PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS IDOSOS VÍTIMAS DE ACIDENTES E VIOLÊNCIAS
RODRIGUES, Ângela Maria Uchoa
ANDRADE, Luciene Miranda de
EVANGELISTA, Renata Leandro
Os idosos têm sido grandes vítimas de acidentes e violências em seu contexto
sócio-familiar. O estudo teve como objetivo determinar o perfil epidemiológico dos idosos
vítimas de acidentes e violências admitidos em um hospital de emergências. Trata-se de um
estudo de caráter quantitativo. A amostra consistiu de 26 idosos vítimas de trauma por
acidente ou violência. A coleta de dados foi realizada por um formulário. Os resultados
mostraram que os idosos entre 60 a 70 anos do sexo masculino são as maiores vítimas com
46,3%. A maioria das ocorrências foram em cidades do interior, com 61,5%. O grupo, em sua
maioria, era de aposentados (73%) e viviam com renda familiar média mensal entre 2 e 3
salários mínimos, ambos com 30,8%. Os achados mostraram que 92,4% moram
acompanhados de algum familiar e 100% ajudam na manutenção da família. 65,4% não é
portador de nenhuma doença e 53,8% faz visitas periódicas ao médico. As principais
ocorrências foram os acidentes de trânsito com 46,2%. Quanto ao sentimento apresentado
após o acidente, o medo foi predominante com 76,2% e em relação ao momento atual, 57,7%
sentem-se tranqüilos. Das mudanças ocorridas após o acidente, 46,2% apresentou mais
religiosidade e 96,2% têm o apoio da família. Concluímos que os idosos são grandes vítimas
de acidentes de trânsito, talvez por sua pouca capacidade de reflexos, devido à idade, devendo
sempre sair às ruas com algum acompanhante.
Palavras-chave: epidemiologia, acidentes e violências, idosos.
EPIDEMIC PROFILE DOS SENIORS VICTIMS OF ACCIDENTS AND VIOLENCE
The seniors have been great victims of accidents and violence in his/her partner-family
context. The study had as objective determines the seniors' victims of accidents epidemic
profile and violence admitted at a hospital of emergencies. It is a study of quantitative
character. The sample consisted of 26 senior trauma victims by accident or violence. The
collection of data was accomplished by a form. The results showed that the seniors among 60
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to 70 years male are the largest victims with 46,3%. most of the occurrences was in cities of
the interior, with 61,5%. THE group, in his/her majority, was retired (73%) and they lived
with medium family income monthly between 2 and 3 minimum wages, both with 30,8%. The
discoveries showed that 92,4% live accompanied of some family and 100% help in the
maintenance of the family. 65,4% are not bearer of any disease and 53,8% does periodic visits
to the doctor. The main occurrences were the accidents of traffic with 46,2%. as for the
feeling presented after the accident, the fear was predominant with 76,2% and in relation to
the current moment, 57,7% feel calm. Of the changes happened after the accident, 46,2%
presented more religiosity and 96,2% have the support of the family. We concluded that the
seniors are great victims of accidents of traffic, maybe for his/her little capacity of reflexes,
due to the age, should always go out to the streets with some companion.
Word-key: epidemiology, accidents and violence, senior.
1 - INTRODUÇÃO
Entender a velhice como uma circunstância ampla, com múltiplas dimensões, pois
sendo um momento biológico, não deixa de ser, também, um fato social e cultural. O ideal é
entender a velhice como a etapa de vida na qual, em decorrência da alta idade cronológica,
ocorrem modificações de ordem bio-psico-social, que afetam a relação do indivíduo com o
meio.
Para Titchener (1960) apud Carneiro (2001) idosos são pacientes mais suscetíveis
a tornarem-se emocionalmente perturbados quando confrontados com novas situações,
especialmente se eles têm inadequada compreensão e um generalizado sentimento de
insegurança.
No Brasil, em 1980, eram 7.699.068 os habitantes com mais de 60 anos, ou seja,
6,5% da população. Em 1991, para uma população de 146.825.475, 10.722.705 tinham mais
que 65 anos, ou seja, 7,30% do total. Espera-se que no ano 2000 ultrapasse 8% da população
absoluta. (CARNEIRO, 2001)
Com o aumento na incidência do trauma do idoso, estudos buscam identificar
fatores de risco capazes de prever o aparecimento de complicação nessa fase da vida. Nesse
contexto, o presente trabalho analisará os aspectos psicossociais do idoso que tem de se
1
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adaptar às perdas físicas, sociais e emocionais para atingir o contentamento e as satisfações na
vida decorrente do tratamento dado a eles e que somente através de uma compreensão do
processo de envelhecimento e do respeito da pessoa como indivíduo, é que os mitos poderão
ser eliminados.
