UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA PROGRAMA FUNARBE DE APOIO À EXTENSÃO FUNARBEX ANEXO II – Projeto FUNARBEX Título: Consolidação da Coleta Seletiva em Viçosa – MG: busca por soluções Número de Registro no RAEX/SIEX (se houver): Área Temática da Extensão (Principal): ( ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos ( ) Educação ( x ) Meio Ambiente ( ) Saúde ( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho Área Temática da Extensão (Secundária): ( ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos ( x ) Educação ( ) Meio Ambiente ( ) Saúde ( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho Departamento/Instituto/Unidade a que o projeto está vinculado: Departamento de Economia Rural Coordenador(a): André Luis Ribeiro Lima, [email protected], 3899-1307 Equipe de Trabalho Ana Maria Rodrigues Costa de Castro DEC Estudante Bolsista Carga Horária no Projeto 20 h/ semana André Luis Ribeiro Lima DER Docente Orientador 05 h/ semana Nádia Dutra de Souza DCS Docente Co-orientador 05 h/ semana Ana Paula de Oliveira Fialho DGE Estudante Voluntário 10 h/ semana Douglas Rafael Salles Goulart DEQ Estudante Voluntário 10 h/ semana Estevão Luiz Mafia Gomes DER Estudante Voluntário 10 h/ semana Kátia Gomes Laia DGE Estudante Voluntário 10 h/ semana Líliam Maria Cabral DBG Estudante Voluntário 10 h/ semana Luís Rogério Zanin DER Estudante Voluntário 10 h/ semana Mariana Oliveira Silva DCS Estudante Voluntário 10 h/ semana Sabrina Leocádio Pereira DER Estudante Voluntário 10 h/ semana Tiago Luís de Araújo Poleto DER Estudante Voluntário 10 h/ semana Nome Departamento/ Docente/Estudante/ Instituto/Unidade Técnico/Outros Função no Projeto Apresentação: O projeto “Consolidação da coleta seletiva em Viçosa – MG: busca por soluções”, surgiu da necessidade de fortalecimento e melhoramento da coleta seletiva nas localidades já atendidas por esta em Viçosa-MG. Ele integrará o programa “Projeto InterAção – Responsabilidade Social e Meio Ambiente”, que tem trabalhado com a implantação da coleta seletiva no município desde 2008. A disposição final inadequada de resíduos sólidos acarreta problemas ambientais e de saúde pública. O descarte de resíduos em “lixões” pode contaminar lençóis freáticos e propicia a manifestação de vetores de diversas doenças. Os aterros controlados presentes na maioria dos municípios brasileiros se assemelham a “lixões”. A incineração de resíduos sólidos não é uma boa alternativa, visto que emite grande quantidade de poluentes, que é outro tipo de resíduo, além de destruir um material que tem valor comercial. Então, a implantação do sistema de coleta seletiva para posterior reciclagem é o instrumento essencial para se atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, conforme disposto no art. 54 da Lei nº 12.305, de 2010. A coleta seletiva, definida como a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição, evita a contaminação dos materiais recicláveis e agrega valor a eles. Assim, o resíduo sólido reutilizável e reciclável torna-se um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. A coleta seletiva em Viçosa começou a ser feita em 2008, com seis localidades atendidas. A separação feita desde então é binária, ou seja, entre materiais recicláveis e não recicláveis. A responsabilidade pela logística e gestão dos resíduos sólidos em Viçosa é do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa (SAAE), desde 2010. O SAAE faz o transporte dos resíduos sólidos e destina os materiais recicláveis para a Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa e os demais resíduos para o aterro sanitário de Viçosa. Os projetos vinculados ao Projeto InterAção trabalham desde 2008 pela implantação e consolidação da coleta seletiva no município e o fortalecimento da Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE), responsável pela triagem dos recicláveis. Durante seis anos de atuação, o número de localidades atendidas pela coleta seletiva aumentou para 44, dentre condomínios verticais e horizontais, edifícios, clubes, hotéis, igrejas e bairros. Porém, faz-se necessário um acompanhamento desses locais para consolidação desse processo. A sensibilização da população precisa ser contínua, pois