Discriminação da mulher no mercado de trabalho brasileiro
Fabiana de Sousa Jorge
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos
Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP
Valeria Merce
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos
Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP
RESUMO
O número de estudos que tem a mulher como objeto central de discussão ampliou
consideravelmente. O foco principal dessas pesquisas é o preconceito vivido pelo gênero
feminino. O objetivo do estudo foi evidenciar a discriminação sofrida pela mulher dentro do
mercado de trabalho especialmente no que diz respeito à empregabilidade e disparidade no
salário quando comparados com os do homem, mesmos exercendo a mesma função. Os dados
foram obtidos de pesquisas já publicadas e órgãos públicos como o Ministério do Trabalho e
Emprego, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e a Relação Anual de Informações
Sociais. Os resultados apontaram que embora a mulher tenha aumentado sua participação no
mercado de trabalho, essas ainda sofrem bastante preconceito com relação aos baixos salários
recebidos quando comparados aos dos homens mesmo tendo a mesma formação e ocupando a
mesma função na empresa.
Palavras-chave: Preconceito, Mercado de Trabalho e Mulher
1- INTRODUÇÃO
O número de estudo que tem a mulher como objeto central de discussão, ampliou
consideravelmente. Para Costa (2005,p.5), acompanhando essa vertente de pesquisas destacase o discurso social da subordinação, a perspectiva de igualdade sexista e as diversas formas
de preconceito sofrido pela mulher.
A mulher sempre foi alvo de discriminação no que diz respeito ao mercado de trabalho
Balbino (2007). No passado a mulher era criada para cuidar da casa e dos filhos e jamais
ocupava os cargos dos homens dentro das empresas Costa (2005). Falar da descriminação
sexista no século XXI parece, inicialmente, irrelevante, dado o grande avanço tecnológico que
hoje vivenciamos. No entanto, eliminar preconceitos parece tão importante e dificultoso como
lançar um novo Softwear Balbino (2007, p.11). O mercado de trabalho sofreu inúmeras
transformações, especialmente no final do século XX, onde se notam significativas alterações
de cume social, econômico e político. No entanto a relação de gênero no trabalho parece não
ter sofrido mudanças radicais. É comum ainda hoje a mulher apresentar uma fragilidade na
manutenção do emprego formal, alto índice de desemprego, diferença salarial entre gênero,
segregação ocupacional e barreiras de ascensão e promoção profissional Balbino (2007).
1.1 Caracterização do estudo
A pesquisa possui característica exploratória e descritiva. Trata-se de uma revisão
bibliográfica com dados sobre o preconceito vivido pela mulher no mercado de trabalho.
1.1.1 O problema de estudo
O problema aqui estudado é o preconceito existente contra a mulher no mercado de
trabalho. Dentro da história do trabalho, a mulher sempre foi designada para exercer funções
2
relacionadas aos cuidados com a casa e com os filhos. Mesmo com os pensamentos mais
modernos esta é uma realidade ainda vivida por muitas delas. É natural pensar que o fato
acaba por gerar maiores dificuldades em adquirir novos conhecimentos e aprimoramento
profissional, refletindo diretamente na conquista do emprego e nos salários por elas recebidos.
A hipótese do estudo está baseada na idéia de que mulher ainda sofre discriminação no
que diz respeito à competitividade no mercado de trabalho. Além das empresas
disponibilizarem um número menor de vagas em altos cargos para as mulheres essas, quando
os ocupam gozam de menores salários e benefícios.
1.1.2 Objetivos
O estudo tem por objetivo:
Objetivo geral:
O objetivo do estudo é colocar em evidência o preconceito sofrido pela mulher dentro
do mercado de trabalho, especialmente no que diz respeito à empregabilidade e disparidade
no salário quando comparados com os do homem, mesmo exercendo a mesma função.
Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
a)
Apontar o número de empregos formais segundo gênero e grau de instrução;
b)
Evidenciar a disparidade com relação a remuneração média entre gêneros e
grau de instrução;
c)
Apontar a diferença existente entre gênero com relação ao vínculo celetista.
