ID: 26668572 09-09-2009 Tiragem: 30000 Pág: 18 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Diária Área: 22,02 x 33,64 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2 «Idiotas» é a primeira peça da nova temporada do Teatro São João Dedicatória a Isabel Costa DR «Idiotas» é a primeira peça a entrar em cena na nova temporada do Teatro São João dedicada, por Nuno Carinhas, a Isabel Costa. Joaquim Sousa [email protected] “Dedicamos a temporada 2009/10 à memória viva de Isabel Alves Costa (1946-2009), a quem coube bem a máxima «era preciso fazer as coisas»”. Por isso nos calamos e lhe damos a palavra através dos excertos do diário de trabalho”. É assim que Nuno Carinhas, director artístico do Teatro Nacional São João, homenageia, no documento do programa da nova época apresentado anteontem aos jornalistas, uma grande figura da cultura da cidade e do País. «Idiotas», de Fiódor Dostoievski, cuja encenação é de Eimuntas Nekrosius, é a peça que marca o arranque do novo ano cultural do TNSJ. Com estreia no Festival Internazionale di Villa Adriana – Lazio (Itália), em Junho, o espectáculo, legendado em português, chega ao Porto na próxima sexta-feira e sábado (início às 20h00) e tem uma duração aproximada 5h20 com três intervalos. «Idiotas», provavelmente o mais universal e humano dos romances de Dostoievski, é um fresco onde «Idiotas». Está de regresso o teatro de longo curso se jogam, sem resposta, categorias infinitas: o bem, o belo, o mal, a queda, a razão, até o amor ou o seu contrário. Rogójin ama Nastássia, que ama Míchkin, esse Quixote eslavo, que ama Aglaia ou ama Nastássia ou, talvez sobretudo, ama Rogójin. Através de um enredo curvilíneo e essencial, trazidos pela música obsessiva, omnipresente, marcados pelo inevitável elemento cenográfico – duas portas desmesuradas, suspensas, que marcam o dentro e o fora de tudo e de todos –, reaprende-se a viver com estas personagens pulsionais, ignições raras de uma energia contida entre a matéria e o desejo. Quase 12 anos depois da primeira vez, está de regresso o teatro de longo curso, da imersão do espectador num oceano de sentidos e pequenas coreografias formais onde até a palavra dança. Segundo Agustina Bessa-Luís, num excerto de Dostoievski, “não há melhor maneira de perceber a intimidade de Dostoievski senão fazendo da sua obra uma bíblia”. Ainda este mês, nos dias 15 e 16, o Mosteiro de São Bento da Vitória recebe «Le Mâtitube», com direcção artística de Christophe Huysman. Entre 17 e 27, o Teatro Carlos Alberto acolhe a estreia de «Mansarda», uma criação colectiva com direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo. A temporada prolonga-se até Julho. O TNSJ conta, esta temporada, com ilustres embaixadores: o realizador Manoel de Oliveira, a cantora Manuela Azevedo, a estilista Maria Gambina, o pianista Pedro Burmester, o actor Albano Jerónimo e o cientista Sobrinho Simões. Clã fecharam noite de abertura Transformados em actores de excelência DR JS Não podia ter sido melhor a escolha do Teatro Nacional São João para abrir o programa da nova temporada. Os Clã subiram ao palco e, ao longo de duas horas, fizeram aquilo que bem sabem num concerto produzido em exclusivo para a ocasião, denominado por «Barbie Suzie Dolly Polly Pocket». A «voz do além» que sugere aos espectadores para desligar os telemóveis foi «encarnada» pela «personagem» de… Manuela Azevedo, que assim deu o mote para uma gloriosa noite. «Ponto Zero», do mais recente Clã. A «personagem» Manuela Azevedo apresentou concerto especial álbum «Cintura», foi o primeiro tema a ser tocado pelo grupo portuense que não se saiu intimidado por ver um teatro lotado e com muitas figuras ligadas ao meio artístico, casos de Diogo Infante, Albano Jerónimo ou Adolfo Luxúria Canibal. «Fábrica de Amores», «Adeus Amor», «Amuo» e «Tira a Teima» foram outras canções retiradas do último trabalho dos Clã. Por ser um concerto diferente de todos os outros, o grupo portuense tocou várias versões, como «Make Up», de Lou Reed, ou «Beautiful people», de Marilyn Manson, que tiveram uma boa aceitação do público. Também o álbum «Rosa Carne» esteve em destaque no alinhamento desenhado pelo Clã, mais convidativo a ser tocado em espaços fechados. «Madalena em contrição», «Aqui na terra», «Gordo Segredo», «Fio de Ariane», «Eu ninguém» e «Uma mulher da vida» são disso bons exemplos. “É uma honra pisar este palco. Muito obrigado a toda a gente que faz teatro”, elogiou a vocalista Manuela Azevedo, que agradeceu ainda “à gente extraordinária que trabalha no Teatro São João” e desejou aos responsáveis pelo espaço cultural “uma gloriosa temporada”. ID: 26668572 09-09-2009 DEDICADA a Isabel Costa «IDIOTAS», DE FIÓDOR DOSTOIEVSKI, MARCA O ARRANQUE DA NOVA TEMPORADA DO TEATRO SÃO JOÃO NO PORTO PÁGINA 18 Tiragem: 30000 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 5,10 x 5,39 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2