a mudança no comportamento das pessoas não é imediata, e compõe um processo de educação ambiental. Além disso, como em Viçosa existe uma população flutuante e rotatividade interna de moradores, é necessário fazer intervenções para sensibilizar os novos moradores da localidade. Este projeto trabalhará com o acompanhamento das localidades já contempladas com a coleta seletiva, ações de sensibilização, realização de uma Mostra Fotográfica Itinerante, divulgação da coleta seletiva em redes sociais e por meio da realização de eventos em espaços públicos, acompanhamento do caminhão da coleta seletiva e visitas à Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa. Todas essas ações buscam encontrar as falhas que ocorrem na coleta seletiva em Viçosa, avaliar as adequações necessárias e executá-las, além de sensibilizar a população para a sua responsabilidade sobre o resíduo gerado. As ações deste projeto evidenciam a responsabilidade compartilhada pelos resíduos gerados, pois envolve nessa temática a população viçosense, os estudantes da UFV, os trabalhadores da ACAMARE e os gestores públicos. Os estudantes utilizam o conhecimento adquirido em aula em prol da sociedade, a população passa a exercer sua cidadania quando entende a importância da sua colaboração com a coleta seletiva, os associados da ACAMARE, incumbidos de triar, enfardar e comercializar os materiais recicláveis, retiram dessa prática seu sustento, e os gestores públicos exercem sua função na gestão dos resíduos. Um dos resultados esperados da execução deste projeto é o aumento da quantidade de material reciclável que chega à Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa, o que aumentará a renda e a qualidade de vida dos trabalhadores que extraem seu sustento da triagem de materiais recicláveis. Objetiva-se também o melhoramento da rota do caminhão da coleta seletiva, o aumento no número de coletores de recicláveis na cidade, a maior eficiência na separação binária e maior divulgação da coleta seletiva entre a população. Ação extensionista: O projeto “Consolidação da coleta seletiva em Viçosa – MG: busca por soluções” conta com ações extensionistas que constroem um aprendizado coletivo. Ocorre uma troca de experiência e saberes entre os alunos integrantes do projeto, a população viçosense, os trabalhadores da ACAMARE e os gestores dos resíduos sólidos. Essa produção de conhecimento coletiva é capaz de contribuir para a transformação da sociedade. As seguintes ações extensionistas serão realizadas: Acompanhar as localidades atendidas pela coleta seletiva e avaliar as adequações necessárias; Realizar intervenções nas localidades diagnosticadas com problemas; Promover eventos de sensibilização em espaços públicos; Realizar uma Mostra Fotográfica Itinerante cujo tema será a coleta seletiva em Viçosa; Divulgar a coleta seletiva nas redes sociais; Visitar a Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa para acompanhamento da quantidade e qualidade dos materiais que chegam e do impacto da coleta seletiva no trabalho realizado pela ACAMARE; Realizar reuniões com o SAAE para discutir possíveis melhorias na logística e gestão dos resíduos sólidos; Formar grupos de estudo e seminários para fomentar ações mais coesas e trocas de experiências entre os membros do projeto. Fundamentação teórica e justificativa: O crescimento populacional exponencial, o descontrole produtivo amparado pelo consumismo exacerbado e o culto ao descartável, são os principais responsáveis por criar uma realidade onde o volume de resíduos produzidos é cada vez maior e sua disposição final muitas vezes não é adequada, o que resulta em impactos ambientais nem sempre reversíveis. Segundo Grimberg (2004), os chamados “aterros controlados” são uma modalidade de disposição de resíduos extremamente frágeis e, portanto, questionável quando definida como uma forma adequada de tratamento. Aterros controlados são inadequados porque facilmente podem tornar-se lixões e, por sua engenharia, são muito inferiores aos aterros sanitários, causando problemas ambientais, tais como contaminação do ar, do solo e das águas subterrâneas. A construção de aterros sanitários não tem sido uma boa solução para muitas cidades, que