JORNAL DA FIEC FORTALEZA-CE, OUTUBRO DE 2006 ANO XVIII - Nº 223 SAFRA DE CAJU: A MAIOR DOS ÚLTIMOS 10 ANOS A safra de caju este ano, no Ceará, deverá ser a maior dos últimos 10 anos, superando em até 25% a colheita de 2005. A expectativa é do Sindicato dos Produtores de Caju do Estado do Ceará (Sincaju), confirmada pelos industriais do ramo, através do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindcaju). Uma das principais razões para o otimismo foram as boas chuvas verificadas nos 45 municípios que concentram a atividade no Estado. A cajucultura é uma das mais destacadas atividades econômicas do Ceará. São 57 mil produtores e geração de 150 mil empregos diretos e indiretos no campo e outros 15 mil nas indústrias, de acordo com dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC. 8e9 Laboratório metrológico A indústria cearense conta, desde setembro, com o primeiro laboratório de metrologia dimensional credenciado pelo Inmetro. Trata-se do Laboratório de Metrologia do SENAI-CE (LMS-CE), localizado no Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, em Maracanaú. 3 Energias alternativas E FORTALECIMENTO Do discurso à prática, a nova gestão da FIEC trabalha para cumprir a promessa de fortalecer os 38 sindicatos filiados à instituição. Foram elaboradas ações, como o Projeto de Promoção Associativa, em parceria com a CNI. Outra medida nesse sentido é a criação de um cronograma de visitas do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, a cada sindicato. No dia 10 de outubro, ele participou da reunião mensal do Sindicato das Indústrias Metalúrgias, Mecânicas e de Materiais Elétricos no Estado do Ceará (Simec). 6 e 7 AJUDAR O BRASIL A CRESCER n EDITORIAL nergia eólica, solar, das ondas e biomassa. O Ceará tem se consolidado como campo fértil na geração de energias alternativas e renováveis. Sedimentado como pólo de geração eólica, o Estado foi o primeiro no país a lançar o Atlas Eólico, há cinco anos, documento que mostra o perfil favorável à instalação de investimentos privados na área da energia dos ventos. Também foi precursor ao implantar três parques eólicos. 12 2 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC E d i t o r i a l Ajudar o Brasil a crescer A EXPEDIENTE o tomar posse no último dia 16 na presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para mais um mandato, o empresário Armando Monteiro Neto colocou como principal objetivo dos próximos quatro anos de sua gestão ajudar o Brasil a crescer. Mesmo assim, Armando Monteiro se mostrou preocupado com o atual momento político do país, caracterizado por uma tensão política que pode redundar em prejuízos à economia nacional. O desafio proposto pelo presidente da CNI é o mesmo da maioria dos empresários brasileiros, que também se mostram temerosos, no âmbito político, com o desenrolar dos acontecimentos. Infelizmente, a nossa economia vem sofrendo revezes nos últimos anos causados por um ambiente político que impede, inclusive, a concretização de reformas essenciais e urgentes, como a fiscal e a tributária. Passada a disputa eleitoral, é preciso que as pessoas preocupadas com os destinos do Brasil repensem seus conceitos imediatistas e propugnem pelo esforço de construção de um país aberto aos novos tempos, deixando de lado querelas políticas. Isso não quer dizer que a CNI e as federações de indústrias se eximam de assumir seu papel político no sentido mais amplo. Pelo contrário! Devem, sim, ter como norte o bem do Brasil. Para que tal objetivo seja alcançado, faz-se necessária a adoção da boa política, que se dá através do convencimento e da construção de consensos possíveis. Em boa hora, a CNI já preparou sua agenda econômica, a qual será entregue ao presidente eleito. O país precisa sair dessa armadilha imposta pelo aumento da carga tributária, falta de investimento público, excesso de gasto público e juros altos. Sabemos que a agenda de reformas proposta é intrincada, mas exige compromisso dos governantes para a sua execução. Nesse sentido, a CNI tem procurado colaborar, apontando caminhos. Para a sua concretização, porém, é preciso que esses caminhos sejam trilhados com a força de sua representatividade, cada vez mais marcada pelo espírito de comprometimento com o desenvolvimento do país e do povo brasileiro. Representatividade que também se consubstancia à medida que a manutenção do Sistema S deve ser uma das bandeiras a serem defendidas arduamente pelas entidades do setor produtivo. Não se pode aceitar que, sob o pretexto da redução do custo Brasil, o governo federal, que tem sido pródigo em aumentar gastos, direcione suas forças para cortar as contribuições feitas ao Sistema S, que tantos benefícios propicia ao país. O Brasil já superou o ciclo do controle da inflação. Abre-se, agora, um momento novo para a expansão da atividade econômica, em todos os setores. Mas, para tanto, a indústria necessita ser liberada dos entraves para crescer, marcando uma presença mais ativa tanto no mercado interno como no externo. Não podemos desperdiçar esse momento. Ele é promissor demais. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ (FIEC) DIRETORIA: Presidente: Roberto Proença de Macêdo; 1 o Vice-Presidente: Ivan Rodrigues Bezerra; Vice-presidentes: Carlos Roberto de Carvalho Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e Wânia Cysne Medeiros Dummar; Diretor administrativo: Affonso Taboza Pereira; Diretor financeiro: Álvaro de Castro Correia Neto; Diretor administrativo adjunto: José Moreira Sobrinho; Diretor financeiro adjunto: José Carlos Braide Nogueira da Gama. Diretores: Verônica Maria Rocha Perdigão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro, Cândido Couto Filho, Flávio Barreto Parente, Francisco José Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da Ponte Filho, José Sérgio França Azevedo, Júlio Sarmento de Meneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio Norões Tavares, Marcos Veríssimo de Oliveira, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz. CONSELHO FISCAL: Efetivos - Frederico Hosanan Pinto de Castro, José Apolônio de Castro Figueira, e Vanildo Lima Marcelo. Suplentes: Hélio Perdigão Vasconcelos, Fernando Antonio de Assis Esteves e José Fernando Castelo Branco Ponte. DELEGADOS JUNTO À CNI: Efetivos - Roberto Proença de Macêdo e Jorge Parente Frota Júnior. Suplentes - Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de Carvalho Fujita. SUPERINTENDENTE GERAL DO SISTEMA FIEC: Paulo Rubens Fontenele Albuquerque. SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA (SESI) CONSELHO REGIONAL: Presidente: Roberto Proença de Macêdo; Vice-PrePresidente sidente sidente: Ivan Rodrigues Bezerra Delegados das Atividades Industriais: Efetivos: Cândido Couto Filho, Carlos Roberto Carvalho Fujita e Flávio Barreto Parente. Suplentes: Hermano Franck Júnior, José Moreira Sobrinho e Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego: Efetivo - José Nunes Passos; Suplente Francisco José Pontes Ibiapina Representantes do Governo do Estado do Ceará: Efetivo - José Joaquim Neto Cisne Suplente Dessirée Custódio Mota Gondin. Representantes do Sindicato das Indústrias Fernando Ibiapina recebe o troféu de Edgar Miranda, da Cerâmica Campo Maior Presidente do Sindicer-CE recebe Troféu João de Barro A comenda foi entregue no 35º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, realizado entre os dias 26 e 29 de setembro, em Goiânia O empresário Fernando Antônio Ibiapina Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmicas do Ceará (Sindecer-CE) e diretor da Cerâmica Torres, instalada em Sobral, na região norte do Estado, foi agraciado com o Troféu João-de-Barro, durante encontro nacional de ceramistas, como um dos destaques do setor no país na categoria Profissional, Ceramista ou Pesquisador. Além de Ibiapina, receberam o prêmio a Cerâmica Santorini, na categoria Empresa ou Instituição, e a Alutal Siebeck Sensors, como Fornecedor. A comenda foi entregue no 35º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, realizado entre os dias 26 e 29 de setembro, em Goiânia. O evento foi considerado um dos maiores já promovidos pelo segmento, superando expectativas e trazendo diversas novidades em