UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ESPECIALIZAÇÃO latu sensu
PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE BOVINOS
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS
André Luis Bastos de Souza
Curitiba, dezembro de 2007.
ANDRÉ LUIS BASTOS DE SOUZA
Aluno do Curso de Especialização latu sensu Produção e Reprodução de
Bovinos
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS
Trabalho monográfico de conclusão do
curso de Especialização latu sensu
Produção e Reprodução em Bovinos
(TCC), apresentado à UCB como
requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista em Produção e
Reprodução
orientação
de
do
Saporski Segui.
Curitiba, dezembro de 2007.
Bovinos,
Prof.
Msc.
sob
a
Márcio
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS
Elaborado por André Luis Bastos de Souza
Aluno do Curso de Especialização latu sensu Produção e Reprodução de
Bovinos
Foi analisado e aprovado com
grau: ...................................
Curitiba, ____ de _______________ de ______.
___________________________
Membro
___________________________
Membro
___________________________
Professor Orientador
Presidente
Curitiba, dezembro de 2007.
AGRADECIMENTOS
Agradecimento especial ao orientador Márcio Saporski Segui, pela
confiança, amizade e conhecimentos a mim transmitidos.
Ao coordenador Athos de Assumpção Pastore pela dedicação e apoio
durante o curso.
Aos amigos e colegas da turma de Produção e Reprodução de bovinos
pelas diversões.
E principalmente a Deus pela oportunidade.
LISTA DE ABREVIATURAS
ACTH: hormônio adenocorticotrófico
ADH: hormônio antidiurético
BE: benzoato de estradiol
CL:corpo lúteo
D0: dia 0 (início do protocolo)
D4: dia 4 do protocolo
D5: dia 5 do protocolo
D6: dia 6 do protocolo
D7dia 7 do protocolo
D8: dia 8 do protocolo
D9: dia 9 do protocolo
D10: dia 10 do protocolo
D11: dia 11 do protocolo
D13: dia 13 do protocolo
D14: dia 14 do protocolo
D15: dia 15 do protocolo
D21: dia 21 do protocolo
eCG: Gonadotrofina coriônica eqüina
ESC: escore corporal
E2: estrógeno
FD: folículo dominante
FP: folículo primordial
FSH: hormônio folículo estimulante
GnRH: hormônio liberador das gonadotrofinas
IA: inseminação artificial
IATF: inseminação artificial em tempo fixo
IBR: rinotraqueíte infecciosa bovina
LH: hormônio luteinizante
M: manhã
mm: milímetros
P4: progesterona
PGE2: prostaglandina E2
PGF2α: prostaglandinaF2α
SOV: superovulação
T: tarde
TE: transferência de embriões
TETF: transferência de embrião em tempo fixo
TZP: trans-zonais
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1 - Transferências de embriões bovinos realizadas no período de 1992 a
2003.....................................................................................5
TABELA 1 - Total de embriões bovinos produzidos in vivo nos diferentes
continentes no ano de 2003 ................................................6
TABELA 2 - OS CINCO MAIORES PAÍSES PRODUTORES DE EMBRIÕES
EXCETO
A
EUROPA
E
A
AMÉRICA
DO
NORTE
.................................................7
TABELA
3
-
PRINCIPAIS
HORMÔNIOS
DA
REPRODUÇÃO
.............................10
FIGURA
1
–
OVÁRIO
NA
FASE
DE
DIESTRO......................................................16
FIGURA
2
–
CRESCIMENTO
FOLICULAR
..........................................................19
FIGURA
3
–
FOLÍCULO
NO
DIA
DA
OVULAÇÃO
DOS
FOLÍCULOS
................................................20
FIGURA
4
–
CLASSIFICAÇÃO
FISIOLÓGICA
CLASSIFICAÇÃO
MORFOLÓGICA
OVARIANOS..21
FIGURA
4.1
–
DOS
FOLÍCULOS
OVARIANO............................................................................................................
.22
FIGURA 5 – DESENVOLVIMENTO FOLICULAR NA PRIMEIRA, SEGUNDA E
TERCEIRA
ONDA
FOLICULAR.............................................................................24
FIGURA 6 - MUDANÇAS COMPARATIVAS NO NÚMERO DE FOLÍCULOS E
O DIÂMETRO DO FOLÍCULO DOMINANTE EM VACAS COM DUAS ONDAS
FOLICULARES......................................................................................................
.25
FIGURA 7 - MUDANÇAS COMPARATIVAS NO NÚMERO DE FOLÍCULOS E
O DIÂMETRO DO FOLÍCULO DOMINANTE EM VACAS COM TRES ONDAS
FOLICULARES
......................................................................................................26
FIGURA
8
–
OVÁRIO
APÓS
5
DIAS
DE
APÓS
9
DIAS
DE
SUPEROVULAÇÃO..............................31
FIGURA
9
–
OVÁRIO
SUPEROVULAÇÃO..............................31
FIGURA 10 - ESQUEMA DE PARTIÇÃO DE NUTRIENTES EM VACAS DE
CORTE..................................................................................................................
.34
FIGURA 11 – ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO ESTRESSE EM EVENTOS
HORMONAIS.........................................................................................................
.38
QUADRO
1
–
ESCORE
OVARIANO......................................................................41
PROTOCOLO
1......................................................................................................49
PROTOCOLO
2......................................................................................................50
PROTOCOLO
SINCRONIZAÇÃO...................................................................53
DE
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO………………………………….……………………….……1
1.1 TRANSFERÊNCIA
DE
EMBRIÕES........................................................1
1.2 HISTÓRICO
DA
TRANSFERÊNCIA
DE
EMBRIÕES
NO
EMBRIÕES.............................2
2
TRANSFERÊNCIA
DE
BRASIL...................................4
3
FISIOLOGIA
DA
REPRODUÇÃO
DA
FÊMEA
BOVINA........................8
3.1
ENDOCRINOLOGIA
DA
REPRODUÇÃO...............................................9
3.2
FATORES
DE
CRESCIMENTO............................................................13
4
CICLO
ESTRAL
DA
FÊMEA
BOVINA..................................................14
4.1 FASES
DO
CICLO
ESTRAL..................................................................14
5
DINÂMICA
FOLICULAR
......................................................................17
5.1
FOLICULOGÊNESE..............................................................................18
5.2
RECRUTAMENTO
E
SELEÇÃO
DE
FOLÍCULOS
OVARIANOS.........22
5.3
FUNÇÃO
OVARIANA
EM
BOS
INDICUS
E
BOS
TAURUS.................27
6
SUPEROVULAÇÃO..............................................................................30
6.1
UMA
SUPEROVULAÇÃO............................................................33
BOA
6.1.1
Anomalias
congênitas
ou
de
boa
hereditárias...........................................33
6.1.2
Histórico
fertilidade.............................................................33
6.1.3
Trato
genital
em
boas
condições....................................................34
6.1.4
Nutrição
e
escore
corporal..............................................................34
6.1.5
Estresse..........................................................................................37
6.1.6
Doenças
infecto-
contagiosas..........................................................39
6.1.7
Escore
ovariano..............................................................................40
6.1.8
Diferenças
entre
as
raças
zebuínas
e
taurinas...............................42
7
INFLUÊNCIA
DO
FOLÍCULO
DOMINANTE
NA
RESPOSTA
SUPEROVULATÓRIA......................................... .................................43
8
HORMÔNIOS
UTILIZADOS
PARA
SUPEROVULAÇÃO.....................45
8.1 PROGESTÁGENOS.......................................................................
.45
8.2 ECG
(PMSG)....................................................................................45
8.3 FSH.................................................................................................
.46
8.4 PROSTAGLANDINA…………………………………………………
…47
8.5 BENZOATO
DE
ESTRADIOL
OU
17
ß
ESTRADIOL......................47
8.6 LH………………………………………………………………………
…47
9
PROTOCOLOS
SUPEROVULAÇÃO..............................................48
DE
10
RECEPTORAS
DE
EMBRIÕES............................................................51
10.1
SINCRONIZAÇÃO
RECEPTORAS.......................................52
11
CONSIDERAÇÕES
FINAIS...................................................................54
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.................................................................55
DAS
1
1.1
INTRODUÇÃO
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
É interessante destacar o objetivo da introdução de uma biotecnologia num
sistema produtivo. Os países de terceiro mundo ou em desenvolvimento necessitam,
para se desenvolver, introduzir e se adaptar a novas biotecnologias de produção, para
futuramente alcançarem aumentos da produção e da produtividade, obviamente sempre
a custos minimizados e compatíveis. O cenário mundial evoluiu para um patamar em
que apenas os criadores com alta produtividade permanecerão de forma competitiva no
mercado, os que não atingirem níveis adequados de qualidade e produtividade serão
automaticamente marginalizados do processo produtivo.
