Rev Bras Cardiol Invas 2004; 12(2): 72-77.
Quadros AS, et al. Evolução Clínica de Quatro Anos após Implantes de Stents Coronarianos. Rev Bras Cardiol Invas 2004; 12(2): 72-77.
Artigo Original
Evolução Clínica de Quatro Anos após
Implantes de Stents Coronarianos
Alexandre Schaan de Quadros1, Júlio Vinícius S. Teixeira1, Rogério Sarmento-Leite1,
Carlos A. M. Gottschall1
RESUMO
Introdução: A evolução clínica tardia de pacientes submetidos a implante de stents não é tão bem estudada quanto
aquela de pacientes tratados com angioplastia convencional.
Objetivo: Analisar a evolução clínica em quatro anos de
pacientes submetidos a implante de stents, utilizando como
grupo controle pacientes tratados por angioplastia convencional. Método: Os pacientes elegíveis para o estudo
foram submetidos a implante de stents (Grupo Stent) ou
angioplastia coronariana (Grupo ACTP), para o tratamento
de lesões na artéria descendente anterior, sendo excluídos
insucessos angiográficos e procedimentos com eventos
cardiovasculares maiores (ECVM) hospitalares. Os grupos
foram comparados pelo método de Kaplan-Meier com
relação à incidência de ECVM em quatro anos e as diferenças entre as curvas de sobrevida foram analisadas pelo
teste do log rank. Resultados: Seguimento clínico foi obtido
em 97% dos casos. Os pacientes tratados com stents (n=116)
apresentaram tendência à idade mais avançada (58,72±
10,91 anos vs 56,49±10,08 anos; p=0,08) do que aqueles
tratados por angioplastia (n=162). Não houve diferença
estatisticamente significativa na comparação entre as médias
da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (67,48±13,0%
vs 68,34±13,58%; p=0,63). O grupo Stent apresentou menos
ECVM do que o grupo ACTP (25% vs 34%; p=0,07), devido
ao menor número de novas revascularização do vasoalvo (RVA) - (17,5% vs 28%; p<0,01), mas sem diferença
estatisticamente significativa na incidência de IAM (4% vs
5%) ou óbitos (9% vs 9%). Conclusão: Quando comparados
à ACTP, os stents coronarianos diminuem a incidência de
RVA, sem aumento de IAM ou óbitos no seguimento clínico
em quatro anos.
DESCRITORES: Angioplastia transluminal percutânea coronária. Contenedores. Coronariopatia.
1
Laboratório de Hemodinâmica do Instituto de Cardiologia do Rio
Grande do Sul - Fundação Universitária de Cardiologia.
Correspondência: Unidade de Pesquisa do IC/FUC. Dr. Alexandre
Quadros. Av. Princesa Isabel, 370 - CEP 90620-001 - Santana - Porto
Alegre - RS - Brasil. Tel: (51) 3230-3600 R.3757/3877 • Fax: ramal 3777
e-mail: [email protected]
Recebido em: 18/02/2005 • Aceito em: 28/02/2005
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SUMMARY
Four-Year Follow-Up After Coronary Stenting
Introduction: Long-term clinical outcomes after coronary
stenting has not been as extensively studied as conventional
coronary angioplasty. Objective: To analyze the four-yearlong clinical follow-up of patients treated with coronary
stents, and compare outcomes with a control group treated
with conventional coronary angioplasty (PTCA). Method:
Eligible for inclusion in this study were all patients undergoing
percutaneous coronary intervention with coronary stents
(Stent Group) or coronary angioplasty (PTCA Group) as
treatment for left anterior descending artery lesions at our
institution. Excluded from the study were patients who
underwent clinically or angiographically unsuccessful procedures. MACE-free survival in the 4-year follow-up period
was analyzed by life-table method, and the difference
between survival curves was assessed by log-rank method.
Results: Four-year clinical follow-up was complete in 97%
of cases. Patients treated with stents (n=116) were older
than those treated with PTCA (n=162) (58.72±10.91 years
vs 56.49±10.08 years; p=0.08). No significant difference
was reported between mean left ventricular ejection fractions
(67.48±13.0% vs 68.34±13.58%; p=0.63). Four-year MACE
rates were lower in patients treated with stents as compared
to those treated with PTCA (25% vs 34%; p=0.07), mainly
due to lower need of repeated TVR (17.5% vs 28%; p<0.01).
Myocardial infarction and death rates were similar. Conclusion: When compared to PTCA, stenting is associated to
lower rates of TVR and no increase in acute myocardial
infarction or death rates in a four-year clinical follow-up.
DESCRIPTORS: Angioplasty, transluminal, percutaneous
coronary. Stents. Coronary disease.
