos da empresa.” 2.3.4 Representação Gráfica da Estrutura Organizacional Organograma Conceito de organograma, segundo Cury (2007, p. 219): “organograma é conceituado como a representação gráfica e abreviada da estrutura da organização.” O mesmo autor acima citado, acrescenta que o organograma tem como finalidade representar: 19 • os órgãos componentes da empresa; • tanto quanto possível, de forma genérica, as funções desenvolvidas pelos órgãos; • as vinculações e/ou relações de interdependência entre os órgãos; • os níveis administrativos que compõem a organização; • a via hierárquica. Portanto, durante o processo de mudança organizacional de uma determinada empresa, o administrador deve implementar a forma de agrupamento que possibilite a melhor coordenação das atividades desenvolvidas na empresa, ou seja, o administrador deve adotar a estrutura mais adequada para a organização. Funcionograma Segundo Cury (2007, p. 220): O funcionograma é um gráfico de organização, de uso restrito aos respectivos órgãos adotantes, tendo como finalidade principal o detalhamento das atividades/tarefas que compõem uma função, da qual se originou um órgão no organograma. Assim, o supervisor de um órgão, na prática, para melhor coordenar o trabalho, institui alguns módulos, integrados por equipes, cada um desenvolvendo um processo diferente, correspondendo a um agregado de atividades/tarefas afins. Evidentemente, no organograma não figuram esses módulos nem suas atividades/tarefas, mas somente a função geral do órgão. Em conseqüência, para um melhor entendimento do trabalho total, favorecendo uma equitativa distribuição de sua carga entre os diversos subordinados, evitando, também, uma grande dispersão, com um mesmo empregado envolvido em diversas e díspares atividades, o chefe adota o funcionograma, para uso exclusivo em sua ambiência interna. 2.4 Análise da Distribuição do Trabalho De acordo com Cury (2007, p. 412): ”A análise da distribuição do trabalho é uma técnica especializada de O & M, tendo como finalidade avaliar a distribuição das atividades entre os diversos órgãos e, dentro destes, quais as tarefas individuais de cada empregado.” O autor acima citado acrescenta que “a análise da distribuição do trabalho deve ser desenvolvida no sentido de identificar e criticar a carga de trabalho de cada 20 unidade da organização, (...) não devendo, assim, enfocar o exame do processamento do trabalho nem a análise das operações e postos de trabalho.” Segundo Cury (2007, p. 413), a análise da distribuição do trabalho é realizada a partir das seguintes informações: • Tarefas individuais desenvolvidas pelos diversos empregados do órgão sob análise; • Tempo gasto, por empregado, por tarefa, num certo período de tempo (uma semana, por exemplo); • Atividades desenvolvidas pelo órgão, em ordem decrescente de importância, segundo a ótica de seu gerente; • Distribuição das atividades dos órgãos em tarefas, pelos respectivos empregados. Os objetivos buscados pela análise da distribuição do trabalho, segundo o autor acima citado, são os seguintes: • Identificar eventuais tempos mortos; • Identificar as tarefas de maior importância ou que exijam maior tempo em manipulação; • Controlar a relação entre o treinamento dos empregados e as tarefas a estes atribuídas; • Obter o equilíbrio na distribuição das várias tarefas entre os empregados. O instrumento utilizado para representar a análise da distribuição do trabalho, segundo Cury (2007, p. 413) é o Quadro de Distribuição do Trabalho (QDT). 2.5 Processos Empresariais 2.5.1 Conceito 21 De acordo com Chiavenato (2000, p. 259), “processo é entendido como uma série de atividades que fornecem valor a um cliente. O cliente do processo não é necessariamente um cliente externo da empresa. Ele pode estar dentro da empresa. É o chamado cliente interno.” 2.5.2 Representação Gráfica do Processo Empresarial O gráfico pode representar a estrutura organizacional de uma empresa, como vimos anteriormente, assim como também pode detalhar um processo ou fluxo de trabalho, como cita Cury (2007, p. 339), “Um gráfico, portanto, é a representação de fenômenos quaisquer, traduzindo, de um ponto de vista, um raciocínio esquematizado, cujo objetivo é facilitar a compreensão da exata tramitação de certo fluxo de trabalho, de um formulário ou de uma rotina.” Segundo Cury (2007, p. 340), “Existem vários tipos de gráficos, mas o gráfico de processamento, por excelência, para trabalhos de análise administrativa, é o fluxograma, um gráfico universal, que representa o fluxo ou a seqüência normal de qualquer trabalho, produto ou documento.” Para a elaboração do fluxograma, o analista, de acordo com Cury (2007, p. 341), “deve fazer um levantamento dos passos que envolvem o trabalho, desde o operador inicial até o final (...)” Assim, por meio de uma ordenada, completa, detalhada e fidedigna exposição dos fatos, como realmente ocorrem, permitem os fluxogramas administrativos o diagnóstico de pontos falhos, das mais diversas origens, que podem responder pelas deficiências constatadas na execução dos serviços. 2.6 Formulários De acordo com Cury (2007, p. 372), “Um formulário pode ser conceituado como um documento padronizado, estruturado segundo sua finalidade específica, possuindo características e campos apropriados, destinado a receber, preservar e transmitir informações.” A utilização dos formulários na rotina das organizações é fundamental para o desempenho eficiente de suas atividades cotidianas. O formulário é um meio de comunicação que facilita o fluxo de informações nas empresas. 