Terapia Cognitivo-Comportamental
AVALIAÇÃO INICIAL
1ª. Sessão
Eliana Melcher Martins
e
Lina Sue Matsumoto
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OBJETIVOS GERAIS
PSICÓLOGO
 Identificar os problemas do paciente
(queixa principal: O que te trouxe aqui?)
 Promover empatia (ALIANÇA TERAPÊUTICA)
 Verificar quais os procedimentos da TCC serão
utilizados no tratamento (Protocolo)
 Base para avaliar a eficácia do tratamento (Meta).
PACIENTE
 Conhecer o trabalho do Psicólogo
 Avaliar empatia com o profissional e com a
abordagem oferecida (TCC).
2
OBJETIVOS CENTRAIS DA TCC
 Identificar sintomas e conceitualizar cognitivamente o
problema de um paciente.
 Desenvolver e implementar um plano de tratamento
 Progressivamente:
1.Restaurar a FLEXIBILIDADE COGNITIVA
2.Promover a REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
3.Promover a generalização e manutenção dos ganhos com a
terapia
 Desenvolver habilidades de RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
 PREVENIR RECAÍDAS: conduzir programa de follow-up
 Tornar o paciente autônomo para o exercício das
habilidades adquiridas no processo clínico, no menor
prazo de tempo possível
3
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Cadastro de dados gerais
 Agenda
 Checagem do humor
 Relato breve da demanda
 Psicoeducação sobre o problema do paciente
 Explorar áreas da vida e auto-conceito
 Colocar o problema do paciente dentro do modelo
cognitivo
 Apresentar os princípios da TCC
 Verificar as expectativas do paciente
 Dar um resumo da sessão e pedir feedback
 Fechar contrato terapêutico
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AGENDA
1.
2.
Tempo de sessão: aprox. 1:00 h
Apresentar Estrutura da Sessão
ESTRUTURA SIMPLIFICADA:






5
Cadastro e Aplicação de 3 escalas (BDI/BAI/BHS)
Feedback do Psicólogo sobre as escalas
Resumo da Demanda
Exploração de áreas da vida e autoconceito
Explicar o Modelo Cognitivo
Contrato Terapêutico
CADASTRO
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CHECAGEM DO HUMOR
1. Apresentar e aplicar as Escalas de Beck
BDI - Escala de Depressão (Beck Depression Inventory)
(Mede a intensidade da depressão)
BAI - Escala de Ansiedade (Beck Anxiety Inventory)
(Mede a intensidade da ansiedade)
BHS - Escala de Desesperança (Beck Hopelessness Scale)
(Medida de pessimismo –indícios sugestivos risco de suicídio)
BSI - Escala de Ideação Suicida (Beck’s Suicidal Ideation Scale)
(Detecta a presença de ideação suicida – mede extensão da motivação e planejamento)
2. Dar feedback dos resultados dos inventários
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BDI - ESCALA DE DEPRESSÃO - (Beck Depression Inventory)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 21 questões sobre diversos sintomas
depressivos: irritabilidade, cognições de culpa e
punição, sintomas físicos de fadiga, alterações de
apetite, sono, etc.
3. Período de tempo: última semana
4. Escores: cada resposta com valor de 0 a 3
5. Resultados:
0 - 13 = Depressão MÍNIMA
14 - 19 = Depressão LEVE
20 - 28 = Depressão MODERADA
8
29 - 63 = Depressão SEVERA
BAI – ESCALA DE ANSIEDADE - (Beck Anxiety Inventory)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 21 questões sobre diversos sintomas comuns
em ansiedade
3. Período de tempo: última semana
4. Escores: cada resposta com valor de 0 a 3 considerandose a intensidade da ansiedade
5. Resultados:
0 - 7 = Ansiedade MÍNIMA
8 - 15 = Ansiedade LEVE
16 - 25 = Ansiedade MODERADA
26 - 63 = Ansiedade SEVERA
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BHS – ESCALA DESESPERANÇA - (Beck Hopelessness Scale)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 20 afirmações V/F que permitem avaliar a
extensão das expectativas negativas do paciente sobre
seu futuro imediato e a longo prazo.