1.1.3 Justificativas da pesquisa
Espera-se que os resultados do estudo possam contribuir para evidenciar o preconceito
ainda vivenciado pela mulher no mercado de trabalho. A discussão sobre o tema parece de
suma importância para conscientizar e sensibilizar não só as empresas, mas também toda a
sociedade de que a mulher é discriminada principalmente com relação à empregabilidade. E
que mesmo quando consegue atingir o mesmo cargo assumido comumente por homens,
sofrem preconceito recebendo menores salários e exercendo mesma função. Espera-se ainda
que os dados possam contribuir para sensibilizar a sociedade e profissionais que trabalham em
recursos humanos (RH).
1.2 Procedimentos Metodológicos
Este trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa de literaturas publicadas que
abordam a discriminação sofrida pela mulher no mercado de trabalho. Utilizou-se como fonte
publicações e livros, assim como dissertações de mestrado, teses de doutorado e periódicos.
Juntamente a esta revisão bibliográfica, utilizou-se dados produzidos por órgãos públicos
como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) e dados extraídos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
As informações foram coletadas e transformadas em tabelas que possam facilitar o
entendimento dos dados extraídos. Estas tabelas separam os dados por gênero, permitindo a
análise comparativa entre a participação masculina e feminina no mercado de trabalho e
identificar os problemas existentes nas relações de trabalho.
2. BREVE HISTÓRICO SOBRE AS LUTAS FEMINISTAS
Neste artigo, definem-se preconceito como atitudes discriminatórias devido ao gênero
da pessoa, impondo-lhe salários menores pelo mesmo trabalho; ou impedindo seu acesso a
3
determinadas atividades econômicas (exemplo: a pouca mão-de-obra feminina na construção
civil). O dicionário Michaelis (2009), apresenta diversas definições de preconceito:
Um Conceito ou opinião formada antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou
sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou
razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol
Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização,
determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes
discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação
hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância
manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.
A discriminação da mulher no mercado de trabalho ocorre desde o inicio dos tempos.
A mulher era criada para cuidar da casa e dos filhos. Como fatores determinantes da duração
do desemprego destacam-se o gênero, a educação, a idade, a experiência anterior, o tempo de
trabalho, o fato de ter sido demitido, ter tido carteira de trabalho assinada e ter recebido o
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) Santos (2006, p.42).
A mulher era criada para cuidar da casa e dos filhos. Com a Revolução Industrial esta
diferença se manteve, e apenas o homem ocupava as funções existentes, sendo em muitos
casos, o próprio homem substituído por máquinas, comandadas por outros homens, separando
os trabalhadores dos meios de produção, ou seja, a separação definitiva entre o capital e o
trabalho Guimarães (1988, apud SANTOS, 2006,p.42-67).
Neste contexto, passaram a surgir diversos problemas sociais. A utilização do trabalho
feminino e infantil, como forma de diminuir custos por ser uma mão-de-obra mais barata,
agravou os problemas socioeconômicos, pois aumentaram o desemprego, que passou a ser
acompanhado pela fome e de outros flagelos sociais, como a prostituição, o alcoolismo e a
exploração dos filhos pelos pais, que buscavam na família uma prole numerosa que garantisse
a sua sobrevivência. Em resposta a isso, trabalhadores e patrões passaram a se organizar para
a luta pelos seus interesses. Os trabalhadores, revoltados com os baixos salários e as péssimas
condições de trabalho, formaram associações e sindicatos para a luta contra os patrões, pois
estas associações davam força para os trabalhadores fazerem suas reivindicações e
conquistaram alguns direitos Rifkin (1995, apud SANTOS, 2006, p.42-67)
No caso das mulheres, a revolta gerou a criação do Dia Internacional da Mulher. No Dia 8 de
março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de
Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar
melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas
(as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as
mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo
tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi
reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi
incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente
desumano.
(Secretaria Especial da Mulher, 1999 p.13)
Ao criar-se esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países,
realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na
sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o
preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem,
em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e
4
desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser
modificado nesta história.