Jucá (2001) refere que o paciente idoso é considerado especial por apresentar um
comportamento clínico próprio, freqüentemente atípico. O
processo de envelhecimento
atinge o organismo como um todo, as reservas funcionais ficam diminuídas, o que pode ser
confirmado pela queda do índice cardíaco, da complacência pulmonar, da função renal, como
também pela dificuldade de regular os desequilíbrios hídricos, o que pode exarcebar a
propensão para as complicações cardiopulmonares precoces.
Embora, muitas pessoas idosas se considerem aparentemente saudáveis,
de
acordo com pesquisas do National Center for Health Statistics (1990), o envelhecimento da
América reflete não só o envelhecimento da população, como a incidência de que quatro,
entre cinco idosos, sofrem de pelo menos uma doença crônica, tais como, artrite, hipertensão,
distúrbio de audição, cardiopatia, catarata, deformidade ortopédica, sinusite crônica, distúrbio
visual, entre outras.
Para Smeltzer e Bare (2000), a definição de idade avançada varia dependendo do
ponto de referência da pessoa. Os pais de 35 anos podem ser considerados velhos pelos seus
filhos e jovens pelos seus pais. A pessoa saudável e ativa com 65 anos de idade, pode
considerar 75 anos como o início da velhice.
Desta forma, o tema “idoso”, está colocado na agenda governamental do
Brasil pois constitui-se em um grande desafio para o governo e para a sociedade e será alvo
do trabalho de pesquisa aqui descrito e que mostrará os riscos de acidentes aos quais os
idosos estão sujeitos, para a partir daí verificar as mudanças em suas atitudes. Analisaremos
ainda a contribuição para entender melhor a complexidade que os envolvem.
Alterações psicológicas encontradas habitualmente são agravadas pelo trauma e
devem ser objetos de consideração. O trauma constitui-se uma óbvia agressão ao sistema
nervoso. Titchener (1960) apud Carneiro (2001), já em 1969, relata uma incidência de 25% de
alterações significantes e às vezes irreversíveis na função cerebral, em pacientes de subgrupos
com idade acima de 65 anos. Algum tipo de depressão foi observada em pacientes mais
velhos e isto foi incapacitante em 50% das vezes.
O presente estudo procura descrever o perfil do idoso vítima de acidentes e
violências nos nossos dias, problema este que está a exigir uma reformulação em toda a
estrutura disponível de responsabilidade do governo e da sociedade civil, repensando os
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modelos institucionais, buscando formas alternativas e dando condições que permitam a
sua inserção na vida sócio econômica das sociedades.
Como os direitos dos idosos estão inseridos nos direitos fundamentais da pessoa
humana, passo a desenvolver esse trabalho de grande relevância para a sociedade objetivando
a promoção e proteção dos seus direitos.
2 - OBJETIVOS
•
Descrever o perfil epidemiológico do idoso vítima de acidentes e violências.
• Identificar fatores predisponentes ao trauma por acidentes dentro do domicílio.
• Investigar as condutas relacionadas à manutenção da saúde seguidas pelos idosos.
4 - METODOLOGIA
Tipo de Estudo: foi desenvolvido um estudo de natureza exploratório-descritiva, buscando
uma abordagem quantitativa.
Campo de Investigação: A pesquisa foi desenvolvida em um hospital público de
emergências referência no atendimento às vítimas de Acidentes e Violências, situado na
cidade de Fortaleza - Ceará - Brasil.
População: A população foi constituída pelos idosos admitidos nas unidades de internação
do hospital onde foi desenvolvido o estudo, no período da pesquisa.
Amostra: A amostra foi composta pelos idosos vítimas de acidentes e violências admitidos
nos meses de agosto e setembro de 2003, independente de sexo.
Instrumentos para coleta de dados: realizou-se uma entrevista com o grupo selecionado
para amostra através de um formulário com perguntas semi-estruturadas, buscando-se
identificar o perfil epidemiológico dos idosos vítimas de acidentes e violências e avaliar a
percepção dos mesmos acerca do impacto do trauma na sua vida cotiadiana.
Análise dos Resultados: os dados foram analisados quantitativamente, utilizando-se os
achados na literatura que aborda essa temática associada à pesquisa de campo, e apresentados
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incidindo nos dados coletados pela entrevista e nas anotações do diário de campo.
Para o desenvolvimento do estudo, primeiramente, respeitando os aspectos éticos
determinados pela resolução Nº 196/96 - Brasil (1996), a qual aborda sobre pesquisas com
seres humanos, o projeto de pesquisa foi apresentado à Comissão de Ética da Instituição onde
foi desenvolvido com os devidos esclarecimentos para avaliação e aprovação.