3. É indicadora indireta do risco de suicídio em indivíduos
deprimidos ou que já fizeram tentativas
4. Cada afirmação é pontuada com 0 ou 1.
Das 20 afirmações: 9 são otimistas e 11 pessimistas.
5. Resultado:
0 - 3 = ASSINTOMÁTICO
4 - 8 = MÉDIO
9 - 14 = Desesperança MODERADA
14 - 20 = Desesperança SEVERA
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BSI – ESCALA IDEAÇÃO SUICIDA - (Beck Suicidal Ideation Scale)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. É indicadora da presença de ideação suicida e mede a
extensão da motivação e planejamento de um
comportamento suicida.
11
RELATO BREVE DA DEMANDA
1. Identificar os motivos principais do paciente para a
terapia.
2. Perguntas úteis:
 Quais são suas dificuldades atuais?
 O que você quer melhorar em sua vida?
 O que está acontecendo em sua vida que não está da
forma como você quer, tinha imaginado ou gostaria
que fosse?
 Usar formulário Identificação da Demanda
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INFORMAÇÃO SOBRE O PROBLEMA
1. Formar uma hipótese diagnóstica do caso e explicar de
forma breve e fácil para o paciente.
2. A maioria das pessoas quer saber que não estão
loucas, não são ruins, estranhas e que o psicólogo já
ajudou outras pessoas como elas antes.
3. Indique artigos, livros, filmes, sites e tudo o que for
necessário para o paciente se sentir melhor, diminuir
sua rigidez cognitiva e ver/acreditar que ficará bem.
4. Injete ESPERANÇA e MOTIVAÇÃO = Motor da TCC
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ÁREAS DA VIDA E AUTO-CONCEITO
1. Avaliar todas as áreas da vida com o objetivo de
formar uma Lista de Metas para a terapia.
2. Avaliar o Autoconceito com o objetivo de verificar a
funcionalidade atual da TRÍADE COGNITIVA do
paciente:
1º) Visão de si mesmo;
2º) Visão dos outros;
3º) Visão do futuro;
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ÁREAS DA VIDA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL
LAZER
FÍSICO
PSÍQUICO
PROFISSÃO
FINANÇAS
RELAÇÃO AFETIVA
AMIZADE
FAMÍLIA
0
15
RODA DA VIDA
100
0 – Muito mal
100 – Excepcionalmente bem
AUTOCONCEITO
1. Como o paciente se vê?
Quais são suas qualidades e defeitos?
 VISÃO DE SI MESMO
2. Como ele acha que é visto pelos outros?
 VISAO DOS OUTROS
3. Como ele acha que será o futuro dele?
 VISAO DO FUTURO
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MODELO COGNITIVO
Judith Beck
1. Explicar a TC de forma fácil. O que é?
A palavra “cognitiva” vem de cognição, sinônimo de
Pensamento.
2. A TC enfoca a forma que a pessoa pensa sua vida,
relacionamentos e seu futuro.
3. Sempre tentar usar exemplos da vida do paciente.
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MODELO COGNITIVO
A nossa forma de ver/pensar uma situação influencia a nossa forma
de agir e sentir emocionalmente e fisicamente.
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EXEMPLO 1:
SITUAÇÃO: Na segunda, no trabalho, João recebe um convite de um
amigo do trabalho para ir em uma festa na casa dele no final de
semana para comemorar o aniversário dele de 40 anos. João já tem
o aniversário de sua sogra marcado para o mesmo dia e horário.
Pensamentos que podem surgir "Ihh, não vou
poder ir. Minha esposa vai ficar chateada.
Não vai querer ir de jeito nenhum. Mas se eu
não for, eu vou ficar chateado de não ir na
festa do meu amigo."
Comportamento mais provável será:
" Falar para o amigo que não poderá ir
à festa, pois já tem um compromisso"
Sentimentos poderão ser
Ansiedade/ Tristeza.
