EFEITOS SOBRE A SAÚDE DEVIDO À
EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS (PRESSÕES
ANORMAIS E NÍVEL DE ILUMINAÇÃO)
PARTE II
ATENÇÃO
►
Diferença entre agente e risco
►
Pela NR 9, pressões anormais (risco físico)
►
Pela NR 17, iluminamento (risco ergonômico)
►
Pressões anormais - pela NR 15 (atividades e operações insalubres),
no Anexo 6 (trabalhos sob condições hiperbáricas) os trabalhadores
têm direito a receber adicional de insalubridade
►
Condições hiperbáricas - trabalhos sob ar comprimido e dos trabalhos
submersos
PRESSÕES ANORMAIS
Princípios da física aplicada
►
Leis dos gases:
Boyle – o volume de um gás varia inversamente com a pressão
absoluta
Dalton – em uma mistura de gases, a pressão exercida por um
desses gases é a mesma que a exercida caso ocupasse sozinho o
mesmo volume
Henry – quantidade de gás que se dissolve em um líquido é
proporcional à pressão parcial deste gás
ATA
1
2
3
4
PROFUNDIDADE (METROS)
0
10
20
30
VOLUME RELATIVO
100%
50%
33,3%
25%
Princípios da física aplicada
►
►
►
Acima do nível do mar
3000 m – 523 mmHg PO2 no ar: 110 mmHg SO2: 67%
6000 m – 349 mmHg PO2 no ar: 73 mmHg SO2: 40%
6800 m – 330 mmHg
9144 m – 226 mmHg PO2 no ar: 47 mmHg SO2: 21%
12192 m – 141 mmHg PO2 no ar: 29 mmHg SO2: 12%
Ao nível do mar – 760mmHg (1ATA*) PO2 no ar: 159mmHg SO2: 97%
Submerso 10m – 1520 mmHg (2ATA)
20m – 2280 mmHg (3ATA)
* ATA – atmosfera absoluta
Princípios da física aplicada
►
►
►
►
►
►
Metros
0
3000
6000
9000
12000
Temperatura (Celsius)
24
0
- 22
- 44
- 55
Curiosidades
►
Moderada altitude – 2300m (2 semanas para aclimatar)
Cada elevação adicional de 610 m mais 1 semana até 4572m
►
►
►
►
►
►
►
Vida permanente – 5300 m acima do nível do mar
Paraquedismo – 3600m
Monomotores e bi-motores a hélice com cabine não pressurizada,
voam normalmente numa altitude entre 2.000 e 4.000 m (6.000 a
12.000 pés)
A partir de 4,5km difícil respiração sem pressurização
Aviões turbo-hélice de vários motores com cabine pressurizada
(Brasília) - entre 5.000 e 10.000 m (15.000 a 30.000 pés). Mais sujeito
às variações climáticas
Altitude de cruzeiro de vôo comercial – média de 11000 m (entre 9 e
13). Menos resistência menos gasto de combustível
Em 60% a 70% dos casos existe um médico entre os passageiros de
avião.
Manobras de equalização
►
Tuba auditiva (trompa de Eustáquio) – abre 1 x por minuto durante a
vigília e 1 x a cada 5 minutos durante sono
►
Manobras: a cada 3 metros
Mastigar,engolir e cabeça para frente
Valsalva
Frenzel ou Marcante Odaglia
BTV (Béance Tubaire Volontaire)
Toynbee (bifásica)
►
ATIVIDADES SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS:
1.
Mergulho civil (livre, raso e profundo)
2.
Mergulho militar (convencional, operações militares táticas)
3.
Construção civil: tubulão pneumático e túnel pressurizado
4.
Medicina: recompressão terapêutica e oxigenoterapia hiperbárica
FATORES PREDISPONENTES:
►
►
rinite alérgica;
►
vegetações adenóides
hipertróficas;
velocidade da compressão;
►
proximidade da superfície;
►
hábito e treinamento;
►
problemas nasais;
►
fatores psicoemocionais;
►
problemas cicatriciais (trompa,
rinofaringe, etc.);
►
infecção das vias aéreas
superiores;
►
problemas dentários (máoclusão);
►
resistência da membrana
timpânica.
