O Capital Intelectual e a valoração da Propriedade Intelectual Produzido por ÍNDICE I. Introdução .................................................................................................................................... 2 II. Metodologias para medir o Capital Intelectual.............................................................................. 3 III. Metodologias de valoração da propriedade Intelectual (IP).................................................... 10 IV. Referências............................................................................................................................ 13 1 I. INTRODUÇÃO A valoração de activos intangíveis é uma área que sofreu um grande desenvolvimento nos últimos anos e que tem vindo a interessar muito as organizações. Esta constatação é uma resposta a várias pressões, designadamente: • a necessidade de monitorizar os padrões do valor destes activos; diagnosticando os problemas e avaliando se as medidas da gestão estão a ter sucesso na criação de valor; • a necessidade de perceber a diferença entre o valor dos activos fixos e o valor da organização como um todo; de factos os preços praticados nos mercados de capitais estão sobretudo associados ao valor do intangível. Segundo a PricewaterhouseCoopers, em 2003, 74% do preço médio de compra das acções das empresas era atribuído a activos intangíveis e goodwill (figura 1); • a necessidade de ter dados que permitam orientar as actividades de licenciamento, aquisição ou alienação de activos a empresas ou terceiros. Valor de Mercado Tangível Fonte Intangível Figura 1 – Evolução do valor de mercado das empresas Esta realidade reforça a necessidade de desenvolver metodologias que permitam atribuir um valor ao capital intelectual, para além da comunidade de investidores estar actualmente muito atenta à importância dos activos intangíveis e à necessidade das empresas gerirem este valor e o comunicarem ao mercado. Existem vários classificações para o capital intelectual, mas genericamente as componentes do capital intelectual, são o: • Activos Relacionais incluem a força e lealdade dos clientes. A satisfação dos clientes, a elasticidade em relação ao preço são exemplos de indicadores que podem ser usados para medir o capital relacional. 2 • Activos Estrutural/Organização que incluem tudo o que é apoio aos recursos humanos no seu trabalho numa organização. Designadamente, o hardware, o software, os processos, a propriedade intelectual, imagem, sistema de informação, bases de dados, etc. • Activos Humanos que incluem as competências, conhecimento, criatividade, capacidade de liderança, entre outras capacidades dos recursos humanos. Não pode ser posse da organização, pois pode sair quando as pessoas abandonam a empresa Recursos Activos Financeiros II. Activos Físicos Activos Intangíveis Activos Relacionais Activos Estrutura/Organizacionais Activos Humanos METODOLOGIAS PARA MEDIR O CAPITAL INTELECTUAL De acordo com Sveiby (2004) a investigação desenvolvida para medir os activos intangíveis ou o capital intelectual das empresas deu origem a uma panóplia de métodos e teorias. Estas abordagens podem agrupar-se em quatro categorias, designadamente: • Métodos Directos de Capital Intelectual (DIC): estimam o valor (€) dos activos intangíveis através da identificação dos seus componentes, designadamente, patentes, activos tecnológicos como o know-how, activos de capital humano tais como a formação e experiência e activos estruturais tais como os sistemas de informação • Métodos de Capitalização de Mercado (MCM): baseado no prémio dos mercados de capitais, ou seja, considera a diferença entre o valor de mercado com o valor dos capitais próprios dos accionistas atribuído ao capital intelectual. • Métodos de Rendibilidade dos Activos (ROA): baseado no quociente entre os resultados médios antes de impostos pelos activos tangíveis da empresa, obtidos num determinado período de tempo. O resultado é o ROA da empresa que é comparado com a média do sector. A diferença é multiplicada pela média dos activos tangíveis da empresa por forma a determinar uma média anual dos resultados associados ao capital intangível. Dividindo esta média pelo custo de capital média da empresa ou uma taxa de juro, estima-se o valor dos activos intangíveis. • Métodos Scorecard (SC): identificação dos diferentes componentes do capital intelectual e criação de indicadores ou índices que aparecem em quadros de classificação ou gráficos. 