A transferência de embriões (T.E.) é uma das biotecnologias, atualmente
utilizadas e tem como principal vantagem aumentar o número de bezerros
produzidos por vaca. Com esta biotecnologia uma vaca pode produzir de 25 a 30
bezerros durante a sua vida reprodutiva. Enquanto que por meio da reprodução
normal ela produziria de 5 a 7 bezerros.
A técnica de transferência de embriões visa multiplicar o material
genético de uma vaca geneticamente superior a ser utilizada como doadora de
embriões, e estes, são transferidos para outras vacas, que seriam as
denominadas receptoras. Os embriões são retirados, antes de sua implantação
no útero, do trato reprodutivo da vaca doadora e transferidos para o trato
reprodutivo de vacas receptoras, as quais completarão a concepção e a
gestação.
1.2
HISTÓRICO DA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
A transferência de embriões iniciou-se em 1890, quando Walter Heape, tentou,
sem sucesso, a técnica em cobaias. Mais tarde, em 1929, foi feita a primeira
transferência com sucesso em coelhos, por Gregory Pincus e colaboradores. As
pesquisas com bovinos tiveram início por volta de 1912 no Texas (EUA). De
750 coletas de embriões, se conseguiu 4 gestações, porém nenhuma veio a
termo. A Universidade de Wiscosin (EUA), em 1951, conseguiu o primeiro
bovino nascido de T.E. do mundo, após mais de 5 anos de tentativas frustradas.
Somente em 1960, nesta mesma universidade, é que se descobriu a importância
da sincronização de estro entre doadoras e receptoras. A partir daí, a técnica
ganhou um impulso considerável (FERNANDES, 2004).
No inicio do processo, a colheita dos embriões era feita por métodos cirúrgicos,
com a doadora sob anestesia geral. A partir de 1975, vários autores relatam
sucesso na técnica de colheita via transcervical utilizando cateteres de Foley. O
uso da técnica realmente cresceu com o desenvolvimento dos métodos de
colheita não-cirúrgica.
Outro grande impulso para a técnica de transferência de embriões foi a
descoberta e o domínio dos protocolos de superovulação. Até 1975, a
possibilidade de utilização prática destes protocolos era ainda objeto de
discussão. A utilização rotineira da superovulação foi descrita e preconizada
inicialmente por Nicholas & Smith (1983), denominado o procedimento de
MOET (Multiple Ovulation and Embryo Transfer). Segundo os idealizadores, as
principais vantagens deste esquema que utilizava sistematicamente a
superovulação e a transferência de embriões, seriam ganhos genéticos,
decorrentes da utilização de animais com potencial genético superior, para
produção de um grande número de descendentes e a diminuição do intervalo de
gerações pelo uso de animais jovens como doadoras.
As descobertas recentes ocorridas em relação aos aspectos da dinâmica folicular
em bovinos, aumentaram as expectativas e possibilidades sobre a capacidade de
contribuição de uma fêmea no melhoramento genético da espécie. Com a técnica
de T.E., o melhoramento genético pode ser efetuado com mais rapidez e
eficiência, mesmo em pequenas populações de animais, com a disseminação do
material genético de uma fêmea zootecnicamente superior (FERNANDES,
2004).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES NO BRASIL
O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, necessitando
multiplicar a qualidade genética de animais superiores. O melhoramento
genético oferece condições básicas para melhorar a produtividade e a qualidade
dos produtos na bovinocultura. A transferência de embriões multiplica
rapidamente e em maior escala os genótipos superiores, visando minimizar a
carência de material genético de qualidade. Esta tecnologia se desenvolveu
rapidamente na pecuária nacional, nos últimos 30 anos.
O melhoramento genético dos rebanhos nacionais pode, além de melhorar a
rentabilidade da atividade, produzir o tipo de animal solicitado pelo mercado
internacional (FERNANDES, 2004).
Nosso país tem um grande potencial para evolução da tecnologia de
embriões. Possui o maior rebanho bovino mundial, existe uma grande
demanda por animais geneticamente superiores, não há limitação territorial
para criação de receptoras (como ocorre em outros países) e a tecnologia está
totalmente dominada, com índices semelhantes à América do Norte e a Ásia,
que são os maiores produtores de embriões do mundo.
No gráfico 1, que mostra a quantidade de transferências de embriões
bovinos realizadas no Brasil no período de 1992 a 2003, pode-se observar a
crescente utilização da tecnologia. Nota-se, que a maioria dos embriões são
transferidos frescos, ou seja, faz-se a colheita dos embriões da doadora e no
mesmo dia os transfere para as receptoras. A pequena utilização de embriões
congelados se dá, provavelmente, por dois motivos, pelo alto custo da
congelação (máquina de congelação e materiais) e pela falta de prática, em
congelação de embriões, de alguns técnicos, o que faz com que a viabilidade
do embrião diminua e conseqüentemente ocorra uma queda na taxa de
prenhez.
Gráfico 1: Transferências de embriões bovinos realizadas no período de 1992 a 2003.
120000
110000
100000
90000
80000
70000
60000
50000
35697
40000
24712
30000
14746
20000
10000
0
1992
1993
1994
T o ta l
110376
77870
87732
81997
66963
63471
49438
40867
24085
1995
1996
1997
F re s c o s
1998
1999
2000
2001
2002
2003
C o n g e la d o s
FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE EMBRIÕES, 2005.
A tabela 1 mostra o número de embriões produzidos in vivo nos
diferentes continentes no ano de 2003. Nela pode-se observar que a América
do Sul está em terceiro lugar no número total de embriões transferidos,
perdendo apenas para a América do Norte e para a Ásia. Mas se compararmos
a tabela 1 com a tabela 2 percebe-se que quase 90% dos embriões
transferidos na América do Sul são brasileiros.
TABELA 1: TOTAL DE EMBRIÕES BOVINOS PRODUZIDOS IN VIVO NOS DIFERENTES
CONTINENTES NO ANO DE 2003.
CONTINENTES COLHEITAS
AFRICA
AMÉRICA DO
NORTE
AMÉRICA PAÍSES
DO
SUL
TRANSFERIDOS
1,565
10,064
47,638
280,432
NÚMERO DE
21,212
COLHEITAS
126,385
17,505
162,640
9,672
104,726
8,542
9,540
2,504
693,787
1,393
BRASIL
18,717
JAPÃO
17,503
EUROPA
CHINA
1,531
OCEANIA
ARGENTINA
108,166
TOTAL
ÁFRICA DO SUL
ÁSIA
EMBRIÕES
FRESCOS CONGELADOS
TOTAL DE
EMBRIÕES
3,658
2,796
6,454
101,237
112,674
213,911
FRESCOS CONGELADOS TOTAL
87,877
10,890
98,767
84,451
3,281
87,732
50,975
67,778
118,753
16,931
39,569
56,500
41,289
53,328
94,617
33,306
27,825
61,131
5,531
2,762
8,293
3,528
6,938
10,466
290,567
250,228
540,795
3,550
2,707
6,257
FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE EMBRIÕES, 2005.
TABELA 2 - OS CINCO MAIORES PAÍSES PRODUTORES DE EMBRIÕES, EXCETO A
EUROPA A AMÉRICA DO NORTE.
FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE EMBRIÕES, 2005.
3
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DA FÊMEA BOVINA
Para compreendermos o processo de superovulação, são necessários
conhecimentos sobre a fisiologia e endocrinologia reprodutiva da fêmea bovina.
O controle da reprodução dos mamíferos deixou de ser considerado como
regulado apenas pelo sistema nervoso central, passando a ser visto como uma função
controlada por dois sistemas separados: o sistema nervoso central e o sistema endócrino.
A seguir, descobriu-se que o hipotálamo ligava esses dois sistemas por meio do sistema
porta-hipotálamo-hipofisário, coordenando as funções das gônadas. Entretanto, muitos
fenômenos não podiam ser explicados exclusivamente pelo controle neuroendócrino.
