Fonte: Universidade Federal do Espírito Santo ARTE INDÍGENA A arte se mistura a vida cotidiana. Os índios fazem objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, constroem canoas, arcos e flechas e suas habitações . A palha é para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também é muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais servem para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribo Alguns índios realizam trabalhos em madeira. A pintura e o desenho indígena estão sempre ligados à cerâmica e à cestaria. Os cestos são comuns em todas as tribos, variando a forma e o tipo de palha de que são feitos. Geralmente, os índios associam a música instrumental ao canto e à dança. Os trabalhos feitos com penas e plumas de pássaros constituem a arte plumária Pintura corporal Embora os europeus dissessem que os índios andavam nus, nada mais estranho para estes que tal idéia. Não precisavam cobrir o corpo, mas as pinturas corporais funcionavam como um código social: cada uma delas indicava uma situação específica (guerra, nascimento de filhos, ritos, luto etc.). Para os que conheciam o código, a pintura informava mais sobre seu estado que as roupas européias. Além disso, também facilitava a comunicação entre tribos que não falavam a mesma língua. Isto porque os índios não se pintavam aleatoriamente, mas usavam motivos baseados na natureza. Padrões como a espinha de peixe, a casca de jabuti, os rastros da cobra, do veado e da onça eram comuns a muitas tribos. A arte se mistura a vida cotidiana. A pintura corporal, por exemplo, é um meio de distinguir os grupos em que uma sociedade indígena se divide, como pode ser utilizada como enfeite. A tinta vermelha é extraída do urucum e a azul, quase negro, do jenipapo. Para a cor branca, os índios utilizam o calcário. Porque os índios se pintam? Não se tem uma data de quando os índios começaram a se pintar... Mais eles se pintam por diversos motivos: - para serem confundidos na mata com a vegetação, assim como fazem os camaleões... - se pintam para as guerras. - pintam para comemorações ( casamentos etc...) - e em homenagem a tupã, o Deus do sol. Cada pintura tem motivos diferentes, cores variadas tiradas da própria natureza. As cores do cocar: O verde representa as matas, que protegem as aldeias e ao mesmo tempo são a morada dos mortos e dos seres sobrenaturais. São consideradas um lugar perigoso, já que fogem ao controle dos Kayapó. O amarelo refere-se às casas e às roças, áreas dominadas pelas mulheres. Nesses espaços, elas pintam os corpos dos maridos e dos filhos, plantam, colhem e preparam os alimentos. Todas as choças têm a mesma distância em relação à casa dos homens. A cor mais forte (vermelho) representa a casa dos homens, que fica bem no coração da aldeia. É a "prefeitura" Kayapó, presidida apenas por homens. Aí eles se reúnem diariamente para discutir caçadas, guerras, rituais e confeccionar adornos, como colares e pulseiras. Conclusão Arte está presente em cada momento de vida dos povos indígenas no mundo todo. Em cada objeto, em cada ritual, em cada gesto, a arte surge, expressão de força e conexão com o mundo místico e espiritual . A beleza está presente como atributo divino. Não importa se a pintura trabalhosa e detalhada feita no fundo da panela vai ser queimada assim que ela for ao fogo. A pintura não precisa permanecer para justificar sua beleza. Ela é, no presente, como expressão necessária. Dá sentido ao ato criativo de transformar o barro em cerâmica. Cada povo tem sua habilidade e forma de materializar em objetos de arte as necessidades do dia a dia ou dos rituais. Referências: 1 http:/www.historiadaarte.com.br/arteindigena.html 2 http://www.arteducacao.pro.br/hist_da_arte/hist_da_arte_prebrasil.htm#A arte dos índios brasileiros. 3 Lévi-Strauss, Claude. Tristes Trópicos: Perspectivas do homem. Ed. 70 Melati, Julio Cézar. Índios do Brasil. Brasília, Coordenada, 1972 4 www.socioambiental.com.br 5 www.funai.gov.br 6 Publicação Povos Indígenas de Minas Gerais, Minas Gerais, Revista Informativa da Qualificação Profissional, Secretaria de Estado do Trabalho, da Assistência Social, da Criança e do Adolescente, págs. 35 -38, Novembro de 2001. 7 MANIZER, Henri. Los botocudos. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro : Imprensa Nacional, n. 22, p. 243-73, sep., 1919. 8 OILIAN, José. Indígenas de Minas Gerais : aspectos sociais, políticos e etnológicos. Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1965.