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O
implante de stents coronarianos está associado
a menor incidência de complicações e reestenose, quando comparado à angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP)1-3, e por estes
motivos os stents são utilizados na maioria dos procedimentos de intervenção percutânea realizados atualmente. Por outro lado, o seguimento clínico e angiográfico em longo prazo de pacientes tratados com
stents coronarianos não é tão bem estudado quanto
após a ACTP4-10, sendo que já foi demonstrado que os
stents diminuem a reestenose, sem diminuir a incidência
de óbitos ou infartos do miocárdio11,12.
casos foi realizada pré-dilatação com angioplastia por
balão. O uso de altas pressões, tipo de stent utilizado,
uso de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa e demais
aspectos técnicos foram decididos pelos operadores.
Heparina (10000-15000 U EV) foi administrada a todos
os pacientes durante o procedimento. Todos os pacientes
foram tratados em vigência de inibição plaquetária
com ácido acetilsalicílico e tienopiridinas; em casos
de urgência, estas drogas foram administradas durante
ou logo após o procedimento.
Recentemente, foi demonstrada uma reação inflamatória tardia ao redor das hastes de stents coronarianos
e progressão de estenoses intra-stent após o reestudo
em três anos, no que foi descrito como uma “resposta
angiográfica trifásica”13. Os autores deste estudo13 sugerem a possibilidade de surgimento de placas vulneráveis ou de reestenose alguns anos após os implantes,
mas a implicação clínica destes achados não está bem
definida. Assim, neste estudo, analisamos prospectivamente o seguimento clínico em quatro anos de pacientes
submetidos ao implante de stents coronarianos, tendo
como controle um grupo de pacientes submetido à
angioplastia coronariana.
Os pacientes incluídos foram tratados com ACTP
na artéria descendente anterior, no período de 1988
a dezembro de 1990, conforme relatado previamente16.
Foram excluídos pacientes com insucesso clínico (ECVM
na internação ou insucesso angiográfico) ou reestenose
de procedimentos percutâneos prévios. A definição
de ECVM foi a mesma utilizada na seção anterior e
insucesso angiográfico foi definido como impossibilidade
de dilatar a lesão ou estenose residual maior ou igual
a 50% após a angioplastia.
MÉTODO
População estudada
Os pacientes apresentavam cardiopatia isquêmica
sintomática tratada por revascularização miocárdica
percutânea no Instituto de Cardiologia do Rio Grande
do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia, em Porto
Alegre-RS, Brasil. Foram incluídos pacientes com lesões
na artéria descendente anterior, tratada com implante
de stents coronarianos (grupo STENT) ou angioplastia
coronariana transluminal percutânea (grupo ACTP).
Foram excluídos procedimentos com insucesso clínico
ou angiográfico.
Grupo STENT
Os pacientes foram tratados com implante de stents
coronarianos na artéria descendente anterior, no período
de 1996 a 1999, sendo excluídos pacientes tratados
com stents filamentares ou insucesso clínico. Os critérios para insucesso clínico foram a ocorrência de eventos
cardiovasculares maiores (ECVM) na internação ou
insucesso angiográfico. Foram considerados ECVM na
internação: nova angioplastia na lesão alvo, infarto
agudo do miocárdio (IAM) (aumento de CKMB > 3 x
controle ou supradesnível do segmento ST), cirurgia
cardíaca ou morte. Insucesso angiográfico foi definido
como impossibilidade de implantar o stent na lesão
ou persistência de estenose residual maior ou igual a
30% após o implante.
Os procedimentos foram realizados conforme preconizado na literatura14,15, sendo que na maioria dos
Grupo ACTP
Os procedimentos foram realizados conforme preconizado na literatura17,18, por punção femoral ou dissecção da artéria braquial. Os cateteres-balão utilizados foram aqueles de uso corrente no laboratório no
momento do procedimento. Aspirina (100-500 mg VO)
e heparina (10000-15000 U EV) foram administradas
a todos os pacientes antes e durante o procedimento.
Seguimento dos pacientes
Os pacientes foram seguidos clinicamente: 1) no
ambulatório; 2) por contatos com seu médico assistente
ou 3) por contatos telefônicos. Os pacientes foram
acompanhados prospectivamente, sendo que os desfechos analisados foram registrados em banco de dados
para análise posterior. Em todos os casos, angiografia
de controle foi realizada somente quando indicada
pelo médico assistente para avaliação de sintomas ou
sinais de isquemia miocárdica recorrente.