3 De acordo com Sveiby os métodos que permitem uma avaliação financeira, como os ROA ou MCM, são particularmente úteis para operações de fusões e aquisições e para avaliações para o mercado de capitais. Podem ainda ser utilizados para comparar empresas dentro do mesmo sector e para ilustrar o valor financeiro dos activos intangíveis. Uma outra vantagem referida por Sveiby é o facto de estas formas de medição se suportarem numa linguagem amigável para os contabilistas. Em contrapartida, este tipo de métodos apresenta limitações resultantes precisamente da estrita tradução financeira dos intangíveis, podendo ser portanto superficiais. Os métodos ROA são muito sensíveis aos pressupostos sobre taxas de juro e taxas de desconto e os métodos que apenas analisam aspectos organizacionais apenas são úteis ao nível das Administrações das empresas. Alguns não têm qualquer interesse para organizações sem fins lucrativos ou para departamentos cujo desempenho não possa ser adequadamente traduzido de uma forma estritamente financeira, o que sucede em particular com os métodos MCM. Os métodos DIC e SC, por seu lado, permitem traçar um quadro mais abrangente da organização, podendo ser aplicados a qualquer tipo, ou nível, de organização. As medições são feitas mais próximo dos factos concretos e o respectivo reporte pode portanto ser mais rápido e eficaz. Pela sua natureza, são igualmente eficazes no caso das organizações sem fins lucrativos, bem como em departamentos internos ou mesmo em organizações do sector público. As desvantagens deste tipo de indicadores prendem-se com o seu carácter contextual e com a necessidade de customização a cada organização, o que torna as comparações muito difíceis. A sua aceitação pelos gestores e profissionais habituados a expressar tudo em termos financeiros é menor, não só pela sua natureza não financeira como pela sua ainda relativa novidade. Um problema adicional é a grande quantidade de dados que podem envolver, tornando o tratamento e, sobretudo, a comunicação mais difíceis. Ainda, na opinião de Sveiby, as abordagens mais adequadas dependem dos objectivos, situação e tipo de audiência. Na tabela seguinte resumem-se algumas das abordagens mais adequadas de acordo com os objectivos. Tabela 1 – Métodos adequados à medição de activos intangíveis Objectivo Abordagem adequada Monitorização da performance (controle) Indicadores de desempenho e KPIs Aquisição/Venda do negócio (valoração) Rules-of-thumb do sector ($/clik; $/cliente; valoração marca) Reporte público e aos stakeholders (justificação) Suplementos IC, EVA, Abordagem tripla Orientação do investimento (Decisão) DCF (discounted cash-flow) Reconhecimento/detecção do valor (Aprendizagem) Métodos scroecard e Métodos Directos de Capital Intelectual 4 Data 2004 Designação Topplinjen/Business IQ Proponente Cat. Sandvik (2004) SC Desenvolvido na Noruega pela empresa de consultoria HumanKapitalgruppen. Combinação de 4 índices: Identidade, Capital Humano, Capital Conhecimento, Reputação Mouritzen, Bukh & al. (2003) SC Recomendado por um projecto patrocinado pelo governo Dinamarquês para as empresas divulgarem publicamente os seus activos intangíveis. Componentes do capital intelectual: (1) descrição conhecimento -valor (2) desafios à gestão (3) iniciativas e (4) indicadores relevantes (Figura 3) Edvinsson (2002) SC Extensão do enquadramento do “Skandia Navigator”. Incorpora ideias do “Intangible Assets Monitor”: eficiência, renovação e risco (Figura 4) Lev B. (2002) SC Matriz de indicadores não financeiros organizados em 3 categorias de acordo com o ciclo de desenvolvimento da empresa: http://www.humankapitalgr uppen.no 2003 Danish guidelines http://www.videnskabsmini steriet.dk/fsk/publ/2003/gui deline_uk/html/complete.ht m#1_0 2002 IC Rating™ http://www.intellectualcapit al.se/rating_more.htm 2002 Value Chain Scoreboard™ Descrição da Medição Descoberta/Aprendizagem (renovação interna, conhecimento adquirido, networking); Implementação (propriedade intelectual, exequibilidade tecnológica, clientes, empregados) Comercialização (“top line”, “bottom line” e opções de crescimento). Integra elementos de prospectiva. Figura 5 2002 Meritum guidelines Meritum Guidelines (2002) SC Projecto co-financiado pela UE que concebeu um enquadramento para a gestão e o reporte de activos intangíveis. 