No estudo utilizamos as normas técnicas da ABNT.
4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS
TABELA 1 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado ao sexo e faixa etária,
admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
Sexo
Masculino
Feminino
Total
Faixa
Nº
%
Nº
%
60-70
12
46,3
5
19,2
65,5%
71-80
3
11,5
2
7,7
19,2%
Mais de 80
2
7,6
2
7,7
15,3%
Total
17
65,2
9
34,4
100,0%
etária
Fonte: Pesquisa de Campo
A partir da tabela 1, analisando a faixa etária, encontramos como a de principal
ocorrência as idades entre 60 a 70 anos, tanto para o sexo masculino (46,3%), quanto para o
feminino (19,2%).
GRÁFICO 1 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à procedência,
admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
61,5%
38,5%
Capital
Interior
4
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5
Fonte: Pesquisa de Campo.
Evidenciamos no Gráfico 1 que a maioria das ocorrências do trauma nos idosos
foram em cidades do interior do estado com 61,5%, sobre a capital com apenas 38,5%.
TABELA 2 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à ocupação, admitidos
em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
Ocupação
Nº
%
Agricultor
5
19,2
Aposentado
19
73,2
Secretária do lar
1
3,8
Caminhoneiro
1
3,8
Total
26
100,00
Fonte: Pesquisa de Campo
Analisando a tabela 2, quanto à atual ocupação dos idosos, encontramos que a
maioria (73,2%) são aposentados.
GRÁFICO 2 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à renda familiar,
admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
11,5%
19,3%
7,6%
até 1 salário
2 salários
3 salários
30,8%
30,8%
4 salários
mais de 4 salários
Fonte: Pesquisa de campo.
5
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6
No gráfico 2, avaliando-se a renda familiar, verificamos que o grupo tem uma
renda média mensal entre 2 salários (30,8%) e 3 salários (30,8%) .
TABELA 3 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à moradia, admitidos em
um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
Com quem mora
Só
Ajuda na manutenção da família
Acompanhado
Sim
Não
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
2
7,6
24
0
26
100
0
0
Fonte: Pesquisa de Campo
Na tabela 3, em relação à moradia, os achados mostraram que 92,4% moram
acompanhados e 100% ajudam na manutenção da família. Esses achados são indícios de que
idosos que tem sua própria fonte de renda, sempre ajudam com as despesas em casa.
TABELA 4 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado aos hábitos e
manutenção à saúde, admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a
setembro de 2003.
Uso de bebida
alcoólica
Sim
Hábito de fumar
Não
Nº
%
Nº
%
2
7,6
24 92,4
Sim
Nº
3
%
Prática de exercícios
Não
Nº
%
Sim
Nº
%
4
15,3
11,5 23 88,5
Participação em
grupos de idosos
Não
Nº
%
22 84,7
Sim
Não
Nº
%
Nº
%
1
3,9
25 96,1
Fonte: Pesquisa de Campo
De acordo com a tabela 4, ao se analisar os hábitos dos idosos relacionados à
manutenção da saúde, encontramos que 92,4% não usam bebida alcoólica; 88,5% não são
fumantes; 84,7% não praticam exercícios físicos e 96,1% não participam de grupo de idosos.
6
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7
TABELA 5 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à condição de saúde,
admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
Portador de doença
Sim
Visita periodicamente o médico
Não
Sim
Não
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
9
34,6
17
65,4
14
53,8
12
46,2
Fonte: Pesquisa de Campo
Na tabela 5, ao analisarmos as condições de saúde desses idosos, 65,4% não é
portador de nenhuma doença e 53,8% preocupa-se com a saúde, fazendo visitas periódicas ao
médico.
GRÁFICO 3 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado ao tipo de ocorrência,
admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
46,2%
42,3%
Acidentes
domésticos
Acidentes de
trabalho
Acidentes de
trânsito
11,5%
Fonte: Pesquisa de campo.
De acordo com o gráfico 3, os principais tipos de ocorrência foram os acidentes de
trânsito com 46,2%, acidentes domésticos com 42,3% e os acidentes de trabalho com apenas
11,5%.
GRÁFICO 4 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado ao sentimento
apresentado após o acidente, admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a
setembro de 2003.
7,7%
7,7%
7,7%
7
Medo
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Nãohere
recorda
Confuso
8
Fonte: Pesquisa de campo.
No gráfico 4, em relação ao sentimento apresentado após o acidente, 76,9%
referiram medo; já nos idosos que não recordam, ficaram confusos e ficaram tranqüilos, cada
um desses sentimentos relatados tiveram um resultado de 7,7%.