3- AS NOVAS FORMAS DE PRECONCEITO
Na sociedade moderna qualquer ato de preconceito de forma explicita é proibido pela
lei n 7716/89 da constituição federal Costa (2005, p.59-60). Sendo assim, criam-se novas
formas de preconceito, que se utilizando de discursos mais atuais a ação preconceituosa
persiste. O problema torna-se mais grave quando se estuda somente a forma clássica de
preconceito ignorando as formas mais atuais Costa (2005, p. 59-60). Ainda segundo Costa,
(2005, p.59-60) as novas formas de preconceito reproduzem atitudes discriminatórias sem
desafiar a norma do politicamente correto. Segundo McConahay apud Costa (2005, p.59-60),
relata que hoje existem abordagens que pressupõem a existência de atitudes e gestos
preconceituosos e que de alguma forma não transgridem as normas sociais antidiscriminatórias. Essas abordagens sugerem que a diminuição da expressão do preconceito é
mais aparente que real Costa (2005,p59-60). Sendo assim, atitudes preconceituosas que não
vão de encontro às normas sociais anti-discriminatórias persistem até hoje e estão no interior
do consciente dos indivíduos Costa (2005,p.59-60).
4- O aumento da participação da mulher no mercado de trabalho
O mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em
equipe contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a
cooperação no lugar da competição. Probst e Ramos (2010). Isso ocorre porque muitos
empregadores perceberam que a mulher é mais zelosa do que o homem para determinados
tipos de trabalho. Porém, a remuneração ainda é menor do que a dos homens.
Na sociedade atual, por vários motivos, a mulher tem assumido o papel de chefe de
família, entre os quais podemos citar: o desemprego masculino, óbito do chefe da família,
gravidez precoce, etc.
No Brasil, as mulheres são 41% da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos
de gerência. O balanço anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos cargos
executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%, em 2000.
No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o correspondente a 71% do
salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas funções menos qualificadas. No topo,
elas quase alcançam os homens. Os estudos mostram que no universo do trabalho as mulheres
são ainda preferidas para as funções de rotina. De cada dez pessoas afetadas pelas lesões por
esforço repetitivo (LER), oito são mulheres.
Segundo uma pesquisa recente feita pelo Grupo Catho, empresa de recrutamento e seleção de
executivos, as mulheres conquistam cargos de direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em
média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam lá depois dos 40. No entanto, essas
executivas ganham, em média, 22,8% menos que seus competidores de colarinho e gravata. A
boa notícia é que essa diferença nos rendimentos vem caindo rapidamente. Por estar a menos
tempo no mercado, é natural que elas tenham currículos menos robustos que os dos homens.
A diferença nos ganhos tende a inexistir em futuro próximo. PROBST E RAMOS (2010. p.3).
Diante desta situação pode-se concluir que a mulher, por seu desempenho, tem
aumentado sua participação nos cargos de chefia. Porém, a maior participação ocorre em
cargos de rotina, discriminados pelos homens, que visam cargos maiores. Segundo Probst e
Ramos (2010, p.3) o crescimento do país deve impulsionar o aumento da participação
feminina no mercado de trabalho, uma vez que no Brasil a população de mulheres é superior a
de homens. Soma-se a isso a falta de trabalhadores qualificados no Brasil, o que obriga as
5
empresas a buscarem pessoas para cargos executivos em outros países. Uma mulher bem
qualificada terá seu lugar garantido no mercado de trabalho do futuro.
As mulheres sofrem mais do que os homens com o estresse de uma carreira, pois as
pressões do trabalho fora de casa se duplicaram. Ao terminar seu trabalho, a mulher enfrenta
sua segunda jornada com o serviço doméstico, e instintivamente dedicam-se com a mesma
intensidade ao trabalho doméstico Probst e Ramos, (2010, p.4).
Outro problema que as mulheres enfrentam na resistência de contratá-las por parte dos
empregadores é o fato delas terem direito a licença maternidade. Isso ocorre porque ao ter
filhos a mulher tem seis meses de licença remunerados e obriga o empregador a contratar
outra pessoa para ficar em seu lugar durante esse período Probst e Ramos (2010, p.6).
5 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS (porque está com
outra fonte – verifique formatação de todo o texto)
Para este trabalho foi utilizado o banco de dados da Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS). Segundo Santos (2006, p.34-35) define a RAIS da seguinte forma:
A RAIS é feita a partir de informações prestadas por empresas a cada ano sobre os vínculos
de trabalhos realizados no ano anterior. As informações da RAIS referem-se aos assalariados
com carteira de trabalho do setor privado e aos assalariados do setor público, permitindo
assim uma radiografia anual do mercado formal de trabalho no Brasil.
Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), em 2009, a
evolução do emprego segundo o variável gênero assinala que o estoque da mão-de-obra
feminina apresentou um aumento de 5,34%, evidenciando uma vantagem comparativa em
relação à elevação do contingente de trabalhadores do gênero masculino (+3,87%). Esse
resultado traduz-se no aumento da participação da mulher no mercado de trabalho formal, de
41,1% em 2008 para 41,4% em 2009, dando seqüência à trajetória de elevação da
representatividade da força de trabalho feminina nos últimos anos.
Tabela 1 – Número de Empregos Formais, Variação Absoluta, Segundo Gênero e Grau de
Instrução – Brasil – 2008 e 2009
6
Gráfico 1 - Evolução do saldo do emprego segundo gênero e grau de instrução
As informações da RAIS tomando como referência o grau de instrução mostram uma
queda na geração de emprego para os níveis com menor grau de escolaridade, até o ensino
fundamental incompleto, para ambos os gêneros, e um aumento dos vínculos empregatícios
para todos os níveis de instrução a partir do ensino fundamental completo.
Os dados da RAIS referentes aos rendimentos médios segundo o recorte por gênero
assinalam que em 2009 as mulheres obtiveram um ganho real de 2,70%, resultante da
passagem do valor de R$ 1.385,61 em 2008, para R$ 1.422,99 em 2009, percentual superior
ao obtido pelos homens, de 2,52%, proveniente da elevação de R$ 1.675,46 para R$ 1.717,66,
nos respectivos períodos. Esses aumentos dão continuidade à tendência ascendente dos
rendimentos para ambos os gêneros, conforme mostra o gráfico a seguir:
7
Gráfico 2 – Evolução do Rendimento Médio Real (*), em 31/12, segundo o Gênero
Período: 2002 a 2009
Os dados, porém, mostram que a mulher continua a receber menos que o homem,
embora seus aumentos sejam maiores que o dos homens. Esses dados evidenciam um
processo de busca pela igualdade entre os gêneros, mas que ainda está longe de ser atingida.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (2009), há uma análise sobre a evolução
do rendimento médio real das mulheres conforme mostrado a seguir:
Em 2009, o rendimento médio da mulher equivalia a 82,84% do rendimento do homem, ante
uma representatividade de 82,70% em 2008. O aumento do rendimento médio da mulher, de
2,70%, oculta uma variabilidade que vai de -1,61% na faixa de escolaridade superior
incompleto a +6,22% na faixa do ensino fundamental completo. Com relação aos homens, o
percentual de aumento obtido, de 2,52%, resulta de variações que oscilam entre -2,13% no
grau de instrução superior incompleto a +5,27% para os analfabetos. Ressalte-se que somente
no nível de instrução da quarta série incompleta a mulher (+1,79%) obteve aumento real no
rendimento inferior ao auferido pelo homem (+2,50%). No nível superior completo, onde o
estoque de emprego e a geração de emprego das mulheres superam o estoque e geração de
emprego dos homens, o diferencial entre os salários percebidos permanece expressivo,
situando-se em 58,17%, sinalizando, contudo uma pequena redução frente ao percentual
verificado em 2008, de 57,86%.
8
Gráfico 3 – Remuneração Médio em 31/12/2009
No gráfico remuneração média nota-se que o nível de instrução influi na remuneração
e nas chances de alcançar emprego. A constante reestruturação produtiva requer qualificação
do trabalhador, poli valência e conhecimentos básicos. A falta de qualificação do trabalhador
é responsável pelos diversos tipos de desemprego, sendo este o maior motivo que impede a
recolocação dos trabalhadores no mercado de trabalho. Os novos padrões diminuem os
requisitos de trabalho por unidade de produto e de capital e demandam cada vez mais trabalho
qualificado (Presidência da República, 1996, apud Santos, 2006). Portanto, dotar o
trabalhador de conhecimentos básicos e de poli valência é uma exigência da globalização e
um das formas de aumentar as possibilidades de emprego da força de trabalho e a eficiência
da economia. Isso explica o fato de as mulheres com maior instrução terem maior
empregabilidade e maiores remunerações.
