1 Recria: Estratégias de Suplementação a Pasto Ari José Fernandes Lacôrte Engenheiro Agrônomo MS Março de 2011 2 3 PECUÁRIA EM FOCO EVENTOS QUANTIDADE PUBLICO ATINGIDO UNIDADES COPLACANA 2010 PALESTRA TECNICA 10 211 10 VISITAS TÉCNICAS 3 3 FAZENDAS DE COOPERADOS COSMÓPOLIS, PIRACICABA, BARRA BONITA-SP PLANTÃO TÉCNICO 1 CLIENTES DA FILIAL NO CAFÉ DA MANHÃ BELLMAN RIO CLARO-SP 2011 PALESTRA TECNICA 1 16 RIO CLARO-SP VISITAS TÉCNICAS 2 2 FAZENDAS DE COOPERADOS CHAVANTES-SP PLANTÃO TÉCNICO 1 CLIENTES DA FILIAL CHARQUEADA-SP 4 PECUÁRIA NO MUNDO INDIA BRASIL 17,8 CHINA 78,1 26,5 29,9 51,2 87,0 EUA UE (27) 281,9 ARGENTINA AUSTRÁLIA 96,5 169,8 138,90 MEXICO RUSSIA OUTROS FONTE: ANUALPEC 2.008 5 PERFIL DA PECUÁRIA BRASILEIRA ITEM 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 POPULAÇÃO (MM) 177,8 179,8 181,9 184,0 186,7 190,3 192,5 REBANHO (MM) 176,1 175,1 169,9 167,5 169,8 173,2 176,6 DISPONIBILIDADE (cab/capta) 0,99 0,97 0,93 0,91 0,91 0,91 0,92 VACAS DE LEITE (MM cab) 16,9 16,6 15,5 15,1 15,5 15,8 16,1 ABATE (MM CAB) 41,3 44,3 47,1 42,1 38,9 40,1 41,2 DESFRUTE (% REB) 23,3 25,3 27,7 25,1 22,9 23,1 23,3 LEITE (Bilhões , L /ano) 20,3 20,9 21,4 22,6 22,4 22,9 CONSUMO CARNE (kg/ano) 34,0 35,0 36,0 31,0 28,0 32,0 32,0 CONSUMO DE LEITE (kg/ano) 71,7 74,5 75,6 55,3 57,2 - - FONTE: ANUALPEC 2.010 6 PECUÁRIA NO ESTADO DE SÃO PAULO ANO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 REBANHO (MM cab) 11,6 11,2 10,4 9,6 9,1 8,9 8,8 ABATE (MM cab) 4,8 5,1 5,2 4,7 4,1 3,8 3,8 DESFRUTE (%) 41 45 50 48 45 43 43 VACAS DE LEITE SP (MM de cab) 1,3 1,2 1,1 1,0 1,0 0,9 1,0 VACAS DE LEITE DE SP/BRASIL (%) 8 7 7 7 6 6 6 PROD BR (L/cab/dia) 4,4 4,7 5,1 5,6 5,4 5,3 5,4 PROD SP (L/cab/dia) 3,8 4,1 4,5 5,1 4,9 4,8 5,0 7 EM BUSCA DA CARCAÇA NOTA 10 CAUSAS DE DESCLASSIFICAÇÃO DE CARCAÇA - MS PESO IDADE ACABAMENTO OUTROS IND. GERAL 2005 27% 56% 12% 14% 14% 2006 39% 55% 3% 4,5% 19% 2007 37% 54% 8% 3% 12% 2008 23% 54% 19% 1% 8% 2009 19% 54% 24% 4% 10% 2010 26% 52% 21% 1% 8% REVISTA DBO RURAL , FEVEREIRO DE 2011 8 ALIMENTOS E NUTRIENTES PARA BOVINOS ALIMENTOS AGUA MATERIA SECA M.ORGÂNICA carbohidratos lipídios proteínas vitaminas M. MINERAL macros (Ca,P,Na,Cl,K,Mg,S...) micros (Fe,I,F,Mn,Se,Zn,Co..) 9 • VOLUMOSO – 18% ou mais de FB Secos (palhadas, feno) Verdes (silagem, pastagem, cana, raízes) • CONCENTRADO - < 18% de FB Protéico – mais de 20% de PB. Farelos de soja, algodão, girassol, levedura, resíduo de soja, caroço de algodão, protenose, refinasil, uréia... Energético – menos de 20% de PB Milho, sorgo, polpa cítrica, farelo de arroz, de trigo... 