22 A importância dos formulários é citada por Oliveira (1998, p. 288): O formulário é um importante meio de comunicação, transmissão e registro de informações (...) os sistemas são apoiados por documentos cuja clareza, formato e conteúdo tornam esses documentos eficientes e eficazes, contribuindo de forma fundamental para o bom funcionamento dos sistemas. O autor acima citado acrescenta que a organização necessita dos formulários pelos seguintes fatores: • A importância dos dados e informações, pois a sobrevivência de uma empresa pode depender de ter o dado ou a informação certa na hora certa e de utilizá-la rápida e corretamente; • As exigências legais e governamentais, pois a empresa, como sistema, recebe influências de seu ambiente, e um dos principais fatores de influência é o governo na geração de papéis, inerentes aos decretos, às leis e aos regulamentos estabelecidos; • A padronização nas comunicações, sendo que este é um dos aspectos mais importantes no esquema da eficiência da comunicação nas empresas; • O armazenamento de dados e informações, sendo que este aspecto está relacionado à vida e à história dos vários assuntos da empresa, procurando propiciar uma caracterização de cada um dos itens inerentes à operacionalização das atividades da empresa; • A função de controle, que é uma realidade no processo administrativo e exige determinado número de formulários; • A alteração no número de pessoal administrativo, o que também gera correspondente aumento quantitativo e de importância dos formulários; e • O treinamento administrativo dos funcionários da empresa, pois o formulário, ao consolidar um conjunto de dados e informações, possibilita ao funcionário tomar uma decisão mais estruturada. 2.7 Manuais 23 Conceito de manual, segundo Simcsik (1992, p. 327): “conjunto de normas, que contém a metodologia de trabalho, isto é, procedimentos, instruções, políticas, objetivos, técnicas, atividades, orientações, informações, seqüências de operações e semelhantes, para que sejam seguidos.” De acordo com Araújo (1994, p. 142), “manuais, habitualmente, apontam o como fazer, ou seja, têm como escopo maior ensinar a fazer o trabalho.” O objetivo da manualização, segundo Araújo (1994, p. 144), “é permitir que a reunião de informações dispostas de forma sistematizada, criteriosa e segmentada atue como instrumento facilitador do funcionamento da organização.” 24 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Natureza da Pesquisa Este estudo de pesquisa apresentou um caráter descritivo. A partir dos conhecimentos adquiridos na área de Sistemas e Métodos, foi realizado um processo de análise administrativa e proposta de melhoria para a empresa “Portax” e apresentados as principais características referentes ao tema abordado. 3.2 Método de Abordagem Quanto ao método de abordagem, utilizamos o método dedutivo, pois, como já foi citado anteriormente, partimos partir de estudos gerais sobre “Sistemas e Métodos”, e, partindo do escopo amplo dessa área de conhecimento da Administração, tratamos de um caso particular, que foi o objetivo do projeto: implantar um programa de melhoria para a empresa Portax. 3.3 Método de Procedimento O método de procedimento utilizado nesta monografia foi o estudo de caso, no qual foi realizada a análise administrativa em um caso específico: Portax. A empresa que será objeto de pesquisa será a “JSA – Indústria de Esquadrias Ltda.”, nome fantasia “Portax”, fábrica de esquadrias de madeira em geral, estabelecida na Rua Maria Presotto Pucci, número 160, no Distrito Industrial da cidade de João Pessoa - PB. A análise administrativa, processo utilizado para diagnosticar causas e estudar soluções para os problemas administrativos e implementar mudanças organizacionais, foi desenvolvida na Portax com a finalidade de solucionar o problema em estudo: a ausência de um setor administrativo na Portax. O Ciclo PDCA, método de gestão da qualidade que tem como objetivo analisar e solucionar problemas identificados na organização, foi utilizado para auxiliar no processo de análise administrativa. 3.4 Técnicas de Pesquisa 25 Utilizamos um conjunto de formas para a coleta dos dados para a pesquisa: pesquisa bibliográfica, para adquirir o conhecimento teórico necessário para o desenvolvimento do projeto; observação, através de visitas periódicas à empresa Portax, onde foram levantados os dados para a obtenção de informações relevantes para atingirmos o objetivo do projeto; e, por último, foram realizadas entrevistas com alguns funcionários do setor administrativo da empresa Portax, que foram essenciais para a obtenção de informações que contriburam na consecução do diagnóstico situacional da empresa. 3.5 Instrumentos de Pesquisa Os instrumentos de pesquisa utilizados nessa monografia foram os formulários e os roteiros de entrevista, este para servir de apoio às entrevistas realizadas com os funcionários da empresa, e aquele foi utilizado também para auxiliar no processo de coleta de dados. Outros instrumentos de pesquisa utilizados neste trabalho foram as ferramentas de gestão: diagrama de causa e efeito e o 5W2H. 3.6 Análise dos Dados A análise dos dados foram realizados de forma quantitativa, a partir do levantamento dos números relevantes ao desenvolvimento do projeto, e qualitativa, a partir da interpretação coerente e fundamentada dos dados levantados. 26 4 ESTUDO DE CASO: PORTAX A empresa JSA – Indústria de Esquadrias Ltda, a Portax, foi fundada em 2007. Contudo, sua história começou a ser escrita há bastante tempo. A Portax é o resultado de uma visão que o seu sócio-fundador teve há duas décadas. O Sr. Arlindo Alves dos Santos, sócio-fundador da Portax, além de empresário bem-sucedido, é engenheiro civil e construtor. Há cerca de vinte anos atrás, em suas construções, ele sempre encontrava dificuldades na contratação das esquadrias. As empresas do ramo madeireiro em geral não lhe atendiam quanto aos critérios de qualidade dos produtos e serviços, diversificação dos modelos das esquadrias, preços dos produtos e cumprimento dos prazos de entrega. Passando por algumas capitais brasileiras, especialmente em São Paulo, ele conhecia lojas de portas e janelas que apresentavam um show-room diferenciado, com produtos de alta qualidade e designers variados, diferentes dos produtos que estava acostumado a ver no comércio de João Pessoa. A partir daí, surgiu a idéia de estabelecer uma loja de esquadrias em João Pessoa. Em 1989, ele fundou a “Portas e Janelas”, loja de revenda de portas e janelas de madeira fabricadas no sul do Brasil. A loja seguia as características daquelas lojas do sul-sudeste: o ambiente era receptivo, bem arejado e bastante iluminado; e os produtos eram de qualidade superior, com designers diferenciados e prontos para serem comercializados e entregues com rapidez. A loja “Portas e Janelas” foi recebida com elogios dos clientes, pela beleza e apresentação dos seus produtos. Contudo, as vendas não correspondiam ao esperado, o que se tornou uma verdadeira decepção para o proprietário. Analisando as causas prováveis do fraco desempenho nas vendas, chegou-se às seguintes conclusões: os produtos eram