GRÁFICO 5 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado sentimento apresentado
no momento atual, admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro
de 2003.
57,7%
42,3%
Traumatizado
Tranquilo
Fonte: Pesquisa de campo
No gráfico 5, em relação ao momento atual em quem vivem esses idosos, 57,7%
sentem-se tranqüilos, enquanto que 42,3% ficaram traumatizados após o acidente ocorrido.
GRÁFICO 6 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado a mudanças ocorridas
após o acidente, admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro
de 2003.
19,2%
15,4%
Mudanças na
rotina diária
Mais religiosidade
Nada mudou
19,2%
46,2%
Depressão
8
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9
Fonte: Pesquisa de campo.
No gráfico 6, evidenciamos, através dos resultados, que em relação às mudanças
ocorridas após o acidente 46,2% apresentou mais religiosidade, 19,2% encontra-se em estado
de depressão, para 19,2% nada mudou e 15,4% trará mudanças em sua rotina.
GRÁFICO 7 – Distribuição dos idosos vítimas de trauma relacionado à presença de apoio da
família, admitidos em um hospital de emergências no período de agosto a setembro de 2003.
3,8%
96,2%
Sim
Não
Fonte: Pesquisa de campo
No gráfico 7, em relação à presença de apoio da família a maioria do grupo (96,2%)
refere ter apoio da família.
5 - DISCUSSÃO
A partir dos resultados encontrados no estudo, percebemos que em relação aos
idosos, igualmente à faixa etária jovem de vítimas de acidentes e violências, tivemos o sexo
masculino em maior evidência.
Avaliando-se a procedência do grupo em estudo observamos que a maioria vem
de cidades do interior do Estado, fato este que nos alerta da necessidade de campanhas
educativas envolvendo a prevenção de acidentes em idosos não apenas na capital, mas dando
enfoque também nas cidades do interior.
A maioria dos idosos apresenta renda familiar entre 02 a 03 salários mínimos,
sendo sua renda própria equivalente a 01 salário e com esta, ajuda na manutenção da família.
Diante deste resultado podemos refletir acerca da dependência financeira da família sobre a
renda de nosso cliente, fator este que por vezes pode vir a interferir em suas atividades de
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lazer.
Evidenciamos que o grupo, em sua maioria, apesar de não consumir bebida
alcoólica e não ser tabagista, também não pratica esportes e não participa de grupos de
idosos. Ressalta-se que a prática de exercícios físicos e participação em grupos são
importantes tanto para a saúde física como mental, repercutindo, de certa forma, diretamente
em seu organismo.
Percebemos através desses resultados, que idosos são grandes vítimas de acidentes
de trânsito, talvez por sua pouca capacidade de reflexos, devido à idade, devendo sempre sair
às ruas, se possível, com algum acompanhante (adulto jovem). Vale ainda ressaltar que outra
alta incidência ocorre por acidentes domésticos, sendo importante enfocar da necessidade
proporcionar ao idoso um ambiente seguro dentro de seu próprio domicílio, através de
medidas simples como, por exemplo, evitar pisos escorregadios.
Ao analisarmos sobre os aspectos relacionados ao possível impacto psicológico
decorrente ao trauma, tivemos que a maioria teve medo após a ocorrência. Ressaltamos aqui
que os idosos que referiram medo poderão ser daqui para a frente pessoas mais recatadas e
dependentes, por causa do trauma sofrido, devendo este aspecto ser devidamente trabalhado
tanto pelos profissionais de saúde que os assistem, como também por seus familiares.
Apesar da maioria ter referido que no momento atual se sentiam mais tranqüilos,
nos preocupou também o percentual referente a estarem traumatizados, o qual não se
distanciou muito do anterior, pois este aspecto poderá vir a repercutir negativamente na vida
social e até mesmo familiar, pelo fato de se sentirem mais inseguros e preocupados com a
possibilidade de novas ocorrências.
O que foi abordado anteriormente pode se refletir no aspecto de que os idosos
referiram que após o acidente apresentaram maior religiosidade, talvez como um meio de
agradecer a ausência de uma maior gravidade em seu quadro clínico atual, ou talvez, como
forma de pela espiritualidade, sentirem-se mais protegidos de novas ocorrências.
Um aspecto muito positivo encontrado foi o apoio dados aos idosos por seus
familiares, estando estes presentes junto aos mesmos desde a ocorrência do acidente como em
sua reabilitação.
7 - CONCLUSÂO
O presente estudo nos permitiu conhecer um pouco sobre a problemática que pode
envolver os idosos vítimas de acidentes ou violências, dentro de seu contexto sócio-familiar.