informações e equipamentos para os envolvidos com a fabricação de produtos à base de argila. Nos quatro dias do encontro, passaram por ele cerca de 1.200 pessoas, entre empresários, colaboradores, pesquisadores, estudantes, fornecedores, técnicos e visitantes. Além da participa- ção de todas as regiões brasileiras, nesta edição houve, ainda, a presença de empresários da Alemanha, Bolívia, Chile, Paraguai e Colômbia. Para o presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), César Gonçalves, o evento surpreendeu, pois permitiu mostrar para um grande número de ceramistas os principais assuntos ligados à qualidade e à sustentabilidade das indústrias. “Também tivemos uma feira muito representativa, com tecnologia de ponta e negócios de peso fechados”, afirmou. De acordo com Gonçalves, o volume de negócios se aproximou dos R$ 10 milhões. O Troféu João-de-Barro foi criado há 10 anos, com o objetivo de divulgar e homenagear os nomes que fazem a diferença e vêm se destacando por serem símbolos de excelência na indústria de cerâmica vermelha. Nesta edição, os 41 nomes indicados foram colocados na internet para votação, através do site www.anicer.com.. br, até o dia 4 de setembro. Após a data, a votação eletrônica foi encerrada e os resultados apurados através de percentuais. O próximo Encontro Nacional será realizado em Belo Horizonte (MG). de Frios e Pesca no Estado do Ceará: Efetivo - Elisa Maria Gradvohl Bezerra. Suplente - Eduardo Camarço Filho; Superintendente Regional: Francisco das Chagas Magalhães Álvaro de Castro Correia Neto. INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): Diretor-pre Diretor-pre-sidente: Roberto Proença de Macêdo; Superintendente: Vera Ilka Meireles Sales. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI) CONSELHO REGIONAL: Presidente: Roberto Proença de Macêdo; Vice-Presidente: Ivan Rodrigues Bezerra; Delegados das Atividades Industriais Industriais:: Efetivos: Alexandre Pereira Silva, Álvaro de Castro Correia Neto e Francisco de Assis Alves de Almeida; Suplentes Affonzo Taboza Pereira, Francisco José Fernandes Fontenelle e José Fernando Castelo Branco Ponte; Representante do Ministério da Educação: Efetivo - Cláudio Ricardo Gomes de Lima; Suplente Samuel Brasileiro Filho; Representante do Ministério do Trabalho: Efetivo - José Nunes Passos; Suplente - Francisco José Pontes Ibiapina; Delegado da Categoria Econômica da Pesca: Efetivo - Maria José Gonçalves Marinho; Suplente - Eduardo Camarço Filho. Francisco das Chagas Magalhães, Diretor d o Departamento Regional do SENAI-CE ; Comissão de Contas: Presidente: Cláudio Ricardo Gomes de Lima. Membros: Alexandre Pereira Silva e Coordenação e edição: Luiz Carlos Cabral de Morais - DRT/CE Nº 53. Redação: Luiz Henrique Campos, Gevan Oliveira e Ângela Cavalcante. Fotografia: Sebastião Alves e J. Sobrinho. Diagramação e arte-final: Ítalo Araújo. Impressão: Gráfica Tiprogresso. Tiragem: 3.400 exemplares. O Jornal da FIEC é uma publicação editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC. Endereço e Redação: Av. Barão de Studart, 1980 - térreo - CEP 60.120-901 - Telefones: (085) 3466.5435 e 3466.5436 - Fax: (085) 3466.5437. Coordenador da AIRM: Luiz Carlos Cabral de Morais Endereço eletrônico: www.sfiec.org.br/ publicacao/jornalfiec. JORNAL DA FIEC Fortaleza, outubro 2006 n JORNAL DA FIEC 3 Laboratório calibrado Com apenas dois anos de funcionamento, o LMS-CE já conta com uma carteira de mais de 230 clientes oriundos dos segmentos da construção civil, mecânica, alimentos, embalagens, gás e petróleo, transportes, químico e automotivo, entre outros A indústria cearense conta, desde setembro, com o primeiro laboratório de metrologia dimensional credenciado pelo Inmetro. Trata-se do Laboratório de Metrologia do SENAI-CE (LMS-CE), localizado no Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues (CET AFR), em Maracanaú. Implantado em maio de 2004, o laboratório atende as demandas da indústria cearense, e de estados vizinhos, por serviços de ensaios mecânicos e caracterização de materiais, contribuindo para a melhoria dos processos de fabricação, manutenção e controle da qualidade das indústrias da região. Tecnicamente, o LMS-CE trabalha na calibração de instrumentos de medição dimensional, tais como micrômetros, paquímetros, peneiras de classificação para granulometria, pente de rosca, trenas métricas, manômetros, termômetros e prumos, entre outros. Para o gerente do CET AFR, Tarcísio Cavalcante Bastos, o fato é um marco histórico para a instituição. “A conquista vem sedimentar ainda mais a presença do SENAI-CE no campo da difusão e do desenvolvimento tecnológico em apoio à indústria cearense”, acrescenta. Com apenas dois anos de funcionamento, o LMS-CE já conta com uma carteira de mais de 230 clientes oriundos dos segmentos da construção civil, mecânica, alimentos, embalagens, gás e petróleo, transportes, químico, automotivo, etc. Ao todo, nesse período, foram aprovadas 268 propostas de trabalho. Para o responsável pelo laboratório, engenheiro Alysson Andrade Amorim, a previsão é chegar ao final do ano com a aprovação de 350 propostas. Entre as empresas que já utilizaram os serviços do laboratório, encontra-se a Construtora Colméia. Segundo o profissional da área de Patrimônio, Tiago Maia Prudente, o serviço atendeu as demandas da construtora, sobretudo, nas questões de prazo e qualidade. “Por se tratar de um serviço que exige alto padrão de qualidade, é fundamental podermos contar com a tecnologia de ponta do SENAI-CE, uma vez que os resultados influem diretamente na qualidade do nosso trabalho”, afirma. A Construtora Colméia solicitou a calibração de esquadros, réguas, prumos, manômetros e nível de bolhas, utilizados principalmente na parte de acabamento e pintura. PADRÃO INTERNACIONAL O engenheiro Alysson Amorim ressalta que o SENAICE tem ampliado, a cada ano, o leque de atividades prestadas, sendo hoje reconhecido nacionalmente como uma entidade que oferece serviços com padrão internacional de qualidade. “Além da já consagrada capacitação e assessoria técnica e tecnológica nos mais diversos ramos da indústria, estamos nos destacando, cada vez mais, na prestação de serviços com qualidade, comparada às melhores do mundo. Quem ganha com isso é a indústria local, que não precisa se deslocar para outros estados, a fim de obter o que necessita”, diz o engenheiro. Esse resultado tem sido possível no LMS-CE graças aos investimentos em recursos humanos qualificados e, sobretudo, em equipamentos de última geração, que permitem o desenvolvimento de trabalhos como o de medição e digitalização de peças matrizes. Trata-se do processo de engenharia reversa, por meio do escaneamento de superfícies e conversão para arquivos CAD. “É a mesma tecnologia utilizada na produção de carros, onde se desenha um molde artesanalmente e, depois, o equipamento escaneia a peça. Esta, em seguida, é levada ao CAD, e, posteriormente, à confecção do molde e para a linha de montagem” explica o engenheiro. O LMS-CE também está capacitado para trabalhos nas áreas de pressão, força e temperatura, ofertando, atualmente, mais de 50 serviços diferenciados. Conta com um sistema de gestão da qualidade, baseado na NBR ISO/IEC 17025, devidamente implementado, padrões rastreados ao metro padrão e ambiente com temperatura controlada. Sua equipe de profissionais está capacitada, ainda, para prestar assessoria personalizada sobre análise de sistemas de medição, gestão/organização de laboratórios e climatização de salas de medição, entre outros. O LMS-CE pertence à rede SENAI de laboratórios de metrologia, que atua em 14 estados da federação e possui a maior estrutura laboratorial do país. Está localizado à Av. do Contorno, 1395, Distrito Industrial de Maracanaú. O telefone de contato é (85) 3215.3026. Veja alguns dos serviços de calibração oferecidos pelo LMS-CE ÁREA DIMENSIONAL n Calibrador anel liso cilíndrico; Calibrador tampão liso cilíndrico; Calibrador anel liso cônico; Cabeçote micrométrico; Calibre de solda ABNT; Calibre de solda Hi-lo; Especímetro; Esquadro plano (ortogonalidade); Esquadro plano (retitude); Esquadro para construção civil; Esquadro combinado; Gabarito para