excelentes, tinham alta qualidade, mas os clientes estavam habituados a consumir portas fabricadas com madeira típica da região norte do Brasil, e as portas comercializadas na loja eram fabricadas no sul com um compensado de alta densidade; e os clientes da cidade e região não estavam habituados a comprar esquadrias pré-fabricadas com medidas padrão. A solução para o problema era a fundação de uma fábrica de esquadrias, que oferecesse produtos de qualidade, fabricados com madeira nobre do Estado do Pará, sob-medida, para atender todos os anseios dos clientes. Em 1992, foi fundada a empresa “O Janelão Indústria e Comércio de Esquadrias Ltda”, fábrica de 27 esquadrias em madeira. Atendendo aos critérios priorizados pelo consumidor, que são a qualidade, preço e cumprimento aos prazos de entrega, “O Janelão” obteve o sucesso em vendas, conquistando muitos clientes e amigos. No sentido de sempre olhar para frente, a diretoria da empresa observou que não havia no mercado uma empresa de porte e seriedade para atender às pequenas, médias e grandes lojas de material de construção, como também os famosos Home Centers das grandes capitais da região, com o fornecimento de esquadrias em série, fabricadas com madeiras selecionadas, climatizadas ao meio ambiente e desidratadas em estufas, oferecendo, além de qualidade, preço e prazo de entrega, segurança e assistência técnica, dando tranqüilidade para quem vende e para quem compra as esquadrias, isto é, a certeza de ter um excelente produto por um preço mais acessível. Então, com o propósito de proporcionar o crescimento da empresa, no ano de 2004, o proprietário da empresa criou a segunda linha de produção da fábrica: a linha de produção em série. A linha de produtos em série tornou-se sucesso de vendas na Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e, especialmente, Pernambuco, que absorvia cerca de 75% da produção. O crescimento da empresa deu origem a novos problemas. O volume de produção aumentou com a criação da linha de produção em série e, como a fábrica estava estabelecida em uma área residencial da cidade de João Pessoa, no bairro Água Fria, a vizinhança começou a se queixar dos ruídos das máquinas e dos resíduos de madeira (pó de serra) que entravam em suas residências. “O Janelão” tinha a licença de funcionamento de todos os órgãos de proteção ao meio ambiente, de todas as esferas do governo. Mesmo assim, como a empresa preza pela responsabilidade social e ambiental – temas que se encontram em evidência atualmente na nossa sociedade e no mundo dos negócios – a diretoria decidiu transferir sua unidade fabril para outro local. Então, em 2007, foi fundada a empresa Portax, localizada na Rua Maria Presotto Pucci, 160, no Distrito Industrial da cidade de João Pessoa, Paraíba. O novo galpão fabril possui uma área de 4.500 m2, três vezes maior do que o galpão anterior. Além de possuir área fabril maior, a mudança para o Distrito Industrial possibilitou o funcionamento das atividades de produção durante o turno da noite, fato que não era possível no galpão anterior por estar estabelecido em área 28 residencial. Conseqüentemente, a empresa obteve um aumento considerável da sua capacidade de produção. Portanto, a transferência da unidade fabril para o Distrito Industrial atendeu aos critérios de responsabilidade social e ambiental exigidos pela sociedade e proporcionou as condições estruturais para a consecução dos planos de crescimento da empresa. A Portax é uma empresa familiar. O Sr. Arlindo Alves dos Santos comanda a empresa, e os seus três filhos gerenciam as funções principais da empresa: Jacob Berzelius, engenheiro civil, coordena as atividades comerciais; Sérgio Francisco, engenheiro de produção, coordena as atividades de produção; e Arlindo Júnior, estudante de administração, coordena as atividades administrativas. A Portax tem noventa colaboradores registrados em seu quadro geral de funcionários. O Sr. Arlindo Alves dos Santos, fundador da Portax costuma argumentar que, ao longo desses vinte anos, suas empresas nunca foram denunciadas ao Procon, evidenciando sua seriedade e respeito com aquele que é o maior estímulo para os que fazem a Portax: o cliente. Esse seu pensamento e os seus valores disseminados por toda a empresa são a base dos sucessos conquistados em todos os seus empreendimentos. 29 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 5.1 Análise Administrativa A análise administrativa foi desenvolvida na Portax, com o propósito de solucionar o problema em estudo: a ausência de um setor administrativo na Portax. A metodologia utilizada foi o “Ciclo PDCA”, método utilizado no sistema de gestão da qualidade que tem como objetivo analisar e solucionar problemas identificados nas organizações. Este método sistematiza o processo de busca da melhoria através de um conjunto de etapas ou passos seqüenciados. A seguir, serão desenvolvidas as oito etapas do Ciclo PDCA para análise e solução de problemas. Etapa 1: Identificação do problema O problema identificado foi a ausência de um setor administrativo na Portax. Atualmente, podemos observar que a empresa encontra-se desorganizada, sem uma estrutura organizacional definida. As conseqüências negativas ocasionadas pela indefinição de um setor administrativo na empresa são as seguintes: Desempenho estratégico e operacional ineficiente; Ausência de informações financeiras confiáveis para auxiliar no processo decisório; Perda de valor para os proprietários. Etapa 2: Observação O problema em questão pode ser compreendido a partir de uma análise da cultura da organização. Por tratar-se de uma empresa familiar, a Portax apresenta uma série de características inerentes e comuns a organizações deste tipo, especialmente o modo de gestão baseado no empirismo. À medida que a organização cresce, torna-se necessário estruturá-la de forma racional para proporcionar uma maior eficiência e eficácia no desempenho de suas atividades. 30 A Portax possui um quadro de noventa funcionários, podendo ser considerada uma empresa de médio porte. A visão da empresa é dobrar seu faturamento no prazo de um ano. Portanto, para atingir suas metas de crescimento a curto e longo prazo, a Portax precisa abandonar o seu empirismo e se profissionalizar, adotando uma nova filosofia de gestão baseada na organização racional. Etapa 3: Análise das causas Depois de identificado e compreendido o problema em análise, é necessário levantar as causas do problema. Nesta etapa do ciclo PDCA, aplicamos o “diagrama de causa e efeito”. Esse diagrama é uma ferramenta gerencial utilizada para identificar as causas que levam a um determinado efeito. O levantamento e agrupamento das causas em categorias proporcionam um direcionamento para as ações de melhoria. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO EQUIPAMENTOS PESSOAS S.I. inadequado Estrutura organizacional indefinida Quadro de funcionários insuficiente Infra-estrutura precária AUSÊNCIA DE UM SETOR ADMINISTRATIVO NA PORTAX Falta de padronização dos processos Atividades pessoais controladas pela empresa Falta de padrões de documentos PROCESSOS Não-atendimento ao princípio da entidade ENTIDADE 31 Etapa 4: Plano de ação Diagnosticadas as causas que provocam o problema em estudo, o próximo passo foi sugerir alternativas para a solução do problema em análise. As soluções propostas para cada grupo de causas são as seguintes: CAUSA SOLUÇÃO ENTIDADE Atender ao princípio da entidade. PESSOAS Definir a estrutura organizacional e contratar funcionários. PROCESSOS Padronização e racionalização dos processos. EQUIPAMENTOS Aquisição de equipamentos e instalações. As soluções serão implementadas a partir da execução de uma série de ações, discriminadas em um plano de ação. Nesta etapa de planejamento, utilizamos a metodologia “5W2H”, ferramenta gerencial aplicada na elaboração de planos de ação. A metodologia “5W2H” sistematiza a definição de metas, prazos, responsabilidades, métodos e recursos associados. PLANO DE AÇÃO – 5W2H Setor: Administrativo Objetivo: Organizar o setor administrativo, proporcionando as condições necessárias para que este setor desenvolva suas atividades eficientemente. Responsável: Arlindo Júnior Prazo: 31/12/2009 O QUE (What) QUEM (Who) QUANDO (When) ONDE (Where) POR QUE (Why) Controlar retiradas de capital dos sócios e facilitar orçamento mensal da empresa. Setor está sobrecar-regado com atividades pessoais. Fixar os valores de pró-labores dos sócios e elaborar a programação dos créditos desses rendimentos. Arlindo Júnior Até 31/08/09 Sala de reunião. Eliminar a realização de pagamentos e o controle das contas bancárias dos sócios. Arlindo Júnior Até 31/08/09 No setor adm. Elaborar o organograma do setor administrativo. Arlindo Júnior Até 31/08/09 No setor adm. Para definir os setores da empresa. Elaborar o funcionograma do setor administrativo. Arlindo Júnior Até 31/08/09 No setor adm. Para definir os cargos e funções para o setor. COMO (How) CUSTOS (How much) Através de reunião com os sócios. R$ 10,00 em despesas com material de escritório. Informar sócios e encerrar. Sem custos adicionais Analisar estrutura atual e a ideal. Analisar estrutura atual e a ideal. Sem custos adicionais Sem custos adicionais 32 Elaborar os quadros de tarefas do setor administrativo. Arlindo Júnior Até 31/09/09 No setor adm. Para definir as rotinas de trabalho das pessoas. Elaborar os fluxogramas dos processos do setor administrativo. Arlindo Júnior Até 31/12/09 No setor adm. Para padronizar processos. Elaborar os manuais de procedimentos do setor administrativo. Arlindo Júnior Até 31/12/20 09 No setor adm. Para padronizar processos. Treinar os colaboradores. Arlindo Júnior Até 31/12/20 09 Na empresa. Capacitar pessoas. Reunião. Sem custos adicionais No mercado. Oferecer condições para a execução das tarefas. Listar as necessidades, cotar preços e comprar. R$ 20.000,00 investimento em móveis, computadores, impressora e software. Adquirir equipamentos e instalações necessárias ao desenvolvimento das atividades. Jacob Até 31/10/20 09 Analisar estrutura atual e a ideal. Analisar estrutura atual e a ideal. Analisar estrutura atual e a ideal. Sem custos adicionais Sem custos adicionais Sem custos adicionais Etapa 5: Ação Encerrada a etapa de planejamento das ações, inicia-se a etapa de execução e implementação do plano. Comprometimento, determinação e disciplina são comportamentos fundamentais para a realização desta etapa do ciclo. Também é muito importante estar atento aos prazos estabelecidos. O cronograma de trabalho a ser seguido está detalhado abaixo: CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES 2009 MÊS ATIVIDADE Definição de pró-labores dos sócios. Vetar todos os pagamentos pessoais. Elaborar o organograma da empresa. Elaborar o funcionograma do setor. Elaborar os QDT do setor. Elaborar os fluxogramas de processos. Elaborar manuais de procedimentos. Treinar os colaboradores. Adquirir equipamentos e instalações. AGO SET OUT NOV DEZ 33 Etapa 6: Verificação Na data do vencimento de cada prazo estabelecido, deve ser verificado se a meta foi cumprida. No caso de uma determinada meta não ter sido cumprida, ou se o resultado obtido não foi o esperado, deverão ser registradas as devidas observações. O “Formulário de Verificação” deverá ser utilizado para auxiliar nessa etapa do processo: FORMULÁRIO DE VERIFICAÇÃO META Definição de prólabores dos sócios. Veto de pagamentos pessoais. Elaboração do organograma. Elaboração do funcionograma. Elaborar os QDT do setor administrativo. Elaborar fluxogramas. Elaborar os manuais de procedimentos. Treinamento dos colaboradores. Aquisição de equipamentos. INDICADOR CUMPRIMENTO SIM NÃO AUDITOR DATA Ata da reunião. Relatório “Contas a Pagar”. Documento “Organograma”. Documento “Funcionograma”. Documentos “QDT”. Documentos “Fluxogramas”. Documentos “Manual de Procedimentos”. Índice de N.C. Verificação nos ambientes internos. Etapa 7: Padronização A partir dos resultados obtidos, decide-se em padronizar o processo ou alterar o planejamento e reiniciar o ciclo. Etapa 8: Conclusão Nesta última etapa do Ciclo PDCA, serão registrados os avanços obtidos e debatidas outras oportunidades de melhoria. 34 Como já foi citada na fundamentação teórica, a análise administrativa pode ser sintetizada em três fases: diagnóstico das causas do problema, busca das soluções e implementação das mudanças. A análise administrativa desenvolvida nesta monografia desenvolve as duas fases, ou seja, faz o diagnóstico das causas do problema e aponta as soluções. A implementação das mudanças está planejada e detalhada no plano de ação e no cronograma de atividades expostos acima. Contudo, a implementação das mudanças só será concretizada até o término do mês de dezembro deste ano de 2009, conforme determinado no cronograma de atividades. 