Portanto, a ultima década testemunhou a descoberta de determinados mensageiros
químicos (fatores de crescimento), bem como a presença de sistemas regulatórios
parácrinos e autócrinos no nível das gônadas. Tais avanços ajudaram a desvendar
fenômenos que não conseguiam ser explicados apenas pelo controle neuroendócrino
(JAINUDEEN & ROSNINA, 2004).
O sistema nervoso controla as funções do organismo através de
impulsos nervosos elétricos. Já o sistema endócrino utiliza-se de mensageiros
químicos ou hormônios.
Um hormônio é uma substância fisiológica sintetizada e secretada por
uma glândula endócrina, chegando ao seu alvo através da corrente circulatória,
e sua ação no tecido-alvo depende de estruturas conhecidas como receptores,
nos quais o hormônio deve se ligar para exercer sua função, que seria inibir,
estimular ou regular a atividade funcional do tecido-alvo.
3.1
ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO
O controle endócrino da reprodução da fêmea se dá através de hormônios
vindos de 4 sistemas principais: hipotálamo, hipófise anterior e posterior, ovários e
útero (tabela 3).
TABELA 3 – PRINCIPAIS HORMÔNIOS DA REPRODUÇÃO.
FONTE OU GLÂNDULA
HORMÔNIO
•
Hormônio liberador das
gonadotrofinas (GnRH)
•
Hipotálamo
Hormônio adenocorticotrófico
(ACTH)
•
Fator inibidor da prolactina (PIF)
•
Ocitocina
•
Vasopressina (ou ADH – hormônio
antidiurético)
•
Hipófise anterior
Hormônio folículo estimulante
(FSH)
•
Hormônio luteinizante (LH)
•
prolactina
Hipófise posterior
•
Ocitocina
(apenas armazena os hormônios, que
•
Vasopressina (ou ADH – hormônio
na verdade são produzidos no
antidiurético)
hipotálamo)
ovários
útero
•
Estrógeno (E2)
•
Progesterona (P4)
•
Inibina
•
Ativina
•
Relaxina
•
Prostaglandinas (PGF2α e PGE2)
FONTE: O AUTOR, 2007
Os hormônios da reprodução são também classificados em dois grupos,
de acordo com o seu modo de ação:
1. Hormônios
reprodutivos,
fertilização,
primários
como
que
controlam
ovulação,
implantação,
os
vários
comportamento
manutenção
da
processos
sexual,
gestação,
a
parto,
lactação e comportamento maternal.
2. Hormônios metabólicos, necessários para o bem estar geral,
estado metabólico e crescimento do animal, permitindo o efeito
pleno dos hormônios primários da reprodução (HAFEZ & HAFEZ,
2004).
Os principais hormônios relacionados à reprodução da fêmea serão
discutidos a seguir.
•
GnRH: fornece uma ligação humoral entre os sistemas endócrino e nervoso. Em
resposta à estimulação nervosa, pulsos de GnRH são liberados no sistema portahipotálamo-hipofisário promovendo a liberação de LH e FSH da hipófise
anterior (JAINUDEEN & ROSNINA, 2004).
•
FSH: estimula o crescimento e a maturação do folículo ovariano ou folículo De
Graaf e é liberado em resposta ao GnRH. O FSH não provoca secreção de
estrógeno do ovário por si só, porém na presença de LH essa produção
estrogênica ocorre. É primariamente usado para estimular o desenvolvimento
folicular para induzir múltiplas ovulações em transferência de embriões.
•
LH: níveis tônicos ou basais de LH atuam em conjunto com o FSH no sentido
de induzir a secreção de estrógenos do folículo ovariano desenvolvido
(JAINUDEEN & ROSNINA, 2004). Através de um pico pré-ovulatório deste
hormônio ocorre a ruptura da parede folicular e a conseqüente ovulação,
promovendo a formação do corpo lúteo e secreção inicial de progesterona.
•
E2: produzido pelos folículos em desenvolvimento, tem varias funções dentro e
fora do sistema genital, porém as principais são: indução da conduta do estro,
aumento da vascularização, contrações e secreções do genital e controle da
secreção de GnRH e gonadotrofinas. Na T.E. os principais esteróides utilizados
são, o benzoato de estradiol e o 17-β-estradiol.
•
P4: secretada pelas células luteínicas do corpo lúteo após estimulação pelo LH.
Prepara o endométrio para implantação e manutenção da gestação. Na T.E. é
utilizada como um corpo lúteo artificial bloqueando a secreção de GnRH e
dando condições para o início de um novo ciclo.
•
PGF2αα: tem a função de provocar a regressão do corpo lúteo, com queda na
produção de progesterona.
3.2
FATORES DE CRESCIMENTO
Fatores de crescimento são polipeptídios semelhantes a hormônios e
proteínas, predominantemente parácrinos e autócrinos na promoção de atividade
mitogênica em proliferação de tecido local e remodelamento, por exemplo,
transformação do folículo dominante em corpo lúteo (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
Já está suficientemente estabelecido que o FSH e o LH regulam as funções
ovarianas. Todavia, é difícil explicar processos reprodutivos como foliculogênese,
seleção de folículos ovulatórios e atrésicos, e maturação de oócitos simplesmente por
modificações dos níveis de gonadotrofinas. Durante a década passada, as atenções
foram dirigidas sobre os fatores produzidos localmente e ativados por mecanismos
autócrinos e parácrinos capazes de modular a capacidade de resposta das células-alvo ao
FSH e ao LH. Esses agentes autócrinos e parácrinos podem servir para alterar a
sensibilidade ou a capacidade de resposta do FSH ou do LH de uma maneira
estimuladora ou inibidora (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
O fator de crescimento intra-ovariano (IGF) executa três importantes funções
no ovário: (a) amplificação da ação de gonadotrofina requerida para a natureza
exponencial do desenvolvimento folicular; (b) integração do desenvolvimento folicular;
(c) seleção de folículos dominantes, assumindo ativação seletiva do sistema IGF-1 para
os folículos “escolhidos” (ADASHI et al., 1991).
4
CICLO ESTRAL DA FÊMEA BOVINA
O ciclo estral compreende os eventos relacionados à reprodução que ocorre
entre dois períodos de atividade sexual. As fêmeas da espécie bovina ao atingirem a
puberdade exibem comportamento estral aproximadamente a cada 21 dias até que a
prenhez tenha se estabelecido com sucesso. Este comportamento estral cíclico permite
que os gametas do macho estejam presentes no momento da ovulação. O período que se
inicia com a receptividade sexual (estro) e termina com o período subseqüente de
aceitação sexual é definido como ciclo estral (BARROS et al., 1995).
Durante o ciclo estral ocorrem importantes alterações morfológicas e
fisiológicas no córtex ovariano que incluem o crescimento, atresia e ovulação
dos folículos, bem como a manutenção e lise do CL. Estas alterações
ovarianas são reguladas pela interação dos hormônios secretados central
(hipotálamo e hipófise) ou perifericamente (ovário e útero) (BARROS et al.,
1995).
4.1
FASES DO CICLO ESTRAL
A duração do ciclo estral da vaca é em média de 20 a 21 dias. O ciclo
estral é dividido em 4 fases contínuas, porém distintas: pró-estro, estro,
metaestro e diestro. O pró-estro é o período que antecede o estro ou cio. Esta
fase é marcada por um aumento gradativo de estrógeno circulante, devido ao
início do desenvolvimento folicular. Ocorre um aumento gradativo na
vascularização e no tônus muscular dos órgãos genitais, edemaciação inicial
da vulva, proliferação do epitélio vaginal e relaxamento da cérvix. Tem duração
média de 2 a 3 dias e termina quando a fêmea passa a aceitar o macho. O
estro caracteriza-se pela aceitação do macho, nesta fase os níveis circulantes
de estrógeno são elevados. O útero e as tubas se encontram contraídos, a
cérvix relaxa, vagina e vulva com sinais de hiperemia, dura 12 a 18 horas nas
vacas e termina quando a fêmea deixa de aceitar o macho. O dia do estro é
considerado o primeiro dia do ciclo estral nos bovinos, é quando ocorre a
maturação final do ovócito e do folículo. O folículo ovula durante o metaestro
inicial, cerca de 10 horas após o final do estro, e a parede do folículo rompido
transforma-se em um CL, que secreta crescentes quantidades de progesterona
até atingir sua produção máxima, a fase dura de 2 a 3 dias. O diestro (figura 1)
dura 12 a 15 dias e é neste período que o corpo lúteo produz altas taxas
progesterona, preparando o útero para a prenhez.