esquadro/para traçador de pinças; Goniômetro (por quadrante); Haste padrão; Micrômetro tipo paquímetro; Micrômetro interno (2 pontas); Micrômetro interno (2 pontas) por haste adicional; Micrômetro externo; Micrômetro externo; Nível de bolha de ar; Nível de bolha de ar; Nível de bolha de ar; Nível a laser; Paquímetro universal; Paquímetro universal; Peneiras de classificação para granulometria; Pente de rosca (por lâmina); Padrão de espessura; Projetor de perfil; Prumo de face/prumo de centro; Relógio comparador; Relógio apalpador; Régua graduada; Régua graduada; Régua de prumo; Régua de alumínio; Rosca externa paralela; Rosca externa cônica; Rosca interna paralela; Rosca interna cônica; Súbito (comparador interno de diâmetro); Trenas métrica; Trenas métrica; Trenas métrica; Trenas métrica; Transferidor; Traçador de alturas e Traçador de alturas. ÁREA FORÇA n Descrição do serviço; Torquímetro tipo vareta/relógio (por escala/por sentido); Torquímetro tipo estalo (por escala/por sentido); Torquímetro com braço de alavanca móvel (por escala/por sentido); Torquímetro tipo chave de fenda (por escala/por sentido) e Torquímetro tipo rolhas plásticas/ metálicas (por escala/por sentido) Dinamômetro. ÁREA PRESSÃO n Descrição do serviço; Manômetros classes B, C e D; Manômetros classes A, A1, A2 e Ajuste em manômetros. ÁREA REA TEMPERATURA n Descrição do serviço; Termô- metros bimetálicos; Termopares; Termo-resistências e Termômetros de bulbo de vidro. 4 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC IEL-CE premia melhores práticas de estágio O objetivo é proporcionar uma maior visibilidade às boas práticas adotadas nos programas de estágio, quanto aos aspectos didáticopedagógicos, profissionais, humanos e, sobretudo, sociais Ricardo e Jonathan, durante estágio na padaria Vovó Joana Doces e Salgados O Instituto Euvaldo Lodi do Ceará (IEL-CE), órgão do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), vai outorgar o Prêmio Melhores Práticas de Estágio no Estado do Ceará – edição 2006. A premiação ocorrerá no dia 17 de novembro, durante o IV Encontro Cearense de Estagiários, no auditório Waldyr Diogo. Na ocasião, serão agraciadas com um troféu empresas clientes do IEL-CE, que tenham obtido, neste ano, maior destaque nas práticas de estágio. O Prêmio será concedido a três categorias de empresas: micro/pequenas (até 99 funcionários), médias (de 100 a 499 funcionários) e grandes empresas (a partir de 500 funcionários). O objetivo é proporcionar uma maior visibilidade às boas práticas adotadas nos programas de estágio, quanto aos aspectos didático-pedagógicos, profissionais, humanos e, sobretudo, sociais. A iniciativa também pretende contribuir para a conscientização da importância da preparação do jovem talento, bem como para propiciar uma melhor aproximação entre o conhecimento produzido nas academias e as exigências do mercado de trabalho. A superintendente do IEL-CE, Vera Ilka Meireles Sales, afirma que o Prêmio será uma forma de reconhecimento às empresas que já perceberam o potencial dos estagiários para auxiliar na obtenção de um melhor desempenho nos processos produtivos das organizações. Para ela, o Programa de Estágio demonstra ao jovem que a realidade, dentro das pequenas e médias empresas, é bem diferente daquela que eles estão acostumados a observar nos livros. “A nossa realidade (no Ceará) são as médias e pequenas empresas”, diz, referindo-se ao fato de que na teoria os jovens estão acostumados a trabalhar apenas com “cases” retirados de grandes empresas. A superintendente chama a atenção para a oportunidade que as práticas de estágio oferecem aos empresários, permitindo uma melhor visão sobre os profissionais do futuro. Em 2004, última edição do Prêmio, a Ramalho Têxtil foi a vence- dora na categoria pequena empresa. Segundo a gerente de Recursos Humanos da Ramalho Têxtil, Ana Paula Viana, “a empresa não joga a responsabilidade para cima do estagiário. Não esperamos que ele venha pronto para exercer suas funções”, afirma. A gestora considera que, somente aos poucos e com o aprendizado adquirido, o estudante poderá ganhar maior confiança para exercer atividades mais complexas. O processo seletivo para escolha da empresa vencedora é definido através de duas fases. A primeira consiste na avaliação de documentação enviada pelo IEL-CE e preenchida pelas empresas sobre a atuação das mesmas no tocante às práticas de estágio. Na segunda fase, são feitas visitas às empresas finalistas, para definir as vencedoras em suas respectivas categorias. SERVIÇO Mais informações através dos telefones: 32241806 ou 3466-6511 e e-mail [email protected]. Novos talentos A padaria Vovó Joana Doces e Salgados, que possui convênio com o IEL-CE, atua no mercado fortalezense há mais de oito anos e começou a utilizar os serviços do Programa de Estágio do IEL desde maio de 2006. A proprietária, Patrícia Torisco, se diz surpresa positivamente com a qualidade dos alunos enviados pelo IEL para realizar estágios na confeitaria, que conta com 25 funcionários e cinco estagiários. Destes, todos estudantes do ensino médio, quatro deles trabalham na produção de alimentos e um no telemarketing. De acordo com Patrícia, sempre houve uma grande dificuldade em encontrar pessoas qualificadas e engajadas para exercer um trabalho que ela define como “um ofício sagrado, passado de pai para filho”. Ela diz que os estagiários encaminhados pelo IEL, logo ao chegar, já demonstraram uma excelente capacidade de observação, atentando para detalhes como preocupação com a higiene, materiais de produção e vestimenta dos funcionários. “É lógico que a inexperiência tem peso nas atitudes deles, mas pessoas com conceitos formados, como esses jovens, já se encontram com meio caminho andado para obter uma boa capacitação profissional”, frisa. Ticiane Soares Soares, encarregada de realizar atendimentos via telefone na padaria, considera que teve dificuldade, no início, em lidar com os códigos utilizados para realizar pedidos, mas, depois que passou a dominar as técnicas de sua função, a estudante, que cursa o 2º ano do ensino médio numa escola pública da Praia do Futuro, passou a sentir-se mais à vontade, a ponto de considerar a confeitaria como uma segunda casa. Jonathan Barbosa, estudante do 3º ano do ensino médio, que atua na produção dos doces e salgados, se diz satisfeito no estágio e já considera a possibilidade de prestar vestibular para Engenharia de Alimentos, ao invés de Fonoaudiologia, que sempre foi sua primeira opção. Fortaleza, outubro 2006 n JORNAL DA FIEC 5 Abip quer aumentar consumo do pão no país Cadeia do trigo pretende investir cerca de R$ 10 milhões/ano em propaganda para divulgar o pão e os derivados do trigo, como também na formação dos empresários. A meta é elevar o consumo em 15% nos próximo três anos Parceria para crescer N o Ceará, o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria (Sindpan-CE) firmou, este ano, parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE) e a Associação Cearense da Indústria de Panificação (Acip) para execução do Projeto de Desenvolvimento da Panificação do Estado do Ceará. Segundo o presidente do Sindpan-CE, Ricardo Sales, a iniciativa visa traçar um programa para a panificação cearense nos próximos três anos, tendo como alvo as 150 empresas localizadas na região metropolitana de Fortaleza e mais 60 empresas nas regiões de Sobral e Juazeiro do Norte. “O projeto pretende viabilizar ações visando reduzir o número de empresas informais, melhorando a competitividade dos investimentos formais, aumentando, assim, a oferta de empregos”, explica. Tecnicamente, as ações do projeto prevêem o aumento em cerca de 30% do número de empresas formais; a elevação em 15% do volume físico das vendas das panificadoras; a redução em 50% do desperdício nos processos de produção e de movimentação de mercadorias; a geração de 10% de novos postos de trabalho e o aumento em 15% do consumo de produtos panificadores per capita. O presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), Alexandre Pereira Silva, anuncia que, a partir de janeiro de 2007, será deflagrada em todo o país, através dos meios de comunicação, uma campanha de incentivo ao