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(PERCEPÇÃO LIMITADA)
Pensamentos que podem surgir
”Que legal! Queria mesmo ir numa
festa dessas há tempos! Vai ser um
festão. Quarenta anos!!! Isso só se
vive uma vez! Minha esposa não vai
gostar muito, mas eu vou adorar esse
convite porque vou me livrar de ter
que ir na festa da minha sogra."
Comportamento mais provável será:
Confirmar a presença na festa sem
consultar a esposa
Sentimento poderá ser Alegria total
(PERCEPÇÃO PARCIAL)
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Pensamentos: ”Minha esposa não vai
gostar muito desse convite. Bom, vou
conversar com ela para ver se ela fica
chateada se sairmos um pouco mais cedo
do aniversário da minha sogra ou, até
mesmo, se ela não fica chateada de eu ir
sozinho depois do bolo”.
Comportamento: Falou com a esposa e
combinaram de ir no aniversário da mãe
dela. Conforme o andar da carruagem,
ambos iriam para o aniversário do
amigo ou somente ele.
Sentimentos: Felicidade por ter ido na
festa do seu amigo sem chatear a esposa
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(PERCEPÇÃO GLOBAL)
EXEMPLO 2:
SITUAÇÃO: No último feriado, Maria foi à casa de sua tia e recebeu o
convite de casamento de sua prima, com a lista de presentes dentro
do envelope. O casamento será numa igreja tradicional em SP e os
noivos recepcionarão os convidados com uma grande festa num
buffet. A família toda só fala dos preparativos para a festa, que
acontecerá no feriado de setembro.
Pensamentos que podem surgir:
“Argh... Odeio festas de casamento... Toda a
família fica olhando prá mim e me chamando
de titia... Minha prima só me convidou por
causa do presente bom"
Comportamento mais provável será:
“Viajar no feriado de setembro"
Sentimentos poderão ser
Raiva/Ansiedade/Tristeza.
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(CATASTROFIZAÇÃO)
EXEMPLO 2:
Pensamentos que podem surgir:
“Hummm... Eu não gosto de ir a casamentos, mas eu adoro a minha
prima... Eu vou escolher um presente da lista que não seja muito caro,
e que ela goste bastante”
Comportamento mais provável será:
“Vou convidar um amigo prá ir comigo e juntos podemos nos divertir
bastante na festa"
Sentimentos poderão ser: Tranquilidade/ Alegria
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PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA TC
Não é a situação por si só que determina como uma pessoa reagirá, mas a
forma como ela consegue ver a situação
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Antes da TC
Depois da TC
Rigidez Cognitiva
Flexibilidade Cognitiva
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PRINCÍPIOS DA TC
- PARTICIPATIVA
- EDUCATIVA
- PRESENTE
- FOCAL
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RESUMO DA SESSÃO E PEDIR FEEDBACK
1. Resumir de forma breve a sessão de hoje e esclarecer
como será a próxima sessão e o processo terapêutico
2. Dar tarefa de casa adequada ao paciente
3. Fazer o contrato terapêutico
4. Explicar: “Como funciona a terapia?”
Horário, duração da sessão, local, atrasos, faltas, férias,
sessões em conjunto com familiares, pagamento, sessões
fora do consultório, interrupção do tratamento, viagens,
recados para o paciente e psicólogo, sigilo, etc.
5. Pedir feedback do paciente: “Você tem alguma dúvida?”
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FEEDBACK SOBRE APLICAÇÃO TC
1. Avaliar se os problemas ou a demanda do
paciente podem ser trabalhados na TC.
Exemplos de NÃO APLICAÇÃO:
 Quero mudar o meu marido/esposa;
 Arranjar emprego ou namorado;
 Cura de doenças físicas ou mentais;
 Aumentar salário;
 Passar no exame; etc.
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EXPECTATIVAS DO PACIENTE
 Como você espera melhorar com a terapia?
 Qual a ideia que você tem de uma terapia?
 Quanto tempo você espera ficar em terapia?
 Quantas vezes por semana você pretende fazer?