5.2 Estruturação do Setor Administrativo A definição da estrutura organizacional é um fator fundamental para o sucesso de uma empresa, pois é através da sua estrutura que a empresa atinge seus objetivos organizacionais. Portanto, é muito importante que a empresa tenha uma estrutura organizacional adequada com o seu tamanho, com a complexidade das suas operações e com os seus objetivos estabelecidos. A estrutura organizacional adequada para a Portax é a estrutura tradicional, em linha, que definirá claramente as relações de autoridade e responsabilidade, contribuindo para o atendimento ao princípio da unidade de comando. A estrutura organizacional está esquematizada no organograma abaixo: ORGANOGRAMA DA PORTAX 35 O funcionograma é o gráfico que sintetiza as funções e atividades desenvolvidas pelas unidades organizacionais da empresa, sendo de utilidade exclusiva para cada setor ou departamento respectivo. O funcionograma do setor administrativo da Portax será o seguinte: FUNCIONOGRAMA DO SETOR ADMINISTRATIVO Setor Administrativo Gerência Administrativa Arlindo Júnior Seção Financeira Seção de Logística Seção de Pessoal Nomes dos empregados: Nomes dos empregados: Moisés Durvanildo Carlos João Batista Nomes dos empregados: Josélio Deibison Talita Geraldo Atividades: Atividades: Atividades: Aquisição de materiais e serviços Elaboração do fluxo de caixa Contabilização das NF de entrada Emissão de NF de saída Efetuação de pagamentos Análise de crédito Cobrança de duplicatas a receber Controle contábil e fiscal Gestão de materiais Entrega dos produtos aos clientes Monitoramento da frota de veículos da empresa Segurança patrimonial Controle do fluxo de materiais e pessoas Controle de resíduos de materiais Gerenciamento dos serviços gerais Gerenciamento das funções de recrutamento, seleção, admissão, treinamento, motivação e avaliação de pessoal Elaboração da folha de pagamento de pessoal Confecção das férias Confecção de advertências e suspensões Confecção de rescisões Como os gráficos já foram confeccionados acima, podemos verificar que as metas propostas para a elaboração do organograma e do funcionograma já estão cumpridas. 36 5.3 Ferramentas de Gestão Os instrumentos normativos e as ferramentas de gestão que serão elaboradas para auxiliar no funcionamento do setor administrativo da Portax serão os seguintes: quadros de distribuição do trabalho (QDT); fluxogramas; e manuais. Nesta monografia, os quadros de distribuição do trabalho (QDT) dos supervisores das seções já estão elaborados. Seguindo o cronograma, os demais QDT do setor administrativo deverão ser concluídos até o término do mês de setembro deste ano. Os fluxogramas de processos e os manuais terão um prazo maior para elaboração, devem estar concluídos até o mês de dezembro de 2009. Nesta monografia foi confeccionado um manual de procedimento que servirá como modelo para os demais manuais, que serão desenvolvidos com a participação dos funcionários, afinal, quem está lidando diretamente com o processo tem melhores condições de opinar sobre os métodos corretos de se realizar o trabalho. Portanto, é fundamental o envolvimento dos colaboradores nesse processo de elaboração dos instrumentos normativos. Em seguida, serão apresentados os instrumentos normativos, que são os quadros de distribuição do trabalho e manual de procedimento, que foram sugeridos para a resolução dos problemas administrativos detectados. 37 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Atividades Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Assinatura: Data: 01/08/09 Número Atividades Desenvolvidas 01 – Adquirir materiais e serviços. 02 – Contabilizar as notas fiscais de entrada. 03 – Emitir as notas fiscais de saída. 04 – Efetuar os pagamentos. 05 – Efetuar as análises de crédito. 06 – Efetuar as cobranças de duplicatas a receber. 38 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Atividades Setor: Seção: Administrativo Logística Nome: Cargo: Moisés Ferreira Supervisor de Logística Assinatura: Data: 01/08/09 Número Atividades Desenvolvidas 01 – Controlar os estoques de materiais e produtos. 02 – Coordenar o processo de entrega de produtos aos clientes. 03 – Monitorar a frota de veículos da empresa. 39 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Atividades Setor: Seção: Administrativo Pessoal Nome: Cargo: Talita Supervisor de Recursos Humanos Assinatura: Data: 01/08/09 Número 01 Atividades Desenvolvidas – Coordenar o recrutamento, seleção, treinamento, motivação, avaliação de pessoal. 40 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Contabilizar as notas fiscais de entrada Número Tarefas Tempo gasto 01 – Receber a nota fiscal de entrada. 0,25 h 02 – Imprimir o comprovante de recebimento do auxiliar da logística. 0,25 h 03 – Fazer o lançamento contábil da nota fiscal no sistema. 0,50 h 04 – Imprimir o relatório de entradas e os controles de valores. 0,25 h 05 – Anexar ao relatório de entradas as notas fiscais de entrada, as ordens de compra, o comprovante de recebimento da logística e os controles de valores. 0,25 h 06 – Colher a assinatura da gerência no relatório de Entradas e nos controles de valores. 0,50 h 07 – Arquivar os documentos. 0,50 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 2,50 h 41 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Adquirir materiais e serviços Número Tarefas Tempo gasto 01 – Imprimir o relatório “Necessidades de Compra” e as solicitações de compra. 0,25 h 02 – Cotar preços dos materiais e serviços requisitados. 0,25 h 03 – Elaborar as ordens de compra. 0,25 h 04 – Colher a autorização da gerência nas ordens de compra. 0,25 h 05 – Enviar fax das ordens de compra aos fornecedores. 0,25 h 06 – Monitorar o transporte dos materiais e atendimento dos serviços solicitados. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 1,50 h 42 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Emitir as notas fiscais de saída Número Tarefas Tempo gasto 01 – Receber a solicitação de faturamento da logística. 0,25 h 02 – Confeccionar as notas fiscais de saída. 0,50 h 03 – Integrar as informações do faturamento no sistema. 0,25 h 04 – Receber os canhotos das notas fiscais de saída. 0,25 h 05 – Arquivar os canhotos das notas fiscais de saída. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 1,50 h 43 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Efetuar os pagamentos Número Tarefas Tempo gasto 01 – Elaborar as ordens de pagamento do dia: cheques e cartas. 0,25 h 02 – Colher a autorização da gerência nas ordens de pagamento, com os controles de valores anexados. 0,25 h 03 – Executar os pagamentos do dia. 0,25 h 04 – Controlar o caixa da empresa. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 1,00 h 44 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Efetuar as análises de crédito Número Tarefas Tempo gasto 01 – Receber a solicitação de aprovação de crédito do setor comercial. 0,25 h 02 – Executar a análise de crédito através de consulta aos seguintes órgãos: Receita Federal; Serasa; bancos; fornecedores; sistema (verificar se consta algum título vencido em aberto do cliente). 0,25 h 03 – Comunicar o resultado da análise de crédito ao setor comercial. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 0,75 h 45 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Financeira Nome: Cargo: Josélio Supervisor Financeiro Atividade: Efetuar as cobranças de duplicatas a receber Número Tarefas Tempo gasto 01 – Integrar os pedidos de venda lançados pelo setor comercial. 0,25 h 02 – Cobrar os pedidos os quais os produtos já foram entregues e ainda constam em carteira. 0,25 h 03 – Cobrar os títulos que não foram liquidados. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 0,75 h 46 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Logística Nome: Cargo: Moisés Ferreira Supervisor de Logística Atividade: Controlar os estoques de materiais e produtos Número Tarefas Tempo gasto 01 – Supervisionar o armazenamento e o fluxo de materiais diretos, indiretos e gerais no almoxarifado. 2,00 h 02 – Supervisionar o armazenamento e o fluxo dos produtos acabados na expedição. 0,50 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 2,50 h 47 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Logística Nome: Cargo: Moisés Ferreira Supervisor de Logística Atividade: Coordenar o processo de entrega de produtos aos clientes Número Tarefas Tempo gasto 01 – Inspecionar a qualidade dos produtos acabados no setor da produção. 0,25 h 02 – Transferir do setor da produção para a expedição os produtos acabados com qualidade satisfatória. 0,50 h 03 – Imprimir o relatório “Programação de Entregas”. 0,25 h 04 – Confeccionar os romaneios das entregas. 0,50 h 05 – Supervisionar o carrego dos produtos. 3,00 h 06 – Elaborar a ordem de saída e entregá-la ao motorista junto com as notas fiscais de saída, os romaneios e o dinheiro para pagamento de imposto. 0,25 h 07 – Monitorar o índice de avarias das entregas. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 5,00 h 48 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Logística Nome: Cargo: Moisés Ferreira Supervisor de Logística Atividade: Monitorar a frota de veículos da empresa Número Tarefas Tempo gasto 01 – Elaborar as ordens de saída dos veículos e registrar o retorno. 0,25 h 02 – Supervisionar a manutenção dos veículos. 0,25 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 0,50 h 49 Análise da Distribuição do Trabalho Lista de Tarefas Setor: Seção: Administrativo Pessoal Nome: Cargo: Geraldo Supervisor de Recursos Humanos Atividade: Coordenar o recrutamento, seleção, treinamento, motivação, avaliação de pessoal Número Tarefas Tempo gasto 01 – Analisar o banco de talentos disponíveis. 0,50 h 02 – Selecionar candidatos às vagas disponíveis. 0,50 h 03 – Supervisionar o treinamento institucional e técnico dos colaboradores. 3,00 h 04 – Implementar programas motivacionais na organização. 2,00 h 05 – Supervisionar as avaliações de desempenho de todos os funcionários da empresa. 2,00 h Data: Assinatura: Tempo total gasto (diário) 8,00 h 50 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 01/06 1. Necessidade de Compra. Existem três situações que podem gerar a necessidade de compra de materiais ou serviços: 1.1. Necessidade de reposição de material que apresenta quantidade de estoque mínimo predeterminado, identificada através do relatório “Necessidades de Compras”. A partir do relatório “Necessidades de Compras”, o supervisor financeiro faz a análise dos materiais que precisam ser repostos. O relatório “Necessidades de Compras” aponta todos os itens de estoque que estão com saldo atual igual ou abaixo do estoque mínimo estabelecido. O relatório também informa se já existe uma ordem de compra efetuada para o item que está com estoque baixo. Com base nessas informações, se determinado material estiver com saldo baixo no estoque e não tiver nenhum pedido de compra efetuado, o supervisor financeiro deverá efetuar a compra. 1.2. Necessidade de reposição de material que não apresenta quantidade de estoque mínimo predeterminado, portanto não identificado no relatório “Necessidades de Compras”. Nessa situação, enquadram-se os materiais que, por critérios econômicos ou circunstanciais, não têm necessidade de manter um estoque mínimo na empresa. Nesse caso, a necessidade de reposição do material é identificada pelo colaborador responsável. Este deve solicitar ao supervisor financeiro (via e-mail) a compra do material. 1.3. Necessidade de compra de serviço. A necessidade de compra de serviço é identificada por um colaborador de qualquer seção da empresa. Quando identificada a necessidade de compra, o colaborador envia um e-mail para o supervisor financeiro solicitando a compra do serviço. 51 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 02/06 Obs.: i) Responsabilidade. Quando o material tem um estoque mínimo predeterminado, a responsabilidade pela falta desse material no estoque é do supervisor financeiro, afinal, é ele o responsável pela reposição do estoque. ii) Custo do pedido. Em muitos casos, um fornecedor fornece mais de um insumo para a empresa. Quando um desses materiais atinge o estoque mínimo, o comprador precisa analisar a situação de estoque dos demais materiais entregues pelo mesmo fornecedor para avaliar se deve também fazer o pedido destes materiais junto com o material com estoque baixo para reduzir o custo do pedido. 