consumo do pão e, principalmente, dos demais derivados do trigo. A meta é aumentar o consumo em 15%, nos próximos três anos. A proposta inicial estima investir cerca de R$ 10 milhões/ano em propaganda voltada à divulgação do pão e derivados do trigo (biscoitos, massas e outros). O dinheiro virá de um fundo, com base em percentual mínimo sobre cada saco de farinha de trigo (50 quilos) consumida pelos diversos segmentos envolvidos na cadeia do trigo. No Brasil, 55% da venda de trigo se destinam ao fabrico do pão. Os 45% restantes ficam com os derivados. Caracterizada como um dos seis maiores setores do país, a indústria de panificação responde por 2% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB), registrando faturamento de R$ 26 bilhões no ano passado. A expectativa para 2006 é alcançar R$ 28 bilhões. Atualmente, o consumo do pão entre a população brasileira é da ordem de apenas 52% (em vários países é de 80%). “A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 60 kg/per capita/ano. Estamos atrás de vários países sul-americanos e europeus. Este é um dos motivos por que vamos desenvolver ações em prol do incremento do consumo”, afirma Alexandre Pereira. Nos últimos seis anos, a Abip conseguiu aumentar o consumo do pão de 27 kg/ano per capita para 33,11kg per capita/ano. O presidente da Abip informa, ainda, que outra ação nesse sentido diz respeito à ampliação dos cursos de gestão para panificadores. “O empresário precisa voltar ao banco da escola, a fim de aprender técnicas modernas de venda e atendimento. Não adianta nada fazermos uma grande campanha de mídia se o consumidor for ao estabelecimento e encontre uma panificadora mal arrumada e sem um bom atendimento”, explica Alexandre Pereira, que tem como meta atingir 10 mil padarias com novos cursos nos próximos seis anos. Os treinamentos serão promovidos pelo Programa Nacional de Apoio à Panificação (Propan), criado em 2000, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Através dele, 2.000 panificadoras de todo o Brasil já participaram de cursos, que incluem tópicos como: melhoria no atendimento, gestão de pessoas, gerenciamento de produção e otimização de vendas. NOVO PRESIDENTE DA ABIP E mpossado como o novo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), no dia 8 de agosto deste ano, em Brasília, o industrial cearense Alexandre Pereira pretende manter o foco das padarias na origem industrial. “Apesar de ter avançado na área do comércio nos últimos anos, ampliando as vendas no varejo, a padaria continua sendo uma indústria. Por isso, é preciso ter preço e qualidade em seus produtos”, explica. Durante a posse da nova presidência, foi inaugurada a sede própria da Abip, em Brasília. Até então itinerante (de acordo com a cidade de origem do presidente), o escritório da Abip saiu de Belo Horizonte para se fixar de vez em Brasília. A gestão de Alexandre Pereira vai até julho de 2009. Hoje, a entidade tem 58 entidades afiliadas – sindicatos e associações da panificação de todo o país. Cerca de 50% das padarias brasileiras são associadas, através dessas entidades, à Abip. A distribuição geográfica das padarias no Brasil é maior na Região Sudeste, onde estão 43% dos estabelecimentos. Vinte e quatro por cento ficam na Região Nordeste; 22% na Região Sul; 7% na Região Centro-Oeste e 4% na Região Norte. Do total de 52.286 padarias espalhadas pelo Brasil afora, São Paulo tem o maior número – 10.560 pontos –, o equivalente a 20,2% do total. O Ceará é o 14º estado com maior número de panificadoras – 1.128 –, correspondendo a 2,16% do total. 6 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC FIEC quer fortal Iniciativa em parceria com a CNI busca aumentar a representatividade dos segmentos industriais que compõem a cadeia produtiva cearense D esde sua campanha à presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo colocou o fortalecimento dos sindicatos que compõem a entidade como uma das principais metas a serem atingidas em sua gestão. No entanto, essa preocupação com a representação sindical patronal não ocorre apenas no Ceará. Em âmbito nacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) recomendou às diversas federações que estimulem seus sindicatos associados a elaborarem projetos de promoção associativa (veja o quadro abaixo). Uma das medidas necessárias é aumentar o número de empresas filiadas aos sindicatos. O objetivo é atender ao parâmetro de representatividade presente na proposta de Reforma Sindical, encaminhada pelo Ministério do Trabalho e Emprego à Câmara Federal. A proposta estabelece que cada sindicato seja composto por pelo menos 20% do total de empresas integrantes da categoria econômica que representa. Essa preocupação com número de filiados é anterior à reforma. Segundo Roberto Macêdo, a baixa representatividade é prejudicial não apenas pela dificuldade acentuada em conservar o sustento financeiro da entidade, mas também pela frágil legitimidade para falar em nome da categoria representada. Outra meta é maximizar a atuação dos sindicatos. No setor produtivo cearense, como em outros estados, existem atividades ou categorias que se sobressaem entre as demais. Sua expressão no setor industrial se dá pela capacidade de organização interna e pelos serviços e assistência que prestam aos associados, e não apenas pelo número de empresas que representam. O artigo 514, da norma consolidada, tratando dos deveres dos sindicatos, já estabelece a obrigação de manter serviços de assistência jurídica aos associados e de promover a conciliação nos dissídios de trabalho. Entretanto, ocorrem casos em que não há uma Roberto Macêdo (camisa azul) disse na reunião do Simec que o fortalecimento dos 38 sindicatos q contrapartida às contribuições financeiras feitas pelas empresas. Por sinal, essas contribuições são outro ponto polêmico da Reforma Sindical. A proposta do governo inclui a extinção da cobrança do imposto sindical compulsório, remetendo à assembléia geral (e não à lei como ocorre hoje) a competência para fixar o valor a ser recolhido das empresas. Na opinião do coordenador da Unidade Sindical e Trabalhista da FIEC, José Itamar Pereira de Matos, essa mudança na forma de arrecadação dos sindicatos é uma atitude temerosa, pois, mesmo sendo a cobrança estabelecida em lei, ocorre a inadimplência. Não havendo uma regulamentação, a tendência seria diminuir os recursos com o não pagamento das tarifas sindicais. Visitas - Outra iniciativa no sentido de fortalecer os sindicatos filiados à FIEC, na visão do presidente Roberto O QUE É PROMOÇÃO ASSOCIATIVA? P romoção Associativa é um conjunto de atividades planejadas para alcançar os objetivos pretendidos. No caso proposto pela CNI, são necessárias as seguintes ações, entre elas, o já mencionado aumento da representatividade dos sindicatos: n Desenvolvimento pelas federações de produtos e serviços para os sindicatos. n Capacitação de lideranças sindicais. n Melhora da infra-estrutura disponível, aprimorando a comunicação e a organização de pessoal dos sindicatos. n Ampliação da base de associados, traduzida pelo aumento da representatividade e pela realização de ações para mantê-los nos quadros da entidade. A elaboração e a execução do projeto ficarão a cargo do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), assim como ocorreu nas demais federações do país. Todos os trabalhos serão acompanhados pela coordenação da Unidade Sindical e Trabalhista da FIEC. Macêdo, é a elaboração de um cron cada uma dessas entidades represen teve como ponto de partida a última Sindicato das Indústrias Metalúrgias Materiais Elétricos no Estado do Cea em 10 de outubro último. Para o presidente do Simec, Vald Filho, a estratégia de Roberto Macê Federação e o convite de seu sindica presidente para a reunião de outub “coincidência de interesses”. “O con mas fiquei muito satisfeito ao saber visitar todos os sindicatos. Vejo a inic sinalização da toada de um caminh da presidência, já que somos (sindic e mantenedores da Federação. O p olhando para quem ele representa” Segundo Valderírio Pereira, a p Fortaleza, outubro 2006 n JORNAL DA FIEC 7 lecer sindicatos Iniciativa fundamental N ue compõem a entidade é uma das principais