10 NUTRIENTE RAÇÃO A3 conf bagaço (2008) COLONIÃO 60 dias MILHO grão MATÉRIA SECA (MS) 88,08 22 88 PROTEINA BRUTA (PB) 11,83 8 10 EXTRATO ETÉREO 1,96 2,5 4,2 MATERIA MINERAL 10,48 - - EXTRATIVO NÃO NITROGENADO 58,36 - - NDT (estimado) 67,21 55 90 FIBRA BRUTA (FB) 17,36 36,2 2,5 FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO (FDA) 39,09 - - FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO (FDN) 25,60 - - CINZA NO FDN 1,46 - - NITROGÊNIO TOTAL 1,89 - - Ca 0,97 0,42 0,02 P 0,30 0,21 0,29 FONTE Boitel Coplacana Tabela Tabela 11 EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DE BOVINOS (Kg/dia) ANIMAL PESO VIVO DESEMPENHO MS NDT PB BEZERRA (L) 200 Kg 0,5 Kg/dia 4,60 2,99 0,562 BEZERRO (C) 200 kg 0,5 kg/dia 6,00 3,5 0,580 Novilha (C ) 300 kg 1,0 kg/dia 7,6 5,3 0,845 VACA (L)* 400 kg 10 litros/dia (3,5% gordura) 10,14 6,95 1,655 VACA (C) 400 Kg 1º terço da lactação 7,6 3,90 0,650 BOI MAGRO 350 Kg 1,1 kg/dia 9,9 5,9 1,2 * Perda de peso de 200 g/dia. 12 VARIAÇÃO DO TEOR PROTEICO DA FORRAGEM Variação do teor de PB ( % da MS) de acordo com a idade 12 DECUMBENS 10 RUZIZIENSES 8 COLONIÃO 6 4 Fonte: Pereira e Matos – Anais do 110 simpósio de pastagens da ESALQ-USP 2 0 30 dias 60 dias 90 dias 13 SAZONALIDADE DAS PASTAGENS B. humi 25 B. Ruziziensis P. Maximum 20 15 Tonelada de MO/ha 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Meses Fonte: Adaptado de Barioni e Outros (2.003) 14 FORRAGEM Colonião Tanzânia Tobiatã Mombaça 132 153 165 26 27 33 10,5 12 11 PRODUTIVIDADE (MO, t/ha) PRODUTIVIDADE MS,FOLHAS 84 14 (t/ha) % Crescimento seca 3,4 Fonte: Jank, Liana, 12o Simpósio de Pastagens, Esaq-USP 15 GANHO DE PESO DIÁRIO (GPD) EM GARROTES EM PASTEJO DE ACORDO COM A ÉPOCA DO ANO (KG/CAB/DIA) GRAMINEA GPD NOV GPD FEV GPD MAIO GPD SET GPD MEDIA ANUAL Colonião 1,2 0,72 0,370 (0,166) 0,373 Tobiata 1,15 0,893 0,281 (0,312) 0,380 Potiporã 1,11 0,959 0,255 (0,192) 0,398 Marandu 1,11 0,6 0,460 (0,140) 0,272 Decumbens 0,78 0,571 0,380 (0,490) 0,254 Fonte: Euclides (1.989) citado por Zanine (2.007) 16 DESEMPENHO E PARTICIPAÇÃO DAS PASTAGENS TIPO DE GADO PARTICIPAÇÃO % DAS PASTAGENS TIPO DE GADO PARTICIPAÇÃO % DAS PASATAGENS Leite (8 l) 100 100 Leite (8 a 15 l) 70 Corte (> 3 anos) Corte (ate 2 anos) Leite (15 a 30) 50 Corte ( até 16 meses) 54 78 17 PASTAGENS E COMPORTAMENTO DO ANIMAL Teor de MS é muito variável, de acordo com a idade e a época do ano (20 a 45% de MS). Consumo voluntário cai com qualidade e disponibildade menor. 5 dias após a desfolha se estabelece uma nova rebrota (Boin, 2.000). O Dossel forrageiro na altura do pastejo é bastante variável. Os animais tem capacidade de selecionar o que comem Em pastejo contínuo (PC) tem mais chance de selecionar a ingestão quando comparado ao Pastejo 18 Rotacionado. • Quantidade de MS ingerida pelo animal é expressa em relação ao seu peso vivo, variando de 1,5 a 2,7 % do PV (Consumo Proporcional). • Consumo voluntário: principal fator determinante do desempenho animal, 70% das variações do desempenho a pasto são explicados por variações no consumo e 30% são explicados por variações na digestibilidade da forragem. (Pedreira, 2.005) • O consumo voluntário é proporcional a disponibilidade e qualidade da forragem. Qualidade: < 7% de PB na dieta, queda ef. rumen Quantidade: < 1.500 kg de MS/ha, limita o pastejo 19 CONCEITOS ENVOLVIDOS NA SUPLEMENTAÇÃO • 80% da ingestão