2. Compra do Material ou Serviço. Depois de solicitada a aquisição do material ou prestação do serviço, o comprador deverá efetuar a compra. De acordo com a regularidade da compra de determinado material ou serviço, existem dois procedimentos distintos que o supervisor financeiro seguirá para realizar a compra: 2.1. Material cuja reposição é contínua. Normalmente, os materiais cuja reposição é freqüente, já têm fornecedores fixos e preços dos produtos tabelados. Para auxiliar na efetuação da compra, o supervisor financeiro deve imprimir o relatório “Coleta de Materiais”, que fornece os dados do fornecedor, o preço unitário do produto adquirido na última compra, o consumo mensal do produto e a quantidade do lote de compra que deverá ser solicitada. Dessa forma, com o auxílio do relatório “Coleta de Materiais”, o supervisor financeiro consulta os dados no relatório (fornecedor, preço, quantidade) e prepara a “Ordem de Compra”, sem precisar fazer cotação ou contato com o fornecedor. Depois de preparada a ordem de compra, o supervisor financeiro deve recolher a assinatura do gerente administrativo autorizando a ordem de compra; envia o fax da ordem de compra para o fornecedor; anexa o comprovante da emissão do fax junto à ordem de compra; e aguarda a confirmação do faturamento do pedido, que normalmente é informada via e-mail. 52 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 03/06 2.2. Material cuja reposição é esporádica. Nesses casos, com ou sem o relatório “Coleta de Materiais”, o supervisor financeiro deve fazer no mínimo três cotações em diferentes empresas e apresentar à gerência. Depois de selecionada a melhor proposta, o supervisor financeiro prepara a “Ordem de Compra”; recolhe a assinatura do gerente administrativo autorizando a ordem de compra; envia o fax da ordem de compra para o fornecedor; anexa o comprovante da emissão do fax junto à ordem de compra; e aguarda a confirmação do faturamento do pedido. Obs.: i) Data de entrega. Quando a ordem de compra é de um material típico, fechada sem precisar do contato com o fornecedor, o supervisor financeiro conhece o prazo médio de chegada do material na empresa. Portanto, o próprio supervisor financeiro lança na ordem de compra a data de entrega, sem o contato com o fornecedor. Quando o material não é típico e o supervisor financeiro precisa entrar em contato com o fornecedor, este irá informar o prazo de entrega. 3. Monitoramento do transporte. O procedimento de monitoramento do transporte corresponde ao período entre a confirmação do faturamento do pedido até a chegada do material. Durante esse período, existe a possibilidade de ocorrer alguns imprevistos e, conseqüentemente, provocar o atraso na chegada do material na empresa. Como a falta de um determinado material pode interromper a continuidade do funcionamento das operações da fábrica, gerando prejuízos para a empresa, o procedimento de monitoramento do transporte torna-se muito importante, coibindo os atrasos dos materiais. 3.1. Transporte via terceiros. Quando o transporte do material é realizado por terceiros, o supervisor financeiro informa ao fornecedor na ordem de compra qual a transportadora que deve fazer a coleta do material. 53 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 04/06 O supervisor financeiro deve entrar em contato com o fornecedor para pedir o número do conhecimento do frete e, depois, entrar em contato com a transportadora para solicitar por e-mail o número do conhecimento de frete e sua data de chegada, confirmando a coleta do material e o dia em que ele chegará à empresa. A data de chegada do material informada no e-mail da transportadora deve respeitar o prazo de entrega determinado na ordem de compra. O supervisor financeiro deve monitorar o andamento do material para evitar o atraso de sua chegada à empresa, que pode ocorrer devido ao atraso no faturamento do pedido, na coleta da transportadora ou no transporte até a empresa. Portanto, o supervisor financeiro deve acompanhar e cobrar das pessoas responsáveis o devido atendimento aos prazos estabelecidos. 3.2. Transporte via fornecedor. Quando o próprio fornecedor se encarrega de fazer o transporte do material até a empresa, o procedimento de monitoramento do transporte é mais simples, pois é feito diretamente com o fornecedor. O supervisor financeiro faz o acompanhamento do material entrando em contato com o fornecedor via e-mail ou telefone. 4. Recebimento dos materiais. No momento em que o material chega à empresa, o porteiro comunica o supervisor financeiro. Se este autorizar o recebimento, o porteiro libera a entrada, encaminhando-o ao almoxarifado. O supervisor de logística abre a ordem de compra na tela do computador, confere o material e dá a entrada do material no sistema. Obs.: i) Material recebido ou serviço prestado fora da empresa. Nessas situações normalmente a nota fiscal chegará posteriormente na empresa. Por exemplo, compra de pneus para veículos, conserto de máquinas, etc. Nesses casos, quando a nota fiscal chegar à empresa, o supervisor financeiro deve colher a assinatura do colaborador solicitante. 54 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 05/06 5. Contabilização da nota fiscal de entrada. Quando o supervisor financeiro contabilizar a nota fiscal de entrada, ele deve conferir se os dados que constam na nota fiscal estão iguais aos dados da ordem de compra: dados do fornecedor (razão social, CNPJ e endereço); especificações do material; quantidade do material; valores; datas de vencimento das duplicatas. Se os dados baterem, o supervisor financeiro deve iniciar o processo de contabilização da nota fiscal de entrada no sistema. Depois de contabilizar a nota fiscal de entrada, o supervisor financeiro deve carimbar “Encerrado” na ordem de compra. Contabilizadas todas as notas fiscais do dia, o supervisor financeiro anexa todas as ordens de compra à cada nota fiscal correspondente, ao comprovante de recebimento da logística ou assinatura do colaborador solicitante na nota fiscal, aos controles de valores (títulos a pagar), ao relatório de entradas, e entrega ao gerente administrativo para sua autorização de pagamentos. Nesta etapa, o gerente administrativo assina apenas no relatório de entradas e nos controles de valores. Obs.: i) Divergências entre a nota fiscal e a ordem de compra. Diferenças de quantidade a maior na nota fiscal só serão aceitas até 10% a mais. Se passar disso, o material só será aceito com a autorização do gerente administrativo. Se este não autorizar, o material deverá ser devolvido; Diferenças de quantidade a menor serão aceitas. O supervisor financeiro deve anotar na ordem de compra o saldo que ficou a receber e, não querendo mais receber o saldo, coloca o carimbo de saldo cancelado; Diferenças nas datas de vencimento das duplicatas a menor da data acordada só serão toleradas dentro do prazo de três dias. Se passar disso, o supervisor financeiro deverá entrar em contato com o fornecedor solicitando a alteração das datas. Essa alteração deve ser documentada, através de fax ou e-mail; Diferenças a maior no valor dos produtos não serão aceitas. O supervisor financeiro deve comunicar-se com o fornecedor solicitando a alteração dos valores. Se houve aumento no preço do produto, a obrigação é do fornecedor ligar para a empresa para informar que não pode faturar o valor que está na ordem de compra, ao invés de entregar o pedido com preços que não foram autorizados. 