►
otites agudas e crônicas;
AVALIAÇÃO MÉDICA
CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
►
Os exames médicos serão realizados nas seguintes condições:
a) por ocasião da admissão;
b) a cada 6 seis meses;
c) imediatamente, após acidente ocorrido no desempenho de atividade
ou moléstia grave;
d) após o término de incapacidade temporária;
e) em situações especiais, por solicitação do trabalhador ao
empregador.
AVALIAÇÃO MÉDICA
AR COMPRIMIDO
►
Para trabalhos sob ar comprimido
a) idade;
b) ser submetido a exame médico obrigatório, admissional e periódico,
exigido pelas características e peculiaridades próprias do trabalho;
c) ser portador de placa de identificação fornecida no ato da admissão,
após a realização do exame médico.
►
Condições a serem seguidas antes da jornada de trabalho:
→ Avaliação médica
→ Critérios de exclusão
AVALIAÇÃO MÉDICA
SUBMERSOS
►
►
►
I – IDADE
II – ANAMNESE
epilepsia, meningite, tuberculose, asma e qualquer doença pulmonar
crônica; sinusites crônicas ou repetidas; otite média e otite externa
crônica; doença incapacitante do aparelho locomotor; distúrbios
gastrointestinais crônicos ou repetidos; alcoolismo crônico e sífilis
(salvo quando convenientemente tratada e sem a persistência de
nenhum sintoma conseqüente); outras a critério médico
III - EXAME MÉDICO
1. BIOMETRIA: biotipo e tendência à obesidade futura
2. APARELHO CIRCULATÓRIO: clínica, ECG e radiografia de tórax
PA < 145 x 90 mmHg
Periférico
AVALIAÇÃO MÉDICA
SUBMERSOS
►
►
III - EXAME MÉDICO
3. APARELHO RESPIRATÓRIO: clínica, radiografia de tórax e PPD
4. APARELHO DIGESTIVO: clínica, exame dentário
5. APARELHO GENITO-URINÁRIO: clínica
6. SISTEMA ENDÓCRINO: clínica
IV - EXAME OFTALMO-OTORRINO-LARINGOLÓGICO
►
Acuidade visual
Senso cromático
Audição
V - EXAME NEURO-PSIQUIÁTRICO
planos emocional, social e intelectual
AVALIAÇÃO MÉDICA
SUBMERSOS
►
►
►
►
VI - EXAMES COMPLEMENTARES
1. Telerradiografia do tórax (AP);
2. Eletrocardiograma basal;
3. Eletroencefalograma;
4. Urina: elementos anormais e sedimentoscopia;
5. Fezes: protozooscopia e ovohelmintoscopia;
6. Sangue: sorologia para lues, dosagem de glicose, hemograma
completo, grupo sangüíneo e fator Rh;
7. Radiografia das articulações escapuloumerais, coxofemorais e dos
joelhos (AP);