diária é degradada no rúmen. • A pasto a população microbiana predominante são as bactérias celulolíticas. • Produção de AGV, CO2, CH4, Celulas Microbianas Mortas são principais os resultantes da fermentação ruminal de um bovino a pasto. • População microbiana depende de N ruminal (NH4) • Proteina Digestível a Nivel de Rúmen (PDR) exige um nível mínimo relacionado com Energia Metabolizável (EM) da dieta. • Animais jovens exigem + PDR em comparação com animais mais erados (Paulino, 2004) 20 MANEJO DA SUPLEMENTAÇÃO ESCOLHA DO SUPLEMENTO E FORNECIMENTO • Evitar queda do ph do rúmen (ideal ao redor de 6,5) • Balancemaneto do Nitrogênio Não Proteico e PDR. • Fazer adaptação de consumo. • Controlar o fornecimento do suplemento no cocho • Observar o hábito de pastejo e o consumo de suplemento e águam durante o dia, para eventuais correções. 21 OBJETIVOS DA SUPLEMENTAÇÃO • Suplementar matéria seca • Suplementar nutrientes específicos (minerais,proteina, energia ,gordura e aditivos). • Dieta total META = acelerar desempenho TIPO DE ANIMAIS E DESEMPENHO • Desmamas machos • Desmamas fêmeas • Animais em recria (+ de 12 meses) • Animais erados • Engorda • Manutenção de matrizes (Vacas e Primiparas). 22 ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO SUPLEMENTO Proteinado de baixo consumo CONSUMO DISPONIBILIDAD E DE COCHO 0,2 a 0,6% do PV 10 cm/cabeça 1 a 2 g/kg de PV ÉPOCA OBJETIVOS OBJETIVOS verão inverno Alavanca o ganho Viabiliza ganho de Verão e de peso do animal pesos moderados, inverno apróximo do seu limitado a condição potencial genético da forragem DO ANO Viabiliza maiores Proteinado de alto consumo 0,6 e 1,2% do (Proteico peso vivo Energético/Mistura 3 a 5 g/kg de PV 30 cm/cabeça Maximiza o ganho ganhos de peso Verão de peso, explorando mesmo em e inverno todo potencial condições de baixa genético do animal qualidade da Multipla) forragem Com forragens de Acima de 1,2% Concentrados até 2,7 % do peso vivo Garante ganho de 40 a 50cm Verão peso vivo alto em /cabeça e inverno boas condições de forragens e manejo baixa qualidade pode se optar pelo confinamento a pasto, levando o consumo entre 2,3 a 2,7% do peso vivo. 23 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO A PASTO • Em pastagens de baixa qualidade no inverno pequenas quantidades de N + PDR aumentam a digestão e o consumo de forragem em função aumento da população microbiana do rúmen resultanto num aumento da capacidade de digestibilidade da forragem com melhora do consumo. (CP%) • Aumento do desempenho animal em função do efeito direto do nutriente adiconado (proteina, energia , demais nutrientes e aditivos). • Proteina suplementar é absorvida no trato digestivo posterior (proteina by-pass) estimula o aumento do consumo de forragem pela ativação do metabolismo animal 24 RESULTADOS DE PESQUISAS AUTOR SUPLEMENTAÇÃO QUANTIDADE GPD MANEJO Peruchena (1999) Farelo de Algodão 0,6% do PV 1,140 kg Recria em brachiarão veraooutono Peruchena (1999) Farelo de Algodão + Milho 0,6% 1,070 kg Recria em brachiarão veraooutono Paulino (2000) Protéico energético (milho,FS,SG,MM 20% PB) 4 kg 1 kg Engorda a pasto inverno Detman (2000) Suplemento Múltiplo (milho ,SG,MM, 20% PB) ??? 