1) definição e objectivos estratégicos; 2) identificação de recursos intangíveis; 3) acções para o desenvolvimento de activos intangíveis. Classes de activos intangiveis: Capital Humano; Capital Estrutural e Capital Relacional 2001 Knowledge Audit Cycle Marr & Schiuma (2001) SC Método para a análise de seis dimensões de conhecimento em 4 passos:1) def. dos activos chave de conhecimento 2) identificação dos processos chave3) planeamento de acções para os processos 4) implementação e monitorização 2000 The Value Explorer™ Andriessen & Tiessen (2000) DIC Metodologia contabilística desenvolvida pela KPMG para calcular e afectar o valor de 5 tipos de activos intangíveis: Activos & dotações; capacidades & conhecimento tácito; Valores e normas colectivos; Tecnologia e conhecimento explícito; Processos primários e de gestão. 2000 Intellectual Asset Valuation Sullivan (2000) DIC Metodologia para avaliar o valor da Propriedade Intelectual. 2000 Total Value Creation, TVC™ Anderson & McLean (2000) DIC Usa o DCF para re-avaliar como os eventos afectam as actividades planeadas 1999 Knowledge Capital Earnings Lev (1999) ROA Calculado como sendo a parte dos ganhos não atribuível aos activos contabilísticos 1998 Inclusive Valuation Methodology (IVM) McPherson (1998) DIC Usa hierarquias de indicadores ponderados que são combinados. Foca valores relativos. O Valor Acrescentado Combinado (CVA) corresponde ao Valor Acrescentado Monetário adicionado do Valor Acrescentado Intangível. 1998 Accounting for the Future (AFTF) Nash H. (1998) DIC Sistema de cash-flows previsionais. A diferença entre o AFTF e o valor final e inicial do período é o valor acrescentado no período 5 Data 1998 Designação Investor assigned market value (IAMV™) Proponente Cat. Descrição da Medição Standfield (1998) MCM Assume que o Valor Real da Empresa (CTV) é a sua capitalização bolsista, separando o Capital tangível (TC) e dividindo o seu Capital não Tangível em Capital Intelectual Realizado (Realized IC), Erosão do Capital Intelectual (IC Erosion) e Vantagem Competitiva Sustentável (SCA). CTV = TC + (Realized IC + IC Erosion + SCA). 1997 Market-to-Book Value Stewart (1997) MCM O valor do capital intelectual é diferença entre a capitalização bolsista e o valor contabilístico da empresa. Luthy (1998) 1997 Economic Value Added (EVA™) Stewart (1997) ROA Calculado através do ajustamento do lucro declarado pela empresa relacionado com os seus activos intangíveis. Mudanças no EVA dão indicações sobre a produtividade do capital intelectual da empresa. 1997 Calculated Intangible Value Stewart (1997) ROA Calcula o benefício atribuível aos activos tangíveis e determina a proporção destes nos benefícios totais, atribuindo a diferença aos activos intangíveis. ROA* Mede o valor e a eficiência com que o capital intelectual e o capital investido criam valor com base na relação entre três componentes principais: Capital investido, capital humano e capital estrutural. Luthy (1998) 1997 Value Added Intellectual Coefficient (VAIC™) Pulic (1997) 1997 IC-Index™ Roos, Roos, Dragonetti and Edvinsson (1997) SC Consolida todos os indicadores representativos de propriedades e componentes intelectuais num índice único. As variações do índice são então relacionadas com as variações do valore de mercado da empresa. 1996 Technology Broker Brooking (1996) DIC Análise da resposta da empresa a 20 questões sobre quatro componentes principais dos activos intangíveis. 1996 Citation- Weighted Patents Bontis (1996) DIC Cálculo do factor tecnológico da empresa com base nas patentes desenvolvidas. Activos intangíveis medidos a partir do impacto dos esforços de investigação num conjunto de índices (ex: nº. de patentes, relação custo/benefício das patentes). 1994 Skandia Navigator™ Edvinsson and Malone (1997) SC O capital intelectual é medido através da análise de um máximo de 164 indicadores (91 de base intelectual e 73 tradicionais), cobrindo cinco componentes: Financeira, clientes, processos, renovação e desenvolvimento e humano. 1994 Intangible Asset Monitor Sveiby (1997) SC Os gestores da organização seleccionam os indicadores a utilizar, a partir dos objectivos estratégicos, para medir quatro componentes principais dos activos intangíveis: Crescimento, renovação, eficiência e estabilidade. 1992 Balanced Score Card Kaplan and Norton (1992) SC O desempenho da empresa é medido através de indicadores cobrindo quatro perspectivas: Financeira, clientes, processos internos e aprendizagem. Os indicadores são baseados nos objectivos estratégicos da empresa. 1990 HR statement Ahonen (1998) DIC Aplicação do HRCA. Este método divide os custos associados ao pessoal em três classes: custos de renovação, custos de desenvolvimento e custos de exaustão. 1989 The Invisible Balance Sheet Sveiby (1989) MCM A diferença entre a capitalização bolsista e o seu valor contabilístico é atribuída a três famílias de capital: capital humano, capital organizacional e capital de clientes. 