8. Audiometria.
VII - TESTES DE PRESSÃO
VIII - TESTE DE TOLERÂNCIA AO OXIGÊNIO
IX - TESTE DE APTIDÃO FÍSICA
PARÂMETROS PARA MONITORIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
OCUPACIONAL – NR 7
(Diferente da NR 15 )
RISCO
EXAMES
COMPLEMENTARES
PERIODICIDADE
OBSERVAÇÕES
Condições
Hiperbáricas
Radiografias de
articulações
coxo-femorais e
escápulo-umerais
Admissional e
anual
Ver anexo "B"
do Anexo n° 6
da NR-15
PATOLOGIAS
PATOLOGIAS ASSOCIADAS A CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
►
EFEITOS DIRETOS
1- Otite média não supurativa
(Barotrauma do ouvido médio)
5- Sinusite barotraumática
6- Barotauma facial
2- Perfuração da membrana
timpânica
3- Otite barotraumática (ouvido
externo e interno)
4- Labirintite
7- Embolia traumática
8- Artralgia hiperbárica
PATOLOGIAS ASSOCIADAS A CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS
►
EFEITOS INDIRETOS
A- Doença descompressiva
B- Osteonecrose asséptica
C- Intoxicação pelo oxigênio
D- Intoxicação pelo nitrogênio
E- Síndrome neurológica das altas pressões
1- Otite média não supurativa (Barotrauma do ouvido
médio)
- Condições: descompressão ou reconversão rápida de uma câmara de
alta ou baixa pressão, em mergulho rápido de uma grande altitude
numa aeronave não-pressurizada ou descida do mergulho
- Fisiopatologia: barotite/aerotite
- Clínica: dor, egofonia, plenitude auricular, zumbido, hipoacusia e
vertigem
- Complicação
- Conduta do SESMT
2- Perfuração da membrana timpânica
- Classificação de Teed: grau IV (escala de 1 a 4)
- Classificação da Marinha do Brasil: grau III (escala de 1 a 3)
- Mais comum nos mergulhadores em meio líquido e também mais
grave (síncope)
- Complicações: meio líquido ou seco
- Conduta do SESMT
3- Otite barotraumática (ouvido externo e interno)
►
►
Ouvido externo: cerúmen ou tampões auriculares
fase de compressão
- Abaulamento da membrana timpânica (interior para exterior da
caixa timpânica) “sugada para fora”
- Sangramento da mucosa e ruptura da membrana timpânica
Ouvido interno: fase de compressão
- Ruptura da janela redonda e/ou oval → fístula perilinfática
- Associação com barotrauma do ouvido médio
- Clínica: dificuldade de equalizar pressões, diminuição súbita e
progressiva da audição, zumbido e vertigem
4- Labirintite
- disfunção vestibular central ou periférica
- condições: alterações bruscas de pressões (mais na descompressão)
- Ruptura da membrana oval e/ou redonda (unilateral)
- Desorientação, náuseas e vômitos. Nistagmo (Manobra de Valsalva)
- provas de função labiríntica
- Exames complementares
5- Sinusite barotraumática
- Fase inicial de compressão
(exceção em mecanismo de
válvula - descompressão)
- Seios frontais e maxilares
- Clínica
- Exame complementar
6- Barotrauma facial
- Condição: Exalar ar pelo
nariz para equalizar pressão
(funciona como ventosa)
- Clínica: cutâneo e mucosa
7- Embolia traumática
- Condição: descompressão, retenção de mistura de gases nos
pulmões, aumento da pressão intrapulmonar
- Clínica: sintomas gerais, enfisema subcutâneo, enfisema intersticial,
pneumotórax, pneumomediastino
- Exemplo: mergulhador abandona equipamento e sobe com glote
fechada
trabalho sob ar comprimido com descompressão rápida e
trabalhador com glote fechada
8- Artralgia hiperbárica
- Condição: mergulho de profundidade (compressão)
- Clínica: rigidez e dor aos movimentos bruscos
- Articulações: ombros, joelho, punho, coxofemoral e coluna
A- Doenca descompressiva ou doenca de Caisson
Fisiopatologia: microbolhas de nitrogênio (5 x mais solúvel na gordura)
- Condição: subida rápida de mergulhadores ou descida rápida de
aviadores
- Causas: pressão
tempo de exposição à pressão
tempo de descompressão
- Fatores predisponentes: obesidade, baixas temperaturas, desidratação,
trabalho pesado sob ar comprimido
- 2 tipos: I e II (30 minutos a 36 horas)
Tipo I – ARTICULAR (cotovelo e ombro) (Tubulões- MMII)
CUTÂNEO
Tipo II – PULMONAR
NEUROLÓGICO
CARDIOVASCULAR
-
B- Osteonecrose asséptica
- Fisiopatologia: instalação a longo prazo (raro após única exposição à
compressão)
- Clinica: assintomática (rx)
úmero, fêmur e tíbia
C- Intoxicação pelo oxigênio
-
Fisiopatologia: formação de superóxidos, H202 e radicais livres
Efeito de Paul Bert (manifestações neurológicas)
Efeito Lorrain-Smith (manifestações respiratórias)
►
ATIVIDADES SOB CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS
1.