metas a serem atingidas em sua gestão nograma de visitas a ntativas. A estratégia a reunião mensal do s, Mecânicas e de ará (Simec ), ocorrida derílio Pereira Soares êdo para reunificar a ato ao novo bro foram uma nvite partiu de nós, de sua intenção de ciativa como a ho natural por parte catos) os formadores presidente está ”, avalia. proposta de reunificação da FIEC com o fortalecimento dos sindicatos demonstra que Roberto Macêdo tem condições de representar a categoria. “A Federação tem hoje um representante dos legítimos interesses da indústria cearense. Como industrial, ele poderá recuperar a representatividade dos sindicatos e a credibilidade da instituição (FIEC)”, frisa. De acordo com o líder sindical, o Simec está próximo de completar 100 associados e a cada dia ganha mais adesões. “Temos por tradição um programa de atração de novas empresas e também prestamos serviço aos nossos filiados, como assessoria jurídica e tributária, além de qualificarmos as indústrias, através de seus gestores, com a promoção de palestras e treinamentos. Entendo que esse trabalho deve ser reproduzido noutros sindicatos, como forma de aumentar a representatividade (número de empresas filiadas) deles”, conclui. A Casa da Indústria abriga 34 dos 38 sindicatos filiados no Sistema FIEC a opinião do presidente Roberto Macêdo, a própria FIEC não terá condições de manter a sua hegemonia se não contar com filiados bem estruturados, tendo seus quadros de associados atendidos e estimulados a prover a sustentabilidade da sua classe. Entre os presidentes de sindicatos ouvidos pelo Jornal da FIEC, o reconhecimento à importância das medidas de fortalecimento dos sindicatos é unânime. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Carlos Roberto Fujita, o fortalecimento do sindicato é fundamental para o crescimento do segmento e da cadeia industrial. “Uma maior representatividade daria mais poder político às reivindicações do setor”, argumenta. De acordo com Fujita, somente em 2006, 32 empresas se associaram ao Sinduscon. Contribuíram para esse número o trabalho de atração de pequenas e médias empresas e a redução do diferencial de alíquota do ICMS para 3%, destinada exclusivamente aos filiados do sindicato. José Dias de Vasconcelos, presidente do Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo (Sindquímica), revela-se esperançoso com a atitude da nova gestão da Federação das Indústrias. “São atitudes como essas que Déficit de até 10 filiações N° de sindicatos 5 nos estimulam”, diz, acrescentando que “o Sindquímica se sentia um pouco isolado, e essa importante iniciativa nos ajudará a aprimorar a assistência prestada aos nossos filiados”. A presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral (Sindtêxtil), Verônica Perdigão, concorda com a necessidade de fortalecer os sindicatos e assegura que o Sindtêxtil não terá dificuldades em cumprir a cota mínima de 20% de representatividade. Por sua vez, Álvaro de Castro Neto, presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão, Celulose e Embalagens em Geral (Sindembalagens), aponta as dificuldades enfrentadas pela maior parte dos sindicatos como uma justificativa para esta iniciativa da FIEC/CNI. Ele destaca que a ampliação no número de filiados pode aumentar a arrecadação e possibilitar ao seu sindicato – que possui nove filiados – aprimorar a assistência prestada às empresas. Dos 38 sindicatos filiados à FIEC, 14 possuem representatividade superior a 20%. Dos 24 restantes, 19 estão distribuídos em grupos de acordo com o número de filiações que necessitam para atingir a cota mínima (veja tabela), enquanto outros cinco não possuem dados disponíveis para fazer o levantamento. De 11 até 50 De 51 até 100 De 101 até 250 Mais de 250 7 1 2 4 8 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC Perspectiva de boa safra anima cajucultura Ameaça externa? A A safra deste ano deve superar em até 25% a colheita de 2005, em função, sobretudo, das boas chuvas A verificadas no Estado safra de caju este ano, no Ceará, deverá ser a maior dos últimos 10 anos, superando em até 25% a colheita de 2005. A expectativa é do Sindicato dos Produtores de Caju do Estado do Ceará (Sincaju), confirmada pelos industriais do ramo, através do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindcaju). Uma das principais razões para o otimismo foram as boas chuvas verificadas nos 45 municípios que concentram a atividade no Estado. A produção de caju no Ceará acontece em cerca de 330 mil hectares e, como as chuvas se deram de maneira uniforme, o presidente do Sincaju, Paulo de Tarso Meyer, destaca que o Estado está em boas condições de começar uma grande colheita. Ele cita, por exemplo, que o ideal para essa safra é que as chuvas atinjam, em média, de 700 a 800 milímetros, mas, até agora, esse índice já ultrapassou os mil milímetros. Estimulado por um bom inverno, Paulo de Tarso afirma que o produtor realizou os chamados “tratos culturais”, que são a limpeza do cajueiro, como poda, roça e corte dos galhos, para evitar pragas e doenças. Nesse momento, a safra já começa a ser colhida. O presidente do Sincaju destaca que, agora, a preocupação dos produtores passa a ser o vento forte e as chuvas fora de época, que favorecem o surgimento de fungos. “Mas esse fator não deve interferir muito, porque os nossos cajueiros estão bem sadios”, acrescenta. Diante do quadro favorável que se apresenta, o Sincaju iniciou uma campanha de conscientização junto aos produtores, a fim de que passem a cuidar da qualidade da castanha a ser repassada aos industriais. “É essa qualidade que vai balizar o preço”, explica. A atenção de Paulo de Tarso não é em vão, pois, dependendo da castanha oferecida, esse preço pode variar em até 10%. Os cuidados básicos em relação à castanha, por parte do produtor, são evitar que ela seja entregue muito úmida, o que geralmente acontece nos primeiros dias de colheita. “O ideal”, recomenda Paulo de Tarso, “é que o produtor deixe a castanha pelo menos dois dias no sol, para tirar a umidade, como também deve retirar restos de pedúnculo”. Outra recomendação diz respeito à armazenagem adequada do produto, deixando-o em cima de estrados de madeira e, se for passar mui- tos dias, que seja entregue às indústrias a granel ou em sacos de estopa. A cajucultura é uma das mais destacadas atividades econômicas do Ceará. São 57 mil produtores e geração de 150 mil empregos diretos e indiretos no campo e outros 15 mil nas indústrias, de acordo com dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado Ceará (FIEC). Os números são reforçados pelos resultados das exportações do setor. Em 2005, o Estado exportou US$ 141,7 milhões, correspondendo a 15,2% das vendas externas cearenses. De janeiro a agosto deste ano, foram US$ 94,4 milhões. A atividade ocupa o segundo lugar na pauta de exportações. O primeiro é o segmento calçadista. Entre os produtos, destaca-se a castanha de caju, que é vendida para os EUA e Europa. Para o presidente do Sindcaju, Antônio José Carvalho, a boa perspectiva de safra deve influir também na pauta de exportações do Estado. Com os resultados esperados, a indústria deve aumentar sua produção e trabalhar próximo à sua capacidade plena. “Capacidade de produção que tem atingido a média de 80% nos últimos anos, mas que poderá chegar a 90%”, avalia Antônio José. “Isso terá reflexos imediatos na geração de empregos, com o surgimento de 2 mil novos postos de trabalho”, arremata Antônio José Carvalho. pesar da previsão de uma boa safra e a melhora da qualidade da castanha in natura oferecida às indústrias, é preciso ver com reserva as perspectivas de que o Estado possa ser beneficiado pelo aumento da exportação do produto. De acordo com um estudo da Agência NorteAmericana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o Brasil vem perdendo competitividade para os países asiáticos já há algum tempo. Entre os fatores considerados desfavoráveis para o Ceará, estão principalmente a concorrência com a China e o Vietnã, considerados dois grandes exportadores mundiais. O Brasil e o Ceará, por conseguinte, já que é o maior produtor do país, levariam desvantagem em relação à desvalorização do dólar. O problema