FIGURA 1 - O OVÁRIO CONTÉM UM FOLÍCULO NA FASE DE DIESTRO, 8 DIAS DEPOIS DA
ÚLTIMA OVULAÇÃO. AS SETAS INDICAM UM CORPO LÚTEO CAVITÁRIO.
FONTE: KÄHN, 1994.
5
DINÂMICA FOLICULAR
Apesar da enorme quantidade de informações produzidas durante as
últimas décadas, o entendimento completo dos mecanismos controladores do
desenvolvimento
folicular,
ainda
não
foi
atingido.
A
regulação
do
desenvolvimento folicular é complexa e envolve fatores endócrinos, parácrinos
e autócrinos, que são orquestrados de maneira estágio-específica a fim de
controlar vários processos incluindo proliferação e diferenciação de células
foliculares, esteroidogênese, angiogênese/vascularização, remodelagem da
membrana basal e matriz extracelular e atresia/apoptose (WEBB et al., 2003;
ACOSTA & MIYAMOTO, 2004; FORTUNE et al., 2004).
O ovário tem duas funções principais. A primeira é a produção cíclica de
oócitos fertilizáveis. A segunda é a produção de hormônios esteróides, em proporções
balanceadas. O folículo é a estrutura ovariana que permite ao ovário desenvolver suas
duas funções: a gametogênese e a esteroidogênese (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
Segundo Mcmillan & Thatcher (1991) e Figueiredo et al. (1997),
conhecendo a dinâmica folicular, pode-se aumentar a eficiência reprodutiva
com a utilização de fármacos, principalmente, em programas de inseminação
artificial ou de transferência de embriões.
5.1
FOLICULOGÊNESE
A função primária de um folículo ovariano de mamíferos é a liberação de um
ovócito apto a ser fertilizado. A foliculogênese pode ser definida como a formação de
folículos maduros, pré-ovulatórios, a partir de uma reserva de folículos primordiais
(SPICER & ECHTERNKAMP, 1986).
Este processo consiste em: crescimento do ovócito, diferenciação de
uma camada de células granulosas (planas) e de uma camada celular (teca
interna) para fora da membrana basal (GREENWALD &TERRANOVA, 1988).
Da reserva de folículos primordiais, formada durante a vida fetal ou logo
após o nascimento, alguns folículos crescem continuamente durante a vida do
animal, ou pelo menos até a reserva se exaurir. Quando um determinado
folículo deixa essa reserva, ele cresce até a ovulação (Figura 2 e 3) ou até que
ocorra a sua degeneração, o que acontece com a maioria dos folículos (HAFEZ
& HAFEZ, 2004).
O início e a regulação do desenvolvimento folicular pré-antral são
predominantemente conduzidos por fatores produzidos localmente (MCNATTY et al.,
1999). O oócito tem um papel ativo na coordenação da proliferação e diferenciação das
células da granulosa ao seu redor (GILCHRIST, 2004). A comunicação intercelular é
proporcionada por processos citoplasmáticos trans-zonais (TZP), que são extensões das
células da granulosa que penetram através da zona pelúcida e atingem a membrana do
oócito. Interessantemente, este tipo de comunicação, entre o oócito e células somáticas,
parece ser regulada durante o desenvolvimento, uma vez que as TZPs retraem quando o
folículo atinge o estágio pré-antral, o que se acredita ser, pelo menos em parte, um
efeito da ação do FSH (ALBERTINI et al, 2001).
O passo seguinte na foliculogênese é a formação do antro, por meio da
coalescência de pequenas gotas de fluido folicular, secretadas pelas células da
granulosa. O número de folículos antrais ou terciários depende do nível de
gonadotrofinas (Figura 4 e 4.1). Uma percentagem inferior a 1% dos folículos
se desenvolverá até a fase pré-ovulatória, sendo que os outros sofrerão um
processo de atresia ou regressão (RIVERA, 1993).
FIGURA 2 - UM CERTO NÚMERO DE FOLÍCULOS INICIA O CRESCIMENTO TODOS
OS DIAS. O NÚMERO DE FOLÍCULOS PRIMORDIAIS INICIANDO O CRESCIMENTO A
CADA DIA É CONTROLADO POR FATORES INTRAOVARIANOS. A FORMAÇÃO DO ANTRO
E O CRESCIMENTO FOLICULAR FINAL ATÉ ATINGIR O TAMANHO OVULATÓRIO SÃO
EVENTOS DEPENDENTES DE GONADOTROFINAS (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
FONTE: HAFEZ & HAFEZ, 2004.
FIGURA 3 - AS SETAS GRANDES MOSTRAM O CONTORNO DO OVÁRIO COM UM
FOLÍCULO ESTRAL NO DIA DA OVULAÇÃO, EM ALGUNS CASOS O LÚMEM DO
FOLÍCULO CONTÉM UM PONTO ECÓICO PERTO DA OVULAÇÃO (SETA MENOR).
FONTE: KÄHN, 1994.
FIGURA 4 E 4.1 - CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA (FIGURA 4) E MORFOLÓGICA (FIGURA
4.1) DOS FOLÍCULOS OVARIANOS: P, FOLÍCULO PRIMORDIAL; PM, FOLÍCULO
PRIMÁRIO; S, FOLÍCULO SECUNDÁRIO; T, FOLÍCULO TERCIÁRIO. NOTAR AS
DIFERENÇAS DO NUMERO DE CÉLULAS GRANULOSAS E NO GRAU DE EXPANSÃO DO
ANTRO COM ACÚMULO DE FLUIDO FOLICULAR (DVORAK & TESARIK, 1980).
FIGURA 4
P
Folículo
quiescente
PM
PM
S
S
T
Crescimento
Crescimento
Crescimento
Crescimento
Reinício
independente
independente
dependente
dependente
meiose
de
de
de
de
(secreção
da
de
gonadotrofinas gonadotrofinas gonadotrofinas gonadotrofinas esteróides
(secreção
de (secreção
esteróides
esteróides
pelas
células pelas
de pelas
células
da teca e da
células granulosa)
da teca)
da teca)
FONTE: HAFEZ & HAFEZ, 2004.
FIGURA 4.1
FONTE: DVORAK & TESARIK, 1980
5.2
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE FOLÍCULOS OVARIANOS
O folículo ovariano é uma unidade fisiológica equilibrada cujas estruturas
e funções dependem de fatores extracelulares, como as gonadotrofinas e um
complexo sistema de interações intrafoliculares (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
O fluido folicular possui constituintes específicos, como esteróides, e
glicoproteínas sintetizadas pelas células da parede folicular. Em folículos antrais
grandes, o fluido folicular contém concentrações marcadamente elevadas de 17-βestradiol na fase folicular, e progesterona com a aproximação da ovulação (HAFEZ &
HAFEZ, 2004).
Uma elevação nas concentrações plasmáticas de FSH estimula o
recrutamento folicular e a emergência da onda folicular (ADAMS, 1992;
FORTUNE, 1994). Em espécies monovulatórias, ou seja, que ovulam apenas
um óvulo, um folículo é selecionado do grupo de recrutados e adquire
capacidade ovulatória, enquanto os folículos subordinados entram em atresia.
O folículo selecionado é conhecido como folículo dominante e desempenha um
papel ativo na supressão do crescimento dos subordinados pela secreção de
estradiol e inibina (GINTHER et al., 1996). Em bovinos os folículos podem
atingir o diâmetro de 8 mm independentemente do suporte de LH, mas o
crescimento além de 9 mm requer LH endógeno ou FSH exógeno (GONG et
al., 1996). A aquisição de receptores de LH pelas células da granulosa é
essencial para a maturação folicular.
Este
desenvolvimento
sincrônico
de
grupos
de
folículos
em
determinados períodos do ciclo estral é denominado onda de crescimento
folicular. Desde 1984, quando a ultra-sonografia foi primeiramente relatada
como um método de estudo das funções ovarianas no bovino (PIERSON
&GINTHER, 1984), tem sido demonstrado que mais de 95% dos ciclos estrais
são constituídos de duas ou três ondas foliculares (Figura 5) (KNOPF et al.,
1989). Essas variações no número de ondas de cada ciclo podem ocorrer em
função de vários fatores, como dieta, manejo, fotoperíodo, pós-parto imediato,
etc (GINTHER et al., 1996).