0,983 Engorda a pasto inverno 25 AUTOR SUPLEMENTAÇÃO QUANTIDADE GPD MANEJO Santos (2000) Proteico energético (milho, FS,Trigo,MM 20% PB) 1% do PV 0,915 F1 limosan a pasto no inverno Euclides ( 1998) Protéico 0,8% PV 1,030 Recria a pasto no inverno Euclides ( 1998) Protéico 0,8% PV 0,613 Engorda no verão a pasto 26 PERFIL DE ALGUNS SUPLMENTOS PRONTOS Suplemento Perfil Consumo Cocho Proteinado de baixo consumo 40 a 60% de PB uréia e farelo de soja ou algodão Exemplo Lambisk S Lambisk V Lambisk P Lambisk M (repr) 1 a 2 g/kg de 10 a 12 peso vivo cm/cabeça Ou 0,2 a 0,5% do PV proteicos Bezerro de verão = 0,300 g/dia tem PB menor pois tem menos uréia. Objetivos Aumento de 20% do desempenho no Verão. Inverno Ganhos moderados (0,250 a 0,400 kg/cab/dia) ou Manutenção de peso vivo de animais adultos 27 Suplemento Perfil Consumo Cocho Objetivos Proteinado de alto consumo (protéico-energético) 25% de PB 60% de NDT 3 a 5 g/kg de 30 cm/cabeça PV ou 0,6 a 1,2% do PV recria acelerada para engorda ou serviço. Exemplo Bellpeso SV (corte) Bellmina Pasto (leite) Bezerro 200kg = 0,6 a 1 kg/cab/dia 28 Suplemento Perfil Consumo Cocho Objetivos Concentrados (rações) + Pasto Exemplos Bellpeso Energia Ração Coplacana PB 18% 1,2% do PV A 20% + NDT 65 Pasto a 75% 2a3 kg/cabeça dia 40 a 60 cm recria acelerada de novilhas ou tourinhos Ou Engorda a pasto 29 BENFÍCIO CUSTO DA SUPLEMENTAÇÃO DESMAMA = 200 Kg SUPL SUPLEMENTO PROT VERÃO PROT INVERNO PROTEICO ENERG v PROTEICO ENERG i BELLPESO ENERGIA ELITE CONSUMO CONSUMO MÊS DIA Arroba = R$ 100,00 CUSTO GPD MES RECEITA RESULTADO kg Kg R$ kg/dia ARROBAS R$ R$ 0,40 12,00 9,90 0,20 0,20 20,00 10,10 0,40 12,00 10,58 0,30 0,30 30,00 19,42 0,80 24,00 16,95 0,30 0,30 30,00 13,05 0,80 24,00 16,95 0,35 0,35 35,00 18,05 2,00 60,00 54,10 0,65 0,65 65,00 10,90 GPD= GANHO DE PESO DIÁRIO = = INCREMENTO DE GANHO 30 Jan/10 Jan/09 Jan/08 Jan/07 Jan/06 Jan/05 Jan/04 Jan/03 Jan/02 Jan/01 Jan/00 Jan/99 Jan/98 Jan/97 Jan/96 Jan/95 Jan/94 160.00 Jan/93 Jan/92 Jan/91 Jan/90 180.00 PREÇOS MÉDIOS DO BOI GORDO ESTADO DE SÃO PAULO 140.00 120.00 100.00 80.00 60.00 40.00 20.00 0.00 31 PREÇOS MEDIO MENSAL DO BEZERRO NO ESTADO DE SÃO PAULO 1200 1000 800 600 400 200 0 32 INDICE DE USO DE COCHO R$ @/ R$ kg suplemento (25%soja+75% miho) 33 34 35 36 37 COMENTÁRIOS FINAIS • O uso de suplementação com proteinado, proteico energético, concentrado e outras técnicas como confinamento, deve ser estudada como ferramenta complementar ao manejo de pastagem e desempenho do rebanho • A recria é a fase onde o rebanho apresenta a melhor resposta a um programa de suplementação. • O auxílio da assitência técnica é importante ferramenta no planejamento do manejo no curto e longo prazo e na transformação de conceitos em ferramentas. 38