Acadêmico: Leonardo Machado EF e as NTICs – 2013/1 O que é Doping? O conceito de doping está sempre a evoluir de acordo com os avanços da ciência. É geralmente aceito pelas diversas organizações mundiais de saúde e desporto, como: o uso de qualquer substância exógena (não produzida pelo organismo), proibida pela regulamentação desportiva, que tenha por objetivo melhorar o desempenho físico e/ou mental, por meios artificiais. Porque o Doping existe? Numa perspectiva histórica fica demonstrado que as imposições feitas pela sociedade levam os atletas a passar dos seus limites. Querendo se superar de qualquer forma, não medem esforços, empregando todos os meios disponíveis, mesmo que isso signifique usar artifícios que representam grave risco ao atleta e aos seus companheiros de equipe ou até mesmo ao adversário. Esse comportamento é diretamente incentivado por dirigentes inescrupulosos, empresários gananciosos, treinadores irresponsáveis, médicos do esporte venais e “amigos” e familiares nem sempre fiéis. Onde surgiu o doping? Nos primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade (realizados na Grécia em 776 a.c.), os atletas gregos utilizavam com grande frequência plantas e sangue de cabra. Também na Grécia, os primeiros casos de dopagem são conhecidos: uso da estricnina em doses adequadas (?!) usado como estimulante e cogumelos alucinógenos para reforçar a pisque antes dos jogos. Em Roma haviam dois esportes que eram muito prestigiados por serem violentos, as lutas de gladiadores e corridas de bigas. O doping servia para os cavalos correrem mais e para aumentar a violência dos gladiadores nos combates. ALGUNS CASOS CONHECIDOS Ben Johnson - Após aniquilar o recorde mundial em Seul 1988, sendo o primeiro a correr abaixo dos 9s80, testou positivo para um esteróide dois dias depois de conquistar o ouro. Jonhson acabou perdendo a medalha e o recorde mundial. Depois de 2 anos suspenso, voltou, mas não mostrou bons resultados, sendo pego novamente no doping em 1993 e banido do esporte por reincidência. Em 1997, foi personal trainer particular de Maradona, também conhecido por se envolver em escândalos de doping Daiane dos Santos - A ginasta foi flagrada em um exame antidoping feito fora de competição, em julho de 2010. O teste apontou a presença da substância proibida furosemida, diurético usado para controlar peso. Em outubro, o resultado foi divulgado e o caso repercutiu imediatamente em todo o Brasil. A Federação Internacional de Ginástica acabou dando uma pena branda à atleta, que foi suspensa por 5 meses. Dodô - Em 2007, o atacante, então no Botafogo, foi pego no antidoping por uso da substância fenproporex (anfetamina), que constava em uma cápsula de cafeína manipulada por uma farmácia. Inicialmente, Dodô foi suspenso por 120 dias, mas a Fifa, juntamente com a Wada, entrou com recurso contra o STJD, suspendendo atleta por 2 anos. O órgão alegou que Dodô não conseguiu provar o porquê de a substância estar em seu organismo. Richard Gasquet - Tenista francês testa positivo para cocaína em 2009 e é suspenso por 12 meses. Mas depois de analisar o caso, a Federação Internacional de Tênis reduziu a pena do tenista para 2 meses e 15 dias. Gasquet alegou que havia ingerido cocaína ao beijar uma mulher em uma festa durante o Torneio de Miami, época em que seu doping foi detectado. Giba - Em 2003, quando o atleta atuava no Estense 4 Torri, da Itália, o exame antidoping apresentou resultado positivo para a substância metabolito de THC, um subproduto do consumo de maconha. Na ocasião, o jogador admitiu o uso e disse estar arrependido. A Federação Italiana de Vôlei suspendeu o atleta por oito jogos, uma pena branda, já que a Agência Mundial Antidoping prevê dois anos de suspensão nestes casos Justin Gatlin - Em 2006, o velocista americano campeão olímpico de Atenas 2004 chegou a igualar o então recorde mundial do jamaicano Asafa Powell ao correr os 100 m em 9s77. Mas sua marca foi cancelada posteriormente devido à confirmação de doping, por