enfrentam uma crescente falta de espaço para a construção. Além disso, os espaços disponíveis precisam ser utilizados também para outras finalidades importantes como a agricultura e a construção de moradias. A estas dificuldades, acrescentam-se os altos custos para instalação e gerenciamento. Da mesma forma que não se deve priorizar a destinação de materiais recicláveis para aterros sanitários, não cabe investir recursos para a queima de resíduos. Melhor e mais adequado é usar estes recursos para apoiar uma política social que gere trabalho e renda. Com a falta de alternativas para a disposição final dos resíduos sólidos, surgiu no final da década de 70, a ideia de reciclagem. Para Ribeiro e Lima (2000), a reciclagem é um sistema de recuperação de recursos projetado para recuperar e reutilizar resíduos, transformando-os novamente em substâncias e materiais úteis à sociedade. Essa prática reduz a quantidade de resíduos que vão para os aterros, o que aumenta sua vida útil, além de colaborar para a melhoria da qualidade de vida dos “catadores” que obtêm da triagem dos materiais que serão reciclados sua fonte de renda. A reciclagem dos resíduos pode se dar antes ou após a operação de coleta. No primeiro caso, é executada através de técnicas de pré-seleção e da coleta seletiva. No segundo caso, mediante técnicas de tratamento dos resíduos, após a operação de coleta. Coleta seletiva é definida como a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição e é indispensável para que o reaproveitamento dos resíduos ocorra de forma mais eficiente. A separação dos resíduos na fonte geradora eleva o potencial reciclável destes materiais e aumenta seu valor agregado para comercialização. Além disso, a implantação do sistema de coleta seletiva é instrumento essencial para se atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, conforme disposto no art. 54 da Lei Nº 12.305/2010. A coleta seletiva pode ainda ser utilizada na geração de postos de trabalho, absorvendo os “catadores de materiais recicláveis” dentro de uma atividade mais rentável e com condições de salubridade controlada. A sobrevivência por meio da cata de materiais no lixo desnuda uma das faces da elevada desigualdade social existente no Brasil. Aqueles que sobrevivem do lixo – os catadores de materiais recicláveis – estão presentes nas ruas, em aterros ou em lixões da maioria das cidades brasileiras, trabalhando em condições adversas e precárias. Atuam como “operários terceirizados” da indústria da reciclagem, desprovidos de qualquer direito trabalhista, bem como dos demais direitos que configuram o exercício da cidadania (LAYARGUES, 2002; BOSI, 2008). Para Nunesmaia (2002), a coleta seletiva deve constituir uma oportunidade para melhorar as condições das atividades tradicionalmente desempenhadas pelos “catadores”. Portanto, deve-se estabelecer uma relação de proximidade entre os programas de coleta seletiva e esses trabalhadores. Dentre os setores que vêm se estruturando no Brasil em bases coletivas e solidárias, o constituído pelos Catadores de Materiais Recicláveis projetou-se, na última década, em todo o território nacional apresentando crescente capacidade de mobilização e organização, tanto no que diz respeito à esfera produtiva como no cenário político-institucional. É crescente, neste sentido, o número de associações e cooperativas de catadores criadas em todos os estados da federação, boa parte dessas articuladas pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), bem como são cada vez mais presentes as ações e políticas públicas de apoio e fomento a esse setor produtivo, em diversas áreas e níveis de governo (BRASIL, 2012). Conforme o Art.11 do Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei Nº 12.305/2010, o sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos deve priorizar a participação de cooperativas ou de outras formas de associação de “catadores” de materiais reutilizáveis e recicláveis constituídas por pessoas físicas de baixa renda. Isso é muito importante, visto que este setor permite a inserção dos “catadores”, socialmente vulneráveis, no mundo do trabalho e a consequente aquisição de renda. Porém, para que a coleta seletiva ocorra de maneira