FIGURA 5 - DESENVOLVIMENTO FOLICULAR DE VACAS, APRESENTANDO A
OVULAÇÃO DO FOLÍCULO DOMINANTE DA PRIMEIRA, SEGUNDA OU TERCEIRA ONDA
FOLICULAR. O SÍMBOLO DE MAIOR TAMANHO INDICA O FOLÍCULO OVULATÓRIO
(BORGES ET AL., 2003).
FONTE: BORGES et al., 2003
Em um determinado momento do ciclo, ocorre o recrutamento de um
grupo de folículos primordiais para iniciar o crescimento (fase de recrutamento),
dentre estes recrutados um é selecionado (fase de seleção), este selecionado
se destaca e cresce mais rapidamente que os outros (fase de dominância) com
a conseqüente atresia dos demais folículos da onda. Uma nova onda se inicia
somente quando o folículo dominante da onda anterior ovula ou inicia o
processo de atresia. O folículo dominante entra em atresia, quando há altos
níveis de progesterona presentes (diestro ou gestação), e uma nova onda tem
inicio.
A determinação do número de ondas por ciclo vai influenciar no
tratamento superovulatório, que deve começar no início de uma onda de
desenvolvimento folicular, antes do estabelecimento da dominância, para que
forneça resultados satisfatórios (Figuras 6 e 7).
FIGURA 6 - MUDANÇAS COMPARATIVAS NO NÚMERO DE PEQUENOS (1-3 MM) E
GRANDES (≥ 4 MM) FOLÍCULOS E O DIÂMETRO DO FOLÍCULO DOMINANTE EM VACAS
COM
DUAS
ONDAS
FOLICULARES.
PARA
FINALIDADES
ESTATÍSTICAS
E
ILUSTRATIVAS, OS DADOS DO NÚMERO DE FOLÍCULOS DE CADA ONDA FORAM
CENTRALIZADOS AO DIA DA EMERGÊNCIA DA ONDA (DEFINIDO COMO O DIA EM QUE
O FOLÍCULO DOMINANTE FOI DETECTADO COM 4-5 MM DE DIÂMETRO). AS SETAS
INDICAM A EMERGÊNCIA DE ONDAS SUCESSIVAS. A PRIMEIRA ONDA INCLUI DADOS
DE 3 A 5 DIAS DA OVULAÇÃO E A SEGUNDA ONDA INCLUI DADOS DE 6 A 16 DIAS DA
OVULAÇÃO (JAISWAL ET AL.,2004).
FONTE: JAISWAL et al., 2004
FIGURA 7: MUDANÇAS COMPARATIVAS NO NÚMERO DE PEQUENOS (1-3 MM) E
GRANDES (≥ 4 MM) FOLÍCULOS E O DIÂMETRO DO FOLÍCULO DOMINANTE EM VACAS
COM TRÊS ONDAS FOLICULARES. PARA FINALIDADES ESTATÍSTICAS E ILUSTRATIVAS,
OS DADOS DO NÚMERO DE FOLÍCULOS DE CADA ONDA FORAM CENTRALIZADOS AO
DIA DA EMERGÊNCIA DA ONDA (DEFINIDO COMO O DIA EM QUE O FOLÍCULO
DOMINANTE FOI DETECTADO COM 4-5 MM DE DIÂMETRO). AS SETAS INDICAM A
EMERGÊNCIA DE ONDAS SUCESSIVAS. A PRIMEIRA ONDA INCLUI DADOS DE 3 A 5
DIAS DA OVULAÇÃO, A SEGUNDA ONDA INCLUI DADOS DE 6 A 13 DIAS DA OVULAÇÃO
E A TERCEIRA ONDA INCLUI DADOS DO DIA 14 AO 22 DIA DA OVULAÇÃO (JAISWAL ET
AL., 2004).
FONTE: JAISWAL et al., 2004
5.3
FUNÇÃO OVARIANA EM BOS INDICUS E BOS TAURUS
Uma comparação da função ovariana em bovinos B. indicus versus B. taurus
foi recentemente estudada (BÓ et al, 2003). Em geral, o crescimento e a dominância
folicular foram similares nas duas espécies. Entretanto, o diâmetro máximo do folículo
dominante (10 – 12 mm) e do corpo lúteo (17 – 21 mm) é menor no B. indicus do que
no B. taurus (14 – 20 mm e 20 – 30 mm, respectivamente; BÓ et al., 2003). A
quantidade de progesterona do corpo lúteo apresentou-se mais baixa no gado B. Indicus
quando comparado ao B. Taurus, talvez devido a uma mais baixa resposta de estrógeno,
menor pico pré-ovulatório de LH, e outras diferenças endócrinas (RANDEL, 1984).
O comprimento médio do intervalo interovulatório foi positivamente
correlacionado com o número de ondas foliculares. Alem do mais, o dia da
emergência da segunda onda folicular tendeu a diminuir enquanto o número de
ondas por ciclo aumentou (RHODES et al., 1995; BÓ et al., 2003) e a terceira
onda folicular tendeu a emergir mais cedo nas vacas B. Indicus (BÓ et al.,
2003). Houve uma significante interação entre época do ano e subespécies na
taxa de crescimento do folículo dominante da terceira onda; a taxa de
crescimento do folículo dominante nas vacas B. Indicus foi mais lento no
outono do que na primavera (1.1 versos 1.5 mm por dia, respectivamente),
visto que o folículo dominante nas vacas B. Taurus tendeu a crescer mais
rapidamente durante o outono do que na primavera (1.6 versos 1.4 mm por dia
respectivamente). Embora o gado B. Indicus seja aparentemente mais
influenciado pelo fotoperíodo, os efeitos da nutrição também devem ser
considerados (KASTELIC, 2004).
Dados obtidos através de ultra-sonografia mostraram que vacas da raça
Nelore, possuem predominância (90%) de 2 ondas de crescimento folicular,
enquanto que as novilhas apresentam maior freqüência de 3 ondas (67%)
(FIGUEIREDO et al., 1994).
Durante o ciclo estral de bovinos de raças européias a maioria dos
animais apresenta duas (PIERSON &GINTHER, 1988; KNOPF et al., 1989) ou
três (IRELAND & ROCHE, 1987; SAVIO et al., 1988) ondas de crescimento
folicular, e esporadicamente uma ou quatro (MURPHY et al., 1990).
Estas informações têm implicações práticas importantes. O fato de o
estro durar apenas cerca de 10 horas nas vacas Nelore torna mais difícil a
detecção do cio (BARROS et al., 1995).
6
SUPEROVULAÇÃO
Além da inseminação artificial, a indução de ovulação múltipla
(superovulação - SOV) para produção e transferência de embriões é uma das biotécnicas
da reprodução mais importantes para acelerar o melhoramento genético de nosso gado.
Infelizmente, a variabilidade de resposta das doadoras de embriões ao tratamento
superestimulatório com gonadotrofinas, continua a ser um dos maiores problemas nos
programas comerciais de T.E. (BARROS & NOGUEIRA, 2001), apesar das diversas
pesquisas realizadas nesta área (NOGUEIRA et al., 2002).
O desenvolvimento folicular e o momento da ovulação podem ser
controlados
farmacologicamente
para
melhorar
os
tratamentos
superovulatórios empregados na transferência de embriões (BARROS &
NOGUEIRA, 2004).
O objetivo dos tratamentos superestimulantes ovarianos em bovinos é
obter o máximo número de embriões viáveis por estimulação do crescimento e
subseqüentes ovulações dos competentes folículos antrais através das
gonadotrofinas exógenas (figura 8). Entretanto, a variável e imprevisível
resposta superovulatória do animal doador, permaneceu um dos maiores
limitantes do sucesso da T.E. (MAPLETOFT et al., 1993).
FIGURA 8 - OVÁRIO COM 4 FOLÍCULOS EM DESENVOLVIMENTO (1, 2, 3, 4) 5 DIAS DEPOIS
DE COMEÇADA A SUPEROVULAÇÃO.