55 Manual de Procedimentos Processo: Aquisição de material Seção(s) envolvida(s): Financeira / Logística Elaborado por: Setor: Data: Folha: Arlindo Júnior Administrativo 01/08/09 06/06 6. Arquivo de documentos. Enquanto o material ainda encontra-se em trânsito, as ordens de compra ficam arquivadas na pasta do supervisor financeiro. Quando o material chega, e o supervisor financeiro contabiliza a nota fiscal de entrada, a ordem de compra é anexada à nota fiscal, comprovante de recebimento da logística, controles de valores e relatório de entradas para seguir ao gerente administrativo. Depois de autorizados os pagamentos, todos os documentos retornam ao supervisor financeiro para o devido arquivo. 56 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, observamos neste trabalho que as organizações devem manter-se atentas aos seus ambientes interno e externo. A estrutura interna da organização, suas instalações físicas e seu sistema organizacional, funcionam como o esqueleto da organização. A estrutura interna é a sustentação da empresa. No decorrer de sua ainda curta trajetória, a Portax priorizou o crescimento de suas receitas, a ampliação do seu campo de atuação no mercado e a consolidação de sua marca. Contudo, podemos afirmar que a Portax não institucionalizou um setor administrativo, não deu a devida importância para sua gestão interna. A ausência de uma estrutura administrativa bem definida prejudica o funcionamento da empresa. O reflexo disso é o acúmulo de funções entre os colaboradores, os conflitos de autoridades e responsabilidades, a desmotivação dos colaboradores, o atendimento ineficiente ao cliente, a perda de valor para os sócios, entre outros. Partindo deste problema identificado – a ausência de um setor administrativo na Portax – podemos entender que este trabalho de monografia teve início a partir da conscientização do problema administrativo da Portax e a vontade de mudança organizacional. Baseando-nos em estudos da área de Organização e Métodos, nesta monografia foi desenvolvido um trabalho de análise administrativa na Portax para chegar-mos ao diagnóstico das causas do problema da empresa, em seguida, buscar as soluções para o problema e, por último, implementar as mudanças. Dessa maneira, o desenvolvimento da análise administrativa configurou-se como um programa de melhoria para a Portax, detalhado no plano de ações com prazo final estabelecido para dezembro deste ano de 2009, sabendo que, após a conclusão de todo o cronograma das atividades, o ciclo de mudança será reiniciado através da busca de novas oportunidades de melhoria, caracterizando-se assim, como um programa de melhoria contínua. O resultado final desta monografia foi a definição da estrutura organizacional da Portax e a elaboração de uma série de instrumentos normativos e ferramentas de gestão que irão auxiliar no funcionamento da empresa, fatores que contribuirão para a organização da gestão interna da Portax. A consecução desses objetivos, 57 estabelecidos no início desta monografia, proporcionará uma maior eficiência no desenvolvimento das atividades administrativas da Portax. A implantação dos instrumentos normativos em uma organização deverá ser equilibrada, pois o excesso de burocratização pode prejudicar o seu funcionamento. As organizações, como cita Smicsik (1992, p. 327), “(...) não devem prender-se de forma imutável ao que regem os manuais, pois teríamos as empresas apenas neutras ou reativas e nunca, pró-ativas.” De acordo com Araújo (1994, p. 144), “Se alguém tem certas normas a obedecer, procedimentos a cumprir, rotinas a executar, tem o seu poder de criatividade reduzido, se não eliminado”. Portanto, ainda acrescenta Araújo (1994, p. 144): “seu uso é acessório, subsidiário. Vale como instrumento de permanente consulta, (...) deve ser bem elaborado, claro, lógico, sem ser limitador da criatividade humana. (...) o pessoal responsável pela sua elaboração e utilização tenha em mente, sempre, o objetivo maior, que é agilizar o funcionamento da organização.” Portanto, aplicando na empresa os instrumentos normativos e as ferramentas de gestão com inteligência e equilíbrio, elas proporcionarão a eficiência organizacional. A consciência do problema, a vontade e a iniciativa da mudança partiram da diretoria da Portax. A diretoria deve disseminar essa consciência e o projeto por toda a empresa. O sucesso deste projeto necessita do envolvimento de todos os colaboradores da empresa. O planejamento foi realizado. A partir de agora, será necessário que todos os colaboradores estejam comprometidos com o projeto de mudança para executá-lo e, conseqüentemente, atingir as metas estabelecidas. 58 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luís César G. de. Organização e Métodos – Integrando comportamento, estrutura, estratégia e tecnologia. São Paulo: Atlas, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000. CURY, Antonio. Organização & Métodos – Uma Visão Holística. São Paulo: Atlas, 2007. MARSHALL, Isnard Junior; CIERCO, Agliberto Alves; ROCHA, Alexandre Varanda; MOTA, Edmarson Bacelar; LEUSIN, Sérgio. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2006. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização e Métodos – Uma Abordagem Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998. SIMCSIK, Tibor. O. M .I. S. Organização e Métodos. Vol I. São Paulo: Makron Books, 1992. TIFFANY, Paul; PETERSON, Steven D. Planejamento Estratégico. Rio de Janeiro: Campus, 1998.