As mulheres que trabalham e ainda tem que cuidar da casa tem maiores dificuldades
para adquirir esses novos conhecimentos, pela falta de tempo para estudar e freqüentar cursos
para se atualizar sobre as novas tecnologias. Isso leva as mulheres a aceitarem a situação de
Subemprego crônico, que ocorre devido à falta de qualificação do trabalhador para encontrar
um emprego estável Santos (2006 p.35). Segundo Pochmann (1998, apud SANTOS, 2006,
p35-40), isto caracteriza o desemprego disfarçado, em que o trabalhador com dificuldades de
acesso ao mercado formal, exerce atividades temporárias, com regime de trabalho sem
reconhecimento legal e em condições precárias, o que configura uma situação de subemprego.
6- CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do estudo permitem concluir que existe uma tendência ao aumento da
participação da mulher no mercado de trabalho formal. Esse aumento da oferta de emprego
está diretamente relacionado ao nível de instrução, tanto para homens quanto para as
mulheres. Mesmo ocupando um número maior de vagas disponíveis nas empresas, conforme
9
nossas hipóteses previam os valores dos salários recebidos por elas são inferiores quando
comparados aos recebidos por homens mesmo possuindo o mesmo grau de formação e
ocupando o mesmo cargo. Os salários recebidos por ambos os gêneros vem apresentando um
aumento significativo ao longo dos anos e está diretamente relacionado ao grau de instrução.
Neste aspecto, a mulher parece sofrer ainda mais já que além trabalharem, ainda tem que
cuidar da casa, fato que parece dificultar a aquisição de novos conhecimentos, pela falta de
tempo para estudar e freqüentar cursos para se atualizarem sobre as novas tecnologias.
A mulher vem alcançando um espaço cada vez maior, contudo, essa evolução ainda
ocorre de maneira gradativa, sem muita expressão, o que ainda leva a mulher a se ver
discriminada por um longo período.
REFERÊNCIAS
BALBINO, E. C. M. S. de. A Trabalhadora Bancaria: Uma reconfiguração da
Discriminação. 2007. 149f. Dissertação (Mestrado Em educação) - UNICAMP/ Campinas.
2007. Disponível em: <http://www.unicamp.com.br/unicamp/servicos/> acesso em: 11 out.
2010. 22h40’ biblioteca
CAMINO, L., DA SILVA, P., MACHADO, A. As novas formas de expressão do
preconceito racial no Brasil: Estudos exploratórios. Em: M E. O. Lima e M. E. Pereira
(orgs.) Estereótipos, Preconceitos e Discriminação: Perspectivas teóricas e Metodológicas.
Salvador, EDUFBA. 2004.Cap. 5, 121-140.
COSTA, E. C. I. da. As Novas Formas de Descriminação Sexista- Uma perpesctiva da
Psicologia Social. 2005. 206f. tese (doutorado em Educação)- UNICAMP/ Campinas. 2005.
Disponível em < http://www.unicamp.com.br/unicamp/serviços/biblioteca.>. Acesso em: 11
out. 2010. 21h30’
Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=preconceito> Acesso em 03 nov. 2010
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Características do Emprego Formal
segundo a Relação Anual de Informações Sociais – 2009. Brasília, 2009. Disponível em:
http://www.mte.gov.br/pdet/index.asp Acesso em 24 out.2010.
PROBST, E.R. RAMOS, P. A Evolução da Mulher no Mercado de Trabalho. Instituto
Catarinense de Pós Graduação. Disponível em:
< http://www.icpg.com.br/artigos/rev02-05.pdf > Acesso em 03 nov.2010.
SANTOS, J.E.F. O MERCADO DE TRABALHO: Estimativas de Desemprego e de
Políticas Locais para Geração de Empregos na meso-região de Piracicaba. Trabalho de
Iniciação Cientifica financiado pela FAPESP, Rio Claro, 2006. 156 p.
Secretaria Especial da Mulher. 8 de marco dia internacional da mulher: Realizações e
perspectivas da secretaria especial da mulher. Londrina: Sem, 1999. 26P
Download

Discriminação da mulher no mercado de trabalho brasileiro