 Se quer fazer mais de uma vez, por quê?
 Como você acha que será sua vida depois da terapia?
Tente me descrever...
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A PARTIR DA 2ª SESSÃO (ou após a avaliação )
 Paciente
 Data
 Objetivo da sessão
 Pontos importantes da sessão
 checagem de humor / emoção
 ponte com a sessão anterior
 revisão da semana
 revisão da tarefa de casa
 discussão de resultados das tarefas
 relato de traumas ou eventos significativos
 Observação (quando for o caso)
 Pensamentos Automáticos
 Crenças Intermediarias (Regras / Atitudes /
Suposições)
 Crenças Centrais
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CONCEITUAÇÃO COGNITIVA (vai sendo construído ao longo das sessões)
 Dados relevantes da infância
 Crença central e Crenças intermediarias
 Estratégias compensatórias
 Viés confirmatório
 Situações problemáticas
 Pensamentos automáticos
 Significado dos pensamentos automáticos
 Emoção
 Comportamento
 Técnicas utilizadas na sessão
 Tarefa de casa
 Levantamento de objetivos para a próxima sessão.
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RELATÓRIO FINAL DE CASO CLÍNICO
 IDENTIFICAÇÃO DO TERAPEUTA
• nome
• CRP
• endereço consultório
• fone consultório
 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
• nome
• data de nascimento - idade
• estado civil
• filhos (nome, idade, profissão)
• Escolaridade – Profissão – Ocupação atual
 QUEIXA INICIAL
• Identificação do problema central
• história do problema
• Diagnóstico DSM-IV (eixo 1, 2, 3, 4) ou CID-10.
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 Problemas atuais (outros além do problema central) e
funcionamento atual (breve descrição do cotidiano e
problemas).
 Perfil de desenvolvimento
 Historia (familiar, social, educacional, médica-psiquiátrica, ocupacional)
 Relacionamento (pais, irmãos, amigos, figuras de autoridades,
outros significativos – incluindo animais domésticos)
 Eventos significativos e traumas
 Perfil cognitivo (o modelo cognitivo aplicado ao paciente)
 Problemas / situações problemáticas atuais típicas
 Pensamentos automáticos, afeto e comportamento típico
nessas situações
 Crenças centrais
 Regras (“deveria” / “tenho que”, aplicadas a si e aos outros).
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Integração e conceituação de perfis cognitivos e
desenvolvimentais
 A. Formulação de autoconceito e conceito de
outros
 B. Integração de eventos de vida e vulnerabilidade
cognitivas
 C. Estratégias compensatórias e de enfrentamento
 D. Desenvolvimento e manutenção do transtorno
atual
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 Problemas e Implicações para a terapia
 Adequação para intervenções cognitivas (classifique-as em
35
baixa, media ou alta e comente se necessário).
 Maturidade psicológica
 Objetividade
 Percepção
 Crença no modelo cognitivo
 Acessibilidade e plasticidade dos pensamentos automáticos e
de crenças
 Adaptividade
 Humor
 Organização de personalidade: sociotrópica ou autônoma
 Motivação do paciente, metas e expectativas para a terapia
 Metas do terapeuta
 Técnicas utilizadas
 Encaminhamento ou sugestões (o que for mais adequado)
 Numero de sessões previstas – nº sessões realizadas
 Faltas do paciente - Faltas do terapeuta
BIBLIOGRAFIA
TERAPIA COGNITIVA:
TEORIA E PRÁTICA
Judith S. Beck
Capítulo3 -AEstruturada
PrimeiraSessão de Terapia
36
TERAPIA COGNITIVA DA
DEPRESSÃO
Aaron Beck, A John Rush,
Brian F. Shaw e Gary Emery
Capítulo 5 A Entrevista Inicial
MANUAL DAS ESCALAS DE BECK
Editora Casa do Psicólogo
www.casadopsicologo.net
Endereço: Rua Simão Álvares,
1020
Vila Madalena - São Paulo
Telefone: (11) 3034-3600
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Terapia Cognitivo-Comportamental Avaliação Inicial 1ª