FONTE: KÄHN, 1994
FIGURA 9: MÚLTIPLOS FOLÍCULOS 9 DIAS DEPOIS DE COMEÇADA A SUPEROVULAÇÃO.
FONTE: KÄHN, 1994.
A vaca é um animal uníparo, e que geralmente produz um único óvulo
por ciclo estral. Com a aplicação da técnica de superovulação, produzindo
múltiplas ovulações, é possível a produção de vários embriões por ciclo estral.
Para possibilitar esta superovulação, muitos tipos de preparações de
hormônios gonadotróficos são administrados nas doadoras, induzindo a
produção de muitos embriões (KANAGAWA et al., 1995). Os folículos a mais
que se tornam ovulatórios pertencem a uma onda de desenvolvimento e,
normalmente sofreriam atresia. Com a indução hormonal, fornecemos a estes
folículos também, a condição de ovular.
Geralmente, não se utilizam hormônios visando a ovulação direta dos
folículos. A onda pré-ovulatória de LH, que provocaria a ovulação de um
folículo único no caso de um ciclo normal, geralmente é suficiente para induzir
a ovulação de todos que possuam condições para tal, após o processo de
indução hormonal (FERNANDES, 2004).
É a etapa menos previsível dentro da técnica de T.E.. São vários os
fatores que influenciam os resultados. A grande variação na resposta aos
tratamentos hoje praticados, causa sérios transtornos, ao técnico e ao
proprietário, devido a impossibilidade de se prever seguramente os resultados.
É necessário um controle rígido das variáveis possíveis, para que o processo
de superovulação possa ser uma etapa mais previsível dentro do contexto da
T.E..
6.1
UMA BOA SUPEROVULAÇÃO
Antes de se iniciar a superovulação devem ser seguidos alguns processos que
podem influenciar na produção dos embriões pelo aparelho reprodutivo, na qualidade e
na quantidade de embriões.
6.1.1 Anomalias congênitas ou hereditárias
Qualquer anomalia relacionada ou não à reprodução, que possa ter caráter
genético e transmissível à progênie, desclassifica o animal para a reprodução e mais
ainda como doadora de embriões, uma característica indesejável seria disseminada com
maior velocidade.
6.1.2 Histórico de boa fertilidade
Animais com problemas reprodutivos não devem ser colocados em
programas de transferência de embriões, a T.E. é uma biotecnologia que deve ser
aplicada a animais com excelente fertilidade. Deve-se identificar se a doadora tem um
ciclo reprodutivo normal. Ao menos dois ciclos estrais devem ser acompanhados, e o
intervalo estral deve estar dentro do normal, que é de 18 a 24 dias.
6.1.3 Trato genital em boas condições
A cérvix da doadora deve ser de fácil passagem, pois a colheita dos embriões
é feita via transcervical. Outras características que devem ser observadas são se a vaca
possui um útero íntegro e sem qualquer desordem, como, por exemplo, uma
endometrite, que poderia diminuir a viabilidade dos embriões.
6.1.4 Nutrição e escore corporal
A reprodução é o processo fisiológico mais importante para preservação
de qualquer espécie. No entanto a alocação de nutrientes para a reprodução
não é a prioridade de vacas de corte. A manutenção dos ciclos estrais e
iniciação da prenhez é o último processo fisiológico a receber nutrientes assim
será o primeiro processo interrompido pela escassez de nutrientes (Figura 10)
(SHORT et al., 1990).
FIGURA 10 - ESQUEMA DE PARTIÇÃO DE NUTRIENTES EM VACAS DE CORTE. A
ORDEM APROXIMADA DA PARTIÇÃO DE NUTRIENTES É A SEGUINTE: 1) METABOLISMO
BASAL, 2) ATIVIDADE, 3) CRESCIMENTO, 4) RESERVAS CORPORAIS BÁSICAS, 5)
MANUTENÇÃO DE PRENHEZ, 6) LACTAÇÃO, 7) RESERVAS ADICIONAIS DE ENERGIA, 8)
ATIVIDADE CÍCLICA OVARIANA E INICIAÇÃO DE PRENHEZ E 9) RESERVAS DO
EXCESSO (ADAPTADO DE SHORT ET AL., 1990).
Produção
Atividade física
Crescimento
Fluxo de
nutriente
Metabolismo
Estrutural
gestação
basal
produção de leite
Armazenamento de
Reservas
ciclos estrais
FONTE: ADAPTADO DE SHORT ET AL., 1990
Há muito tempo ficou estabelecido que a falta de nutrientes, em especial
energia e proteína, interrompe o processo reprodutivo de vacas de corte e
prejudica sua performance reprodutiva, aumentando a idade ao primeiro parto,
o intervalo entre partos e reduzindo a taxa de prenhez (DUNN et al., 1969).
Em bovinos, parece existir o mesmo efeito do aporte energético durante
um curto período de tempo no número de folículos pequenos (<4mm)
(GUTIÉRREZ et al., 1997), sendo que este aumento no crescimento folicular
pode estar relacionado às concentrações sanguíneas de glicose, insulina e
IGF-1 (insuline-like growth factor 1) (BOLAND, 1999) os quais são importantes
mediadores entre a nutrição e a reprodução animal (GUTIÉRREZ et al., 1997).
O aumento no número de folículos é muito importante nos tratamentos
superovulatórios. Por outro lado, pesquisas recentes têm mostrado que o
excesso de energia na dieta reduz a produção e a qualidade dos embriões
(YAAKUB et al., 1999), o que poderia estar relacionado ao aumento da
concentração de glicose na circulação, bem como um efeito deletério na
qualidade do ovócito (MCEVOY et al., 1997).
Figueira et al., verificou a influencia da utilização do flushing em vacas
Nelore com diferentes escores corporais (de 1 a 9), ESC 3,5, ESC 5,5 e ESC
7,5 sobre as alterações hormonais e produção de embriões.
Quanto à resposta superovulatória Figueira et al., pôde concluir que a
condição corporal em que o animal se encontra no momento em que se fornece uma
dieta, é mais importante do que o próprio ganho de peso do mesmo no período de
flushing. Assim sendo, o fornecimento do flushing para vacas de corte com diferentes
escores corporais, poderia influenciar positivamente na resposta superovulatória.
O fornecimento do flushing para vacas de corte com diferentes escores
corporais não alterou o número total de estruturas embrionárias produzidas. Porém, as
diferenças não são significativas em função da alta variabilidade dos dados. Por outro
lado, o número de estruturas transferíveis foi superior para as vacas com ESC 7,5.
Assim sendo, torna-se evidente que bons escores corporais reduziram o número de
estruturas não fertilizadas ao submeter as vacas a um período de flushing alimentar.
Como resultado final, as vacas com ESC 7,5 e ESC 5,5 apresentam maior
viabilidade das estruturas produzidas (51,22 % e 47,62%, respectivamente). Estes
resultados sugerem que não seria o ganho de peso durante o período de flushing que
determina o resultado positivo sobre a viabilidade das estruturas produzidas, mas sim a
condição de ESC em que o animal se encontraria no início do flushing e da
superovulação.
6.1.5 Estresse
Entende-se por estresse qualquer condição na qual o animal não esteja em
total conforto. Os principais fatores são: o estresse térmico, problemas de casco e úbere
ou outras patologias, nutrição ruim, mudança de ambiente, etc.
As secreções hormonais podem ser alteradas pelo estresse. Segundo EUKER
et al. (1975), o estresse agudo conduz a um aumento na secreção do LH e de acordo
com LOPEZ-CALDERON et al. (1990), o estresse crônico ou prolongado resulta em
supressão de LH e de FSH e pequena liberação de LH na fase pré-ovulatória.
Estresse crônico
⇓
CRH
(hormônio liberador de corcotrofina)
⇓
↑ CORTISOL
⇓
↓ LH
⇓
Inibição da luteinização
⇓
⇓
⇓
Cistos ovarianos
Anestro
Ninfomania
FONTE: VARLEY, 1991
FIGURA 11 - A ELEVADA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE CORTISOL
ALGUMAS HORAS OU DIAS PRÓXIMOS À OVULAÇÃO CAUSA MUDANÇAS HORMONAIS
REDUZINDO OS NÍVEIS DE LH, E CONSEQÜENTE INADEQUADA LUTEINIZAÇÃO DOS
FOLÍCULOS MADUROS. NESTE CASO, FOLÍCULOS CÍSTICOS SÃO FORMADOS E A
FÊMEA PODE PERMANECER EM CONSTANTE ESTRO (NINFOMANIA) OU ANESTRO.
