Viroses respiratórias - 2ª parte Vírus que afetam o trato respiratório Influenza Rinovírus Pneumovírus (Vírus Respiratório Sincicial) Metapneumovírus Parainfluenza Coronavírus Adenovírus Bocavírus Rinovírus o principal agente dos resfriados OS VÍRIONS Não envelopados (logo muito resistentes), 27nm, icosaédrica Podem ser transmitidos à distância via aerossóis (Dependendo do tamanho da gotícula podem ficar longo tempo suspensos) RNA fita simples, sentido positivo, 7,2 - 8,4 Kb; VP1, VP2, VP3, VP4 (prot. do capsídeo); Região 3’: poli (A) Região 5’: VPg (essencial para replicação do RNA). Não resistentes a pH ácido Família Picornaviridae - Pico = pequeno - simetria icosaédrica (20-30 nm) - RNA (+) fs - não envelopados - Vários (>12) gêneros, entre eles: - Hepatovirus (Hepatite A) - Enterovírus (Polio, Coxsackie, Entero) - Rinovírus (resfriados) - Aftovírus (Febre Aftosa) - Kobuvirus - Teschovirus - Parechovirus e outros .... RINOVÍRUS - são os agentes mais comuns de resfriados - existem > 100 tipos reconhecidos - há pouca imunidade cruzada entre eles - porém, induzem boa imunidade tipo-específica - a imunidade entre os tipos pode ser parcial - sinais podem variar inclusive pelos contatos prévias do paciente com outros tipos de vírus Epidemiologia e transmissão - transmissão por aerossóis - por contato via mãos e fômites: via indireta atingem vias aéreas: chimarrão, uso comum de outros fômites, maçanetas, celulares, telefones, etc etc etc … - hábitos sociais: beijos, etc. - em ambientes fechados (inverno): salas de aula, ônibus, elevadores, etc. Epidemiologia e transmissão - número de resfriados decresce com idade - média 50 resfriados na vida - novas infecções são comuns, mas com outros tipos de rinovírus BBC- 14/10/2011 Traces of poo found on millions of mobile phones in UK http://www.bbc.co.uk/newsround/15296108 RINOVíRUS Região afetada (quase sinônimo de Resfriado…) Sinais: Tosse, Coriza Dor de garganta, Congestão nasal Bronquite Dores articulares Febre incomum Diagnóstico Laboratorial Isolamento viral Técnicas moleculares (RT – PCR) método de eleição! Poucos laboratórios trabalham no cultivo e caracterização de rinovírus, apesar de multiplicar-se em cultivo com relativa facilidade, a 33oC. Sorologia: não é usada para diagnóstico, pois, a quase que totalidade das pessoas são soropositivas. Tratamento NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECÍFICO Analgésicos Antitérmicos Anti-histamínicos Vitamina C => não há evidências que comprovem qualquer eficácia ! PREVENÇÃO -Evitar a disseminação da infecção: - cuidados com espirros - uso de máscaras protetivas - lenços descartáveis - cuidados com fômites - lavagem frequente de mãos - evitar contato social Vacinas para os vírus dos resfriados - não há - muitos tipos - produção ainda inviável OS (outros) VÍRUS Ordem Mononegavirales Família Paramyxoviridae Duas sub-famílias: 1- Paramyxovirinae: Respirovirus: vírus Parainfluenza 1 e 3 (PI-1, PI-3)3, Rubulavirus: PI-2, Vírus da Cachumba Morbillivirus: Vírus do Sarampo 2- Pneumovirinae: Pneumovirus: Vírus respiratório sincicial (RSV) Metapneumovirus (MPMV) EPIDEMIOLOGIA Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862) (período: 1990-1992) Ambulatório 26,7% Emergência 53% Hospitalizados 42,3% HRSV Adeno Flu A Flu B PI-3 Mista* *HRSV+Adeno = 5 casos HRSV + FluB = 2 HRSV + PI-3 = 2 HRSV + Adeno + PI-3 = 1 Meses de idade 0-6 7-11 12-23 24-35 36-60 78% 12% 6,7% 0,3% 3,3% 6% 75 16 6 3 - 47 28 14 5 5 68 8 17 8 43 29 17 9 Fonte: Straliotto