efetiva é necessária uma sensibilização em massa da população, que compõem um processo de educação ambiental. Para Meyer (1991), a educação ambiental é um processo contínuo de aprendizagem, de conhecimento e exercício da cidadania, que capacita o indivíduo a ter uma visão crítica da realidade e uma atuação no espaço social. A educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora despertando nos indivíduos a responsabilidade que vai influenciar diretamente nos hábitos e costumes dos cidadãos. Consiste em uma educação para a cidadania, para que cada pessoa se entenda como portadora de direitos e deveres e se converta em ator corresponsável na defesa da qualidade de vida (JACOBI, 2003). A sociedade precisa se envolver como parte do processo. Assim, constrói-se a consciência de responsabilidade compartilhada sobre o material descartado e sua devida disposição final. Segundo a Lei Nº12. 305/2010 a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos. Porém, para a consolidação deste processo faz-se necessário um trabalho contínuo, pois envolve uma mudança de comportamento e hábitos da sociedade que ocorre de forma gradual e lenta. O projeto “Consolidação da coleta seletiva em Viçosa – MG: busca por soluções” trabalhará com o acompanhamento das localidades, do caminhão da coleta e da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa, para a consolidação da coleta seletiva em Viçosa, através da solução dos problemas detectados e realização de ações constantes de sensibilização da população. As ações extensionistas desse trabalho irão desencadear efeitos sociais e ambientais positivos. Além de ser uma solução para a destinação final de resíduos sólidos recicláveis, ao passo que torna possível a coleta seletiva para posterior reciclagem, gera renda a famílias que sobrevivem da triagem dos materiais e leva a população sensibilizada ao exercício da sua cidadania. Objetivos e metas: Objetivo Geral - Consolidar a coleta seletiva na cidade de Viçosa-MG, através da sensibilização da população e solução dos problemas detectados no acompanhamento das localidades já atendidas. Objetivos Específicos: Realizar reuniões com o SAAE para discutir mudanças na logística da coleta seletiva; Identificar o impacto da intervenção na condição de trabalho dos associados da ACAMARE e no meio ambiente; Divulgar a coleta seletiva e sua importância social, ambiental e econômica para a população; Articular e capacitar agentes multiplicadores que contribuam para atuar junto à comunidade, auxiliando na implantação da coleta seletiva; Desenvolver um processo interativo de discussão sobre os impactos ambientais e sociais que perpassam a geração e destinação dos resíduos sólidos; Fortalecer a interação entre os associados da ACAMARE, SAAE e estudantes do projeto; Valorizar e tornar visível o trabalho realizado pelos associados da ACAMARE; Propiciar uma maior interação entre os membros da equipe. Metas: Adequar a coleta seletiva às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos; Consolidar a coleta seletiva nas localidades já atendidas, como por exemplo, no Bairro de Fátima, já diagnosticado com problemas, e nos edifícios Bhering, Maxis e Petrina, cuja implantação ocorreu no ano de 2013; Mensurar a quantidade de resíduos sólidos recolhidos pela coleta seletiva, para analisar a quantidade de material que não é destinado ao aterro sanitário de Viçosa; Atualizar as redes sociais do projeto três vezes por semana com notícias sobre a coleta seletiva; Realizar intervenções para uma contínua sensibilização dos moradores sobre a necessidade de separação dos materiais recicláveis e acondicionamento do óleo de cozinha; Provocar reflexões e mudanças no comportamento da população a cerca da responsabilidade sobre o resíduo gerado; Realizar cinco eventos de sensibilização em espaços públicos; Apresentar a Mostra Fotográfica Itinerante em 20 locais do município; Demonstrar as vantagens de programas de responsabilidade social para as instituições e a comunidade; Melhorar as condições de trabalho da ACAMARE, bem como provocar o aumento de renda dos associados; Realizar grupos de estudo quinzenais para que ocorra troca de conhecimento e experiência. Metodologia e ações participativas: Acompanhamento das localidades: Em condomínios verticais e horizontais, edifícios, igreja e clube o acompanhamento começará pelo telefone através do contato com o síndico, zelador ou outro responsável pelo local ou pela limpeza. Se constatado algum problema na coleta seletiva, será feito um plano de trabalho com as providências a serem tomadas. No plano de trabalho irão constar novas intervenções, nas quais a equipe do projeto se desloca até a localidade e conversa com os moradores e responsáveis pelo local. Essa sensibilização busca evidenciar a importância ambiental e social da coleta seletiva, salientar quais materiais são recicláveis e para onde esse material é destinado. Como a ACAMARE produz sabão ecológico através de óleo de cozinha usado, também é solicitado nas intervenções que o óleo usado seja acondicionado em pets e disposto junto com os recicláveis. O diálogo que ocorre entre a equipe do projeto e a população, que normalmente é feito de porta a porta, é fundamental para que se entenda o que as pessoas pensam sobre essa temática e o que elas estão dispostas a fazer. Durante as intervenções, serão entregues folders explicativos da coleta seletiva com contato para sugestões e reclamações. Quando a problemática detectada envolve a logística, será feito contato com o SAAE para que sejam tomadas as devidas providências. Quando a localidade compreende um bairro inteiro, como acontece nos bairros Cristais, Fátima, Vila Alves e Santo Antônio, o acompanhamento será feito através do caminhão da coleta seletiva e do contato com a liderança local. Como envolve um número maior de pessoas, as novas intervenções devem ocorrer em eventos promovidos em praças, participação em grupos religiosos e missas, através de líderes religiosos e do bairro ou pela divulgação através de um moto som. Acompanhamento do caminhão da coleta seletiva: Esse trabalho será realizado a cada quatro meses. A equipe do projeto será divida em duplas e cada uma ficará responsável por acompanhar o caminhão da coleta seletiva por um trecho. Tal acompanhamento permitirá a verificação da rota do caminhão, para analisar se ele passa nos pontos determinados nos dias e horários combinados. Além disso, é feita a identificação do tipo de material que é depositado pela população nos coletores verdes (destinados a materiais recicláveis), se há necessidade de alocação de novos coletores e quanto material é levado para a Usina. Serão elaborados relatórios de todos os acompanhamentos, que permitem identificar quais as localidades que precisam de novos trabalhos de sensibilização. Os problemas de logística serão primeiramente discutidos entre a equipe do projeto e, posteriormente, levados para reuniões com o SAAE. Visita à Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa Ocorrerão visitas semanais à Usina. O objetivo dessas visitas é verificar a quantidade e qualidade dos materiais que chegam à Usina e dos que são vendidos, além do impacto no trabalho da associação da realização da coleta seletiva. É esperada uma melhoria significativa nas condições de trabalho, visto que os materiais chegarão devidamente separados, e uma elevação no número de materiais recicláveis comercializados, o que acarreta aumento de renda dos trabalhadores. Reuniões com o SAAE: O SAAE é um parceiro do projeto e serão agendadas reuniões sempre que for registrado algum problema na logística da coleta seletiva, como a mudança da rota do caminhão e a alocação de novos coletores, para que sejam tomadas as devidas providências. Divulgação da coleta seletiva em redes sociais: Compreendem-se as redes sociais e os sites como um meio de atingir um número maior de pessoas de forma mais rápida e eficiente. Portanto, a coleta seletiva em Viçosa também será divulgada através destes meios, como o facebook e o site do projeto. Serão publicados com frequência e atualizados os locais, dias e horários da coleta. Também serão compartilhadas notícias e curiosidades sobre os resíduos sólidos, coleta seletiva e associações de catadores. Mostra Fotográfica Itinerante: A maneira pela qual a arte se direciona para a sensibilidade oportuniza a materialização das experiências reais, o que permite, então, a abertura da sensibilidade