O exemplo da figura 11 serve para ilustrar como o estresse pode alterar
os eventos hormonais e modificar a habilidade dos animais em expressar ciclo
estral normal (VARLEY, 1991).
O estresse térmico é outro fator que pode influenciar na transferência de
embriões. Vacas da raça Nelore, por exemplo, tem uma maior dificuldade de
mostrar cio em regiões frias, e o contrario também pode ocorrer, vacas taurinas
tem uma queda no desempenho reprodutivo em regiões muito quentes. Muitas
vezes animais, que sofrem um grande estresse térmico entram em longo
anestro.
6.1.6 Doenças infecto-contagiosas
Mesmo sabendo que algumas patologias podem ser controladas para os
descendentes, através da transferência, animais que possuem doenças infectocontagiosas com alguma relação com a reprodução, como brucelose, leptospirose, IBR e
outras, podem apresentar piores resultados num programa de T.E..
6.1.7 Escore ovariano
O escore ovariano é utilizado para determinar a quantidade hormonal a ser
utilizada em cada vaca, para superovulação. Todas as raças possuem uma quantidade
média de hormônio que deve ser aplicado, mas através do escore ovariano, pode-se
chegar a uma quantidade hormonal mais adequada para cada animal.
O escore ovariano é avaliado ultra-sonograficamente do grau zero ao
grau três, avaliando-se a quantidade de folículos primordiais existentes no
ovário. A população folicular do ovário de grau três denotaria este ovário como
excelente para superovulação. Essa avaliação do ovário é também utilizada
para que não ocorra uma estimulação maior do que a necessária na
superovulação, pois quando se tem um ovário grau três, a quantidade
hormonal a ser aplicada na doadora é um pouco menor que a média da raça
deste animal. O quadro 1 mostra como avaliar os diferentes graus do escore
ovariano.
QUADRO 1 - O ESQUEMA MOSTRA OS GRAUS DE ESCORE OVARIANO, AVALIADOS
ATRAVÉS DO ULTRA-SOM, PARA SE OBTER UMA BOA DOADORA DE EMBRIÕES.
Ovário direito
Ovário esquerdo
Avaliação
População de FP muito
escassa nos dois ovários.
Não
seria
uma
boa
doadora.
GRAU 0
Animal ciclando, porém
com população de FP
ainda muito escassa.
GRAU 1
Animal
ciclando,
com
uma boa população de
FP.
Animal
apto
à
superovulação.
GRAU 2
Animal
ciclando,
com
uma excelente população
de FP. Ótima doadora.
GRAU 3
FONTE: O AUTOR, 2007
FP = folículo primordial
FD = folículo dominante
CL = corpo lúteo
6.1.8 Diferença entre as raças zebuínas e as taurinas
Vacas zebuínas respondem diferentemente de vacas taurinas em termos de
quantidade de hormônio administrado ou do momento certo para o tratamento
hormonal.
Segundo Lamonthe-Zavaleta et al. (1991) e Lobato (1992), fêmeas taurinas
apresentam menor número de serviços ou intervalo parto-concepção que as zebuínas.
Teodoro (1991) afirmou que, dependendo do manejo adotado, animais mestiços taurus
x indicus podem apresentar resultados de produção e reprodução iguais ou superiores
aos animais taurinos.
Temperaturas ambientais elevadas, principalmente associadas a umidade
relativa também elevadas, são extremamente prejudiciais. Estas afetam principalmente o
desenvolvimento inicial do embrião ao alterar o ambiente uterino. Desta forma, sob
estresse térmico, a doadora geralmente fornecerá embriões de qualidade inferior.
Geralmente as raças taurinas recebem uma quantidade hormonal maior que
as raças zebuínas. Fazendo uma comparação entre a raça Nelore e a raça Simental, por
exemplo, podemos perceber essa diferença. A quantidade média de FSH (Pluset)
utilizado para uma vaca da raça Nelore, é de 250 U.I, enquanto que para uma vaca
Simental é de 400 U.I.. Mas se o ovário for avaliado em grau 3, essa quantidade
hormonal ainda pode diminuir.
7
INFLUÊNCIA
DO
FOLÍCULO
DOMINANTE
NA
RESPOSTA
SUPEROVULATÓRIA
Estudos envolvendo superestimulação iniciando-se na presença ou ausência
do FD (GRASSO et al., 1989) ou na presença de um grande número de folículos
pequenos (próximo à emergência da onda folicular) tem confirmado os efeitos
supressivos da dominância folicular na resposta superovulatória (BUNGARTZ &
NIERMANN, 1994). A presença do FD, no início do tratamento com gonadotrofinas,
parece afetar a magnitude da resposta superovulatória subseqüente, diminuindo o
recrutamento folicular por meio de fatores inibitórios, como a inibina produzida pelo
folículo (WOLFSDORF et al., 1997).
Estudos comprovam uma melhor resposta à superovulação a partir de
tratamentos iniciados antes da seleção do FD, ou seja, antes que os folículos
subordinados de uma determinada onda folicular venham a regredir, suportando as
evidencias dos efeitos supressivos da dominância. A administração de FSH bovino
recombinante, em novilhas antes do momento da seleção (D1 do ciclo, sendo D0 =
ovulação), ou após seleção do FD (D5) durante a primeira onda folicular, resultou em
um número significativamente maior de ovulações no grupo submetido ao tratamento
antes da seleção folicular (ADAMS, 1993).
Levando-se em consideração a duração das fases de desenvolvimento
do folículo dominante durante os intervalos interovulatórios, a probabilidade de
que em qualquer dado momento o FD não é na realidade funcionalmente
dominante (tardiamente na fase estática ou na fase de regressão) é de apenas
20%, ou seja, 6 de 20 dias, para novilhas de 2 ondas, e 35% (8 de 23 dias)
para novilhas de 3 ondas. Desta forma sabe-se que apenas aproximadamente
20% (4 a 5 dias) do ciclo estral estaria disponível para o inicio do tratamento no
momento de emergência da onda folicular. Estas observações demonstram
que durante a maior parte do tempo (80%) do ciclo estral, uma resposta
superovulatória ótima não poderia ser obtida (ADAMS, 1998).
8
8.1
HORMÔNIOS UTILIZADOS PARA SUPEROVULAÇÃO
PROGESTÁGENOS
Os progestágenos utilizados em transferência de embrião são os de
liberação lenta, que podem ser intravaginais ou a auriculares (subcutâneos).
Associada ao estrógeno, a progesterona, zera a onda folicular que está
ocorrendo e faz com que se inicie uma nova onda. Por isso, protocolos que
incluem a progesterona, podem ser iniciados em qualquer fase do ciclo estral
das fêmeas bovinas.
8.2
ECG (ou PMSG)
Trata-se de um hormônio denominado Gonadotrofina Coriônica Eqüina. É
obtido do soro de éguas entre o 40º e o 100º dia de gestação. Possui ação semelhante ao
FSH e LH na mesma molécula.
Uma vantagem do ECG é que apenas uma única injeção do mesmo é
necessária durante os tratamentos superovulatórios (SEIDEL et al., 1968).
Atualmente
não
é
muito
utilizado
devido
aos
problemas
de
hiperestimulação (age por muito tempo devido a meia vida muito longa) e os
efeitos indesejáveis do LH. Estes efeitos se traduzem por uma ação prematura
de LH provocando luteinização dos folículos antes da ovulação, ou mesmo
alteração na maturação do ovócito no interior do folículo (FERNANDES, 2004)
A dose usual recomendada é de uma única aplicação, no 9º ao 11º dia
do ciclo e aplicação de prostaglandina dois dias mais tarde.
O ECG pode substituir o FSH em alguns tratamentos, entretanto, os
resultados, tanto a taxa ovulatória quanto a taxa de embriões transferidos, são
inferiores aos resultados com o FSH.
O excesso na dosagem de ECG geralmente induz a cistos foliculares
(KANAGAWA et al., 1995).
8.3
FSH
É a preparação hormonal mais utilizada para a superovulação de bovinos. Os
produtos hoje disponíveis são, em sua maioria, extraídos da hipófise de suínos e ovinos
em abatedouros. Por esta razão o maior problema que se pode ter com o FSH é a
variação existente entre as partidas do produto.