Desfechos do estudo
Os desfechos analisados neste estudo foram nova
revascularização do vaso alvo (RVA) (por ACTP ou
cirurgia de revascularização do miocárdio), IAM e óbito
cardiovascular. ECVM foi definido como ocorrência
de RVA, IAM ou óbito cardiovascular. RVA foi definida
como nova intervenção percutânea no vaso tratado
ou cirurgia de revascularização do miocárdio. IAM no
seguimento foi definido como surgimento de ondas Q
novas e episódio de dor torácica com duração maior
do que 30 minutos, ou episódio de síndrome isquêmica
aguda com supradesnivelamento do segmento ST e
indicação de reperfusão química ou mecânica, ou episódio de síndrome isquêmica aguda sem supradesnivelamento do segmento ST, mas com alterações eletrocardiográficas e elevação enzimática com CK-MB
maior do que 3 vezes o controle.
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Análise estatística
DISCUSSÃO
As diferenças de base entre os dois grupos foram
analisadas pelo teste do qui-quadrado ou teste t. Os
desfechos clínicos nos dois grupos foram analisados
pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças nas taxas
de sobrevida avaliadas para significância estatística
pelo teste do log-rank. Para todos os testes, foi considerado estatisticamente significativo um p≤ 0,05.
Neste estudo, demonstramos que o implante de
stents coronarianos diminui significativamente a necessidade de novos procedimentos de revascularização
do vaso alvo e não está associado a aumento na
incidência de óbitos ou infartos do miocárdio, em
quatro anos de seguimento clínico.
RESULTADOS
Características dos pacientes
O grupo Stent foi composto de 116 pacientes e o
grupo ACTP de 162 pacientes, sendo que os pacientes
tratados com stents apresentaram tendência à idade
mais avançada do que aqueles tratados por angioplastia
(58,72±10,91 anos vs 56,49±10,08 anos; p=0,08). Não
houve diferença estatisticamente significativa em relação
ao porcentual de mulheres nos dois grupos (Stent=32%
vs ACTP=29%; p=0,61), também foi observada diferença
estatisticamente significativa na comparação entre as
médias da fração de ejeção do ventrículo esquerdo
(67,48±13,0% vs 68,34±13,58%; p=0,63).
Evolução clínica de pacientes tratados com
angioplastia
A reestenose ocorre em 30-50% dos procedimentos de angioplastia convencional e é causada por uma
reação inflamatória vascular (formação exagerada da
camada neoíntima)19, que atinge seu máximo de 3 a 6
meses após a intervenção20. Após o primeiro ano, observase uma tendência à involução desta neoíntima, pro-
Desfechos clínicos
Quando comparados aos pacientes submetidos à
ACTP, o grupo Stent apresentou menos ECVM em
quatro anos de seguimento clínico (25% vs 34%;
p=0,07). A diferença entre as curvas de sobrevida livre
de ECVM dos dois grupos inicia-se aos seis meses e
torna-se evidente após doze meses de seguimento,
conforme demonstrado na Figura 1. Esta diferença
deve-se ao menor número de RVA no grupo Stent
(17,5% vs 28%; p<0,01), conforme demonstrado nas
Figuras 2 e 3. No entanto, não houve diferenças entre
os dois grupos quando foram analisadas as sobrevidas
livres de IAM (4% vs 5%; p=0,84) ou óbitos (9% vs
9%; p=1,0) - Figuras 4 e 5.
Figura 1 - Sobrevida livre de eventos cardiovasculares maiores nos
pacientes tratados com Stent vs ACTP ( log rank =0,02).
74
Figura 2 - Sobrevida livre de novas angioplastias no vaso alvo nos
pacientes tratados com Stent vs ACTP ( log rank =0,45).
Figura 3 - Sobrevida livre de novas cirurgias de revascularização
do miocárdio nos pacientes tratados com Stent vs ACTP (log rank=0,003).
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Figura 4 - Sobrevida livre de infartos do miocárdio nos pacientes
tratados com Stent vs ACTP (log rank=0,18).
a técnica de stent provisional com stent de rotina promoveram uma aceitação clínica ainda maior22-24. No
entanto, existem diversos estudos comparando os resultados a curto e médio prazo de stents e angioplastia,
mas poucos com seguimento clínico mais longo. Hannan
et al.10 analisaram o seguimento em dois anos de pacientes submetidos à angioplastia ou stent, verificando
que o uso dos stents foi associado à diminuição significativa da mortalidade e de novos procedimentos de
revascularização miocárdica. Van Domburg et al.5 relataram taxa de 40% de ECVM no seguimento clínico em
10 anos de 1000 pacientes submetidos a implante de
stents, sendo que disfunção ventricular esquerda, doença
multiarterial e diabete melito foram os principais preditores
de eventos. Brophy et al.12 realizaram uma metanálise
com 29 ensaios clínicos, envolvendo 9918 pacientes
tratados com stents ou angioplastia. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas na mortalidade ou infartos do miocárdio (razão de chance=0.90
[95% intervalo de credibilidade [CrI], 0.72 to 1.11]),
mas os stents reduziram a reestenose (razão de chance
=0.52 [CrI, 0.37 to 0.69]) e a necessidade de nova
angioplastia (razão de chance=0.59 [CrI, 0.50 to 0.68]).