6 Data Designação Proponente Cat. Descrição da Medição 1988 Human Resource Costing & Accounting (HRCA) Johansson (1996) DIC O capital intelectual é medido através da divisão do cálculo da contribuição dos activos humanos para os benefícios da empresa pela capitalização das despesas salariais. 1970’s Human Resource Costing & Accounting (HRCA) Flamholtz (1985) DIC Trabalho pioneiro na contabilidade dos recursos humanos. Diversos métodos para calcular o valor dos recursos humanos 1950’s Tobin’s q Tobin J. MCM “q” representa o rácio entre a capitalização bolsista da empresa e o custo de substituição dos seus activos. As variações de “q” correspondem a uma medida da efectividade do desempenho dos activos intangíveis da empresa. *não encaixa exactamente numa categoria Fonte: Sveiby “Methods for measuring intangible assets” (versão 2004) Figura 2– Dispersão das metodologias de acordo com a abordagem e os objectivos (fonte: Sveiby 2004) 7 Figura 3 - Exemplo de aplicação das Guidelines Dinamarquesas (fonte: Figura 4 - Ilustração da metodologia IC Rating (fonte: Intelectual Capital Sweden) 8 Figura 5 - Matriz da metodologia Value Chain Scoreboard 9 III. METODOLOGIAS DE VALORAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL (IP) A propriedade intelectual existe sob cinco formas, a saber: 1) as patentes e modelos de utilidade, 2) os desenhos e modelos industriais, 3) os direitos de autor, 4) as marcas e os nomes de estabelecimento e 5) as insígnias. Relativamente aos métodos de valoração de IP, existe uma diversidade de metodologias que se adequam mais ou menos à PI de cada organização. Nem todos os métodos fazem sentido para todos os activos e podem obter-se resultados que induzam em erro se se usar uma metodologia desadequada. Para se optar por determinada metodologia é necessário ter uma clara percepção do papel e do impacto dos intangíveis na organização, como também é necessário ter um domínio dos métodos financeiros de valoração. Os vários métodos que surgiram são, basicamente, baseados em três abordagens possíveis: 1 – Rendimento – procura quantificar o efeito na margem de lucro futura que resultará da aplicação de determinado activo intangível; 2 – Mercado – procura determinar o valor de um activo intangível por referência com o valor de outro activo semelhante; 3 – Custo – procura quantificar o custo de substituição ou reprodução do activo intangível. MÉTODO DO RENDIMENTO O método do rendimento procura quantificar o efeito sobre as margens de lucro do negócio resultantes do uso da PI. Essas melhorias podem decorrer da redução da pressão competitiva ou da redução dos custos, por exemplo. O método do rendimento pode recorrer a um grande conjunto de indicadores, como os resultados brutos ou líquidos, resultados antes ou depois de impostos, etc. Importa neste caso que todas as medidas usadas – taxa de desconto ou de capitalização, por exemplo – sejam coerentes com o indicador escolhido. A escolha da taxa de desconto revela-se fundamental uma vez que do seu valor depende a valoração da PI. O acordo entre o comprador e o vendedor da PI pode, assim, tornar-se difícil, tanto mais que em algumas situações o licenciado pode não querer revelar as taxas de retorno da sua empresa. O método do rendimento deve contemplar todos os custos associados à manutenção da PI. Os métodos do rendimento podem ser agrupados em (1) Métodos que quantificam níveis crescentes de rendimento económico pelo facto de possuir a PI, (2) Métodos que quantificam níveis inferiores de custo económico pelo facto de possuir a PI, (3) Métodos que estimam o custo hipotético de uma royalty que teria de se pagar caso não se dispusesse da PI, (4) Métodos que quantificam a diferença entre o valor do negócio pelo facto de dispor da PI e o valor que o negócio teria caso não a detivesse. Os vários métodos de valorização pelo método do rendimento podem ser agrupados em duas categorias analíticas: (1) Capitalização Directa e (2) Benefícios Económicos Futuros Descontados. Em ambos os casos é possível obter uma indicação do valor actual da PI. 10 MÉTODO DO MERCADO O mercado, nos casos em que é possível, constitui o melhor indicador do valor da PI. Este método implica varrer o mercado por forma a encontrar informação sobre transacções, listagens ou ofertas para a compra ou licenciamento de PI considerada semelhante. A comparação depende de questões como o tipo de PI, a sua aplicabilidade, o sector de aplicação, a data da venda ou do licenciamento (visando determinar, nomeadamente, a obsolescência da PI). Isto leva a que se