SM, 1995 EPIDEMIOLOGIA Sazonalidade de infecções respiratórias agudas (1990-1992) 0C 35 25 Temp 15 5 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Adaptado de Straliotto SM, 1995 VÍRUS RESPIRATÓRIO SINCICIAL HUMANO (HRSV) HRSV- EPIDEMIOLOGIA - infecções repetidas - durante toda a vida - usualmente causam surtos em comunidades, e não surtos mais amplos (regionais ou nacionais) - usualmente nos meses frios - > morbidade e mortalidade em idosos (50% dos casos associados à influenza) Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862) (período: 1990-1992) Ambulatório 26,7% Emergência 53% Hospitalizados 42,3% Meses de idade HRSV Adeno Flu A Flu B PI-3 Mista* *HRSV+Adeno = 5 casos HRSV + FluB = 2 HRSV + PI-3 = 2 HRSV + Adeno + PI-3 = 1 0-6 7-11 12-23 78% 12% 6,7% 0,3% 3,3% 6% 75 16 6 3 - 47 28 14 5 5 24-35 36-60 68 8 17 8 43 29 17 9 Fonte: Straliotto SM, 1995 VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO E ASMA As infecções graves pelo RSV nos primeiros 6 meses de vida têm sido relacionadas com chiado recorrente, associação que desaparece em 11 a 13 anos. Há correlação entre infecção pelo VSR e quadros recorrentes de sibilância ao longo da vida. A bronquiolite pelo RSV e chiado recorrente na infância estão associados, permanece uma questão fundamental: a associação é causal ou a bronquiolite age como um marcador de risco elevado para alergia e sibilância devido à disposição genética ou à diminuição da reserva respiratória? Tratamento • A ribavirina é um nucleosídio sintético análogo e é a única droga antiviral licenciada para uso contra o VSR na forma inalatória. • Ribavirina deve ser considerada no tratamento de alguns casos de bebês menores de 6 semanas, hospitalizados com doença muito grave, crianças com doença de base e pacientes imunodeprimidos, não devendo ser usada como tratamento rotineiro em crianças sob ventilação pulmonar mecânica ou não, com infecção pelo VSR. A administração de imunoglobulina anti-VSR para crianças de alto risco para doença do VSR diminui os escores de asma e reduz a atopia. É possível que o anticorpo monoclonal anti-VSR (palivizumabe) também tenha efeitos benéficos em longo prazo. Vírus Parainfluenza (Linda Stannard, University of Cape Town, S.A.) RNA fita simples envelopado, pleomórfico 5 sorotipos: 1, 2, 3, 4a e 4b Não há antígeno de grupo comum Relacionado ao sarampo Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862) (período: 1990-1992) Ambulatório 26,7% Emergência 53% Hospitalizados 42,3% 0-6 meses HRSV Adeno Flu A Flu B PI-3 Mista* *HRSV+Adeno = 5 casos HRSV + FluB = 2 HRSV + PI-3 = 2 HRSV + Adeno + PI-3 = 1 78% 12% 6,7% 0,3% 3,3% 6% 7-11 12-23 75 16 6 3 - 47 28 14 5 5 24-35 36-60 68 8 17 8 43 29 17 9 Fonte: Straliotto SM, 1995 Sintomas PI-3 Crupe (laringotraqueobronquite) - manifestação mais comum das infecções por vírus parainfluenza virus. Entretanto outros podem causar crupe, como influenza e RSV. Outras condições causadas por bronquiolite, pneumonia, resfriados. parainfluenza: Diagnóstico Laboratorial Detecção de Antígeno - diagnóstico rápido: aspirados nasofaríngeos e lavados de garganta. Isolamento viral- virus isolado com facilidade aspirados nasofaríngeos e lavados de garganta. Sorologia - um diagnóstico retrospectivo pode ser feito por sorologia. de Tratamento Não há terapia específica antiviral. Casos severos de crupe devem ser hospitalizados e mantidos sob oxigenação. Não há vacina. ADENOVIRIDAE - icosaédricos -não envelopados - DNA dupla fita linear potencial