Outro problema enfrentado é a relação FSH:LH das partidas, pois o LH
também é produzido na hipófise desses animais. A literatura cita que uma
relação máxima e segura, entre FSH:LH, seria de 5:1. Pois uma relação maior
acarretaria o mesmo problema que o ECG pode causar, que é a luteinização
prematura dos folículos.
Existem vários protocolos de superovulação propostos para produtos a
base de FSH. Porém, todos devem levar em consideração o estágio no qual se
encontra a onda de crescimento folicular no início do tratamento. Melhores
resultados ocorrem quando se inicia o tratamento no começo da onda de
crescimento.
8.4
PROSTAGLANDINA F2α
Visa a lise de um eventual corpo lúteo, que possa estar no ovário desde a
última ovulação, para que ocorra uma queda na taxa de progesterona endógena.
8.5
BENZOATO DE ESTRADIOL OU 17 β ESTRADIOL
Estes dois esteróides são utilizados para sincronizar a onda de
desenvolvimento folicular. Quando associados à progesterona, induzem a atresia dos
folículos em qualquer fase do ciclo estral, fazendo com que a emergência da nova onda
folicular seja mais precisa, em 4 dias.
8.6
LH
O LH exógeno tem as mesmas propriedades do LH endógeno e garante
a ovulação da doadora, por isso nos casos em que se usa o LH não se faz
necessária a observação de cio.
9
PROTOCOLOS DE SUPEROVULAÇÃO
Os protocolos de superovulação podem ser feitos a partir de um cio base
da doadora ou de um implante de progesterona colocado na fêmea.
•
Exemplo de protocolo a partir de um cio base:
O dia do cio será o D0. A partir do D0 conta-se de 10 a 13 dias que é o
tempo para que ocorra uma onda folicular e forme-se um corpo lúteo. Entre o
D10 e o D13 deve-se iniciar o protocolo hormonal de superovulação. O ideal,
para quem possui um aparelho de ultrassom, seria puncionar o folículo
dominante que deve estar formado a partir do D8 até o D11, e de 36 a 48 horas
após a punção, iniciar as aplicações de FSH. Estas aplicações devem ser feitas
com intervalo de 12 horas sempre em doses decrescentes durante 4 dias. No
penúltimo dia de aplicação do FSH, aplica-se junto duas doses de PGF2α. Uma
dose de LH é aplicada, 12 horas após o final das doses de FSH, para que não
seja necessária a observação de cio. A doadora deve ser inseminada 12 e 24
horas após o LH e a coleta é feita 6 a 7 dias após a inseminação artificial
(protocolo 1).
PROTOCOLO 1:
PGF 2α
MeT
Cio base
US e
punção
D0
D9
Início
SOV
LH
D14
D11
IATF
12 e 24
horas
depois
do LH
D15
FSH (M e T)
FONTE: O AUTOR, 2007
• Exemplo de protocolo a partir de um implante de progesterona:
Coleta
D21
O implante de progesterona pode ser utilizado independente da fase do
ciclo estral em que está o animal. O dia em que se coloca o implante na fêmea
é chamado de D0. O implante pode ser intravaginal ou subcutâneo, este é
colocado, geralmente, na orelha da doadora. No quarto dia após a colocação
do implante (D4) inicia-se a aplicação de FSH da mesma maneira que no
protocolo anterior, durante 4 dias a cada 12 horas. E a partir daí é tudo igual ao
protocolo anterior (protocolo 2).
PROTOCOLO 2:
PGF 2α
MeT
Implante
P4 + BE
LH
IATF
12 e 24
horas
depois
do LH
Coleta
P4
D0
D4
D5
D6
FSH (M e T)
FONTE: BARUSELLLI, 2006.
D7
D8
D15
10
RECEPTORAS DE EMBRIÕES
Para seleção das fêmeas que farão parte do rebanho das receptoras, deve-se
selecionar animais sadios, submetidos a exames clínicos e avaliação da capacidade
reprodutiva. A receptora ideal deve ser um animal jovem, saudável, com fertilidade
comprovada, habilidade materna e um histórico de partos fáceis. Vacas acima de sete a
oito anos de idade não devem ser empregadas porque as suas habilidades em manter a
gestação são menores. Animais indóceis também são indesejáveis tanto pelo ponto de
manejo, quanto para manter a gestação, estudos relatam que animais indóceis e mais
agitados têm maior dificuldade em manter uma gestação.
Devem ser realizados exames de brucelose, tuberculose e anaplasmose e
vacinação contra IBR, BVD, leptospirose e clostridioses.
Alguns outros fatores devem ser levados em consideração, em relação à
prenhez da receptora. Fatores como a sincronia da receptora com a doadora, a
reutilização de receptoras, o tamanho e a localização do corpo lúteo (se está no ovário
esquerdo ou no direito), a quantidade de corpos lúteos, as condições de manejo e de
nutrição, etc.
Pensar que somente a doadora é sempre o foco principal de um trabalho
com transferência de embriões pode ser um engano. A doadora e a receptora devem ser
sempre trabalhadas com a mesma importância, pois sem uma ou sem a outra a
transferência de embriões não acontece. Se não forem tomados os devidos cuidados
com as receptoras, a taxa de gestação deve cair, aumentando assim o custo unitário de
cada produto.
10.1
SINCRONIZAÇÃO DAS RECEPTORAS
Para que ocorra uma boa implantação do embrião no útero da receptora, é
necessário que esta esteja numa fase do ciclo estral que a doadora estava quando o
embrião foi coletado. Quanto mais sincronizados estiverem os meios uterinos, melhores
serão as taxas de concepção. Há uma margem aceitável de diferença entre o ciclo da
doadora com o da receptora, esta margem é de 24 horas, porém, o melhor seria menos
de 12 horas de diferença. O principal aspecto fisiológico da sincronização entre
doadoras e receptoras é que retiramos o embrião de um ambiente (útero da doadora) e
devemos colocá-lo em outro ambiente (útero da receptora), com condições semelhantes
ao de origem.
Existem vários métodos de sincronização para que o ciclo da
receptora coincida com o ciclo da doadora. O procedimento mais comumente
utilizado, por ter custos mais baixos, é a aplicação de uma dose de luteolítico
durante a fase luteal da receptora, antecipando assim o próximo estro e
fazendo com que ele ocorra junto com o estro da doadora. Em média, o estro
ocorre de 36 a 72 horas após a aplicação do luteolítico. Porém, esse
tratamento fica limitado às fêmeas que no momento da sincronização se
encontrarem entre o 6º e o 17º dia do ciclo, pois é só durante essa fase a ação
luteolítica.
Porém, atualmente, existem vários protocolos de sincronização mais
eficientes, pois estes, além de sincronizar melhor o estro da receptora com o
da doadora, ainda ajudam na formação de um corpo lúteo acessório no ovário,
que pode fazer com que aumente a quantidade de progesterona circulante e
conseqüentemente podendo melhorar, a taxa de concepção. Mas antes de se
iniciar um protocolo de sincronização deve-se avaliar muito bem o custo
benefício do mesmo.
•
Exemplo de protocolo de sincronização:
BE +
PGF 2α
ECP + PGF 2α + eCG
TETF
P4
D0
FONTE: BARUSELLI, 2006.
D8
D17
11
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se, portanto, que a técnica da transferência de embrião tem uma
grande variabilidade de resultados. E isto ocorre por vários motivos, desde a própria
fisiologia da fêmea que deve ser avaliada, até o manejo e nutrição destes animais.
Diversos tratamentos hormonais, para induzir a ovulação múltipla em bovinos
têm sido estudados, porém esses tratamentos podem fracassar se a doadora de embriões
apresentar problemas no aparelho reprodutivo ou problemas que possam afetar a
reprodução, como, por exemplo, o estresse e a alimentação. Por isso antes de se iniciar
um tratamento hormonal em um animal, deve-se avaliar todos os pontos referidos no
trabalho.
Porém, para poder avaliar corretamente os pontos que levam a se obter uma
boa resposta na transferência de embriões, é necessário conhecer profundamente a
dinâmica folicular da fêmea bovina, pois os protocolos não devem ser utilizados como
receitas de bolos e sim devem ser estudados para cada caso e para cada animal.
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