Aviação
2.
Astronautas
3.
Montanhistas
PATOLOGIAS
►
PATOLOGIAS ASSOCIADAS A CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS
1.
Mal das montanhas
2.
Edema agudo pulmonar das altitudes
3.
Encefalopatia aguda das altitudes
4.
Doença descompressiva
1- Mal das montanhas
- Altitude
- Clinica
- Resolução: 24- 48 horas (até 2 semanas)
2- Edema pulmonar agudo das altas altitudes
- Altitude
- Clinica: 6-36 horas (96 horas)
3- Encefalopatia aguda das altas altitudes
- Altitude
- Clinica
DIAGNÓSTICO
→ ANAMNESE CLÍNICA (PATOLOGIAS, DROGAS, AGENTES QUÍMICOS,
FÍSICOS, BIOLÓGICOS)
→ ANAMNESE OCUPACIONAL
→ EXAMES FÍSICO E OTOLÓGICO
→ EXAMES AUDIOMÉTRICOS
→ OUTROS EXAMES
ILUMINAÇÃO
Grandezas físicas: fluxo luminoso (lumen)
iluminamento (lux)
Função: ► nitidez
► reconhecimento das diferenças de claridade
► a visão de distâncias e profundidade
VERIFICAÇÃO : LUXÍMETRO
→ Sensibilidade da fotocélula
→ Correção do ângulo de incidência
→ Unidade de leitura
→ Como e quando medir?
►
VALORES DE NÍVEIS DE ILUMINAMENTO
RECOMENDADOS PARA ALGUMAS ATIVIDADES:
►
ILUMINÂNCIA
►
150 200 300
BARBEARIA
►
300 500 750
BIBLIOTECA (SALA DE LEITURA)
►
5000 7500 10000
MONTAGEM DE MICROELETRÔNICA
►
10000 15000 20000
CIRURGIA
TIPO DE ATIVIDADE
◊ NR 17 – ERGONOMIA
1- Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da
atividade
2- A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa
3- A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de
forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes
excessivos
► Espectro eletromagnético que envolve as radiações não ionizantes:
→ ultravioleta (extremamente longa, longa e próxima)
→ visível (violeta, azul, verde, amarelo, laranja, vermelho)
→ infravermelho
► Tipos de ultravioleta: UVC 200 a 280nm (regiao germicida)
UVB 280 a 320nm (regiao do eritema)
UVA 320 a 400nm (regiao da luz negra)
1.
2.
3.
Efeitos:
conjuntivite actínica (dor, blefarite, fotofobia)
úlcera de córnea
catarata (a longo prazo)
►
1.
2.
3.
4.
Radiações visíveis: 400 a 750nm
fontes: sol, lâmpadas de alta pressão, halógenas,
flashes eletrônicos, soldas, estroboscopios
Efeitos:
queimadura na retina
catarata (principalmente luz azul)
distúrbios da acuidade visual, mal estar, cefaleia, nistagmo (em
trabalhadores de minas de carvão)
astenopia (cristalino)
Astenopia : fatores ambientais e ergonômicos: reflexo/ofuscamento
baixo nível de iluminamento
pouco contraste
objetos em movimento
fatores de refração e desequilíbrio da musculatura extrínseca
outros: conjuntivite, sinusite etmoidal, neurite do supraorbital
►
AVALIAÇÃO MÉDICA: ANAMNESE CLÍNICA
ANAMNESE OCUPACIONAL
EXAMES FISICO E OFTAMOLOGICO
OUTROS EXAMES
►
CONDUTA SESMT
►
Referências:
1.
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO - MANUAL DE
PROCEDIMENTOS PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE
Capítulos 12 e 13, 2002.
Site Ministério do Trabalho e Emprego:
www.mte.gov.br/normas regulamentadoras
Patologia do Trabalho. Rene Mendes. Condições
hiperbáricas, 2001.
2.
3.
Download

pressões anormais e nível de iluminação