tente consultar um grande número de operações semelhantes de modo a encontrar um padrão de comparação e obriga à verificação da veracidade da informação e das condições em que se procedeu essa transacção. Este esforço leva a um melhor conhecimento do mercado (consulta de publicações especializadas e sítios internet) mas significa também que se torna muito complexo para a maioria das organizações é pouco frequente encontrar informação pública suficientemente pormenorizada de transacções de PI. As grandes organizações com experiência anterior neste tipo de operações detêm, por conseguinte, uma vantagem sobre as restantes por disporem de dados internos. Este problema é ultrapassado pelo recurso às bases de dados de empresas especializadas, normalmente na área da contabilidade, que prestam este tipo de serviços. No entanto, é pouco frequente que anteriores transacções sejam idênticas às situações em análise. Neste sentido, recorre-se a uma transacção ou a um conjunto de transacções semelhantes mas procede-se igualmente à construção de uma grelha em que um conjunto de técnicos da empresa (investigadores, comerciais, técnicos de PI...) avaliam o impacto da PI sobre a margem de lucro, a facturação, o ciclo de vida do produto ou do serviço, o investimento necessário, a segurança da posição competitiva e a segurança da posição técnica. Estes impactos são ponderados por forma a obter-se uma avaliação global e constitui uma ajuda na negociação das royalties. MÉTODO DO CUSTO Existem vários métodos de valoração baseados no custo e que dependem, basicamente, da definição de custo. As definições mais vulgares são o custo de reposição e o custo de reprodução. O custo de reposição contempla os custos de recriar a funcionalidade (desempenha a função para a qual foi concebido) ou utilidade (qual a satisfação provocada) da IP em causa. O custo de reprodução contempla o custo de reconstrução de uma réplica da IP em causa. A diferença substancial é, assim, que o método da reposição procura a alternativa mais eficiente, recorrendo eventualmente a técnicas mais recentes, enquanto que o da reprodução implica o recurso aos mesmos materiais, definições, design, layout e qualidade usados para o desenvolvimento inicial. Em qualquer dos casos há que considerar os overheads, os salários e os custos associados, os custos externos, o investimento de capital e todas as despesas em que tem de se incorrer. O custo de reposição estabelece o valor máximo que um investidor prudente estaria disposto a pagar pela PI. No entanto, o método do custo revela-se insuficiente se se basear apenas no princípio da substituição já que ignora o nível dos benefícios derivados da PI, o impacto e posição dos competidores e os riscos e as incertezas. O maior senão deste método é que o custo nem sempre é fiável: basta ver que grande número de projectos acaba por não gerar resultados apesar dos custos que comporta. Existe, 11 por esta razão, um conjunto de autores que complementam este método apoiando-se num conjunto de princípios económicos: procura e oferta (alterações na procura e na oferta fazem variar os custos e a necessidade de diferentes tipos de PI), externalidades (os factores externos podem fazer a PI valer mais ou menos que o seu custo inicial), obsolescência funcional (se a PI não desempenhar a função convenientemente ou não tiver a utilidade pensada), obsolescência tecnológica (uma nova tecnologia é mais produtiva que a PI em avaliação) e obsolescência económica (redução do valor da PI por razões exógenas). Alguns aspectos a ter em conta ao determinar o valor de uma royalty - Valor pago pelo comprador da PI por outras patentes comparáveis - A exclusividade da licença: restrições territoriais ou respeitantes aos compradores do produto associado à patente. - A relação comercial entre o vendedor e o comprador da patente. - A capacidade do produto associado à patente em potenciar as vendas de outros produtos do licenciado. - A duração da patente - A rendibilidade do produto associado à patente, o seu sucesso comercial ou a sua popularidade. - A utilidade e vantagens da detenção da patente em comparação com a situação anterior. - A opinião de peritos qualificados - A capacidade da patente para limitar actividades menos vantajosas de concorrentes, distribuidores ou concorrentes. 12 REFERÊNCIAS Abdolmohammadi, M.J., Greenlay, L. and Poole, D.V. (1999): Accounting methods for measuring intellectual capital.: http://www.round.table.com/scholars/articles/acctg-intellectual-capital.html Ahonen G. 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