para os fatos exteriores ao indivíduo. Segundo Rubim (2012), a capacidade intelectiva do homem o dá a probabilidade, como potência de ação, de deixar a posição de observador passivo para ocupar a de expectador partícipe e crítico diante da leitura de uma imagem. Um meio de sensibilizar a população com o uso de imagens será através da realização da Mostra Fotográfica Itinerante, que irá percorrer vários locais da cidade, dentre hall de bancos e condomínios, igrejas e bibliotecas. As fotos mostrarão os trabalhos de sensibilização realizados pelo projeto, a coleta dos materiais pelo caminhão, a chegada à Usina, o processo de triagem e os fardos prontos para comercialização. Reuniões e grupos de estudo: A cada quinze dias serão realizados grupos de estudo e reuniões entre a equipe do projeto, para fomentar ações mais coesas e trocas de experiências entre os membros do projeto, discutir atividades realizadas e elaborar planos de trabalho. Impacto social esperado: As intervenções buscam sensibilizar a comunidade a cerca da sua responsabilidade sobre os resíduos gerados, para o exercício da sua cidadania. A coleta seletiva é uma solução para a problemática dos resíduos e toda a população precisa entender a importância da sua participação, que precisa envolver mudanças de hábitos e entendimento da sua função social. As ações de sensibilização enfatizam a importância ambiental e social da coleta seletiva. Ao evidenciar para onde os materiais recicláveis são destinados e o que é feito com eles, ocorre a divulgação do trabalho executado pela ACAMARE, o que aumenta o seu reconhecimento e visibilidade. É fundamental que a população entenda e respeite o trabalho realizado por esses trabalhadores, para que eles tenham a devida valorização. A separação dos resíduos sólidos na fonte geradora e o transporte separado dos materiais recicláveis e não recicláveis, permitem que os materiais recicláveis cheguem à Usina em melhores condições, o que confere mais higiene e eficiência ao trabalho de triagem, além do reciclável ter maior valor comercial por estar mais conservado. Isso gera melhores condições de trabalho aos associados da ACAMARE e maior renda. Essa geração de trabalho e renda ajuda na inclusão social de várias famílias, o que lhes proporciona melhores condições de vida. Interação ensino, pesquisa e extensão: A extensão é uma atividade primordial para os universitários poderem treinar e se capacitar, como também se articular com a comunidade. As ações extensionistas desse projeto permitem que os estudantes coloquem em prática o que aprenderam na sala de aula em favor da sociedade. É aprendido o que é a coleta seletiva e qual a sua importância ambiental, social e econômica, mas para torná-la uma realidade são necessárias ações concretas, as quais serão realizadas por esse projeto. A prática extensionista interativa na universidade mantém uma constante dinâmica e renovação dos conteúdos em sala de aula e produz investigação, conhecimentos e tecnologias na medida em que as posturas defensoras da neutralidade axiológica deixam de existir e as pesquisas passam a ser a descoberta da realidade, dos problemas da população e das respostas aos problemas para a imediata apropriação dos resultados. (ALMEIDA, 2010). Fazer extensão é situar-se no mundo das pessoas e nos seus espaços, para que se entendam quais as suas reais necessidades e suas soluções. A relação entre pesquisa e extensão ocorre quando a produção do conhecimento é capaz de contribuir para a transformação da sociedade através da vivência daquela realidade. As ações desse projeto articulam o estudo e a pesquisa por meio de práticas como a de educação informal e formação cidadã. Acompanhamento e avaliação: Do projeto: O acompanhamento acontecerá nas localidades a cada seis meses ou quando for solicitado por algum morador ou responsável pelo local, no caminhão da coleta seletiva a cada quatro meses e na Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa uma vez por semana. Ainda serão realizadas reuniões quinzenais da equipe do projeto para acompanhamento do que foi feito e planejamento de novas atividades. Antes da realização de qualquer ação será elaborado pela equipe um plano de trabalho que norteará