oncogênico (inativam p53 e pRb) Gêneros: - Mastadenovírus (mamíferos) - Aviadenovírus (aves) Infecções virais respiratórias agudas em crianças < 5 anos em Porto Alegre (n=862) (período: 1990-1992) Ambulatório 26,7% Emergência 53% Hospitalizados 42,3% 0-6 meses HRSV Adeno Flu A Flu B PI-3 Mista* *HRSV+Adeno = 5 casos HRSV + FluB = 2 HRSV + PI-3 = 2 HRSV + Adeno + PI-3 = 1 78% 12% 6,7% 0,3% 3,3% 6% 7-11 12-23 75 16 6 3 - 47 28 14 5 5 24-35 36-60 68 8 17 8 43 29 17 9 Fonte: Straliotto SM, 1995 ADENOVÍRUS Infecção respiratória aguda Faringite Conjuntivite Febre faringoconjuntival Pneumonia em crianças Adenite mesentérica Queratoconjuntivite epidêmica Meningoencefalite Cistite hemorrágica Síndromes clínicos 1. Faringite (tipos 1, 2, 3, 5, 7) 2. Febre faringoconjuntival (3, 7) 3. Doença respiratória aguda em recrutas (4, 7, 14, 21) 4. Pneumonia (1, 2, 3, 7) 5. Conjuntivite folicular (3, 4, 11) 6. Queratoconjuntivite epidêmica (8, 19, 37) 7. Pertussis-like syndrome (5) 8. Cistite hemorrágica aguda (11, 21) 9. Gastroenterite infantil aguda (40, 41) 10. Intussuscepção (1, 2, 5) 11. Doença severa em pacientes com AIDS ou outros imunocomprometidos (5, 34, 35) 12. Meningite (3, 7) ADENOVÍRUS - Diagnóstico Rápido: Imunofluorescência direta Isolamento viral em cultivos celulares PCR em busca do DNA viral em secreções Tipagem/subtipagem: somente em laboratórios especializados Sazonalidade de infecções respiratórias agudas (1990-1992) Temp 0C 35 25 15 5 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N Adaptado de Straliotto SM, 1995 CORONAVÍRUS Tamanho: 120 nm Envelopado Simetria do nucleocapsídeo: helicoidal Ácido nucléico: RNA fita única polaridade (+) 5’-cap 3’-poli A Segmentos genômicos: 1 Genes: 6-8 Tamanho total do genoma: 27-33 kb O Coronavírus humano Pleomórficos, envelopados - peplômeros espaçados - RNA fs positiva - Gênero: Coronavírus Ex: Coronavírus humano O mais famoso: SARS Obs: Outros coronavírus sido detectados em outras espécies, como morcegos, o que ressalta o risco de transmissão a humanos Coronavírus Humanos - HuCoV Human coronavirus 229E Human coronavirus OC43 SARS-CoV Human Coronavirus NL63 (HCoV-NL63, New Haven coronavirus) Human coronavirus HKU1 Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERSCoV) Um novo coronavírus: MERSCoV J Virol. 2013 Jul; 87(14): 7790–7792. doi: 10.1128/JVI.01244-13 Coronavírus- Replicação Middle East Respiratory Syndrome (MERS) Evolução - Coronavírus O mais recente ancestral comum (MRAC)=> 10,000 O MRAC dos Alfa, Beta, Gamma e Deltacoronavirus => ~2400 AC, ~3300 AC, ~2800 AC and ~3000 AC. Morcegos e aves => hospedeiros ideais para Alpha e Beta Aves: Gamma e Deltacoronavírus Bov-CoV e Can respir CoV => divergiram deum ancestral comum em 1951.[17] Bov-CoV e Hu-CoV OC43 divergiram em 1899. Bov-CoV divergiram do Eq-CoV no final do séc. XVIII Evolução - Coronavírus Outro estudo=> Hu-CoV OC43 divergiu de Bov-CoV em 1890.[18] O MRAC do Hu-CoV OC43 => 1950s.[19] O MERS-CoV é la muitas espécis de morcegos +> divergiu destes há muitos séculos atrás.[19] O MRAC e o SARS-CoV divergiram em 1986.[20] Coronavirus tem co-evoluído com morcegos por muito tempo. O ancestral do SARS-CoV infectou primeiramente morcegos do genero Hipposideridae => depois Rhinolophidae => civetas => humanos Um COV de Alpaca e HuCoV 229E divergiram antes de 1960.[23] O Hu-CoV NL63 e um cornnavírus de morcego tem o MRAC datado de 563 a 822 anos atrás .[24] Refs: Wikipedia: https://en.wikipedia.org/?title=Coronavirus Prevenção - HuCoV