Kiemeneij et al.11 relataram os resultados do seguimento clínico em 5 anos dos pacientes incluídos no
ensaio clínico BENESTENT I. O benefício do stent em
diminuir a necessidade de revascularização do vaso
alvo permaneceu mantido, mas não houve diferença
significativa em relação à incidência do desfecho primário (ECVM e revascularização do vaso alvo). Os autores
referem que a perda do benefício em relação à diminuição dos ECVM, que havia sido observado um ano
após o procedimento, deveu-se a um maior número
de mortes não cardíacas e infartos onda Q no grupo
stent, provavelmente não relacionados ao sítio tratado.
Figura 5 - Sobrevida livre de óbitos nos pacientes tratados com
Stent vs ACTP (log rank =0,37).
vavelmente por regressão do edema da matriz extracelular21. Assim, se não há reestenose no primeiro ano
após o tratamento, novos eventos cardiovasculares ocorrem somente quando há progressão ou instabilização
de estenoses em outros locais da árvore coronariana.
Estudos de seguimento clínico de pacientes tratados há
mais de 10 anos com angioplastia coronariana demonstram que a incidência de novos eventos cardiovasculares maiores está principalmente relacionada ao número
de vasos comprometidos7, ao grau de disfunção ventricular esquerda8 e à presença de diabete mellitus9.
Evolução clínica de pacientes tratados com
stent e comparação com angioplastia
Os stents foram incorporados à prática clínica após
a publicação dos ensaios clínicos BENESTENT1 e STRESS2,
e os resultados favoráveis dos estudos que comparam
Na série de casos de implante de stents com o
mais longo seguimento clínico já relatado, Kimura et
al.13 descreveram a evolução clínica, em até 11 anos,
de 405 pacientes submetidos ao implante de stents
Palmaz-Schatz, demonstrando que a eficácia e a segurança foram mantidas. No entanto, analisando angiografias seriadas deste grupo de pacientes, relataram
que a resposta luminal após o implante de stent é
trifásica, com uma resposta reestenótica inicial até os
primeiros seis meses, uma fase de regressão de 6
meses a 3 anos e uma fase de reestenose tardia, a
partir de 4 anos. É importante ressaltar que este fenômeno
de reestenose tardia não ocorreu em pacientes submetidos à angioplastia, quando analisadas angiografias
seriadas em até 10 anos após o procedimento25.
Achados anatomopatológicos e sua
repercussão clínica
Inoue et al.6 identificaram uma reação inflamatória
crônica ao redor das hastes dos stents em 31 espécimes
de artérias coronárias obtidas de 27 pacientes submetidos à necropsia de 1 a 7 anos após implante de
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stents. Esta reação inflamatória foi caracterizada por
infiltrado de macrófagos, células T e erosão focal do
endotélio, mas as repercussões clínicas destes achados
ainda não estão claras. Existem alguns exemplos de
que alterações histopatológicas na parede vascular
podem não se correlacionar com aumento de eventos
clínicos adversos. A análise do seguimento ultra-sonográfico dos pacientes tratados com stents revestidos
com drogas no ensaio clínico RAVEL demonstrou que
alguns destes stents apresentavam má-aposição tardia
de suas hastes26. Estes relatos geraram grande preocupação, principalmente em virtude da experiência prévia
com a radiação intracoronária, onde ocorreram formação de aneurismas e trombose subaguda tardia em
vários casos. No entanto, estudos subseqüentes demonstraram que as taxas de eventos tardios de pacientes,
com ou sem má-aposição tardia das hastes dos stents,
são as mesmas.
Limitações do estudo
Nosso estudo apresenta algumas limitações. Os
pacientes do grupo controle (angioplastia) foram tratados vários anos antes do grupo stent, introduzindo
um potencial viés de seleção no estudo. Além disso,
as características de base dos dois grupos podem não
ter sido semelhantes, já que informações angiográficas
nos pacientes do grupo controle não foram disponíveis.
No entanto, estas diferenças provavelmente favoreceriam
o grupo angioplastia, já que, historicamente, o perfil
clínico e angiográfico de pacientes tratados com intervenções coronarianas percutâneas tem sido progressivamente mais grave e mais complexo ao longo dos anos,
tanto em nossa quanto em outras instituições 27-29.
O implante de stents coronarianos não está associado com surgimento tardio de novos eventos cardiovasculares maiores em até quatro anos de seguimento
clínico. Assim, como já relatado em estudos prévios,
o implante de stents está associado a uma diminuição
significativa de novos procedimentos de revascularização
miocárdica quando comparado à angioplastia coronariana convencional.
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