é confirmado pelo superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Eduardo Bezerra, que aponta ainda a alta dos juros brasileiros. Mas o presidente do Sindcaju, Antônio José de Carvalho, é mais otimista e diz que os estrangeiros não operam com uma competitividade maior do que a brasileira. Para ele, os asiáticos já atuam no mercado nacional com outras empresas, com os mesmos custos e pagando os mesmos níveis de preços de mercado. Já Paulo de Tarso Meyer, do Sincaju, entende que o Brasil levaria vantagem porque a nossa castanha é de qualidade superior. Fortaleza, outubro 2006 n JORNAL DA FIEC 9 INDI fortalece setor UNICA.br amplia atuação no setor de alimentos A universidade passa, agora, a atuar nas cadeias produtivas de outros sindicatos, além do trigo e do caju A cajucultura do Ceará tem no Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) da FIEC um forte aliado. Apesar de estar bem colocado na pauta de exportações do Estado, o setor vem enfrentando dificuldades nos últimos anos, como a desarticulação da cadeia produtiva e a ocorrência de cerca de 90% da área plantada ocupada por cajueiros comuns de alto porte, onde predominam a baixa produtividade, idade avançada e a prática do manejo inadequado. Esses aspectos foram detectados em estudo realizado pelo projeto Articulação da Cajucultura no Ceará, desenvolvido pela FIEC, por meio do INDI, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE). O projeto teve início em 2005, sendo uma continuidade do programa Plataforma do Agronegócio do Caju, lançado no ano 2000 na FIEC, envolvendo Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia. O projeto visa fortalecer a cadeia produtiva do caju cearense, implementando ações direcionadas ao aumento da produção e da produtividade e melhoria da qualidade e competitividade dos produtos e derivados do caju. A operacionalização se dá nos 10 principais municípios produtores do Ceará, localizados no litoral leste e na zona norte. A meta é alcançar 20 municípios cearenses nos próximos anos. Para participar, foram selecionados produtores que contavam com área pré-existente de até 15 hectares de cajueiro comum e que estavam dispostos a incorporar, simultaneamente, cinco hectares de cajueiro anão precoce enxertado, ou substituição de copas, e implantar, ou expandir, cinco hectares com cajueiro anão precoce enxertado. Entre os principais alvos a serem alcançados, estão elevar a produtividade de 210 kg/ha para 1.000 kg/ha nas áreas recuperadas com tecnologia de substituição de copa; qualificar 300 produtores de caju, através da realização de cursos de curta duração sobre manejo da cultura; substituição de copa; controle de pragas e doenças; e colheita e pós-colheita, incluindo padronização e classificação da castanha. A UNICA.br iniciou suas atividades no segundo semestre de 2005 A Universidade Corporativa de Alimentos do Brasil (UNICA.br) está ampliando o seu leque de atuação no setor de alimentos do Estado. Com foco inicial nos setores do trigo e do caju, dois segmentos fundamentais ao desenvolvimento econômico do Ceará, a universidade passa a atuar também nas cadeias produtivas de outros sindicatos de alimentos filiados à FIEC, envolvendo os setores de açúcar, doces e conservas alimentícias; laticínios e produtos derivados; óleos vegetais e animais; bebidas; pesca; e café. Lançada no ano passado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará (SENAI-CE), a Unica.br visa capacitar profissionais com perfis de qualificação exigidos pelos setores produtivos, através do desenvolvimento das competências organizacionais e individuais consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócios das empresas que compõem a cadeia do setor de alimentos, além de proporcionar competitividade ao setor. A UNICA.br iniciou suas atividades no segundo semestre de 2005, com o processo de organização de sua estrutura. Hoje, segundo Otaviano T. da Costa Filho, gestor do órgão, “trabalhamos com a cadeia do trigo – moagem, massas, biscoitos e panificação – em nível estadual com posterior projeção nacional”. ‘’Os cursos ofertados’’, afirma Otaviano, ‘’procuram formatar, junto aos docentes e casos de empresas, conteúdos e metodologias que vão ao encontro do ‘aprender fazendo’, aplicando os resultados diretamente nas empresas em que trabalham’’. Considerando uma visão sistêmica de todo o processo, a UNICA.br tem como compromisso o acompanhamento junto a todos os participantes de seus cursos, de forma individual (crescimento pessoal) e organizacional (orientado para a empresa onde trabalham). “O que entendemos de uma universidade corporativa”, destaca, “é que ela está focada diretamente para uma determinada empresa/ organização, buscando o aumento de sua produtividade e competitividade”, explica. Para a UNICA.br, a atuação setorial – setor de alimentos – deve consolidar o processo de gestão mediante o mapeamento das competências coletivas do segmento, de forma compartilhada com os diversos atores envolvidos, identificando, em cada empresa, sua parcela que comporá as necessidades do todo. Esse projeto de consolidação de competências coletivas do setor está em fase inicial, devendo ser concretizado no início de 2007. Orientada pelas principais demandas das empresas do setor alimentício, a UNICA.br prioriza a promoção do desenvolvimento, através da capacitação para o trabalho, segundo educação corporativa e continuada. Como desafio do efetivo processo de geração do conhecimento, a UNICA.br abre 15 cursos de extensão, envolvendo gestão pela qualidade total, processamento de alimentos para fins especiais light e diet, análise sensorial, consultoria interna, desenvolvimento de gestores, programa avançar em vendas, estratégias e táticas de negociação, entre outros, todos voltados para a crescente demanda do mercado, divulgados no site www.unica-brasil.org.br. Os cursos ofertados são de natureza presencial, com metodologia estruturada para ação reflexiva e criativa, com base numa educação continuada, demandada pelo mercado. SERVIÇO UNICA.br - rua Benedito Macêdo, 77, Vicente Pinzón - 3263-6886. 10 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC INOVAR PARA CRESCER O Fórum Estadual de Tecnologia, promovido pela CNI, com apoio do IEL-CE, visa contribuir para a construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento tecnológico em todo o setor industrial Marcos Formiga: ‘‘O país hoje só forma 20 mil profissionais de engenharia por ano’’ ‘‘D pesquisadores, alunos e professores universitários, para discutir e apresentar soluções visando à inserção de novas tecnologias ao setor produtivo nacional. Na ocasião, foi apresentada a proposta de modernização da engenharia brasileira, por meio do programa Inova Brasil, e divulgados casos de sucesso da indústria cearense. O evento no Ceará faz parte de uma série de encontros que estão sendo promovidos pela CNI em diversos estados do país. Ao final, um posicionamento oficial do empresariado, sobre políticas que devem ser desenvolvidas em prol da inovação na indústria, vai ser fechado durante o 2° Congresso Brasileiro iscutir como gerar e levar tecnologia de forma simples e direta para dentro das empresas é um fator decisivo para melhorar a economia e fazer o país voltar a crescer em níveis que garantam o bem-estar de todos.” A afirmação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, na abertura do Fórum Estadual de Tecnologia, promovido no dia 5 de outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio do Instituto Euvaldo Lodi do Ceará (IEL-CE), na sede da FIEC. O encontro reuniu empresários, CASOS O DE de Inovação – marcado para abril de 2007. A idéia é dar suporte ao novo governo na implementação das ações relacionadas ao tema. O diretor de Ciência e Tecnologia da FIEC, Francisco José Lima Matos, também enalteceu o papel da CNI como indutor do processo de melhoria tecnológica da indústria nacional. Segundo ele, a entidade tem procurado criar um ambiente favorável para que as boas idéias, que nascem nas universidades e fazem sucesso, possam ser conhecidas do restante do país. “Esse fórum de debates certamente trará resultados significativos para a tão almejada integração entre o meio