excesso de testosterona no organismo. Gatlin acabou suspenso por 4 anos e só retornou às pistas em 2010. Escândalo da Rede Atletismo - Maior escândalo de doping do atletismo nacional, cinco atletas do clube foram pegos em um exame surpresa, em 2009. São eles: Bruno Lins Tenório de Barros, Jorge Célio da Rocha Sena, Josiane da Silva Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre (foto). Os técnicos Jayme Netto Júnior e Inaldo Sena admitiram culpa no caso e afirmaram ter concordado com o uso da substância proibida eritropoietina (EPO) para acelerar o processo de recuperação dos atletas. Diego Maradona - Considerado o melhor jogador da história da Argentina e um dos melhores de todos os tempos, Maradona, campeão do mundo em 1986, foi pego no doping durante a Copa de 1994 após a vitória sobre a Nigéria por 2 a 1. O jogador teria usado efedrina natural e mais quatro derivados sintéticos. Além disso, teve muitos problemas com as drogas, especialmente com a cocaína. Por conta de seu vício, após se aposentar como jogador, chegou a ficar internado correndo risco de morte. Marion Jones - Após conquistar três medalhas de ouro e duas de bronze nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, e investigada pela Justiça americana no caso Balco, Marion Jones confessou, em 2007, ter usado esteróides na competição disputada na Austrália. Punida com dois anos de suspensão, a atleta devolveu as medalhas ao COI e encerrou a carreira no atletismo. Maurren Maggi - Poucos dias antes do Pan de Santo Domingo, em 2003, a atleta foi suspensa da competição acusada de doping positivo. Maurren alegou que não sabia da presença da substância clostebol na composição de um creme cicatrizante, aplicado após uma sessão de depilação definitiva. Suspensa por dois anos, Maurren ficou de fora de Atenas 2004 Cavalo de adversário de Rodrigo Pessoa - Cavalo Waterford Crystal, que levou Cian O'Connor a conquistar o ouro da Irlanda em Atenas 2004, testou positivo para substâncias proibidas. Com isso, o brasileiro Rodrigo Pessoa, prata nos saltos, herdou o primeiro lugar. Tranquilizantes fluphenazine e zuclophenthixol foram encontrados na amostra do cavalo Rebeca Gusmão - No fim de 2007 foi confirmado o doping da nadadora. A federação suspendeu a atleta por dois anos, mas Rebeca recorreu para tentar reverter a pena. No entanto, foi considerada culpada novamente e acabou banida do esporte, já que a Agência Mundial Antidoping permite que um atleta seja condenado no máximo uma vez. Longe da natação, em 2008, começou a jogar futebol. Em 2009, Rebeca foi absolvida da acusação de falsidade ideológica por utilizar urina de outra pessoa Quais os tipos mais frequentes? • Pré-competitivo - Hormônio do crescimento - Esteroides anabolizantes • Durante a competição - Calmantes - Analgésicos - Estimulante • Pós-competição - Diuréticos • Doping sanguíneo O que é doping natural? • Doping natural é uma forma de melhorar o desempenho físico através de meios endógenos. Conhecida também como dopagem bioquímica, são métodos que modifiquem o organismo agindo de forma “optimizada” . Qual a margem de tolerância O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) publica regularmente uma cartilha com dados e orientações a atletas e a toda Comunidade Olímpica sobre o uso de medicamentos no esporte. Nela está incluída uma lista de substâncias e métodos proibidos pela Agência Mundial Antidoping QUAL ESPORTE QUE MAIS FAZ O USO DE DOPING? • No ano de 2009 o Brasil teve 26 casos de Doping registrados, dentre esses 15 foram flagrados em atletas do Atletismo. Doping e musculação • A confederação Brasileira de Culturismo e Musculação une-se ao COI pela erradicação do uso de substancias e métodos proibidos no esporte. O que leva o uso? ESTIMULANTES: • Estimulantes contra a fadiga muscular • Aumento do desempenho físico • Aumento do estado de alerta(estimulação mental) • Aumento da competitividade e da hostilidade Analgésicos: • Alívio da dor moderadas e intensas. Betabloqueadores: • Redução da