as atividades. Após a execução, serão feitos relatórios para que toda a equipe tome conhecimento do que foi feito. Também será elaborado um plano de ação, onde constarão todas as atividades feitas e as datas, e ele será lido nas reuniões quinzenais para que toda a equipe tome conhecimento. Desse modo, serão visualizados os objetivos e metas já alcançados e quais ainda devem ser atendidos. A avaliação das ações do projeto pela população e pela ACAMARE ocorrerá por meio do diálogo em acompanhamentos realizados, por meio do qual podem aparecer sugestões, reclamações e relato dos problemas. Essa avaliação também pode ser feita por contato com o projeto por email ou telefone. Outra forma de avaliar a eficiência do projeto é através da quantidade e qualidade dos materiais recicláveis que chegam à Usina, o que indicará se a coleta seletiva está acontecendo de maneira efetiva. Dos(as) estudantes: O acompanhamento e a avaliação do bolsista ocorrerão concomitantes ao do projeto, através dos planos de trabalho, plano de ação, relatórios e conversas em reuniões quinzenais da equipe, que evidenciarão todas as atividades realizadas e como isso foi feito. Atividades 01 02 03 04 Acompanhamento do caminhão da coleta x 05 06 07 08 x 09 10 11 x seletiva x x x x x x x x x x x Elaboração de relatórios, planos de x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Acompanhamento das localidades trabalho e plano de ação x Realização de intervenções Realização da Mostra Fotográfica x x x x x x Itinerante Realização de eventos em espaços x x x x x públicos Divulgação da coleta seletiva em redes x sociais x x x x x x x x x x Visitas à Usina de Triagem e Reciclagem x x x x x x x x x x x de Viçosa x Reuniões com o SAAE Realização de grupos de estudo x x x x x x x x x x x x x x * Adequar caso o projeto dure mais tempo. Financiamento/Infraestrutura: O Departamento de Ciências Sociais e o Departamento de Economia Rural disponibilizarão a infraestrutura necessária para viabilizar a execução do Projeto. Referências Bibliográficas: ALMEIDA, A. S. A contribuição da extensão universitária para o desenvolvimento de Tecnologias Sociais. Tecnologia Social e Desenvolvimento Sustentável: Contribuições da RTS para a formulação de uma Política de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Brasília, DF, p. 9–15, 2010. BOSI, A. P. A organização capitalista do trabalho informal: o caso dos catadores de recicláveis. RBCS, v. 23, n. 67, 2008. BRASIL. Decreto Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7404.htm>. Acesso em: 28 nov. 2013. BRASIL. Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 25 nov. 2013. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Programa 2067 – Resíduos Sólidos. Brasília, DF, 2012. CALDERONI, Sabetai. Os bilhões perdidos no lixo. São Paulo: Ed. Humanitas, 1997. GRIMBERG, E. A Política Nacional de Resíduos Sólidos: a responsabilidade das empresas e a inclusão social. Disponível em <http://limpezapublica.com.br/textos/1177.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2013. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 118, 2003. LAYARGUES, P. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental. In: LOUREIRO, F.; LAYARGUES, P.; CASTRO, R. (Org.). Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2002; p. 179-220. MAGERA, M. A reciclagem dos resíduos sólidos urbanos e o uso das cooperativas de reciclagem - uma alternativa aos problemas. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES LATINO-AMERICANOS DE COOPERATIVISMO, 5, 2008, Ribeirão Preto. MEYER, M. A. D. A. Educação ambiental: uma proposta pedagógica. Em Aberto, Brasília, v. 10, n. 49, 1991. NUNESMAIA, M. F. A gestão de resíduos urbanos e suas limitações. TECBAHIA, v. 17, n. 1, p. 120-129, 2002. RIBEIRO, T. F.; LIMA, S. C. Coleta seletiva de lixo domiciliar – estudo de casos. Caminhos de Geografia, p. 50-69, dez. 2000. RUBIM, S. R. F. Sensibilização e educação de pessoas jovens e adultas por meio da apreciação imagética. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL, 9, 2012, Caxias do Sul. Anais eletrônicos... Caxias do Sul: UCS, 2012. Disponível em: < http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2074/244 >. Acesso em: 27 nov. 2013.