acadêmico e o setor produtivo”, disse. Durante o encontro na FIEC, o assessor da diretoria do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-DN), Marcos Maciel Formiga, apresentou o programa Inova Engenharia. A iniciativa, que reúne 17 instituições do setor público, privado e acadêmico, foi criada pela CNI, em maio deste ano, para promover uma ação de mobilização nacional em favor da modernização na educação da engenharia brasileira. O executivo do SENAI afirmou que a atividade é essencial para o processo de inovação tecnológica da in- Segundo o diretor presidente da Ecoce, Cairo Guimarães, o projeto desenvolvido pelo SENAI-CE foi responsável pela sobrevivência do seu negócio. “Utilizar o endocarpo do coco para produção de móveis é algo inovador, mas sozinhos e sem tecnologia estávamos naufragando. Nosso sonho, no entanto, tornou-se viável com a inserção do conhecimento advindo do SENAI, que apontou o caminho certo para o sucesso do negócio”, diz o empresário. Augusto está finalizando a confecção de uma completa linha de móveis ambientais, feita a partir do endocarpo do coco, para a abertura do seu primeiro show room em Fortaleza. O fundador da empresa cearense Nuteral, doutor em Ciências de Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP), Augusto Guimarães, também apresentou seu caso de sucesso. A Nuteral nasceu no Parque de Desenvolvimento Tecnológi- co (Padetec) da Universidade Federal do Ceará, onde ficou 18 meses incubada para fazer o desenvolvimento tecnológico e o processo de fabricação industrial de alimento para nutrição enteral ou oral e dietas em pó instantâneo. Atualmente, a Nuteral atua nos ramos da nutrição clínica, suplementos nutricionais e ingredientes nutricionais. A produção industrial teve início com a linha clínica de alimentos para nutrição enteral ou oral, à qual se seguiram a linha de suplementos nutricionais e a divisão de ingredientes nutricionais, em parceria com a DMV International, da Holanda, a quarta maior companhia mundial no processamento de derivados do leite. Em 2000, a Nuteral foi escolhida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para compor livro e cd-rom, que reúnem 60 exemplos de inovação SUCESSO evento também abriu espaço para a apresentação de ações inovadoras que vêm dando certo e que servem de exemplo e estímulo ao setor produtivo nacional. O primeiro caso demonstrado foi o projeto Sistema de Produção de Placas de Revestimento à Base de Coco, na Fábrica de Revestimentos Ecológicos do Ceará Ltda. (Ecoce). Operacionalizado pelo Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida (CFP AUA), unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará (SENAI-CE), a iniciativa permitiu aumento de 500% na confecção de placas de revestimento, para produção de móveis, a partir do aproveitamento do endocarpo do coco (quenga). Segundo o técnico do SENAI-CE responsável pelo projeto, Paulo Hyder, o primeiro passo na Ecoce foi investir na realização de um diag- nóstico econômico e social da empresa, onde foi constatada a necessidade de modernização do processo de produção da pequena fábrica localizada no município de Umirim, região Norte do Estado. Antes exclusivamente manual e rudimentar, a linha de produção passou a ser mecanizada. Em seguida, foi feito um trabalho de identidade visual em todos os setores da fábrica, desde o cartão de visita, ao fardamento dos funcionários. “Usamos diversas áreas do conhecimento, da mecânica ao design gráfico, para gerar condições satisfatórias que garantissem a sobrevivência do negócio. O resultado foi a transformação de um processo artesanal, mas inovador, em uma empresa que pode ser exemplo para todo o país”, ressalta Paulo Hyder. Hoje, a empresa está localizada no município do Eusébio, região metropolitana de Fortaleza. Fortaleza, outubro 2006 n JORNAL DA FIEC 11 dústria nacional e, conseqüentemente, para o desenvolvimento brasileiro. Ele argumentou que, nos anos 60, o Brasil formava cerca de 60 mil engenheiros por ano, o mesmo número que os países asiáticos, como a Coréia, formam atualmente. Entretanto, hoje, no país, são graduados apenas cerca de 20 mil profissionais por ano. “Cremos que esse fato contribui decisivamente para o baixo crescimento brasileiro na atualidade, uma vez que a engenharia é um elemento-chave nesse processo, por se tratar de atividade geradora da inovação nos setores econômicos”, disse Marcos Formiga. O representante da CNI defendeu uma maior aproximação entre os cursos de engenharia e o setor produtivo nacional. Para ele, o desafio é integrar a educação de engenharias com o sistema produtivo: “Precisamos estimular os cursos e a pesquisa a terem um foco mais centrado nas necessidades das empresas e no desenvolvimento tecnológico e econômico do país”. Marcos Formiga citou, ainda, uma pesquisa realizada pela CNI, que ouviu 120 grandes e médias indústrias, sobre o perfil do engenheiro que o país precisa. Os dados revelaram que, apesar do bom nível dos profissionais no mercado, eles necessitam desenvolver em maior grau a atitude empreendedora, capacidade de gestão, de comunicação, de liderança e o trabalho em equipes multidisciplinares. “O processo de inovação tecnológica no país passa pela presença de mais engenheiros nas indústrias e fazendo pesquisa. Esse é um dos alvos da CNI”, finalizou. tecnológica no programa Tecnologia e Inovação para a Indústria. Em 2002, a Nuteral recebeu o prêmio Empresa do Ano da Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas). A Nuteral foi pioneira no Ceará na adesão ao Programa Produção mais Limpa (P+L), criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnud). Em 2004, a Nuteral patenteou e lançou comercialmente o primeiro suplemento nutricional destinado ao controle de peso e obesidade baseado no conceito de equilíbrio funcional do organismo. Também em 2004, a Nuteral recebeu a Medalha do Conhecimento, criada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em parceria com a CNI e o Sebrae. O prêmio é concedido aos dez empresários que mais contribuíram para o desenvolvimento tecnológico e industrial do país. Roberto Macêdo aponta novos desafios para a CNI Entre os desafios da indústria brasileira para o próximo ano, estão o fortalecimento da representatividade da CNI e a defesa de políticas voltadas ao desenvolvimento das empresas A nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tomou posse no dia 16 de outubro, tendo à frente o presidente reeleito Armando Monteiro Neto, deverá ter, como ponto de partida, o desafio maior de fortalecer a representatividade da CNI, como entidade máxima do setor industrial brasileiro. A opinião é do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, que considera, também, que a representatividade deve constituir o foco motivador das diversas ações a serem empreendidas. Para Roberto Macêdo, porém, está claro que a questão da representatividade não é uma responsabilidade exclusiva da Confederação, mas um objetivo a ser compartilhado conjuntamente por ela e pelas federações de indústrias nos vários Estados brasileiros. “É um elemento a ser aprofundado pela diretoria da CNI, quanto aos termos da sua concepção e diretrizes para a sua implementação”, destaca. O presidente da FIEC entende que a CNI terá que manter a linha de defesa de políticas voltadas para o desenvolvimento das empresas industriais, dando sua contribuição ao crescimento do país. Segundo ele, já está superado o ciclo do controle da inflação e abre-se agora um momento novo para a expansão da atividade econômica, em todos os setores. “Entre esses, a indústria necessita ser liberada dos entraves para crescer, marcando uma presença mais ativa tanto no mercado interno como no externo”, afirma. Para Roberto Macêdo, outro aspecto que deve ser pautado pela CNI é o exercício de uma liderança próativa no Sistema S, que está sob o risco permanente de ser reduzido ou suprimido. “Na redução do custo Brasil, o governo federal não está disposto a fazer concessões no sistema tributário, eliminando impostos, taxas, ou reduzindo alíquotas. Em compensação, a tendência se direciona para cortar as contribuições feitas ao Sistema S’’, declara o presidente da FIEC. Roberto Macêdo reforça