taquicardia e tremor nas mãos por estresse. • Ganho de precisão por desaceleração dos batimentos cardíacos. Anabolizantes: • Aumento da massa muscular. • Aumento da agressividade. hCG: • Mais produção de testosterona • Prevenção da atrofia testicular. hGH: • Aumento da massa muscular. • Redução do tecido adiposo. Diuréticos: • Redução do peso em esportes em categorias por peso. Inibidores de excreção: • Reduzir excreção de drogas para aumentar sua permanência e eficácia de ação no organismo. Corticóide: • Combate a fadiga. • Ação antiinflamatória. • Tolerância a dor. Quem é o responsável por fiscalizar? • O Comitê Olímpico Internacional • No Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o responsável pela área desde 1976 é o Dr. Eduardo Henrique De Rose. Professor Titular de Medicina do Esporte, ele já visitou mais de 90 países nos cinco continentes como especialista. Atualmente, é presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA), responsável pela coordenação das operações antidoping por parte da Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional (COI) e integrante do Conselho da Agência Mundial Antidoping (WADA). • A área de controle de doping do COB publica regularmente uma cartilha com dados e orientações a atletas - e a toda Comunidade Olímpica - sobre o uso de medicamentos no esporte. Nela está incluída uma lista de substâncias e métodos proibidos pela Agência Mundial Antidoping, entre outras informações importantes. Porque começaram a fiscalizar? • O abuso exagerado de estimulantes na década de 60, com a disponibilidade das anfetaminas sintéticas, sintetizadas durante a segunda grande guerra, levou ao estabelecimento, pelo COI, do controle de dopagem em 1967. • O controle oficial pelo COI começou nos jogos olímpicos de inverno de Grenoble, França, em 1968, mas apenas alguns estimulantes e narcóticos podiam ser testados devido às limitações na metodologia analítica. Doping no ciclismo • Nada mais que 8 atletas, de diferentes modalidades, foram pegos no antidoping da UCI. • Em 1886 no tour de france de ciclismo, Lindon morre sob efeito de estresse e speed ball(cocaína + heroína). Também nesta mesmo tour, morreu Morre Tommy. ... Estudos revelam que a rapidez dos ciclistas nas principais provas disparou desde a década passada, sem qualquer explicação fisiológica ou tecnológica, precisamente na altura em que a dopagem com EPO se disseminou pelo pelotão de elite e por outros desportos de resistência. A EPO Esta substância aumenta a capacidade de absorção de oxigênio em valores similares aos do estudo sobre velocidades e que o desempenho é influenciado pela quantidade de oxigênio absorvido. Lance Armstrong Doping no atletismo Já virou notícia freqüente no mundo do atletismo atletas serem pegos no doping. Talvez por conta das exigências físicas que necessita o esporte, ou por negligencia dos treinadores e atletas, ou até mesmo por falta de ética dos envolvidos. Exemplos: Atleta de marcha atlética José Alessandro Bagio. O atleta foi diagnosticado com o uso da substância proibida, Norandrosterona. curiosidade A partir desta semana o atletismo passa a contar com o passaporte biológico no combate ao doping. Um arranque que surge num momento atribulado para a modalidade, em Espanha, e que tem como um dos alvos os 11% de amostras suspeitas que anualmente se registram no atletismo mundial. O passaporte biológico, tem três perfis: sanguíneo, de esteróides e endócrino. Papel do educador físico Cabe aos profissionais informar os "supostos" benefícios e principalmente os riscos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - http://fogefoge.forumeiros.com/t6313-doping - http://esportes.terra.com.br/rumo-a-2012/fotos/0,,OI149234- EI17322,00Relembre+casos+de+doping+que+chocaram+o+esport e.html - http://dopingap.wordpress.com/2008/05/25/tipos-de-doping-2/ - http://www.cob.org.br/pesquisa_estudo/antidoping.asp - Francisco Radler de Aquino Neto. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte – vol 7, N° 4 – Jul/Ago, 2011.