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Ao identificarmos o perfil do idoso vítima de acidente ou violência, encontramos
uma pessoa do sexo masculino, na faixa etária entre 60 a 70 anos, procedente do interior do
estado do Ceará e vítima de acidente de trânsito. Aposentado, com renda própria de um
salário mínimo e com renda familiar entre dois a três salários, sendo este idoso participante na
manutenção financeira da família com quem reside.
Não faz uso de bebida alcoólica e não tem hábito de fumar, porém não pratica
exercícios físicos e não participa de grupos de idosos. Não é portador de doença anterior ao
acidente e visita periodicamente seu médico.
Quanto ao impacto psicológico apresentado logo após o acidente, apresentou
medo, no entanto referiu que no momento atual se encontra tranqüilo e que agora também está
mais religioso e pode contar com o apoio de sua família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARNEIRO, José Luís de Aquino Trauma no Idoso. In: FREIRE,Evandro – Trauma a
doença dos séculos. São Paulo: Atheneu; 2001. Vol. 1.
JUCÁ, Mário – Respostas do organismo ao envelhecimento. In: FREIRE Evandro – Trauma
a doença dos séculos. São Paulo: Atheneu; 2001. Vol. 2.
RIBEIRO, Gisleine Leila Martins Tengler; Dissertação propõe atenção personalizada ao
paciente
idoso,
2001.
Disponível
em
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/semana/unihoje_sema142pag04.html>.
Acessado em 08 de junho de 2003.
SMELTZER, Suzanne C., BARE, Brenda G., Brunner & Suddarth; Tratado de Enfermagem
Médico-Cirúrgica. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan. 2000.
APÊNDICE I
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome:____________________________________________________________
Local da Ocorrência:______________Idade:______Hora da Entrada:_________
11
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12
Profissão:_____________Data da admissão:______________
Grau de Instrução:
( ) analfabeto ( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio ( ) Ensino superior
Descrição da Ocorrência:
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________
Já ocorreu outro acidente anterior? Sim ( ) Não ( )
Se sim, como foi? ___________________________________________________
_________________________________________________________________
O acidente trouxe algum comprometimento orgânico ou físico? Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual (is)?___________________________________________________
2. CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO
Mora só: Sim ( ) Não ( )
Se
mora
com
outras
pessoas,
quem
são
e
quantas
são?
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________
Quantos cômodos tem a casa? _______________________________________
A casa tem escada? Sim ( ) Não ( ) Se sim, ela tem corrimão? Sim ( ) Não ( )
Renda familiar: ( ) 1 salário ( ) 2 salários ( ) 3 salários ( ) 4 salários ( ) mais de 4 salários
( ) renda incerta
Tem renda própria? Sim ( ) Não ( ) Se sim equivalente a quantos salários? ___
Ajuda na manutenção da família? Sim ( ) Não ( )
3. CONDIÇÕES DE SAÚDE
É portador de alguma doença? Sim (
)
Não (
)
Se sim, qual(is)?
__________________________________________________
Faz uso de alguma medicação regularmente?
Sim (
)
Não (
)
Se sim qual (is) ?
_________________________________________________________________
Pratica algum exercício físico? Sim ( ) Não ( ) Se sim qual (is) e com que freqüência?
_______________________________________________________
Visita periodicamente o médico? Sim( )Não( )Por quê? ____________________
_________________________________________________________________
Faz uso de bebida alcoólica? Sim ( ) Não ( ) Se sim com que freqüência? ____
12
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13
_________________________________________________________________
Tem hábito de fumar? Sim (
)
Não (
)
Se sim, com que freqüência?
_________________________________________________________________
Participa de algum grupo de idosos?
Sim (
)
Não
(
)
Por quê?
_________________________________________________________________
4. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO TRAUMA (ASPECTOS PSICOLÓGICOS)
Como se sentiu logo após o acidente?
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________
Como está se sentido agora?
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________
Algo mudou para você após a ocorrência deste acidente?
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________
Está tendo o apoio da família neste momento? Sim ( ) Não ( )
Por quê? _________________________________________________________
_________________________________________________________________
Fonte de Informações: _______________________________________
APÊNDICE II
TERMO DE CONSENTIMENTO DO CLIENTE
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM
Eu, ............................................................................................................................
Aceito participar voluntariamente da pesquisa, sobre o Perfil Epidemiológico dos Idosos
Vítimas de Acidentes e Violências, tendo assegurado o direito, de interromper a entrevista
desde que assim desejar, fazê-lo mantendo o sigilo de minha identidade.
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