seu posicionamento, em relação ao Sistema S, afirmando que ele tem uma contribuição efetiva prestada ao país. “Seu enfraquecimento se re- fletirá sobre as empresas e, por extensão, na economia nacional. A CNI poderá exercer uma ação de liderança, conduzindo o sistema para reagir a pressões do governo federal. Ou poderá trabalhar com foco no SESI e SENAI”, pondera. Na avaliação do presidente da FIEC, será tarefa da CNI, ainda, cobrar o cumprimento das propostas contidas no documento que a enti- dade entregou a cada um dos candidatos à Presidência da República. “O documento é suficientemente claro e objetivo”, destaca. Com relação a isso, ela acha que os drásticos cortes nos investimentos públicos colocam em mesmo nível de prioridade as infra-estruturas social e física. “Na infra-estrutura social, o SESI e o SENAI poderão conveniar com o governo federal para se tornarem executores, em todos os Estados, de projetos de interesse da sociedade brasileira. Já na infra-estrutura física, as empresas ligadas à construção civil e setores coligados poderão contribuir na execução direta de projetos, não podendo ficar esquecidas as Parcerias Público-Privadas (PPP)”, destaca Roberto Macêdo. Quanto à legislação, o presidente da FIEC aponta que deve ficar registrado, efetivamente, que nunca se procedeu a uma reforma da Constituição de 1988. Para ele, as reformas parciais que transitaram no Congresso Nacional pouco agregaram em termos de benefícios, os quais a sociedade brasileira espera a tanto tempo. “Por conseguinte, os vários temas de Reforma Constitucional devem ser retomados”, avalia, para completar: “A CNI tem vários de seus membros com assento no Congresso Nacional. É válido esperar que realizem um trabalho suprapartidário nesse sentido, induzindo uma mudança de atitude por parte do Congresso em sua inteira abrangência”. Roberto Macêdo diz, também, que a carga tributária e a política de juros são dois temas que caminham juntos. “Existe uma política de expropriação indevida das empresas industriais mediante as políticas praticadas nesses dois segmentos. A CNI tem sua visão suficientemente definida no documento entregue aos candidatos à Presidência da República e, após o segundo turno, necessita apenas cobrar, combinando a pressão dos industriais com assento no Legislativo e as pressões das lideranças nos vários estados da Federação.” O presidente da FIEC entende que, no atual estágio, a indústria nacional não está em condições de competir internacionalmente em pé de igualdade com outros países. “A desoneração tributária nas exportações não é suficiente. A infra-estrutura viária, os custos portuários ou aeroportuários e a desarticulação dos vários sistemas de controle presentes nos portos e aeroportos representam encargos que são mais pesados no Brasil do que no exterior”, alerta. Por outro lado, diz Roberto Macêdo, a taxa de câmbio merece uma atenção específica. “A CNI poderá servir de intermediária das empresas industriais, no sentido de encontrar medidas compensatórias da simples flutuação espontânea da taxa de câmbio. Na mesma linha, ele pondera que a CNI poderá tomar a iniciativa da execução de projetos que se estendam aos Estados, com o objetivo de induzir as empresas brasileiras a realizarem exercícios de mudanças nos seus custos de produção, de modo a minimizar perdas ou, quando possível, competir no mercado, mesmo com as taxas conjunturalmente prevalescentes”, encerra. 12 n Fortaleza, outubro 2006 JORNAL DA FIEC ENERGIA ALTERNATIVA O Ceará tem se consolidado como campo fértil na geração de energias alternativas e renováveis Parque eólico do Mucuripe E nergia eólica, solar, das ondas e biomassa. O Ceará tem se consolidado como campo fértil na geração de energias alternativas e renováveis. Sedimentado como pólo de geração eólica, o Estado foi o primeiro no país a lançar o Atlas Eólico, há cinco anos, documento que mostra o perfil favorável à instalação de investimentos privados na área da energia dos ventos. Também foi precursor ao implantar os parques eólicos da Prainha (10 MW), Taíba (5 MW) e Mucuripe (2,4 MW), ainda na década passada. Agora, a Eletrobrás pretende manter o foco também na geração de energia por meio de biomassa e usinas de ondas do mar. Até o final do ano, deve ser lançado o edital para construção de dois protótipos da usina de ondas que ficará no quebra-mar do Porto do Pecém. O investimento inicial do projeto será em torno de R$ 4 milhões, sendo 50% do Estado e 50% da Eletrobrás. A primeira usina de ondas das Américas vai gerar apenas 500 KW. No entanto, por ser pioneira, a iniciativa demonstra a ousadia e o interesse do Estado em avançar na exploração do potencial de geração da costa local. No campo da energia solar, o Ceará tem potencial para se tornar, nos próximos dois anos, pioneiro também na geração, em larga escala, desse tipo de energia, entende o coordenador de Energia da Secretaria de Infra-Estrutura do Estado (Seinfra), Adão Linhares, durante o Fórum e Exposição das Energias Alternativas do Brasil (Power Future 2006), ocorrido em setembro, no Centro de Convenções Edson Queiroz, em Fortaleza. O encontro, na opinião do presidente do Centro de Energias Alternativas do Ceará (Cenea), Alcântara Macedo, demonstra, a cada ano, a importância que as energias alternativas têm na matriz energética brasileira, bem como a posição de destaque do Ceará nesse campo. A edição deste ano colocou em debate a morosidade para a implantação dos parques eólicos da primeira fase do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa I). “Entre os entraves identificados, está o fato de só possuirmos uma única fábrica de aerogeradores, que produz modelos já superados, em nível mun- dial. Outra questão é que, devido à demora na implantação dos parques, os preços dos equipamentos aumentaram e não correspondem mais ao investimento planejado. Mas esse é um problema exclusivamente conjuntural. Logo, a energia eólica começará a ser utilizada com maior efetividade”, projeta Macedo, para quem a atuação do Cenea é estratégica na promoção do desenvolvimento tecnológico desse setor. Comprovando a teoria de Alcântara Macedo, durante o encerramento do Power Future 2006, foi firmado acordo para a criação do Centro de Formação e Treinamento Tecnológico de Energia Eólica, voltado à educação básica, técnica e superior, visando ao treinamento de cerca de 400 pessoas da comunidade de São Gonçalo do Amarante, interior cearense. A idéia é formar mão-de-obra qualificada para trabalho com equipamentos de energia eólica. O acordo prevê a mútua participação técnica, científica e financeira, cabendo à empresa alemã o financiamento de equipamento e laboratório. A previsão é que o programa tenha início a partir do 2º semestre de 2007, logo após a instalação da fábrica em território cearense. O objetivo é atrair indústrias da área de energias alternativas para o Ceará. “O Ceará tem uma cultura própria e inovadora no campo das energias renováveis”, sentenciou Segen Estefen, pesquisador do Programa de Engenharia Oceânica da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estefen foi um dos palestrantes do encontro, sendo portador do anúncio sobre o Plano Nacional de Energias Renováveis do Mar, que está em fase de negociação com a Eletrobrás. Desenvolvido pela Coppe/UFRJ, o plano reúne projetos direcionados a dois objetivos: levantar a potencialidade das ondas e marés brasileiras e buscar tecnologias para converter as energias advindas do mar em eletricidade. A execução do projeto, segundo ele, demanda investimentos da ordem de R$ 16 milhões, a serem aplicados em pesquisa, desenvolvimento e inovações, durante o período de 5 anos, com retorno garantido. “O mar tem muito campo a ser explorado. Daqui a 15 anos, a energia vinda dele terá potencial para competir comercialmente com a energia eólica, que nessa época já estará consolidada”, preconiza. A maior vantagem das energias renováveis, na opinião de Estefan, é o fato de serem complementares. “A energia das ondas e marés não tende a ser hegemônica. A exemplo da eólica ou solar, ela é complementar. Além disso, não polui o meio ambiente, não traz prejuízo à fauna nem libera gases do efeito estufa”, completa.